Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões Caiuá SETEMBRO DE 2013 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões Conteúdo 1. Introdução ............................................................................................................................. 7 2. Processos de Recuperação Judicial, Intervenção e Aquisição............................................... 9 3. Caracterização da Concessão .............................................................................................. 15 4. Diagnóstico Atual da Concessão ......................................................................................... 20 Seção 4.01 Mercado .......................................................................................................... 20 Seção 4.02 Regulatório ...................................................................................................... 30 (a) Qualidade da Energia .............................................................................................. 30 (b) Compensações Pagas .............................................................................................. 34 (c) Sanções Regulatórias............................................................................................... 38 (d) Perdas de Energia .................................................................................................... 39 (e) Incorporação de Redes e Ressarcimento de Consumidores ................................... 42 (f) Nível Tarifário .............................................................................................................. 42 (g) Compra de Energia .................................................................................................. 48 (h) P&D e PEE ................................................................................................................ 48 (i) Ativo Imobilizado após o 3º ciclo de Revisão .............................................................. 50 (j) Renovação das Concessões ......................................................................................... 51 Seção 4.03 (a) Jurídico ............................................................................................................ 52 Contingências Cíveis, Trabalhistas e Fiscais ............................................................ 52 Seção 4.04 Operacional ..................................................................................................... 54 (a) Caracterização do Ativo........................................................................................... 54 (b) Caracterização da Operação ................................................................................... 58 (c) Caracterização da Manutenção............................................................................... 68 (d) Diagnóstico da Construção (Sistema de Distribuição) ............................................ 73 (e) Infraestrutura de Suporte à Operação (TI e Logística) ............................................ 74 (f) Evolução do Custo Operacional .................................................................................. 86 _____________________________________________________________________________ 2 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões (g) Evolução do Investimento ....................................................................................... 90 (h) Programa Luz para Todos (PLPT) ............................................................................. 94 Seção 4.05 Comercial......................................................................................................... 94 (a) Indicadores Comerciais ........................................................................................... 94 (b) Call Center ............................................................................................................. 102 (c) Atendimento Presencial ........................................................................................ 105 (d) Inadimplência ........................................................................................................ 107 Seção 4.06 Gestão ........................................................................................................... 109 Seção 4.07 Financeiro ...................................................................................................... 111 (a) Endividamento Financeiro, Fiscal e Setorial.......................................................... 111 (b) Caracterização do Endividamento e Perfil da Dívida ............................................ 113 (c) Nível de Comprometimento de Recebível ............................................................ 114 (d) Estrutura de Capital............................................................................................... 114 (e) Índice de Cobertura de Dívidas (covenants) ......................................................... 115 (f) Stand Still ................................................................................................................... 116 (g) Mútuos .................................................................................................................. 118 5. Visão e Diagnóstico do Interventor sobre a Concessão .................................................... 119 6. Contexto de Elaboração do Plano de Recuperação e Correção de Falhas e Transgressões 124 7. Cenário Prospectivo a partir da Situação Atual – Avaliação Econômico-Financeira......... 127 Seção 7.01 Cenário Macroeconômico ............................................................................. 127 Seção 7.02 Mercado ........................................................................................................ 129 Seção 7.03 Regulatório .................................................................................................... 144 (a) Qualidade da Energia e Compensações ................................................................ 144 (b) Perdas Regulatórias ............................................................................................... 146 (c) Incorporação de Redes e Ressarcimento de Ativos .............................................. 148 _____________________________________________________________________________ 3 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões (d) Compra de Energia ................................................................................................ 148 (e) P&D e PEE .............................................................................................................. 151 (f) Reajustes e Revisões Tarifárias ................................................................................. 152 (g) Sanções Regulatórias............................................................................................. 158 Seção 7.04 (a) Jurídico .......................................................................................................... 159 Contingências Cíveis, Trabalhistas e Fiscais .......................................................... 159 Seção 7.05 Operacional ................................................................................................... 160 (a) Evolução Custos Operacionais .............................................................................. 160 (b) Evolução Investimentos ........................................................................................ 163 (c) Programa Luz para Todos ...................................................................................... 168 Seção 7.06 Comercial....................................................................................................... 168 (a) Inadimplência ........................................................................................................ 168 (b) Índice de Provisionamento de contas a Receber (PDD) ........................................ 170 (c) Call Center e Atendimento Presencial................................................................... 171 (d) Indicadores Comerciais ......................................................................................... 175 Seção 7.07 Econômica-Financeira ................................................................................... 177 (a) Obrigações em Aberto (Financeiras, Fiscais e Setoriais) ....................................... 177 (b) Endividamento Financeiro .................................................................................... 178 (c) Impostos, Taxas e Contribuições ........................................................................... 178 (d) Reestruturação de Capital e Dividendos ............................................................... 180 (e) Mútuos .................................................................................................................. 186 (f) Ressarcimento Daycoval: .......................................................................................... 186 Seção 7.08 Sumário das Projeções Financeiras ............................................................... 188 (a) Demonstrativo de Resultado Projetado ................................................................ 188 (b) Fluxo de Caixa Projetado ....................................................................................... 189 (c) Sumário das Projeções Financeiras. ...................................................................... 191 _____________________________________________________________________________ 4 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões 8. Por Quê da Necessidade de Regime Regulatório Excepcional para as concessões do Grupo Rede?......................................................................................................................................... 192 9. Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões – Proposta ...................... 198 Seção 9.01 Mercado ........................................................................................................ 198 Seção 9.02 Regulatório .................................................................................................... 199 (a) Perdas Regulatórias ............................................................................................... 199 (b) Compra de Energia ................................................................................................ 204 (c) Incorporação de Redes e Ressarcimento de Consumidores ................................. 204 (d) P&D e PEE .............................................................................................................. 204 (e) Reajustes e Revisões Tarifárias ............................................................................. 206 (f) Renovação das Concessões ....................................................................................... 208 (g) Sanções Regulatórias............................................................................................. 210 Seção 9.03 (a) Evolução do Custo Operacional ............................................................................ 211 (b) Evolução do Investimento ..................................................................................... 211 (c) Programa Luz para Todos ...................................................................................... 212 Seção 9.04 Econômico-Financeira ................................................................................... 212 (a) Obrigações em Aberto (Financeiras, Fiscais, Setoriais) ......................................... 212 (b) Endividamento Financeiro .................................................................................... 214 (c) Impostos, Taxas e Contribuições ........................................................................... 214 (d) Reestruturação de Capital e Dividendos ............................................................... 214 Seção 9.05 10. Operacional ................................................................................................... 211 Sumário das Projeções Financeiras ............................................................... 221 (a) Demonstrativo de Resultado Projetado ................................................................ 221 (b) Fluxo de Caixa Projetado ....................................................................................... 222 (c) Sumário das Projeções Financeiras. ...................................................................... 224 Plano de Integração e Gestão ....................................................................................... 225 _____________________________________________________________________________ 5 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões Seção 10.01 Estrutura de Serviços Compartilhados .......................................................... 225 Seção 10.02 Plano de Integração....................................................................................... 262 11. Sumário do Regime Excepcional Regulatório................................................................ 281 12. Mensagem Final ............................................................................................................ 283 13. Anexos: .......................................................................................................................... 285 _____________________________________________________________________________ 6 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões 1. Introdução Como é do conhecimento, a ENERGISA S.A. (“ENERGISA”) está em processo de aquisição do controle das concessionárias de distribuição de energia elétrica do Grupo Rede. Para tanto, em 03/07/13 a ENERGISA apresentou a sua oferta de aquisição de ações que lhe asseguram o controle acionário das sociedades “holding” que controlam tais concessionárias do Grupo Rede, a qual foi vertida em Plano de Recuperação Judicial submetido à votação dos credores do Grupo REDE, no âmbito de seu processo de Recuperação Judicial, em 05/07/13. Em 21/08/13 o Ministério Público se manifestou favoravelmente à concessão da recuperação judicial. Em 09/09/13 foi proferida a decisão homologando o Plano de Recuperação Judicial, sendo a sua publicação dada em 19/09/13. Com a decisão favorável, em primeira instância, será necessário deflagrar processos relacionados às outras condições precedentes visando à conclusão da aquisição como a submissão ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica – CADE e à Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL. Nesse contexto, a ENERGISA apresenta, por meio deste documento, para avaliação dessa Agência, a proposta para o Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões para a Caiuá Distribuição de Energia S.A. – Caiuá. O Plano ora apresentado atende às disposições estabelecidas pela Lei nº 12.767, de 27/12/12, quais sejam: i) discriminação pormenorizada dos meios de recuperação a serem empregados; ii) a demonstração de sua viabilidade econômico-financeira; iii) proposta de regime excepcional de sanções regulatórias para o período de recuperação; e iv) prazo necessário para o alcance dos objetivos. Para permitir a elaboração deste Plano, a ENERGISA envolveu uma equipe de mais de 60 profissionais, fez um profundo diagnóstico da situação da concessão com base nas informações e dados disponíveis e realizou duas reuniões na Caiuá. A primeira, que durou uma semana, foi caracterizada pelo conhecimento detalhado da concessão e identificação dos principais problemas e desafios. A segunda, com duração de um dia, visava uma interação mais objetiva com o interventor e sua equipe. Essa segunda reunião teve por finalidade obter a visão mais detalhada do interventor sobre os principais problemas da concessão, bem como a apresentação, pela ENERGISA, das premissas que seriam utilizadas neste Plano. _____________________________________________________________________________ 7 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões O Plano ora apresentado está composto por 12 capítulos, dos quais se destacam o diagnóstico atual da concessão, o cenário prospectivo a partir da situação atual da concessão e a proposta da ENERGISA para o Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões da Caiuá. Como ficará claro ao longo deste documento, algumas questões, que serão detalhadas, impactam substancialmente a concessão, impossibilitando a sua viabilidade econômica e financeira. Nesse contexto, é importante que haja condições adequadas e prazos factíveis para consecução do objetivo maior, que é a retomada da normalidade dos serviços o mais rápido possível, tanto do ponto de vista financeiro como operacional. Isso será possível mediante aporte de capitais, equacionamento das dívidas, reformulação da gestão e definição de regime excepcional regulatório específico. As três primeiras ações dependem da ENERGISA, a quarta ação depende da ANEEL, diante das justificativas e comprometimentos da ENERGISA. Esta proposta de Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões será a base para o diálogo com a ANEEL no sentido de que possam ser estabelecidas ações que permitam a recuperação da concessão sob o comando de um novo controlador. _____________________________________________________________________________ 8 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões 2. Processos de Recuperação Judicial, Intervenção e Aquisição A Caiuá é uma sociedade por ações de capital aberto controlada por Rede Energia S.A.. A ENERGISA, juntamente com alguns bancos de investimentos, estudou e discutiu uma potencial aquisição do Grupo Rede, incluindo a Caiuá, em algumas ocasiões ao longo dos últimos anos. Porém, divergências entre as expectativas do controlador e a proposta da ENERGISA impediram que as discussões avançassem. No ano de 2011, em processo coordenado pelo Bradesco, a ENERGISA se associou com outro grande grupo brasileiro para apresentação de uma proposta para aquisição das concessionárias do Grupo Rede. Realizada uma primeira diligência, a ENERGISA constatou que algumas ações precisariam ser tomadas para que o Grupo Rede se tornasse viável, seja (i) pela contaminação da situação econômico-financeira das holdings, (ii) pelo grave desequilíbrio de CELPA, (iii) pelos problemas de sobrecontratação de CEMAT e (iv) pelo forte descasamento contratual da Rede Comercializadora (CTCE), somente para citar os problemas mais críticos. Entendendo não ser factível a implementação de determinadas ações necessárias para a sobrevivência do Grupo Rede, relacionadas, por exemplo, aos processos de negociação de deságio para credores, a ENERGISA desistiu do processo em fevereiro de 2012, de forma que o controlador do Grupo Rede prosseguiu com o projeto de venda de suas concessionárias. Paralelamente, em agosto/2011 e em fevereiro/2012, mediante estudos elaborados no âmbito do processo de fiscalização por monitoramento periódico do equilíbrio econômico-financeiro das concessões, a Superintendência de Fiscalização Econômica e Financeira – SFF apresentou diagnósticos do desempenho das concessionárias de distribuição geridas pelo Grupo Rede, que apontaram a delicada situação econômico-financeira em que essas empresas se encontravam. As concessionárias apresentavam elevado endividamento relativamente ao fluxo de caixa obtido, problema este que ocorria preponderantemente em quatro concessionárias do Grupo: CELPA, CEMAT, EEB e Caiuá. Em 28/02/2012, a CELPA a ui ou pedido de recuperação udicial perante a us ça Estadual do ará. Em abril desse mesmo ano, observou-se o início de inadimplência sistêmica das concessionárias do Grupo Rede em relação aos encargos setoriais. _____________________________________________________________________________ 9 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões A SFF/ANEEL determinou, assim, que o Grupo Rede apresentasse um Plano de Ação, abrangendo todas as concessionárias do grupo, além da própria empresa Rede Energia S.A., e que contemplasse: a retomada imediata do recolhimento de encargos setoriais e do pagamento de fornecedores (energia e transmissão) correntes em atraso; a redução gradual da relação (E I ida quida E I A até , e es e da ida quida A – Cape ) até 7,0 vezes em todas as distribuidoras; e a liquidação imediata dos empréstimos de mútuos vencidos a pagar e a receber que envolvessem as distribuidoras ou o envio de documentos que atestassem os respectivos pagamentos, no prazo de 10 dias. Mediante a Nota Técnica no 288, de 13/07/2012, a SFF apresentou nova análise da situação econômico-financeira e de inadimplência das concessionárias de distribuição controladas pelo Grupo Rede, que indicou o agravamento do quadro dessas concessionárias. Nesse contexto, em 10/08/2012, a Diretoria da ANEEL determinou à SFF a adoção urgente de providências para a instauração de processos administrativos de verificação da sustentabilidade econômico-financeira dessas concessionárias. Em 30/08/2012 foi publicada a Medida Provisória no 577, posteriormente transformada na Lei nº 12.767/2012 que, dentre outras providências: (i) determinou a não aplicação às concessionárias de serviços públicos de energia elétrica dos regimes de recuperação judicial e extrajudicial, previstos na Lei no . , sal o posteriormente e nção da concessão; e (ii) disciplinou a intervenção administrativa para a adequação da prestação do serviço público de energia elétrica. Em 31/08/2012, por meio da Resolução Autorizativa no 3.647, a ANEEL determinou a Intervenção Administrativa na Caiuá, pelo período de um ano, com o objetivo de assegurar a prestação adequada do serviço publico de distribuição de energia elétrica e o fiel cumprimento das normas contratuais, regulamentares e legais pertinentes. Foi então designado como interventor o Sr. Sinval Zaidan Gama. Na mesma data, a ANEEL também determinou a intervenção nas demais sete concessionárias do grupo (Cemat, Celtins, EEB, CFLO, CNEE, ENERSUL e EDEVP). Findo o período de um ano, essas intervenções foram prorrogadas pelo prazo de dois anos. _____________________________________________________________________________ 10 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões Em 25/09/2012 a Equatorial assinou o contrato de aquisição da CELPA, que estava em processo de recuperação judicial. Em outubro de 2012, para atender ao § 3º do Art. 3º da REA nº 3.647/2012, o acionista majoritário do Grupo Rede à época da intervenção apresentou um Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões das 8 concessionárias de distribuição sob intervenção. Em 23/11/2012, quatro empresas holdings e uma comercializadora do Grupo Rede requereram Recuperação Judicial: Rede Energia S.A., Companhia Técnica de Comercialização de Energia (CTCE), QMRA Participações S.A. (QMRA); Denerge Desenvolvimento Energético S.A. (Denerge) e Empresa de Eletricidade Vale do Paranapanema S.A. (EDEVP). O pedido foi distribuído à 2ª Vara de Falências e Recuperação Judicial da Comarca de São Paulo-SP (proc. 0067341-20.2012.8.26.0100) e, em 19/12/2012, o processamento foi deferido, nomeando-se como administradora judicial a Deloitte Touche Tohamtsu. De acordo com a relação de credores apresentada pelas recuperandas, e mais tarde corroborada pela administradora judicial: (a) na Classe I (trabalhistas), não há credores listados; (b) na Classe II, estão listados apenas o BNDES (R$135 MM) e o FI-FGTS (R$ 712 MM); (c) na Classe III, estão listados, de forma consolidada, os credores quirografários de todas as recuperandas, alcançando-se um valor total de R$ 3.142 milhões e USD 655 milhões, incluindo dívidas com empresas ligadas. Não há credores extraconcursais. Em 15/03/2013, as recuperandas depositaram em Juízo um plano de recuperação judicial único, com condições uniformes para os credores de todas as cinco recuperandas. O plano tinha por premissa a alienação do controle societário ao consórcio formado pelas empresas CPFL Energia (CPFL) e Equatorial Energia S.A. (Equatorial). O preço da alienação seria de R$1,00 e as adquirentes se comprometiam a investir até R$ 1,8 bilhão nas recuperandas. O valor de investimento seria revertido, em parte, para pagamento dos credores e, em parte, para atender ao Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões, conforme exigido pela ANEEL. Para a ENERGISA o Grupo Rede é certamente uma grande oportunidade de consolidação no setor de distribuição de energia no Brasil. Assim, ao longo de todo esse processo, a ENERGISA se manteve atenta e atualizando suas avaliações permanentemente, até encontrar uma forma de voltar a competir. _____________________________________________________________________________ 11 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões Impedida de apresentar uma proposta de compra do Grupo Rede, em função da exclusividade concedida ao grupo concorrente até 30/06/2013, a ENERGISA teve como única estratégia viável a proposição de uma alternativa aos credores, confrontando a proposta do grupo que possuía exclusividade. A ENERGISA ingressou nos autos (então em parceria com a COPEL), em 04/04/2013, para que fosse assegurada sua participação, e de outros interessados, no processo de aquisição dos ativos do Grupo Rede. Em 29/05/2013, a ENERGISA apresentou proposta firme, embora sujeita a determinadas condições precedentes, para a aquisição dos ativos de distribuição do Grupo. A primeira assembleia geral de credores se instalou em 05/06/2013 e as recuperandas naquela oportunidade pediram, já na abertura dos trabalhos, a suspensão da reunião. A ENERGISA, que garantira na véspera o direito de participar da assembleia, assumiu o compromisso de readequar o formato da sua proposta para um idêntico àquele adotado por CPFL-Equatorial, i.e., uma proposta pela aquisição do controle acionário do grupo e não mais pelos seus ativos. Essa assembleia restou suspensa para análise dos planos pelos credores. Entre a data da assembleia (05/06/2013) e a data da sua continuação (03/07/2013), a COPEL desistiu de participar do processo, alegando que não teria tempo para concluir a diligência que estava em curso. A ENERGISA assumiu, então, integralmente os compromissos contidos na oferta. Quando da retomada da assembleia, em 03/07/2013, já com a possibilidade de rescisão da exclusividade de forma unilateral por qualquer das partes, uma vez que era válida apenas até 30/06/2013, a ENERGISA apresentou a sua oferta reformatada, a qual foi posteriormente vertida em um plano de recuperação judicial simplificado, apto a ser votado pelos credores em assembleia. O preço da alienação seria também de R$1,00. Porém, a ENERGISA se comprometeu a investir até R$1,95 bilhão nas recuperandas, além de um montante de até R$ 1,1 bilhão para atender ao Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões, conforme exigido pela ANEEL. Em 05/07/2013, numa sessão prévia a votação visando apreciar o plano de recuperação judicial, a proposta da ENERGISA foi a escolhida para ser levada à votação por ter sido superior e mais interessante para os credores e para as Recuperandas, em relação a proposta submetida por CPFL-Equatorial. Prosseguindo então os trabalhos da Assembleia Geral de Credores (“AGC”) os credores decidiram por colocar em otação o lano fundado na proposta da Energisa, que obteve o seguinte resultado: _____________________________________________________________________________ 12 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões VOTAÇÃO POR CRÉDITO CLASSE II CLASSE III Total SIM 100% 48,20% 58,44% NÃO 0,00% 51,80% 41,56% ABSTENÇÃO 0,00% 6,41% 5,21% VOTAÇÃO POR CREDOR CLASSE II CLASSE III Total SIM 100% 47,06% 47,83% NÃO 0,00% 52,94% 52,17% ABSTENÇÃO 0,00% 12,82% 12,66% A votação resultou na rejeição do plano por determinados credores quirografários, os chamados Bondholders, titulares de notas perpétuas emitidas pela Rede Energia, que votaram com R$ 1,139 bilhões ou mais de 30% dos créditos presentes à assembleia (e cerca de 36% do total dos créditos quirografários). Apresentado o resultado ao Juízo pelo Administrador Judicial, as Recuperandas, a ENERGISA e alguns credores pugnaram pela homologação do Plano na forma do art. 58, §1º, da Lei no . , o “cram down”. Os Bondholders pugnaram expressamente pela não aplicação do dispositivo e pela apresentação de um novo plano. Em 21/8/2013, o Ministério Público se manifestou favoravelmente à concessão da Recuperação Judicial. Em 09/09/2013 foi proferida decisão homologando o plano de recuperação judicial, pela via ordinária (art. 58, caput, da Lei no 11.101/2005), uma vez que o Juiz, reconsiderando sua decisão anterior, retirou o direito de voto do Bank of New York Mellon na qualidade de agente fiduciário das notas perpétuas. Além disso, a decisão reconheceu a possibilidade de voto do FIFGTS na qualidade de credor do Grupo Rede (na Classe II), bem como reconheceu o direito de sociedades coligadas à CPFL e à Equatorial a votarem em Assembleia Geral de Credores - AGC. _____________________________________________________________________________ 13 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões A decisão menciona ainda que os créditos em moeda estrangeira devem ser apurados, para efeito do cômputo do voto, pelo câmbio da véspera da primeira AGC (dia 4/6/2013) e reconhece a inexistência de tratamento diferenciado aos credores e a impossibilidade de voto da Liasa – Ligas de Alumínio S.A. Com isso, o Juízo reconheceu que o Plano foi aprovado por 100% dos credores da classe II, num total de R$ 712 milhões, e por 66,34% dos credores da classe III, num total de R$.2.081 milhões. A totalização final implica em 74,93% dos créditos favoráveis ao Plano, com o valor de R$ 2.793 milhões. A decisão foi publicada no dia 19/9/2013 e ainda está sujeita a eventuais recursos por parte dos credores, das recuperandas e/ou do Ministério Público. A partir desta data os credores terão 60 (sessenta) dias para se manifestarem quanto à forma de receber seus créditos. Com a decisão favorável em primeira instância, processos relacionados a outras condições precedentes para a aquisição do Grupo Rede começam a ser deflagrados, como submissão da operação ao CADE e à ANEEL e a desoneração das ações de controle a serem transferidas à ENERGISA, dentre outras. Todo o esforço está sendo empreendido para que a transação possa ser concluída ainda neste ano de 2013, pela urgência das concessões retornarem à normalidade. Entretanto, essa efetivação não depende apenas dos esforços do Grupo Rede e da ENERGISA. _____________________________________________________________________________ 14 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões 3. Caracterização da Concessão A Caiuá Distribuição de Energia SA – Caiuá é uma concessionária de distribuição de energia elétrica cuja sede regional localiza-se em Presidente Prudente – SP. A concessão foi celebrada pelo Governo Federal por intermédio da ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica com a Caiuá atra és do “CON RATO DE CONCESSÃO Nº 13 /99 - ANEE ”, com encimento em 7 de julho de 2015. A Caiuá foi constituída em 2005 para receber a concessão anteriormente de titularidade da Caiuá Serviços de Eletricidade SA. A atividade de distribuição originou-se na Companhia Elétrica Caiuá e após a desverticalização do Setor Elétrico é que foi transferida para a Caiuá Distribuição de Energia S.A. A distribuidora possui uma área de concessão de 9.149 Km² e, é responsável por beneficiar com energia elétrica 224.921 consumidores, equivalente a uma população de aproximadamente 530 mil habitantes, em 24 municípios da região de Presidente Prudente (interior do Estado de São Paulo), distribuindo 79.783 MWh/ano. A região da Caiuá está localizada junto à bacia hidrográfica do rio Paraná, tendo em seu território várias sub-bacias de pequenos e médios córregos com papéis importantes em sua configuração, pertencentes à bacia do rio Santo Anastácio; e pelo córrego da Onça e rio Mandaguari, que pertencem à bacia do rio do Peixe. A região apresenta-se levemente ondulada com ocorrência contínua de colinas, na grande maioria com divisores constituídos por cursos d’água. O solo é classificado como arenito Bauru, com características agrícolas, o que o torna apto a diversas culturas. _____________________________________________________________________________ 15 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões O clima da região é caracterizado como tropical chuvoso, com diminuição de chuvas no inverno e temperatura média anual de 23,6°C, tendo invernos secos e frios (com ocorrências de geadas leves em alguns poucos dias da estação) e verões chuvosos com temperaturas altas. Os meses mais quentes, janeiro e fevereiro, têm temperatura média de 26°C, sendo a média máxima de 31°C e a mínima de 21°C. E o mês mais frio, julho, possui média 20°C, sendo 26°C e 14°C a média máxima e mínima, respectivamente. Outono e primavera são estações de transição. Durante o inverno já houve vários registros de tardes em que a temperatura sequer ultrapassou a marca dos 12 °C, como em 18 de junho de 2002. A precipitação média anual é de 1.256,5 mm, sendo julho o mês mais seco, quando ocorrem apenas 33,8 mm. Em janeiro, o mês mais chuvoso, a média fica em 206,0 mm. Nos últimos anos, entretanto, os dias quentes e secos durante o inverno têm sido cada vez mais frequentes, não raro ultrapassando a marca dos 30°C, especialmente entre os meses de julho e setembro. No mês de julho do ano de 2008, a precipitação de chuva não passou de zero. No dia 26 de agosto de 2010, foi registrado pelo Instituto Climatempo 8% da umidade do ar, sendo a mais baixa do país, menor até que a umidade média registrada no deserto do Saara na África, que oscila entre 10% e 15%. Já as descargas atmosféricas ocorrem com índices médios de 4,4 raios/km2 ao ano. Com relação aos ventos, a região está inserida naquele que é conhecido como polígono dos tornados da América do Sul, que abrange leste de Minas Gerais, centro, norte e oeste de São Paulo, centro, norte e oeste de Paraná, sudeste de Mato Grosso do Sul, além de Paraguai e Argentina. _____________________________________________________________________________ 16 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões A Caiuá distribui energia elétrica às diversas classes de consumidores de sua área de atuação, na qual predominam as atividades econômicas de serviços, comércio, agropecuária, frigoríficos, indústrias alimentícias e de beneficiamento de couro bovino. O desenvolvimento da região está fortemente relacionado à posição geográfica e agricultura local que proporciona a criação de gado e produtos agrícolas, favorecendo a instalação de indústrias alimentícias e de beneficiamento de couro, além de vias de acesso que possibilitam o escoamento da produção, como exemploa Rodovia Raposo Tavares. Características da Área de Concessão Seu sistema elétrico é composto por 8 pontos de suprimento, 22 subestações e 91 alimentadores de distribuição. As linhas que atendem as subestações são de tensões que variam entre 34,5, 69, 88 e 138kV. O crescimento do mercado é da ordem de 3,09% ao ano. A evolução da quantidade de clientes pode ser observada no gráfico abaixo: Para atendimento a estrutura de redes de distribuição e quantidade de clientes mencionados a Caiuá conta com uma força de trabalho de 398 empregados próprios, 16 estagiários e 113 terceirizados. _____________________________________________________________________________ 17 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões Os funcionários estão alocados no escritório em Presidente Prudente, onde funcionam as áreas de gestão centralizadas da Caiuá, EDEVP, EEB, CNEE e CFLO, um prédio administrativo na sede da empresa, também em Presidente Prudente, e em 9 Unidades de Serviços descentralizadas, conforme figura abaixo: As áreas centralizadas em Presidente Prudente são responsáveis pela gestão dos processos, enquanto as Gerências Regionais focam o atendimento e demais atividades operacionais. Os processos centralizados são: gestão de pessoas, gestão administrativa e financeira, segurança, comunicação, processos regulatórios e ouvidoria, gestão de documentos, gestão de ativos, mercado, grandes clientes e poder público, processos comerciais, gestão de obras, gestão da manutenção, planejamento, gestão da operação do sistema, gestão de serviços operacionais, gestão de perdas e medição, suprimentos (materiais e serviços), tecnologia da informação, qualidade (sistema ISO) e gestão de processos. Outro processo centralizado é o faturamento, porém fica centralizado em Bragança Paulista, assim como a contabilidade e o jurídico ficam centralizados em São Paulo. Além das áreas de gestão listadas acima, o “call center” da Caiuá fica localizado em Presidente Prudente e é integrado ao atendimento da EDEVP, EEB, CNEE e CFLO. O COD fica localizado também em Presidente Prudente, agregando a função de supervisionar e telecomandar as subestações supervisionadas das distribuidoras, EDEVP, EEB e CNEE. _____________________________________________________________________________ 18 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões A frota destinada ao atendimento das necessidades da concessão é composta de 92 veículos, sendo 54 próprios (02 caminhões, 21 motos, 02 reboques, 04 utilitários leves, 23 utilitários médios, 01 veículo leve e 01 veículo de representação) e 38 locados (26 utilitários leves e 12 veículos leves). _____________________________________________________________________________ 19 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões 4. Diagnóstico Atual da Concessão Seção 4.01 Mercado Cenário A Caiuá possui uma área de concessão de 9.149 km² e atende a uma população de mais de 520 mil habitantes em 24 municípios da Alta Sorocabana e Alta Paulista. São eles: Adamantina, Alfredo Marcondes, Álvares Machado, Caiabu, Caiuá, Emilianópolis, Indiana, Inúbia Paulista, Lucélia, Martinópolis, Osvaldo Cruz, Parapuã, Piquerobi, Pracinha, Presidente Bernardes, Presidente Epitácio, Presidente Prudente, Presidente Venceslau, Regente Feijó, Ribeirão dos Índios, Sagres, Salmourão, Santo Anastácio e Santo Expedito. Atende a 225 mil de consumidores1. De acordo com o censo de 20102, a população atual da área de concessão da Caiuá é de 527.436 habitantes, tendo densidade demográfica média de 52,18 habitantes por quilômetro quadrado. Os 10 maiores municípios representam 91% do consumo cativo e 88% dos clientes da área de concessão. O maior município é Presidente Prudente3, com 93.504 clientes (42%) e 535.279 MWh de consumo total (50,6%). 1 Base junho/2013 2 Censo IBGE 2010 3 http://www.caiua.com.br/sobre/nosso-mercado/ _____________________________________________________________________________ 20 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões Ranking IDH Brasil por Município Ranking IDHM 2010 IDHM 2010 IDHM Renda 2010 IDHM Longevidade 2010 Adamant ina (SP) 67 º 0,790 0,772 0,857 0,702 Alf redo Marcondes (SP) 743 º 0,741 0,721 0,852 0,807 Álvares Machado (SP) 400 º 0,758 0,740 0,861 0,769 Caiabu (SP) 1052 º 0,729 0,719 0,824 0,762 Caiuá (SP) 1995 º 0,697 0,715 0,865 0,755 Emilianópolis (SP) 1107 º 0,727 0,715 0,865 0,755 Indiana (SP) 350 º 0,761 0,762 0,875 0,738 Inúbia Paulist a (SP) 383 º 0,759 0,720 0,838 0,739 Lucélia (SP) 508 º 0,752 0,717 0,866 0,768 Mart inópolis (SP) 1266 º 0,721 0,698 0,853 0,740 Osvaldo Cruz (SP) 335 º 0,762 0,717 0,866 0,768 Parapuã (SP) 850 º 0,737 0,704 0,839 0,748 Piquerobi (SP) 1574 º 0,711 0,676 0,837 0,738 Pracinha (SP) 2028 º 0,696 0,650 0,844 0,739 President e Bernardes (SP) 420 º 0,757 0,726 0,877 0,782 President e Epit ácio (SP) 551º 0,750 0,733 0,840 0,751 President e Prudent e (SP) 25 º 0,806 0,812 0,894 0,722 Municípios atendidos CAIUÁ IDHM Educação 2010 President e Venceslau (SP) 320 º 0,763 0,780 0,871 0,782 Regent e Feijó (SP) 249 º 0,768 0,766 0,883 0,746 Ribeirão dos Índios (SP) 1266 º 0,721 0,698 0,853 0,740 Sagres (SP) 1021º 0,730 0,774 0,840 0,751 Salmourão (SP) 1331º 0,719 0,672 0,848 0,717 Sant o Anast ácio (SP) 488 º 0,753 0,743 0,869 0,746 Sant o Expedit o (SP) 965 º 0,732 0,705 0,845 0,719 Fonte: PNUD. O Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM)4 de Presidente Prudente é 0,806, em 2010. O município está situado na faixa de Desenvolvimento Humano Muito Alto (IDHM entre 0,8 e 1). Entre 2000 e 2010, a dimensão que mais cresceu em termos absolutos foi Educação (com crescimento de 0,104), seguida por Longevidade e por Renda. Entre 1991 e 2000, a dimensão que mais cresceu em termos absolutos foi Educação (com crescimento de 0,233), seguida por Renda e por Longevidade. Fonte: PNUD. 4O IDH significa uma medida geral do desenvolvimento humano, sendo composto por três pilares: saúde, educação e renda. _____________________________________________________________________________ 21 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões Principais Municípios Caiuá 2012 Principais Municípios MWh Nº Cons. President e Prudent e 535.279 93.504 Adamant ina 69.445 15.087 Osvaldo Cruz 66.954 12.018 President e Epit ácio 64.892 17.399 President e Venceslau 62.775 15.786 Mart inópolis 38.086 9.812 Regent e Feijó 33.799 7.724 Álvares Machado 33.444 9.742 Sant o Anast ácio 31.666 8.144 Lucélia 30.355 7.100 966.695 196.316 Tot al Fonte: Caiuá. A renda per capita média mensal de Presidente Prudente cresceu 51,9% nas últimas duas décadas, passando de R$711,20, em 1991 para R$954,44, em 2000 e R$1.080,22, em 2010. A taxa média anual de crescimento foi de 34,2% no primeiro período e 13,2% no segundo. A extrema pobreza (medida pela proporção de pessoas com renda domiciliar per capita inferior a R$ 70,00, em reais de agosto de 2010) passou de 2,03% em 1991 para 1,83% em 2000 e para 0,85% em 2010. Renda per capita por Município – Caiuá _____________________________________________________________________________ 22 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões Municípios atendidos CAIUÁ Renda per capita Renda per capita Renda per capita 1991 2000 2010 Adamant ina (SP) R$ 525,1 R$ 696,1 Alf redo Marcondes (SP) R$ 378,5 R$ 443,3 R$ 975,4 R$ 558,4 Álvares Machado (SP) R$ 345,7 R$ 514,4 R$ 672,0 Caiabu (SP) R$ 199,8 R$ 329,6 R$ 559,1 Caiuá (SP) R$ 180,1 R$ 288,3 R$ 500,5 Emilianópolis (SP) R$ 249,4 R$ 373,4 R$ 584,8 Indiana (SP) R$ 296,2 R$ 526,6 R$ 681,3 Inúbia Paulist a (SP) R$ 292,1 R$ 400,6 R$ 576,9 Lucélia (SP) R$ 363,2 R$ 514,9 R$ 743,2 Mart inópolis (SP) R$ 443,1 R$ 458,5 R$ 636,0 Osvaldo Cruz (SP) R$ 459,2 R$ 627,9 R$ 797,6 Parapuã (SP) R$ 304,0 R$ 418,7 R$ 597,4 Piquerobi (SP) R$ 280,5 R$ 420,3 R$ 514,5 Pracinha (SP) R$ 173,4 R$ 239,6 R$ 480,6 President e Bernardes (SP) R$ 439,7 R$ 505,7 R$ 695,3 President e Epit ácio (SP) R$ 437,6 R$ 581,3 R$ 680,6 President e Prudent e (SP) R$ 711,2 R$ 954,4 R$ 1.080,2 President e Venceslau (SP) R$ 475,5 R$ 728,7 R$ 846,2 Regent e Feijó (SP) R$ 402,5 R$ 586,9 R$ 774,1 Ribeirão dos Índios (SP) R$ 265,3 R$ 284,6 R$ 489,9 Sagres (SP) R$ 225,0 R$ 262,2 R$ 592,9 Salmourão (SP) R$ 231,1 R$ 336,7 R$ 544,5 Sant o Anast ácio (SP) R$ 393,1 R$ 521,8 R$ 726,3 Sant o Expedit o (SP) R$ 292,2 R$ 406,5 R$ 497,6 Fonte: http://atlasbrasil.org.br/2013/. A desigualdade diminuiu: o Índice de Gini5 passou de 0,57 em 1991 para 0,59 em 2000 e para 0,54 em 2010. Quando comparado com o Brasil, 0,53, o município de Presidente Prudente possui uma desigualdade de renda superior aos dos brasileiros. 5 É um instrumento usado para medir o grau de concentração de renda. Ele aponta a diferença entre os rendimentos dos mais pobres e dos mais ricos. Numericamente, varia de 0 a 1, sendo que 0 representa a situação de total igualdade, ou seja, todos têm a mesma renda, e o valor 1 significa completa desigualdade de renda, ou seja, se uma só pessoa detém toda a renda do lugar. _____________________________________________________________________________ 23 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões Índice de Gini por Município - Caiuá Municípios atendidos CAIUÁ Índice de Gini 1991 Índice de Gini 2000 Índice de Gini 2010 Adamant ina (SP) 0,57 0,55 0,51 Alf redo Marcondes (SP) 0,55 0,53 0,36 Álvares Machado (SP) 0,49 0,53 0,46 Caiabu (SP) 0,40 0,41 0,37 Caiuá (SP) 0,49 0,48 0,45 Emilianópolis (SP) 0,43 0,76 0,38 Indiana (SP) 0,45 0,52 0,45 Inúbia Paulist a (SP) 0,39 0,45 0,37 Lucélia (SP) 0,52 0,53 0,46 Mart inópolis (SP) 0,59 0,54 0,45 Osvaldo Cruz (SP) 0,56 0,53 0,46 Parapuã (SP) 0,53 0,70 0,42 Piquerobi (SP) 0,54 0,54 0,42 Pracinha (SP) 0,31 0,38 0,38 President e Bernardes (SP) 0,58 0,53 0,46 President e Epit ácio (SP) 0,59 0,56 0,47 President e Prudent e (SP) 0,57 0,59 0,54 President e Venceslau (SP) 0,55 0,58 0,49 Regent e Feijó (SP) 0,47 0,54 0,46 Ribeirão dos Índios (SP) 0,58 0,42 0,38 Sagres (SP) 0,47 0,44 0,47 Salmourão (SP) 0,45 0,42 0,39 Sant o Anast ácio (SP) 0,58 0,54 0,52 Sant o Expedit o (SP) 0,51 0,51 0,41 Fonte: http://atlasbrasil.org.br/2013/. A economia regional é baseada na produção agropecuária, com expressiva participação da cana de açúcar e pecuária bovina. A pecuária local é reconhecida pela tradição na produção do gado nelore, apresentando laboratórios de melhoramentos genéticos, exposições agropecuárias, produção de sementes especiais para pastagens, entre outros. Na indústria extrativista, o segmento mais relevante é o de minerais não-metálicos, responsáveis por 1,3% do total dos empregos regionais. A indústria de transformação é basicamente agroindustrial e possui importante participação dos segmentos de alimentos, biocombustíveis, couros e calçados. O PIB dos municípios da Caiuá fechou o ano de 2010 em R$ 8,3 bilhões6, e respondendo por 0,7% do total da riqueza produzida7 no estado de São Paulo. De 2006 a 2010, o PIB a preços correntes da área de concessão da Caiuá cresceu 10,6% a.a., contra 12,3% a.a. no Brasil, no mesmo período. 6 Preços correntes 7 O PIB representa a soma de todas as riquezas finais produzidas em determinada região ou parcela da sociedade (qual seja, países, estados, cidades), durante um período determinado (mês, trimestre, ano etc.). _____________________________________________________________________________ 24 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões 9 PIB Preços Correntes (R$ bilhões) Caiuá PIB Preços Correntes (R$ bilhões) Brasil 4.000 8 3.500 7 3.000 6 2.500 5 2.000 4 1.500 3 2 1.000 1 500 - 2006 2007 2008 2009 2010 2006 2007 2008 2009 2010 Fonte: LCA. PIB Preços Correntes Crescimento (%) Caiuá e Brasil Caiuá Brasil 18,0 16,0 14,0 12,0 10,0 8,0 6,0 4,0 2,0 2006 2007 2008 2009 Fonte: LCA. Evolução do Mercado 2006 a 2012 O mercado cativo da Caiuá apresentou um crescimento médio de 2,9% a.a. entre 2006 e 2012. A classe que mais se destacou foi a Comercial, com crescimento no mesmo período de 6,7% a.a.. _____________________________________________________________________________ 25 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões Consumo Cativo Faturado Total - GWh 25,0 Cresc Acum 2006/2012 2,9% 1.050 Consumo Cativo Faturado Residencial - GWh % Crescimento 1.100 450 % Crescimento 15,0 Cresc Acum 2006/2012 4,5% 400 20,0 13,0 350 1.000 15,0 11,0 300 5,9 10,0 6,2 900 200 4,9 4,6 5,0 2,4 0,1 150 7,0 2,6 100 -0,6 850 7,6 6,8 250 950 5,0 3,5 3,0 1,0 0,0 1,0 50 800 -5,0 2006 2007 2008 2009 2010 2011 Consumo Cativo Faturado Industrial - GWh -1,0 2006 35,0 Cresc Acum 2006/2012 -4,8% 2007 2008 2010 2011 2012 % Crescimento 300 25,0 250 15,0 200 5,0 150 -5,0 100 -15,0 50 25,0 Cresc Acum 2006/2012 6,7% 20,0 13,8 6,8 150 2009 Consumo Cativo Faturado Comercial - GWh % Crescimento 250 200 - 2012 -0,4 100 -0,6 -5,1 -5,5 15,0 7,9 7,2 8,0 4,1 50 -21,5 -25,0 2007 2008 2009 2010 2011 10,0 5,0 0,0 2006 9,0 - 2012 0,0 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 Fonte: Caiuá e SAMP ANEEL. O consumo da classe residencial da Caiuá atingiu crescimento médio de 4,5% a.a. ao longo do período de 2006-2012. A menor taxa deste período foi registrada no ano de 2008, porém foi imediatamente compensada no ano seguinte, 2009. A classe industrial foi a classe que teve pior performance, com variação negativa de 4,8% a.a. no mesmo período, o que pode ser explicado por fatores da economia local destas cidades, agravada pela migração de clientes para o Mercado Livre. Em dezembro de 2012, a Caiuá possuía em sua carteira 5 clientes livres. Estes clientes respondiam por 48 GWh, 4,3% do consumo total da Companhia. O gráfico abaixo mostra o histórico de migração destes clientes para o Mercado Livre, em número de consumidores: _____________________________________________________________________________ 26 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões Número de Clientes Livres 4 IND 4 COM 2 1 2 1 1 0 2010 2011 2012 2013 Fonte: Caiuá e SAMP ANEEL. Retirando-se do histórico o consumo dos clientes livres, observa-se que o crescimento do mercado industrial da Caiuá passa de -4,8% a.a. no período de 2006 a 2012, para -0,05% a.a.. Procedendo-se da mesma maneira com o mercado comercial, a taxa de crescimento média desta classe passa de 6,7% a.a. para 7,3 % a.a.. Para o consumo total da Caiuá, a taxa média de crescimento neste período passa de 2,9% a.a. para 4,1% a.a., como se pode notar no gráfico abaixo: Crescimento (%) Sem Efeito Migração 15,0 10,0 5,0 0,0 -5,0 Ind -10,0 Com Tot -15,0 2007 2008 2009 2010 2011 2012 Fonte: Caiuá. Em 2012, a Caiuá apresentou um desempenho superior ao da Região Sudeste e ao Brasil, no Mercado Total, pelos dados da EPE. _____________________________________________________________________________ 27 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões CONSUMO DE ENERGIA ELÉTRICA - TOTAL (%) 2012 vs. 2011 CONSUMO DE ENERGIA ELÉTRICA - RESIDENCIAL (%) 2012 vs. 2011 7,6 4,9 5,1 3,5 2,0 EPE - Brasil EPE - Sudeste EPE - Brasil CAIUÁ CONSUMO DE ENERGIA ELÉTRICA - INDUSTRIAL (%) 2012 vs. 2011 3,8 EPE - Sudeste CAIUÁ CONSUMO DE ENERGIA ELÉTRICA - COMERCIAL (%) 2012 vs. 2011 8,0 7,8 (0,1) (1,6) 7,0 -5,1 EPE - Brasil EPE - Sudeste CAIUÁ EPE - Brasil EPE - Sudeste CAIUÁ Fonte: EPE e SAMP ANEEL. Os consumos residencial e comercial superaram tanto a média Brasil quanto a média da Região Sudeste, encerrando 2012 com crescimento, de 7,6% e 8,0%, respectivamente. Na classe industrial, o consumo da Caiuá registrou taxa abaixo da média Brasil e Regional. Número de Consumidores O número de consumidores da Caiuá cresceu em média 2,3% a.a. ao longo do período 20062012. Em relação aos consumidores residenciais, o crescimento geométrico no período foi de 1,8% a.a. Esta taxa foi influenciada pelos crescimentos mais amenos nos anos de 2006 a 2008 e pela desaceleração do número de consumidores residenciais em 2011, com a retomada do crescimento em 2012. O número de consumidores industriais registrou taxas de crescimento bastante elevadas neste período. Entretanto, a partir de 2010, é notória a desaceleração do ritmo de crescimento, ainda assim, atingindo forte crescimento de 16,5% no ano de 2012, alcançando, desta maneira, um crescimento médio de 19,5% a.a no período entre 2006 e 2012. O número de consumidores comerciais, por sua vez, vinha reduzindo gradativamente a taxa de crescimento desde 2007, até 2011-2012, quando as taxas de crescimento apresentaram leve recuperação. _____________________________________________________________________________ 28 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões Número de Consumidores - Total 230.000 % Crescimento 5,0 225.000 Número de Consumidores - Residencial 185.000 4,5 215.000 4,0 3,1 210.000 205.000 2,4 2,2 200.000 1,9 3,5 3,0 2,5 4,5 Cresc Acum 2006/2012 1,8% 180.000 Cresc Acum 2006/2012 2,3% 220.000 175.000 4,0 3,5 2,8 170.000 2,5 2,1 2,0 195.000 1,5 190.000 185.000 1,0 180.000 0,5 175.000 0,0 % Crescimento 5,0 165.000 1,5 1,8 2,0 2,5 1,8 2,0 1,1 160.000 3,0 1,5 1,0 155.000 2006 2007 2008 2009 2010 2011 Número de Consumidores - Industrial 8.000 2012 6.000 20,4 4.000 40,0 18.500 35,0 18.000 30,0 17.500 25,0 17.000 20,0 16.500 15,0 16.000 10,0 15.500 5,0 15.000 0,0 14.500 21,1 17,8 16,5 14,9 3.000 2.000 2007 2008 2009 2010 2011 Número de Consumidores - Comercial 19.000 26,7 5.000 0,0 2006 % Crescimento 45,0 Cresc Acum 2006/2012 19,5% 7.000 0,5 150.000 Cresc Acum 2006/2012 2,5% 2012 % Crescimento 6,0 5,0 4,0 4,0 2,7 2,5 2,1 1,8 1,9 3,0 2,0 1,0 1.000 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 0,0 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 Fonte: Caiuá e SAMP ANEEL. Consumo Médio O ligeiro crescimento do número de clientes demonstra que o aumento do mercado, ao longo do período em análise, se deveu basicamente ao número de clientes e não ao consumo médio. De fato, o consumo total médio ficou praticamente estagnado no período de 2006-2012, com crescimento quase nulo, 0,5% a.a.. O crescimento do consumo residencial médio atingiu patamar de 2,6% a.a., apresentando taxa negativa em 2008. No industrial, o consumo médio registrou queda em todos os anos do período de análise, encerrando o ano de 2012 com queda de 18,5%. O consumo médio comercial atingiu crescimento médio de 4,1% a.a ao longo de 2006-2012. O Consumo Residencial Médio da Caiuá fechou o ano de 2012 com 190 kWh/consumidor/mês, acima dos 180 kWh/consumidor/mês da região Sudeste e dos 159 kWh/consumidor/mês do Brasil. Estes resultados mostram que se trata de um consumo médio elevado, fruto da elevada renda média, refletindo uma população de alto poder aquisitivo e bem equipada em termos de eletrodomésticos nos domicílios. _____________________________________________________________________________ 29 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões 405 Cresc Acum 2006/2012 0,5% CTM Mensal CRM Mensal % Crescimento 15,0 195 13,0 190 11,0 185 9,0 180 7,0 175 5,0 170 3,0 165 1,0 160 -1,0 155 -3,0 150 -5,0 145 390 2,5 385 1,8 -0,0 380 -1,7 -3,0 375 370 2007 2008 2009 2010 2011 CIM Mensal 2012 Cresc Acum 2006/2012 -20,3% 7.000 6.000 -7,0 4.000 -17,2 3.000 -19,8 -18,5 -21,6 2.000 0,6 -1,0 -3,0 2007 2008 2009 2010 2008 2009 2010 2011 5,0 1.000 2012 % Crescimento 20,0 Cresc Acum 2006/2012 4,1% 15,0 11,7 10,0 800 -15,0 600 -25,0 400 -35,0 200 -45,0 - 5,3 4,3 -35,2 2007 1,0 -0,5 CCM Mensal 1.200 2011 2012 5,0 3,0 1,7 3,7 5,0 2,1 1.000 2006 4,6 1.400 15,0 -5,0 4,9 4,7 2006 % Crescimento 25,0 8.000 5.000 11,0 9,0 7,0 3,9 2006 13,0 Cresc Acum 2006/2012 2,6% 400 395 % Crescimento 15,0 0,0 -2,1 -5,0 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 Fonte: Caiuá e SAMP ANEEL. Seção 4.02 Regulatório (a) Qualidade da Energia Análise de evolução da Qualidade do Serviço Para uma análise efetiva da evolução dos indicadores de continuidade e da situação atual da distribuidora é importante revisitar aspectos associados à conformação e interoperabilidade dos ativos elétricos e da estrutura de atendimento existente, como também determinados aspectos da área de concessão que condicionam a prestação do serviço público de distribuição de energia elétrica ao consumidor. Esse conjunto de informações é apresentado ao longo desse Plano de Recuperação e contemplou questões como: Região com clima tropical chuvoso; Localizada no polígono dos tornados da América do Sul; Relevo com existência contínua de colinas; Malha elétrica bem distribuída com 8 pontos de suprimento, 22 subestações e 91 alimentadores de distribuição; _____________________________________________________________________________ 30 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões Passivo de equipamentos contaminados com PCB; Predominância de redes de distribuição com característica aérea nua na BT e MT; Apenas 36% das subestações automatizadas; Ausência de equipamentos de proteção e manobras nas redes de distribuição com comunicação para monitoramento ou acionamento remoto; e Restrições ambientais para realização de podas. Grande interferência da arborização na rede de distribuição; É o conhecimento dos parâmetros técnicos em conjunto com essas especificidades que permite um maior entendimento da evolução da Qualidade do Serviço ao longo dos anos e uma visão das questões a serem enfrentadas futuramente pelo planejamento e pela operação dos sistemas de distribuição na região no atendimento das demandas regulatórias. Para orientar as discussões desse Capítulo, o Plano de Recuperação se baseou em informações passadas pelos Interventores, visitas técnicas às áreas de concessão, análise estatísticas dos dados das distribuidoras para ocorrências emergenciais e levantamento das contribuições encaminhadas para a ANEEL por ocasião dos processos de definição dos limites regulatórios para a Qualidade do Serviço dos conjuntos elétricos. Cumpre ressalvar nosso entendimento que um maior conhecimento futuro, de demais aspectos que afetam os resultados da qualidade na região, a partir do aprofundamento nas causas associadas aos desligamentos de energia, pode favorecer o alinhamento das estratégias empresariais em prol da consecução dos objetivos pretendidos. De modo a avaliar o comportamento dos indicadores de continuidade da Caiuá ao longo dos últimos ciclos de revisões tarifárias, apresentam-se a seguir gráficos com os índices realizados de DEC e FEC bem como os limites ANEEL desde o ano de início do 1CRTP (2005). O gráfico a seguir apresenta os resultados e limites de DEC: _____________________________________________________________________________ 31 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões Evolução do DEC na Caiuá: comparação entre realizado e limite regulatório CAIUÁ DEC 12 10,18 3 CRTP 2 CRTP 1 CRTP 10,16 10,14 10,02 10,02 10 9,61 9,54 9,12 8,96 8,59 8,27 8 7,82 6 4 6,75 7,21 8,05 7,30 6,98 5,93 6,48 7,20 7,69 2 0 2005 2006 2007 2008 2009 2010 DEC REALIZADO 2011 2012 2013 2014 2015 2016 DEC limite Homolog A avaliação dos resultados do DEC praticado pela Caiuá, até o ano de 2012, permite identificar que a distribuidora vem continuamente praticando valores inferiores aos limites regulatórios estabelecidos pela ANEEL. Tem-se ainda, através de uma projeção informada pela empresa, que o ano de 2013 também aponta para o atendimento do limite regulatório. Portanto, é possível concluir que as questões operacionais relacionadas às eventuais dificuldades no atendimento à área de concessão foram devidamente equacionadas, com a empresa bem posicionada, em um patamar consideravelmente baixo em termos de DEC realizado (inferior a 8 horas/ano). Não obstante, nota-se que ao longo dos anos a margem de segurança entre os valores realizados e seus respectivos limites (que sinaliza a condição adequada para a operação da distribuidora, sem incorrer em transgressão significativa dos indicadores individuais), vem reduzindo significativamente. As taxas de decréscimo constantes na trajetória aplicada pelo Regulador (no 3CRTP de 4,43% a.a., contra 0,47% a.a. e 3,05% a.a no 1CRTP e 2CRTP respectivamente) se mostram factíveis para a área de concessão, embora os próximos anos tragam o desafio do ajuste da operação e do planejamento frente a necessidade de garantir a melhoria continuada em face do envelhecimento dos ativos. O resultado do FEC também apresenta uma trajetória similar a do DEC. Tem-se aqui, da mesma forma, uma margem de segurança do realizado em relação aos limites regulatórios, que entretanto vem se reduzindo ao longo dos anos. _____________________________________________________________________________ 32 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões Apresentamos esse gráfico com os resultados e limites de FEC da Caiuá: Evolução do FEC na Caiuá: comparação entre realizado e limite regulatório CAIUÁ FEC 25 1 CRTP 2 CRTP 3 CRTP 21,50 19,71 20 17,82 16,03 14,81 15 13,11 11,39 10,46 10,20 10 5 6,78 7,92 9,01 7,90 5,66 6,96 7,16 7,47 8,22 2011 2012 2013 9,64 8,91 8,54 2015 2016 0 2005 2006 2007 2008 2009 2010 FEC REALIZADO 2014 FEC limite homolog. No FEC a trajetória de limites regulatórios do período referente ao 3CRTP se apresenta com uma taxa inferior à exigência estabelecida nos dois ciclos anteriores, como resultado do modelo estatístico da ANEEL e da grande entrega já realizada nos períodos anteriores. Observa-se uma taxa média de redução de 5,74% a.a. Importante destacar que, apesar desse índice ser menos exigente do que os dois primeiros ciclos (9,32% a.a. e 10,93% a.a. para o 1CRTP e 2CRTP, respectivamente), tal fato não pode ser entendido como uma atenuação da exigência de melhoria da qualidade do serviço prestado. Isso porque a Caiuá já observa a exigência de limites regulatórios em um patamar relativamente baixo, é natural que a acomodação da trajetória ocorra. O último ano do 3CRTP (2016) prevê o patamar de 8,54 interrupções. Portanto, em termos da Qualidade do Serviço, pode-se observar que a distribuidora tem alcançado bons resultados no atendimento à área de concessão e deve seguir melhorando continuamente seus indicadores (até o padrão da rede), de forma a preservar a margem de segurança em relação aos limites regulatórios. Análise de evolução da Qualidade do Produto O processo de análise da situação atual da Caiuá amplia-se aqui por meio dessa avaliação da performance da empresa no quesito Qualidade do Produto, que é ofertado aos consumidores de acordo com o estabelecido na Seção 8.1 do Módulo 8 do PRODIST. O estudo, no entanto, atem-se às condições relacionadas aos indicadores de conformidade de tensão (nível de _____________________________________________________________________________ 33 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões tensão em regime permanente) por meio da avaliação do DRPE e DRCE da distribuidora, bem como, dos montantes pagos por violações dos limites de DRP e DRC dos consumidores, como veremos mais à frente. Nesse sentido, o universo da análise compreende o período iniciado em 2003 quando a ANEEL passou a receber os dados das medições amostrais de tensão das distribuidoras brasileiras, momento em que se propunha com esta ação o aperfeiçoamento das disposições relativas ao controle dos níveis de tensão em regime permanente no sentido de reforçar a atuação preventiva do regulamento, até o ano corrente. Não cabendo neste momento detalhar a forma tampouco a metodologia do cálculo, o gráfico a seguir ilustra o resultado dos indicadores DRPE e DRCE (realizado) da Caiuá ao longo do período informado, contrastando com os limites regulatórios (DRCM e DRPM): Resultados dos indicadores da Qualidade do Produto na Caiuá CAIUÁ DRPE e DRCE 6% 5,32% 5% 3,95% 4% 3,41% 2,90% 2,76% 3% 2% 1,71% 1,26% 1,63% 1,25% 1,19% 1% 0,57% 0,29% 0,21% 0,01% 0,01% 0,04% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,01% 0,02% 0% 2003 2004 2005 2006 2007 DRCE 2008 DRPE 2009 DRCM 2010 2011 2012 2013 DRPM Observa-se que o DRPE da Caiuá retomou a partir de 2011 uma tendência de elevação, inclusive com um resultado de violação do limite equivalente padrão (3%) no ano de 2012 e no ano de 2013 (relativo aos dois primeiros trimestres do ano). O DRCE, no entanto, possui um comportamento de atendimento dos limites padrões. Ambos devem ser devidamente trabalhados na área de concessão, em busca da reversão da tendência verificada de violação. (b) Compensações Pagas Indicadores de continuidade individuais Após a análise que envolve os resultados e limites de indicadores de continuidade coletivos (DEC e FEC) é importante uma avaliação, dos indicadores de continuidade individuais (DIC, FIC, _____________________________________________________________________________ 34 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões DMIC e DICRI), dada a correlação natural entre essas instâncias da regulamentação da Qualidade do Serviço. Nesse âmbito a avaliação recai sobre os resultados históricos de compensações pagas aos consumidores, propiciando informações sobre o desempenho da empresa e a realização de projeções para os próximos anos, considerando todas as condições e características que envolvem a empresa, sejam elas inerentes aos processos da qualidade e a metodologia, sejam motivadas pela condição atual da Caiuá. Dessa forma, apresenta-se a seguir o desempenho da distribuidora quanto ao pagamento de compensações ao longo dos últimos anos. Evolução dos pagamentos de compensações por violação dos indicadores individuais Depreende-se da tabela a seguir que, apesar do ano de 2012 apresentar uma elevação superior a 60% em relação ao ano anterior, o comprometimento de Parcela B da distribuidora com o pagamento de compensações aos seus consumidores ainda é baixo em termos setoriais (0,43%), reflexo da margem de segurança existente. _____________________________________________________________________________ 35 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões Ranking do comprometimento da Parcela B com compensações DISTRIBUIDORA Compensação/ Parcela B CELPA CEMAT CEB-DIS CELTINS CEEE-D AES-SUL CELPE CEMIG-D ELETROPAULO ENERSUL EEB ELEKTRO ESE CELESC-DIS EPB COPEL-DIS ENF EMG BANDEIRANTE COSERN CAIUÁ-D CNEE CPFL-Paulista COELCE CPFL- Piratininga EBO EDEVP CFLO 9,51% 3,67% 3,00% 2,98% 2,70% 2,56% 1,37% 1,22% 1,11% 1,06% 1,01% 0,92% 0,72% 0,67% 0,61% 0,57% 0,56% 0,55% 0,51% 0,50% 0,43% 0,38% 0,38% 0,27% 0,24% 0,21% 0,17% 0,10% Ordem Posição 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 1º 2º 3º 4º O ranking setorial foi construído considerando a Parcela B atual e as compensações pagas pelas distribuidoras em 2012, para fins de orientação desse trabalho. Se a empresa consegue manter seu realizado distante dos limites regulatórios, em termos de indicadores coletivos, é sinal que em termos de indicadores individuais não são encontradas dificuldades significativas em atender as Tabelas do PRODIST. O desafio para os próximos anos é manter esse perfil de atendimento à medida que a margem de segurança vai se estreitando, caso contrário, o comprometimento da Parcela B vai se tornando maior, afetando os resultados da empresa. A estratégia empresarial, portanto, nesse caso, deve estar atenta a essa necessidade de garantir a observação na área de concessão das tabelas de indicadores individuais do PRODIST, para além de um mero atendimento dos indicadores DEC e FEC. _____________________________________________________________________________ 36 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões Indicadores de conformidade de tensão Como consequência dos índices de conformidade de tensão já aqui apresentados, tem-se um dispêndio relativo às compensações individuais pagas aos consumidores - por força da violação dos limites individuais de DRP e DRC, seja ela originada em processos amostrais ou por solicitação dos próprios consumidores – muito pouco expressivo. O gráfico a seguir ilustra essa situação. Compensações por violações na Qualidade do Produto CAIUÁ R$ 5,00 R$ 4,50 R$ 4,00 R$ 3,50 R$ 3,00 R$ 2,50 4,503 R$ 2,00 R$ 1,50 R$ 1,00 R$ 0,50 0,426 0,802 R$ 2011 2012 2013 Valor de compensações (R$/mil) Apesar do resultado de deterioração do indicador DRPE apresentado na análise dos indicadores equivalentes, o mesmo cenário não é encontrado no comportamento dos montantes pagos por violação dos limites de DRC e DRP. Dessa forma, o resultado sinaliza uma condição favorável na área de concessão e não se mostra assim um problema para a empresa no atendimento ao mercado consumidor. Tal conclusão é reforçada pelo resultado do indicador DRCE (destacado anteriormente) que apresenta um comportamento adequado e também através das análises que consideram a performance de distribuidoras similares à Caiuá como forma de comparação. O gráfico a seguir ilustra essa avaliação. _____________________________________________________________________________ 37 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões Compensações por conformidade de tensão: comparativo setorial Compensações por conformidade do nível de tensão (R$/mil) R$ 45,00 39,99 R$ 40,00 R$ 35,00 27,85 R$ 30,00 R$ 25,00 19,89 R$ 20,00 R$ 15,00 R$ 10,00 R$ 5,00 4,50 2,40 5,14 4,59 0,31 0,43 0,00 0,00 0,00 R$ - 5,61 4,47 2011 CAIUÁ-D EEB 2,42 3,22 1,46 0,45 2,91 0,80 6,99 0,64 2012 CNEE EMG ENF CPFL Santa Cruz CPFL Sul Paulista 0,16 2,14 2,71 0,01 0,11 2013 CPFL Leste Paulista CPFL Mococa CPFL Jaguari Obtém-se na análise do gráfico anterior um comportamento de distribuidoras similares em termos de pagamentos de compensações em montantes superiores ao que é atualmente praticado pela Caiuá. Importante citar que as empresas adotadas como comparáveis à Caiuá foram definidas a partir da análise de trabalhos realizados pela própria ANEEL relativos aos processos de revisão tarifária da distribuidora. Nestes há comparações com as mesmas empresas aqui elencadas. Deve-se aqui ressaltar que as conclusões e análises indicadas estão baseadas em um cenário atual da regulamentação relativa à gestão da tensão em regime permanente. Obviamente a Caiuá deve ser inserida, tal quais as demais que não vivem este movimento de recuperação judicial, nas discussões e variações que o regulamento poderá imputar com base nos resultados da Audiência Pública 093/2013. Audiência esta que pode trazer alterações expressivas para o cenário atual deste tema. (c) Sanções Regulatórias Em relação aos processos punitivos de caráter administrativo, a distribuidora possui: (i) Termos de Notificação anteriores à intervenção e sem decisão por parte das Agências Reguladoras; (ii) Termos de Notificação emitidos durante o período de intervenção com caráter orientativo e /ou determinativo como disposto no Despacho 1.493/2013; e (iii) Autos de Infração com exigibilidade suspensa. Nas tabelas seguintes apresentamos os Autos de Infração e Termos de Notificação citados acima. _____________________________________________________________________________ 38 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões Autos de Infração - Caiuá Auto de Infração Penalidade Inicial (R$) Penalidade pós Recurso (R$) Inadimplência Encargos setoriais 085/2012 3.111.007,45 3.111.007,45 ANEEL Indicadores de Continuidade 0385/2012-ARSESP 1.629,10 2.029,35 Agência Estadual 3 Teleatendimento 0360/2011 - ARSESP 37.972,95 37.972,95 Agência Estadual 4 Inconsistências no Preenchimento do RIT 015/2013-SFF 27.036,13 27.036,13 ANEEL nº Tema 1 2 Situação Termos de Notificação – Caiuá nº Termo de Notificação Tema 1 083/2003 2 077/2006 3 108/2007 - SFF Recomposição Tarifária Extraordinária – RTE 4 156/2011 – SFF Fiscalização do Ativo Imobilizado em Serviço 5 2340/2012 6 036/20313 Fiscalização Racionamento – Encerramento Relatório de Fiscalização da Recomposição Tarifária Extraordinária – RTE Pesquisa e Desenvolvimento - P&D e Programa de Eficiência Energética – EE Relatório de Fiscalização Técnica Periódica (RF 0040/2013 ARSESP-SPE) Dentre as sanções regulatórias impostas pela ANEEL à empresa, destaca-se o Auto de Infração nº 085/2012 - que resultou em multa de R$ 3,1 milhões (valor histórico) – decorrente da inadimplência da distribuidora no pagamento dos encargos setoriais. Inadimplência esta originada na situação econômico-financeira da concessão que resultou em processo de intervenção e na necessidade da apresentação do presente plano de recuperação. (d) Perdas de Energia A representatividade de perdas totais de energia no balanço energético da Caiuá é baixa e se situa na ordem de 8% ao longo dos anos, conforme ilustrado abaixo. _____________________________________________________________________________ 39 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões Destaca-se que a maior participação na composição das perdas de energia se dá pela incidência da perda técnica. A perda técnica representa cerca de 80% das perdas totais. As perdas não técnicas, por outro lado, se situam em patamar baixíssimo se comparado com o vivenciado pelo setor de distribuição de energia elétrica. No que tange a estrutura de combate às perdas não técnicas, destaca-se que há uma gerência responsável pela gestão das ações e acompanhamento dos resultados, estando esta ligada à superintendência comercial. A estrutura da gerencia é compartilhada entre as empresas da Rede Sul (Bragantina, Caiuá, Força e Luz do Oeste, Nacional, Vale Paranapanema). Nesta gerência há duas coordenações, sendo uma de Recuperação de Perda e outra de Medição. Apesar do enorme esforço no combate as perdas por parte da Caiuá, a empresa ainda se encontra em patamar de perda acima do estipulado pela ANEEL, como é ilustrado no gráfico abaixo. O descasamento e sua consequência serão abordados em outros capítulos deste documento. Efetivamente a não cobertura dos custos com perdas de energia é um problema que agrava uma concessão que não demonstra problemas de perdas elétricas , dado o baixíssimo patamar de operação que se encontra. A situação que a empresa se encontra é sui generis: o alvo de perdas regulatórias não promove a eficiência ou guarda razoabilidade econômica e técnica. O patamar de perdas requerido é simplesmente inatingível com os meios que podem ser acessados por concessões deste porte. E o pior é a evicção de receitas é permanente, ao fixar um teto inatingível, retira capacidade financeira da concessão, criando um descasamento entre a perda regulatória e a perda real de R$ 8 milhões até o final do ciclo tarifário atual. Esta receita poderia estar sendo aplicado na modernização e investimentos mais rentáveis e produtivos para a distribuidora. _____________________________________________________________________________ 40 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões Perda Real versus Perda Regulatória 8,6% 8,9% 8,0% 8,2% 8,1% 8,1% 8,1% 8,1% 7,3% 2009 2010 2011 2012 2013 7,6% 7,4% 8,1% 2008 Perda Global (Homologada) Perda Real Fonte: informações da própria distribuidora e ANEEL (*) 2013 projetado Por fim, dentre as principais atividades e processos relacionados ao combate a perdas, que ensejarão esforço operacional para se buscar melhoria no patamar de perdas, de acordo com as interações junto à equipe da Caiuá, destacamos: Estabelecimento de uma área de inteligência em combate a perdas; Melhorias no processo de inspeção; Melhoria na gestão e conhecimento da taxa de reincidência; Esforço relacionado à aferição e blindagem de medidores; Melhoria no controle da taxa de falha de medidores; Instalação de laboratório de medidores; Esforço no que diz repeito ao investimento em perdas, especialmente troca de medidores e inversões em ativos de rede; e Obras de reforço e modernização de redes e SEs que possam ter impacto marginal nas perdas técnicas. _____________________________________________________________________________ 41 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões (e) Incorporação de Redes e Ressarcimento de Consumidores As Resoluções Normativas 365/09, 368/09 e 488/12 estabeleceram prazos para restituições de antecipações para as obras executadas por consumidores utilizadas para o atendimento à universalização. Sendo estes, em resumo: Resolução Normativa 365/2009 - prazo de 26/06/2009, para restituição dos valores antecipados pelos consumidores, para as obras executadas no período de 01/01/2004 a 31/12/2008; Resolução Normativa 368/2009 - prazo de 31/12/2009, para restituição dos valores das antecipações de obras executadas no período de 30/04/2003 a 11/11/2003; Resolução Normativa 488/2012 - prazo de 20/10/2012, para restituição das antecipações relacionadas às obras executadas no período de 01/01/2009 a 11/07/2011 e prazo limite da universalização da distribuidora para restituição das antecipações para as obras executadas a partir de 12/07/2011 e obras com valores acima de 03 (três) vezes o custo unitário do Programa Luz para Todos - PLPT. Além do ressarcimento devido à incorporação de redes para atendimento à universalização, a Resolução Normativa 250/2007, revogada pela Resolução Normativa 414/2010, estabeleceu os procedimentos para fixação do encargo de responsabilidade da concessionária e para cálculo da participação financeira do consumidor. O artigo 12 da referida Resolução estabeleceu que em relação aos pedidos de aumento de carga ou de novas ligações, efetivados a partir da publicação da Lei nº 10.762/2003, as distribuidoras deveriam realizar os respectivos acertos financeiros e contábeis no prazo de 01 ano de sua publicação, ou seja, 13/02/2008. Segundo valores apurados, relativos à 30/06/13, a distribuidora possui montante de R$ 458,4 mil para incorporação de redes e devolução aos consumidores dos valores antecipados no âmbito do Programa de Universalização e R$ 3,4 milhões de restituições a serem realizadas até o ano de 2015. (f) Nível Tarifário O Contrato de Concessão nº 13/1999, que regula a exploração dos serviços públicos de distribuição de energia elétrica na área de concessão da Caiuá, define a data de 10 de maio de cada ano para a realização dos eventos tarifários. A terceira revisão tarifária periódica ocorreu em maio de 2012. Em 2013 realizaram dois eventos tarifários, a revisão tarifária extraordinária em janeiro e o próprio reajuste tarifário em maio passado. _____________________________________________________________________________ 42 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões A Revisão Tarifária Periódica de 2012 da Caiuá foi deliberada na Reunião Pública Ordinária da Diretoria da ANEEL realizada no dia 08/05/2012, cujo resultado representou, em média, um reposicionamento das tarifas homologadas no ano anterior de 7,60%, sendo 7,56% referentes ao Reposicionamento Tarifário – RT econômico e 2,11% relativos aos componentes financeiros pertinentes, conforme consta da Resolução Homologatória nº 1.288, de 08 de maio de 2012. Com respaldo na Medida Provisória n° 579/2012, convertida na Lei n° 12.783, de 11 de janeiro de 2013, as tarifas da Caiuá de 2012, foram recalculadas para refletir os efeitos da renovação das concessões de geração, transmissão e distribuição, além da redução dos encargos setoriais. O reajuste tarifário de 2013 ensejou um impacto médio das tarifas de 13,59%. Onde 12,12% foram referentes ao reajuste tarifário anual econômico. Os itens financeiros variaram 1,47%. A seguir mostra a atual composição da tarifa média da Caiuá: Composição Tarifa Média 30% 70% Parcela B Parcela A Tarifa Média Ressalta-se que não se encontram refletidos na composição da tarifa média os impostos ICMS e PIS/COFINS. Observa-se que a Parcela A responde pela maior parte da tarifa média. A seguir apresentamos a composição da Parcela A da Caiuá. _____________________________________________________________________________ 43 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões Composição Parcela A 7% 83% Transporte Energia Encargos 10% Parcela A Dentre as componentes da Parcela A, a maior representatividade é da compra de energia, seguida pelos encargos setoriais. No caso da compra de energia, a maior representatividade são de contratos bilaterais e de energia regulada (CCEARs de energia velha e nova), que somam 78% da carteira, como mostrado abaixo. No transporte a maior parte (82%) é oriunda de custos atrelados à rede básica. _____________________________________________________________________________ 44 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões Composição Transporte Uso do sistema de distribuição Rede Básica 82% Transporte de Itaipu 18% Transporte Em relação aos encargos setoriais, os destaques ficam por conta dos encargos de segurança do sistema (ESS) e de energia de reserva (EER), que representam 33%, e por conta do Proinfa que soma 34%. O ESS e EER estão diretamente atrelados ao despacho térmico de reserva e base e pode variar ano a ano, dependendo das condições dos reservatórios das hidroelétricas. Composição Encargos 14% ONS 0% 34% P&D e PEE Proinfa ESS/EER 33% 3% 16% CDE Taxa de Fiscalização Encargos Por fim, destaca-se a composição da Parcela B da Caiuá, onde a maior parte é formada pelos custos operacionais. Ressalta-se que a capacidade de caixa regulatório (EBITDA regulatório) representa 25% (14% de remuneração e 11% de reintegração). _____________________________________________________________________________ 45 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões Composição Parcela B 7% 11% 2% 14% Anuidades AIS não Elétrico Reintegração Remuneração Receitas Irrecuperáveis Custos Operacionais 67% Parcela B Destaca-se, desde já, que a representatividade do EBITDA regulatório da Caiuá destoa completamente da média das demais concessões, já indicando uma geração baixa de caixa frente aos riscos e desafios da concessão. Esta geração baixa de caixa explica-se, em grande parte, como veremos no tópico seguinte, pela baixa base de remuneração da empresa, que foi afetada, principalmente, pela não reposição do investimento, gerando um estoque de ativos totalmente depreciados. 3ª Revisão Tarifária Periódica A terceira revisão tarifária da Caiuá, ocorrida em maio de 2012, definiu o valor de Parcela B (antes da incidência de penalização por descumprimento de investimentos do Fator X do 2º ciclo e do fator de Produtividade) de R$ 79,98 milhões, como mostrado a seguir. Custos Operacionais Custos Operacionais Receitas Irrecuperáveis - Encargos Setoriais Demais Receitas Irrecuperáveis Remuneração do Capital (RC) Quota de Reintegração Regulatória (QRR) Custo anual das instalações móveis e imóveis (CAIMI) Total EBITDA Regulatório R$ Mil 53.603 87 1.473 10.861 8.758 5.202 79.983 19.619 O fluxo de caixa regulatório (EBITDA Regulatório) homologado é de R$ 19,6 milhões, fluxo este que visa remunerar o capital empregado e dar sustentabilidade a reposição e expansão dos investimentos. _____________________________________________________________________________ 46 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões Como já destacado, o custo operacional é o item de maior representatividade da Parcela B. O custo operacional regulatório homologado, de R$ 53,6 milhões, foi fruto da composição da variação do produto e dos indicadores financeiros (IGP-M e IPCA), a seguir apresentados. Vetores Custos Operacionais Variação total do produto (∆ ) - CR Variação anual do produto Índice de Produtividade do OPEX Variação IPCA Variação IGPM a 3CR 16,4% 3,9% 0,8% 24,2% 24,3% O produto (km redes, unidades consumidoras e mercado) variou entre o 2º e 3º ciclo 16,4%, o que representa uma variação anual de 3,9%. O IPCA e o IGP-M variaram, respectivamente, 24,2% e 24,3%. Esses parâmetros ensejaram no custo operacional homologado. A seguir seguem as produtividades técnica (Fator Pd) e de trajetória de custos (Fator T) homologada para a EBB para o 3º ciclo. Fator X Fator Pd Fator T % aa 1,47% 0,00% Quanto a Base de Remuneração, abaixo apresentada, mostra que 17% do valor novo de reposição (VNR) é oriundo de ativo de terceiros (doações ou Obrigações Especiais – OE) e 21% são ativos totalmente depreciados. O resultado é que 38% dos ativos da Caiuá não recebem remuneração, tampouco depreciação. A Base de Remuneração Líquida (BRRl) representa 26% do VNR. _____________________________________________________________________________ 47 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões Base de Remuneração R$ Mil Valor Novo de Reposição (VNR) Obrigações Especiais (OE) Bens totalmente depreciados (DEPR) OE / VNR DEPR / VNR 387.864 64.415 81.498 17% 21% Base de Remuneração Bruta (BBRb) Base de Remuneração Líquida (BBRl) BRRl / VNR 238.198 101.373 26% Remuneração do Capital Taxa de Remuneração Efetiva (%) 11.226 11,1% Reinteração do Capital Taxa de Reintegração Efetiva (%) 9.456 4,0% A taxa de reintegração (ou depreciação) homologada foi de 4,0%, enquanto que a taxa de remuneração efetiva foi de 11,1%. O WACC regulatório homologado no 3º ciclo de revisão foi de 11,36%. A diferença entre o WACC regulatório e a taxa de remuneração efetiva (11,1%) explica-se pela remuneração de ativos oriundos de recursos da RGR (1,65% para investimentos no PLPT e 3,62% para demais ativos). (g) Compra de Energia O suprimento de energia para a distribuidora é realizado por meio de CCEARs de Energia Nova e Energia Existente, Cotas de Garantia Física, Quota de Itaipu, Quota do Proinfa e Contratos Bilaterais. Para os anos de 2013 e 2014, destaca-se o recebimento de CCEARs de energia nova oriundos da Caiuá, que representaram acréscimo de 9,634 MWmed em 2013 e de 4,055 MWmed em 2014. Estas ações minimizaram a subcontratação vislumbrada para Caiuá para esses anos. O preço médio atual de compra de energia da Caiuá é igual a R$ 129,89/MWh. (h) P&D e PEE Conforme determina a legislação específica, em particular a Lei nº 9.991, de 24 de julho de 2000, as empresas concessionárias de distribuição de energia elétrica devem aplicar um percentual mínimo da receita operacional líquida (ROL) em projetos de Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico do Setor de Energia Elétrica – P&D e em Programas de Eficiência Energética - PEE, segundo regulamentos da Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL. _____________________________________________________________________________ 48 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões Conforme estabelecido no Manual do P&D o objetivo dos projetos é promover e viabilizar o ciclo completo da cadeia da inovação, incentivando a associação de empresas em torno de iniciativas que disponham de escala apropriada para desenvolver conhecimento e transformar boas ideias, experimentos laboratoriais bem sucedidos e qualidade de modelos matemáticos em resultados práticos que melhorem o desempenho das organizações e a vida das pessoas. Os projetos de P&D regulados pela ANEEL são aqueles destinados à capacitação e ao desenvolvimento tecnológico das empresas de energia elétrica, visando à geração de novos processos ou produtos, ou o aprimoramento de suas características. O objetivo do PEE, conforme disposto no Manual editado pela ANEEL, é promover o uso eficiente e racional de energia elétrica em todos os setores da economia por meio de projetos que demonstrem a importância e a viabilidade econômica de ações de combate ao desperdício e de melhoria da eficiência energética de equipamentos, processos e usos finais de energia. Para isso, busca-se maximizar os benefícios públicos da energia economizada e da demanda evitada no âmbito desses programas. A proposta institucional é, portanto, a transformação do mercado de energia elétrica, estimulando o desenvolvimento de novas tecnologias e a criação de hábitos e práticas racionais de uso da energia elétrica. Ambos os programas devem ser gerenciados pela empresa, por meio de uma estrutura própria e de gestão tecnológica. As obrigações legais de investimento em projetos de P&D e programas de Eficiência Energética são constituídas a partir do reconhecimento contábil, pelas concessionárias de distribuição de energia elétrica, dos itens que compõem a Receita Operacional Líquida - ROL, conforme disposto no disposto no Manual de Contabilidade do Setor Elétrico – MCSE, instituído pela Resolução ANEEL nº 444, de 26 de outubro de 2001, e alterações posteriores. Conforme informações de conhecimento da ANEEL, a empresa Caiuá possui expressivo saldo a aplicar em P&D e PEE, como pode ser avaliado a partir do quadro a seguir: Saldo em junho/2013 do P&D e PEE SALDO EM JUNHO/2013 PEE EMPRESA SALDO c/ SELIC CAIUÁ 6.078,74 SALDO s/ SELIC 3.481,50 P&D LIMITE 2.477,31 SALDO c/ SELIC 3.533,46 SALDO s/ SELIC 1.977,33 LIMITE 991,35 Valores em Reais/mil _____________________________________________________________________________ 49 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões A empresa que acumular, em 31 de dezembro de cada ano, na Conta Contábil de P&D montante superior ao investimento obrigatório dos 24 meses, incluindo o mês de apuração, estará sujeita às penalidades previstas na Resolução Normativa nº 63 de 12 de maio de 2004. Da mesma forma, a distribuidora que acumular, em 31 de dezembro de cada ano, na Conta Contábil de Eficiência Energética, montante superior ao investimento obrigatório dos últimos 24 meses, incluindo o mês de apuração, estará também sujeita às penalidades previstas na Resolução Normativa nº 63/2004. (i) Ativo Imobilizado após o 3º ciclo de Revisão Os investimentos da Caiuá Distribuição de Energia S/A adicionados ao Ativo Imobilizado em Serviço (AIS) após a data de corte do 3º ciclo de revisão tarifária até o mês de junho de 2013 totalizaram R$ 27,2 Milhões, sendo R$21,9 Milhões ou 80,6% investidos em Ativos Elétricos e R$5,3 Milhões ou 19,4% investidos em Ativos Não Elétricos. Investimentos adicionados ao AIS após data de corte 3º CRTP Investimentos adicionados ao AIS após data de corte 3º CRTP 27.289,0 21.987,0 19,4% 80,6% 5.302,0 Total Adição AIS Elétricos Não Elétricos Elétricos Não Elétricos Dos investimentos em Ativos Elétricos, R$ 20,6 milhões ou 94% foram realizados com Recursos Próprios e R$ 1,3 milhões ou 6,0% foram realizados com Recursos de Terceiros. Da origem dos Recursos de Terceiros, R$ 0,49 milhões ou 37,8% tiveram origem na Participação Financeira do Consumidor e R$0,81 milhões ou 62,2% tiveram origem em Demais Participações. Investimentos Elétricos adicionados ao AIS após data de corte 3º CRTP 21.987,0 Investimentos Elétricos adicionados ao AIS após data de corte 3º CRTP 20.676,0 6,0% 94,0% 1.311,0 Elétricos Elétricos Recursos Próprios Recursos Próprios Recursos Terceiros Recursos Terceiros Recursos Próprios Recursos Terceiros _____________________________________________________________________________ 50 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões Do montante de investimentos em Ativos Elétricos, R$ 14,9 milhões ou 68% foram investidos em Redes de Distribuição de Média Tensão, R$ 4,7 milhões ou 22% foram investidos em SE de Alta Tensão (69Kv). Os outros investimentos em Ativos Elétricos montam R$ 2,3 milhões ou 10% e foram direcionados para, SE de Média Tensão, Subestações de Alta Tensão (138 Kv), e aquisição de demais equipamentos elétricos. Investimentos Elétricos adicionados ao AIS após data de corte 3º CRTP 14.928,0 Redes MT (25 kV a 44 kV) SE MT (primário 30 kV a 44 kV) SE AT (primário de 69 kV) 4.715,0 SE AT (primário 88 kV a 138 kV) Demais Máq. e Equip. 959,0 649,0 736,0 1 Investimentos Elétricos adicionados ao AIS após data de corte 3º CRTP 3% 3% Redes MT (25 kV a 44 kV) 22% SE MT (primário 30 kV a 44 kV) SE AT (primário de 69 kV) 4% SE AT (primário 88 kV a 138 kV) 68% Demais Máq. e Equip. Fonte: RIT – Relatório de Informações Trimestrais (j) Renovação das Concessões Conforme Contrato de Concessão de Distribuição de Energia Elétrica nº 13/1999, assinado em 03 de fevereiro de 1999, o prazo de concessão da Caiuá Serviços de Eletricidade S.A. se encerra em 07 de julho de 2015. Em atendimento ao disposto na Lei n.º 12.783 de 2013, na qual se converteu a Medida Provisória nº 579 de 2012, o grupo Rede solicitou a renovação da concessão da Caiuá pelo prazo de 30 (trinta) anos. _____________________________________________________________________________ 51 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões Seção 4.03 Jurídico (a) Contingências Cíveis, Trabalhistas e Fiscais Contingências Cíveis e Trabalhistas Avaliando os relatórios de ações judiciais (informação principal considerada) e demais documentos disponibilizados pela Caiuá alcançamos valores de provisão para contingências trabalhistas e cíveis8, de perda provável, de cerca de R$ 7,1 milhões e R$ 700 mil, respectivamente. Os referidos documentos apontam, ainda, contingências de perda possível nos valores de R$ 3,5, milhões para ações judiciais trabalhistas e R$ 1,4 milhão para ações cíveis. A análise detalhada das ações judiciais da Caiuá e as visitas técnicas realizadas sugerem um ajuste adicional nas provisões. Segundo as informações disponibilizadas pela Caiuá, existem ações trabalhistas não provisionadas sobre, horas extras, indenização por acidente de trabalho, responsabilidade subsidiária decorrente de ações movidas por empregados terceirizados; e pagamento de adicional de periculosidade. Na área cível foram verificadas ações judiciais pleiteando indenizações por acidentes elétricos e ressarcimento de investimento em expansão de rede (parcela judicial) sem provisão ou com provisionamento insuficiente. Diversas ações judiciais cíveis e trabalhistas são classificadas pela empresa como de perda meramente possível ou remota – logo, não são constituídas provisões-, ainda que essas ações tenham matéria idêntica a de outras ações com reiteradas sentenças condenatórias. Ademais, foram encontradas ações judiciais com sentença condenatória, em fase de execução ou mesmo com depósitos judiciais também sem o devido provisionamento. É certo que a jurisprudência de nossos Tribunais e a comparação com outras ações da própria Caiuá permitem dizer, com elevado grau de certeza, que é provável a saída de recursos para a liquidação desses pedidos judiciais (a chance de ocorrer a perda é maior que a chance de não ocorrer a perda). 8 Excluídas contingências regulatórias. _____________________________________________________________________________ 52 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões Não obstante o rigoroso trabalho de revisão e ajuste das provisões efetuado no curso do processo de intervenção, ainda persistem ajustes a serem procedidos no provisionamento da Caiuá. A auditoria jurídica independente realizada por Stocche Forbes Padis Filizzola Clapis Advogados, a pedido do Grupo Energisa, com base nos relatórios e demais informações disponibilizadas pela Caiuá, bem como em informações e documentos levantados por meio de pesquisa independente, estimou a necessidade de provisões totais de R$ 7,6 milhões de provisões trabalhistas, e R$ 1,4 milhão de provisões cíveis, ou seja, acima dos valores provisionados atualmente. No âmbito da troca indireta do controle acionário da Caiuá para a Energisa, estamos considerando que estas provisões serão ajustadas ainda sob a gestão dos interventores. Contingências Fiscais Os relatórios de ações judiciais disponibilizados pela Caiuá indicam que não há qualquer valor provisionado para contingências fiscais, ainda que apontem uma contingência de perda possível no valor aproximado de R$ 34 milhões. A auditoria jurídica independente realizada por Stocche Forbes Padis Filizzola Clapis Advogados, a pedido do Grupo Energisa, com base nos relatórios e demais informações disponibilizadas pela Caiuá, bem como em informações e documentos levantados por meio de pesquisa independente, revelou, entretanto, diversos processos administrativos e autos de infração fiscais para exigência de tributos federias e Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços – ICMS não recolhido, bem como a existência de débitos em aberto perante a Receita Federal e perante a Fazenda Pública do Estado de São Paulo, que, apesar de ainda não serem objeto de discussão administrativa ou judicial, já representam um passivo fiscal para a empresa. A maior parte dessas pendências está incluída em programas de parcelamento, pelo que não foram consideradas para provisionamento, restando, no entanto, um saldo a provisionar de R$ 300 mil para a cobertura dessas perdas fiscais. No âmbito da troca indireta do controle acionário da Caiuá para a Energisa, estamos considerando que estas provisões serão ajustadas ainda sob a gestão dos interventores. Em resumo, consideradas as questões acima apresentadas, e de acordo com as recomendações da auditoria independente realizada por Stocche Forbes Padis Filizzola Clapis _____________________________________________________________________________ 53 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões Advogados, os ajustes necessários às provisões cíveis, trabalhistas e fiscais são os seguintes (em R$ milhões): Provisão Atual - Trabalhista Provisão Adicional Total Trabalhista R$ 7,1 R$ 0,5 R$ 7,6 Provisão Atual - Cível Provisão Adicional Total Cível* R$ 0,7 R$ 0,7 R$ 1,4 Provisão Atual - Fiscal Provisão Adicional Total Fiscal 0,0 R$ 0,3 R$ 0,3 Total Geral R$ 9,3 * Excluídas contingências regulatórias. Seção 4.04 Operacional (a) Caracterização do Ativo O sistema de distribuição da Caiuá é composto de 22 subestações em 138, 88, 69 e 34,5 kV, além de redes de distribuição em 13,8kV e 11,4kV. A Caiuá possui oito pontos de suprimento: Osvaldo Cruz, Eneida, Presidente Prudente IV, Presidente Prudente V e Presidente Venceslau em 138kV, Presidente Prudente I e Martinópolis em 88kV, e Florida Paulista em 69kV,conforme pode-se notar na figura abaixo. _____________________________________________________________________________ 54 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões Apresenta-se nos gráficos a seguir a evolução dos ativos da Caiuá: _____________________________________________________________________________ 55 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões As subestações possuem características variadas, com pórticos de concreto, ferro e treliça. Não há controle da idade dos equipamentos. Os transformadores mais novos foram adquiridos com regulação interna. A Caiuá possui uma subestação móvel que atende a EDEVP, EEB e CNEE em casos de necessidade, esta subestação fica sediada em Presidente Prudente. As características desta subestação são: transformador móvel de 12,5 MVA, e possibilidades de ligação em 69 e 34,5kV na AT e 13,8 e 11,4kV na BT. A Caiuá possui seis transformadores que apresentaram carregamento superior a 90% em 2013. Nas subestações P1 o transformador de força 25MVA 88/11 apresentou carregamento de 92% em março, Presidente Venceslau o transformador de força 60MVA 138/88 apresentou carregamento de 96% em março, Regente Feijó o transformador de força 6,25MVA 33/11 apresentou carregamento de 91% em maio, Santo Anastácio o transformador de força 25MVA 88/33 apresentou carregamento de 100% em março, o transformador de força 5MVA 33/11 apresentou carregamento de 92% em maio e o outro transformador de força 5MVA 33/11 apresentou carregamento de 92% também em maio. Existe ainda um passivo de equipamentos contaminado com PCB – Askarel, conforme tabela abaixo: _____________________________________________________________________________ 56 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões Concessionária Caiuá Caiuá Caiuá Caiuá Caiuá Caiuá Caiuá Caiuá Caiuá Caiuá Caiuá Caiuá Caiuá Caiuá Caiuá Caiuá Caiuá Caiuá Caiuá Caiuá Caiuá Caiuá Caiuá Caiuá Caiuá Caiuá Caiuá Caiuá Subestação Identificação do Tipo de Equipamento Identificação do Equipamento (Nº de Série) Tensão (kV) Potência (MVAr) Volume de Óleo Em Operação por ou Unidade Armazenado (L) 15.700 Em operação Reserva ou Principal Santo Anastácio Transformador de Força 24681 88/34,5 20/25 Presidente Bernardes Transformador de Força B-8911 34,5/11,4 5/6,25 3.370 Em operação Principal Álvares Machado Transformador de Força 26628 34,5/11,4 5/6,25 4.160 Em operação Principal Adamantina Transformador de Força 31794 69/13,8 5/6,25 5.500 Em operação Reserva Regente Feijó Transformador de Força 19545 34,5/11,4 5/6,25 4.050 Em operação Reserva Presidente Prudente-5 Transformador de Força B-8495 34,5/11,4 0,5 1.416 Em operação Reserva Presidente Bernardes Regulador de Tensão Trifásico 19387 11,4 7,5/9,4 3.400 Em operação Principal 2.335 Em operação Reserva 13.900 Em operação Principal Piquerobi Transformador de Força 48150 34,5/11,4 1 Presidente Epitácio Transformador de Força 17376 88/34,5 15 Principal Inúbia Paulista Transformador de Força 12537 (18812) 33/11 1 1.400 Em operação Presidente Prudente-1 Transformador de Força 18811 33/11 1 1.400 Em operação Reserva Reserva Eneida Transformador de Força 501034 138/13,8 5 7.760 Em operação Principal Lucélia Transformador de Força 57731 88/13,8 7,5/9,375 6.800 Em operação Principal Osvaldo Cruz Transformador de Força 26629 34,5/13,8 5/6,25 4.160 Em operação Principal Presidente Prudente 4 Regulador de Tensão Trifásico G-179861 11,4 20/26,67 6.056 Em operação Principal Indiana Transformador de Força 18809 34,5/11,4 2 2.150 Em operação Principal Adamantina Transformador de Força SP-15131 69/13,8 15/20 19.300 Em operação Principal Santo Anastácio Transformador de Força 47259 34,5/11,4 5 3.200 Em operação Principal Álvares Machado Transformador de Força 17377 34,5/11,4 10 5.930 Em operação Principal Eneida Regulador de Tensão Trifásico 77371 13,8 10 3.980 Em operação Principal Osvaldo Cruz Transformador de Força 5100421 69/13,8 10/12,5 10.140 Em operação Principal Santo Anastácio Transformador de Força 34043 34,5/11,4 5 3.200 Em operação Presidente Epitácio Transformador de Força 31149 34,5/11,4 10/13,3 6.800 Em operação Reserva Regente Feijó Transformador de Força 24-005 34,5/11,4 2,5 2.000 Em operação Principal Piquerobi Transformador de Força 99614 34,5/13,8 2 3.490 Em operação Principal Santo Anastácio Almoxarifado Presidente Prudente Almoxarifado Presidente Prudente Transformador de Aterramento 34793 11,4 1 976 Em operação Principal Capacitores Vários (109 Peças) 6,6 / 7,96 Várias Armazenado Desativado Transformador de distribuição Sem Código (01 Peça) Armazenado Desativado 11,4 / 0,127- 0,03 (30 0,220 kVA) Principal Para atendimento a Resolução Nº 313 CONAMA, os resíduos mencionados na tabela acima devem ser inventariados e programados para descarte. As linhas de distribuição de alta tensão, independente de sua classe de tensão, são bem conservadas, restando apenas a grande influencia da vegetação como observação. As características construtivas destas linhas mescla a utilização de postes de concreto com torres metálicas. 83 torres metálicas estão passando por processo de recuperação de ferragens oxidadas. A característica predominante das redes de distribuição é aérea nua na média tensão, assim como na baixa tensão, favorecendo a interferência de agentes externos como animais e vegetação. Tanto o sistema de média quanto as redes de baixa tensão possuem evolução satisfatória na aplicação de redes protegidas e multiplexadas, mas não há nenhum programa que contemple a substituição das redes convencionais, como forma de conter a interferência externa. A rede de baixa tensão nua possui espaçadores instalados quase que em sua totalidade. O nível de automação dos equipamentos instalados em subestação, linhas e redes é baixo, dificultando manobras e restabelecimentos quando envolvidos em ocorrências. _____________________________________________________________________________ 57 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões A Caiuá atende ainda a 25km de Linhas de Distribuição particulares em 138kV, 15km em 69kV, além de 700km redes de distribuição também particulares com 3.182 transformadores. (b) Caracterização da Operação A Caiuá tem apenas 36% das suas subestações automatizadas e não possui equipamentos de proteção e manobra na sua rede de distribuição com comunicação para monitoramento ou acionamento remoto. Com a responsabilidade de operar o sistema de distribuição, a empresa possui uma gerência de operação estruturada de acordo com o organograma a seguir: Organograma da Área de Operação Gerência de Operação do Sistema Coordenação de Operação do Sistema Coordenação de Planejamento da Operação Coordenação de Proteção Ressalta-se que as empresas Caiuá, Companhia Nacional de Energia Elétrica (CNEE), Empresa de Distribuição de Energia do Vale do Paranapanema (EDEVP), Empresa Elétrica Bragantina (EEB) e Companhia Força e Luz do Oeste (CFLO), fazem parte do grupo de empresas chamado REDESUL, sendo que a estrutura apresentada na figura anterior, apesar de estar localizada fisicamente na sede da Caiuá em Presidente Prudente, presta serviços às demais empresas do grupo, com as seguintes atribuições: Padronizar os processos relacionados a operação do sistema elétrico; Análise e liberação de desligamentos programados; Realizar tratativas operacionais para intervenção no sistema de transmissão de energia, conforme acordos operativos; Apuração e Validação dos indicadores técnicos de continuidade para envio à ANEEL; Elaboração do RMO – Relatório Mensal da Operação; _____________________________________________________________________________ 58 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões Analisar a taxa de falha das RD´s e componentes do sistema para direcionamento da manutenção; Analisar as falhas ocorridas no sistema elétrico, avaliando as ações necessárias para eliminar ou reduzir as anomalias ocorridas - RAP; Participar do planejamento das ações necessárias para a obtenção de melhorias e expansão do sistema de distribuição, com base nos indicadores de qualidade, confiabilidade e atendimento; Participar da análise técnica de pedidos de ressarcimentos de danos em equipamentos elétricos; Elaboração de relatórios de desligamentos e de indicadores técnicos de continuidade (DEC, FEC, DIC, FIC e DMIC), com vias a subsidiar as respostas ao Órgão Regulador, Poder Publico, Grandes Clientes e DAC. Apuração e gestão da MUST contratada nos pontos de conexão, junto ao ONS; Elaborar e atualizar os planos de contingência operativa para LT´s e S/E´s, afim de atender o PRODIST; Elaborar estudos de seletividade dos equipamentos de proteção do sistema em LD´s, SE´s e RD´s (relês, fusíveis e outros), visando definir os parâmetros de ajustes; Analisar e aprovar os projetos de proteção de instalações novas e existentes, dos acessantes de geração e consumidores livres e cativos; Elaborar e atualizar as normas internas de execução de obras no tange aos aspectos de proteção do sistema de distribuição; Elaborar e validar o Esquema de Rejeição de Carga por subfrequência (ERAC) junto ao ONS; Estudos de fluxo de potência (ANAREDE) e curto-circuito (ANAFAS/OnLiner/DistriViewer); Elaboração de relatório de nível de curto para estudo de proteção de cabines primárias. Muito embora exista uma única gerência de operação do sistema para todas as empresas do grupo, as equipes de campo que realizam os serviços de atendimento emergencial e ordens de _____________________________________________________________________________ 59 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões serviço comerciais estão ligadas a outras gerências em cada uma das empresas participantes do REDESUL, em uma estrutura regionalizada, dessa forma, tem-se dupla governança, pois a gerência de operação do sistema funciona de forma centralizada enquanto que as equipes de campo funcionam de forma regionalizada com subordinação hierárquica local. O Centro de Operação da Distribuição está localizado em Presidente Prudente, possuindo seguinte composição: 2 operadores, em turnos de 6 horas; 1 líder de COD; 6 terminais de operação Centro de Operação da Distribuição da Caiuá Embora exista apenas um centro de operação, a gestão dos serviços técnicos e comerciais é realizada de forma separada, existindo uma equipe específica para esse fim ligada à gerência de Serviços Técnicos e Comerciais. Sistemas Computacionais Vários sistemas computacionais são utilizados, para visualização geo-referenciada da rede elétrica utiliza-se o software EU-Viewer da ELUCID, conforme figura a seguir. _____________________________________________________________________________ 60 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões Tela do Software EU-Viewer Para gestão de serviços de equipes de campo utiliza o software Gestão de Serviços, conforme figura a seguir. Tela do Software de Gestão de Serviços Telecomunicações A empresa conta com sistema de comunicação via rádio VHF e telefone celular com as equipes de campo, no entanto existem na área de concessão algumas zonas de sombra. Conta ainda com um sistema de mobilidade para despacho de serviços de campo (Sistema EMS) por meio _____________________________________________________________________________ 61 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões de dispositivos móveis, utilizado apenas para as ordens de serviço comerciais conforme figura a seguir. Sistema de Despacho de Equipes de Campo por Dispositivos Móveis Apesar de permitir o despacho de ordens de serviço para as equipes de campo via dispositivo móvel, o sistema apresenta algumas limitações, pois não permite visualizar a localização das equipes na base eletrogeográfica, além disso, verifica-se que a empresa não dispõe de controle formal da produtividade das equipes de campo. Estrutura de Atendimento A empresa possui apenas equipes de campo próprias, que realizam atendimento emergencial e de ordens de serviço comerciais, embora como já relatado, os dois tipos de serviços são despachados e gerenciados de forma isolada. A tabela a seguir apresenta a quantidade de equipes disponíveis nas condições especificadas: _____________________________________________________________________________ 62 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões Quantidades Caiuá Mínimo 13 Médio 40 Máximo 62 Excepcional 66 Onde: Estrutura mínima: Quantidade de equipes disponíveis em escala para pronto atendimento no período matutino dos finais de semana e feriados; Estrutura média: Estrutura disponível para pronto atendimento observada no período matutino dos dias comerciais da semana; Estrutura máxima: Estrutura disponível de pronto atendimento observada no período vespertino dos dias comerciais da semana juntamente com estrutura de equipes de manutenção leve e pesada de redes e linhas, equipes de manutenção de SE e linha viva; Estrutura excepcional: Composta também pela inclusão da estrutura de técnicos e equipes de serviços comerciais que ajudam nos atendimentos e na recomposição do sistema elétrico. A força de campo total disponível para atendimento emergencial e de ordens de serviço comerciais está descrita na tabela a seguir: Força de Campo Total - Caiuá Empresa Caiuá Equipes por Escala A B C D Total 4 16 18 4 42 Utilitários Utilitários Eletricistas Leves Médios 23 21 117 Onde: ESCALA TRAB. x FOLGA COBERTURA A 4x1 7 dias da semana (24h) B 6x3 7 dias da semana C 5x2 5 dias da semana D 6x3 7 dias da semana A empresa possui equipes de atendimento emergencial nas seguintes cidades: _____________________________________________________________________________ 63 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões Presidente Epitácio – 4 equipes Presidente Venceslau – 3 equipes Santo Anastácio – 2 equipes Presidente Bernardes – 1 equipe Álvares Machado – 1 equipe Presidente Prudente – 12 equipes Regente Feijó – 1 equipe Martinópolis – 3 equipes Adamantina – 3 equipes Lucélia – 1 equipe Osvaldo Cruz – 3 equipes Parapuã – 1 equipe Segue diagrama com a localização das equipes de campo na área de concessão. Localização das equipes de campo _____________________________________________________________________________ 64 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões Evolução do TMA e Número de Ocorrências A empresa apresentou no período de 2010 a 2012 a seguinte evolução do Tempo Médio de Atendimento em minutos. TMA Caiuá (2010 – 2012) Caiuá 160 140 145 141 2011 2012 129 120 100 80 60 40 20 0 2010 TMA A empresa apresentou em jun/2013 o seguinte comportamento por conjunto para o tempo médio de atendimento: Tempo Médio de Atendimento (minutos) – Junho/2013 Conjunto TMP TMD TMM NIE Ocorr. PNIE TME TMAE ADAMANTINA 34,97 13,36 48,32 51,00 90,00 56,67 24,31 72,63 ALVARES MACHADO 32,47 21,55 54,02 58,00 95,00 61,05 23,57 77,58 ENEIDA 14,19 31,50 45,69 13,00 14,00 92,86 126,14 171,84 LUCELIA 31,20 15,24 46,44 32,00 50,00 64,00 23,48 69,92 MARTINOPOLIS 42,75 21,25 64,00 66,00 109,00 60,55 36,10 100,10 OSVALDO CRUZ 28,14 14,53 42,67 65,00 120,00 54,17 25,23 67,90 PRESIDENTE EPITACIO 55,82 19,62 75,45 64,00 141,00 45,39 14,83 90,28 PRESIDENTE PRUDENTE 1 30,36 17,00 47,36 61,00 134,00 45,52 25,16 72,52 PRESIDENTE PRUDENTE 2 34,40 14,03 48,43 78,00 172,00 45,35 18,45 66,88 PRESIDENTE PRUDENTE 3 35,16 13,14 48,30 98,00 192,00 51,04 17,81 66,11 PRESIDENTE PRUDENTE 4 33,79 12,75 46,54 34,00 72,00 47,22 17,74 64,27 PRESIDENTE VENCESLAU 32,80 20,15 52,95 54,00 99,00 54,55 21,05 74,00 SANTO ANASTACIO 51,85 25,20 77,05 95,00 150,00 63,33 20,93 97,98 TOTAL 37,62 17,51 55,13 769,00 1438,00 53,48 22,87 78,00 _____________________________________________________________________________ 65 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões Pela análise da tabela verifica-se que os conjuntos Eneida e Martinópolis apresentam um tempo médio de atendimento superior a média dos demais conjuntos. No período de 2010 a 2012, a empresa apresentou a seguinte evolução para o número de ocorrências emergenciais. Quantidade de Ocorrências – 2010 a 2012 Caiuá 30.000 25.000 20.982 22.704 24.860 20.000 15.000 10.000 5.000 2010 2011 2012 Caiuá _____________________________________________________________________________ 66 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões Evolução do DEC/FEC A empresa apresenta a seguinte evolução dos indicadores DEC e FEC: Evolução do Indicador DEC 1990-2013 Evolução do Indicador FEC 1990-2013 _____________________________________________________________________________ 67 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões Pela análise dos gráficos apresentados, verifica-se que a empresa vem cumprindo as metas dos indicadores de continuidade estabelecidas pelo órgão regulador, com indicadores abaixo da média do Brasil em 2012. Conjuntos Críticos Os indicadores de continuidade (DEC/FEC) realizados em 2012 por conjunto elétrico da empresa apresentam-se na tabela a seguir: DEC/FEC Realizado 2012 por Conjunto Fonte: Site ANEEL Pela análise da tabela, verifica-se que apesar de os indicadores de continuidade consolidados da empresa apresentarem-se abaixo da meta estabelecida pelo órgão regulador, os conjuntos Álvares Machado, Eneida e Osvaldo Cruz apresentam transgressão dos limites estabelecidos para o indicador DEC e os conjuntos Lucélia e Osvaldo Cruz apresentam transgressão para o indicador FEC. Dificuldades de atendimentos relacionados à logística e condições regionais A área de concessão da empresa está contida no Polígono dos Tornados da América do Sul. Essa região se caracteriza por tempestades com ventos de grande velocidade o que afeta diretamente a capacidade de atendimento nos períodos chuvosos. (c) Caracterização da Manutenção A Caiuá, por fazer parte de um grupo de distribuidoras do Grupo Rede no estado de São Paulo, no modelo organizacional adotado as empresas tem governança centralizada e operação regionalizada, como se fosse uma única em empresa, sendo cada região tratada como uma regional. Logo, tem processos padronizados, com estrutura e operações semelhantes. _____________________________________________________________________________ 68 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões Apesar do modelo organizacional, existem características regionais que impõe condições diferentes, com impactos distintos no desempenho do sistema e na forma como demanda à Manutenção. O grande desafio na Caiuá está na arborização e suas interferências com a rede elétrica, com destaque para as interferências do ministério publico , ONG’s e outros órgãos, o que dificulta o trabalho de poda. O Planejamento para a Manutenção para Linhas de distribuição de Alta Tensão - LDAT, Subestações - SED, e Sistema de Média e Baixa Tensão é feito de forma centralizado (corporativo), sendo realizado pela GMS (Gerencia de Manutenção do Sistema), em Presidente Prudente. Ressalta que é baixa a extensão de LDAT em função da grande quantidade de pontos de conexão existente (linhas da CTEP que cruzam o estado de São Paulo). A GMS também é responsá el pela inspeção de e comissionamento de no as SE ’s e aceite técnico de novos equipamentos. Além disso, gerencia os contratos de manutenção e coordena as atividades de automação. Abaixo a estrutura do GMS. Estrutura da Gerência de Manutenção do Sistema Gerência de Manutenção do Sistema Coordenação de Análise e Controle da Manutenção (9) Coordenação de Automação e Telecom (2) Coordenação de Manutenção de Subestações (20) O planejamento utiliza critérios para priorização das inspeções e manutenção nos alimentadores, tendo o FEC e DEC como principais direcionadores, seguido do consumo de clientes (GA e GB), quantidade de clientes e multas por compensação. _____________________________________________________________________________ 69 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões A partir da priorização, utilizando os itens acima, é elaborado anualmente os cronogramas de inspeções. É utilizado o sistema SAP para registro do plano de manutenção como também para os registros dos serviços realizados. A realização de inspeção, testes funcionais, manutenção e outros serviços em equipamentos de redes, é baseada em tempo, utilizando as referências na tabela mostrada abaixo. Também podem ser realizadas intervenções pontuais, sob demanda. Conforme explicado anteriormente, no modelo organizacional utilizado, o GMS faz o planejamento e a operacionalização da manutenção é regionalizada, sendo a inspeção, programação e execução dos serviços da manutenção realizados por cada empresa (tratadas como regionais), utilizando equipes próprias para serviços em SEDs e terceirizadas para serviços da distribuição (SDMT). Logo, podemos concluir um alto índice de terceirização para os serviços de manutenção da distribuição, limpeza de faixas e podas. A área de manutenção concentra pessoal de Telecom e Automação, assuntos que deveriam ser tratados de forma mais especializada em função de suas características, bem como a responsabilidade de manutenção de pontos de medição de fronteira, o que requer igualmente atenção de pessoal especializado, sendo mais afeto à área de medição em si, devendo tal responsabilidade, ser remanejada de área para maior eficiência. As inspeções e manutenções em subestações são realizados com as equipes próprias, que ficam lotadas nas Regionais de Presidente Prudente, Catanduva e Bragança Paulista, logística que permite um rápido deslocamento nos casos de contingências operacionais No caso de sistema de distribuição, a inspeção, seja no ativo alvo de priorização no planejamento ou baseado no tempo, é feita por pessoal próprio e terceiro. Além das inspeções definidas no planejamento da manutenção, existem inspeções feitas nos alimentadores a partir de periodicidade pré-definida, sendo duas vezes por anos nos alimentadores mais importantes, sempre antecedendo o período de chuvas a após este. _____________________________________________________________________________ 70 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões Em que pese a terceirização em si não ser, por natureza, um problema, há alguns aspectos importantes desse processo que cabe destacar. O primeiro deles é que a inspeção que subsidia as ações de manutenção é feita pelos próprios terceirizados, o que implica em riscos sérios de que sejam apontados serviços desnecessários, ou, ainda que necessários, não sejam os mais prioritários. Outra conclusão que se depreende do quadro anterior é que o alto grau de terceirização das equipes de manutenção da distribuição cria uma enorme dependência da empresa em relação aos empreiteiros, em especial numa área tão vital que é a manutenção dos ativos. No modelo organizacional adotado, o matricial, o planejamento é feito de forma centralizado e a execução é feito de forma descentralizado, o que possibilita ganhos logísticos na execução. A implantação de gestão baseada em processos, mantendo-se a operação regionalizada, pode favorecer quanto a padronização, qualidade e eficiência. Abaixo o quadro mostra a estrutura terceirizada para a manutenção de distribuição – considerando que a manutenção de SED é feita por equipe própria. Cabe ressaltar que existe um compartilhamento de recursos terceirizados com a construção de redes, principalmente as equipes pesadas. Existe uma forte demanda na manutenção relacionada à arborização e vegetação em faixa de linhas e redes. A poda e a limpeza de faixa são terceirizadas. O processo de manutenção do sistema elétrico é baseado na filosofia de manutenção preventiva e corretiva. A manutenção preventiva está mais associada aos ativos dos seguimentos de linha de transmissão e de subestação. Possui uma abordagem de manutenção baseada apenas em recomendações de fabricantes, com ajustes baseados na experiência de campo e inspeções. Devido à deficiência de automatismo e monitoramento e controle em tempo real, o programa de manutenção é muito baseado na periodicidade. Não há uma sistematização de acompanhamento e controle das ocorrências com estratificação das _____________________________________________________________________________ 71 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões principais causas e os serviços realizados ou de metodologias de manutenção centrada na confiabilidade (MCC). A atualização cadastral das manutenções executadas é realizada de forma centralizada pelo GPC (Gerencia de Projeto e Cadastro) – sediado em Presidente Prudente. E iste em cada empresa uma subestação denominada “Subestação Reser a” ob eti ando-se manter uma quantidade estratégica de equipamentos reservas para atendimentos às manutenções corretivas emergenciais em subestações para que a continuidade de fornecimento da energia não seja prejudicada possibilitando uma operação segura e rápida. Esses equipamentos são caracterizados como reserva, amparados pelo Manual de Controle Patrimonial do Setor Elétrico. Cada “Subestação Reser a” está de idamente incluída no ativo imobilizado em serviço e é transferido para o ativo específico, no momento da sua utilização. Além dos equipamentos reservas, as empresas contam com uma SE Móvel. Para atendimento emergencial às subestações, as empresas tem a sua disposição uma subestação móvel (6934,5/13,8-11,4 kV com transformador móvel de 12,5 MVA), que fica lotada em Presidente Prudente. Existe em prática, desde o ano de 2007, um programa de revitalização dos principais equipamentos das SE’s ( is untores, Religadores, ’s, C’s, Cha es, anco de ateriais, etc.). A vida útil dos equipamentos, capacidade, índice de defeitos e o histórico de manutenções emergenciais, são itens utilizados para a substituição de equipamentos. Não são usadas técnicas baseada em confiabilidade ou manutenções preditivas. _____________________________________________________________________________ 72 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões (d) Diagnóstico da Construção (Sistema de Distribuição) A elaboração de projetos utiliza um modelo de trabalho compartilhado (matricial), onde a gestão e controle do processo é feito pela GPC (Gerência de Projetos e Construção), sediada em Presidente Prudente. A equipe da GPC também elabora parte dos projetos e parte é elaborado pela equipe técnica nas regionais – vinculada ao gerente regional, gerando um modelo de dupla governança no processo. A análise de projetos de terceiros é feita pela GPC. Apesar da GPC ser responsável por projetos e construção, a fiscalização de obras é feita por técnicos subordinados à gerência regional. O encerramento da obra também é feito nas regionais, sendo a atualização do cadastro feito de forma centralizada pela equipe da GPC em Presidente Prudente. Descentralização da elaboração de projetos, centralização efetiva do planejamento e controle da manutenção (PCM), internalização das atividades de inspeção, ampliação da fiscalização de obras e manutenção, controle de produtividade, estudos logísticos para redimensionamento e reposicionamento de equipes, adequação de veículos, equipamentos e ferramentas, aquisição e descentralização de unidades de transformadores móveis, revisão de contratos (inserção de cláusulas de produtividade e SLA´s), são iniciativas vitais para contribuir de forma relevante para uma operacionalização mais eficiente da manutenção e construção. _____________________________________________________________________________ 73 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões (e) Infraestrutura de Suporte à Operação (TI e Logística) A Caiuá e as demais empresas da Rede Sul Sudeste trabalham com a mesma estrutura de sistemas de TI para atendimento ao negócio, cujo esquema pode ser visualizado na foto a seguir: TS Cad Partners Nf-e Projeto Itens Saídas Itens Vendas Estruturas do Projeto Local de Instalação de Equipamentos Despesas da Frota NFs desp. Frota Ordem – Km – Desp. Livros Fiscais Dados da Frota Sped Fiscal / Contábil PS/IM PM MM QM SD CO FI-AA FM FI-GL FI Nº NFe NFs Entrada Nº NFe NFs Vendas e-Ciap Ativo Imob. e-PIS e-Cofins Dados Dividas Pagamentos Saldos Ctbs. Faturamento Balanço NFs Saída SCA Consolidação Balanços Receitas. Despesas Tesouraria Divida Fluxo de Caixa Folha Pagto. Movto. Arrecadação (Agentes) CS Movto. Arrecadação (Bancos) Dados Mão Obra Rhevolution MAF Detalhando o diagrama de sistemas acima, temos as seguintes descrições dos sistemas que apoiam ao negócio: Sistemas Administrativos – SAP e outros: A Caiuá utiliza o ERP da SAP para gestão de seus processos administrativos, contemplando os seguintes módulos para seus respectivos processos: Suprimentos (MM) Controle de Qualidade de equipamentos e fornecedores (QM) Criação e Manutenção de Projetos (PS) Controle orçamentário de investimentos (IM) Controle orçamentário de custeio (FM) Gerenciamento de manutenção preventiva, corretiva e preditiva (PM) Módulo de Vendas (usado para emissão de NFs) Módulos Financeiros - Contas a pagar, contas a receber, contabilidade e gestão de ativos (FI) _____________________________________________________________________________ 74 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões Controladoria – controle de ordens e rateios (CO) Ainda na esfera administrativa, a empresa utiliza os seguintes sistemas abaixo para suporte a outras demandas do negócio: Gerenciamento de tesouraria e fluxo de Caixa – Sistema XRT Sistemas de apuração fiscal – Syncro Sistemas de RH – RHEvolution Sistemas Comerciais – Commercial Solution – CS (Sonda Elucid): A empresa utiliza para seus processos comerciais o pacote de sistemas CS, que abrange os seguintes processos: Atendimento ao cliente (CAC) Faturamento Arrecadação Cobrança Medição Fechamento / Integração com o contábil Adicionalmente, a empresa possui sistemas para automação de processos comerciais de campo, utilizando-se de equipamentos PDA, sistemas estes também fornecidos pela Sonda Elucid (Platinum e Diamond), para os seguintes processos: Platinum: Religação, desligamento, pedido de ligação, troca de padrão, instalação, troca, retirada e aferição de equipamentos. Diamond: Impressão de faturas de energia em campo (faturamento simultâneo), envio e recebimento de ordens de serviços Sistemas Técnicos – Technical Solution - TS(Sonda Elucid): Para gestão dos processos técnicos, a Caiuá utiliza-se do sistema TS fornecido pela Sonda Elucid, aliada a algumas outras ferramentas periféricas, de forma a atender as demandas operacionais, de planejamento e de projetos e construção. O TS abrange os seguintes processos operacionais: Gerenciamento das operações na rede por meio do controle do despacho das equipes de campo Digitalização georeferenciada das redes existentes Gestão dos ativos da distribuição _____________________________________________________________________________ 75 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões Cálculos elétricos, simulação e reconfiguração de redes Manutenção dos cadastros da topologia da rede Perdas globais (comercial e técnica) Cálculo de índices de continuidade (DEC, FEC, DIC, FIC e DMIC) Desenvolvimento de projetos Na área de planejamento, são utilizados sistemas periféricos para abrangência das demandas e processos: Análises de redes e estudos de planejamento da distribuição – Interplan Cálculo detalhado de perdas de energia – Pertec Outras ferramentas de cálculos diversos – ANAREDE, ANAFAS, ANATEM Para suportar a operação de todos estes sistemas, a Caiuá e demais empresas da Rede Sul hospedam seus sistemas em Datacenter terceirizado, sob gestão da Sonda Elucid, em uma infraestrutura da IBM localizada em Hortolândia-SP. A Caiuá possui também, em Presidente Prudente, um pequeno Datacenter que atende a alguns serviços locais (fileserver, AD, entre outros) para as 5 distribuidoras da Rede Sul. Na foto a seguir observamos o diagrama de comunicação do Datacenter de Hortolândia com a Caiuá: _____________________________________________________________________________ 76 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões No segmento de infraestrutura de TI, a Caiuá também terceiriza outros serviços relacionados à manutenção do ambiente de TI, abrangendo processos como segurança da informação, suporte e atendimento ao usuário final, impressões departamentais e de faturas de energia, entre outros serviços. Como pontos de atenção na área de TI, relacionamos os seguintes assuntos: Uso intensivo de orçamento de custeio para pagamento dos serviços de TI em função de níveis elevados de outsourcing. A rubrica de serviços corresponde a 78% do PMSO aplicado em TI na empresa. Valores dos serviços elevados quando comparados com a ENERGISA. Alta dependência dos serviços de TI prestados pela Sonda Elucid, que mantém, em contratos de diversos serviços, cerca de 46% do PMSO de TI da empresa. o Seus contratos abrangem a manutenção dos sistemas técnicos, comerciais e administrativos, a manutenção da infraestrutura de Datacenter da empresa que hospeda os sistemas acima mencionados em Hortolândia-SP, todo o processo de impressão de faturas de energia e outros serviços. o A intervenção na Rede Sul está renegociando os termos contratuais vigentes com a Sonda Elucid, no sentido de reduzir o escopo dos contratos e viabilizar uma redução no preço. Necessidade de reconstrução da equipe de TI na empresa, dado que o Grupo Rede possuía uma área corporativa de TI em São Paulo que, após o início das intervenções, veio a ser gradativamente desfeita em função da saída das pessoas para o mercado, criando grandes lacunas de conhecimento na área, ainda não preenchidas após a dissolução da holding. Parte das pessoas de que ficaram no grupo foram realocadas nas distribuidoras. Na Rede Sul, a área de TI conta com 7 colaboradores, sendo: o 1 Gerente de TI / 2 Analistas de TI / 1 Analista de Suporte / 1 Consultor de TI / 1 Analista de Telecom / 1 Assistente Administrativo As bases de dados dos sistemas técnicos e comerciais da SONDA ELUCID de todas as empresas do GRUPO REDE estão integradas em uma base única. Esta implantação gera desvantagens, pois: um problema de desempenho em uma empresa pode afetar as demais, manutenções de uma empresa podem afetar a disponibilidade das demais e a CELPA ainda continua integrada junto às bases de dados das demais empresas, gerando risco de segurança de acesso. _____________________________________________________________________________ 77 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões Alto nível de utilização de planilhas e controles complementares e paralelos aos sistemas. Inexistência de cultura de Gestão de Projetos e, consequentemente, não há soluções que suportem um escritório de Projetos - PMO (como o EPM - Enterprise Project Management). Inexistência de cultura de Gestão por Processos e, consequentemente, não há soluções que suportem um escritório de Processos (BPM - Business Process Management) que permita que a integração dos processos e sistemas sejam otimizados como na ENERGISA. Funcionalidades do SAP implantadas parcialmente. Prioritariamente voltado para Contabilidade, Contratos e Gestão de Pagamentos com baixo nível de integração com os demais sistemas corporativos. Baixa utilização de sistemas para alavancar produtividade e redução de custos, com implantações parciais de funcionalidades. Os sistemas existentes são basicamente utilizados para as atividades transacionais. Inexistência de sistemas integrados para acompanhamento da Gestão e de metas / indicadores, avaliação de desempenho, medições de produtividade de eletricistas /operadores / leituristas e sistemas voltados para suporte à decisão de Perdas e Qualidade de Serviço (Datawarehouse e Business Inteligence) amplamente utilizados na ENERGISA. O Sistema de Coleta adotado para os medidores Operacionais de SE´s das empresas Rede Sul Sudeste são atendidos pelo Sistema de Tele Medição – STM da LandisGyr, que descontinuou sua atualização. Inexistência de sistemas voltados para controle da manutenção da distribuição e transmissão integradas com o uso da mobilidade para ordens de serviço de manutenção programada / não programada, inspeções, confecção de projetos em campo, etc. Baixo nível conhecimento da equipe de TI sobre o funcionamento interno / modelo de dados e funcionalidades dos sistemas. Equipe voltada para gerir contratos e níveis de serviço dos fornecedores. Há problemas na velocidade do atendimento de demandas evolutivas para os sistemas por parte dos fornecedores, principalmente os comerciais e técnicos, apesar de existirem contratos vigentes que cobrem estas manutenções evolutivas. _____________________________________________________________________________ 78 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões Módulos e Sistemas contratados (com manutenção em vigência sendo paga), porém ainda não implantados pela empresa. Ex: Módulos do SAP, Leitura e impressão simultânea de faturas de energia, etc. Diagnóstico Atual do Sistema de Telecomunicações A comunicação utilizada entre o centro de operação e as subestações automatizadas é feita através de um link satelital; As licenças de rádios UHF/VHF devem expirar em 2017, fazendo com que o parque analógico de rádio seja substituído por rádios digitais, cumprindo uma legislação regulada da ANATEL. PABX, gravador e servidores defasados tecnologicamente. A distribuição dos ativos de Telecom está assim descrita: 04 repetidoras, 29 rádios fixos, 61 móveis e 28 portáteis. Os rádios são Motorola e as repetidoras estão em postes ou torres estaiadas na sua grande maioria; _____________________________________________________________________________ 79 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões Diagnóstico Atual do Sistema de Automação A condição atual da automação no sistema de transmissão e distribuição foi levantada conforme figura abaixo: Topologia de automação Fonte: Caiuá, 2013 Todas as subestações 138kV estão automatizadas, mas 42,85% das subestações de 69 kV e 88Kv não estão automatizadas; As subestações de 34,5kV possuem de 1 a 3 bays e 100% não estão automatizadas; A maioria das subestações apresenta protocolo modbus entre os equipamentos, concentrando os dados analógicos através de conversores até uma unidade terminal remota-UTR e subindo as informações para o centro de operação através do protocolo IEC 104; Os relés não são eletromecânicos na Caiuá, mas apresentam obsolescência quanto à tecnologia. Na sua maioria, o fabricante utilizado nas subestações é a PEXTRON; Apenas 1% das subestações apresenta tecnologia de automação robusta e de anguarda, utili ando a norma IEC 6 8 para comunicação dos IE ’s, como segue figura abaixo: _____________________________________________________________________________ 80 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões Topologia de automação [exceção] Fonte: Caiuá, 2013 Na rede de distribuição, os fabricantes dos religadores são COOPER ou NOJA POWER e 100% destes religadores não estão automatizados; Ainda na rede de distribuição, os reguladores de tensão não são automatizados; O SCADA (Supervisório) atual utilizado no centro de controle é o Elipse Power; Os centros de operação são descentralizados e localizados em cada uma das cinco empresas; A disposição atual das equipes de automação e telecomunicações da Caiuá é descrita conforme tabela a seguir: Distribuição das equipes Cargo / Função Caiuá Engenheiro 1 Técnico 2 Total 3 _____________________________________________________________________________ 81 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões Infraestrutura de Logística A frota da Caiuá é composta por 90 veículos, dos quais 52 são próprios e 38 são locados. Não se conseguiu informações sobre a existência de pool de veículos na Caiuá. A composição da frota sob gestão da Caiuá está apresentada na tabela a seguir, segmentada por classe. Classe Qtde própria Qtde locada Qtde total Passeio 1 12 13 Utilitário Leve 4 26 30 Utilitário Médio 23 - 23 Moto 21 - 21 Caminhão 2 - 2 Executivo 1 - 1 Total 52 38 90 O custo médio de operação atual está em torno de R$ 0,55 por km rodado, estando próximo dos níveis esperados para a região. O índice de indisponibilidade geral está elevado, aproximadamente 6,22%. Para realizar a gestão de abastecimento e manutenção é utilizado o sistema da Ecofrotas. Sobre a utilização da telemetria, a Caiuá não usa este serviço para monitoramento de sua frota. A idade média geral da frota, própria e locada, é de 3,64 anos, sendo que a de veículos próprios é de 5 anos, elevada para os padrões das Distribuidoras, principalmente, na classe de caminhões, que chega a quase 12 anos. Na tabela a seguir está apresentada a idade média da frota por classe. _____________________________________________________________________________ 82 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões Idade média Classe Frota própria Frota locada Passeio 4,69 anos 2,30 anos Utilitário Leve 3,37 anos 2,30 anos Utilitário Médio 4,11 anos - Moto 3,94 anos - Caminhão 11,88 anos - Executivo 1,92 anos - Total 4,99 anos 2,30 anos _____________________________________________________________________________ 83 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões Infraestrutura de Suprimentos A gestão de suprimentos relativa a compras e logística de materiais de todas as empresas que compõem a REDE SUL (Caiuá, CNEE, EBB, CFLO, EDEVP) fica centralizada em Presidente Prudente. São movimentados aproximadamente R$ 60 Milhões por ano em compras de materiais e equipamentos. Todas as aquisições são realizadas com frete CIF. Para gestão dos processos de cadastro de fornecedores, pagamentos, requisição de materiais, qualidade, venda e emissão de NF para venda de sucata utiliza-se o SAP. Entretanto, não são utilizadas quaisquer ferramentas de e-procurement, que possibilite ampliar a base de fornecedores, garantir maior segurança, agilidade e transparência nas concorrências realizadas. Atualmente, todas as cotações são realizadas por e-mail e planilhas, aumentando os riscos e dificultando a gestão destes processos. A estrutura do Almoxarifado conta com um centro de distribuição de nível 1 em Presidente Prudente e cinco almoxarifados de nível 2 localizados nas regionais e nas sedes das demais empresas em Bragança Paulista, Cambuí, Guarapuava, Assis e Catanduva. O almoxarifado de Assis foi criado recentemente. O estoque total destas empresas registrou em Junho/2013 nível de R$ 21,0 Milhões. _____________________________________________________________________________ 84 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões _____________________________________________________________________________ 85 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões (f) Evolução do Custo Operacional Os Custos Operacionais estão relacionados com a execução dos processos comerciais de atendimento às unidades consumidoras, das atividades de operação e manutenção do sistema de distribuição e das ações no âmbito da direção e administração da empresa, em conformidade com as condições previstas no Contrato de Concessão e na regulamentação. Precisam ser eficientes e estar alinhados com uma prestação adequada do serviço público de distribuição de energia elétrica, bem como, com a garantia da manutenção da capacidade operativa dos ativos elétricos durante sua vida útil. Os Custos Operacionais efetivamente incorridos pela distribuidora são diferentes daqueles reconhecidos pela ANEEL nas tarifas de energia elétrica, posto que o Regulador observa os ganhos médios de produtividade alcançados pelas distribuidoras, o nível eficiente de custos e as características das áreas de concessão atendidas. A definição dos Custos Operacionais regulatórios é feita pela ANEEL em duas etapas: atualização dos valores de custos operacionais definidos por meio do Modelo de Empresa de Referência no 2CRTP considerando-se a variação de preços dos insumos (Custos Operacionais), o crescimento dos produtos (redes de distribuição, unidades consumidoras e mercado faturado) e deduzindo-se o ganho médio de produtividade (relação média entre a variação dos Custos Operacionais reais das distribuidoras e o crescimento dos produtos observados em suas áreas de atuação) e; análise comparativa da eficiência das distribuidoras, definindo um intervalo de valores esperados para os Custos Operacionais, dado o nível de custos das distribuidoras e as características de suas áreas de concessão. As variações observadas entre os valores definidos nessas duas etapas são, então, consideradas no cálculo do componente “ ” do Fator X. Os resultados obtidos estão descritos na Nota Técnica nº 111/2012-SRE/ANEEL, do 3CRTP. Conforme previsto na Resolução Normativa ANEEL nº 234/2006, foi definido no 2CRTP mecanismo destinado a comparar os investimentos previstos no cálculo do Fator X com os efetivamente realizados pelas distribuidoras. Como se pode constatar da tabela abaixo, os Custos Operacionais da Caiuá tiveram um crescimento médio de 4,2% a.a no período 2008 a 2012, inferior às variações dos principais índices inflacionários. Em 2012 houve um crescimento de 13,7% em relação a 2011, sendo a _____________________________________________________________________________ 86 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões natureza Pessoal responsável pela maior parcela do crescimento, sendo que a maior contribuição está relacionada à transferência de custos das atividades que eram realizadas pela Holding para a Empresa a partir de 2012. A tabela a seguir apresenta a evolução dos Custos Operacionais, por natureza, para o período 2008 a 2012. CAIUÁ 2008 2009 2010 2011 2012 Pessoal Material Serviços Outros 21 3 19 3 20 2 18 6 20 2 20 3 24 3 18 3 28 3 20 3 Total 46 46 45 48 54 Valores em R$ Milhões, a preços correntes O gráfico abaixo apresenta a evolução dos Custos Operacionais por Natureza na Caiuá indicando a participação percentual de cada componente. Os gráficos apresentados a seguir mostram a evolução das relações Custos Operacionais (Opex) por consumidor e custos operacionais (Opex) por MWh faturado, a preços correntes, onde se observa o crescimento dos dois indicadores a partir de 2012, corroborando que os movimentos adotadas pós-intervenção ampliaram os custos operacionais para permitir o equacionamento de algumas das violações e transgressões e internalização de atividades executadas pela Holding. _____________________________________________________________________________ 87 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões O comprometimento da Receita Líquida com os Custos Operacionais permaneceu praticamente constante no período 2010 a 2012, mantendo praticamente constante e em patamar elevado, não contribuindo para melhora do caixa da empresa no período. _____________________________________________________________________________ 88 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões Tem-se como necessidade, portanto, que a empresa adote ao longo do tempo medidas para se mantenha na fronteira dos custos eficientes embora a trajetória de perdas não técnicas, e manutenção dos níveis regulatórios de qualidade imponham restrições a reduções significativas nos próximos anos. A necessidade de adequação e tomada de providências para a realização dos dispêndios, precisa estar perfeitamente alinhada com as demandas regulatórias relacionadas a Perdas de Distribuição de Energia conforme apontado 4.02 (d).. A inobservância deste trade off implicará no desequilíbrio da concessão, na impossibilidade de atingimento de metas, na ocorrência de penalidades e na insatisfação do consumidor com o serviço prestado. A Caiuá teve um fator X de 1,47 %. Tal valor foi obtido exclusivamente pelos ganhos na componente Pd = 1,47 %. Os valores estimados para as componentes do Fator X agem como deflatores inflacionários, ou seja, os percentuais estimados são redutores do indexador inflacionário que reajusta as tarifas anualmente. Tal ajuste é justificado pelo compartilhamento dos ganhos de produtividade entre a empresa e seus consumidores, em prol da modicidade tarifária. Observando os radares abaixo: _____________________________________________________________________________ 89 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões Radar - Produtividade vs Eficiência Dados ANEEL (Pequenas) 100% 90% CJE MOCOCA 80% CSPE CPEE SANTACRUZ EMG CAIUA MUXFELDT Eficiência 70% EBO 60% SULGIPE SANTAMARIA COCEL JOAOCESA CHESP ELETROCAR DEMEI NACIONAL CELTINS ELETROACRE HIDROPAN DME-PC COOPERALIANÇA EFLUL IENERGIA CFLO 50% ENF 40% BRAGANTINA EVP 30% 20% BOA_VISTA_ENERGIA 10% 0% -6% -4% -2% 0% 2% 4% 6% 8% 10% Produtividade A Caiuá é uma empresa que já se encontra no intervalo eficiente de custos operacionais. Dentre as distribuidoras pequenas do Grupo Rede (mercado inferior a 1 TWh/ano) é a única que está no quadrante de eficiência e produtividade elevadas. Tanto sua produtividade quanto sua eficiência estavam em 2009 acima das demais empresas do grupo B. Esta realidade pode ter se alterado com os dados mais recentes de incremento de custos. (g) Evolução do Investimento A necessidade de realização de investimentos na área de concessão está vinculada às obrigações assumidas pela distribuidora com a celebração do contrato de prestação de serviços públicos de distribuição de energia elétrica. No 3CRTP, quando da revisão tarifária de cada concessionária, são levantados os investimentos efetivamente realizados pela distribuidora entre o 2CRTP e o 3CRTP, calculados com base nos registros contábeis da distribuidora, deflacionados pelo IGP-M, mês a mês, para a data-base da revisão tarifária anterior. Caso os investimentos efetivamente realizados sejam inferiores àqueles considerados no cálculo do Fator X do 2CRTP, esse item é recalculado, com a substituição dos valores de investimento previstos pelos investimentos realizados, mantendo-se inalterados os demais parâmetros. O recálculo do Fator X, de acordo com as condições anteriores, resulta em um redutor da Parcela B calculada na revisão tarifária do 3CRTP. No caso da Caiuá, não houve aplicação do redutor da Parcela B do 3CRTP, uma vez que o investimento no 2CRTP atendeu os patamares estipulados. _____________________________________________________________________________ 90 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões Pelo Contrato de Concessão, a distribuidora obriga-se a prover o atendimento da demanda dos serviços concedidos, implantando novas instalações, ampliando e modificando as existentes, sempre de modo a garantir o fornecimento de energia elétrica ao seu mercado de energia. É de responsabilidade da distribuidora, até o ponto de entrega, operar e manter o seu sistema elétrico, elaborar os projetos e executar as obras necessárias ao atendimento das unidades consumidoras localizadas na área de concessão. A realização dos investimentos nos sistemas de distribuição de energia elétrica está orientada, portanto, por um comando regulatório primordial: aquele que estabelece ao concessionário a necessidade de adotar, na prestação do serviço, tecnologia adequada, materiais, equipamentos, instalações e métodos operativos que garantam níveis de regularidade, continuidade, eficiência, segurança, atualidade, generalidade, cortesia no atendimento e modicidade das tarifas. A orientação e a realização histórica de investimentos cumpre papel importante na análise do estágio de evolução alcançado pela distribuidora na consecução de objetivos na Qualidade do Serviço, Qualidade do Produto, Perdas de Distribuição de Energia Elétrica, expansão dos serviços e atendimento ao mercado consumidor. Estratégias ou restrições aplicadas no passado, são determinantes para a definição dos desafios futuros, no momento em que parâmetros regulatórios definidos por benchmarkings setoriais são aplicados nos processos de regulação tarifária e cobram da distribuidora desempenhos cada vez mais expressivos. No período 2008 a 2012 a Caiuá fez investimentos de R$ 98 milhões, aplicados na expansão e melhoria do sistema elétrico e em Ativos Não Elétricos, distribuídos conforme quadro abaixo: CAIUÁ 2008 2009 2010 2011 2012 Investimento em Distribuição Investimento Ativo Não Elétrico 18 3 13 3 15 3 17 3 21 3 Total 21 16 18 20 24 Valores em R$ Milhões, a preços correntes Pela análise dos dados históricos observa-se que, durante o período de 2008 a 2012, a distribuidora manteve um nível de investimentos uniforme, com pequenas variações. Conforme previsto na Resolução Normativa ANEEL nº 234/2006, foi definido no 2CRTP mecanismo destinado a comparar os investimentos previstos no cálculo do Fator X com os efetivamente realizados pelas distribuidoras. _____________________________________________________________________________ 91 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões No 3CRTP, quando da revisão tarifária de cada concessionária, são levantados os investimentos efetivamente realizados pela distribuidora entre o 2CRTP e o 3CRTP, calculados com base nos registros contábeis da distribuidora, deflacionados pelo IGP-M, mês a mês, para a data-base da revisão tarifária anterior. Caso os investimentos efetivamente realizados sejam inferiores àqueles considerados no cálculo do Fator X do 2CRTP, esse item é recalculado, com a substituição dos valores de investimento previstos pelos investimentos realizados, mantendo-se inalterados os demais parâmetros. O recálculo do Fator X, de acordo com as condições anteriores, resulta em um redutor da Parcela B calculada na revisão tarifária do 3CRTP. No caso da Caiuá, não houve aplicação do redutor da Parcela B do 3CRTP, uma vez que o investimento no 2CRTP atendeu os patamares estipulados. No atendimento à expansão do mercado e na manutenção e melhorias no sistema elétrico foram investidos no período do 2CRT R$ 83 Milhões. O gráfico a seguir mostra a evolução da participação dos investimentos, por tipo, no período 2008 a 2012, onde fica evidenciada a manutenção do nível de investimentos associados à expansão, melhoria e renovação do sistema elétrico em um patamar relativamente baixo para manter os níveis de qualidade adequados, preservar os ativos e atender a expansão do mercado. O gráfico abaixo, mostra a distribuição dos investimentos em Ativos Elétricos e Não Elétricos ao longo do período. Considerando os valores investidos no período 2008 a 2012, será necessário incrementar os investimentos na Melhoria e Renovação dos ativos, direcionados para resolver problemas relacionados, principalmente, a: _____________________________________________________________________________ 92 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões Existe ainda um passivo grande número de equipamentos contaminado com PCB – Askarel, conforme listado no Capítulo 4; Verificada atualmente a existência de seis transformadores com carregamento superior a 90%; O nível de automação dos equipamentos instalados em subestação, linhas e redes é baixo, dificultando manobras e restabelecimentos quando envolvidos em ocorrências. Foram detectados diversos ativos com idade média avançada que precisam de ser substituídos para não comprometer a qualidade O Planejamento dos investimentos da Caiuá aponta para a realização de projetos, nos próximos anos, destinados a atenuar os problemas listados acima, priorizando aqueles que com maior risco para operação do sistema e resolver os problemas relacionados a riscos ambientais e de segurança. Como observado, os valores totais investidos no período 2008 a 2012 apresentam variações significativas ao longo do período, em função do peso do PLPT no total dos investimentos, fato que mais claramente se apresenta quando se observa a evolução das relações Investimento por Consumidor e Investimento por km de rede. _____________________________________________________________________________ 93 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões (h) Programa Luz para Todos (PLPT) A empresa já encerrou o Programa luz para Todos, encontrando-se totalmente universalizada desde agosto de 2006. Seção 4.05 Comercial (a) Indicadores Comerciais A Caiuá possui processo de acompanhamento dos indicadores comerciais com base na regulamentação vigente (RN 414/2010), bem como, por intermédio de indicador que é monitorado pela Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica - ABRADEE. O acompanhamento é realizado com vistas a garantir o atendimento dos limites regulatórios e permitir uma avaliação e diagnóstico da empresa, comparativamente a sua própria evolução (análise de série histórica) e com demais distribuidoras semelhantes. Neste sentido são acompanhados os resultados nos seguintes indicadores de desempenho: Qualidade do Atendimento Comercial – acompanhamento dos resultados originados a partir dos padrões de atendimento comercial indicados no ANEXO III da RN 414/2010; Tratamento das Reclamações – acompanhamento dos indicadores DER e FER conforme estabelecido pela RN 414/2010; Qualidade do Atendimento Telefônico – acompanhamento dos resultados dos indicadores de qualidade do atendimento telefônico conforme estabelecido pela RN 414/2010; _____________________________________________________________________________ 94 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões Qualidade do Faturamento – acompanhamento do resultado do indicador IRC da ABRADEE. As informações e dados apresentados sobre esses temas foram baseados em informações advindas dos Interventores e nos materiais obtidos durante a realização das visitas técnicas à Caiuá. Qualidade do Atendimento Comercial A Qualidade do Atendimento Comercial é medida através de padrões de atendimento, que são regulamentados pela ANEEL, acompanhados mensalmente através de informações que são enviadas por meio da tabela do Anexo III, referentes aos artigos 148 a 155 da Resolução Normativa 414, de 2010. O não cumprimento dos prazos estabelecidos no citado Anexo III obriga a distribuidora a efetuar compensações aos consumidores em forma de crédito na sua fatura de energia elétrica. Como citado, as distribuidoras são avaliadas por meio da verificação do cumprimento dos prazos de execução dos serviços que constam no Anexo III, transcritos na tabela a seguir. TABELA DE PRAZOS DE ATENDIMENTO CONFORME ANEXO III DA RN 414/2010 Prazos Máximos dos Serviços de Art. Padrão Vistoria, área urbana art. 30 3 dias úteis Vistoria, área rural art. 30 5 dias úteis Ligação, grupo B, área urbana art. 31 2 dias úteis Ligação, grupo B, área rural art. 31 5 dias úteis Ligação, grupo A art. 31 7 dias úteis Elaboração de estudos, orçamentos e projetos e informar ao interessado art. 32 30 dias Início das Obras art. 34 45 dias Análise do projeto art. 37 30 dias Reanálise do projeto, reprovação por falta de informação da distribuidora art. 37 10 dias Substituição do medidor e demais equipamentos de medição art. 115 30 dias C omunicar resultado da reclamação de cobrança ou devolução de diferenças apuradas art. 133 10 dias Aferição dos medidores e demais equipamentos de medição. art. 137 30 dias Religação, sem ônus para o consumidor, quando constatada a suspensão indevida do fornecimento art. 176 4 horas Religação, área urbana art. 176 24 horas Religação área rural art. 176 48 horas Religação de urgência, área urbana art. 176 4 horas Religação de urgência, área rural art. 176 8 horas art. 197 5 dias úteis Informar por escrito ao consumidor a relação de todos os seus atendimentos comerciais. art. 199 30 dias Verificação de equipamento em processo de ressarcimento de dano elétrico. art. 206 10 dias Verificação de equipamento utilizado no acondicionamento de alimentos perecíveis ou de medicamentos em processo de ressarcimento de dano elétrico. art. 206 1 dia útil Informar ao consumidor o resultado da solicitação de ressarcimento de dano elétrico art. 207 15 dias Efetuar o ressarcimento de dano elétrico ao consumidor, após a informação ao consumidor do resultado da solicitação de ressarcimento de dano elétrico. art. 208 20 dias Solução de reclamação do consumidor (observando-se as condições específicas e os prazos de execução de cada situação, sempre que previstos em normas e regulamentos editados pelo Poder Concedente e pela ANEEL, com exceção das reclamações que implicarem realização de visita técnica ao consumidor ou avaliação referente à danos não elétricos reclamados) As compensações são realizadas com base no cálculo a partir da fórmula apresentada a seguir. _____________________________________________________________________________ 95 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões FÓRMULA DE CÁLCULO DE COMPENSAÇÕES POR VIOLAÇÃO DOS PRAZOS DE ATENDIMENTO COMERCIAL EUSD = Encargo de uso do sistema de distribuição relativo ao mês de apuração; 730 = Número médio de horas no mês; Pv = Prazo verificado do atendimento comercial; Pp = Prazo normativo do padrão de atendimento comercial. É importante destacar o fato da Caiuá estar experimentando um período excepcional de operação onde há inúmeros fatores que podem influenciar na execução padrão dos seus procedimentos e, consequentemente, na qualidade dos serviços prestados pela empresa. Nesse sentido e partindo de uma análise nos números apresentados pela Caiuá, nota-se que existem procedimentos a serem monitorados e trabalhados quando se trata de prazos de serviços solicitados pelos consumidores da empresa. A seguir uma tabela do Anexo III com os números apresentados à ANEEL pela Caiuá no mês de abril de 2013. _____________________________________________________________________________ 96 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões DADOS DO ANEXO III DA CAIUÁ REFERENTE A ABRIL DE 2013 Em análise aos demais números apresentados, verificamos que os valores pagos das compensações de janeiro a maio/13 importou em R$ 1.464,05, sendo o Artigo 207 o maior ofensor (35%), seguido do Artigo 30 (32%) e 176 (17%), respectivamente. Tratamento das reclamações Em linha com o diagnóstico citado anteriormente, de elevados valores de compensações por violação dos prazos individuais de solução de reclamações aos clientes, são acompanhados pela Caiuá os indicadores que mensuram o desempenho da empresa quanto as tratativas dadas às reclamações dos clientes, aqui de forma equivalente (média) através do DER _____________________________________________________________________________ 97 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões (Duração Equivalente de Reclamação) e FER (Frequência Equivalente de Reclamação). Por meio desses indicadores são consolidadas todas as reclamações relativas ao contato do cliente que expresse insatisfação referente aos serviços prestados, que demande um desdobramento para a análise e solução da manifestação. Duração Equivalente de Reclamação (DER): O indicador do DER tem como finalidade exclusiva, o monitoramento da qualidade. Na apuração desse indicador não serão computados os tipos de reclamação referentes à interrupção do fornecimento de energia elétrica, conformidade dos níveis de tensão e ressarcimento de danos elétricos, bem como as reclamações nas Ouvidorias da distribuidora, nas agências estaduais conveniadas e na ANEEL. Utiliza-se a seguinte fórmula: Abaixo a evolução do DER mensal da Caiuá de 2012 a maio de 2013. Com base nos números apresentados, verifica-se que a Caiuá apresenta uma leve deficiência no tratamento das reclamações, uma vez que o prazo legal para resposta é de 05 dias uteis, que corresponde a 120 horas. Durante o ano de 2013 a Caiuá tem praticado, em média, 11 dias corridos para a realização de resposta das reclamações dos clientes. Frequência Equivalente de Reclamação a cada mil Unidades Consumidoras (FER): O indicador tem como objetivo estimular a busca contínua pela eficiência e eficácia no atendimento prestado aos consumidores uma vez que seu resultado indica a quantidade _____________________________________________________________________________ 98 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões de reclamações procedentes registradas na empresa, a cada 1.000 clientes existentes em sua área de concessão. Utiliza-se a seguinte fórmula para a apuração do FER. Abaixo a evolução do FER mensal da Caiuá de 2012 a maio de 2013. Embora os valores aqui apresentados estejam em bases mensais, com exceção ao dado apresentado para o ano de 2012, quando o acompanhamento regulatório pressupõe resultados acumulados, é possível uma comparação do FER com o de outras distribuidoras similares (com quantidade de consumidores maior que 60 mil e menor ou igual a 400 mil), o que permite identificar que a Caiuá se encontra em situação a ser aprimorada nesse tema. Tal conclusão é obtida com base na metodologia que foi adotada pela ANEEL para a definição dos limites anuais de FER para cada distribuidora do país. A Resolução Normativa nº 574/2013, que definiu os limites de FER e onde são detalhados os critérios que foram adotados pelo Regulador para a definição dos padrões, se pautou em uma análise de benchmark do setor elétrico. Após a criação de agrupamentos de distribuidoras similares, com base no universo total de unidades consumidoras atendidas, definiu-se o percentil 9 % como o “teto” a ser obser ado no limite do primeiro ano de alidade do regulamento, 2013. Ou seja, um limite que já tenha sido atendido por pelo menos 95% das distribuidoras daquele grupo. Quando se analisa a tabela de limites das distribuidoras brasileiras, e dispostas na mesma resolução citada, observa-se que esse limite é 28. E a Caiuá é uma das 12 empresas _____________________________________________________________________________ 99 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões desse grupo com o limite igual ao “teto”. A t tulo de comparação tem-se no mesmo grupo empresas com limite 15 (equivalente ao percentil 25%, o mínimo admitido pela Resolução). Com o advento da publicação dessa nova Resolução a ANEEL avaliará anualmente o cumprimento dos limites estabelecidos para o FER, sendo que, em caso de ultrapassagem, a distribuidora incorrerá no pagamento de penalidades. O início da aplicação das penalidades ocorrerá em 2015, com a apuração dos indicadores do exercício de 2014. E o ano de 2014 estabelece limites reduzidos em relação a 2013. Qualidade do Atendimento Telefônico O monitoramento da qualidade do atendimento telefônico prestado pela Caiuá através do call center é realizado com base nos indicadores regulamentados pela ANEEL referente a este tema e que constam na Resolução Normativa nº 414/2010. Conforme destacado no tópico relativo aos canais de atendimento, a Caiuá possui um call center centralizado no município de Presidente Prudente-SP com monitoramento da qualidade prestada ao consumidor. A tabela a seguir apresenta o número de chamadas atendidas, ocupadas e abandonadas, sintetizando a qualidade do atendimento telefônico praticada em 2013. CHAMADAS REALIZADAS AO CALL CENTER E INDICADORES DE QUALIDADE DO ATENDIMENTO TELEFÔNICO DA CAIUÁ DE 2013 Como já citado noutro tópico desse Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões, a segregação apresentada na tabela anterior permite que a distribuidora apure os indicadores de qualidade do atendimento telefônico prestado aos consumidores, conforme estabelecido em regulamento vigente. _____________________________________________________________________________ 100 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões A Caiuá não transgrediu qualquer um dos indicadores regulados em 2013. Por outro lado, como observado a seguir, a empresa recebeu uma autuação emitida pela ARSEEP sobre este tema no ano de 2011, que se encontra pendente até o momento. AUTUAÇÃO REFERENTE À QUALIDADE DO ATENDIMENTO TELEFÔNICO Nº do AI Data Origem Descrição 360/2011 16/11/2011 ARSEEP Indicadores do teleatendimento Valor da Penalidade R$37.972,95 Posição Atual Pendente Valor Atualizado (30/06/2013) R$50.829,42 Qualidade do Faturamento A Caiuá acompanha o indicador setorial Índice de Refaturamento de Contas - IRC. O IRC é um indicador criado pela ABRADEE, para servir de comparativo entre as distribuidoras de energia elétrica quanto à quantidade de faturas emitidas com erros. O IRC representa a qualidade do faturamento sob a ótica do cliente. É obtido pela relação entre a quantidade de faturas refaturadas por força de correção a cada 10.000 faturas emitidas. A ABRADEE acompanha o resultado desse indicador anualmente, divulgando o ranking das empresas e comparando os resultados com anos anteriores. Abaixo a evolução do IRC da Caiuá de 2012 a junho de 2013. INDICADOR IRC-ABRADEE DA CAIUÁ Com base nos números apresentados, constata-se que historicamente o IRC da Caiuá está com índices controláveis. De modo análogo, quando a Caiuá é comparada às outras empresas com quantidade de consumidores maior que 60 mil e menor ou igual a 400 mil, tem-se um _____________________________________________________________________________ 101 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões resultado intermediário estando a distribuidora localizada na 8ª posição entre as 19 empresas acompanhadas pela ABRADEE no ano de 2012. O refaturamento implica, além da insatisfação do cliente em receber uma fatura incorreta, na elevação do custo de operação da distribuidora, seja através do próprio processo de refaturamento (faturamento, entrega, revisita) ou pela elevação da quantidade de reclamações realizadas através dos canais de atendimento da empresa. (b) Call Center Na composição do Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões torna-se fundamental, dada sua importância nos processos da distribuidora, caracterizar e avaliar as atividades vinculadas aos atendimentos prestados aos consumidores da área de concessão da empresa, tanto aqueles realizados via call centers, quanto em modo presencial. Nesse sentido, inicialmente, torna-se oportuno contextualizar o cenário atual da Caiuá relativo aos processos citados. A Caiuá, juntamente com EEB, EDEVP, CNEE e CFLO, mesmo após a intervenção realizada pela ANEEL, possuem um modelo de gestão único responsável por toda a gestão das suas respectivas áreas de concessão. Esse universo de empresas é denominado REDESUL. Tal condição foi mantida nesse formato com vistas à otimização de custos. Com base nas visitas técnicas realizadas e nas análises das informações passadas pelos interventores, é possível identificar que existem necessidades a serem atendidas do ponto de vista da composição dos quadros funcionais, observando metodologias e premissas indispensáveis ao dimensionamento dos esforços necessários à prestação adequada do atendimento aos consumidores, assim como de adotar metodologias de gestão e ferramentas que permitam garantir este atendimento dentro dos padrões e níveis exigidos. Do ponto de vista das boas práticas de atendimento comercial nota-se que os canais presenciais e call center não cumprem, de forma uniforme e constante, todos os padrões determinados na regulamentação vigente para o atendimento, notadamente o estabelecido na REN nº 414/2010. Essa condição gera como consequência um aumento dos custos operacionais, uma vez que há elevação das visitas improcedentes aos clientes. Fato esse que compromete os níveis de qualidade do atendimento prestado. Ficou demonstrado, pela pesquisa anual da ABRADEE 2013, através da análise do IDAR de atendimento e dos IDATs associados ao tema (ótica dos clientes), que as questões relativas ao _____________________________________________________________________________ 102 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões dimensionamento de recursos humanos e desempenho operacional podem proporcionar espaços para melhoria da imagem da Caiuá, através ações do atendimento comercial. Isso porque os fatores citados anteriormente refletem nos níveis de qualidade do atendimento prestado. Esse reflexo pode ser constatado na análise dos resultados da pesquisa anual da ABRADEE referente ao ano de 2013. Tem-se, como apresentado no gráfico a seguir, o resultado do IDAR Atendimento ao Cliente da Caiuá. IDAR Atendimento ao cliente 2013 Verifica-se que a Caiuá, apesar de estar situada acima da média Brasil com um índice de 81,4, está posicionada em posição desfavorável quando comparada a outras distribuidoras do país com quantidade de consumidores até 500 mil. Nota-se que é a terceira pior em seu grupo. A gestão dos processos relacionados ao atendimento aos clientes é de responsabilidade da Gerência de Atendimento aos Clientes da distribuidora que, por sua vez, está vinculada à Superintendência Comercial. O quadro da Superintendência é inteiramente formado por funcionários próprios da Caiuá, no âmbito do universo REDESUL, perfazendo um total de 115 profissionais distribuídos o atendimento presencial aos clientes através das agências distribuídas ao longo da área de concessão e call center. Conforme disposto no regulamento vigente, a Caiuá disponibiliza aos clientes de sua área de concessão canais distintos para contato e solicitação de serviços, quais sejam: call center, Internet, Agências e SMS. A tabela a seguir apresenta o volume de serviços gerados por canal na Caiuá de janeiro a junho de 2013. _____________________________________________________________________________ 103 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões Serviços gerados por canal de contato Caiuá – janeiro a junho de 2013 Depreende-se da análise do quadro anterior que a maior representatividade de contatos está relacionada com o call center. Em seguida o atendimento via Web. Destaca-se que a alta representatividade da Web tem relação direta com o modus operandi adotado pela empresa quando dos atendimentos realizados pelas agências presenciais, que utilizam-se da solução Web para registro das solicitações. Destaca-se ainda a parcela com atendimento via SMS. Esse canal oferece para os consumidores da distribuidora os serviços de religação de energia, falta de energia e emissão de segunda via de fatura. A implantação dessa modalidade de atendimento não teve impacto tão expressivo nos demais canais e devido a sua baixa eficácia devera ser descontinuada. A seguir são detalhados de forma pormenorizada os dois principais canais de contato da Caiuá: call center e agências de atendimento presencial. CALL CENTER O Call Center da Caiuá está estruturado de forma centralizada para o universo REDESUL para todo o atendimento telefônico da área de concessão da distribuidora. Está fisicamente localizado na sede da Caiuá no município de Presidente Prudente, em São Paulo. Possui um total de 120 canais, dos quais 22 são dedicados à Caiuá. Adicionalmente possui: 30 canais para URA 4 canais para Ouvidoria 3 canais para Grandes Clientes _____________________________________________________________________________ 104 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões Conta com 42 Postos de Atendimento (PAs) e um contingente de 93 atendentes, com funcionamento 24 horas por dia, 7 dias por semana. Os equipamentos utilizados são do fabricante e há um contrato de telefonia firmado junto à EMBRATEL. Existe necessidade de aprimoramento das ferramentas de apoio à gestão, tais como os que permitam o gerenciamento da força de trabalho. Não há definição de indicadores individuais de perfomance dos atendentes. Há uma meta de TMA - Tempo Médio de Atendimento - estabelecida em 3 minutos e 20 segundos, entretanto o call center tem praticado tempos superiores a 4 minutos. A tabela a seguir apresenta os dados estatísticos de chamadas recebidas no call center realizadas de janeiro a junho de 2013 (até junho). Chamadas realizadas ao Call Center da Caiuá Como se sabe, a segregação apresentada na tabela anterior permite à distribuidora apurar os indicadores de qualidade do atendimento telefônico prestado aos consumidores conforme estabelecido em regulamento vigente. Esses indicadores serão devidamente detalhados em outro tópico desse Plano de Recuperação. Com base nas características, ora elencadas neste Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões, resta evidente que o call center da Caiuá apresenta condição de adequação de procedimentos com vistas à melhoria do atendimento prestado aos consumidores de sua área de concessão. Essa discussão será realizada em outro tópico deste Plano de Recuperação, considerando uma solução que atenda a todos os requisitos. (c) Atendimento Presencial Em atendimento ao que é estabelecido na regulamentação vigente a Caiuá dispõe de agências com atendimento presencial, dispostas nos municípios de sua área de concessão. A tabela a _____________________________________________________________________________ 105 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões seguir apresenta a distribuição desse canal de atendimento oferecido aos consumidores da distribuidora conforme estabelecido pela legislação vigente. AGÊNCIAS DE ATENDIMENTO PRESENCIAL DA CAIUÁ Agências de Atendimento Empresa Caiuá Tipo 1 Tipo 2 Tipo 3 Total 10 5 9 24 A distribuição das agências entre os municípios tem características estruturais diferenciadas e que tem relação com o porte e localização do município. As agências estão distribuídas entre os Tipos 1, 2 e 3. Agências do Tipo 1, e parte das agências do Tipo 2, são aquelas cujo atendimento é terceirizado realizado por empresas localizadas nos próprios municípios que disponibilizam a prestação de serviço à Caiuá durante 2 horas diárias em modo off line e quando necessário são realizados contatos com uma equipe de apoio para geração dos serviços. As agências do Tipo 2, em sua maioria, tem estrutura composta por leituristas próprios que trabalham sob a forma de jornada com dupla função, onde realizam em um turno do dia as atividades inerentes à coleta e leitura em campo, e no outro turno as atividades relativas ao atendimento presencial conforme estabelecido no regulamento vigente. As agências do Tipo 3 são aquelas localizadas em municípios com quantidade de consumidores superior a 10.000 (dez mil), o atendimento é composto por atendentes próprios e terceiros. Verifica-se que a gestão das filas nas agências é realizada manualmente. Essa condição podem distorcer os números referentes ao volume de atendimentos, dificultando as análises de adequação de quadro de atendentes. Observa-se a inexistência de ferramentas de gestão robustas que permitam mensurar e subsidiar estudos de reestruturação e/ou adequação necessárias à melhoria dos indicadores de qualidade do atendimento prestado. Tem-se uma gestão descentralizada e pautada, sobretudo, em iniciativas locais. Com base nas características e constatações observadas e aqui elencadas depreende-se que o atendimento presencial realizado pela Caiuá apresenta possibilidades de adequação de procedimentos com vistas à melhoria do atendimento prestado aos consumidores de sua área _____________________________________________________________________________ 106 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões de concessão. Adicionalmente aponta-se para possíveis adequações de infraestrutura física e tecnológica, fatores estes que inevitavelmente logram benefícios aos resultados operacionais da empresa. (d) Inadimplência A partir de 2012, a Caiuá passou a realizar as atividades de gestão de recebíveis com equipe própria. A área responsável pela gestão do recebível está na Coordenação de Arrecadação e Cobrança, com quadro de 03 colaboradores, respondendo à Gerência de Serviços Técnicos e Comerciais, que por sua vez, esta subordinada à Superintendência Comercial. Como forma de reduzir a inadimplência, o processo de cobrança adota ferramentas específicas. Os indicadores acompanhados para controle da inadimplência são: Valores em carteira e Índice de arrecadação. Os valores em carteira dos recebíveis representam o saldo de contas a receber, a vencer e vencido, e o índice de arrecadação representa o percentual da arrecadação sobre o faturamento. Tem como objetivo de traduzir o saldo de contas a receber a vencer e vencido. Evolução em (R$) dos valores em carteira nos meses de janeiro a junho/2013 A seguir a evolução do índice de arrecadação, dos anos de 2012 e 2013(Jan a Jun): Evolução do índice de arrecadação REGIONAL CAIUA jan.13 fev.13 mar.13 abr.13 mai.13 jun.13 103,28% 113,16% 104,66% 103,96% 100,30% 100,95% jul.13 ago.13 set.13 out.13 nov.13 dez.13 2013 2012 104,41% 98,68% Constata-se que historicamente os valores arrecadados de 2013 da Caiuá são maiores que os valores faturados, portanto conclui-se que a empresa está recuperando os valores em carteira relativo a anos anteriores. O sistema comercial utilizado nas atividades relacionadas à gestão dos recebíveis é o CS da Elucid Solution S/A, empresa terceirizada prestadora de serviços de TI a Caiuá e ao Grupo Rede. A busca pela redução da inadimplência está pautada nos seguintes pontos, passíveis de uma análise quanto à possibilidade de aprimoramento: _____________________________________________________________________________ 107 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões No acompanhamento das ações de cobrança, a Caiuá conta com apoio dos atendentes para a telecobrança. Na Agência Virtual (via internet) não é disponibilizada aos clientes a opção de parcelamento de débitos. Os débitos vencidos com mais de 90 dias, débitos relacionados com troca de titularidade e débitos dos clientes desligados são repassados para a empresa terceirizada; Com relação à execução das atividades de corte em campo, não existem equipes exclusivas para o corte, o corte é executado pelas equipes de sinergia da operação sem prioridade estabelecida. As ações desenvolvidas para combate a inadimplência fazem parte da rotina diária da área comercial. Os resultados dos indicadores são acompanhados de várias formas (diário, semanal e mensal) e compartilhado com todas as áreas envolvidas, no entanto os indicadores podem ser tornar mais eficazes, demonstrando a tomada de decisão de forma assertiva. A receita irrecuperável é a parcela esperada da receita total faturada pela empresa que possivelmente não será arrecadada em função de inadimplemento definitivo por parte dos consumidores. Considerou-se para pro eção do montante deste inadimplemento, o “N el Real de Receitas Irrecuperá eis” constante no erceiro Ciclo de Re isão arifária da Caiuá, conforme tabela abaixo. INADIMPLÊNCIA Residencial Industrial Comercial Rural Outros 3ª RT 0,1% 0,8% 0,1% 0,1% 0,0% Aplicando-se estes índices à projeção, em media 0,16% do faturamento anual da Caiuá ficará retido no saldo de Contas a Receber e irá compor a base de cálculo da Provisão para Devedores Duvidosos, como será visto no tópico seguinte (Índice de Provisionamento do Contas a Receber). _____________________________________________________________________________ 108 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões Seção 4.06 Gestão Estrutura Organizacional da Caiuá A empresa possui um quadro de colaboradores de aproximadamente 398 trabalhadores próprios e 113 trabalhadores terceiros. Esta empresa, em conjunto com as empresas CNEE, CFLO, EEB e EDEVP, compartilha o quadro diretivo, dividido da seguinte forma: 1 VicePresidente, 1 Superintendente, 2 Diretores, 1 Assessor. A estrutura organizacional apresentada se mostra organizada em 5 níveis e com a proporção líder/liderado próximo a 25, ou seja, um líder para cada 25 liderados. Após a intervenção, foram eliminados praticamente todos os cargos que tinham alguma forma de compartilhamento com as demais empresas do Grupo. Este fato contribuiu para dano de informações relevantes acerca da memória e inteligência de gestão do Grupo, perdendo alguns especialistas de difícil contratação e, passando a empresa a operar de maneira independente, sem sinergia com as demais. Apenas a função de gerenciamento do suprimento de energia e de projeções de mercado conta com um gestor terceirizado compartilhado com as demais empresas sob intervenção. A Caiuá atua com um modelo de terceirização intensivo de suas atividades, representando 23% da força de trabalho total terceirizada. Segurança do Trabalho Abaixo são demonstrados os 2 principais indicadores acompanhados no setor elétrico: Taxa de Gravidade (TG) e Taxa de Frequência (TF) para o quadro de próprios e de terceiros. Tipo TG (próprios) 2012 31 2011 42 2010 96 (Benchmarks 2012) AMPLA(0,00) COELCE (0,00) TF (próprios) 3,77 5,14 7,67 AMPLA (0,00) COELCE (0,00) TG (terceiros) 35.879 2.451 3.041 ELEKTRO (51) TF (terceiros) 20,62 4,9 16,48 AMPLA (1,29) _____________________________________________________________________________ 109 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões A Caiuá, apesar de possuir estrutura de segurança do trabalho que atenda à legislação, ocupa uma posição desfavorável no Ranking ABRADEE, que mede a excelência deste requisito entre as Associadas. Uma das maiores deficiências na segurança do trabalho refere-se à mão de obra contratada, onde ocorrem os acidentes graves em proporção elevada, considerando os benchmarks com as empresas de mesmo porte. Acordos Coletivos O Sindicato da Categoria é o Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Energia Hidroelétrica de Presidente Prudente (SINDLUZ). A data base do Acordo Coletivo de Trabalho da Caiuá é em 1º Abril. Seguem abaixo os principais itens previstos no ACT 2012/2014: Piso Salarial da Categoria: R$: 929,10; Gratificação para dirigir veículos: R$ 0,15 por KM rodado, limitado ao valor de R$ 120,00; Reajustes Salariais: reposição salarial pelo INPC e ganho real; Horas Extras: adicional de 70%; Adicional Noturno: 20% hora normal; Bolsa de Estudos: 50% nível técnico, superior e pós- graduação; Programa de Participação nos Resultados – PPR; Vale Alimentação: R$ 180,00; Vale Refeição: R$ 374,00, com desconto por faixa salarial de 3%, 5% e 12 %; Vale Alimentação Natalício: R$ 180,00; Reembolso de Medicamentos: R$ 100,00; Auxílio Creche: reembolso de R$ 275,00 para crianças de até 3 anos de idade; Gratificação de Férias: somada com a abono Constitucional, igual a 100% do salário base, para colaboradores que ganham até R$ 2.110,00; Plano de Saúde: proporciona a todos os empregados e seus dependentes legais, um Plano de Assistência Médica, Hospitalar e Laboratorial, na modalidade de prépagamento firmado com a CENTRAL NACIONAL UNIMED, que deverá obedecer à forma da tabela e regras próprias; Plano Odontológico (Ondotoprev): proporciona a todos os empregados e seus dependentes legais, Plano Odontológico através da modalidade de pré-pagamento; _____________________________________________________________________________ 110 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões Vale Transporte: desconto limitado a 6% do salário; e Política de Emprego: as partes comprometem-se a estudar políticas de emprego no prazo de 90 dias a contar do registro deste ACT no sistema mediador da SRTE. O acordo coletivo da Caiuá influencia fortemente os custos e a gestão da empresa, pois assegura vantagens e reconhecimentos que impactam diretamente as estratégias de Recursos Humanos da organização. Seção 4.07 Financeiro (a) Endividamento Financeiro, Fiscal e Setorial Passivo Financeiro (Eletrobrás) e Setorial em Atraso O estoque de passivos financeiros (Eletrobrás) e setoriais cresceu à medida que a administração da empresa não conseguia obter novas linhas de crédito para rolagem dos vencimentos dos empréstimos e financiamentos, ao mesmo tempo em que buscava o cumprimento dos compromissos do contrato de concessão. Em 30 de junho de 2013, a Caiuá apresentava um saldo em atraso de R$152,0 milhões associado a encargos setoriais, suprimento de energia e empréstimos com partes relacionadas, cuja composição está demonstrada no quadro abaixo. PASSIVOS EM ATRASO - SALDO EM 30/06/2013 DESCRIÇÃO R$ Milhões ENCARGOS SETORIAIS CCC CDE Quota para RGR Quotas do PROINFA 58,7 23,3 20,2 2,3 12,9 SUPRIMENTO DE ENERGIA Quotas de ITAIPU 45,2 45,2 OBRIGAÇÕES FISCAIS Federais Estaduais Municipais - DÍVIDAS COM ELETROBRAS - EMPRÉSTIMOS DE PARTES RELACIONADAS Distribuidoras Não Distribuidoras TOTAL DE PASSIVOS EM ATRASO 48,1 45,4 2,7 152,0 _____________________________________________________________________________ 111 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões O Despacho ANEEL Nº 213, de 25 de janeiro de 2013 autorizou a Eletrobrás suspender a cobrança dos seguintes encargos: Conta de Consumo de Combustíveis Fósseis – CCC; Conta de Desenvolvimento Energético – CDE; Reserva Global de Reversão – RGR; e Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica – PROINFA; bem como financiamentos com recursos da RGR, vencidos e a vencer, não incluídos aqueles que estejam em execução, até que sobrevenha o termo final da intervenção, ressalvada a necessidade de haver cobrança para evitar a ocorrência de prescrição. Até junho de 2013 o saldo de encargos setoriais em atraso era de R$58,7 milhões, que representa 38,6% do total de passivos em atraso. O Despacho indeferiu os pedidos de parcelamento dos encargos (CCC, CDE, RGR e PROINFA) formulados pelas concessionárias de distribuição de energia elétrica pertencentes ao Grupo Rede Energia e que estão sob intervenção. O pedido de parcelamento poderá ser reformulado por eventual novo controlador das concessionárias em questão após o fim da intervenção. Adicionalmente, o Despacho ANEEL registrou que a decisão quanto às condições de potencial parcelamento do pagamento da energia de Itaipu está dentro da esfera de gestão da Eletrobras. Em 30 de junho de 2013 a Caiuá possuía junto à Eletrobras um saldo em atraso de R$45,2 milhões referente ao suprimento de energia de Itaipu, que significa 29,7% do total de passivos em atraso. Em 30 de junho de 2013 a Caiuá não possuía saldo de dívida em atraso junto à Eletrobrás referente ao financiamento contratado com recursos da RGR. Importante ressaltar que os saldos de obrigações fiscais apresentados na tabela acima não consideram tributos parcelados junto aos governos federal, estadual e/ou municipal através de programas como REFIS, PAES, PAEX, dentre outros, pois esses não configuram atraso. Como pode ser visto, em 30 de junho de 2013 a Caiuá não possuía nenhuma obrigação fiscal em atraso. Ao final do segundo trimestre de 2013 a distribuidora registrou saldo passivo de mútuo (partes relacionadas) de R$48,1 milhões, ou 31,6% do total de passivos em atraso, contratados junto a: (i) Companhia Nacional de Energia Elétrica – CNEE: R$25,1 milhões; (ii) Empresa de Distribuição de Energia Vale Paranapanema – EDEVP: R$12,1 milhões; (iii) Centrais Elétricas Matogrossenses – CEMAT: R$8,2 milhões; (iv) Rede Energia, holding do Grupo: R$2,7 milhões. No capítulo 9 que trata da proposta da Energisa para o Plano de Recuperação será apresentada uma solução para estas importantes pendências financeiras. _____________________________________________________________________________ 112 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões (b) Caracterização do Endividamento e Perfil da Dívida Caiuá vem postergando os vencimentos de suas obrigações junto a bancos de forma acordada, e se financiando através de atrasos de pagamento dos encargos setoriais junto a Eletrobrás, uma vez que não tem acesso a novos créditos, para realização de investimentos ou refinanciamento. O saldo devedor de empréstimos e financiamentos em 30 de Junho de 2013 é de R$57,3 milhões. Credor CAIUA % BONSUCESSO 2,1 3,7% BRADESCO 6,2 10,9% ELETROBRAS 1,1 1,9% HP 0,1 0,2% MÁXIMA 0,7 1,3% MERCANTIL 1,4 2,4% SAFRA 17,7 31,0% SANTANDER 27,8 48,6% TOYOTA 0,0 0,1% Total geral 57,3 100,0% O custo médio e o prazo médio do endividamento ao final de junho de 2013 ficaram em: Custo Médio (% do CDI) 138,1% Prazo Médio (anos) Saldo de Empréstimos (R$ milhões) 0,6 57 Do montante total de dívidas, R$56,6 milhões deverão ser amortizados até 31 de dezembro de 2014, o que demonstra uma necessidade de refinanciamento e consequente risco de insolvência. O cronograma de amortização dos empréstimos e financiamentos, em 30 de junho de 2013, está apresentado no quadro abaixo: _____________________________________________________________________________ 113 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões R$ milhões ABN BONSUCESSO BRADESCO ELETROBRÁS HP MÁXIMA MERCANTIL SAFRA TOYOTA Total geral % Amortização 2S13 -13,9 -2,1 -3,4 -0,2 0,0 -0,7 -0,6 -9,4 0,0 -30,4 53% 2014 -13,9 0,0 -2,8 -0,3 0,0 0,0 -0,8 -8,4 0,0 -26,3 46% 2015 0,0 0,0 0,0 -0,3 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 -0,3 1% 2016 0,0 0,0 0,0 -0,2 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 -0,2 0% 2017 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0% 2018 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0% 2019 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0% 2020 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0% 2021 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0% 2022 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0% 2023 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0% 2024 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0% Total -27,8 -2,1 -6,2 -1,1 -0,1 -0,7 -1,4 -17,7 0,0 -57,2 100% (c) Nível de Comprometimento de Recebível De acordo com dados obtidos junto a Caiuá, 45,8% da Receita Líquida estimada para o ano de 2014 já está cedida em garantia a obrigações tais como: (i) pagamento de empréstimos e financiamentos (22,5%) e (ii) compra de energia (23,2%). A média de vinculação de 2014 à 2016 é de 29,9%. CAIUÁ (R$ milhões) OBRIGAÇÕES GARANTIDAS Ano 2013 2014 2015 2016 2017 2018 Serviço da Dívida %¹ Compra de Energia %¹ 71,1 66,3 0,5 0,5 0,0 0,0 24,6% 22,5% 0,2% 0,1% 0,0% 0,0% 86,3 68,4 74,2 74,2 80,2 80,2 29,9% 23,2% 24,0% 21,5% 21,5% 20,0% GARANTIA Receita Líquida Vinculada 157,4 134,7 74,7 74,7 80,2 80,2 Receita Líquida Anual (Caso Alternativo) 54,5% 288,9 45,8% 294,4 24,1% 309,4 21,7% 344,8 21,5% 372,8 20,0% 400,9 1: % da Receita Líquida Anual %¹ Com o recebimento dos créditos intercompanies, é importante que a empresa privilegie o pagamento de dívidas mais onerosas, curtas e sobregarantidas, visando melhorar a financiabilidade da empresa. (d) Estrutura de Capital Agravando a situação da CAIUÁ, além das dívidas bancárias (R$ 57,3 milhões), há impostos parcelados (R$ 118,6 milhões), mútuos (R$48,1 milhões), encargos setoriais e energia comprada de Itaipu em atraso (R$103,9 milhões). Descontando-se caixa e equivalentes (R$40,5 milhões), e Daycoval e ser restituído (R$12,0 milhões), a dívida líquida da empresa é de R$275,5 milhões. Os principais indicadores do desempenho econômico-financeiro consolidado da CAIUA nos balancetes de 30 de Junho de 2013 e demais informações levantadas na diligência estão apresentados a seguir: _____________________________________________________________________________ 114 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões Posição 2T2013 (R$ MM) Empréstimos e Financiamentos Impostos Parcelados Provisão para déficit atuarial Mútuos Encargos Setoriais/Eletrobrás Em Atraso Encargos Atrasados + Tributos em Atraso Repasse Itaipú Atrasado Dívida Total ¹ Disponibilidades + Aplicações no Mercado Aberto + Recebimento Mútuo + Daycoval Disponibilidades Aplicações no Mercado Aberto Recebimento de Mútuo Daycoval Dívida Líquida CAIUÁ 57,3 118,6 0,1 48,1 103,9 58,7 45,2 328,0 52,4 12,4 28,1 12,0 275,6 EBITDA 2012² - SEM CONTINGÊNCIA/PDD 37,2 EBITDA 2012² 22,1 Patrimônio Líquido Capital Social / Reservas de Capital Reserva de Reavaliação Reservas de Lucro / Prejuízos acumulados (110,2) 111,3 (0,8) (220,7) 1: Dívi da bruta cons i dera : emprés timos e fi na nci a mentos + i mpos tos pa rcel a dos + provi s ã o p/ défi ci t a tua ri a l + Enca rgos Setori a i s /El etrobrá s Em Atra s o + Mútuos à Pa ga r 2: EBITDA = EBIT+Depreci a çã o+ Acrés ci mos Mora tóri os Ratios Divida Líquida / (Dívida Líquida + PL) Dívida Líquida/ EBITDA Dívida Líquida/ EBITDA - Sem Contingência/PDD CAIUÁ 166,6% 12,5x 7,4x A situação de Caiuá é crítica, inclusive pelo Patrimônio Líquido negativo, o que deverá ensejar uma correção pela nova administração. A Dívida Líquida de junho/2013 por EBITDA (2012) alcança 12,5x. Mesmo se desconsiderarmos as provisões para devedores duvidosos e contingências realizadas no período este índice é de 7,4x, o que demonstra uma situação agressiva de alavancagem na visão de crédito. (e) Índice de Cobertura de Dívidas (covenants) Três dívidas da Caiuá possuem índices financeiros firmados contratualmente, a serem erificados pela companhia com periodicidade trimestral e anual (“Co enants”). Na apuração feita em 31 de dezembro de 2012, o índice Dívida Líquida / EBITDA estava cumprido, porém há _____________________________________________________________________________ 115 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões descumprimento no EBITDA / Resultado Financeiro, conforme pode ser visto no quadro abaixo. APURAÇÃO EM 31/12/2012 COVENANT FINANCEIRO Indicador Periodicidade Verificado em 31/12/2012 SAFRA Dívida Líquida / EBITDA < 4,30 Trimestral Cumprido BRADESCO Dívida Líquida / EBITDA < 4,30 Anual Cumprido SANTANDER Dívida Líquida / EBITDA EBITDA / Resultado Financeiro < 4,00 > 1,50 Anual Anual Cumprido Default A apuração do quadro acima foi obtida através das Demonstrações Financeiras publicadas, referentes a 31 de dezembro de 2012. Embora tenha ocorrido perda de geração de cai a operacional (“E I A”) no ano de em decorrência: (i) das revisões tarifárias; (ii) do significativo aumento no custo da energia comprada para revenda, impactado pelo PLD (Preço de Liquidação das Diferenças) e pela variação na cotação do dólar que está associado à compra de energia de Itaipu; e (iii) de provisões trabalhistas, cíveis e multas regulatórias, anteriormente não contabilizadas; a dívida financeira líquida também experimentou uma queda considerável ao longo dos últimos anos. Tal fato deixou a Caiuá com um índice Dívida Líquida / EBITDA de 2,77x. Independente do cumprimento da grande maioria dos Covenants financeiros, Energisa possui um plano de gestão das dívidas existentes e de contratação de novos financiamentos para realização do programa de investimentos, o que já está em curso, visando sua aplicação logo na assunção do controle do Grupo Rede, conforme será tratado nos capítulos 7 e 9. (f) Stand Still Com a dificuldade de refinanciamento agravada pela elevada alavancagem e pela crise financeira envolvendo o Grupo Rede, a Caiuá Distribuição de Energia teve que recorrer a um instrumento de interrupção temporária de pagamento de suas obrigações de dívida. Em outubro de 2012 foi assinado um primeiro Termo de Entendimentos entre todas as distribuidoras do Grupo Rede e uma parcela relevante dos credores com objetivo de suspender o fluxo de pagamento dos empréstimos e financiamentos existentes à época. O quadro abaixo apresenta a lista dos credores da Caiuá que são signatários do Termo de _____________________________________________________________________________ 116 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões Entendimentos e o respectivo saldo devedor em 30 de junho de 2013, que alcançou um total de R$56,0 milhões. SALDO EM 30/06/2013 CREDOR R$ Milhões TERMO DE ENTENDIMENTOS BONSUCESSO BRADESCO MÁXIMA MERCANTIL SAFRA SANTANDER 2,1 6,2 0,7 1,4 17,7 27,8 TOTAL 56,0 Esse montante representa pouco menos de 100% da dívida bancária, não considerando o saldo devedor perante a Eletrobras que em 30 de junho de 2013 era de R$1,1 milhão. O Termo de Entendimentos considerava que: Em 31 de agosto de 2012 a ANEEL decretou intervenção às concessionárias de distribuição de energia elétrica do Grupo Rede. Em 11 de outubro de 2012 a Rede Energia S/A informou que celebrou um memorando de entendimentos falando da possibilidade de alienação do controle indireto do Grupo e a necessidade de celebração de acordo com credores da Rede Energia e demais empresas do Grupo. Durante o Período de Suspensão dos pagamentos, constante do Termo de Entendimentos, os credores concordam que não declararão vencimento antecipado das obrigações decorrentes das Operações Financeiras celebradas com as concessionárias, ou de fatos e eventos relacionados à Rede Energia (controladora), tais como não pagamento de suas obrigações no vencimento, ajuizamento de execuções e protestos contra a Rede Energia, e inclusive pedido de recuperação judicial ou extrajudicial, fato que se materializou em 23 de novembro de 2012, quando quatro empresas holdings e uma comercializadora de energia do Grupo requereram recuperação judicial. A condição suspensiva do Termo de Entendimentos era a comprovação de adesão de 90% dos credores do Anexo I do documento, que apresenta o volume de participação financeira. No Anexo I existe a relação de credores cuja participação foi considerada exclusivamente para os fins do quorum desta condição. Cumpre informar que tal condição suspensiva foi atendida. _____________________________________________________________________________ 117 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões O prazo de validade do Termo de Entendimentos era de 120 dias após sua assinatura ou após o término da intervenção da ANEEL, o que acontecer primeiro. Em fevereiro de 2013 foi firmado o primeiro aditivo ao Termo de Entendimentos. Basicamente, o primeiro aditivo ao Termo de Entendimentos estabeleceu a prorrogação do prazo de validade para 15 de julho de 2013. Em junho de 2013 as partes assinaram o segundo aditivo prorrogando o prazo de validade para 15 de setembro de 2013. Houve também alteração da Cláusula 1.1, na qual os credores signatários do Termo assumiram o compromisso de não declarar vencimento antecipado das dívidas das concessionárias em caso de ser decretada a falência da Rede Energia, CTCE, QMRA, EEVP e/ou DENERGE. (g) Mútuos Como parte da correção das transgressões apontadas pela ANEEL, no âmbito da aquisição do controle pela Energisa, deverá tratar a liquidação dos mútuos entre companhias. Com base nas demonstrações financeiras de 30 de junho de 2013, Caiuá pagará mútuos existentes no montante de R$48,1 milhões, dos quais R$45,4 milhões junto a distribuidoras coligadas e R$2,7 milhões com a holding Rede Energia, conforme abaixo demonstrado: R$ milhões Cemat CNEE EDEVP Distribuidoras 8,2 25,1 12,1 45,4 Rede Energia Holdings 2,7 2,7 TOTAL 48,1 Caiuá não possui saldo de mútuo a receber. No âmbito da aquisição do controle acionário do Grupo Rede pela Energisa, a adquirente se comprometerá a fazer com que estas operações de mútuo sejam liquidadas em até 60 (sessenta) dias a partir da assunção do controle. _____________________________________________________________________________ 118 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões 5. Visão do Interventor sobre a Concessão A ANEEL por meio da Resolução Autorizativa nº 3.651, de 31 de agosto de 2012, determinou a Intervenção Administrativa na Caiuá. Segundo a Resolução, a intervenção tem como objetivos a defesa do interesse público, a preservação do serviço adequado aos consumidores e a gestão dos negócios da concessionária, assegurando o cumprimento das obrigações legais e contratuais vinculadas ao Contrato de Concessão. Ao interventor designado, Engenheiro Sinval Zaidan Gama, foram conferidos plenos poderes de gestão e administração sobre as operações e os ativos da concessionária, competindo-lhe, entre outras atribuições fixadas, a de prestar contas à ANEEL, independentemente de qualquer exigência, no momento em que deixar suas funções, ou a qualquer tempo, quando solicitado, bem como deverá apresentar relatórios periódicos das ações praticadas no âmbito da intervenção. Nesse contexto, a ANEEL concretamente tem a possibilidade de conhecer com profundidade a situação em que se encontra a Caiuá. Isso poderá ser feito com segurança, uma vez que há mais de um ano a gestão dessa concessão está sob intervenção da Agência. O interventor, além de conviver com a realidade da concessão, de ter notória experiência no setor elétrico, inclusive como ex-interventor da Cemar, poderá, como previsto na mencionada Resolução Autorizativa, informar para a ANEEL a exata medida da situação e sinalizar possíveis formas de superação, o que mitiga sobremaneira eventual assimetria da informação. Não há dúvida de que o interventor é hoje uma fonte de informação fidedigna sobre a realidade da concessionária, no sentido de acusar e precisar quais exigências regulatórias as concessões estão incapacitadas de atender nos atuais prazos estabelecidos. A Energisa teve a oportunidade de fazer duas reuniões na Rede Sul-Sudeste. A primeira, que durou uma semana, foi caracterizada pela busca inicial e intensa de informações, conhecimento detalhado da concessão e identificação dos principais problemas e desafios. A segunda, com duração de 1 dia, visou uma interação mais objetiva com o interventor e sua equipe. Essa segunda reunião teve por finalidade obter a visão mais detalhada do interventor sobre os principais problemas da concessão, bem como a apresentação, pela Energisa, das premissas que seriam utilizadas no Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões. _____________________________________________________________________________ 119 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões Dessa reunião resultou uma Memória de Reunião, assinada pelas partes, conforme Anexo deste Plano, que apresenta os principais temas tratados, da qual podem ser destacados: O Interventor destacou a dificuldade financeira das empresas que atualmente se financiam mediante a inadimplência com encargos setoriais, energia proveniente de Itaipu. Foi destacado, também, que os empréstimos das concessionárias que compõem a Rede Sul-Sudeste são muito onerosos, sendo uma importante questão a ser equacionada; O Interventor informou que no final da intervenção pretende entregar as concessões adimplentes, a menos dos encargos setoriais; Foi destacado pelo Interventor que foi solicitada a renovação das concessões das empresas que formam a Rede Sul-Sudeste. Foi realçado ainda que a Caiuá não se mostra uma concessão viável isoladamente, pelos problemas advindos da desverticalização anteriormente realizada. Caso se mantenha com uma concessão isolada precisaria de um significativo aporte de recursos. Entretanto, por tratar-se de uma concessão madura, não necessitaria desse volume de investimentos. A solução para essa questão passaria pela junção das concessões de distribuição do Grupo Rede localizadas no Estado de São Paulo. Nesse sentido, sugeriu que o Plano a ser apresentado pela Energisa poderia contemplar uma transição até a obtenção da aprovação da fusão das concessões; Foi destacado que, no âmbito da 3ª revisão tarifaria periódica das concessionárias de São Paulo, foram feitas considerações quanto ao procedimento de cálculo das perdas regulatórias, dado que foram utilizados para o cálculo valores de fatores de carga e de perdas que não retratavam adequadamente os sistemas das concessionárias. Foram aplicados valores típicos utilizados em estudos de planejamento, que não foram devidamente atualizados a partir das medições das curvas de carga. Os valores corrigidos, que de fato representam a realidade das concessionárias, foram enviados à ANEEL. Quando da instalação de medidores posteriormente foram comprovados os valores teóricos informados pela empresa. Esta diferença de reconhecimento implica em perdas financeiras, portanto dreno de recursos nessas concessões. As perdas estão em nível altamente eficiente e baixo. Nesse contexto, o esforço operacional e financeiro para se baixar as atuais perdas não guarda nenhuma razoabilidade. Segundo o Interventor, a correção dessas perdas é um _____________________________________________________________________________ 120 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões pleito justo sob o ponto de vista regulatório, tendo em vista o baixíssimo nível de perdas real dessas concessões. Em relação ao investimento, foi destacado pelo Interventor que o Plano de Desenvolvimento da Distribuição (PDD) não inclui os recursos necessários para alcançar a trajetória regulatória de perdas, pois não atenderia o critério de prudência econômica. Em síntese os principais desafios da concessão estariam relacionados com a trajetória regulatória de perdas, dado o erro na sua definição, com a dívida com encargos setoriais e Itaipu e com a sua inviabilidade individual. A questão das perdas já havia sido levantada pela Caiuá, no contexto da AP nº 09/12, relativa à sua 3ª RTP, que foi concluída em maio de 2012. Naquela oportunidade, a concessionária formalizou a sua contribuição ao tema perdas na distribuição, conforme apresentado a seguir: “A Tabela adiante apresenta a evolução das perdas da distribuição nos últimos anos na área de concessão da Caiuá estabelecida pela simples diferença entre a energia injetada e energia fornecida, tanto em valores absolutos quanto em percentual de energia injetada, conforme os dados enviados pela Caiuá por solicitação da ANEEL. Por outro lado, a célula C14 da planilha “Balanço” do Arquivo, está sendo utilizado um percentual de 7,21% para perdas da distribuição sobre a energia injetada (2), percentual bem abaixo dos percentuais encontrados na área de concessão da Caiuá. Tal discrepância a menor de 1,68% entre o nível de perdas da distribuição estabelecido pela ANEEL e a realidade atual da Caiuá é avaliada em seguida segregada em perdas técnicas e perdas não técnicas, levando em conta para essas últimas as questões regulatórias relacionadas com o menor patamar já observado de perdas e o desconto das perdas em unidades consumidoras (“UC´s”) sem medição. ... _____________________________________________________________________________ 121 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões “Conforme consta na célula C5 da planilha “Balanço” do Arquivo, está sendo utilizado um percentual de 6,49% para perdas técnicas sobre a energia injetada na composição do balanço de energia da Caiuá. A Caiuá, em conformidade com o Módulo 7 dos Procedimentos de Distribuição - PRODIST que detalha a metodologia empregada para o cálculo das perdas técnicas, estabeleceu um percentual de 7,21% para as características do seu sistema de distribuição. A análise sobre a diferença de 0,72% entre os níveis calculados de perdas técnicas pela ANEEL e Caiuá está consolidada em Documento específico, parte integrante da presente contribuição a AP.” Com relação aos motivos que levaram à discrepância entre a perda técnica calculada pela Caiuá e pela ANEEL, a empresa apresentou a seguinte argumentação: “1. A comparação com os dados do 2º ciclo não deve ser utilizado como referência de comparação ao 3º ciclo, pois no 2º ciclo para o cálculo das perdas foram utilizados valores de fatores de carga e de perdas que não retratavam adequadamente o sistema da Empresa. Foram aplicados valores típicos utilizados em estudos de planejamento, e que não foram devidamente atualizados a partir das medições das curvas de carga. Desta forma, no 2º ciclo as perdas nas redes de subtransmissão da empresa foram subestimadas, ou seja, os valores reais eram bem superiores aos que foram calculados. Para o 3º ciclo esse problema foi sanado, e por isso, além do crescimento do mercado explicado em detalhes neste relatório, as perdas aumentaram tanto com relação ao 2º ciclo. 2. Também foi verificada uma inconsistência nos valores de energia passante apresentados no 2º ciclo, por esta razão não devem ser considerados como referencia para comparação com o 3º ciclo. Diante disto, estes valores não servem como base para atribuição das perdas técnicas na subtransmissão. Para o terceiro ciclo foram enviados valores consistentes que representam a realidade desta concessionária. As perdas na subtransmissão devem partir dos resultados obtidos apresentados neste trabalho.” Analisando as contribuições aportadas pela concessionária no contexto da 3ª RTP e as conclusões decorrentes das duas reuniões realizadas entre Caiuá e Energisa, resta claro que a concessão apresenta, além da dívida com encargos e Itaipu, dois grandes problemas: metas _____________________________________________________________________________ 122 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões regulatórias de perdas, pelo erro da sua definição, e o fato de a concessionária não se mostrar viável isoladamente. _____________________________________________________________________________ 123 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões 6. Contexto de Elaboração do Plano de Recuperação e Correção de Falhas e Transgressões A Lei no 12.767/12 define, em seu artigo 12, os prazos e condições para apresentação de Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões que ensejaram a intervenção, conforme descrito abaixo: Art. 12. Os acionistas da concessionária de serviço público de energia elétrica sob intervenção terão o prazo de 60 (sessenta) dias, contado do ato que a determinou, para apresentar à Aneel um plano de recuperação e correção das falhas e transgressões que ensejaram a intervenção, contendo, no mínimo: I - discriminação pormenorizada dos meios de recuperação a serem empregados; II - demonstração de sua viabilidade econômico-financeira; III - proposta de regime excepcional de sanções regulatórias para o período de recuperação; e IV - prazo necessário para o alcance dos objetivos, que não poderá ultrapassar o termo final da concessão. § 1º A adoção de qualquer meio de recuperação não prejudica as garantias da Fazenda Pública aplicáveis à cobrança dos seus créditos nem altera as definições referentes a responsabilidade civil, comercial ou tributária, em especial no que se refere à aplicação do art. 133 da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966. As Resoluções Autorizativas que determinaram a intervenção nas concessionárias do Grupo Rede definem, no artigo 3o: Art. 3º A intervenção não afetará o curso regular dos negócios da concessionária, nem seu normal funcionamento, ficando imediatamente afastados do exercício dos seus mandatos os Diretores, os membros dos Conselhos de Administração e do Conselho Fiscal. (...) § 3º A assembleia de acionistas da concessionária terá um prazo de 60 (sessenta dias) para apresentar à ANEEL um plano de recuperação e correção das falhas e transgressões que ensejaram a intervenção, contendo, no mínimo: I – discriminação pormenorizada dos meios de recuperação a serem empregados; II – demonstração de sua viabilidade econômico-financeira; III – proposta de regime excepcional de sanções regulatórias para o período de recuperação; e IV – estipulação do prazo necessário para o alcance dos objetivos principais, que não poderá ultrapassar o termo final da concessão. _____________________________________________________________________________ 124 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões A ANEEL, por meio de ofício enviado pela SFF, determinou que as concessionárias do Grupo Rede devem apresentar uma versão atualizada de seus Planos de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões, conforme as seguintes orientações da Agência: sta nova versão do Plano deverá contemplar os principais demonstra vos contábeis projetados como o Balanço Patrimonial, Demonstração de Resultados e Demonstração do Fluxo de Caixa Direto. Os demonstrativos deverão seguir a contabilidade regulatória na data base de 1 de março de 2 1 e devem ser pro etados até o ano de 2025 em bases trimestrais e em moeda nominal. Além disso, as Concessionárias deverão apresentar o Balanço Energético. Por sustentabilidade, entendem-se os índices de “Dívida Líquida / [ B TDA (-) Cape ” inferior a , vezes e “Dívida Líquida / B TDA” inferior a 5, vezes. uanto Dívida Líquida, esta inclui os recolhimentos em atraso e renegociados de fornecedores, encargos setoriais e tributos, mútuos passivos e déficits atuariais, mas não inclui créditos a receber de entidades ligadas. Com base no disposto na legislação vigente e nas determinações da ANEEL, o Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões foi estruturado e concebido, considerando as seguintes premissas: (i) discriminação dos meios a serem empregados para viabilizar a recuperação da concessão; (ii) demonstração da viabilidade econômica e financeira da concessionária; (iii) apresentação da geração de caixa da concessionária após a implementação do Plano, que deve ser compatível com o volume de serviço da dívida e a necessidade de investimentos; (iv) consideração da concessionária adimplente com as obrigações intrassetoriais; (v) consideração da concessionária adimplente com as obrigações tributárias; (vi) consideração da concessionária adimplente com os empréstimos adquiridos com partes relacionadas (mútuos passivos); (vii) recebimento de créditos com partes relacionadas (mútuos ativos); (viii) eliminação do risco sistêmico em relação às concessionárias integrantes do Grupo Rede; (ix) proposição de regime excepcional de sanções regulatórias para o período de recuperação; e _____________________________________________________________________________ 125 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões (x) estabelecimento de prazo necessário para o alcance dos objetivos deste Plano de Recuperação. Neste sentido foi iniciado um intenso processo de diligência nas empresas sob intervenção, realizado em três etapas: A primeira etapa consistiu em interações presenciais que duraram 1 semana em cada uma das empresas e foi caracterizada pela busca inicial e intensa de informação, conhecimento das concessões e detecção dos principais problemas e desafios. Após esta imersão, foi possível conhecer melhor as características principais e iniciar a elaboração do Plano; Na segunda etapa ocorreu uma interação mais objetiva junto às equipes de cada uma das empresas sob intervenção, de forma a validar as principais premissas que seriam tratadas no Plano. Objetivou-se uma maior robustez e maior aproximação com a realidade das concessões, necessárias para a análise e para suportar a decisão do Regulador; A terceira etapa consistiu em realizar projeções olhando o cenário até 2025 e em propor soluções para cada um dos temas que apresentavam problemas, as quais serão detalhadas no Plano. Nesta etapa objetivou-se ser criterioso quanto à exigibilidade da solução proposta, bem como ponderar os impactos financeiros e tarifários, buscando o melhor para a concessão e seus consumidores. Cerca de 60 profissionais da ENERGISA participaram diretamente da análise e proposição do Plano ora apresentado, o que demonstra o comprometimento com a caracterização das concessões e seus desafios, bem como o propósito de se refletir a realidade atual e prospectiva. Sob este contexto de intenso trabalho e estudo dos principais desafios das áreas de concessões sob intervenção é que foi construído o Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões ora proposto. _____________________________________________________________________________ 126 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões 7. Cenário Prospectivo a partir da Situação Atual – Avaliação Econômico-Financeira Seção 7.01 Cenário Macroeconômico Tendo em vista um viés mais amplo de pesquisa, foi utilizado o cenário macroeconômico prospectivo divulgado pelo Boletim Focus para projetar os indicadores de preço, juros, câmbio e nível de atividade. Tal boletim é emitido semanalmente pelo Banco Central do Brasil, após consulta a aproximadamente 100 instituições do mercado financeiro, com vistas a monitorar as expectativas dos agentes em relação aos indicadores econômicos nacionais. O quadro abaixo apresenta o cenário macroeconômico divulgado pelo Boletim Focus de 20 de setembro de 2013 e utilizado nas projeções econômico-financeiras apresentadas neste relatório. Cumpre ressaltar que os dados abaixo representam a mediana das expectativas de mercado, refletindo projeções até 2017 e extrapoladas até 2025 conforme abaixo descrito. CENÁRIO MACROECONÔMICO 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 INDICADORES DE PREÇO IPCA IGPM 5,8% 5,2% 5,9% 5,8% 5,5% 5,0% 5,3% 5,0% 5,5% 5,0% 5,3% 5,0% 5,0% 5,0% 4,5% 4,5% 4,5% 4,5% 4,5% 4,5% 4,5% 4,5% 4,5% 4,5% 4,5% 4,5% JUROS CDI / SELIC TJLP 8,4% 5,0% 9,7% 10,0% 5,0% 5,0% 9,5% 5,0% 9,0% 5,0% 9,0% 5,0% 9,0% 5,0% 9,0% 5,0% 8,5% 5,0% 8,5% 5,0% 8,5% 5,0% 8,5% 5,0% 8,5% 5,0% 2,33 2,03 14,0% 2,40 2,37 3,0% 2,40 2,40 0,0% 2,45 2,43 2,1% 2,50 2,48 2,0% 2,57 2,54 3,0% 2,65 2,61 2,7% 2,70 2,67 2,3% 2,77 2,74 2,3% 2,83 2,80 2,3% 2,89 2,86 2,3% 2,96 2,92 2,3% 3,02 2,99 2,3% 2,4% 2,2% 2,5% 3,0% 3,1% 3,3% 3,8% 4,2% 4,0% 4,1% 4,0% 4,0% 4,0% CÂMBIO US$ - Taxa Fim US$ - Taxa Média US$ - Variação Cambial PIB PIB Total Brasil O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) é o índice oficial que o Governo Federal utiliza para medir as metas inflacionárias desde 1999. O cenário prospectivo prevê que o IPCA ficará acima de 5,0% ao ano até 2019. Por seu lado, a expectativa para o Índice Geral de Preços ao Mercado (IGP-M) é estabilizar em 5,0% a partir de 2015. Ambos os indicadores convergem para o patamar de 4,5% ao ano, o que foi adotado como a inflação de equilíbrio de longo prazo da economia brasileira. No curto prazo, o repasse da depreciação cambial, a alta nos preços internacionais de grãos e commodities, e o comportamento altista dos preços de serviços geram expectativa de que os índices de preço ficarão acima do centro da meta do regime de inflação. O curto prazo das _____________________________________________________________________________ 127 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões projeções captura um potencial reajuste nos preços domésticos da gasolina, cujo impacto tenderá a retardar a desaceleração da inflação. Nessas circunstâncias, o Banco Central manteria a trajetória de aumento da taxa básica de juros até 2015, quando a expectativa é que a mediana da SELIC atingirá 10,0% ao ano. O objetivo é manter a inflação ancorada dentro dos limites do regime de metas, cuja principal ação do banco se baseia no controle da taxa de juros básica de curto prazo. No cenário macroeconômico utilizado neste plano, após 2015 a SELIC apresentará trajetória levemente declinante, testando patamares de equilíbrio entre 9,0% e 8,5% ao ano. Quanto à Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP), a expectativa é que se mantenha estável em 5,0% ao ano ao longo de todo o horizonte de projeção, o que é razoável dado à avaliação do comportamento recente de menor volatilidade neste indexador. A evolução recente da conjuntura econômica internacional reforçou a perspectiva geral do mercado financeiro para acomodação da cotação cambial doméstica próxima de R$ 2,40/USD para os próximos anos. Os fundamentos da economia brasileira seguem sustentando a expectativa para depreciação do real, em especial as condições da inflação e suas consequências sobre a trajetória da taxa de juros, já mencionadas, e a situação das contas externas brasileiras. Em relação a essas, destacamos o desempenho recente da balança comercial, cujo saldo tem sido fortemente afetado pela queda das exportações de petróleo – em decorrência da queda da produção doméstica – e das vendas para a Argentina – que continua limitando a entrada de produtos manufaturados brasileiros. Períodos de volatilidade cambial poderão voltar a ocorrer no curto e médio prazos, na esteira da formação de expectativas quanto à condução da política monetária norte-americana e mesmo quanto ao resultado das eleições brasileiras de 2014. No longo prazo o cenário macroeconômico adotado prevê que a variação cambial será resultante do diferencial entre a inflação brasileira e a norte-americana, esta última medida pelo CPI (Consumer Price Index), equivalente ao Índice de Preços ao Consumidor brasileiro. A expectativa de crescimento do PIB para o próximo triênio é abaixo de 3,0% ao ano. Como base dessa avaliação está o fato de que o crescimento tendencial da economia brasileira – entendido como a velocidade média do PIB corrente, livre da volatilidade de curto prazo e de choques exógenos que não tendem a se repetir – permanece entre 2,0% e 2,5%. O aumento da taxa básica de juros (SELIC) e a depreciação da taxa de câmbio no mesmo período deverão, em alguma magnitude, conter a expansão da economia brasileira. Por outro _____________________________________________________________________________ 128 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões lado, haverá o efeito positivo da Copa do Mundo (especialmente das obras que serão entregues até ano que vem), o início de algumas importantes obras de infraestrutura, no âmbito do programa de concessões, e a melhora das exportações, impulsionadas pela recuperação em curso da economia global e pelos efeitos positivos da depreciação do real. A expansão do crédito neste e no próximo ano seguirá sustentando a retomada da atividade econômica, pautada principalmente em linhas voltadas aos investimentos, ao crédito habitacional e nos repasses do BNDES. Fatores domésticos estruturais também seguem pesando sobre o desempenho da economia brasileira. Cabe destacar desafios conhecidos como: (i) aqueles ligados às deficiências de infraestrutura e à qualidade da educação, que comprometem nossa competitividade; (ii) o mercado de trabalho apertado decorrente principalmente de questões demográficas; e (iii) a demanda externa ainda em lenta recuperação. Ao mesmo tempo, vetores de dinamismo do consumo nos últimos anos, tais como a mobilidade social, ainda estão presentes, mas com um ritmo de contribuição menor do que o verificado no passado. É necessário reconhecer também o esforço pelo qual passa a grande maioria das empresas (e das famílias), na busca de ganhos de eficiência através da redução de despesas e revisão de processos, que implicam necessariamente uma expansão da economia mais contida, principalmente de serviços, no curto prazo. Efeitos regionais do crescimento do PIB serão observados no capítulo que trata o mercado da concessionária. Seção 7.02 Mercado As previsões foram baseadas em modelos univariados, que utilizam o comportamento passado dos dados para a projeção futura. Esses modelos apresentam vantagens no quesito capacidade de ajuste aos dados, visto que não eram disponíveis outras variáveis explicativas com o histórico de tamanho semelhante ao da série de dados de consumo. Basicamente, os métodos utilizados consistiram em explicar uma variável por meio da identificação de dois componentes de causalidade: a) componentes auto-regressivos, que estabelecem uma correlação entre o valor corrente da variável dependente e seus valores defasados; _____________________________________________________________________________ 129 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões b) componentes de correção dos erros, ou de média móvel, em que o valor corrente da variável dependente está correlacionado com um processo de correção ou redução temporal dos resíduos defasados. O diagnóstico dos modelos foi feito a partir de estatísticas abaixo descritas: DM – Discrepância Média: Simplesmente a média dos erros de previsão. DAM – Discrepância Absoluta Média: Mais robusta, pois trabalha com os valores na forma absoluta (sem sinal). Trata o erro como se fosse uma distância. DQM – Discrepância Quadrática Média: Segue a lógica da DAM eliminando o sinal através do quadrado. Proporciona facilidade em operações matemáticas. DPAM – Discrepância Absoluta Média: É o erro em relação ao valor observado. Fácil interpretação intuitiva, pois mede a discrepância em termos percentuais. U de Theil - Mede se a previsão seria melhor utilizando a mais simples das técnicas (Método Ingênuo). AIC – Critério de Informação de Akaike: Penaliza o modelo através da inclusão de novas variáveis, respeitando o princípio da parcimônia. O melhor modelo é aquele que minimiza o AIC. A escolha do melhor modelo se deu por meio da análise dos erros (quanto menor melhor), AIC (quanto menor melhor) e U de Theil, que deve se encontrar entre 0 e 1. O modelo escolhido resulta não apenas da sugestão do software, mas também de uma análise global realizada pelo analista, entendendo o comportamento da série histórica e identificando a presença e necessidade ou não de retirada de pontos atípicos, outliers. Fonte de Dados Para a construção das previsões utilizou-se como base histórica as informações disponibilizadas no Data Room de 2001 a 2011 e os SAMPs, disponibilizados pela Aneel, para os anos de 2012 e 2013 (até junho). A base histórica contém dados mensais, por classe de consumo, totalizando 150 observações (jan/01 a jun/13). No caso da classe industrial, foi retirada do histórico do consumo a quantidade de energia elétrica consumida de todos os clientes livres, de tal forma a projetar apenas o consumo dos _____________________________________________________________________________ 130 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões clientes cativos, sem risco de contaminação do histórico devido à migração para o Mercado Livre. Assim procedendo, foram projetadas 150 observações mensais, de julho de 2013 a dezembro de 2025, para as variáveis consumo cativo e número de consumidores por classe, resultando em projeções de consumo médio. Também foram realizadas previsões para o consumo médio dos clientes livres, tomando como base o número de consumidores estável até o ano de 2025. Durante o processo de previsão houve grande interação com as áreas de Mercado das empresas do Grupo Rede, a fim de captar percepções e avaliar se as previsões propostas estavam coerentes com o cenário local. Para a construção do Balanço Energético, também foram utilizadas as informações de migrações de clientes para o Mercado Livre, bem como as previsões de ampliações e de entrada de novas cargas. Para a classe Rural, foram utilizadas ainda as informações de entrada de clientes em decorrência da universalização. Por fim, foi adicionada à série a previsão de Energia Recuperada resultante das ações de combate às perdas não técnicas, agregando ao faturamento um consumo fruto das cobranças passadas. Análise das Projeções – Cenário Prospectivo As análises feitas a seguir levam em consideração o Cenário Prospectivo, englobando os respectivos cenários de Energia Recuperada e Perdas. Consumo Na Caiuá, o consumo de energia elétrica Total acumulou, até junho de 2013, crescimento ameno de 1,1% em relação ao mesmo período de 2012. Tomando como premissa este crescimento acumulado e a taxa de crescimento média de 2,9% a.a. no período compreendido entre os anos de 2006 e 2012, as projeções da Energisa apontam um crescimento no consumo total de 2,0% para o fechamento do ano atual vs 2012. As projeções também apontam para um crescimento de 4,3% no ano de 2014 vs 2013, taxa amortizada suavemente no decorrer dos anos subsequentes, encerrando o período 2013 – 2025 com um crescimento geométrico de 3,5% a.a. no consumo do mercado Total da Caiuá. _____________________________________________________________________________ 131 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões Retirando todo e qualquer efeito das migrações, seja na classe comercial ou industrial, o consumo Total atingiria crescimento médio de 4,1% a.a. no período 2006/2012. Consumo Total - CAIUÁ Total GWh 1.800 1.600 1.400 Cresc. Acum. 2006/2012 2,9% Taxa de Crescimento (%) Cresc. Acum. 2013/2025 3,5% 15,0 13,0 11,0 1.200 9,0 1.000 7,0 800 4,3 600 400 3,6 3,5 3,5 3,5 3,4 3,4 3,4 3,4 3,3 3,3 3,3 2,0 5,0 3,0 1,0 200 - -1,0 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 Fonte: Balanço Energético O consumo residencial da Caiuá acumulou, até o sexto mês de 2013, crescimento de 2,3% vs 2012. Tomando como prerrogativa este crescimento acumulado em 2013 e o crescimento médio de 4,5% a.a. no período de 2006 e 2012, as projeções da Energisa apontam um crescimento no consumo total de 2,9% para o ano de 2013 e um crescimento médio de 4,3% a.a. no período de 2013-2025. Entre as classes analisadas, a Residencial é a mais afetada pela Energia Recuperada. Desta maneira, espera-se que a Energia Recuperada agregue ao mercado residencial da Caiuá, a partir de 2014, cerca de 3 GWh por ano. No período acumulado entre 2014 e 2025, o valor chega a 39 GWh. _____________________________________________________________________________ 132 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões Consumo Residencial - CAIUÁ Residencial GWh 800 700 600 Cresc. Acum. 2006/2012 4,5% Taxa de Crescimento (%) 10,0 9,0 Cresc. Acum. 2013/2025 4,3% 8,0 500 7,0 400 6,0 5,0 300 4,2 4,2 4,2 4,2 4,2 4,2 4,2 4,2 4,2 4,2 4,2 200 5,0 4,0 2,9 100 3,0 - 2,0 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 Fonte: Balanço Energético O consumo industrial de energia elétrica da Caiuá acumulou, até o primeiro semestre de 2013, ligeira retração de 0,6% quando comparado ao mesmo período de 2012. Esta taxa de crescimento influencia diretamente as projeções. Porém, a retração de 4,8% a.a. de 2006 a 2012 observada nesta classe reflete também migrações ocorridas neste período. Visando obter o comportamento real do mercado sem o efeito de qualquer migração ocorrida ou novas cargas, analisou-se o mercado retirando tal efeito. Desta forma, o crescimento industrial médio no período compreendido entre os anos de 2006 e 2012, atingiria retração de -0,05% a.a. A Energia Recuperada na classe Industrial da Caiuá tem como previsão agregar à classe, de 2013 a 2025, 2 GWh de consumo no total. Com base nestas prerrogativas, as projeções da Energisa indicam um crescimento geométrico no período de 2013-2025 de 1,2% a.a., encerrando o ano de 2013 com crescimento de 1,7%. _____________________________________________________________________________ 133 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões Consumo Industrial - CAIUÁ 250 Industrial GWh Taxa de Crescimento (%) 3,0 2,8 Cresc. Acum. 2006/2012 -4,8% 200 Cresc. Acum. 2013/2025 1,2% 2,6 2,4 150 2,2 2,0 1,7 100 1,8 1,6 1,4 50 1,2 1,2 1,2 1,2 1,2 1,2 1,2 1,2 1,2 1,2 1,2 1,4 1,2 - 1,0 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 Fonte: Balanço Energético O consumo de energia elétrica da Caiuá na classe comercial acumulou, até junho de 2013, 1,8% de crescimento vs o mesmo período de 2012. Levando em consideração a série histórica do consumo comercial, a classe apresentou um crescimento médio de 6,7% a.a. de 2006 a 2012. A classe comercial, bem como a industrial, também é afetada diretamente pelas migrações para o ambiente de contratação livre (ACL). Expurgando-se os efeitos das migrações ocorridas, o crescimento da classe comercial atingiria um crescimento médio de 7,3% a.a. no período 2006-2012. A Energia Recuperada na classe Comercial é mais significativa quando comparada à classe Industrial. No período compreendido entre 2013 e 2025, espera-se que a Energia Recuperada agregue ao mercado comercial aproximadamente 8 GWh. Corroborando estas premissas, espera-se um crescimento médio de 3,6% a.a. no período 2013-2025. _____________________________________________________________________________ 134 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões Consumo Comercial - CAIUÁ Comercial GWh 450 400 Cresc. Acum. 2006/2012 6,7% 350 Taxa de Crescimento (%) 9,0 Cresc. Acum. 2013/2025 3,6% 8,0 7,0 300 6,0 4,9 250 4,2 200 4,0 3,9 5,0 3,7 3,6 3,5 3,4 3,3 150 100 10,0 3,2 3,1 3,0 4,0 3,0 2,1 2,0 50 1,0 - 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 Fonte: Balanço Energético Na Caiuá, o consumo de energia elétrica na classe Rural acumulou, até junho de 2013, ligeira retração de 0,1% vs 2012. No período compreendido entre 2006 e 2012 a classe Rural atingiu um crescimento médio de 4% a.a.. A Energia Recuperada na classe Rural agregará ao mercado da Caiuá até 2025, 8 GWh. Com base nestas premissas, as projeções da Energisa apontam um crescimento de 1,3% para o ano de 2013 e crescimento médio de 4,1% a.a. no consumo Rural no período 2013-2025. Consumo Rural - CAIUÁ Rural GWh 100 Cresc. Acum. 2006/2012 4,0% Taxa de Crescimento (%) 10,0 9,0 Cresc. Acum. 2013/2025 4,1% 8,0 80 7,0 5,6 6,0 60 3,9 3,9 3,9 3,9 3,9 3,9 3,9 3,9 3,9 3,9 3,9 5,0 4,0 40 3,0 20 1,3 2,0 1,0 - 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 Fonte: Balanço Energético. _____________________________________________________________________________ 135 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões Resumo das projeções de Consumo - Caiuá Crescimento Consumo (% a.a.) - CAIUÁ 15,0 10,0 5,0 6,7 7,3 4,5 4,5 4,3 3,6 4,0 4,0 4,1 2,7 2,7 2,8 2,9 4,1 3,5 1,2 -0,0 2006/2012 -5,0 2006/2012 ** -4,8 2013/2025 -10,0 Residencial Industrial Comercial Rural Outros Total Fonte: Balanço Energético Consumo Livre e Número de consumidores O número de consumidores livres da Caiuá em dezembro de 2012 era de 5 clientes livres. Até junho de 2013, o Ambiente de Contratação Livre (ACL) já contava com 6 clientes livres. Considerou-se estável o número de consumidores livres até 2025. Em contrapartida, com a série histórica do consumo livre dos clientes da Caiuá, projetou-se o consumo no ACL. Até junho de 2013, o mercado livre da Caiuá cresceu 59% vs 2012. Tal crescimento pode ser explicado pelo menor número de consumidores, pois, no primeiro semestre de 2012 só havia 3 clientes livres. Com base no histórico e no crescimento acumulado até o presente momento, espera-se que o consumo livre encerre o ano de 2013 com crescimento de 23,9% vs 2012. As projeções apontam crescimento médio de 2,5% a.a. no período 2013-2025. _____________________________________________________________________________ 136 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões Consumo Ambiente de Contratação Livre (% a.a.) - CAIUÁ 100 Consumo GWh 90 80 30,0 Taxa de Crescimento (%) Cresc. Acum. 2013/2025 2,5% 23,9 70 25,0 20,0 60 50 15,0 40 10,0 30 20 5,0 10 2,5 2,5 2,5 2,5 2,5 2,5 2,5 2,5 2,5 2,5 2,5 2,5 0 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 Fonte: Balanço Energético Número de Consumidores Até junho de 2013, a Caiuá cresceu, em número de consumidores, 2,5% vs 2012. Entre 2006 e 2012, o crescimento médio foi de 2,3% a.a.. Levando em consideração o número de consumidores realizado até o momento e o histórico, espera-se que o número de consumidores cresça em torno de 2,4% a.a. no período de 2013 a 2025, finalizando o ano de 2013 com aumento de 2,2%. Número de Consumidores TOTAL (Unidade) 350.000 300.000 Cresc. Acum. 2006/2012 2,3% Taxa de Crescimento (%) Cresc. Acum. 2013/2025 2,4% 6,0 5,0 250.000 4,0 200.000 150.000 2,2 2,5 2,5 2,5 2,4 2,4 2,4 2,4 2,4 2,4 2,3 2,3 2,3 3,0 2,0 100.000 1,0 50.000 - - 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 Fonte: Balanço Energético Em relação ao número de consumidores residenciais vinculados à Caiuá, o crescimento até o primeiro semestre de 2013 foi de 2,2% vs 2012. Tendo como base o crescimento acumulado _____________________________________________________________________________ 137 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões até o período atual e a série histórica dos dados, as projeções da Energisa indicam um crescimento médio de 2,1% a.a. no período compreendido entre os anos de 2013 e 2025, finalizando o ano de 2013 com crescimento de 1,9%. Número de Consumidores Residencial (Unidade) 250.000 Cresc. Acum. 2006/2012 1,8% Taxa de Crescimento (%) Cresc. Acum. 2013/2025 2,1% 5,0 4,5 4,0 200.000 3,5 150.000 3,0 100.000 1,9 2,1 2,1 2,1 2,1 2,1 2,1 2,1 2,1 2,1 2,1 2,1 2,1 2,5 2,0 50.000 1,5 - 1,0 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 Fonte: Balanço Energético O número de clientes industriais da Caiuá cresceu 14,8% até junho de 2013. Tomando como base o forte histórico, indicando uma taxa média de crescimento de 19,5% a.a. no período entre 2006/2012 e o número de consumidores até o momento, as projeções da Energisa apontam que o número de clientes industriais deve encerrar o ano de 2013 com crescimento de 12,7%. No período 2013-2025, o crescimento geométrico pelas projeções indica 7,7%. Número de Consumidores Industrial (Unidade) 25.000 20.000 Cresc. Acum. 2006/2012 19,5% Taxa de Crescimento (%) 26,0 Cresc. Acum. 2013/2025 7,7% 21,0 15.000 12,7 10.000 5.000 16,0 11,9 10,6 9,6 8,7 8,0 7,4 11,0 6,9 6,5 6,1 5,7 5,4 5,1 - 6,0 1,0 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 _____________________________________________________________________________ 138 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões Fonte: Balanço Energético O número de consumidores comerciais da Caiuá cresceu, em média, 2,5% a.a. ao longo do período 2006-2012. Até junho de 2013, a classe comercial expandiu 2,3% o número de clientes comerciais quando comparado ao mesmo período de 2012. As projeções da Energisa, tomando como premissa todo o histórico de número de clientes comerciais e o crescimento até o primeiro semestre de 2013, indicam um crescimento de 2,2% ao final de 2013. No período dos doze anos subsequentes, as projeções apontam um crescimento de 2,4% a.a para o período. Número de Consumidores Comercial (Unidade) 30.000 25.000 Cresc. Acum. 2006/2012 2,5% Taxa de Crescimento (%) 4,5 Cresc. Acum. 2013/2025 2,4% 4,0 20.000 3,5 15.000 10.000 5,0 3,0 2,2 2,4 2,4 2,4 2,4 2,4 2,4 2,4 2,4 2,4 2,4 2,4 2,4 2,5 2,0 5.000 1,5 - 1,0 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 Fonte: Balanço Energético O número de consumidores rurais da Caiuá apresentou um crescimento médio de 3,4% no período compreendido entre os anos de 2006 e 2012. Até junho de 2013, o crescimento do número de clientes rurais da Caiuá atingiu crescimento ameno de 0,2% vs 2012 . As projeções da Energisa apontam para o período 2013-2025 um crescimento médio de 2,1% a.a. Para 2013, espera-se que o número de clientes rurais atinja expansão de 0,5%. _____________________________________________________________________________ 139 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões Número de Consumidores Rural (Unidade) 20.000 18.000 Cresc. Acum. 2006/2012 3,4% 16.000 Taxa de Crescimento (%) 4,5 Cresc. Acum. 2013/2025 2,1% 4,0 14.000 3,5 12.000 3,0 2,3 10.000 2,3 2,2 2,2 2,1 2,1 2,1 2,0 2,0 1,9 8.000 1,9 2,5 1,9 6.000 4.000 5,0 2,0 1,5 1,0 0,5 2.000 0,5 - 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 Fonte: Balanço Energético Resumo das projeções de número de consumidores - Caiuá Crescimento Nº Consumidores (% a.a.) - CAIUÁ 19,5 20,0 2006/2012 2013/2025 18,0 16,0 14,0 12,0 10,0 7,7 8,0 6,0 4,0 2,0 1,8 2,5 2,1 2,4 3,4 3,3 2,1 2,6 2,3 2,4 - Residencial Industrial Comercial Rural Outros Total Fonte: Balanço Energético Consumo Médio O crescimento do número de clientes demonstra que o aumento do mercado, ao longo do período em análise, se deveu basicamente ao número de clientes e não ao consumo médio. No período de 2006-2012, o consumo total médio registrou o ameno crescimento de 0,5%. Corroborando as projeções de mercado para o consumo e número de consumidores, espera-se que o consumo médio por consumidor encerre o ano de 2013 com ligeira retração de 0,3% vs 2012. Este fato pode ser explicado pelo histórico do crescimento de número de consumidores _____________________________________________________________________________ 140 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões em maior proporção do consumo. Entretanto, espera-se que o cenário inverta em 2014 e suavize no longo prazo, encerrando o período 2013/2025 com crescimento médio de 1,1% a.a. Retirando todo e qualquer efeito de migração, o consumo médio total encerraria o período 2006/2012 com crescimento médio de 1,7% a.a.. Consumo Médio por Consumidor - Total - CAIUÁ 600,0 Total (KWh/Mês) Cresc. Acum. 2006/2012 0,5% 500,0 Taxa de Crescimento (%) Cresc. Acum. 2013/2025 1,1% 4,0 400,0 3,0 1,8 300,0 2,0 1,1 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0 200,0 100,0 5,0 1,0 -0,3 0,0 0,0 -1,0 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 Fonte: Balanço Energético O Consumo Residencial Médio da Caiuá fechou o ano de 2012 com 190 kWh/consumidor/mês, acima dos 180 kWh/consumidor/mês da Região Sudeste e dos 159 kWh/consumidor/mês do Brasil. Estes resultados mostram que se trata de um consumo médio elevado, fruto da elevada renda média, refletindo uma população de alto poder aquisitivo e bem equipada em termos de eletrodomésticos nos domicílios. De acordo com as projeções, o consumo residencial médio fechará o ano de 2013 com crescimento de 1,0%. No período de 2013-2025, projeta-se um crescimento médio de 2,1% a.a.. _____________________________________________________________________________ 141 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões Consumo Médio por Consumidor - Residencial - CAIUÁ Residencial (KWh/Mês) 300,0 250,0 Cresc. Acum. 2006/2012 2,6% Taxa de Crescimento (%) 5,0 4,5 Cresc. Acum. 2013/2025 2,1% 4,0 3,5 200,0 2,9 150,0 3,0 2,1 2,1 2,1 2,1 2,1 2,1 2,1 2,1 2,1 2,1 2,1 2,5 2,0 100,0 1,5 1,0 1,0 50,0 0,5 0,0 0,0 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 Fonte: Balanço Energético No industrial, o consumo médio encerrou em queda de 20,3% no período de 2006 a 2012. Este resultado é fortemente influenciado pelas migrações para o Mercado Livre. Retirando o efeito das migrações ocorridas, o consumo médio industrial encerraria o período entre 2006 e 2012 ainda com retração, embora um pouco mais baixa, de 16,4% a.a.. Levando em consideração todo histórico e as demais projeções acima, espera-se que o consumo industrial médio encerre o ano de 2013 com queda de 9,8% vs 2012 e que amenize a queda ao longo dos anos, finalizando o período 2013-2015 com queda de 6%. Consumo Médio por Consumidor - Industrial - CAIUÁ 1.800,0 Industrial (KWh/Mês) 20,0 Taxa de Crescimento (%) 1.600,0 15,0 Cresc. Acum. 2006/2012 -20,3% 1.400,0 Cresc. Acum. 2013/2025 -6,0% 1.200,0 10,0 5,0 1.000,0 800,0 600,0 -9,8 -9,4 -8,5 -7,6 -6,9 -6,3 -5,8 -5,3 -4,9 -4,6 -4,3 -4,0 -3,7 0,0 -5,0 -10,0 400,0 200,0 -15,0 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 Fonte: Balanço Energético _____________________________________________________________________________ 142 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões O consumo médio comercial atingiu crescimento médio de 4,1% a.a ao longo de 2006-2012. Retirando efeitos de migrações, o crescimento do consumo comercial médio seria de 4,6% a.a. no período 2006-2012. As projeções da Energisa apontam que o consumo comercial médio encerrará o ano de 2013 com ligeira queda de 0,2% vs 2012. No período de 2013 a 2025, a taxa de crescimento será de 1,2% a.a.. Consumo Médio por Consumidor - Comercial - CAIUÁ Comercial (KWh/Mês) 1.800,0 1.600,0 1.400,0 Cresc. Acum. 2006/2012 4,1% Taxa de Crescimento (%) 6,0 Cresc. Acum. 2013/2025 1,2% 5,0 4,0 1.200,0 3,0 2,5 1.000,0 1,8 800,0 1,6 1,5 1,3 600,0 400,0 1,2 2,0 1,1 1,0 0,9 0,8 0,7 0,6 -0,2 1,0 0,0 200,0 0,0 -1,0 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 Fonte: Balanço Energético No Rural, o consumo médio apresentou crescimento ameno de 0,6% no período entre 2006 e 2012. Corroborando as projeções de consumo e número de consumidores acima, espera-se que o ano de 2013 encerre com um crescimento de 0,8% vs 2012. No período 2013-2025 as projeções apontam um crescimento médio de 1,9% a.a.. Consumo Médio por Consumidor - Rural - CAIUÁ Rural (KWh/Mês) 700,0 600,0 500,0 Cresc. Acum. 2006/2012 0,6% Taxa de Crescimento (%) 5,0 4,5 Cresc. Acum. 2013/2025 1,9% 4,0 3,2 3,5 3,0 400,0 300,0 1,6 1,6 1,7 1,7 1,8 1,8 1,9 1,9 2,0 2,0 2,0 2,5 2,0 1,5 200,0 0,8 1,0 100,0 0,5 0,0 0,0 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 Fonte: Balanço Energético _____________________________________________________________________________ 143 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões Resumo das projeções de Consumo Médio - Caiuá Crescimento Consumo Médio por Consumidor (% a.a.) - CAIUÁ 10,0 5,0 4,1 4,6 2,6 2,6 2,1 1,2 0,6 0,6 1,9 0,2 0,5 1,7 1,1 -0,5 -0,5 -5,0 -6,0 -10,0 2006/2012 -15,0 2006/2012 ** -16,4 -20,0 2013/2025 -20,3 -25,0 Residencial Industrial Comercial Rural Outros Total Fonte: Balanço Energético. Seção 7.03 Regulatório ** Sem efeito de migrações. (a) Qualidade da Energia e Compensações Indicadores de continuidade individuais Um aspecto relevante nas projeções econômico-financeiras que acompanham o Plano de Recuperação 2014-2025 é a definição dos limites regulatórios que podem vir a ser fixados pelo Regulador, para além dos valores atuais, oficialmente reconhecidos, bem como, dos patamares de DEC e FEC a serem observados pela distribuidora ao longo dos anos. Essa evolução é importante para orientar as ações necessárias em busca do atingimento da estratégia das compensações individuais e para o cálculo do Componente Q do Fator X na projeção dos próximos eventos tarifários da distribuidora. Mas, mais do que isso, essas trajetórias são fundamentais para a definição dos investimentos e do custo operacional a ser incorrido na área de concessão até 2025, balizando os desembolsos a serem realizados na prestação do serviço adequado e dimensionando os aportes tarifários da sociedade. O gráfico seguinte apresenta esses referenciais (limites regulatórios e projeção de realizado), adotados no presente Plano de Recuperação: _____________________________________________________________________________ 144 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões CAIUÁ 12 10,20 9,64 10 8,96 8,59 8,91 8,27 8,54 8,26 7,82 8 7,62 7,98 7,42 7,69 7,21 7,41 7,01 7,13 6,81 6 4 7,69 8,22 7,59 8,14 7,27 7,91 6,82 7,54 6,62 7,26 6,42 6,98 6,21 6,69 6,01 6,41 5,81 6,13 6,85 6,61 6,56 6,28 6,40 6,00 6,20 6,00 5,61 5,85 5,40 5,56 5,20 5,28 5,00 5,00 2022 2023 2024 2025 2 0 2013 2014 DEC previsto 2015 2016 FEC previsto 2017 2018 DEC limite projeção 2019 2020 FEC limite projeção 2021 DEC limite homolog FEC limite homolog Como pode ser observado no gráfico anterior o Plano de Recuperação considera que a Caiuá deve ser submetida ao longo dos próximos anos a uma trajetória de limites regulatórios que busque con ergir para o chamado “padrão de rede”, limite técnico de um sistema de distribuição de energia baseado primordialmente em redes elétricas aéreas. No Plano de Recuperação consideramos, portanto, que os limites regulatórios tendem a avançar na direção desse padrão de rede e que a distribuidora precisa ter um DEC e FEC realizado abaixo desses patamares, sem descuidar ainda das compensações individuais a serem pagas à medida que a margem de segurança reduz. Importante frisar que a definição dessa trajetória objetiva fornecer parâmetros para as projeções econômico-financeiras, mas não tem a pretensão de substituir a metodologia de fixação dos limites regulatórios por parte da ANEEL, que observa quesitos estatísticos próprios, pautados na comparação de desempenho entre conjuntos elétricos e definidos no âmbito dos Procedimentos de Distribuição – PRODIST e no informe periódico de dados por todas as distribuidoras do país. Relativamente aos montantes previstos de pagamento de compensações por violação dos limites de continuidade individuais (DIC, FIC, DMIC e DICRI), esse Plano de Recuperação considerou a necessidade de buscar manter esses desembolsos sobre controle, tendo, portanto, utilizado o valor pago em 2010 (R$ 170 mil) como referencial de desembolso até 2025, o que representaria um comprometimento da ordem de 0,21%. _____________________________________________________________________________ 145 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões Ou seja, propõe-se a realização de uma trajetória constante de pagamento de compensações por violação dos indicadores de continuidade individuais. Essa trajetória constante se pauta no menor valor histórico observado na área de concessão e introduz a necessidade da distribuidora aperfeiçoar suas ações operativas progressivamente de forma a fazer frente a perda da margem de segurança que ocorrerá ao longo dos anos. De forma a garantir uma trajetória para os indicadores de qualidade compatível com a projeção do 3CRT está inserido no planejamento da Empresa, investimentos na ordem de R$ 15 milhões destinados a automação de subestações e alimentadores e outros investimentos associados à melhoria da qualidade do serviço, no período 2013 a 2018. Indicadores de conformidade de tensão Por fim, tal qual proposto para as compensações relativas aos indicadores de continuidade, em termos de compensações por violação dos limites de conformidade de tensão propõe-se ações que garantirão um equilíbrio e manutenção do patamar atual de compensações pagas ao longo do período de transição. Importante destacar que essa proposição de equilíbrio de compensações com perfil constante ao longo do período de transição não deve ser avaliada sob a ótica de estagnação da melhoria do produto ofertado aos consumidores, mas sim na manutenção de um patamar de compensações apesar da ampliação da oferta de energia e elevação de mercado consumidor que inevitavelmente serão observados durante o período de transição, e que naturalmente impactam a formação dos indicadores de conformidade de tensão. Para fins das projeções foi adotado o valor de R$ 2.465/ano no período 2014-2025, lembrando que os valores pagos historicamente pela Caiuá estão nesse mesmo patamar. (b) Perdas Regulatórias Como já mostrado no Capitulo 4, a Caiuá possui uma trajetória de perdas abaixo do patamar real de operação da empresa. Este descasamento faz com que a empresa incorra em perda financeira considerável ao longo do ciclo de revisional. A perda homologada no 3º ciclo de revisão tarifária se encontra abaixo ilustrada. _____________________________________________________________________________ 146 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões Perdas Regulatórias 2013 2014 2015 2016 Trajetória PNT/BT (ponto partida até meta) 1,14% 1,14% 1,14% 1,14% Limite de Redução (a.a) Referencial Regulatório PNT/BT 1,14% 0,00% 1,14% 0,00% 1,14% 0,00% 1,14% Referencial Regulatório PT/Einj 6,66% 6,66% 6,66% 6,66% Os valores de perda técnica e perda não técnica homologada constroem a seguinte trajetória de perdas totais sobre energia injetada. Perda Total / En. Injetada 7,3% 7,3% 7,3% 7,3% 2013 2014 2015 2016 A partir da trajetória homologada e de forma a buscar a aderência regulatória - a fim de estancar a evicção de valor da concessão pelo não repasse tarifário – estimou-se a trajetória de operação para os próximos anos aderente ao atual patamar de perdas e potencial máximo de redução que se visualiza. Neste sentido, é traçado para este cenário prospectivo a seguinte trajetória de perdas totais sobre energia injetada, da empresa e regulatória. Trajetória de Perdas Totais (Regulatória versus Real) % Perdas Totais 10,00% 5,00% 0,00% 2013 Perda Regulatória 7,33% Perda Empresa 8,87% 2014 7,33% 2015 7,33% 2016 7,33% 2017 7,33% 2018 7,33% 2019 7,33% 2020 7,33% 2021 7,33% 2022 7,33% 2023 7,33% 2024 7,33% 2025 7,33% 8,61% 8,35% 8,09% 7,83% 7,83% 7,83% 7,83% 7,83% 7,83% 7,83% 7,83% 7,83% (*) Perdas apresentadas em ano gregoriano _____________________________________________________________________________ 147 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões A trajetória de perda regulatória considerada neste cenário prospectivo é apresentada abaixo, sendo que o período considerado é o ano tarifário. Observa-se que a empresa não alcança neste cenário o patamar regulatório homologado. Perdas Regulatórias Trajetória PNT/BT (ponto partida até meta) Limite de Redução (a.a) Referencial Regulatório PNT/BT Referencial Regulatório PT/Einj 2013 1,14% 1,14% 6,66% 2014 1,14% -0,01% 1,14% 6,66% 2015 1,14% 0,00% 1,14% 6,66% 2016 1,14% 0,00% 1,14% 6,66% 2017 1,14% 0,00% 1,14% 6,66% 2018 1,14% 0,00% 1,14% 6,66% 2019 1,14% 0,00% 1,14% 6,66% 2020 1,14% 0,00% 1,14% 6,66% 2021 1,14% 0,00% 1,14% 6,66% 2022 1,14% 0,00% 1,14% 6,66% 2023 1,14% 0,00% 1,14% 6,66% 2024 1,14% 0,00% 1,14% 6,66% 2025 1,14% 0,00% 1,14% 6,66% Ressalta-se que a perda econômica pela evicção de valor neste cenário de perdas é de cerca de R$ 15 milhões até 2025. Por fim ressalta-se que além do esforço financeiro, há um esforço técnico e operacional enorme de exequibilidade da trajetória. A perda da Caiuá por ser de caráter técnico demanda, na grande maioria dos recursos, investimentos na rede para que se possa adequar ao patamar regulatório. Estes investimentos possuem um ganho marginal muito baixo, enquanto que os montantes de recursos financeiros destinados são altíssimos. Ou seja, não há razoabilidade econômica e técnica em empresas com patamar baixo de perdas, como a Caiuá, de ser alcançar a trajetória homologada. (c) Incorporação de Redes e Ressarcimento de Ativos Conforme apresentado no item 4.02 (e) a distribuidora possui montante de R$ 458,4 mil para incorporação de redes e devolução aos consumidores dos valores antecipados no âmbito do Programa de Universalização) e R$ 3,4 milhões (valor histórico) de restituições a serem realizadas até o ano de 2015. Em vista dos valores envolvidos e no prazo limite de 2015 para a restituição aos consumidores e incorporação da maior parte das obras, adotou-se a premissa de quitação do passivo até o prazo final da concessão da distribuidora, considerando a incidências das atualizações, juros e multas previstos na legislação vigente. (d) Compra de Energia Para a composição da compra de energia pela distribuidora, foram considerados os contratos firmados e projeções de aquisição futura de energia nos leilões regulados (A-1, A-3 e A-5), tendo em vista os limites regulatórios de aquisição e repasse da energia. As Cotas de Garantia Física de Energia e Potência foram mantidas constantes ao longo dos próximos anos, não sendo contemplada alteração em decorrência do vencimento de _____________________________________________________________________________ 148 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões concessões de geração. Essa hipótese conservadora demonstra-se adequada, uma vez que alterações envolveriam redistribuição de Cotas e de CCEARs entre todas as distribuidoras. Neste cenário considera-se que a ANEEL aprovará o recebimento da cessão temporária do CCEAR da UHE Belo Monte da CNEE, nos anos de 2016 a 2020, solicitada por meio da correspondência RSS-INT-233/2013, datada de 1º de agosto. A partir da análise da cobertura contratual projetada, observa-se para o ano de 2013 perspectiva de subcontratação. Importante ressaltar, entretanto, que devido ao expressivo volume de cancelamento e postergação de CCEARs de Leilões nos quais a Caiuá participou, a distribuidora possui “e posição in oluntária” suficiente para cobrir a subcontratação vislumbrada. Para os demais anos, a perspectiva é de manutenção da cobertura contratual dentro da faixa de 100% a 105%. Projeção do PLD Para a projeção do Preço de Liquidação de Diferenças – PLD adotou-se a composição da estimativa do Preço de Liquidação das Diferenças (PLD) até 2025, descrita em 2 etapas, sendo a primeira referente ao tratamento dado para unificação de projeções de PLDs distintas, resultantes do modelo computacional Newa e a partir de reços”), e a segunda referente bases de dados (ou “ ecks de metodologia utili ada, isando incorporar o efeito indireto da inflação nas projeções de PLD ao longo do horizonte de estudo. Etapa 1: para o horizonte de projeção definido até 2025, foi necessária utilização de 2 bases de dados, ou “ ecks de preços”, para simulação do modelo computacional Newa e: i. O primeiro Deck, cujo horizonte de estudo é dezembro/2017, resulta da atualização das premissas de entrada do modelo Newave verificadas no Programa Mensal de Operação (PMO) do ONS de setembro/2013, sendo o primeiro mês a considerar a nova metodologia de aversão a riscos, com a utilização do CVaR na função de custo futuro incorporada ao modelo, conforme determinou a Resolução CNPE 03. A simulação resulta em 2000 cenários de Custos Marginais de Operação (CMOs), sendo que em seguida, para cada cenário, os resultados foram limitados a valores mínimos e máximos de R$ 14,13/MWh e R$ 780,03/MWh, respectivamente, a fim de adequar os CMOs para valores de PLDs, considerando seus limites estabelecidos pela regulamentação vigente. Por fim, após inclusão das limitações, calculou-se a média mensal resultante dos 2.000 cenários. _____________________________________________________________________________ 149 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões ii. O segundo Deck, com valores simulados até dezembro/2022, resultou no conjunto dos Custos Marginais de Operação (CMOs), divulgados pela EPE (Empresa de Pesquisa Energética) para o cálculo dos valores esperados do Custo de Operação (COP) e do Custo Econômico de Curto Prazo (CEC) dos empreendimentos de geração do Leilão de Energia A-5 de agosto/2013. Os valores dos CMOs disponibilizados também foram objetos de ajuste, que os limitou aos preços de liquidação das diferenças – PLD mínimo (R$ 14,13/MWh) e máximo (R$ 780,03/MWh), conforme regulamentação vigente. Os valores mensais resultaram da média dos 2.000 cenários gerados pela simulação. Uma vez que a versão do Newave base para os valores de CMOs divulgados pela EPE não incorporou o CVaR como métrica de mitigação de riscos, este cenário considera apenas as variações percentuais mensais do resultado da EPE a partir dos meses de janeiro/2018 a dezembro/2022. Essas variações percentuais foram aplicadas a partir do último mês do horizonte da simulação do item (i) - dezembro/2017 – buscando incorporar, desta forma, a sinalização do efeito da mitigação de riscos nos resultados pós 2018. A partir de 2023 e até 2025, não foi encontrado nenhum estudo ou deck oficial que respalde na formulação de um cenário prolongado. Portanto, o resultado do mês de dezembro/2022 foi replicado para os demais meses, até dezembro/2025. Etapa 2: o segundo tratamento dado à projeção do PLD descrita na Etapa 1 foi buscar refletir o efeito da inflação, ao longo do horizonte de estudo, uma vez que se entende que o PLD será impactado indiretamente pelos ajustes nas parcelas fixas dos contratos por disponibilidade e nos cálculos dos CVUs para as usinas. Portanto, adotou-se como premissa que as fontes não hidráulicas estão sujeitas aos reajustes monetários, e estas, por sua vez, representam em média 29,8 % do suprimento da carga projetada até 2025. Como resultado, ao IGPM projetado foi aplicada a proporção da geração não hidráulica no suprimento da carga projetada no horizonte de estudo. O Gráfico abaixo descreve as etapas utilizadas, bem como o resultado da formulação do cenário utilizado neste Plano: _____________________________________________________________________________ 150 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões Premissas para projeção de PLD ONS - PMO Setembro/2013 EPE - Leilão A-5 2013 Etapa 1 - Composição Energisa Etapa 2 - Energisa c/ efeito da inflação 300 PLD - R$/MWh 250 200 150 100 50 set/13 jan/14 mai/14 set/14 jan/15 mai/15 set/15 jan/16 mai/16 set/16 jan/17 mai/17 set/17 jan/18 mai/18 set/18 jan/19 mai/19 set/19 jan/20 mai/20 set/20 jan/21 mai/21 set/21 jan/22 mai/22 set/22 jan/23 mai/23 set/23 jan/24 mai/24 set/24 jan/25 mai/25 set/25 0 (e) P&D e PEE No Capítulo 4 fo apresentado para a Caiuá o quadro indicativo dos saldos atuais existentes nas Contas Contábeis do P&D e PEE, ainda a serem aplicados, abaixo reproduzido: Saldo em junho/2013 do P&D e PEE SALDO EM JUNHO/2013 PEE EMPRESA SALDO c/ SELIC CAIUÁ 6.078,74 SALDO s/ SELIC 3.481,50 P&D LIMITE 2.477,31 SALDO c/ SELIC 3.533,46 SALDO s/ SELIC 1.977,33 LIMITE 991,35 Valores em Reais/mil A diferença entre as colunas Saldo s/SELIC e Limite, na tabela acima, estabelece o patamar de desembolsos a ser efetivado para a regularização dos programas, corrigindo os valores históricos acumulados. No caso da Caiuá são necessários ainda serem investidos (saldo acumulado) R$ 1.004,19 mil no PEE e R$ 985,98 mil no P&D. Entretanto, considerando a experiência da empresa na condução do P&D e do PEE e o montante total do passivo formado ao longo dos anos, não é possível que a regularização dos saldos ocorra dentro dos prazos previstos nos regulamento vigentes (Manual do P&D e Manual do PEE). Outrossim, existe a necessidade que as ações da empresa no presente transcorram dentro de um ritmo de normalidade de tratamento das novas receitas que vão sendo agregadas as Contas Contábeis, ou seja, a solução do passivo deve se dar de forma adicional, sem comprometer ações endereçadas no presente, para a condução atual dos projetos. A solução para a distribuidora, em prol do atendimento dos comandos regulatórios vigentes, passa, portanto, pela necessidade de ampliação dos prazos necessários para que sejam _____________________________________________________________________________ 151 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões identificados e realizados novos projetos, de qualidade reconhecida, para a aplicação dos recursos existentes em estoque e alcance dos objetivos primordiais do P&D e PEE. Para fins da simulação do caso base a distribuidora considerou a aplicação de penalidades em 2014, 2015 e 2016, referente a 1% da ROL, haja vista a impossibilidade de execução em tão curto espaço de tempo de extenso programa nessas rubricas. (f) Reajustes e Revisões Tarifárias Os reajustes e revisões tarifárias resultantes, deste cenário prospectivo (caso base, atual), buscaram incorporar os dispositivos regulatórios vigentes e as premissas analisadas ao longo deste Capítulo 7, especialmente para as trajetórias de qualidade, perdas de distribuição, universalização, mercado e investimentos. Portanto, a projeção dos eventos tarifários considerou as regras vigentes do repasse de custos para as tarifas, com algumas simplificações em face das premissas utilizadas e dos dados disponiveis, mas sem retirar o caráter indicativo da sinalização tarifária. Como um evento tarifário se inicia com a verificação da receita auferida pela distribuidora no período de referência, procedimento este que utiliza o mercado realizado no ano tarifário e a tarifa econômica do evento tarifário anterior, foi necessário definir uma tarifa de partida capaz de recuperar a receita requerida pela distribuidora no evento tarifário de 2013. As tarifas médias de partida9, definidas por classe para os consumidores cativos, são o resultado da ponderação das homologadas (atual Anexo I da Resolução Homologatória nº 1.524/2013) pela composição do mercado ao longo do ano tarifário. Para os consumidores livres e geradores, a tarifa reflete a composição do mercado e os descontos concedidos. Para os usuários do sistema de distribuição foram utilizadas as próprias tarifas de resolução. Estes procedimento de cálculo de tarifas médias, utilizando o mercado do último evento tarifário, é capaz de capturar efeitos de variações e sazonalidades na composição do mercado e mantém a finalidade básica de definição de tarifas, que é garantir o retorno integral do nível tarifário. A tabela abaixo mostra as tarifas médias utilizadas. 9 Utilizou-se para apurar as tarifas médias de partida o arquivo de abertura tarifária (PCAT) resultante do processo último de reajuste e revisão. _____________________________________________________________________________ 152 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões Descrição # Valor Descrição Tarifa de Fornecimento Residencial Industrial Comercial Rural Outros R$/MWh R$/MWh R$/MWh R$/MWh R$/MWh 289,29 238,30 268,13 204,89 203,33 Tarifa Suprimento R$/MWh - Tarifa Livre R$/MWh 42,07 R$/kW R$/kW R$/kW R$/kW 0,62 0,85 1,15 - Tarifa Uso Geração A2 A3 A3a A4 # Tarifa Uso Distribuição A2 Demanda Ponta A2 Demanda Fora de Ponta A2 Energia A3 Demanda Ponta A3 Demanda Fora de Ponta A3 Energia A3a Demanda Ponta A3a Demanda Fora de Ponta A3a Energia A4 Demanda Ponta A4 Demanda Fora de Ponta A4 Energia Valor R$/kW R$/kW R$/MWh R$/kW R$/kW R$/MWh R$/kW R$/kW R$/MWh R$/kW R$/kW R$/MWh 18,47 4,80 4,98 - Como as tarifas médias calculadas acima consideram os descontos tarifários, é necessário compor a receita com a subvenção recebida via CDE para cobrir os descontos, conforme mostrado na tabela abaixo. Descrição Repasse CDE CDE - SUBSIDIO CARGA FONTE INCENTIVADA CDE - SUBSIDIO GERAÇÃO FONTE INCENTIVADA CDE - SUBSIDIO DISTRIBUIÇÃO CDE - SUBSIDIO ÁGUA, ESGOTO E SANEAMENTO CDE - SUBSIDIO RURAL CDE - SUBSIDIO IRRIGANTE/AQUICULTOR CDE - SUBSIDIO BAIXA RENDA # R$ Mil R$ Mil R$ Mil R$ Mil R$ Mil R$ Mil R$ Mil Valor 1.469 184 2.108 4.923 160 2.821 Para as demais receitas da concessão, utilizou-se as informações recebidas diretamente da empresa e, também, as informações constante no último processo de revisão tarifária periódica, conforme mostrado a seguir. _____________________________________________________________________________ 153 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões Descrição Outras Receitas Operacionais Serviços Cobráveis Encargos de Conexão Compartilhamento de Infraestrutura Sistemas de Comunicação (PLC) Serviços de Consultoria Serviços de O&M Serviços de Comunicação Serviços de Engenharia Convênios Ultrapassagem de Reativo Ultrapassagem de Demanda Outros # R$ Mil R$ Mil R$ Mil R$ Mil R$ Mil R$ Mil R$ Mil R$ Mil R$ Mil R$ Mil R$ Mil R$ Mil Valor 707 63 1.635 58 736 926 665 - A metodologia de evolução dos itens de Parcela A, Parcela B, bem como, explicação das premissas de reajuste e revisão tarifárias, Itens Financeiros e Fator X se encontram descritos em anexo ao presente Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões (vide Anexos). Também em anexo, para avaliação da ANEEL, encaminha-se planilha de cálculo utilizada na modelagem dos parâmetros dos eventos tarifários. _____________________________________________________________________________ 154 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões A seguir apresenta-se quadro de projeção dos reajustes e revisões tarifárias10. Descrição 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 mai/13 Reajuste 3º ciclo mai/14 Reajuste 3º ciclo mai/15 Reajuste 3º ciclo mai/16 Revisão 4º ciclo mai/17 Reajuste 4º ciclo mai/18 Reajuste 4º ciclo mai/19 Reajuste 4º ciclo mai/20 Revisão 5º ciclo mai/21 Reajuste 5º ciclo mai/22 Reajuste 5º ciclo mai/23 Reajuste 5º ciclo mai/24 Revisão 6º ciclo mai/25 Reajuste 6º ciclo Impacto no IRT (1) Encargos Setoriais (2) Transporte de Energia (3) Compra de Energia (4) Parcela A = (1) + (2) + (3) (5) Parcela B 0,18% -0,01% 10,15% 10,32% 1,80% 1,79% -0,04% -5,98% -4,24% 0,90% 0,36% 0,27% 2,34% 2,97% 1,27% 0,28% 0,28% 2,01% 2,58% 3,38% 0,25% 0,25% 1,67% 2,17% 1,36% -1,77% 0,25% 2,58% 1,06% 1,26% 0,14% 0,26% 2,75% 3,15% 1,28% 0,11% 0,26% 2,74% 3,11% 0,14% 0,09% 0,25% 2,59% 2,93% 1,10% 0,09% 0,24% 2,44% 2,76% 1,10% 0,09% 0,24% 2,07% 2,40% 1,09% 0,06% 0,24% 2,00% 2,30% -0,39% 0,08% 0,24% 1,97% 2,29% 1,07% (6) (7) (8) (9) (10) IRT Econômico = (4) + (5) IRT Financeiro IRT Total = (6) + (7) Reversão dos Financeiros do Ano Anterior Efeito Médio ao Consumidor = (8) + (9) 12,12% 1,47% 13,59% -1,84% 11,75% -3,34% -3,33% -6,67% -1,41% -8,09% 4,24% 2,96% 7,20% 3,21% 10,41% 5,96% 2,71% 8,67% -2,86% 5,81% 3,53% 2,24% 5,77% -2,61% 3,16% 2,31% 2,04% 4,35% -2,17% 2,18% 4,43% 2,73% 7,16% -1,96% 5,20% 3,24% 2,88% 6,12% -2,64% 3,48% 4,03% 2,68% 6,70% -2,78% 3,93% 3,86% 2,55% 6,41% -2,58% 3,82% 3,49% 2,49% 5,99% -2,46% 3,53% 1,91% 2,47% 4,38% -2,41% 1,98% 3,36% 2,51% 5,87% -2,39% 3,48% Fator X Componente Pd Componente T Componente Q 1,64% 1,47% 0,00% 0,17% 2,26% 1,47% 0,00% 0,79% 1,47% 1,47% 0,00% 0,00% 1,19% 1,19% 0,00% 0,00% 0,86% 1,19% 0,00% -0,33% 1,19% 1,19% 0,00% 0,00% 1,19% 1,19% 0,00% 0,00% 1,13% 1,13% 0,00% 0,00% 1,13% 1,13% 0,00% 0,00% 1,13% 1,13% 0,00% 0,00% 1,13% 1,13% 0,00% 0,00% 1,12% 1,12% 0,00% 0,00% 1,12% 1,12% 0,00% 0,00% Data Tipo de Evento Ciclo Tarifário 10 Para 2013 é apresentado o evento tarifário já homologado. _____________________________________________________________________________ 155 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões O evento tarifário de 2014 apresenta um reposicionamento econômico negativo de 3,34%, porém com uma percepção de redução de 8,09% para o consumidor em decorrência dos efeitos financeiros do ano corrente e da reversão dos financeiros do ano anterior. Este ano apresenta duas variações consideráveis em itens da Parcela A: A Compra de Energia apresenta uma variação de -10,25%, responsável por uma redução de 5,98% no reposicionamento econômico. Esta mesma premissa de Compra de Energia é responsável pela composição de um item financeiro negativo, com impacto de -3,33%. Em contrapartida, os Custos de Encargos Setoriais sofreram uma variação de +25,56%, que corresponde a um impacto de 1,79% no IRT. Embora a variação dos encargos seja elevada, o efeito é pequeno devido à pequena participação na receita (7,00%).Esta projeção já preve o recolhimento da quarta parte do saldo remanescente de CDE, conforme estabelecido no Art. 4ºA, § 7º, do Decreto nº 7.891, de 23 de janeiro de 2013, com redação dada pelo Decreto nº 7.945, de 7 de março de 2013. O recolhimento é previsto para os anos de 2014 a 2017. O Transporte de Energia variou -0,92%, com impacto de -0,04% no IRT. Esta variação incorpora a aplicação das tarifas de Rede Básica publicadas na Resolução Homologatória nº 1.555/2013. A Parcela B variou 3,01%, com impacto de 0,90% no IRT, com destaque para a componente Q do Fator X, de 0,79% (se confirmadas as projeções da distribuidora para os indicadores de continuidade em 2013). O evento tarifário de 2015 apresenta um reposicionamento econômico positivo de 4,24%, com efeito médio para o consumidor de 10,41%. Esta variação positiva é o resultado de uma componente financeira elevada e da reversão dos financeiros do ano anterior, que foram negativos em decorrência da Compra de Energia. Cabe destacar que o efeito das componentes financeiras é, principalmente, fruto da adoção da nova regra de empilhamento de contratos no repasse das sobras e défictis no custo de Compra de Energia, que cria uma CVA de Compra de Energia muito elevada. A variação do transporte é de 5,39% e a variação da Compra de Energia é de 4,31%. A Parcela B varia 4,01%, com uma Componente Q projetada de 0%, e tem um impacto de 1,27%. No ano de 2016 ocorre a 4ª Revisão Tarifária Periódica da Caiuá. O reposicionamento econômico, positivo de 5,96%, é impulsonado pela variação de 10,86% da Parcela B (calculada _____________________________________________________________________________ 156 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões a partir das regras homologadas para o 3CRTP e detalhadas em anexo). O cálculo do Fator X para o 4º Ciclo resulta numa Componente Pd de 1,19%. Este expressivo aumento na Parcela B é explicado pelo volume de investimentos que aumentou consideravelmente a Base de Remuneração. Desta forma, o Custo Anual dos Ativos (Remuneração do Capital, Quota de Reintegração Regulatória e Custo Anual das Instalações Móveis e Imóveis), que no 3º Ciclo representava 30% da Parcela B, passou a responder por 37% da quantia que cabe à distribuidora. A tabela abaixo apresenta a variação da Base de Remuneração decorrente de cada Revisão Tarifária e explica o crescimento da Parcela B no 4º Ciclo. Descrição # Evolução da Base de Remunera Regulatória Base de Remuneração Bruta Total Base de Remuneração Líquida Total R$ MM R$ MM Evolução da Base de Remunera Regulatória Base de Remuneração Bruta Total Base de Remuneração Líquida Total % % 3º Ciclo 238 101 4º Ciclo 316 137 32,6% 34,8% 5º Ciclo 389 155 23,1% 13,4% 6º Ciclo 452 153 16,4% -1,2% (*) valores a moeda do 3CRTP Nos anos de 2017 a 2019, os reajustes tarifários possuem impactos semelhantes, girando próximos aos índices inflacionários projetados. A exceção é o evento tarifário de 2018, quando os Encargos Setoriais reduzem 20,06% com o término do recolhimento do saldo que trata o Decreto nº 7.891, gerando um impacto negativo de 1,77%. Na Revisão Tarifária do 5º Ciclo Revisional, que para a Caiuá ocorre no ano de 2020, há um reposicionamento positivo de 3,24% com percepção para o consumidor de 0,14% positivo. Enquanto Compra de Energia e Transporte permanecem sua trajetória crescente de custos, a Parcela B cresce somente 0,41. O cálculo do Fator X para o 5º Ciclo resulta numa Componente Pd de 1,13%. A pequena variação de Parcela B neste evento tarifário é fruto da desaceleração do ritmo de investimentos que permanecem em patamares normais de expansão da rede e não geram grande acréscimo da Base de Remuneração. O Custo Anual dos Ativos passa a ser responsável por 40% da Parcela B, ante 37% no ciclo anterior. Nos anos de 2021 a 2023, os reajustes tarifários possuem impactos semelhantes, girando próximos aos índices inflacionários projetados. _____________________________________________________________________________ 157 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões Na Revisão Tarifária do 6º Ciclo Revisional, que para a Caiuá ocorre no ano de 2024, há um reposicionamento positivo de 1,91% com percepção para o consumidor de 1,98% positivo. Enquanto Compra de Energia e Transporte permanecem sua trajetória crescente de custos, a Parcela B reduz 1,20% e reflete essa redução nos Encargos Setoriais impactados por ela. O cálculo do Fator X para o 6º Ciclo resulta numa Componente Pd de 1,12%. A redução de Parcela B neste evento tarifário é fruto da desaceleração do ritmo de investimentos que permanecem em patamares normais de expansão da rede e não geram grande acréscimo da Base de Remuneração. O Custo Anual dos Ativos permanece responsável por 40% da Parcela B. (g) Sanções Regulatórias Por meio dos Despachos nº 2.413/2013 e nº 1.493/2013, a ANEEL decidiu pela suspensão dos processos administrativos punitivos em curso da distribuidora, desde que esta renunciasse à prescrição dos créditos suspensos tanto na esfera administrativa quanto judicial. Em face desta situação, considera-se que a partir do fim do processo de intervenção e assunção da empresa pelo novo sócio controlador, as sanções regulatórias transitadas em julgado retornariam a ser exigíveis, tendo como premissas: 1. Para os Autos de Infração cujas multas estão com a exigibilidade suspensa, e que tramitam em esfera judicial, considera-se a quitação dos valores exigíveis a partir de janeiro de 2014, diluídos ao longo de 24 (vinte e quatro) meses, prazo necessário estimado para o equacionamento e conclusão dos referidos processos. Adicionalmente, considera-se a desistência dos valores de sucumbência por parte dessa Agência; 2. Para os Autos de Infração cujas multas estão com a exigibilidade suspensa, e que tramitam em esfera administrativa, adota-se o aceite pela Agência do parcelamento em 12 (doze) meses das multas devidas, nos termos do art. 35-A da Resolução ANEEL nº 63/200411, a partir de janeiro de 2014. 11 Art. 35-A. Os débitos originários de multas aplicadas pela ANEEL ou Agências Conveniadas poderão ser pagos em até doze parcelas mensais e sucessivas, mediante requerimento dirigido ao Superintendente de Administração e Finanças da ANEEL, não podendo cada parcela ser inferior a R$ 10.000,00 (dez mil reais). _____________________________________________________________________________ 158 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões Seção 7.04 Jurídico (a) Contingências Cíveis, Trabalhistas e Fiscais Para a posição atual (30 de junho de 2013), foram consideradas as premissas apresentadas no capítulo (Diagnóstico Atual da Concessão – jurídico) acima, conforme quadro abaixo reproduzido (em R$ milhões): Provisão Atual - Trabalhista Provisão Adicional Total Trabalhista R$ 7,1 R$ 0,5 R$ 7,6 Provisão Atual - Cível Provisão Adicional Total Cível* R$ 0,7 R$ 0,7 R$ 1,4 Provisão Atual - Fiscal Provisão Adicional Total Fiscal 0,0 R$ 0,3 R$ 0,3 Total Geral R$ 9,3 * Excluídas contingências regulatórias No âmbito da troca indireta do controle acionário da Caiuá para a Energisa, estamos considerando que estas provisões serão ajustadas ainda sob a gestão dos interventores. Consideramos que as provisões cíveis e trabalhistas apresentadas acima serão pagas em até 4 anos, com o pagamento das ações judiciais de maior valor concentrada nos primeiros anos 12. Para o pagamento das contingências fiscais, será adotada a premissa de pagamento em até 10 anos. Adicionalmente, a partir de 2014 e até 2025, estimamos novas provisões, com o ingresso de ações judiciais, representando novas contingências cíveis e trabalhistas, fixadas com a obtenção de um número médio de novos processos por ano e do valor médio de provisão das ações hoje existentes na empresa. 12 Entre a constituição da provisão e o seu pagamento, há ajustes de saldo e de correção monetária, visando a preservação de seu valor. _____________________________________________________________________________ 159 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões Ao longo dos anos, estabeleceu-se a premissa de que o número de novos processos e o valor médio de provisão sofrerão redução, como resultado da implantação de novas políticas de Recursos Humanos e melhor adequação da empresa à legislação trabalhista e previdenciária13. Provisões adicionais (em R$ milhões): . 2014: R$ 5,0 . 2015: R$ 4,9 . 2016: R$ 4,2 . 2017: R$ 4,2 . 2018: R$ 4,2 . 2019: R$ 4,3 . 2020: R$ 3,8 . 2021: R$ 3,5 . 2022: R$ 3,5 . 2023: R$ 3,5 . 2024: R$ 3,5 . 2025: R$ 3,6 Para essas novas provisões, previu-se que as reclamações trabalhistas serão quitadas em até 6 anos, contados do ano de distribuição do processo, concentrando-se 90% dos valores entre o 2º, 3º e 4º ano. Processos cíveis serão quitados em até 5 anos, concentrando-se o maior fluxo de pagamento no 3º e 4º ano. Finalmente, os processos propostos no âmbito dos Juizados Especiais Cíveis têm quitação prevista em até 3 anos, com pagamentos concentrados no 2º e 3º ano contados da distribuição do processo. Seção 7.05 Operacional (a) Evolução Custos Operacionais A projeção dos custos operacionais para o período 2013 a 2025 foi realizada com base na estrutura de custos atual da Empresa e a previsão dos recursos adicionais necessários para aumentar de combate a fraudes e desvios de energia e implantar estrutura para gestão da medição objetivando prover as condições necessárias para buscar atingir a trajetória de perdas 13 Vale ressaltar, de qualquer modo, que dado o tempo de maturação dos passivos judiciais, considerados os prazos de prescrição e de propositura de ações, além da lentidão do Poder Judiciário, as contingências judiciais ainda estarão sujeitas aos efeitos das atuais práticas comerciais e trabalhistas por um longo tempo. _____________________________________________________________________________ 160 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões otimizada e descrita em 7.03. Além disto deverão ser incrementadas as atividades de manutenção e renovação dos ativos. Para suportar o aumento de custo da estrutura de atendimento operacional e comercial e fazer as melhorias necessárias para manter os níveis de perdas não técnicas dentro do previsto, projeta-se uma elevação real dos custos da Caiuá na ordem de 8,3%a.a no período 2013 a 2025. O gráfico apresentado a seguir, mostra a evolução dos custos operacionais no referido período. Valores em R$ Milhões, a preços junho de 2013 O presente Plano é minucioso na caracterização da realidade encontrada na Concessão. O Custeio Operacional a ser desenhado para os próximos anos precisa considerar um rol de ações que permita a evolução equilibrada das condições técnico-operacionais da distribuidora, com descarte da suposição que um desembolso expressivo de recursos na partida teria o condão de viabilizar a retomada imediata das condições ótimas de desenvolvimento das atividades. Observando as trajetórias dos indicadores do OPEX por Consumidor e OPEX por Energia Faturada entre 2013 e 2025, apresentadas nos gráficos a seguir. _____________________________________________________________________________ 161 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões Observando a evolução do indicador OPEX / Receita Líquida, gráfico abaixo, observa-se a manutenção da relação em um patamar na ordem de 5%, valor que pode ser considerado adequado para o porte da concessão. _____________________________________________________________________________ 162 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões (b) Evolução Investimentos A projeção de investimento para fins deste Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões foi realizada tomando por base o Plano de Desenvolvimento da Distribuição – PDD, elaborado pela distribuidora de acordo com os Procedimentos de Distribuição - PRODIST, Módulo 2. Também foram considerados os insumos colhidos nas discussões realizadas nas visitas técnicas durante os meses de julho e agosto de 2013, a opinião do Interventor e suas equipes técnicas, além da visão de planejamento dos sistemas de distribuição internalizada no Grupo Energisa; Importante destacar que, a partir de 2017, a projeção de investimentos em Subestações e Linhas de Distribuição de Alta Tensão tem caráter indicativo, em função das incertezas fomentadas pelas elevadas taxas de crescimento de carga; Em face destas limitações, para se projetar com precisão os investimentos para o período de 2013 a 2025, apresenta-se neste tópico o melhor esforço de estimação dos investimentos necessários para cumprimento das metas regulatórias de perdas e de qualidade, definidas no 3CRTP. As trajetórias e necessidades vinculadas a essas iniciativas já foram apresentadas e justificadas nas Seções 7.03 e 7.05 do presente Plano. Segundo as análises conduzidas, para esse cenário prospectivo, o planejamento a realizar deve prever investimentos orientados para: Expansão do Mercado: o Construção de linhas de distribuição de Alta Tensão para conexão com os novos pontos de suprimentos da Rede Básica a serem instalados no período; _____________________________________________________________________________ 163 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões o Ligação de novos consumidores. Melhoria, Reforço e Renovação do Sistema Elétrico: o Ampliação de subestações; o Automação de subestações; o Construção de linhas e subestações; o Construção de alimentadores; o Automação de Alimentadores; o Substituição de equipamentos (religadores, disjuntores, relés, etc.); Combate a Perdas Não Técnicas para atingir a trajetória regulatória: o Blindagem de circuitos; o Blindagem de consumidores; o Mudança de padrão de ligação (área metropolitana de Cuiabá); o Instalação de medição fiscal em transformadores de distribuição. Melhoria de Processos e Infraestrutura: o Aquisição de geradores móveis e megajumper destinados a evitar desligamentos programados; o Aquisição de Veículos para substituição de veículos locados e renovação da frota existente; o Ampliação e modernização dos equipamentos de TI e Telecom; o Ampliação da rede de comunicação de dados e voz no interior do Estado. A previsão de investimentos destinados à expansão, melhoria, renovação e reforços no sistema irão provocar uma mudança no patamar de investimentos da Empresa na ordem de 39%, comparando os períodos do 3CRT como 2CRT. Este aumento de faz necessário em função, principalmente, de: Ampliar a capacidade de subestações, LDATs e alimentadores com carregamento elevado; Automatizar subestações e alimentadores; Construir LDATs, Subestações e Alimentadores para atender ao crescimento do mercado; Substituição de equipamentos obsoletos e/ou em final de vida útil; Investimentos para substituição de equipamentos contaminados com PCB – Askarel. _____________________________________________________________________________ 164 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões O gráfico abaixo mostra a evolução do Investimento para o período 2013 a 2025. Para 2013 a 2018 a previsão foi realizada com base no PDD e informações colhidas nas visitas técnicas realizadas. A partir de 2019, como não existem informações no PDD em relação ao sistema de média e baixa tensão, foi realizada uma projeção com base nas previsões realizadas para o ciclo anterior. Valores em R$ Milhões, a preços de junho de 2013, antes do credito de impostos e capitalização de despesas. O investimento aqui apresentado é o total, considerando todas as rubricas a serem contempladas. Em análise comparativa com o investimento realizado no período 2008-2012 temos a destacar que: Os investimentos nos primeiros anos se mostram necessariamente mais elevados, visando uma recuperação das condições atuais do sistema elétrico; Os investimentos a partir de 2017 são indicativos. Apresenta-se nas tabelas a seguir a relação dos principais investimentos a serem realizados no período 2013 e 2015. Principais Investimentos Previstos Subestações ( ALVARES MACHADO 2, P. VENCESLAU, S. ANASTACIO) Linhas de Distribuição de Alta Tensão ( LT138KV -ALVARES MACHADO, LT138KV - P. VENCESLAU) Total 2013 2014 2015 4,27 8,06 - 2,97 4,95 - 7 13 - Valores em R$ Milhões, a preços de junho de 2013, antes do credito de impostos e capitalização de despesas. _____________________________________________________________________________ 165 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões Os principais investimentos a serem realizados em ativos não elétricos estão relacionados na tabela abaixo, onde pode-se destacar a investimentos na frota de veículos e Sistema de informática: Ativos Não elétricos 2013 Substituição da Frota de Veículos Investimentos em TI Investimentos em Telecom Total - 2014 2015 0,73 1,05 0,54 1,90 0,85 0,62 2,3 3,4 Valores em R$ Milhões, a preços de junho de 2013, antes do credito de impostos e capitalização de despesas. Obs: 2013 informações não disponíveis Como pode ser observado no gráfico abaixo, a projeção de investimentos esta direcionada para os projetos de Expansão, Melhoria e Reforço de redes, redução de perdas e direcionado para resolver as não conformidades apontadas no Capítulo 4.. Valores em R$ Milhões, a preços de junho de 2013, antes do credito de impostos e capitalização de despesas. No período 2014 a 2017 haverá a necessidade de um volume maior de investimentos direcionados para sanar as não conformidades citadas no capítulo 4 e promover a conclusão do processo de automação de subestações e alimentadores. Importante destacar que nos próximos anos serão realizados ajustes no planejamento de forma a adequar os investimentos a expansão do mercado e necessidades operacionais da empresa, inclusive atacando novas frentes em que se mostrarem necessárias uma atuação da concessionária. O gráfico a seguir mostra a previsão de investimentos para o período 2014 a 2015. _____________________________________________________________________________ 166 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões Valores em R$ Milhões, a preços de junho de 2013, antes do credito de impostos e capitalização de despesas. Observando as trajetórias dos indicadores de Investimento por km de Rede e Investimento por Consumidor, entre 2013 e 2025, apresentadas nos gráficos a seguir, constata-se os efeitos do grande volume de investimentos a ser aplicado no período 2014 a 2017. _____________________________________________________________________________ 167 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões (c) Programa Luz para Todos A empresa já encerrou o Programa luz para Todos, encontrando-se totalmente universalizada desde agosto de 2006. Seção 7.06 Comercial (a) Inadimplência Com a finalidade de subsidiar o Plano de Recuperação da Caiuá, será adotada estratégia com foco no combate à inadimplência, de forma que a gestão dos recebíveis tenha maior atenção. O conteúdo deste plano foi desenvolvido observando as diferenças culturais, territoriais e especificidades de alguns segmentos de mercado (Poder Público, Serviço Público e Iluminação Pública), bem como, os ajustes necessários as práticas consagradas no Grupo Energisa. O plano de medidas de combate à inadimplência dentro da Gestão de Recebíveis tem como objetivo primário: agregar maior rentabilidade financeira a um custo otimizado. O plano de medidas é baseado em alguns pilares estratégicos: Pessoas: Conscientização de todos os colaboradores de que recebíveis é prioridade; _____________________________________________________________________________ 168 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões Processo: Implantação de novas variáveis na geração das listas de corte; Ganho de produtividade das equipes de corte; Inteligência: Estabelecimento de estratégias no âmbito judicial e político para recuperação de valores significativos associados a órgãos públicos; Abordagem diferenciada para os maiores devedores privados. Controle: Redefinição dos indicadores de acompanhamento dos recebíveis. A seguir apresentam-se as ações mapeadas e definidas para os próximos anos, sua evolução e projeção das metas que pretendemos alcançar (ações táticas): Implantar campanhas de cobrança de faturas por parte dos colaboradores: será promovido a intensificação do uso dos colaboradores que tenham relacionamento com os clientes de modo a realizarem a cobranças de débitos. A ação consiste em que os envolvidos tenham pequenas carteiras de cobrança onde possam monitorar e acompanhar o progresso dos clientes quanto ao pagamento de seus débitos. A ação propiciará a satisfação e comodidade aos clientes, pois ofereceremos diversas soluções: débito automático, parcelamentos, fatura por e-mail e mudança de vencimento da conta. Centralizar a geração da lista de corte e estabelecer meta mensal de corte: a centralização garante a gestão padronizada dos cortes, maior controle dos débitos vencidos e controle da efetividade e eficiência das equipes de corte. Gerar a lista de corte relacionada a maiores valores: atuar prioritariamente com foco nas principais dívidas, mantendo uma relação 80% das dívidas vis a vis a 20% dos clientes. Criação de indicadores para acompanhamento dos recebíveis: os indicadores permitem a visão ampla dos resultados das ações e direcionam as melhorias das novas ações tais como: o Métrica do Pendente: Contas a receber - (contas a vencer + vencidos até 20 dias) + Provisão para devedores duvidosos + judicial+ parcelamentos, dividido pelo faturamento médio dos últimos 12 meses. _____________________________________________________________________________ 169 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões o Métrica da Inadimplência 12 meses últimos meses: Faturamento dos 12 últimos meses, menos a arrecadação dos 12 últimos meses, dividido pelo faturamento dos 12 últimos meses. o Métrica da Inadimplência dos 03 últimos meses: Contas a receber vencidas de 01 a 90 dias, dividido pelo somatório dos faturamentos dos últimos 03 meses. Sensibilizar os tribunais de justiça e outras autoridades: disseminar no âmbito judicial os impactos gerados no preço da energia com o aumento da inadimplência dos clientes. Implementar a cobrança judicial dos grandes clientes: acrescentar na matriz de cobrança a ação judicial de débitos para o grupo A com maiores valores. Do ponto de vista das boas práticas no combate a inadimplência, verifica-se a possibilidade de um maior aprimoramento nas ações, com foco nas ações relativas à eficiência do corte e a produtividade das equipes de campo de corte e cobrança. Deveremos implementar um acompanhamento efetivo na carteira de recebíveis da empresa, ou seja, com gestão sobre o ciclo de arrecadação e o aging do contas a receber, não apenas no indicador de arrecadação. Com indicadores específicos, eficientes, emanados de diretrizes estratégicas que possibilitem ações mais assertivas e o foco na redução de custos é possível alcançar uma melhoria na arrecadação com menores índices de inadimplência. (b) Índice de Provisionamento de contas a Receber (PDD) A Provisão para Devedores Duvidosos (PDD) é figura contábil que representa o montante de faturas em aberto no contas a receber da distribuidora, cu o recebimento é incerto. O “Manual de Contabilidade do Setor Elétrico” pre ê a constituição da pro isão com base em parâmetros qualitativos (análise individual do consumidor, experiência da administração, garantias e etc.) e quantitativos baseados no vencimento das faturas, porém de difícil aplicação em se tratando de projeções financeiras de longo prazo, dado o grande número de variáveis envolvidas. Contudo, o setor de distribuição é reconhecido como de baixa volatilidade nos fundamentos contábeis que envolvem a PDD em virtude do direito de corte. Para a projeção da PDD da Caiuá no presente trabalho foi aplicado o conceito de “Índice de ro isionamento” similar ao utilizado no RP112 do Relatório de Informações Trimestrais (RIT). Apurando-se o Índice de Provisionamento com base no saldo realizado em jun/2013, encontrase o valor 2,3%. Contudo análise efetuada durante processo de diligência na Caiuá indica para _____________________________________________________________________________ 170 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões a necessidade de ajuste de R$1,9 milhões na provisão, elevando o índice para 5,7%, o que foi admitido como premissa na projeção. ÍNDICE DE PROVISIONAMENTO DA PDD R$ milhões SALDO DO CONTAS A RECEBER EM JUN/13 SALDO DA PDD 55,8 (1,3) ÍNDICE DE PROVISIONAMENTO ORIGINAL 2,3% PROVISÃO ADICIONAL SUGERIDA (1,9) ÍNDICE DE PROVISIONAMENTO AJUSTADO 5,7% (c) Call Center e Atendimento Presencial Com base no cenário verificado relativamente aos canais de atendimento prestados aos consumidores, e aqui destacados (call center e as agências de atendimento presencial), conclui-se que a questão relativa ao dimensionamento dos recursos humanos do call center, em face das novas condicionantes estabelecidas pelo regulador e das premissas adotadas pela Caiuá, deve ser alvo de reestruturação e adequação. Essa condição respalda-se na necessidade de compatibilizar os recursos disponíveis vis-à-vis a necessidade de atendimento do que é estabelecido nos regulamentos vigentes, garantindo, assim, a operabilidade da empresa em níveis de custos sustentáveis e alinhados com a premissa de buscar a prestação do serviço adequado e a modicidade tarifária em todas as atividades exercidas. Adicionalmente, sustenta a proposição ora apresentada a necessidade de que a garantia da prestação de um serviço adequado, dentro de custos operacionais eficientes, seja refletida na satisfação do cliente. Para tanto, propõe-se ações que não somente estarão vinculadas a uma possível revisão da estrutura de atendimento, mas também através de adequação e otimização de processos internos que garantam o atendimento dos prazos pactuados e com a qualidade assegurada. Call Center Para o call center a solução proposta objetiva a eficiência de custos, o atendimento às disposições regulatórias e a oferta de um atendimento de qualidade aos clientes da área de concessão. Ao longo dos últimos anos foram desenvolvidos métodos eficientes e eficazes na gestão dos canais de relacionamento. A experiência mostra que para uma prestação de serviços adequada é necessário investir nas seguintes dimensões: capital humano, tecnologia e informação. _____________________________________________________________________________ 171 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões Para equalizar os problemas apontados e atender aos objetivos colocados, propõe-se implantar de forma ágil e sustentada as seguintes soluções: Implantação da área de planejamento no Call Center - o objetivo é conferir um direcionamento único para as ações do Call Center através da centralização dos relatórios de acompanhamento dos indicadores regulatórios, dimensionamento das curvas de atendimento das centrais, elaboração e acompanhamento das escalas e dimensionamento do quadro de força de trabalho; Padronização do atendimento - o objetivo é garantir o cumprimento do padrão de atendimento, bem como, reduzir o número de serviços gerados de forma improcedente pelos atendentes. Propõe-se a realização de um processo criterioso de revisão de todos os scripts de atendimento, com o objetivo de tornar mais claras as instruções/orientações a assim garantir o cumprimento do padrão, com otimização dos tempos despendidos e um maior nível de assertividade. Em linha com estas ações deve-se reestruturar o módulo de ajuda (Help) do Sistema de Atendimento. Este módulo possui informações que contemplam desde explicações detalhadas do modo de operação das áreas técnicas de interface com o atendimento como, por exemplo, o Centro de Operação da Distribuição (COD), ao detalhamento descritivo de todo o processo de faturamento, elucidando de modo rápido e didático questões alusivas a temas técnicos, regulatórios, legais e contábeis; Ampliar as facilidades do atendimento por canais digitais – medida dedicada a alcançar dois objetivos: i) melhorar a satisfação dos clientes com relação à sua percepção sobre o acesso aos canais de atendimento; b) diminuir os custos do atendimento, direcionando os clientes para os canais que apresentam os menores custos operacionais; Intensificar a comunicação proativa com o cliente – esta iniciativa propiciará aos clientes maior acesso ao call center, visto que mesmo em momento de congestionamento dos troncos telefônicos e chamadas com o tom de ocupado, haverá a possibilidade de realização da comunicação com o atendimento através de mensagens; Implantar a Qualidade Assegurada e Monitoria – trata-se de projeto amplo que visa melhorar as condições de atendimento, a percepção dos clientes e a imagem da empresa através de uma série de ações como: redução de números de serviços _____________________________________________________________________________ 172 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões improcedentes gerados pelo atendimento e redução das rechamadas através da melhoria de desempenho das áreas que gerenciam os serviços de campo; Implantar Revisão do Workflow de atendimento – projeto que tem o objetivo de melhorar a qualidade dos serviços de campo, através da análise e revisão de processos, com consequente redução dos tempos de atendimento e dos custos operacionais. Para a solução dos pontos abordados que visam um perfeito alinhamento com as principais premissas colocadas para o tema (quais sejam: visão do cliente, limites regulatórios e eficiências dos custos operacionais), entende-se que pode ser prestado o serviço através de uma empresa de serviços própria, especializada, o Rede Serviços. O Rede Serviços é uma empresa voltada para o negócio call center com instalações adequadas à prestação do serviço de atendimento telefônico. O Rede Serviços possui estrutura composta por 210 PAs, com excelentes instalações de apoio (sala de descompressão, vestiários com armários individualizados, ampla sala de lanches), alinhado com o que se observa nas empresas benchmark referente ao tema e com a regulamentação vigente relativa à infraestrutura desse tipo de negócio. A estrutura conta ainda com Data Center e Grupo Gerador dedicado às instalações do site do call center e o cumprimento na íntegra da Norma Regulamentadora para Teleatendimento NR-17. A infraestrutura encontra-se instalada na sede da Enersul, distribuidora integrante do Grupo REDE, e disponíveis para utilização imediata. As fotografias a seguir referentes à Rede Serviços permitem uma avaliação da infraestrutura destacada. FOTOS DA INFRAESTRUTURA DISPONÍVEL NA REDE SERVIÇOS _____________________________________________________________________________ 173 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões Conforme destacado nos itens anteriores onde são detalhadas todas as dimensões indispensáveis para operação de um call center, destaca-se como pontos de atenção a estrutura das instalações e a expertise. A união da estrutura física disponível do Rede Serviços e a expertise do Grupo Energisa cria condições favoráveis para a prestação do serviço diferenciado em comparação com o mercado, sob todas as perspectivas: regulador, cliente e acionistas. No tópico sobre Serviços com Partes Relacionadas deste Plano de Recuperação abordaremos novamente este assunto. Outros Canais de Atendimento Considerando as novas oportunidades tecnológicas serão incorporados novos canais de atendimento aos clientes com menores custos, respeitando a opção de escolha dos clientes, porém mantendo o objetivo de diversificação dos canais: Aplicativos em dispositivos móveis: com a proliferação dos tablets e smartphones é importante investir no desenvolvimento de um aplicativo com oferta dos principais serviços demandados pelos clientes nos diversos canais de atendimento da Caiuá. Mídias Sociais: outro importante canal a ser explorado são as mídias sociais. Amplamente difundida e utilizada as mídias sociais como facebook, twitter, youtube dentre outras é um importante segmento a ser explorado pela Caiuá para que essas _____________________________________________________________________________ 174 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões mídias se tornem mais um canal de relacionamento com os clientes de forma ágil e de baixo custo. (d) Indicadores Comerciais Com a finalidade de subsidiar o Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões da Caiuá, será adotada estratégia com foco na melhoria dos indicadores comerciais e na redução do pagamento das compensações financeiras, como as desembolsadas mensalmente aos consumidores, motivadas pelo descumprimento dos prazos dos serviços acompanhados através do Anexo III. Essa estratégia será suportada por um conjunto de ações voltadas para a melhoria da gestão comercial, observando as diferenças culturais, territoriais e especificidades regionais, bem como os ajustes necessários as práticas consagradas no setor elétrico. A seguir apresentam-se as principais ações de melhoria dos serviços, já mapeadas e definidas para implantação nos próximos anos, destacando sua evolução e projeção das metas a serem atingidas: Ações táticas Implementar o mecanismo para identificar as ordens de serviços ou notas de serviços geradas improcedentes pelos atendentes. A identificação das ordens improcedentes tem por objetivo a minoração dos riscos regulatórios associados aos indicadores DER e FER e redução dos custos operacionais com rechamadas e deslocamentos Improcedentes; Elaborar relatório detalhado para o acompanhamento por área do DER e FER. Tem por objetivo subsidiar o processo de análise das reclamações, contribuindo assim para melhoria o processo; Adequar as rotas e leitura, com base em testes em campo, ajustando os roteiros por localização (urbano e rural); Mapear os maiores ofensores das reclamações dos clientes, com o objetivo de dar uma melhor tratativa, reduzindo os custos operacionais e evitando o pagamento de compensações; Desdobrar com as áreas operacionais e prestadores de serviços o indicador IRC - Índice de Refaturamento de Contas; _____________________________________________________________________________ 175 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões Atuar no combate a faturas com erro de leitura apontadas pelo leiturista no 1º (primeiro) ciclo de faturamento; Acompanhar o IRC do refaturamento total, segregando por Grupo de faturamento A e Grupo-B; Realizar o acompanhamento para os clientes rurais com potencial em refaturamento, evitando possíveis reclamações por média bimestral; Capacitar leituristas e atendentes, consolidando uma cultura organizacional que permita imprimir uma visão de qualidade mais ampla dentro da empresa; Capacitar atendimento e operação, de modo a aumentar a eficiência e sinergia na prestação dos serviços ao cliente; Consolidar o processo de leitura e entrega simultânea do faturamento, evitando refaturamento, buscando assim uma efetividade ao patamar próximo de 100%, acompanhando os índices de qualidade e efetividade do faturamento simultâneo; Implantar fatura via email e ampliar o número de clientes com débito automático, dando maior comodidade aos clientes, reduzindo os custos operacionais; Fazer uma reanálise nas empresas terceiras com o objetivo de identificar os serviços que estão sendo prestados, se estão alinhados com a qualidade que será impressa pela empresa no modelo Energisa; Realizar campanha de atualização cadastral; Revisar as regras de procedimentos operacionais e sistêmicos utilizados pra calculo das compensações do Anexo III, como por exemplo, a entrada de dados na apuração; Criar indicadores de acompanhamento e desdobrar com as áreas operacionais e prestadores de serviços para monitorar a qualidade dos serviços que compõem o Anexo III; Revisar os processos internos que contribuem para que o valor da compensação gerada pelo descumprimento do prazo sejam elevados, visando subsidiar a adequação dos serviços, reduzindo os custos operacionais e evitando o pagamento de compensações onerosas. _____________________________________________________________________________ 176 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões Seção 7.07 Econômica-Financeira (a) Obrigações em Aberto (Financeiras, Fiscais e Setoriais) Conforme detalhamento apresentado na Seção 4.07 (a), que trata o diagnóstico atual da concessão, os encargos setoriais que se encontram em atraso na Caiuá representam um passivo no valor de R$58,7 milhões (base 30 de junho de 2013), que significa 38,6% do total de obrigações em atraso. Para as projeções econômicas e financeiras neste cenário prospectivo, a partir da situação atual, foi considerado o parcelamento desta dívida, com base na legislação vigente. O dispositivo legal que versa sobre a possibilidade de parcelamento de débitos relativos às quotas mensais da Conta de Consumo de Combustíveis (CCC) é a Resolução Normativa Nº 427/2011, conforme a seguir: Art. 46. O parcelamento de débitos relativos às quotas mensais da CCC, mediante requerimento escrito e fundamentado do agente setorial interessado, deverá ser concedido em até 12 parcelas iguais e sucessivas de, no mínimo R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais) cada, vencíveis todas na mesma data do recolhimento normal aplicável ao respectivo agente solicitante do parcelamento. § 1º Os débitos objeto de pedido de parcelamento será consolidado pela Eletrobrás, incluindo multa e juros, e será remunerado mensalmente pela variação da taxa do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia – SELIC. Assim, tendo como base a possibilidade de parcelamento da CCC, prevista na Resolução Normativa Nº 427/2011, por simetria, foi considerado um período de 12 meses para o pagamento dos demais encargos setoriais em atraso (Conta de Desenvolvimento Energético – CDE, Quota para Reserva Global de Reversão – RGR e PROINFA), cujo saldo em 30 de junho de 2013 está apresentado no quadro a seguir. A remuneração do débito com encargos setoriais ocorre pela variação mensal da taxa SELIC. _____________________________________________________________________________ 177 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões PASSIVOS EM ATRASO - SALDO EM 30/06/2013 DESCRIÇÃO R$ Milhões ENCARGOS SETORIAIS CCC CDE Quota para RGR Quotas do PROINFA 58,7 23,3 20,2 2,3 12,9 SUPRIMENTO DE ENERGIA Quotas de ITAIPU 45,2 45,2 OBRIGAÇÕES FISCAIS Federais Estaduais Municipais - DÍVIDAS COM ELETROBRAS - EMPRÉSTIMOS DE PARTES RELACIONADAS Distribuidoras Não Distribuidoras TOTAL DE PASSIVOS EM ATRASO 48,1 45,4 2,7 152,0 Para o suprimento de energia de Itaipu, cujo saldo em atraso em 30 de junho de 2013 era de R$45,2 milhões, foi considerado parcelamento em 12 prestações iguais e sucessivas, corrigido pela variação do dólar + 2% ao ano. Em até 60 dias Caiuá pagará mútuos existentes em seu passivo, no montante total de R$48,1 milhões, dos quais R$45,4 milhões perante as distribuidoras coligadas CNEE, EDEVP e Cemat, e R$2,7 milhões com a holding Rede Energia. Em 30 de junho de 2013 a companhia não possuía obrigações fiscais em atraso, bem como dívidas em aberto com a Eletrobras referente ao financiamento com recursos da RGR. (b) Endividamento Financeiro Após o aumento de capital, a Caiuá fica com uma equilibrada situação econômico-financeira. Com a capacidade de realavancagem restabelecida, através do aumento de capital e do ressarcimento dos recursos apropriados pelo Daycoval, a Caiuá poderá acessar mercado em operações que permitam o alongamento de seu passivo, sem maiores dificuldades. (c) Impostos, Taxas e Contribuições ICMS: A base de cálculo do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS) no fornecimento de energia elétrica é o valor total cobrado do consumidor final, desde a geração e/ou importação de energia até a última operação destinada ao seu atendimento. Portanto, estão incluídos na base de cálculo os encargos relativos à geração e/ou importação _____________________________________________________________________________ 178 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões de energia, conexão, transmissão, distribuição, comercialização, valores cobrados a título de Uso do Sistema de Distribuição de Energia Elétrica (TUSD) e/ou Uso das Instalações de Transmissão (TUST), e qualquer outro custo inerente ao fornecimento de energia elétrica, independente da denominação utilizada. A tabela abaixo apresenta as alíquotas médias de ICMS por classe de consumo, incidentes sobre o fornecimento de energia elétrica da Caiuá nos dois primeiros trimestres de 2013, e que foram aplicadas na elaboração das projeções. Alíquota de ICMS Residencial Industrial Comercial Rural Outros Total 1T13 20,8% 21,8% 18,3% 5,2% 15,3% 19,1% 2T13 19,7% 21,4% 18,4% 5,1% 15,2% 18,5% 1S13 20,3% 21,6% 18,3% 5,2% 15,3% 18,8% A legislação vigente permite a constituição de créditos de ICMS sobre os gastos com investimentos, destinados a compensar futuros recolhimentos desse tributo em cronograma pré-estabelecido (48 meses após a entrada em operação do ativo investido). No âmbito das projeções espera-se a constituição de créditos de ICMS da ordem de R$ 71 milhões até 2025, dos quais R$ 53 milhões serão compensados dentro do horizonte deste trabalho. PIS/COFINS: A Contribuição para o Programa de Integração Social (PIS) e a Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS), com a incidência não-cumulativa, têm como fato gerador a receita bruta da venda de bens e serviços nas operações em conta própria ou alheia, e todas as demais receitas auferidas. Se a empresa estiver enquadrada no regime da não-cumulatividade, como é o caso da Caiuá a alíquota do PIS é de 1,65%, conforme a Lei 10.637/02, e a alíquota do COFINS é de 7,6%, conforme a Lei 10.833/03. Todavia, do valor apurado, a pessoa jurídica poderá descontar créditos de 9,25% (1,65% + 7,6%) calculados sobre bens adquiridos para revenda (compra de energia elétrica), insumos e serviços utilizados no processo produtivo, bem como na aquisição de bens e serviços para o ativo imobilizado. Portanto, no presente cenário, os gastos com compra de Energia Elétrica e Custo de Transporte e os Investimentos são contabilizados pelo valor líquido de PIS/COFINS e o recolhimento devido será a diferença do PIS/COFINS sobre a receita menos os créditos obtidos. Imposto de Renda / Contribuição Social: A Caiuá é optante do Regime de Lucro Real para apuração e pagamento do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) bem como da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSSL). Tais impostos são calculados pela aplicação _____________________________________________________________________________ 179 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões de alíquota de 9% (CSSL) e de 25% (IRPJ) sobre o lucro antes dos impostos ajustado por receitas e despesas não tributáveis, denominado Lucro Real. Também é facultada aos optantes deste regime de tributação a possibilidade de constituição de ativos de impostos a recuperar quando a companhia apresenta prejuízos, a serem utilizados à razão de 30% do valor do imposto a pagar, desde que sejam utilizados no prazo de 10 anos. No Cenário Prospectivo, estima-se que a Caiuá compensará R$ 10 milhões em créditos até 2020, não restando saldo a compensar a partir deste ano. (d) Reestruturação de Capital e Dividendos Conceitos – Indicadores de Alavancagem Há várias metodologias para avaliação de solvência e bancabilidade para empresas, pontos fundamentais para atuação em setores de capital intensivo. Não se pode imaginar uma empresa do setor elétrico sem acesso a crédito compatível com o que é exigido no setor, ou seja, de longo prazo e a custos equilibrados. Da mesma forma, o acesso a todos os mercados é fundamental, até pela impossibilidade de podermos afirmar que o crédito desejado estará sempre disponível. Há limites de concentração de risco praticados por agentes financiadores, o que exige criatividade e alguma dispersão na disponibilidade de crédito para acesso a estruturas alternativas. Avaliamos junto a bancos e agências de rating qual seria a métrica mais usual do mercado brasileiro para qualificação da solvência e bancabilidade de uma companhia, e qual seria o nível adequado para este índice no ambiente atual (nível de juros básicos, duration das dívidas disponíveis, da carteira da empresa e etc). Certamente não é a única, mas a Dívida Líquida / EBITDA é a mais utilizada e a mais simples de ser apurada. É interessante que a ANEEL também manifeste preferência por este indicador na sua rotina de avaliação das concessionárias. Ressaltamos aqui, a título de exemplo, a avaliação do rating da Energisa junto a Standard & oor’s e Fitch, as quais concederam notas equi alentes a AA- em escala nacional, o que pode representar um teste de validade a este princípio, à medida que a empresa possui amplo acesso a crédito bancário e mercado. O nível de classificação de rating nacional tem possibilitado à Energisa, e às suas subsidiárias dos setores de geração e distribuição de energia, acesso aos mais diversos produtos do _____________________________________________________________________________ 180 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões mercado: (i) linhas de fomento em condições diferenciadas (BNDES, Banco do Nordeste e FIFGTS), (ii) crédito bancário amplo junto a bancos de primeira linha e (iii) acesso ao mercado de capitais (FIDCs, Debêntures e etc). A Energisa possui uma política de gestão de riscos que: (i) limita a alavancagem a 3,5x EBITDA, (ii) determina duration (prazo médio) de dívida a ser perseguido de 4 anos, (iii) limita exposição a moeda estrangeira e derivativos, (iv) limita o pagamento de dividendos em momentos de investimentos mais intensos, (v) limita a concentração de liquidez num mesmo banco, dentre outros limites e obrigações. Esta política, tornada pública no início de 2009, tem rendido constantes elogios à disciplina financeira da Energisa e de suas subsidiárias, refletindo na sua percepção de risco. As agências de rating que cobrem o Grupo Energisa dão ênfase aos níveis de alavancagem medidos pelo indicador Dívida / EBITDA na avaliação do risco. Isto fica evidente nas recentes ações do rating da Energisa, dos quais destacamos: Standard & oor’s: Em 7 de Setembro de 3, e já após refletir a potencial aquisição do Grupo Rede, divulgou a atualização do rating da Energisa, mantendo a nota de “brAA-“. A agência sinali a que os ratings poderão ser negati amente pressionados por índices de alavancagem maiores do que os previstos, e que poderão alterar positivamente a perspectiva se o índice de Dívida / EBITDA se apresentar abaixo de 4,0x. Fitch: Em 10 de Dezembro de 2012, a Fitch divulgou na nota que eleva o rating global da Energisa com destaque para o seguinte trecho: “A Fitch espera que a Energisa mantenha sua alavancagem líquida entre 3,0 e 3,5 vezes durante seu agressivo plano de investimentos programado para os próximos dois anos. Os ratings poderão ser negativamente pressionados por índices de alavancagem maiores do que os previstos”. Neste sentido, consideramos que, ao invés do limite de Dívida Líquida / EBITDA de 5,0 vezes a todo tempo conforme determinado pela Aneel, adotaremos para referenciar nossas projeções uma trajetória de queda que reflita o compromisso do concessionário em reduzir o índice de alavancagem gradualmente em um determinado prazo, para patamares adequados ao setor: Concessionárias sob intervenção: “limite de Dívida Líquida / EBITDA máximo de 5,0x até o final de 2015 (2 anos), 4,5x no ano de 2016 e alcançando 3,5x até o final de 2017, quando este passaria a ser o limite máximo para as concessionárias. As apurações seriam feitas sempre sobre os números de ano fiscal fechado. _____________________________________________________________________________ 181 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões Dívida Líquida: soma do passivo referente à (i) empréstimos, financiamentos, debêntures, encargos financeiros provisionados e não pagos, títulos emitidos no mercado internacional registrados no passivo circulante ou no exigível a longo prazo (bonds, eurobonds, short term notes), parcelamentos com fornecedores, déficit de planos de previdência e parcelamento de impostos e contribuições, registradas no passivo circulante e no exigível a longo prazo, (ii) diminuído pelos saldos de caixa e aplicações financeiras registrados no ativo circulante e no ativo realizável a longo prazo, do valor do contas a receber da Eletrobrás pelo Programa Luz para Todos ou pelo Programa de Baixa Renda. EBITDA: resultado líquido relativo a um período de doze meses, antes da participação de minoritários, imposto de renda, contribuição social, resultado não operacional, resultado financeiro, amortização de ágio, depreciação dos ativos, participação em coligadas e controladas, despesas com ajuste de déficit de planos de previdência e incluindo a receita com acréscimo moratório sobre contas de energia elétrica. Por outro lado, não parece fazer sentido a utilização do outro indicador sugerido pela Aneel, refletindo a Dívida Líquida / (EBITDA – Capex). O Capex, quando se realiza, afeta diretamente a Dívida Líquida (pela redução de caixa ou por inclusão de financiamentos contratados), de forma que o indicador passa a ter a influência do Capex no numerador e no denominador. Adicionalmente, empresas que necessitam de um esforço relevante de investimento, para atingir metas de qualidade, afinal uma das motivações para intervenção foi justamente a insuficiência de investimentos que causaram deterioração das condições operacionais. Portanto não deveriam ter fortes restrições de Capex em covenants, independente de fazer todo sentido manter a alavancagem geral equilibrada (já cobertos pela Dívida Líquida / EBITDA). Portanto, é importantíssimo que as concessionárias sob intervenção tenham liberdade para investir. As restrições de crédito e liquidez enfrentadas por estas concessionárias nos últimos anos fizeram com que priorizassem obrigações básicas, em detrimento do cumprimento de um plano de investimentos em expansão, manutenção e no alcance das metas regulatórias de qualidade. Consequentemente, estas concessionárias precisam realizar investimentos não executados para, dentre outros objetivos, reestabelecer seus indicadores de qualidade para os padrões determinados pela Agência Reguladora. _____________________________________________________________________________ 182 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões Principalmente nos primeiros anos de recuperação da empresa, o montante de investimento se aproxima do valor do EBITDA, quando não o supera em alguns casos, tornando o cumprimento do indicador impraticável. Sugerimos não adotar o indicador Dívida Líquida / (EBITDA – Capex), limitando o controle ao indicador de Dívida Líquida / EBITDA, que é mais utilizado na avaliação da concessão de crédito e, de toda forma, já reflete o esforço do investimento na Dívida Líquida. Reestruturação de Capital A consideração sobre a necessidade de capitalização da empresa em qualquer cenário está amparada nos compromissos de sanar transgressões (aportar recursos para compensar efeitos da operação com Daycoval e para suportar encargos setoriais em atraso) e de melhorar a estrutura de capital e alavancagem da empresa, sem falar no pagamento dos mútuos que deverão ser liquidados. A dívida líquida da Caiuá, após deduzir caixa e equivalentes, mútuos a receber e Daycoval e ser restituído, totaliza R$275,6 milhões. Os principais indicadores do desempenho econômicofinanceiro nos balancetes de 30 de Junho de 2013 e demais informações levantadas na diligência estão apresentados a seguir: _____________________________________________________________________________ 183 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões Posição 2T2013 (R$ MM) Empréstimos e Financiamentos Impostos Parcelados Provisão para déficit atuarial Mútuos Encargos Setoriais/Eletrobrás Em Atraso Encargos Atrasados + Tributos em Atraso Repasse Itaipú Atrasado Dívida Total ¹ Disponibilidades + Aplicações no Mercado Aberto + Recebimento Mútuo + Daycoval Disponibilidades Aplicações no Mercado Aberto Recebimento de Mútuo Daycoval Dívida Líquida CAIUÁ 57,3 118,6 0,1 48,1 103,9 58,7 45,2 328,0 52,4 12,4 28,1 12,0 275,6 EBITDA 2012² - SEM CONTINGÊNCIA/PDD 37,2 EBITDA 2012² 22,1 Patrimônio Líquido Capital Social / Reservas de Capital Reserva de Reavaliação Reservas de Lucro / Prejuízos acumulados (110,2) 111,3 (0,8) (220,7) 1: Dívi da bruta cons i dera : emprés timos e fi na nci a mentos + i mpos tos pa rcel a dos + provi s ã o p/ défi ci t a tua ri a l + Enca rgos Setori a i s /El etrobrá s Em Atra s o + Mútuos à Pa ga r 2: EBITDA = EBIT+Depreci a çã o+ Acrés ci mos Mora tóri os Ratios Divida Líquida / (Dívida Líquida + PL) Dívida Líquida/ EBITDA Dívida Líquida/ EBITDA - Sem Contingência/PDD CAIUÁ 166,6% 12,5x 7,4x Calculando-se o indicador de alavancagem financeira através da divisão da dívida líquida de junho de 2013 pelo EBITDA (2012) alcança-se 12,5x. Entretanto, a Caiuá tem necessidade de realização de expressivos investimentos, de forma que o montante de investimentos previstos acaba se tornando grande ofensor ao cumprimento dos indicadores de alavancagem nos próximos anos. Desta forma, o plano apresentado considera conceitualmente necessário realizar um aumento de capital para que a empresa, ao final do 4º ano (2017), cumpra o indicador Dívida Líquida / EBITDA <= 3,5x. No caso da Caiuá, foi considerado o seguinte esforço de capital para equilíbrio de sua alavancagem e estrutura de capital: _____________________________________________________________________________ 184 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões i. Pagamento Líquido de Mútuos: R$ 48,1 milhões a. Recebimento de mútuos: N.A b. Pagamento de mútuos: R$ 48,1 milhões ii. Dívida Líquida (2T13) / EBITDA (2012) antes do AC: 12,5x iii. Aumento de Capital (AC): R$172,0 milhões (Inclui R$ 12,0 milhões Daycoval) iv. Dívida Líquida (2T13) / EBITDA (2012) após o AC: 5,2x Com o referido aumento de capital, a Caiuá alcança um indicador de Dívida Líquida / EBITDA com base no pró-forma de 30-jun-2013 de 5,2x e de 4,4x ao final de 2017, o que demonstra também a inexequibilidade financeira da realização de investimentos neste cenário prospectivo, aspecto que foi também amplamente discutido em 7.05 b) devido a sua dificuldade de execução física. Mesmo com a realização de um expressivo aumento de capital em 2014 (R$172,0 milhões), o cenário não permite alcance do equilíbrio da alavancagem em 2017. No capitulo 9, no cenário do Plano de Recuperação mostra que a solução adotada permite atender aos covenants dentro do horizonte de tempo razoável e seguro, sem comprometer as metas de investimentos mais prementes. Premissas para o Pagamento de Dividendos Durante o período deste Plano, foi adotada a seguinte política para distribuição de dividendos: i. Enquanto Dívida Líquida / EBITDA >= 3,5x, dividendos mínimos obrigatórios de 25% do lucro líquido distribuível. ii. Enquanto Dívida Líquida / EBITDA <= 3,5x, dividendos de 50% do lucro líquido distribuível. No caso da Caiuá, foi considerado o seguinte fluxo de dividendos: Dívida Total Líquida / EBITDA % DO LUCRO DISTRIBUÍVEL 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 5,4 x 0% 7,6 x 0% 5,2 x 0% 4,4 x 0% 3,8 x 0% 3,3 x 45% 3,1 x 50% 2,8 x 50% 2,5 x 50% 2,1 x 50% 2,0 x 50% 1,8 x 50% Em função da reserva de prejuízos acumulados e do patrimônio líquido negativo a Caiuá só pode pagar dividendos a partir de 2019. _____________________________________________________________________________ 185 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões (e) Mútuos Como parte da correção das transgressões apontadas pela ANEEL, este Plano apresentado pela Rede Energia, no âmbito da aquisição do controle pela Energisa, deverá tratar a liquidação dos mútuos entre companhias. Com base nas demonstrações financeiras de 30 de junho de 2013, Caiuá pagará mútuos existentes no montante de R$48,1 milhões, dos quais R$45,4 milhões junto a distribuidoras coligadas e R$2,7 milhões com a holding Rede Energia, conforme abaixo demonstrado: R$ milhões Cemat 8,2 CNEE 25,1 EDEVP 12,1 Distribuidoras 45,4 Rede Energia 2,7 Holdings 2,7 TOTAL 48,1 Caiuá não possui saldo de mútuo a receber. No âmbito da aquisição do controle acionário do Grupo Rede pela Energisa, a adquirente se comprometerá a fazer com que estas operações de mútuo sejam liquidadas em até 60 (sessenta) dias a partir da assunção do controle. (f) Ressarcimento Daycoval: O Banco Daycoval possuía operações de crédito de R$ 225 milhões junto à Rede Energia S/A, créditos estes habilitados na Recuperação Judicial protocolada por cinco empresas do Grupo em 23-novembro-2013. O Banco Daycoval se apropriou de recursos de algumas distribuidoras de energia controladas pela Rede Energia, alegando ter documentação regular que lhe permitiria esta compensação, o que está sendo questionado na justiça, podendo obrigar o banco a restituir estes recursos às distribuidoras. No âmbito deste Plano é exigida a correção desta operação, com restituição dos recursos para as distribuibuidoras. _____________________________________________________________________________ 186 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões No caso específico da Caiuá, R$ 12,0 milhões foram retidos e deverão ser restituídos no âmbito do Plano, o que Energisa considera fazer da seguinte forma: Realização de aumento de capital na Caiuá no valor mínimo de R$ 12,0 milhões, acrescido do valor dos encargos e de quaisquer outras despesas decorrentes da compensação realizada pelo Daycoval, a ser realizado em até 90 dias após a assunção do controle acionário pela Energisa. Caiuá preserva os créditos a receber junto ao Daycoval, no montante de R$ 12,0 milhões, considerando o recebimento no longo prazo. _____________________________________________________________________________ 187 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões Seção 7.08 Sumário das Projeções Financeiras (a) Demonstrativo de Resultado Projetado _____________________________________________________________________________ 188 16 SALDO FINAL DE DISPONIBILIDADES (273) (67) (156) (49) (1) DESEMBOLSOS NÃO OPERACIONAIS Investimentos Empréstimos e Financiamentos Partes relacionadas Dividendos Outros desembolsos não operacionais 35 366 152 205 2 8 INGRESSOS NÃO OPERACIONAIS Aporte de Capital Empréstimos e Financiamentos Partes relacionadas Subsídios à investimentos / Participação Consumidor Outros recebimentos não operacionais (19) (112) GERAÇÃO OPERACIONAL DE CAIXA SALDO INICIAL DE DISPONIBILIDADES (534) (302) (58) (65) (102) (3) (4) DESEMBOLSOS OPERACIONAIS Energia elétrica comprada para revenda / transporte Encargos setoriais PMSO Impostos e contribuições correntes e parcelamentos Contingências judiciais Outros desembolsos (inclui multas) GERAÇÃO TOTAL DE CAIXA 422 388 34 2014 INGRESSOS OPERACIONAIS Arrecadação Outros recebimentos Fluxo de Caixa (R$ MM) 18 16 2 (79) (54) (25) - 65 62 1 1 16 (430) (238) (12) (69) (104) (3) (4) 446 412 34 2015 20 18 2 (137) (40) (97) - 105 103 1 1 34 (462) (253) (13) (73) (116) (3) (4) 496 459 37 2016 22 20 2 (113) (49) (64) - 67 64 2 1 48 (488) (270) (14) (77) (122) (4) (0) 536 495 41 2017 24 22 2 (162) (42) (119) - 111 108 2 1 52 (516) (292) (8) (81) (131) (4) (0) 568 526 42 2018 25 24 1 (124) (39) (85) - 69 66 1 2 56 (554) (315) (8) (86) (140) (4) (0) 610 566 44 2019 27 25 2 (185) (47) (130) (9) - 126 123 2 2 62 (594) (339) (9) (91) (151) (4) (0) 656 611 46 2020 29 27 2 (146) (43) (92) (12) - 81 78 2 2 66 (638) (366) (9) (96) (163) (4) (0) 704 656 49 2021 31 29 2 (194) (40) (142) (13) - 128 124 1 2 69 (687) (394) (10) (102) (178) (4) (0) 756 704 52 2022 32 31 1 (153) (38) (100) (15) - 72 68 1 2 83 (727) (421) (10) (108) (184) (4) (0) 810 755 55 2023 35 32 2 (218) (56) (145) (17) - 134 130 2 2 87 (772) (450) (11) (114) (194) (4) (0) 860 801 58 2024 37 35 2 (153) (42) (93) (18) - 64 60 2 2 91 (823) (481) (11) (121) (206) (4) (0) 915 853 62 2025 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões (b) Fluxo de Caixa Projetado Como premissa básica para a projeção do Fluxo de Caixa, foi considerada a necessidade de manutenção de caixa mínimo equivalente a 15 dias do faturamento do ano anterior, sendo _____________________________________________________________________________ 189 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões este excedente de caixa remunerado por taxa equivalente a 105% do CDI. Eventuais necessidades de captações para manutenção deste objetivo de liquidez mínima, seriam feitas atra és de operações com pra o de dois anos “bullet” ao custo de 3 % do C I. _____________________________________________________________________________ 190 GWh % Mil 2025 1.629 3,3% 303 904 648 210 95 (19) 40 121 37 37 169 14,7% 32,4% 1,8 x 5,0 x 2024 1.577 3,3% 296 850 609 199 90 (20) 36 114 51 35 184 14,8% 32,7% 2,0 x 4,5 x 2023 1.526 3,3% 289 801 574 190 87 (20) 35 108 34 32 180 15,2% 33,1% 2,1 x 4,3 x 2022 1.477 3,4% 283 747 535 177 79 (21) 30 102 36 31 194 14,8% 33,1% 2,5 x 3,9 x 2021 1.429 3,4% 276 696 498 165 72 (20) 26 96 38 29 203 14,5% 33,1% 2,8 x 3,6 x 2020 1.382 3,4% 270 648 464 155 67 (20) 23 91 43 27 208 14,4% 33,3% 3,1 x 3,4 x 2019 1.337 3,4% 263 603 433 146 62 (20) 20 86 36 25 207 14,4% 33,8% 3,3 x 3,2 x 2018 1.292 3,5% 257 561 401 136 57 (20) 17 81 39 24 217 14,1% 33,9% 3,8 x 2,8 x 2017 1.249 3,5% 251 530 373 126 50 (19) 14 77 45 22 220 13,5% 33,9% 4,4 x 2,6 x 2016 1.207 3,5% 245 490 344 113 41 (22) 5 73 37 20 213 11,8% 32,7% 5,2 x 1,9 x 2015 1.166 3,6% 239 440 309 97 27 (19) (2) 69 45 18 207 8,9% 31,3% 7,6 x 1,5 x 2014 1.126 4,3% 234 417 294 98 32 (13) 8 65 59 16 172 10,8% 33,3% 5,4 x 2,4 x (*) CAPEX APÓS CAPITALIZAÇÃO E IMPOSTOS. DESCONSIDERA PARTICIPAÇÃO DO CONSUMIDOR, SUBSÍDIOS E APLICAÇÕES EM P&D E PEE. Dívida Total Líquida / EBITDA EBITDA / Resultado Financeiro Margem EBITDA (EBITDA / Receita Líquida) Margem Spread (Spread/Receita Líquida) Saldo de Caixa Dívida Total Líquida PMSO CAPEX Póprio (*) Vendas Mercado Próprio Crescimento Mercado Próprio Número de Consumidores Receita Operacional Bruta Receita Operacional Líquida Spread (Receita Líquida - Compra - Transp.) EBITDA Resultado Financeiro Lucro Líquido R$ Milhões Relações CENÁRIO PROSPECTIVO Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões (c) Sumário das Projeções Financeiras. _____________________________________________________________________________ 191 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões 8. Por Quê da Necessidade de Regime Regulatório Excepcional para as concessões do Grupo Rede? A essência de uma regulação por incentivos em monopólios naturais consiste na emissão de sinais e parâmetros regulatórios de forma que as concessionárias possam competir com esses referenciais. Nesse contexto, caso as empresas superem os parâmetros estabelecidos pelo Regulador, os ganhos auferidos são apropriados pela concessionária durante determinado período de tempo, acontecendo o contrário há uma redução da remuneração. Esse regime de regulação promove a busca pela eficiência e estimula as concessionárias a aumentarem a sua produtividade. Em um momento posterior, nas revisões tarifárias periódicas, esses ganhos de eficiência e produtividade são compartilhados com os consumidores, propiciando uma situação “ganha-ganha” continuada, cu os sinais e parâmetros regulatórios normalmente são ajustados e aprimorados a cada ciclo tarifário. Para que esse ciclo virtuoso se concretize, é necessário que as concessionárias estejam em condições equilibradas para que consigam participar dessa “competição”. Sem esse equil brio a “competição” começa desfa orá el para a concessionária. Claro que nessa situação é necessário entrar no mérito do motivo da ocorrência do desequilíbrio. Analisando os resultados do Grupo Rede nos últimos anos, e não se trata de poucos anos, constata-se que as suas concessionárias foram perdendo as condições econômicas, financeiras, técnicas e operacionais básicas. Essa deterioração colocou as concessionárias em situação muito desfa orá el na “competição” proposta pela regulação por incenti os. No caso concreto, é difícil definir categoricamente todas as causas que levaram à deterioração das condições das concessões do Grupo Rede. Entretanto, observa-se que um elevado endividamento levou a um comprometimento com o pagamento do serviço da dívida, ocasionando a falta de recursos para pagamento de obrigações setoriais, reduzindo sobremaneira a capacidade de novos investimentos e de fazer frente às necessidades operacionais. Isso acabou por levar a uma redução dos níveis de qualidade e de combate às perdas de energia elétrica. Essa situação implicou no pagamento de valores consideráveis decorrentes de multas e compensações relacionadas à qualidade do serviço prestado, bem como no não reconhecimento tarifário de significativos valores com compra de energia. Esse contexto criou um ciclo destrutivo nas concessões. _____________________________________________________________________________ 192 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões Todavia, concluir que o elevado endividamento foi a única causa dos problemas enfrentados pelo Grupo Rede e que a redução do nível da alavancagem das empresas é o único desafio a ser enfrentado no momento atual é uma conclusão simplista e apressada. O problema das concessões do Grupo Rede abrange diversos aspectos que exige uma reflexão e uma análise mais profunda. A delicada situação de liquidez que o Grupo já enfrentava, associada à necessidade de investimentos expressivos em algumas concessões, a crescente distância para o alcance das metas regulatórias e a formação de dreno de recursos da concessão potencializaram a elevação das dívidas. A gravidade da situação resultou numa importante dificuldade na gestão das concessões em relação aos sinais e parâmetros regulatórios emitidos pela ANEEL. No caso, os problemas mencionados impediram uma gestão apropriada quanto aos aspectos regulatórios e operacionais das empresas. Como as concessões possuem em sua maioria características muito peculiares, desafiantes pela extensão territorial, baixa densidade de carga e carência de infraestrutura, os efeitos desse descompasso são particulares, o que sugere a necessidade de um tratamento diferenciado para cada uma delas. A partir da perda das condições econômicas, financeiras, operacionais e técnicas das empresas do Grupo Rede, a insolvência ficou iminente, o que culminou com a intervenção compulsória por parte da ANEEL. Nesse processo de intervenção, a ANEEL visou primordialmente a prestação do serviço adequado e a preservação do interesse público. Considerando o tempo de gestão do Grupo Rede, caracterizado anteriormente, acrescido da fase de intervenção, resta claro que nesse período as concessões estiveram sem condições de participar da “competição” regulatória pelo desequil brio das condições básicas. A solução estrutural para as concessionárias do Grupo Rede passa pela assunção da titularidade por um novo controlador, com vistas à retomada da normalidade na prestação do serviço na concessão o mais rápido possível, bem como, a adequação dos parâmetros regulatórios compatíveis com as áreas de concessão. Nessa tese, duas vertentes, em prol do interesse público, devem ser observadas, mas tratadas de forma distinta. A primeira vertente concerne às dívidas e inadimplências, onde resta claro que o novo controlador deve contar com sua capacidade de negociação com credores e recursos próprios para sanar as questões pendentes, sem que isso venha a interferir na gestão das concessões que passa a assumir, dentro de padrões regulatórios condizentes com a realidade colocada. _____________________________________________________________________________ 193 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões Na segunda vertente, que diz respeito à condução dos aspectos operacionais e de expansão de cada uma das concessões que compõem o Grupo Rede, tem-se a realidade fática da situação presente. Essa situação, embora indesejável, necessariamente deve representar o ponto de partida na concepção de uma solução consistente e sustentável para cada uma das diferentes situações colocadas na prestação do serviço público de distribuição de energia elétrica nas áreas em questão. Nesse contexto, é importante que haja condições adequadas e prazos factíveis para consecução do objetivo maior, que é a retomada da normalidade dos serviços o mais rápido possível, dado que as duas vertentes acima fazem que o mesmo controlador tenha que necessariamente recuperar cada concessão tanto do ponto de vista financeiro como operacional. A solução que implicar em alongar no tempo a retomada da normalidade do serviço de distribuição de energia elétrica não é a melhor para o interesse público, pois aumenta os riscos de que fatos supervenientes tenham maior amplitude em concessões que ainda não estejam plenamente recuperadas. Isso dificultaria ainda mais a retomada da prestação do serviço adequado e os diálogos com o Regulador na busca de uma transição regulatória segura. Os fatos supervenientes incluem eventuais problemas que hoje não puderam ser identificados e que somente serão conhecidos quando da operação da nova gestão, por mais intensa e objetiva que tenha sido a diligência realizada. A solução para as concessões do Grupo Rede não pode desconsiderar que as concessionárias passaram vários anos com extremas dificuldades. Do ponto de vista regulatório esses anos podem ser entendidos como um período de tempo em que praticamente não foi possível perseguir os referenciais estabelecidos, o que resultou, muitas vezes, em um distanciamento ainda maior entre a realidade e os parâmetros regulatórios. Considerando o objetivo da retomada da normalidade das concessões, é necessário que os referenciais regulatórios para o novo controlador observem e considerem o período caracterizado como de estagnação em relação às metas regulatórias, dado ao desequilíbrio ocorrido tanto no contexto financeiro como operacional. Não é coerente do ponto de vista regulatório e nem atende ao objetivo da retomada da normalidade tratar como normais os últimos anos dessas concessionárias. Definir metas regulatórias desconsiderando as atipicidades e desequilíbrios dos últimos anos, e o cenário em que atuaram, trará um efeito prático de drenar recursos da concessão para pagamentos de _____________________________________________________________________________ 194 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões multas, compensações, falta de cobertura de compra de energia decorrente de glosas de perdas regulatórias. Também, se a opção for pelo caminho da intensificação de investimentos para recuperar as metas regulatórias no curto prazo, de um lado pressionará de forma significativa a tarifa, bem como esbarrará nas condições locais de atender uma mobilização necessária de curto prazo, o que leva a um contexto de pouca racionalidade. Cabe lembrar que nos primeiros anos, após a assunção do controle acionário das concessionárias do Grupo Rede por um novo controlador, serão necessários, além da implantação de um choque de gestão, vultosos aporte de recursos para atender a demanda reprimida por investimentos em expansão e melhorias. Nesse contexto, os mencionados drenos de recursos (multas, compensações, glosas e etc.) estarão trabalhando contra este esforço, uma vez que a perda de recursos ocasionada por essa situação retardará a retomada da normalidade das concessões, o que é indesejável para a ANEEL, consumidores, sociedade e controlador. Concretamente, a ANEEL tem a possibilidade de definir patamares regulatórios específicos e diferenciados para as concessionárias do Grupo Rede, que sejam exequíveis, dada a situação excepcional que cada concessão se encontra. Isso poderá ser feito com segurança, uma vez que há mais de um ano a gestão dessas empresas está sob intervenção da Agência. Esses interventores, além de conviverem com a realidade dessas concessões, de terem notória experiência no setor elétrico, inclusive como ex-reguladores, são confiáveis o suficiente para informar a exata medida da situação e da adequação das metas para a sua superação, o que mitiga sobremaneira eventual assimetria da informação. Não há dúvida de que os interventores seriam hoje uma fonte de informação fidedigna sobre a realidade das concessionárias do Grupo Rede, no sentido de acusar e precisar quais exigências regulatórias as concessões estão incapacitadas de atender nos atuais prazos estabelecidos. Nesse contexto, essas exigências demandariam ajustes. Assim, o grupo ENERGISA se apresenta como uma parte protagonista da solução para os problemas enfrentados pelas concessões do Grupo Rede. Essa parcela da solução consiste na capacidade de turnaround demonstrada nos ativos adquiridos na privatização e que hoje são benchmark do setor, na capacidade de implementar choque de gestão, com presença sênior, na capacidade de alcançar níveis adequados de qualidade do serviço e de perdas elétricas, na capacidade de realizar investimentos intensos com disciplina técnica, comercial, regulatória, administrativa e financeira. Toda essa expertise resultará na agregação de valor para _____________________________________________________________________________ 195 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões consumidores em decorrência das melhorias operacionais (técnico-comerciais), regulatória, administrativa (processos e sistemas) e financeira. Assim, para que a ENERGISA possa recuperar as concessionárias do Grupo Rede, constata-se a real necessidade de um regime excepcional regulatório conforme prevê a lei. Nesse sentido, a outra parcela da solução reside na aprovação deste regime excepcional pela ANEEL. A premência da aprovação desse regime reside no atual quadro de dificuldades das concessões, onde o abismo entre as metas regulatórias e reais drenam recursos imprescindíveis para a retomada das condições econômicas, técnicas e operacionais das empresas, e que reduzem a capacidade de geração de caixa. Os próprios interventores poderão indicar casos tão expressivos em que nem a mais eficiente gestão aliada a recursos financeiros ilimitados permitiriam cumprir as metas sem flexibilização, dado à situação atual das concessões. Portanto, a aprovação do regime excepcional regulatório permitirá que o Grupo ENERGISA compatibilize as condições e o menor tempo para recuperar as concessões, fazendo com que as concessionárias possam competir com os referenciais regulatórios, o que beneficiará os consumidores. Cabe mencionar que o regime excepcional regulatório identificado para cada concessão é o resultado de análise profunda por parte da ENERGISA, bem como da opinião dos interventores sobre os pontos cruciais regulatórios. Assim, cada concessão necessita de um determinado regime customizado e específico, na medida das suas profundas necessidades, no qual são identificada quais exigências regulatórias as concessões estão incapacitadas de atender nos atuais prazos estabelecidos e, portanto, em benefício da concessão, demandariam ajustes. Assim, tendo em conta as seguintes motivações e fundamentações: a) a realidade da situação de cada concessão; b) o diagnóstico da ENERGISA para cada concessão; c) a visão dos interventores sobre cada concessão; d) a necessidade imperiosa de se atingir no menor tempo uma situação sustentável para os consumidores e para as concessões; e) as necessidade apontadas no Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões – proposta ENERGISA; f) o Plano de Integração de Gestão – proposta ENERGISA; g) os problemas que hoje não puderam ser identificados e que somente serão conhecidos quando da operação da nova gestão; e h) a previsão legal do Regime Excepcional Regulatório, constata-se a real necessidade de se definir, estruturar, propor e submeter à aprovação da ANEEL um Regime Excepcional Regulatório para cada uma das 8 concessões do Grupo Rede. Sendo necessário um regime _____________________________________________________________________________ 196 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões diferenciado para cada concessão, dadas as particularidades e dificuldades que as caracterizam. Importante destacar que cada regime específico proposto visa o melhor benefício para a concessão. _____________________________________________________________________________ 197 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões 9. Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões – Proposta Seção 9.01 Mercado Análise das Projeções – Cenário Plano Na Caiuá, o Cenário Plano se diferencia do Cenário Prospectivo em relação às projeções Energia Recuperada, resultando nas previsões de mercado apresentadas a seguir. Consumo Consumo Residencial - CAIUÁ Consumo Total - CAIUÁ Total GWh 1.800 1.600 Cresc. Acum. 2006/2012 2,9% 1.400 Taxa de Crescimento (%) Cresc. Acum. 2013/2025 3,5% 1.200 15,0 800 13,0 700 11,0 600 9,0 500 7,0 400 1.000 800 4,3 300 3,0 200 200 1,0 100 - -1,0 - 400 3,6 3,5 3,5 3,5 3,4 3,4 3,4 3,4 3,3 3,3 3,3 2,0 250 Industrial GWh Cresc. Acum. 2006/2012 -4,8% 6,0 4,2 Taxa de Crescimento (%) Cresc. Acum. 2013/2025 1,2% 1,7 3,0 450 2,8 400 2,6 350 2,4 300 2,2 250 1,8 1,6 1,3 1,2 1,2 1,2 1,2 1,2 1,2 1,2 1,2 1,2 1,2 1,4 1,2 - 1,0 Cresc. Acum. 2006/2012 4,0% 8,0 7,0 5,4 6,0 60 3,9 3,9 3,9 3,9 3,9 3,9 3,9 3,9 3,9 4,2 5,0 3,0 2,0 Comercial GWh Cresc. Acum. 2006/2012 6,7% Taxa de Crescimento (%) 100 10,0 9,0 Cresc. Acum. 2013/2025 3,6% 8,0 7,0 6,0 4,8 4,2 4,1 3,9 5,0 3,7 3,6 3,5 3,4 3,3 3,2 3,1 3,0 4,0 3,0 2,1 2,0 50 1,0 - 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2006/2012 15,0 2006/2012 ** 10,0 5,0 4,5 4,5 4,3 3,6 2,0 - 2,7 2,7 2,8 2,9 4,1 3,5 -0,0 -5,0 -4,8 1,0 - 4,0 4,0 4,1 1,2 3,0 1,3 2013/2025 6,7 7,3 5,0 4,0 40 20 4,2 4,2 10,0 9,0 80 3,9 4,2 4,2 Crescimento Consumo (% a.a.) - CAIUÁ Taxa de Crescimento (%) Cresc. Acum. 2013/2025 4,1% 3,9 4,2 150 Consumo Rural - CAIUÁ 100 4,2 4,2 4,0 200 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 Rural GWh 4,2 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2,0 1,2 4,2 Consumo Comercial - CAIUÁ 150 50 8,0 7,0 Consumo Industrial - CAIUÁ 100 9,0 Cresc. Acum. 2013/2025 4,3% Cresc. Acum. 2006/2012 4,5% 10,0 2,9 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 200 Taxa de Crescimento (%) 4,9 5,0 600 Residencial GWh -10,0 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 Residencial Industrial Comercial Rural Outros Total Fonte: Balanço Energético _____________________________________________________________________________ 198 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões Consumo Médio Consumo Médio por Consumidor - Total - CAIUÁ 600,0 Total (KWh/Mês) Cresc. Acum. 2006/2012 0,5% 500,0 Consumo Médio por Consumidor - Residencial - CAIUÁ Taxa de Crescimento (%) Cresc. Acum. 2013/2025 1,1% 400,0 1,7 300,0 1,1 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0 5,0 Residencial (KWh/Mês) 300,0 4,0 250,0 3,0 200,0 2,0 150,0 1,0 100,0 Taxa de Crescimento (%) 5,0 4,5 Cresc. Acum. 2013/2025 2,1% Cresc. Acum. 2006/2012 2,6% 4,0 3,5 2,7 3,0 2,1 2,1 2,1 2,1 2,1 2,1 2,1 2,1 2,1 2,5 2,1 2,1 2,0 1,0 200,0 1,5 1,0 100,0 -0,3 0,0 50,0 -1,0 0,0 1,0 0,5 0,0 Consumo Médio por Consumidor - Industrial - CAIUÁ 1.800,0 Industrial (KWh/Mês) Consumo Médio por Consumidor - Comercial - CAIUÁ 20,0 Taxa de Crescimento (%) 1.600,0 15,0 Cresc. Acum. 2006/2012 -20,3% 1.400,0 Cresc. Acum. 2013/2025 -6,0% 1.200,0 600,0 -9,8 -8,5 -9,4 -7,6 -6,9 -6,3 -5,3 -5,8 -4,9 -4,6 -4,0 -4,3 -3,7 10,0 1.600,0 1.000,0 0,0 800,0 400,0 -10,0 200,0 -15,0 500,0 5,0 300,0 1,6 1,6 1,7 1,7 1,8 1,2 2,0 1,1 1,0 0,9 0,8 0,7 0,6 -0,2 1,0 0,0 -1,0 2,0 2,5 2,0 4,1 4,6 2,6 2,6 2,1 1,2 0,6 0,6 1,9 0,2 0,5 1,7 1,1 - 3,0 400,0 2,0 1,3 10,0 3,5 3,0 2,0 1,5 5,0 4,0 1,9 1,6 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 4,5 Cresc. Acum. 2013/2025 1,9% 1,9 3,0 1,8 Crescimento Consumo Médio por Consumidor (% a.a.) - CAIUÁ Taxa de Crescimento (%) 1,8 4,0 2,4 0,0 Consumo Médio por Consumidor - Rural - CAIUÁ Cresc. Acum. 2006/2012 0,6% 5,0 200,0 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 600,0 Taxa de Crescimento (%) 6,0 Cresc. Acum. 2013/2025 1,2% 600,0 400,0 700,0 Cresc. Acum. 2006/2012 4,1% 1.200,0 5,0 -5,0 Rural (KWh/Mês) Comercial (KWh/Mês) 1.800,0 1.400,0 1.000,0 800,0 0,0 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 -0,5 -0,5 -5,0 -6,0 -10,0 1,5 200,0 0,8 1,0 100,0 0,5 0,0 2006/2012 -15,0 -20,0 2013/2025 -20,3 0,0 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2006/2012 ** -16,4 -25,0 Residencial Industrial Comercial Rural Outros Fonte: Balanço Energético Seção 9.02 Regulatório (a) Perdas Regulatórias A partir da análise do nível de perdas da Caiuá realizado no item 4.02 e constatado a impossibilidade de se adequar ao nível regulatório homologado no 3CRTP , verificamos que ao longo do processo de revisão tarifária da empresa ocorreu uma manifestação a respeito da não consideração das perdas técnicas na alta tensão medidas. _____________________________________________________________________________ 199 Total Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões Foi homologado na última revisão tarifária um nível de perdas técnicas na alta tensão que não foi oriundo de medição. Este ponto, fundamentalmente, é que norteia a contribuição da empresa, pois na época do 3º ciclo a empresa não dispunha de medição na alta tensão para mensuração correta de perdas nas linhas S A e SE’s. As perdas homologadas, por seu turno, ficaram aquém da realidade verificada historicamente na concessionária. Posteriormente, foi encaminhado pleito14 à Aneel - já quando se dispunha das medições na alta tensão – solicitando a revisão do patamar homologado, uma vez que o valor aferido é maior do que o homologado, além de ser o verificado. Destaca-se no pleito que para a definição das perdas técnicas, pela Aneel à época, foram utilizados (alternativamente em caso de não se ter medições) parâmetros metodológicos, porém os critérios adotados não ficaram aderentes à perdas reais, colocando a concessionária em um cenário de evicção de valor econômico mesmo apresentando-se em um nível de perdas eficiente se comparado ao mercado de distribuição. Este fato foi tratado em 4.02 (d). Cabe aqui destacar que a linha adotada pelo Regulador , a cada novo ciclo tarifário, estabelece os limites de perdas não técnicas e técnicas a serem admitidas no balanço energético de cada distribuidora, que pode ser feito mediante a fixação de um valor único para todo o período tarifário ou mediante a definição de uma trajetória de redução para cada ano do período tarifário (somente para as perdas não técnicas). O regime de regulação adotado para o setor de distribuição de energia elétrica brasileiro, como sabido, é o da Regulação pelo Preço Teto (Price-Cap), que se caracteriza por ser uma regulação por incentivos. No regime Price Cap há claro mecanismo de incentivo para as empresas a buscarem uma maior eficiência na gestão do seu negócio a partir de parâmetros fixados pelo Regulador durante um período de tempo preestabelecido. No caso específico das perdas não técnicas, o incentivo está na fixação do nível de perdas ou da sua trajetória durante um período específico, e posterior avaliação dos resultados a fim de assegurar que os ganhos de eficiência sejam repassados aos consumidores. Assim, a concessionária tem o estímulo de reduzir a suas perdas a limites inferiores aos definidos pelo regulador na perspectiva de auferir ganhos adicionais de receita. 14 Pleito enviado por meio do Ofício INTER-RSS 129-B / 2013 à Diretoria da ANEEL, em 25 de abril de 2013 _____________________________________________________________________________ 200 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões Nesse contexto, a fixação do nível de perdas ou trajetória deve sinalizar para uma busca permanente de maior eficiência no combate as perdas não técnicas pelas empresas de distribuição de energia elétrica. A correta fixação deste limite deve considerar fatores não gerenciáveis, presentes em cada área de concessão, muitas vezes relacionados a questões socioeconômicas e, por outro lado, impedir que sejam repassadas as tarifas fatores relacionadas à ineficiência das distribuidoras no combate das perdas não técnicas, cuja responsabilidade é exclusiva delas. Baseada no princípio de yardstick competition, ou regulação por comparação, amplamente utilizado na regulação de monopólios naturais, a metodologia consiste na avaliação dos resultados de desempenho de uma empresa, em comparação com a de outras do mesmo setor. Trata-se de uma metodologia na qual se definem os níveis máximos admitidos de cada unidade operacional, tendo como base o desempenho das empresas que se destacam nesses processos. Assim, aquelas concessionárias que obtiverem os melhores resultados, os benchmarks, serão beneficiadas com o reconhecimento integral de suas perdas, todas as demais são penalizadas com perdas regulatórias menores que as suas reais. Dessa forma, criase um ambiente de “competição irtual” na busca por melhores ndices entre as distribuidoras. Em uma perspectiva de longo prazo, esse mecanismo regulatório produz uma redução gradativa dos níveis de perda do setor, na medida em que induz as empresas a buscarem sempre a melhoria de sua gestão, para igualar e até mesmo superar a sua empresa benchmark. As empresas que não o fizerem registrarão reduções crescentes de sua receita, em função do seu distanciamento relativo às melhores praticas do setor. A Consequência As perdas técnicas, definidas como aquelas decorrentes da dissipação da energia elétrica em calor nos condutores, transformadores e demais equipamentos da rede elétrica e estimada por meio de modelagem desenvolvida pelo Regulador. A aplicação de tais estimativas implica na aceitação de um erro implícito bastante significativo por, pelo menos, duas razões: A metodologia envolve um número expressivo de simplificações e pressupostos, pois a complexidade, a diversidade dos parâmetros, bem como a dificuldade de obter todas as grandezas elétricas envolvidas, em um sistema de distribuição torna antieconômica uma representação detalhada. _____________________________________________________________________________ 201 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões As perdas técnicas reais são um percentual fixo ao longo do tempo, mas variam com os fluxos de energia (fenômeno quadrático) e com a topologia da rede. As perdas não técnicas (PNT), por sua vez, são estimadas pela diferença entre a perda total e as perdas técnicas. Consequentemente incorporam, em termos absolutos, os erros incorridos na apuração das perdas totais e técnicas. Para empresas com perdas não técnicas de pequena monta, como é o caso, tais erros têm uma magnitude relativa muito elevada. As perdas reais da concessionária se situam, como já mostrado, em patamar eficiente, uma vez que a maior parte das perdas é composta por perdas técnicas. Imputar um patamar de perdas regulatórias em empresas nas quais já inexistem, ou são praticamente intangíveis perdas não técnicas, é forçar, por sua vez, investimentos no sistema para se atingir um alvo que, a principio, não guarda nenhuma coerência ou sentido econômico ou operacional. No caso, portanto, de uma empresa que já se situa em patamar de operação onde, na margem, a redução de perdas tem sinalização antieconômica, a fixação de perdas em níveis que não permitem a cobertura no repasse tarifário causa um cenário sui generis, contrário ao sinal regulatório, onde o alvo de perdas não promove a eficiência nem guarda razoabilidade econômica e técnica. A perda da Caiuá por ser de caráter técnico demanda, na grande maioria dos recursos, investimentos na rede para que se possa adequar ao patamar regulatório. Estes investimentos possuem um ganho marginal muito baixo em termos de benefício, enquanto que os montantes de recursos financeiros (gastos) destinados são altíssimos. Neste sentido, solicita-se o acréscimo de 1,04%15 da perda técnica regulatória, que passaria de 6,66% da energia injetada para 7,7%. Perdas Regulatórias Trajetória PNT/BT (ponto partida até meta) Limite de Redução (a.a) Referencial Regulatório PNT/BT Referencial Regulatório PT/Einj 2013 1,14% 1,14% 6,66% 2014 0,22% -0,92% 0,22% 7,70% 2015 0,22% 0,00% 0,22% 7,70% 2016 0,22% 0,00% 0,22% 7,70% 2017 0,22% 0,00% 0,22% 7,70% 2018 0,22% 0,00% 0,22% 7,70% 2019 0,22% 0,00% 0,22% 7,70% 2020 0,22% 0,00% 0,22% 7,70% 2021 0,22% 0,00% 0,22% 7,70% 2022 0,22% 0,00% 0,22% 7,70% 2023 0,22% 0,00% 0,22% 7,70% 2024 0,22% 0,00% 0,22% 7,70% 2025 0,22% 0,00% 0,22% 7,70% Ressalta-se que para o ano de 2013, como já foi homologado o evento tarifário, considerou o ajuste de trajetória a partir do evento tarifário de 2014. A seguir mostra-se a trajetória, apresentada em ano gregoriano, da empresa. 15 Conforme o Pleito enviado por meio do Ofício INTER-RSS 129-B / 2013 à Diretoria da ANEEL, em 25 de abril de 2013 _____________________________________________________________________________ 202 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões Trajetória de Perdas Totais (Regulatória versus Real) % Perdas Totais 10,00% 5,00% 0,00% 2013 Perda Regulatória 7,83% Perda Empresa 8,87% 2014 7,83% 2015 7,83% 2016 7,83% 2017 7,83% 2018 7,83% 2019 7,83% 2020 7,83% 2021 7,83% 2022 7,83% 2023 7,83% 2024 7,83% 2025 7,83% 8,61% 8,35% 8,09% 7,83% 7,83% 7,83% 7,83% 7,83% 7,83% 7,83% 7,83% 7,83% Mesmo com o ajuste do patamar de perdas a Caiuá apresenta descasamento entre perdas regulatórias e a realidade. Este descompasso gerará, ainda, evicção de valor da ordem de R$ 4,3 milhões mas apenas por um ciclo. Ou seja, além de investir pesado no sistema para melhorar o patamar de perdas técnicas a fim de buscar a aderência regulatória, mesmo ajustando o valor regulatório a Caiuá incorrerá em perdas econômicas. Os valores de custos e investimentos atrelados a esta trajetória de perdas será abordado no item referente a investimento e custeio constante neste mesmo Capitulo 9, seção 9.03. Ressalta-se que além do esforço financeiro, há um esforço técnico e operacional enorme de exequibilidade da trajetória e o acatamento do pleito de ajuste do patamar de perdas indica o caminho mais robusto, principalmente pelo sinal econômico indicado. Por fim, cabe destacar que além de todo o esforço financeiro, o cenário proposto levou em conta, não somente a aderência regulatória, mas também a exequibilidade da trajetória proposta, uma vez que se está, de forma geral, propondo um cenário mais sustentável para esta concessão. Conforme destacado no Capitulo 6 e 8 acima, o Regulador possuiu poderes de tratar as excepcionalidades pelos condições delegadas pela Lei no 12.767/12. Para consecução desses objetivos, a Lei nº 12.767/12 estabeleceu em seu artigo 17 a possibilidade de aplicação de regime excepcional de sanções regulatórias, abaixo transcrito: “Art. 1 . A Aneel poderá estabelecer regime e cepcional de sanções regulatórias durante o período de prestação temporária do serviço público de energia elétrica de que trata o art. 2º e nas hipóteses de intervenção.” _____________________________________________________________________________ 203 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões (b) Compra de Energia Em vista das alterações promovidas na projeção de mercado, apresentadas anteriormente, observamos ligeira alteração na cobertura contratual nos anos de 2014 e 2015, mas que não alteram as conclusões apresentadas no item 7.03 (d), vislumbra-se para o ano de 2013 perspectiva de subcontratação, mas que devido ao expressivo volume de cancelamento e postergação de CCEARs de Leilões nos quais a Caiuá participou, a distribuidora possui “e posição in oluntária” suficiente para cobrir a subcontratação islumbrada. ara os demais anos, a perspectiva é de manutenção da cobertura contratual dentro da faixa de 100% a 105%. (c) Incorporação de Redes e Ressarcimento de Consumidores Conforme apresentado nos itens 4.02 (e) e 7.03 (c) a distribuidora possui montante de R$ 458,4 mil para incorporação de redes e devolução aos consumidores dos valores antecipados no âmbito do Programa de Universalização) e R$ 3,4 milhões (valor histórico) de restituições a serem realizadas até o ano de 2015. Em vista dos valores envolvidos e no prazo limite de 2015 para a restituição aos consumidores e incorporação da maior parte das obras, adotou-se a premissa de quitação do passivo até o prazo final da concessão da distribuidora, considerando a incidências das atualizações, juros e multas previstos na legislação vigente. (d) P&D e PEE A regularização do dispêndio dos recursos de P&D e PEE depende da existência de projetos e da capacidade de execução dos mesmos pela distribuidora. Nos Capítulos 4 e 7 discorremos sobre a existência de saldo expressivo, ainda a aplicar nos projetos e identificamos a necessidade de estabelecimento de prazo adicional para a conclusão dos objetivos dos programas. Portanto, solicitamos um prazo adicional de 24 meses, contados a partir de janeiro de 2014, para a regularização dos investimentos em P&D e no PEE, sem a aplicação das penalidades previstas durante este período. A proposta é que até o término dos 24 meses o Saldo s/Selic dos programas não seja superior aos limites permitidos pela regulamentação. Essa solicitação, no âmbito deste Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões, observa o disposto na Lei nº 12.767/2012, de 27 de dezembro de 2012, que dentre outros temas tratou da intervenção para adequação do serviço público de energia elétrica. Em seu Artigo 12 a Lei estabelece que: _____________________________________________________________________________ 204 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões Art. 12. Os acionistas da concessionária de serviço público de energia elétrica sob intervenção terão o prazo de 60 (sessenta) dias, contado do ato que a determinou, para apresentar à Aneel um Plano de Recuperação e Correção de Falhas e Transgressões e correção das falhas e transgressões que ensejaram a intervenção, contendo, no mínimo: I - discriminação pormenorizada dos meios de recuperação a serem empregados; II - demonstração de sua viabilidade econômico-financeira; III - proposta de regime excepcional de sanções regulatórias para o período de recuperação; e IV - prazo necessário para o alcance dos objetivos, que não poderá ultrapassar o termo final da concessão. A leitura que fazemos da Lei é que existe a possibilidade de apresentação no Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões de prazo necessário para que a distribuidora alcance seus objetivos vinculados ao P&D e PEE, de forma a restabelecer uma situação de equilíbrio na efetivação de ações garantidoras de resultados alinhados com os comandos regulatórios. O estabelecimento desse novo prazo se vincula a necessidade de adoção de um conjunto de medidas para a regularização dos investimentos em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) e em Eficiência Energética (PEE) da distribuidora, de forma a cumprir as metas estabelecidas pela ANEEL. Dentre essas medidas saneadoras, destacamos: Identificar possíveis projetos já estruturados pela empresa dando início imediato aos mesmos. Buscar no portfólio de projetos disponíveis, propostas que sejam de interesse da Caiuá para o respectivo desenvolvimento. Apoiar fortemente os Projetos Estratégicos de P&D da ANEEL, buscando uma participação financeira representativa. Fortalecer a prospecção junto às empresas e centro de pesquisas, parceiros da própria Caiuá e outros, de propostas de projetos que sejam de interesse da empresa. Analisar a possibilidade de realização de projetos de geração de energia a partir de fontes incentivadas. _____________________________________________________________________________ 205 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões Rever políticas de controle e divulgação dos projetos, de forma a incentivar e atrair novos interessados. Realizar, nos termos da regulamentação vigente, Chamadas Públicas para seleção de projetos. É nosso entendimento que a tomada dessas ações, somada ao estabelecimento por parte do Regulador do prazo adicional de 24 meses, trará para a Caiuá reais condições de aplicação dos saldos remanescentes do P&D e PEE, com plena regularização de sua situação frente esses programas setoriais de grande relevância para o país. (e) Reajustes e Revisões Tarifárias Os reajustes e revisões tarifárias resultantes, da consideração deste cenário alternativo do Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões, buscaram incorporar os dispositivos regulatórios vigentes e as premissas analisadas ao longo deste Capítulo 9, especialmente para as trajetórias de perdas de distribuição, mercado e investimentos. Portanto, tendo em vista as alterações promovidas na projeção de mercado, nas trajetórias regulatórias de perdas e no investimento, observa-se alteração no resultado dos eventos tarifários. Abaixo a tabela com o resultado dos eventos projetados. _____________________________________________________________________________ 206 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões Descrição 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 mai/13 Reajuste 3º ciclo mai/14 Reajuste 3º ciclo mai/15 Reajuste 3º ciclo mai/16 Revisão 4º ciclo mai/17 Reajuste 4º ciclo mai/18 Reajuste 4º ciclo mai/19 Reajuste 4º ciclo mai/20 Revisão 5º ciclo mai/21 Reajuste 5º ciclo mai/22 Reajuste 5º ciclo mai/23 Reajuste 5º ciclo mai/24 Revisão 6º ciclo mai/25 Reajuste 6º ciclo Impacto no IRT (1) Encargos Setoriais (2) Transporte de Energia (3) Compra de Energia (4) Parcela A = (1) + (2) + (3) (5) Parcela B 0,18% -0,01% 10,15% 10,32% 1,80% 1,79% -0,04% -5,63% -3,88% 0,90% 0,36% 0,27% 2,29% 2,92% 1,26% 0,28% 0,28% 2,02% 2,58% 3,29% 0,25% 0,25% 1,68% 2,17% 1,35% -1,77% 0,25% 2,59% 1,07% 1,25% 0,14% 0,26% 2,76% 3,16% 1,27% 0,11% 0,26% 2,75% 3,12% 0,25% 0,09% 0,25% 2,60% 2,93% 1,10% 0,09% 0,23% 2,44% 2,77% 1,09% 0,09% 0,23% 2,08% 2,40% 1,09% 0,06% 0,24% 2,00% 2,30% -0,40% 0,08% 0,24% 1,97% 2,29% 1,06% (6) (7) (8) (9) (10) IRT Econômico = (4) + (5) IRT Financeiro IRT Total = (6) + (7) Reversão dos Financeiros do Ano Anterior Efeito Médio ao Consumidor = (8) + (9) 12,12% 1,47% 13,59% -1,84% 11,75% -2,99% -3,33% -6,32% -1,42% -7,73% 4,18% 2,95% 7,13% 3,21% 10,34% 5,87% 2,69% 8,56% -2,85% 5,71% 3,53% 2,23% 5,76% -2,59% 3,17% 2,32% 2,03% 4,35% -2,16% 2,20% 4,43% 2,72% 7,15% -1,96% 5,19% 3,37% 2,87% 6,25% -2,62% 3,62% 4,03% 2,66% 6,69% -2,78% 3,92% 3,86% 2,53% 6,40% -2,57% 3,83% 3,49% 2,48% 5,97% -2,44% 3,53% 1,90% 2,46% 4,36% -2,39% 1,97% 3,36% 2,50% 5,85% -2,37% 3,48% Fator X Componente Pd Componente T Componente Q 1,64% 1,47% 0,00% 0,17% 2,26% 1,47% 0,00% 0,79% 1,47% 1,47% 0,00% 0,00% 1,18% 1,18% 0,00% 0,00% 0,85% 1,18% 0,00% -0,33% 1,18% 1,18% 0,00% 0,00% 1,18% 1,18% 0,00% 0,00% 1,13% 1,13% 0,00% 0,00% 1,13% 1,13% 0,00% 0,00% 1,13% 1,13% 0,00% 0,00% 1,13% 1,13% 0,00% 0,00% 1,12% 1,12% 0,00% 0,00% 1,12% 1,12% 0,00% 0,00% Data Tipo de Evento Ciclo Tarifário _____________________________________________________________________________ 207 Com o reconhecimento regulatório das Perdas Técnicas, a Compra de Energia em 2014 acarreta um impacto negativo no reposicionamento de 3,88% (0,35% maior que no caso base, cenário atual apresentado no Capítulo 7). O Efeito Médio para o consumidor é negativo em 7,73% (0,35% maior que no caso base) em decorrência desta reconsideração do patamar das perdas técnicas regulatórias. No evento tarifário seguinte, em 2015, há pouca variação entre os dois casos. Na Revisão Tarifária de 2016, a Parcela B aumenta 10,59% (impacto positivo de 3,29), indicando um crescimento considerável do volume de investimentos e, consequentemente, da Base de Remuneração. Neste cenário, temos o cálculo da Componente Pd do Fator X para o 4º Ciclo de 1,18% (0,01% menor que no Caso Base). A tabela abaixo apresenta a variação da Base de Remuneração decorrente de cada Revisão Tarifária e explica a variação da Parcela B nestes eventos. Descrição # Evolução da Base de Remunera Regulatória Base de Remuneração Bruta Total Base de Remuneração Líquida Total R$ MM R$ MM Evolução da Base de Remunera Regulatória Base de Remuneração Bruta Total Base de Remuneração Líquida Total % % 3º Ciclo 238 101 4º Ciclo 5º Ciclo 318 138 33,3% 36,4% 390 156 22,7% 12,6% 6º Ciclo 453 154 16,3% -1,4% (*) valores a moeda do 3CRTP Nos eventos tarifários subsequentes ocorrem alterações da Parcela B em decorrência das Componentes Pd do Fator X. A variação da Parcela B fica sempre inferior ao caso base. Na Revisão Tarifária de 2020, do 5º Ciclo, há uma variação da Parcela B de 0,76% com impacto econômico positivo de 0,25%. O impacto para consumidor é positivo em 3,62%. A Componente Pd calculada nesta Revisão é de 1,13% (idêntica ao Caso Base). Nos eventos tarifários subsequentes não há grande variação entre os dois casos. (f) Renovação das Concessões Nos termos da regulamentação vigente e no Contrato de Concessão, o Grupo Rede solicitou a renovação da concessão da Caiuá Distribuição de Energia Elétrica S.A. Nesse contexto, as projeções econômico-financeiras, em ambos cenários, levaram em consideração a premissa da renovação da concessão da Caiuá. Além das motivações técnicas e regulatórias descritas, do ponto de vista econômico e financeiro é racional considerar a fusão entre as quatro distribuidoras paulistas controladas Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões pela Rede Energia, desde que mantido o spread (receita líquida – energia comprada – transporte de energia), correspondentes à soma destas empresas na partida da operação, e renovadas estas concessões no mesmo ato. Adotar este princípio não deveria ser um empecilho, uma vez que as revisões tarifárias deverão, de qualquer forma, manter o equilíbrio econômico e financeiro da nova concessão. Do ponto de vista estritamente econômico e financeiro, fundir as empresas implicará em ter uma concessão mais equilibrada e com melhor escala, em benefício da solvência e da perenidade. Nasceria uma nova empresa com mais de 650 mil clientes, energia distribuída superior a 3.700 GWh/ano (cativo + livre) e receita bruta de R$ 1,2 bilhão/ano, o que assegura maior atratividade para parceiros de crédito e investimento, o que é importante para assegurar financiabilidade aos investimentos a serem realizados. Adicionalmente, ao proceder a fusão entre as empresas, preservamos o equilíbrio da alavancagem com um aumento de capital de R$ 50 milhões na partida da operação, dentro da métrica que entendemos ser adequada para infraestrutura de energia elétrica, com a Dívida Líquida / EBITDA <= 3,5x, no caso da nova empresa, durante todo o horizonte de projeção (com 3,0x em 2017). Isso significa que as empresas, em conjunto, estarão equilibradas do ponto de vista econômico-financeiro, o que proporciona, no período entre 2014-2017, realizar investimentos de quase R$600 milhões (mais de R$1,6 bilhão até 2025). O quadro abaixo sumariza dados do demonstrativo de resultado e fluxo de caixa, demonstrando a saúde da empresa formada pós-fusão, assegurando a capacidade de realização dos investimentos necessários ao cumprimento do contrato de concessão. Sumário Executivo PMSO CAPEX Póprio (*) 2013 GWh % Mil R$ Milhões Vendas Mercado Próprio Crescimento Mercado Próprio Número de Consumidores Receita Operacional Bruta Receita Operacional Líquida Spread (Receita Líquida - Compra - Transp.) EBITDA (Ebit + Depreciação) Resultado Financeiro Lucro Líquido Saldo de Caixa Dívida Total Líquida Dívida Total Líquida / EBITDA Dívida Total Líquida / (EBITDA-Capex) EBITDA / Resultado Financeiro PMSO/Consumidor (R$) CAPEX/Consumidor (R$) Relações Margem EBITDA (EBITDA / Receita Líquida) Margem Spread (Spread/Receita Líquida) 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 3.137 649 1.203 850 258 65 (38) (27) 3.264 4,1% 667 1.284 905 316 121 (15) 62 3.382 3,6% 684 1.366 958 322 117 (32) 38 3.507 3,7% 702 1.465 1.029 344 130 (37) 42 3.633 3,6% 721 1.554 1.091 372 145 (41) 48 3.761 3,5% 740 1.654 1.176 400 163 (45) 56 3.892 3,5% 759 1.781 1.271 432 180 (48) 64 4.027 3,5% 779 1.915 1.364 459 192 (49) 70 4.164 3,4% 799 2.057 1.464 489 207 (51) 77 4.305 3,4% 819 2.211 1.574 526 228 (52) 89 4.449 3,3% 840 2.375 1.691 566 250 (51) 103 4.596 3,3% 861 2.523 1.797 593 258 (48) 107 4.747 3,3% 883 2.688 1.914 627 272 (44) 118 158 84 194 150 205 125 217 119 229 122 241 115 257 121 273 116 290 113 308 114 328 109 348 130 370 119 100 302 207 356 191 412 55 431 62 444 68 442 71 449 78 442 81 430 90 406 95 365 103 345 108 302 7,7% 30,3% 13,4% 34,9% 12,2% 33,6% 12,6% 33,5% 13,3% 34,0% 13,9% 34,0% 14,1% 34,0% 14,1% 33,6% 14,1% 33,4% 14,5% 33,4% 14,8% 33,5% 14,4% 33,0% 14,2% 32,8% 4,6 x -16,4 x 1,7 x 243 129 2,9 x -12,6 x 8,0 x 292 224 3,5 x -52,1 x 3,7 x 300 183 3,3 x 42,4 x 3,5 x 309 170 3,0 x 18,7 x 3,6 x 318 169 2,7 x 9,2 x 3,6 x 326 155 2,5 x 7,7 x 3,8 x 339 160 2,3 x 5,8 x 3,9 x 351 149 2,1 x 4,5 x 4,1 x 364 141 1,8 x 3,6 x 4,4 x 377 139 1,5 x 2,6 x 4,9 x 390 130 1,3 x 2,7 x 5,3 x 404 151 1,1 x 2,0 x 6,1 x 419 135 (*) CAPEX APÓS CAPITALIZAÇÃO E IMPOSTOS. DESCONSIDERA PARTICIPAÇÃO DO CONSUMIDOR, SUBSÍDIOS E APLICAÇÕES EM P&D E PEE. 209 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões (g) Sanções Regulatórias Para a elaboração deste cenário considera-se a premissa de acolhimento do pleito apresentado a seguir, nos termos do inciso III do artigo 12 da Lei 12.767/1216, que estabelece que, em vista da excepcionalidade da situação econômico-financeira, os acionistas de concessionária sob intervenção apresentem Plano de Recuperação contendo proposta de regime excepcional de sanções regulatórias. Considerando que o Despacho 1.493/2013, o qual determina que Termos de Notificação emitidos durante o período de intervenção tenham caráter orientativo e /ou determinativo, deixará de produzir efeitos no momento do fim do período de intervenção, requer-se a extensão dos benefícios concedidos a esta por meio do Despacho para além o período da intervenção, nos seguintes termos: 1. Para os Termos de Notificação emitidos em momento anterior à intervenção, requer-se, na eventualidade de serem convertidos em Auto de Infração, a suspensão de sua exigibilidade, pelo prazo de 2 (dois) anos, contados a partir da data de transferência de controle acionário da distribuidora; 2. Para os Termos de Notificação emitidos após a transferência do controle acionário da Distribuidora, requer-se a extensão das benesses do regime sancionatório excepcional para que todos eles, emitidos no período de 2 (dois) anos, contados a partir da data de transferência de controle acionário da distribuidora, tenham caráter unicamente orientativo e/ou determinativo, sem a imposição de penalidades, com amparo no análogo precedente julgado nos autos do processo 48500.005160/2012 – procedimentos especiais para a fiscalização durante o período de intervenção pela ANEEL nas Concessionárias de Distribuição de Energia Elétrica – nos termos do Despacho 1.493/2013; 3. Para os Autos de Infração cujas multas estão com a exigibilidade suspensa, e que tramitam em esfera administrativa, requer-se o aceite pela Agência do 16 Art. 12. Os acionistas da concessionária de serviço público de energia elétrica sob intervenção terão o prazo de 60 (sessenta) dias, contado do ato que a determinou, para apresentar à Aneel um plano de recuperação e correção das falhas e transgressões que ensejaram a intervenção, contendo, no mínimo: (...) III - proposta de regime excepcional de sanções regulatórias para o período de recuperação; e 210 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões parcelamento da penalidade em 12 (doze) meses, conforme previsto no art. 35-A da Resolução ANEEL nº 63/200417; 4. Para os Autos de Infração cujas multas estão com a exigibilidade suspensa, e que tramitam em esfera judicial, requer-se a desistência dos valores de sucumbência por parte dessa Agência; 5. Por fim, ainda no âmbito do regime excepcional de sanções, requer a distribuidora a anistia dos encargos incidentes sobre o valor principal das obrigações pecuniárias das sanções regulatórias (multa, juros e atualização monetária). Dessa forma a premissa de quitação para as sanções regulatórias transitadas em julgado, são as seguintes: 1. Para os Autos de Infração cujas multas estão com a exigibilidade suspensa, que tramitam em esfera judicial, considera-se a quitação dos valores exigíveis a partir de janeiro de 2014, diluídos ao longo de 24 (vinte e quatro) meses, prazo necessário estimado para o equacionamento e conclusão dos referidos processos. Adicionalmente, considera-se a desistência de sucumbência por parte dessa Agência; Para os Autos de Infração cujas multas estão com a exigibilidade suspensa, e que tramitam em esfera administrativa, adota-se o parcelamento da penalidade em 12 (doze) meses, conforme previsto no art. 35-A da Resolução ANEEL nº 63/2004. Seção 9.03 Operacional (a) Evolução do Custo Operacional Para a Caiuá não existe variação na projeção custos operacionais entre o Cenário Prospectivo e Cenário Proposto do Plano. Como a trajetória de perdas não-técnica que será perseguida pela Caiuá descrita em 7.03 e 9.02 é a mesma, os custos operacionais não variam entre os dois cenários. (b) Evolução do Investimento Para a Caiuá não existe variação relevante entre o Cenário Prospectivo e Cenário Proposto do Plano de Recuperação uma vez que a trajetória de perdas não-técnica que será perseguida 17 Art. 35-A. Os débitos originários de multas aplicadas pela ANEEL ou Agências Conveniadas poderão ser pagos em até doze parcelas mensais e sucessivas, mediante requerimento dirigido ao Superintendente de Administração e Finanças da ANEEL, não podendo cada parcela ser inferior a R$ 10.000,00 (dez mil reais). 211 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões pela Caiuá descrita em 7.03 e 9.02 é a mesma, assim como permanecem os demais indicadores de qualidade. (c) Programa Luz para Todos Não Existe análise de cenário alternativo. Seção 9.04 Econômico-Financeira (a) Obrigações em Aberto (Financeiras, Fiscais, Setoriais) Para recuperar a sustentabilidade da concessão de distribuição de energia elétrica da Caiuá será necessário um volume significativo de novos investimentos, inclusive no curtíssimo prazo. Como pôde ser observado através das projeções do Cenário Prospectivo, a fragilidade econômico-financeira da Caiuá não permite a quitação das obrigações setoriais em aberto imediatamente após a assunção do controle pela Energisa. Essa constatação encontra respaldo na vultosa necessidade de recursos para a recuperação da concessão, onde se destacam os investimentos para atendimento da expansão, melhoria da qualidade, redução das perdas não técnicas e incorporação de redes. Energisa necessitará de alguns meses para operacionalizar financiamentos junto a bancos de fomento, principalmente BNDES, de forma que será importante ter um relevante capital de giro no início de sua administração. Para fins de comparação, atualmente a dívida com encargos setoriais da Caiuá é de R$58,7 milhões. Uma vez que a Parcela B homologada em seu último evento tarifário foi de R$86,0 milhões, esse passivo representa 68% da Parcela B. Ou seja, é como se no início do processo de retomada da normalidade a concessão ficasse sem o equivalente a 68% da sua Parcela B. Da mesma forma, a dívida com encargos setoriais da Caiuá representa 3,14x o EBITDA de 2012, o que demonstra que seria necessário alocar mais de três anos de geração operacional de caixa somente para liquidar esse passivo em atraso. PASSIVOS EM ATRASO - SALDO EM 30/06/2013 DESCRIÇÃO ENCARGOS SETORIAIS CCC CDE Quota para RGR Quotas do PROINFA R$ Milhões 58,7 23,3 20,2 2,3 12,9 212 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões Dado a situação de desequilíbrio em que se encontra a concessão, não é razoável que se adote os procedimentos usuais para pagamento das dívidas setoriais, logo após o término do período de intervenção pela ANEEL. Dessa forma, propõe-se a adoção de procedimentos diferenciados, no que se refere a valores e prazos de pagamento, em virtude da situação excepcional em que a concessionária se encontra. A proposta do presente Plano para a dívida dos encargos setoriais é o parcelamento até o término da concessão, exceto por CCC, sendo que o início de seu pagamento ocorreria logo após a assunção do controle acionário pela Energisa. O saldo devedor será atualizado pela variação da taxa básica de juros (SELIC). Consideramos que o passivo com CCC será pago em 12 meses, com o saldo devedor também remunerado pela SELIC. Energisa viabilizará em até 60 (sessenta) dias após a assunção do controle societário um aporte de capital de R$152 milhões que viabilizará, em conjunto com o parcelamento solicitado para pagamento do passivo em atraso com encargos setoriais, a recuperação estrutural da concessão da Caiuá. Ressaltamos que este foi um dos pontos principais da viabilização da recuperação judicial de Celpa, que foi acolhido pelo Juízo da 13ª Vara Cível da Comarca de Belém. A bem da verdade, a ANEEL apresentou recurso contra essa inclusão e a sentença judicial definitiva ainda não foi dada, mas tal diferimento é o que está sendo aplicado. Entretanto, o objetivo aqui não é discutir os aspectos jurídicos do parcelamento em vigor na Celpa. O que está sendo abordado é o fato de que o processo de retomada da normalidade da concessão Celpa também exigiu que o pagamento da dívida com encargos setoriais fosse expandido, sob pena desse pagamento, que não traz qualquer benefício à concessão, a menos da adimplência, exercesse uma concorrência com os recursos necessários à recuperação da sustentabilidade. Esse é o mesmo contexto vivido pela Caiuá. Em 29/06/12 a Celg e a Eletrobras assinaram Termos de Confissão e Repactuação de Dívidas relativas aos encargos setoriais CDE, RGR e PROINFA, bem como os débitos de Itaipu. Esses Termos, por envolverem partes relacionadas foram submetidos à aprovação da SFF/ANEEL para anuência relativa à dação de recebíveis em garantia. Esses Termos preveem o pagamento das mencionadas dívidas no período de 2012 a 2019. Por meio do Despacho SFF nº 2106, de 26/06/12, a SFF/ANEEL anuiu à dação de recebíveis em garantia, para dívida de visando à repactuação de dívidas com visando à repactuação de 213 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões dívidas com encargos setoriais junto a Centrais Elétricas Brasileiras S.A. – Eletrobras no valor de até R$ 2.190.281.930,69. A proposta do Plano de Recuperação de parcelamento até junho de 2015 encontra amparo na Lei 12.767/12, mais especificamente no inciso III, art. 12, que estabelece: III - Proposta de regime excepcional de sanções regulatórias para o período de recuperação. Diante do exposto, a proposta do Grupo Energisa para pagamento da dívida dos encargos setoriais é o parcelamento até junho de 2015, data do prazo de vencimento da concessão, com correção pela variação da SELIC, a contar da data de assunção do controle acionário. Para o suprimento de energia de Itaipu, cujo saldo em atraso em 30 de junho de 2013 era de R$45,2 milhões, foi considerado o mesmo perfil de parcelamento, corrigido pela variação do dólar + 2% ao ano. Este pleito já foi encaminhado formalmente à Eletrobras. (b) Endividamento Financeiro Após o aumento de capital, a Caiuá fica com uma equilibrada situação econômico-financeira. Com a capacidade de realavancagem restabelecida, através do aumento de capital e do ressarcimento dos recursos apropriados pelo Daycoval, a Caiuá poderá acessar mercado em operações que permitam o alongamento de seu passivo, sem maiores dificuldades. (c) Impostos, Taxas e Contribuições No Plano, os impostos já caracterizados na seção 7.07 (c), merecem os seguintes destaques: ICMS: No âmbito das projeções espera-se a constituição de créditos de ICMS da ordem de R$ 71 milhões até 2025, dos quais R$ 53 milhões serão compensados dentro do horizonte deste trabalho. Imposto de Renda / Contribuição Social: Estima-se que a Caiuá compensará os R$ 10 milhões de créditos contabilizados até 2020, dentro do prazo legal previsto. (d) Reestruturação de Capital e Dividendos Conceitos – Indicadores de Alavancagem Há várias metodologias para avaliação de solvência e bancabilidade para empresas, pontos fundamentais para atuação em setores de capital intensivo. Não se pode imaginar uma empresa do setor elétrico sem acesso a crédito compatível com o que é exigido no setor, ou seja, de longo prazo e a custos equilibrados. 214 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões Da mesma forma, o acesso a todos os mercados é fundamental, até pela impossibilidade de podermos afirmar que o crédito desejado estará sempre disponível. Há limites de concentração de risco praticados por agentes financiadores, o que exige criatividade e alguma dispersão na disponibilidade de crédito para acesso a estruturas alternativas. Avaliamos junto a bancos e agências de rating qual seria a métrica mais usual do mercado brasileiro para qualificação da solvência e bancabilidade de uma companhia, e qual seria o nível adequado para este índice no ambiente atual (nível de juros básicos, duration das dívidas disponíveis, da carteira da empresa e etc). Certamente não é a única, mas a Dívida Líquida / EBITDA é a mais utilizada e a mais simples de ser apurada. É interessante que a ANEEL também manifeste preferência por este indicador na sua rotina de avaliação das concessionárias. Ressaltamos aqui, a título de exemplo, a avaliação do rating da Energisa junto a Standard & oor’s e Fitch, as quais concederam notas equi alentes a AA- em escala nacional, o que pode representar um teste de validade a este princípio, à medida que a empresa possui amplo acesso a crédito bancário e mercado. O nível de classificação de rating nacional tem possibilitado à Energisa, e às suas subsidiárias dos setores de geração e distribuição de energia, acesso aos mais diversos produtos do mercado: (i) linhas de fomento em condições diferenciadas (BNDES, Banco do Nordeste e FIFGTS), (ii) crédito bancário amplo junto a bancos de primeira linha e (iii) acesso ao mercado de capitais (FIDCs, Debêntures e etc). A Energisa possui uma política de gestão de riscos que: (i) limita a alavancagem a 3,5x EBITDA, (ii) determina duration (prazo médio) de dívida a ser perseguido de 4 anos, (iii) limita exposição a moeda estrangeira e derivativos, (iv) limita o pagamento de dividendos em momentos de investimentos mais intensos, (v) limita a concentração de liquidez num mesmo banco, dentre outros limites e obrigações. Esta política, tornada pública no início de 2009, tem rendido constantes elogios à disciplina financeira da Energisa e de suas subsidiárias, refletindo na sua percepção de risco. As agências de rating que cobrem o Grupo Energisa dão ênfase aos níveis de alavancagem medidos pelo indicador Dívida / EBITDA na avaliação do risco. Isto fica evidente nas recentes ações do rating da Energisa, dos quais destacamos: Standard & oor’s: Em 7 de Setembro de 3, e já após refletir a potencial aquisição do Grupo Rede, divulgou a atualização do rating da Energisa, mantendo a nota de 215 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões “brAA-“. A agência sinali a que os ratings poderão ser negati amente pressionados por índices de alavancagem maiores do que os previstos, e que poderão alterar positivamente a perspectiva se o índice de Dívida / EBITDA se apresentar abaixo de 4,0x. Fitch: Em 10 de Dezembro de 2012, a Fitch divulgou na nota que eleva o rating global da Energisa com destaque para o seguinte trecho: “A Fitch espera que a Energisa mantenha sua alavancagem líquida entre 3,0 e 3,5 vezes durante seu agressivo plano de investimentos programado para os próximos dois anos. Os ratings poderão ser negativamente pressionados por índices de alavancagem maiores do que os previstos”. Neste sentido, consideramos que, ao invés do limite de Dívida Líquida / EBITDA de 5,0 vezes a todo tempo conforme determinado pela Aneel, adotaremos para referenciar nossas projeções uma trajetória de queda que reflita o compromisso do concessionário em reduzir o índice de alavancagem gradualmente em um determinado prazo, para patamares adequados ao setor: Concessionárias sob intervenção: “limite de Dívida Líquida / EBITDA máximo de 5,0x até o final de 2015 (2 anos), 4,5x no ano de 2016 e alcançando 3,5x até o final de 2017, quando este passaria a ser o limite máximo para as concessionárias. As apurações seriam feitas sempre sobre os números de ano fiscal fechado. Dívida Líquida: soma do passivo referente à (i) empréstimos, financiamentos, debêntures, encargos financeiros provisionados e não pagos, títulos emitidos no mercado internacional registrados no passivo circulante ou no exigível a longo prazo (bonds, eurobonds, short term notes), parcelamentos com fornecedores, déficit de planos de previdência e parcelamento de impostos e contribuições, registradas no passivo circulante e no exigível a longo prazo, (ii) diminuído pelos saldos de caixa e aplicações financeiras registrados no ativo circulante e no ativo realizável a longo prazo, do valor do contas a receber da Eletrobrás pelo Programa Luz para Todos ou pelo Programa de Baixa Renda. EBITDA: resultado líquido relativo a um período de doze meses, antes da participação de minoritários, imposto de renda, contribuição social, resultado não operacional, resultado financeiro, amortização de ágio, depreciação dos ativos, participação em coligadas e controladas, despesas com ajuste de déficit de planos de previdência e incluindo a receita com acréscimo moratório sobre contas de energia elétrica. Por outro lado, não parece fazer sentido a utilização do outro indicador sugerido pela Aneel, refletindo a Dívida Líquida / (EBITDA – Capex). O Capex, quando se realiza, afeta diretamente a 216 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões Dívida Líquida (pela redução de caixa ou por inclusão de financiamentos contratados), de forma que o indicador passa a ter a influência do Capex no numerador e no denominador. Adicionalmente, empresas que necessitam de um esforço relevante de investimento, para atingir metas de qualidade, afinal uma das motivações para intervenção foi justamente a insuficiência de investimentos que causaram deterioração das condições operacionais. Portanto não deveriam ter fortes restrições de Capex em covenants, independente de fazer todo sentido manter a alavancagem geral equilibrada (já cobertos pela Dívida Líquida / EBITDA). Portanto, é importantíssimo que as concessionárias sob intervenção tenham liberdade para investir. As restrições de crédito e liquidez enfrentadas por estas concessionárias nos últimos anos fizeram com que priorizassem obrigações básicas, em detrimento do cumprimento de um plano de investimentos em expansão, manutenção e no alcance das metas regulatórias de qualidade. Consequentemente, estas concessionárias precisam realizar investimentos não executados para, dentre outros objetivos, reestabelecer seus indicadores de qualidade para os padrões determinados pela Agência Reguladora. Principalmente nos primeiros anos de recuperação da empresa, o montante de investimento se aproxima do valor do EBITDA, quando não o supera em alguns casos, tornando o cumprimento do indicador impraticável. Sugerimos não adotar o indicador Dívida Líquida / (EBITDA – Capex), limitando o controle ao indicador de Dívida Líquida / EBITDA, que é mais utilizado na avaliação da concessão de crédito e, de toda forma, já reflete o esforço do investimento na Dívida Líquida. Reestruturação de Capital A consideração sobre a necessidade de capitalização da empresa está amparada nos compromissos de sanar transgressões (aportar recursos para compensar efeitos da operação com Banco Daycoval e para suportar encargos setoriais em atraso) e de melhorar a estrutura de capital e alavancagem da empresa, sem falar no pagamento dos mútuos que deverão ser liquidados. A dívida líquida da Caiuá, após deduzir caixa e equivalentes, mútuos a receber e Daycoval e ser restituído, totaliza R$275,6 milhões. Os principais indicadores do desempenho econômicofinanceiro nos balancetes de 30 de Junho de 2013 e demais informações levantadas na diligência estão apresentados a seguir: 217 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões Posição 2T2013 (R$ MM) Empréstimos e Financiamentos Impostos Parcelados Provisão para déficit atuarial Mútuos Encargos Setoriais/Eletrobrás Em Atraso Encargos Atrasados + Tributos em Atraso Repasse Itaipú Atrasado Dívida Total ¹ Disponibilidades + Aplicações no Mercado Aberto + Recebimento Mútuo + Daycoval Disponibilidades Aplicações no Mercado Aberto Recebimento de Mútuo Daycoval Dívida Líquida CAIUÁ 57,3 118,6 0,1 48,1 103,9 58,7 45,2 328,0 52,4 12,4 28,1 12,0 275,6 EBITDA 2012² - SEM CONTINGÊNCIA/PDD 37,2 EBITDA 2012² 22,1 Patrimônio Líquido Capital Social / Reservas de Capital Reserva de Reavaliação Reservas de Lucro / Prejuízos acumulados (110,2) 111,3 (0,8) (220,7) 1: Dívi da bruta cons i dera : emprés timos e fi na nci a mentos + i mpos tos pa rcel a dos + provi s ã o p/ défi ci t a tua ri a l + Enca rgos Setori a i s /El etrobrá s Em Atra s o + Mútuos à Pa ga r 2: EBITDA = EBIT+Depreci a çã o+ Acrés ci mos Mora tóri os Ratios Divida Líquida / (Dívida Líquida + PL) Dívida Líquida/ EBITDA Dívida Líquida/ EBITDA - Sem Contingência/PDD CAIUÁ 166,6% 12,5x 7,4x Calculando-se o indicador de alavancagem financeira através da divisão da dívida líquida de junho de 2013 pelo EBITDA (2012) alcança-se 12,5x. Se as provisões para devedores duvidosos e contingências realizadas no período forem desconsideradas, este indicador cai para 7,4x. Entretanto, a Cemat tem necessidade de realização de expressivos investimentos, de forma que o montante de investimentos previstos acaba se tornando grande ofensor ao cumprimento dos ratios de alavancagem nos próximos anos. Desta forma, o plano apresentado considera conceitualmente necessário realizar um aumento de capital para que a empresa, ao final do 4º ano (2017), cumpra o indicador Dívida Líquida / EBITDA <= 3,5x. No caso da Caiuá, foi considerado o seguinte esforço de capital para equilíbrio de sua alavancagem e estrutura de capital: 218 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões i. Pagamento Líquido de Mútuos: R$ 48,1 milhões a. Recebimento de mútuos: N.A b. Pagamento de mútuos: R$ 48,1 milhões ii. Dívida Líquida (2T13) / EBITDA (2012) antes do AC: 12,5x iii. Aumento de Capital (AC): R$172,0 milhões (Inclui R$ 12,0 milhões Daycoval) iv. Dívida Líquida (2T13) / EBITDA (2012) após o AC: 5,2x Com o referido aumento de capital, a Caiuá alcança um ratio de Dívida Líquida / EBITDA com base no pró-forma de 30-jun-2013 de 5,2x e de 3,5x ao final de 2017, demonstrando uma melhora gradual e relevante na sua alavancagem. Diferente do Cenário Prospectivo (Capítulo 7), aqui encontramos uma empresa equilibrada, que alcança Dívida Líquida / EBITDA = 3,5x em 2017 e segue uma trajetória de melhoria, viabilizando investimentos próprios de R$ 0,5 bilhão entre 2014-2025. Comparado com o Cenário Prospectivo, é evidente a transformação de uma empresa inviável no longo prazo, numa empresa capaz de cumprir seus compromissos regulatórios e financeiros, conforme abaixo apresentado, requer o conjunto de soluções encaminhados neste Plano e refletido ao longo de todo este capitulo 9. CAIUA (R$MM) 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 CENÁRIO PROSPECTIVO EBITDA Lucro Líquido Dívida Líquida DL/EBITDA 31,7 8,4 172,4 27,3 (1,7) 206,7 40,7 4,7 213,0 50,4 13,7 220,0 56,6 16,8 217,1 62,2 20,3 207,1 66,7 23,1 207,5 72,3 25,8 202,8 79,2 29,8 194,5 87,0 34,8 180,1 90,0 36,3 183,8 95,1 39,9 169,2 5,4 x 7,6 x 5,2 x 4,4 x 3,8 x 3,3 x 3,1 x 2,8 x 2,5 x 2,1 x 2,0 x 1,8 x 32,3 13,6 150,2 28,4 4,4 176,7 41,6 11,6 173,9 50,8 16,8 175,9 56,4 19,3 177,8 62,0 22,2 175,0 67,3 25,2 174,3 73,1 28,1 170,2 80,0 32,1 160,2 87,8 37,2 144,0 90,7 38,9 146,0 95,7 42,5 129,6 4,7 x 6,2 x 4,2 x 3,5 x 3,2 x 2,8 x 2,6 x 2,3 x 2,0 x 1,6 x 1,6 x 1,4 x PLANO EBITDA Lucro Líquido Dívida Líquida DL/EBITDA Premissas para o Pagamento de Dividendos Durante o período deste Plano, foi adotada a seguinte política para distribuição de dividendos: i. Enquanto Dívida Líquida / EBITDA >= 3,5x, dividendos mínimos obrigatórios de 25% do lucro líquido distribuível. ii. Enquanto Dívida Líquida / EBITDA <= 3,5x, dividendos de 50% do lucro líquido distribuível. No caso da Caiuá, foi considerado o seguinte fluxo de dividendos: Dívida Total Líquida / EBITDA % DO LUCRO DISTRIBUÍVEL 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 4,7 x 0% 6,2 x 0% 4,2 x 0% 3,5 x 50% 3,2 x 50% 2,8 x 50% 2,6 x 50% 2,3 x 50% 2,0 x 50% 1,6 x 50% 1,6 x 50% 1,4 x 50% 219 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões Em função da reserva de prejuízos acumulados e do patrimônio líquido negativo a Caiuá só pode pagar dividendos a partir de 2017. 220 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões Seção 9.05 Sumário das Projeções Financeiras (a) Demonstrativo de Resultado Projetado 221 422 389 33 (530) (302) (58) (64) (102) (2) (0) (107) 406 172 223 2 9 (311) (67) (194) (49) (0) (12) 29 17 DESEMBOLSOS OPERACIONAIS Energia elétrica comprada para revenda / transporte Encargos setoriais PMSO Impostos e contribuições correntes e parcelamentos Contingências judiciais Outros desembolsos (inclui multas) GERAÇÃO OPERACIONAL DE CAIXA INGRESSOS NÃO OPERACIONAIS Aporte de Capital Empréstimos e Financiamentos Partes relacionadas Subsídios à investimentos / Participação Consumidor Outros recebimentos não operacionais DESEMBOLSOS NÃO OPERACIONAIS Investimentos Empréstimos e Financiamentos Partes relacionadas Dividendos Outros desembolsos não operacionais GERAÇÃO TOTAL DE CAIXA SALDO INICIAL DE DISPONIBILIDADES SALDO FINAL DE DISPONIBILIDADES 2014 INGRESSOS OPERACIONAIS Arrecadação Outros recebimentos Fluxo de Caixa (R$ MM) 18 17 1 (116) (53) (63) (0) 97 94 1 1 20 (427) (238) (12) (68) (105) (3) (0) 447 413 34 2015 20 18 2 (70) (39) (31) - 34 32 1 1 38 (459) (253) (13) (72) (117) (3) (0) 496 460 37 2016 22 20 2 (139) (49) (91) - 94 91 2 1 47 (489) (271) (14) (76) (124) (4) (0) 536 496 41 2017 23 22 1 (94) (42) (43) (8) - 44 41 2 1 51 (517) (293) (8) (80) (132) (4) (0) 568 527 41 2018 26 23 2 (158) (39) (109) (10) - 105 102 1 2 55 (557) (317) (8) (86) (142) (4) (0) 612 567 44 2019 26 26 1 (117) (47) (59) (11) - 56 52 2 1 62 (596) (340) (9) (91) (152) (4) (0) 658 612 46 2020 29 26 2 (179) (43) (124) (13) - 118 114 2 2 64 (643) (367) (9) (96) (167) (4) (0) 706 658 49 2021 30 29 2 (122) (40) (68) (14) - 55 52 1 2 68 (690) (395) (10) (102) (180) (4) (0) 758 707 52 2022 33 30 3 (188) (38) (134) (16) - 108 105 1 2 82 (730) (423) (10) (107) (186) (4) (0) 813 758 55 2023 35 33 1 (143) (56) (69) (19) - 58 55 2 1 87 (776) (452) (11) (114) (196) (4) (0) 862 804 58 2024 38 35 3 (187) (42) (126) (19) - 99 96 2 2 91 (827) (483) (11) (120) (208) (4) (0) 917 855 62 2025 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões (b) Fluxo de Caixa Projetado Como premissa básica para a projeção do Fluxo de Caixa, foi mantida a necessidade de manutenção de caixa mínimo equivalente a 15 dias do faturamento do ano anterior, sendo este excedente de caixa remunerado por taxa equivalente a 105% do CDI. Eventuais 222 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões necessidades de captações para manutenção deste objetivo de liquidez mínima, seriam feitas atra és de operações com pra o de dois anos “bullet” ao custo de 3 % do C I. 223 GWh % Mil 18 177 9,2% 31,4% 17 150 11,0% 33,3% 6,2 x 2,3 x 68 44 64 58 4,7 x 4,3 x 1.165 3,6% 239 441 309 97 28 (12) 4 2015 1.125 4,3% 234 417 294 98 32 (8) 14 2014 4,2 x 3,0 x 12,1% 32,8% 20 174 72 36 1.206 3,5% 245 490 345 113 42 (14) 12 2016 3,5 x 3,4 x 13,6% 33,8% 22 176 76 45 1.248 3,5% 251 530 373 126 51 (15) 17 2017 3,2 x 3,5 x 14,1% 33,8% 23 178 80 39 1.291 3,5% 257 561 401 136 56 (16) 19 2018 2,8 x 3,7 x 14,3% 33,6% 26 175 86 36 1.336 3,4% 263 604 434 146 62 (17) 22 2019 2,6 x 4,0 x 14,5% 33,4% 26 174 91 43 1.381 3,4% 270 650 466 155 67 (17) 25 2020 2,3 x 4,2 x 14,6% 33,1% 29 170 96 38 1.428 3,4% 276 698 500 166 73 (18) 28 2021 2,0 x 4,5 x 14,9% 33,1% 30 160 102 35 1.476 3,4% 283 749 537 178 80 (18) 32 2022 1,6 x 5,1 x 15,2% 33,1% 33 144 107 34 1.525 3,3% 289 803 576 191 88 (17) 37 2023 (*) CAPEX APÓS CAPITALIZAÇÃO E IMPOSTOS. DESCONSIDERA PARTICIPAÇÃO DO CONSUMIDOR, SUBSÍDIOS E APLICAÇÕES EM P&D E PEE. Dívida Total Líquida / EBITDA EBITDA / Resultado Financeiro Margem EBITDA (EBITDA / Receita Líquida) Margem Spread (Spread/Receita Líquida) Saldo de Caixa Dívida Total Líquida PMSO CAPEX Póprio (*) Vendas Mercado Próprio Crescimento Mercado Próprio Número de Consumidores Receita Operacional Bruta Receita Operacional Líquida Spread (Receita Líquida - Compra - Transp.) EBITDA Resultado Financeiro Lucro Líquido R$ Milhões Relações PLANO 1,6 x 5,4 x 14,8% 32,7% 35 146 114 51 1.576 3,3% 296 852 611 200 91 (17) 39 2024 1,4 x 6,2 x 14,7% 32,4% 38 130 120 37 1.628 3,3% 303 907 650 211 96 (16) 42 2025 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões (c) Sumário das Projeções Financeiras. 224 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões 10. Plano de Integração e Gestão Seção 10.01 Estrutura de Serviços Compartilhados Uma das motivações para que haja a consolidação no setor de distribuição é a possibilidade de obter ganhos de escala que se revertam igualmente em maior eficiência operacional e benefícios para consumidores. É comum haver no universo das distribuidoras pertencentes a grupos econômicos o compartilhamento de estruturas e equipes estratégicas para a realização de atividades que requeiram conhecimento especializado. Desta forma é possível maximizar a qualidade do serviço prestado ao consumidor e otimizar a alocação de custos. Adicionalmente ao compartilhamento de estruturas estratégicas, identifica-se para algumas atividades, a possibilidade de contratação de serviços de forma competitiva pela distribuidora com empresa não regulada especializada do mesmo grupo controlador. Neste tema é importante ressaltar dois princípios fundamentais que serão usados pelos novos controladores da distribuidora na escolha das atividades que serão objeto de contratação entre partes relacionadas, após a devida anuência dessa Agência: i) atividades que são tradicionalmente terceirizadas, para as quais podem ser obtidas referenciais de mercado para a contratação; ii) ati idades “meio” para e ecução do ser iço. Não há intenção do no o controlador de qualquer compartilhamento de estrutura ou terceirização para as chamadas ati idades “fim”, que requeiram o conhecimento local, que se am comumente e ecutadas pelas próprias equipes da empresa ou que não exista ganho de especialização ou escala. Conforme dito, o uso do compartilhamento de estruturas para a execução de serviços entre concessionárias pertencentes ao mesmo grupo econômico se justifica pelo aumento da qualidade do serviço prestado alinhado ao aumento da capacidade de economias de escopo, economias de escala e sinergias de coordenação. São comumente compartilhadas funções que executam as atividades de extrema especialização, como as funções de coordenação que possam atuar em mais de uma empresa com aproveitamento de sinergias de grupo. Além do compartilhamento, adota-se como premissa para o plano de recuperação ora apresentado a possibilidade de contratação de serviços com empresa do mesmo Grupo (parte relacionada), a ser detalhada e submetida à anuência dessa Agência, nos termos da Resolução 334/08, no prazo de 90 (noventa) dias a contar da aprovação deste Plano. Em suma, previu-se a possibilidade de compartilhamento de infraestrutura, inclusive pessoal (gestores), nos termos do art. 24 ao art. 27 da Resolução 334/08, para atividades estratégicas ou que requeiram a transferência de cultura e experiência centenária do grupo ENERGISA, 225 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões futuro controlador da distribuidora após a aprovação da Agência para o plano ora apresentado, tratadas neste texto para facilitar entendimento como atividades do Grupo I. Previu-se também a prestação de serviços, com preços competitivos, nos termos do art. 16, ao art. 18 da Resolução 334/08, para as atividades nas quais se constata a necessidade urgente de melhoria nos serviços prestados e ganhos de escala, tratadas neste texto para facilitar entendimento como atividades do Grupo II. De forma geral, dentre as atividades do Grupo I – Compartilhamento de Infraestrutura estão: a) Administração Central de Recursos Humanos (programas e diretrizes) b) Contabilidade e tributos; c) Planejamento Financeiro e Operações Financeiras; d) Relação com Investidores e) Gestão de Riscos e Auditoria interna; f) Logística e suprimentos (aquisição) de materiais e equipamentos; g) Gestão da frota de veículos; h) Gestão de Gastos com Viagens de funcionários (central de reservas e gestão fornecedores); i) Gerenciamento dos projetos de Pesquisa e Desenvolvimento – P&D e Eficiência Energética; j) Especificação, Desenvolvimento, Manutenção e suporte do sistema integrado de Tecnologia da Informação; k) Gestão de novas tecnologias digitais; l) Gestão de Projetos Corporativos e Escritório de Projetos (PMO); m) Gestão e modelagem de Processos Internos; n) Planejamento e controle da infraestrutura da tecnologia da informação; o) Planejamento e aquisição de infraestrutura de telecomunicações, dados e telefonia; p) Assessoria jurídica; q) Gestão dos Assuntos Regulatórios; r) Centro de Inteligência de Combate a Perdas; s) Centro de Operação da Medição; t) Gestão de Ativos; u) Estudos energéticos de mercado e comercialização; v) Coordenação do Planejamento do Sistema Elétrico e Orçamento; w) Coordenação da Engenharia e Construção SDAT; 226 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões x) Sistema de Planejamento e Gestão Estratégica Dentre as atividades do Grupo II – Prestação de Serviços estão: a) Uso dos Sistemas de Tecnologia da Informação de propriedade ENERGISA (incluindo licença de uso, manutenção e atualização) b) Administração do ambiente operacional do Site central de TI c) Administração de Banco de Dados de software de TI; d) Administração de correio eletrônico; e) Site de Contingencia de TI e administração desse ambiente operacional; f) Comissionamento dos sistemas inerentes à automação do sistema elétrico; g) Serviços de gerenciamento da Segurança da Informação; h) Atividades de Call Center; i) Atividades de crítica de faturamento e emissão de faturas; j) Serviço de Inspeção Termográfica Aérea para inspeção de Linhas e Redes; k) Serviço de Construção e Manutenção em Linha Viva de Subestações e Linhas de Distribuição em 34,5KV/138KV. Na modalidade de prestação de serviço com parte relacionada (Grupo II), as seguintes premissas estão sendo consideradas: • Ativos (hardware e software) necessários para a execução dos serviços serão adquiridos diretamente pela distribuidora; • Manutenções de softwares adquiridos, sistemas e demais serviços que necessitarem subcontratação serão faturados diretamente à distribuidora como forma de evitar bitributação; • A compra de ativos e softwares deverá ser executada sempre em caráter corporativo, levando-se em consideração os ganhos de economia de escala nessa modalidade de aquisição. Os valores em questão, caso não possam ser determinados diretamente, deverão ser rateados para faturamento direto às distribuidoras, com critérios a serem definidos; e • O preço do contrato de prestação de serviços deverá ser avaliado junto ao mercado através da comparação com 2 (duas) propostas (perfazendo o total de 3 propostas comparadas). 227 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões Para as atividades do Grupo II, seguem abaixo, as razões que suportam a premissa da ENERGISA para uso de prestação de serviços: Uso dos Sistemas de Tecnologia da Informação de propriedade ENERGISA A ENERGISA vem investindo nos seus sistemas internos próprios nos últimos 35 anos por considerá-los ativos estratégicos que geram uma vantagem competitiva sustentável. Talvez seja uma das poucas empresas do setor elétrico brasileiro que invista na capacidade própria de desenvolvimento de soluções de sistemas como forma de promover a inovação e competitividade do Grupo. O histórico do Grupo nesta área é bastante rico e que merece alguns destaques: 1) Desenvolvimento de Remota para Automação de Subestações e de um Oscilopertubografo entre 1980 e 1986; 2) Uso de coletor para leitura em 1992; 3) Automatização da ordem de serviço de 1995; 4) Integração do ERP ENERGISA em 1998; 5) Uma das primeiras empresas do Brasil na implantação do Sistema Georeferenciado da Distribuição em 1999; 6) Implantação do sistema próprio de controle de indicadores e desempenho em 2003; 7) Implantação do sistema próprio de despacho por celular através da tecnologia WAP em 2005; 8) Implantação do sistema próprio de controle de inspeção de fraude e regularização em 2007; 9) Implantação do sistema próprio de apoio à decisão para perdas não técnicas em 2008; 10) Implantação do sistema próprio de despacho com GPS e uso de mapas em 2009; 11) Implantação do sistema de leitura remota dos clientes do Grupo A em 2009; 12) Implantação do sistema de avaliação de desempenho em 2010; 13) Implantação do sistema próprio de medição de produtividade das equipes de campo em 2010; 14) Implantação do sistema próprio de retorno de chamadas telefônicas – Ligo Já em 2011; 15) Implantação de sistema próprio para a Leitura e impressão simultânea usando smartphone e impressora acoplada em 2011; e 228 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões 16) Implantação do sistema próprio de apoio à decisão para qualidade de serviços em 2012. Esses sistemas propiciaram melhorias nos processos ao longo dos últimos anos, moldando-se às necessidades de negócio e à agilidade requerida devido as frequentes mudanças impostas pelo ambiente de negócios do setor elétrico. Além dos custos competitivos, o de desenvolvimento interno se justifica plenamente frente a algumas soluções de mercado e assegura que o conhecimento fique internalizado no Grupo. Atualmente, dada à governança estabelecida, as empresas do Grupo ENERGISA utilizam sistemas internos padronizados em todas as suas empresas e todos os processos são suportados por sistemas corporativos que operam como solução completa para a gestão das atividades de distribuição de energia, o que traz as seguintes vantagens: Maior integridade e confiabilidade nas fontes das informações; Uniformi ação da “linguagem sistêmica” dentro da ENERGISA onde as especificações das manutenções evolutivas / projetos são facilmente alinhadas entre as Distribuidoras; Padronização da interface visual entre os sistemas internos, facilitando o treinamento de novas funcionalidades e o aprendizado de novos sistemas quando da transferência de colaboradores para novas áreas; Maior foco nas manutenções corretivas e evolutivas em função de uma solução padronizada; e Maior nível de integração entre os módulos de sistemas que propicia o tratamento das informações em tempo real, gerando maior produtividade e simplicidade para os processos suportados. Resumindo, em função do alto grau de informatização dos seus processos e a especialização incorporada, a ENERGISA considera o uso dos seus sistemas para sua estratégia como premissa vital para implantação da proposta apresentada. A ENERGISA possui 114 sistemas, sendo 82 de desenvolvimento de propriedade do grupo. A seguir, a arquitetura de sistemas da ENERGISA com os principais sistemas e um breve descritivo das principais funcionalidades: 229 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões Sistema Propriedade Descrição Sistema Funcionalidades Sistemas Transacionais Atendimento de campo – Operação SIGOT SIOPE Próprio Próprio Gerenciamento da Controle e gerenciamento dos serviços da operação da Operação Transmissão transmissão Apoio a Operação Geração das rotinas diárias para atualização da base de atendimento Geração da base de corte para despacho das ordens de serviço Atendimento, Call Center INTERNET Próprio Agencia on line Acesso aos serviços da Agencia online (segunda via de conta, alteração cadastral, negociação de dívida e outros); Visualização e cadastro de notícias regionais e corporativas; Divulgação de campanhas e informações institucionais do Grupo ENERGISA SIAPO Próprio Sistema de Este sistema registra os assuntos de reclamações dos Acompanhamento de clientes junto a ANEEL 230 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões Sistema Propriedade Descrição Sistema Processos de Ouvidoria Funcionalidades Workflow de coleta, análise, direcionamento, registro de respostas e aprovação de solicitações feitas por clientes, originadas na ANEEL ou registradas no próprio sistema SIAPO SIATE Próprio Atendimento a Cliente de Gerenciamento das ordens de serviço solicitadas pelos agencia clientes; Acompanhamento dos tempo de atendimentos dos serviços SIATT Próprio Sistema de Atendimento Controle de atendimento a clientes através do Call Center call center e agências Registra reclamações e solicitações de serviços SICCO Próprio Sistema de Consultas Sistema de consultas comerciais Comerciais Consultas dados legais para atendimento à ANEEL Consulta dados comerciais históricos SICMA Próprio Controle de Material de Cadastramento e gerenciamento do material das agências Agência que são usados no atendimento das ordens de serviço Integração com o sistema de suprimentos - SISUP - para atualização de saldos do almoxarifado Avaliação de Desempenho SuccessFactors Terceiros Gestão de desempenho Sistema utilizado para avaliação de desempenho do de funcionários funcionário. Compras, Estoque SICEC Próprio Controle do (Central) Estoque Este sistema prover a gestão dos almoxarifados (WMS e etc.) Controle permanente e contábil do estoque da empresa Possui WMS – Sistema de Gerenciamento de Armazém Controle de Almoxarifado de Reforma de Trafos Controle do Almoxarifado REIDI SIHOF Próprio Sistema de Homologação Este sistema provê o controle para gestão dos prestadores de Fornecedores de serviços (contratos, homologações técnicas, certidões, etc.) Homologação de Fornecedores de Serviços e Materiais através de validação de Documentos fornecidos, Ensaio de 231 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões Sistema Propriedade Descrição Sistema Funcionalidades Materiais, Inspeções de Estrutura e operação do fornecedor, IQF, Não Conformidades, etc. SISUP Próprio Suprimentos / Compras Este sistema prover os controles para compra e recebimento de materiais Possui o controle de todos os passos do processo de compra, deste o pedido de compra de material (PMA) até o recebimento do material no almoxarifado. Workflow de aprovação baseado na área do solicitante de alçada do Pedido de Compra de Material (PMA) Atribuição automática do comprador baseado na classe do material Processo de controle de COP – Cotação de preço – integrado com ME (Mercado eletrônico). REIDI – Ferramenta de apoio para analise e escolha da utilização do beneficio, bem como o seu controle em almoxarifado separado, viabilizando futuras prestações de contas. Emissão da OCM – Ordem de Compra de Materiais – com Workflow de aprovação, e integrado com o ME NRM – Nota de recebimento de Material – alimentando o controle do estoque. Possuiu controles de saldo do PMA, baixa da OCM, etc., Contas a Pagar SIADP Próprio Aprovação Documentos de Este sistema provê o workflow de aprovações de e pagamento Pagamentos Registrar Notas Fiscais, Documentos diversos de pagamentos, e submetê-las a aprovação da gerencia de acordo com a alçadas pré-definidas. Integração com o sistema de pagamento (SICPG) SIAFI Próprio Administração Financeira Este sistema provê controles para o contas a pagar Possui integração com ITC SICPG Próprio Contas a Pagar Este sistema registra as obrigações a pagar 232 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões Sistema Propriedade Descrição Sistema Funcionalidades - Registra obrigações (documentos a pagar). Possui integração com vários sistemas, sendo os documento a pagar originados do SIADP, SIFOL, SIAGO, etc., realiza apurações de impostos conforme a características das notas e possui controles para apuração do beneficio REIDI Contabilização das notas fiscais Geração de borderôs e cheques de pagamento Contas a Receber SINED Próprio Negociação de Dívidas Negociação das faturas de energia pendentes; Gerenciamento dos contratos negociados; Integração com órgão de proteção para recebimento da dívida Controle de Veículos SICVE Próprio Controle de Veículos Este sistema prover o controle para a gestão da frota de veículos. Cadastro de veículos Controle de KM rodado Controle de Ociosidade Ensino a Distância EAD Terceiros Ensino à distância Este sistema hospeda a plataforma de EAD. Cursos disponibilizados em todas as áreas (técnica, gestão, informática e etc.) Portal Líder - Terceiros Web aula Este MindQuest sistema é utilizado especificamente para treinamentos em nível gerencial e diretoria. Faturamento GENE Terceiros GENE Sistema de gestão de comercialização de energia no atacado HEMERA Terceiros Sistema de Telemedição Medição remota dos clientes de alta tensão; Registro dos Grupo A alarmes ocorridos nas remotas para avaliação do COM; integrado com o sistema de Faturamento e com o sistema de suporte a decisão de Perdas SICAA Próprio Controle Arrecadador de Agente Acompanhamento dos agentes arrecadadores Controle de depósitos e gerencia a arrecadação das faturas 233 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões Sistema Propriedade Descrição Sistema SICCI Próprio Controle de Cálculo de Cálculo das indenizações por violação dos indicadores DIC, Indenizações Funcionalidades FIC e DMIC Simulação dos valores a serem pagos aos clientes em função da interrupção de energia Integração com o sistema de faturamento para lançamento na fatura dos valores a serem pagos aos clientes SICNT Próprio Sistema de Controle de Cálculo das indenizações por violação dos indicadores de Níveis de Tensão nível de tensão Integração com o sistema de faturamento para lançamento na fatura dos valores a serem pagos aos clientes SICOB Próprio Sistema de Cobrança Sistema de cobrança de débitos das faturas de energia Montagem e gerenciamento das carteiras de cobrança SIFAR Próprio Faturamento Arrecadação e Cálculo e emissão das fatura de energia dos grupos B, R, I, AeH Leitura e impressão simultânea de faturas dos clientes de baixa tensão urbanos Apuração do mercado de energia Folha de Pagamento SICOF Próprio Controle da Frequência Este sistema é a ferramenta utilizada para registrar o timesheet dos colaboradores lotados em obra e também registro de horas extras Registro, Aprovação e Liberação de Frequência de Empregados. SIFOL Próprio Folha de Pagamento Este sistema é a ferramenta para gestão financeira de pagamentos a funcionários (folha de pagamento, rescisão, férias, benefícios e etc.) Cálculo e Fechamento e Contabilização de Folha de Pagamento e Rescisões Geração de Borderôs e Arquivos de pagamento de empregados (salário, 13º, férias, etc.) Cálculo e Geração de Arquivos DIRF Cálculo e Geração de Arquivos RAIS 234 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões Sistema Propriedade Descrição Sistema Funcionalidades SIPES Próprio Cadastro de Pessoal Este sistema realiza a manutenção dos dados funcionais e pessoais do empregado Cadastro e Manutenção de informações de Empregados e seus Dependentes. Sistema que mantém informações básicas para dar suporte aos sistemas de RH, Folha e Frequência. Gestão Contábil SICAI Próprio Controle do Imobilizado Ativo Este sistema prover a gestão do ativo imobilizado Sistema aderente as legislação do IFRS e MCPSE (Manual Controle Patrimonial do Setor Elétrico) Possui o cadastro atualizado e histórico dos bens (ativos fixo) da empresa. Sistema encarregado de apurar os materiais e seus valores das obras encerradas e ativa-los. Realiza a apuração e a contabilização da adição, baixa e depreciação dos ativos fixos considerando as particularidades exigidas pela Aneel e o IFRSS (Ativo Imobilizado X Intangível) SICOC Próprio Controle de Obras em Este sistema prover os controles para a gestão contábil das Curso obras em curso (encerramento contábil, abertura de obras extra SIAGO e SICOT) SICON Próprio Contabilidade Este sistema é a ferramenta para gestão contábil (lançamentos contábeis, geração de balancetes, consultas, fechamentos, etc.) Sistema realiza o controle de duas contabilidades simultaneamente, contemplando as diferenças contábeis entre o Regulatório (Aneel) e o IFRS Processamento de Rateios (engenharia, compras) Funções fiscais – Gera arquivos para o SpedContabil, FCont, BMP Aneel, Balancetes Fiscais Gestão de Clientes SICDE Próprio Sistema de Controle de Controle dos produtos danificados em função da Danos Elétricos interrupção de energia 235 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões Sistema Propriedade Descrição Sistema Funcionalidades Gerenciamento do processo de ressarcimento ao cliente Integração com o sistema de faturamento para quitação de débitos do cliente usando o valor a ser indenizado SICDN Próprio Sistema de Canal Denúncias de Este sistema é utilizado para registro de denuncias internas, preservando a identificação do denunciante Gestão de contratos SIGVC Próprio Sistema de Gestão de O Objetivo é automatizar as funcionalidades do ciclo de Vida de Contratos vida dos contratos, garantindo um controle eficiente sobre seus processos e pagamentos Gestão de Obras SIAGO Próprio Acomp/Gerenciamento Obras Distribuição Este sistema prover a gestão de obras de distribuição Controle de Projetos de Obras de Distribuição Abertura contábil de Obras de Distribuição Controle da execução e fiscalização das obras de Distribuição Controle de Materiais Ativados e Desativados na Obra de Distribuição Controle do Diário de Obra de Distribuição SICOT Próprio Controle de Obras de Este sistema prover a gestão de obras de transmissão e Transmissão subestação Controle de Projetos de Obras de Transmissão Abertura contábil de Obras de Transmissão Controle da execução e fiscalização das obras de Transmissão Controle de Materiais Ativados e Desativados na Obra de Transmissão Controle do Diário de Obra de Transmissão SIGPO Próprio Gestão de Processos de Este Obras sistema prover consultas corporativas para acompanhamento das obras de distribuição e transmissão Controle Gerencial de Obras de Transmissão e Distribuição Controle de Anomalias e Indicadores das Obras de Transmissão e Distribuição 236 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões Sistema Propriedade Descrição Sistema Funcionalidades Próprio Sistema de Gestão de Este sistema é ferramenta utilizada para a gestão dos Gestão de Viagens SIGVI Viagens gastos de viagem Gestão Fiscal MASTERSAF DW Terceiros Apuração de Tributos Sistema terceiro responsável por: Diretos e Indiretos Apuração dos impostos nos níveis estadual e federal. (ICMS, PIS, COFINS e etc.) Geração dos arquivos para entrega ao Fisco das obrigações fiscais nos níveis estadual e federal.(Sped Fiscal, Sped Pis/Cofins, Convênio ICMS 115 e etc.) MASTERSAF DFe Terceiros Sistema mensageiro para Sistema terceiro responsável por fazer a integração dos emissão de NFe Sistemas ENERGISA com as SEFAZ dos estados no processo de emissão de Notas Fiscais Eletrônicas de Materiais. SIENF Próprio Sistema de Emissão de NF Emite notas fiscais em geral, com exceção das faturas de energia elétrica que de responsabilidade do SIFAR Este sistema realiza a geração de notas fiscais eletrônicas de serviços (integrado com o SICPV). (integrado com o GINFES) Emissor de notas fiscais eletrônicas de envio de mercadorias entre os depósitos da empresa (estoque – almoxarifado). Função integrada com o SICEC (controle de estoque) Gestão Metas, BSC SIACO Próprio Consultas Orçamentárias Este sistema contém consultas para acompanhamento do orçamento Acompanhamento Orçamentário, através de consultas comparativas entre o Realizado e Orçado. Utilizado tanto para acompanhamento de orçamento de investimentos quanto para o acompanhamento das despesas orçadas para cada área durante o exercício orçamentário (Anual). As informações do realizado são originadas a partir das contabilizações dos gastos (notas fiscais, etc.) e o orçado é originado de dois sistemas – SICOR e SIGCO. 237 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões Sistema Propriedade Descrição Sistema SIAGE/VERO Próprio Sistema de Apoio Gestão Estratégica Funcionalidades a Este sistema é a ferramenta para gestão do plano estratégico do grupo (acompanhamento de indicadores de BSC e etc.) Registro, Apuração e Acompanhamento de Indicadores na Estrutura de Unidades Gerenciais Execução do Ciclo PDCA Desdobramento de Metas Visualização de Apurações de Indicadores através de Relatórios Mensais de Acompanhamento, Planos de Medida e Gráficos Parametrização, Cálculo e Visualização de Performance por Resultados (PRR) Relatórios de Reflexão Inspeção, Regularização, Perdas PERTEC Terceiros Cálculo Perdas Técnicas Sistema para cálculo de perdas técnicas da distribuição da Distribuição SIAIF Próprio Inspeções e Apuração de Apura e gerencia inspeção/fraudes de energia; Fraudes Calculo do consumo agregado e recuperado; Negociação em campo das recuperações pendentes através de mobilidade; SIPCP Próprio Planejamento e controle Gerenciamento dos projetos de inspeção de projetos Jurídico SIJUR Próprio Controle dos Processos Este sistema prover o controle para gestão dos processos Jurídicos jurídicos do grupo Cadastro e Classificação de Processos Atualização de Saldos devedores de Clientes e Valores Financeiros Registro de Lançamentos Contábeis Leitura SILCO Próprio Leitura de Consumo Leitura dos medidores de consumo para emissão das faturas de energia Controle da efetividade da leitura 238 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões Sistema Propriedade Descrição Sistema Funcionalidades SIMEC Próprio Controle de Medidores Cadastramento dos medidores de consumo de Consumo Gerenciamento da localização dos medidores de consumo através de integração com o sistema de atendimento WITS Terceiros Sistema móvel para Solução móvel para gestão dos almoxarifados com almoxarifado funcionalidades como: Recebimento de mercadorias; Separação de mercadorias; Inventário; Medicina e Segurança do trabalho, Gestão de Benefícios. SIGRH Próprio Gerenciamento de Este sistema registra os dados referentes os benefícios do Recursos Humanos funcionário (plano de saúde, empréstimos e etc.) Controle de processos envolvendo Plano de Saúde Controle de processos envolvendo Medicina do Trabalho Controle de processos envolvendo Bolsa de Estudos Controle de processos envolvendo Plano de Saúde Controle de processos envolvendo Treinamento de Empregados Controle de processos envolvendo Creche / Empréstimos SISMS Próprio Saúde ocupacional, Meio Este sistema realiza o checklist de saúde, meio ambiente e ambiente e Seguros segurança aplicados nas áreas Sistema para registro, execução e controle de inspeções realizadas nas áreas do grupo com intuito de melhorias em Segurança, Meio Ambiente e Saúde dos Empregados. Permite a parametrização de formulários de perguntas e respostas a serem utilizadas no processo de inspeção. Planejamento Orçamentário SICOR Próprio Controle do Orçamento Este sistema realiza os controles para geração do orçamento (geram versões de orçamento, transfere para o contábil o orçamento aprovado, cadastra centro de custos e etc.) para orçamento das despesas de cada área da empresa OBZ (Orçamento Base Zero) - Apuração do valor de orçamento de veículos, viagens e manutenção com base na quantidade estimada para cada área. SIGCO Próprio Sistema de Gestão do Este sistema é a ferramenta utilizada para registro e Capital Ótimo calculo dos projetos de orçamento (viabilidade financeira, 239 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões Sistema Propriedade Descrição Sistema Funcionalidades gap analysis, relação paramétrica, etc.) Sistemas Técnicos NIX Terceiros Proteção para o Sistema Sistema de proteção de Distribuição GIS - EO Terceiros Electric Office - General Gestão do cadastro de ativos da rede; Eletricis SGD Terceiros SGD Gestão do cadastro de ativos da rede; Registro de ocorrências técnicas; Controla os indicadores de DIC, FIC e DMIC SIADT Próprio Acompanhamento de Cadastro de transformadores Desempenho de Trafos Registra as ocorrências de cada etapa que o transformador passou Interplan Terceiros Planejamento e cálculo Sistema utilizado para realização de cálculos elétricos e elétrico planejamento do sistema elétrico ITC Sistema terceiro responsável por: Tesouraria ITC Terceiros Realizar a conciliação das movimentações financeiras (De Para) entre os diversos pontos de recebimento (bancos, lotéricas e etc..) e os sistemas ENERGISA. Controle dos contratos de empréstimo Controle das aplicações financeiras Outros Sistemas EPM Terceiros Enterprise Project Plataforma corporativa para gerenciamento de projetos Management INTRANET Próprio Intranet da ENERGISA Cadastro e visualização de notícias regionais e corporativas; Compartilhamento de documentos como normais, instruções, resultados e outros; Acesso aos principais sistemas Web corporativos e acesso ao EPM; SATI Terceiros Apuração de Tributos Sistema terceiro substituído pelo MasterSaf. Atualmente Diretos e Indiretos SIACR Próprio Sistema utilizado como fonte de dados históricos. de Sistema de Acompanhamento Regulatório Acompanhamento Regulatório 240 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões Sistema Propriedade Descrição Sistema Funcionalidades Sistemas de apoio a equipes de campo Atendimento de campo – Manutenção SGM Terceiros Sistema de gestão da Sistema de manutenção e serviços manutenção Gerenciamento das manutenções de usinas e subestações Atendimento de campo – Operação SIGOD Próprio Sistema de Gestão da Automação da força de campo Operação da Distribuição Controle da escala de trabalho Gerenciamento da medição individual de performance da força de campo - MIP SIGODPDA Próprio Aplicação Embarcada do Solução móvel para automatizar os seguintes processos de SIGOD campo: Atendimento de ordens de serviço comerciais e técnicas relacionadas à distribuição (operação da rede); Atendimento de ordens de serviço relacionadas a perdas; Controle individual de produtividade das equipes de campo; Sistemas de suporte a decisão Suporte a Decisão DWENERGISA Terceiros Datawarehouse do Grupo Sistema de Business Intelligence corporativo que suporta ENERGISA decisões sobre campanhas de perdas (inspeções, regularizações, energia agregada e energia recuperada) e suporta decisões da pós-operação da qualidade do serviço (analise de penalidades e compensações, ações para evitar reincidência, etc.). Integrado com mais de 15 sistemas. Algumas inovações recentes desenvolvidas pela ENERGISA para suportar suas operações Após alcançar um patamar de maturidade dos seus sistemas transacionais, a ENERGISA vem ao longo dos últimos 8 anos, investindo fortemente em sistemas de apoio a decisão, sistemas de mobilidade para força de campo, sistemas de acompanhamento de metas/indicadores, sistemas de avaliação de desempenho e sistemas de medição de produtividade, leitura e faturamento simultâneo entre outros. Muitas destas soluções são únicas no mercado, e que foram desenvolvidas e patenteadas (mediante depósito código fonte no INPI) pela ENERGISA e inteiramente customizadas às operações de distribuição no Brasil. 241 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões Tal evolução só foi possível através do uso dos sistemas transacionais que fornecem as informações, confiáveis e dentro do tempo esperado, integrados a estas soluções inovadoras no mercado. Podemos citar alguns exemplos, a saber: A) Sistema de Suporte a Decisão - Gestão de Perdas Não Técnicas Objetivo: Solução de Business Intelligence, construída sob a tecnologia de Data Warehouse, para apoiar o processo decisório na Gestão de Combate às Perdas Não Técnicas, e instalado no Centro de Inteligência para o Combate a Perdas (CICOP). Benefícios: Contribuição na redução das Perdas Não Técnicas do grupo, quatro anos após a implantação da solução, período 2008-2012, de 3,2%. Esta redução representa aproximadamente 365 GWh, montante suficiente para atender 2,4 milhões de consumidores residenciais durante um mês; Aumento da Energia Recuperada Faturada, proveniente das ações de combate às Perdas Não Técnicas, quatro anos após a implantação da solução, de 370% em relação ao ano anterior à implantação da solução. Este resultado foi influenciado pelo direcionamento mais assertivo das ações de inspeção e regularização de unidades consumidoras e pelo acompanhamento mais preciso e rápido dos resultados, auxiliando os gestores na tomada de decisão no nível tático de combate a perdas; Apoio ao Planejamento Anual e Orçamento das atividades de combate a Perdas Integração das informações relevantes para a Gestão de Perdas Não Técnicas, oriundas dos diversos Sistemas-fonte Transacionais, fontes de dados externas (cadastros, medição em transformadores e outras informações georeferenciadas); Possibilidade de um acompanhamento diário e mais preciso das ações de combate às Perdas Não Técnicas, através de relatórios de controle das atividades, disparo de alarmes etc..; 242 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões Painel de Controle do desempenho das atividades de fiscalização e regularização 243 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões Benchmarking entre as Distribuidoras para aferição de desempenho das ações de combate a perdas e troca de melhores práticas B) Sistema de Gestão de Equipe de Campo: SIAFI - Despacho e Medição produtividade das equipes de perdas Objetivo: automatizar o atendimento de ordens de serviço de combate às perdas oriundas do CICOP, agregando medição de produtividade das equipes de campo, monitoramento de veículos com controle de velocidade e a localização das equipes de perdas em tempo real. O sistema está preparado para serviços como: pré-inspeção de unidade consumidora (visa identificar potenciais fraudes sem abordar o cliente), inspeção de unidade consumidora e regularização. 244 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões Sistema de gestão do processo de combate às perdas – Simulação do consumo a recuperar Sistema Embarcado – Abertura de OS de inspeção e registro de termo de ocorrência de inspeção C) Suporte a Decisão - Gestão dos Indicadores da Qualidade do Serviço Objetivo: Solução de Business Intelligence, construída sob a arquitetura do Enterprise Data Warehouse da ENERGISA, para apoiar o processo decisório na Gestão dos Indicadores da Qualidade do Serviço (Indicadores de Continuidade e Compensações definidos pelo documento regulatório PRODIST-Módulo 8 da ANEEL). 245 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões Benefícios: Melhor alocação dos recursos (OPEX e CAPEX) das Distribuidoras nas atividades de melhoria da qualidade; Apuração precisa dos Indicadores de Continuidade Coletivos e Individuais; Melhor gestão do processo de pagamento de compensações aos consumidores por violação de limites de continuidade individuais; Apuração precisa do TMAE permitindo atuar nas causas de improdutividade das equipes; Concentração dos esforços dos analistas da Pós-Operação focada na análise das informações das ocorrências e não na sua coleta; Monitoração e controle permanente dos indicadores de qualidade em relação ao fechamento do dia anterior; Melhor entendimento do desempenho do sistema elétrico visando otimizar o planejamento e o investimento da Operação da Distribuição; Integração de dados relevantes para a Gestão dos Indicadores da Qualidade do Serviço, oriundos dos diversos Sistemas Transacionais; Melhoria da Imagem da empresa e satisfação do consumidor; Sistema com funcionalidades de auditoria e seguro de apuração; 246 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões Exemplo de apuração diária de DEC e FEC 247 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões Exemplo de Acompanhamento do TMA por Hierarquia de Localização 248 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões Análise de Causalidade das Compensações (R$) D) Sistema de Gestão de equipes: SIGOD – Despacho e Medição de produtividade de eletricistas Objetivo: automatizar a emissão e o acompanhamento do atendimento de ordens de serviço comerciais e técnicas apurando automaticamente a medição de desempenho da produtividade das equipes de campo, monitoramento de veículos com controle de velocidade e localização das equipes em tempo real. O Sistema Realizar é utilizado para diversos tipos de serviços tais como: corte, religação, vistoria de padrão, ligação nova, falta de energia, defeitos na iluminação pública, dentre vários outros, além de contar com ferramentas de gerenciamento de escala e relatórios de medição de produtividade individual do eletricista. O sistema embarcado utiliza smartphones com GPS (Windows e Android) com mapas integrados ao sistema elétrico das concessionárias do Grupo. O console dos despachantes do COD inclui um mapa com a localização de cada equipe e está integrado ao sistema de despacho de serviços comerciais e técnicos. 249 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões Exemplo de Interface de despacho através do mapa no Centro de Operação da Distribuição Medição de produtividade das equipes – Relatório gerencial de desvios E) Sistema de Avaliação de Desempenho – VERO/SIAGE : Gestão de Metas e Indicadores da Gestão Estratégica 250 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões Objetivo: Integrar todo o processo de gestão da empresa. Desde a definição de mapas estratégicos e BSCs (Balanced Score Cards). Desdobramentos das metas. Apuração e acompanhamento dos resultados. Inserção de métodos de melhoria e de tratamento de desvios. Confecção de relatórios gerenciais. Cálculo dos resultados individuais de desempenho. F) Sistema de Suporte a Decisão – Solução Gestão do Capital Ótimo (SIGCO) Objetivo: Solução de apoio à decisão para as equipes de planejamento do Grupo ENERGISA, na escolha do programa ótimo de investimentos em Ativos do Sistema Elétricos, infraestrutura, veículos, informática, etc. Utiliza: i) metodologia para simulação das carteiras dos projetos; ii) critérios múltiplos para análise dos projetos;iii) priorização dos projetos com base no indicador de prioridade (IPR) e; iv) adoção de técnicas de otimização de investimentos, objetivando o investimento ótimo, isto é, identificar o ponto de menor investimento que alcança os maiores benefícios (gap analysis) com programação linear multivariada. Exemplo de comparação de cenários de investimentos 251 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões Exemplo de Geração de Cenários com seus indicadores e pesos 252 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões G) Sistema de Gestão do Atendimento Comercial - SIATT Objetivo: Além de garantir a visão única do atendimento do cliente, gerencia todo o fluxo das ordens de serviço, desde a sua abertura até o seu encerramento. Com esta visão fim a fim do processo, a solução traz uma série de vantagens: Gerencia todo o Workflow para encaminhamento e gestão da execução dos serviços pelas áreas internas da Distribuidora, controlando os tempos de execução de cada parte da atividade; Possibilita a gestão da base de Conhecimento que suportará dúvidas de novos atendentes, garantindo a produtividade em função da rotatividade; e Gerência do Histórico de Atendimento e Relacionamento dos clientes, incluindo as interações nos canais das mídias sociais; Como última ino ação agregada a esta solução, foi integrado o módulo do “ igo á” que tem como objetivo, prover um serviço de atendimento ao cliente que gere maior comodidade, facilidade e flexibilidade no contato telefônico com as distribuidoras da ENERGISA. A solução oferta ao cliente, a partir de uma ligação de telefone móvel, a opção de desligar e ser chamado de volta, dentro de determinado prazo, ao invés de ficar esperando na fila pelo atendimento pessoal. Além desta oferta, se ao final de determinado número de tentativas não for possível falar com o cliente, o sistema envia um SMS para o mesmo informando que a ENERGISA tentou contato. Agendamento de retorno 253 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões Tela com os registros das interações dos clientes H) Aplicativo móvel para smartphone dos consumidores - ENERGISA On Objetivo: Prover comodidade aos clientes nas suas interações com a Distribuidora. Aplicativo móvel construído sobre um framework voltado para as principais plataformas de mobilidade do mercado (Android e iOS). O aplicativo oferece aos consumidores da ENERGISA os principais serviços que podem ser disponibilizados através de autoatendimento. A solução tem diversos ganhos intangíveis, como aumento da proximidade com o cliente, otimização do tempo do mesmo oferecendo serviços ágeis e acessíveis de qualquer lugar e a qualquer momento e em consequência disso o aumento da satisfação. A versão atual oferece os seguintes serviços: Comunicar falta de energia; Consultar falta de energia; Comunicar defeito na iluminação pública; Acompanhar solicitações; Consultar contas pendentes; Consultar histórico de consumo; Solicitar religação normal; Cadastrar no débito automático; Consulta pontos de atendimento e pagamento; 254 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões Visualizar notícias da ENERGISA; Receber notificações da ENERGISA; Solicitar contato através do Ligo Já; Solicitar recebimento de fatura por e-mail; Solicitar recebimento de aviso de desligamento programado. Exemplos de telas do ENERGISA On Administração do ambiente operacional do site central de TI Através de prestação de serviços as empresas do Grupo, são realizados uma série de serviços inerentes à administração da infraestrutura, suporte dos softwares próprios e de terceiros assim relacionados: i) dos servidores de aplicações, ii) dos sistemas operacionais, iii) dos equipamentos de armazenamento (storage); iv) dos equipamentos de conectividade do site central (roteadores e switches “core”); ) do ambiente de maquinas irtuais; i) do ambiente de testes e homologação das aplicações da ENERGISA; vii) da rede que interliga os equipamentos do site central e da infraestrutura operacional ( gerador, ar condicionado, nobreaks) e da infraestrutura e gerencia das rotinas de backup. A proposta da prestação de serviços para as novas distribuidoras será uma extensão do serviço atual, a preços competitivos, e aproveitando-se a sinergia proveniente das economias de escopo e escala. Administração de Banco de Dados de software de TI Serviços inerentes à administração dos bancos de dados das aplicações dos ambientes de desenvolvimento, teste, homologação, contingência e produção da ENERGISA. A proposta da prestação de serviços para novas distribuidoras será uma extensão do serviço atual, a preços competitivos, e aproveitando-se a sinergia proveniente das economias de escopo e escala. 255 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões Administração de correio eletrônico Serviços inerentes à administração das caixas postais de correio eletrônico; do suporte e apoio aos problemas inerentes ao ambiente de correio. A ENERGISA já presta este tipo de serviço para as suas Distribuidoras. A proposta da prestação de serviços para novas distribuidoras será uma extensão do serviço atual, a preços competitivos, e aproveitando-se a sinergia proveniente das economias de escopo e escala. Site de Contingência de TI e administração desse ambiente operacional Serviços inerentes à administração: dos servidores de aplicações de contingência; da equalização dos sistemas operacionais deste ambiente; dos equipamentos de armazenamento (storage) de contingência; dos equipamentos de conectividade do site de contingência (roteadores e switches “core”); da equali ação do ambiente de máquinas irtuais de contingência com o site principal; da aplicação dos testes anuais do uso do ambiente de contingência; da replicação do ambiente do site principal com o site de contingência; da rede que interliga os equipamentos do site de contingência; da infraestrutura operacional (gerador, ar condicionado, no-breaks) e da infraestrutura e gerencia das rotinas de backup e restore. A ENERGISA já presta este tipo de serviço para as suas Distribuidoras. A proposta da prestação de serviços para novas distribuidoras será uma extensão do serviço atual, a preços competitivos, e aproveitando-se a sinergia proveniente das economias de escopo e escala. Comissionamento dos sistemas inerentes à automação do sistema elétrico Serviços inerentes: i) aos ensaios e testes funcionais dos equipamentos telecomandados; ii) ensaios de comunicação entre os equipamentos em campo e o Centro de Operação; iii) os ensaios de proteção; iv) ensaios de integração com o sistema supervisório (SCADA – nível III); v) Confecção dos relatórios e evidências dos ensaios com a anuência do Centro de Operação. A ENERGISA já presta este tipo de serviço para as suas Distribuidoras. A proposta da prestação de serviços para novas distribuidoras será uma extensão do serviço atual, a preços competitivos, e aproveitando-se a sinergia proveniente das economias de escopo e escala. Serviços de gerenciamento da Segurança da Informação Serviços inerentes à administração: dos firewalls de acesso ao ambiente ENERGISA; do controle das versões de antivírus e anti-spams; das análises dos incidentes de segurança; do controle dos filtros de acesso; da aplicação das políticas de segurança aprovadas pelo Comitê de Segurança da Informação da ENERGISA e da infraestrutura e gerência das rotinas de backup. 256 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões A ENERGISA já presta este tipo de serviço para as suas Distribuidoras. A proposta da prestação de serviços para novas distribuidoras será uma extensão do serviço atual, a preços competitivos, e aproveitando-se a sinergia proveniente das economias de escopo e escala. Atividades de CALL CENTER Nas estruturas organizacionais das distribuidoras, normalmente as áreas de atendimento ficam subordinadas às gerências operacionais da distribuição que, por sua vez, respondem por outras áreas sem um foco específico e especializado no tema atendimento ao cliente. No Grupo Rede não foi diferente do restante do setor, porém a ENERGISA, acredita que esse é modelo de gestão de relacionamento pode ser aperfeiçoado. A ENERGISA entende que a melhor maneira de atender o consumidor e a um custo adequado é ter uma empresa própria para prestar este serviço para as suas distribuidoras. Nesse contexto, a proposta da ENERGISA é utilizar a empresa já existente do Grupo Rede, a Rede Serviços, para ser a responsável pelo call center das 8 concessionárias em processo de aquisição. Conforme verificado nas diligências feitas pela ENERGISA, a Rede Serviços tem totais condições para prestar o serviço com preços adequados e com a qualidade necessária. O Rede Serviços é uma empresa voltada para o negócio call center com instalações adequadas à prestação do serviço de atendimento telefônico. A Rede Serviços possui estrutura composta por 210 PAs, com excelentes instalações de apoio (sala de descompressão, vestiários com armários individualizados, ampla sala de lanches), alinhado com o que se observa nas empresas de referência e com a regulamentação relativa à infraestrutura desse tipo de negócio. A estrutura conta ainda com Data Center e Grupo Gerador dedicado às instalações do site do call center e o cumprimento na íntegra da Norma Regulamentadora para Teleatendimento NR-17. A infraestrutura encontra-se instalada na sede da ENERSUL, distribuidora integrante do Grupo Rede, e disponíveis para utilização imediata. As fotografias a seguir referentes à Rede Serviços permitem uma avaliação da infraestrutura destacada. 257 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões Fotos da infraestrutura disponível na Rede Serviços Em maio/2013, a ENERSUL, distribuidora integrante do Grupo Rede, realizou uma tomada de preço ao mercado, relativo à prestação de serviço de teleatendimento. A modalidade escolhida foi através de postos de atendimento (PA). O escopo solicitado foi um nível de serviço 91%, ou seja, 91% das chamadas atendidas em até 30 segundos, considerando uma volumetria média de 8.000 chamadas dia e um mínimo de 93 postos de atendimento (PA). Um ponto importante nesta tomada de preço é o cumprimento do Termo de Ajuste de Conduta (TAC) que a Distribuidora assinou que prevê a manutenção do Call Center dentro do Estado de Mato Grosso do Sul, conforme mostrado a seguir: 258 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões Três empresas apresentaram suas propostas, inclusive a Rede Serviços. Seguem abaixo, os valores mensais equalizados: PA - INS 91 Custo Total Rede Serviços Provider CPFL - Atende Custo da PA Quant. de PA Custo da PA Quant. de PA Custo da PA Quant. de PA R$ 7.526,67 93 R$ 9.221,68 93 R$ 7.730,42 93 R$ 699.980,31 R$ 857.616,24 R$ 718.929,06 Conforme tabela acima, o preço ofertado pela Rede Serviços é diferenciado, em função da adoção de uma gestão focada e também mostra que a empresa pratica preços competitivos quando comparados à concorrência de mercado. Em suma, a proposta da prestação de serviços para novas distribuidoras será realizada através de uma empresa de serviços própria a preços competitivos e aproveitando-se a sinergia proveniente das economias de escopo e escala, destacando as seguintes atividades que serão aprimoradas: Implantação da área de planejamento no Call Center; Padronização do atendimento; Ampliar as facilidades do atendimento por meio eletrônico; Intensificar a comunicação proativa com o cliente; Implantar a Qualidade Assegurada; e Implantar Revisão do Workflow de atendimento. 259 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões Atividades de Crítica de Faturamento e Emissão de Faturas Em que pese às áreas de faturamento e arrecadação das distribuidoras normalmente apresentarem resultados satisfatórios do ponto de vista de desempenho operacional, a ENERGISA encontra-se atualmente em posição de destaque no quesito de qualidade do faturamento e isso foi alcançado a partir do momento da centralização das áreas de faturamento e arrecadação. O gráfico a seguir que demonstra o nível de refaturamento das distribuidoras da ENERGISA perante as demais distribuidoras do setor elétrico (fonte ABRADEE). Além do ganho em escala, a centralização propicia: Agilidade na tomada de decisão; Padronização de procedimentos; Unificação da visão do processo de faturamento fim a fim; e Aumento na qualidade. Serviço de Inspeção termográfica Aérea A ENERGISA Serviços Aéreos de Aeroinspeção S/A é uma empresa do Grupo ENERGISA que realiza inspeções termográficas aéreas em linhas de distribuição e transmissão de qualquer classe de tensão, para empresas do Grupo ENERGISA, bem como distribuidoras e transmissoras de energia do mercado. A inspeção termográfica contribui para uma vistoria mais precisa das linhas que compõem as redes, a partir de uma ação preventiva para identificação de pontos de calor, indicando as que precisam ser reparadas ou até mesmo substituídas, evitando maiores problemas e prejuízos. 260 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões A ENERGISA Serviços Aéreos possui um helicóptero Bell 407 GX, com moderno sistema de navegação, além de equipamento de inspeção visual e térmica FLIR Kelvin 350 II, um dos mais avançados disponíveis no mercado. Possui ainda equipe qualificada e atualizada, piloto experiente, com mais de 3.000 horas de vôo no modelo e grande experiência em inspeção de linhas. Esse conjunto garante inspeções com resultados muito precisos. As principais vantagens na realização dos serviços de inspeção da ENERGISA Serviços Aéreos são: Otimização do tempo, principalmente para linhas de grande extensão; Eficiência e produtividade do equipamento FLIR na inspeção dessas linhas; Alcance de pontos de difícil acesso; Qualidade e confiabilidade da realização e dos resultados da inspeção, devido à alta tecnologia do equipamento; Maior proximidade da linha, garantindo um aproveitamento de 100% da linha a ser inspecionada e a realização do serviço no menor tempo possível; Rapidez e a qualidade na emissão dos relatórios de inspeção pelo FLIR; e Relação custo-benefício favorável, se comparada a inspeção terrestre, uma vez que o tempo necessário para a inspeção aérea é muito menor do que na inspeção terrestre, sobretudo em regiões montanhosas, de difícil acesso por terra. A proposta da prestação de serviços para distribuidoras adquiridas será realizar também a inspeção termográfica de suas linhas, a preços competitivos, e aproveitando-se a sinergia proveniente das economias de escopo e escala. Serviços de Construção e Manutenção em Linha Viva de Subestações e Linhas de Distribuição em 34,5KV/138KV Serviços inerentes à: i) gestão e execução dos projetos de construção de Subestações, ii) gestão e execução de projetos de construção de linhas de transmissão em 34,5 KV a 138 KV, iii) gestão e execução de Manutenções em Subestações, iv) gestão e execução de Manutenções em Linha Viva em 34,5 KV a 138 KV e v) mobilização de equipes especializadas de linha viva para apoiar no esforço de construção e expansão previsto neste Plano que esbarra em dificuldades na contratação de equipes localmente. A ENERGISA já presta este tipo de serviço para as suas distribuidoras por meio de uma empresa própria. A proposta da prestação de serviços para novas distribuidoras será uma extensão do serviço atual, a preços competitivos, e aproveitando-se a sinergia proveniente das economias de escopo e escala. 261 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões Como exemplo de uma atividade do Grupo I, segue abaixo, a aplicabilidade do compartilhamento de recursos especializados que gerarão economias de escala, economias de escopo e sinergias de coordenação para todas as distribuidoras que, por ventura, farão parte deste compartilhamento. Logística e suprimentos (aquisição) de materiais e equipamentos As atividades de planejamento de suprimentos, executadas pelo setor de compras e áreas técnicas responsáveis pela execução das obras e manutenções, precisarão de maior integração e dedicação para mitigar falhas de suprimento e capturar todos os ganhos possíveis nas negociações com fornecedores. Atualmente não é capturada na gestão de compras a sinergia e o ganho de escala em nível de grupo, pois as concorrências de materiais e equipamentos são feitas de forma isolada por cada empresa do Grupo Rede. A proposta, neste sentido, é adotar uma estrutura de compras centralizada, que permita a realização de negociações de equipamentos específicos (transformadores de força, religadores, reguladores, equipamentos de TI, veículos, etc.) e de itens de estoque (medidores, cabos, transformadores, conectores, etc.) consolidando previamente as demandas de todas as empresas do Grupo, recebidas das áreas de planejamento, e estabelecendo um cronograma de negociações com os fornecedores para concentrar/otimizar as concorrências. Os contratos de fornecimento serão formalizados de modo que os direitos e obrigações de cada empresa distribuidora sejam independentes. A centralização das atividades de compras também permitirá a ampliação dos contratos de fornecimento de longo prazo para mais classes e fornecedores, garantindo melhores preços e confiabilidade na entrega. Resumindo, entende-se que a transferência de cultura, compartilhamento de recursos e o uso de contratos de partes relacionadas a preços competitivos serão pilares imprescindíveis que viabilizarão a recuperação da distribuidora. Seção 10.02 Plano de Integração O Grupo ENERGISA Parte essencial da história do setor elétrico brasileiro, o Grupo ENERGISA tem na distribuição de energia elétrica a principal base de seu negócio. Com cinco distribuidoras no Brasil, das quais três na região Nordeste (ENERGISA Sergipe - Distribuidora de Energia S/A, nova 262 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões denominação de Energipe, no Estado de Sergipe; ENERGISA Paraíba - Distribuidora de Energia S/A, nova denominação de Saelpa; e ENERGISA Borborema - Distribuidora de Energia S/A, nova denominação de CELB na Paraíba), uma na Zona da Mata de Minas Gerais (ENERGISA Minas Gerais - Distribuidora de Energia S/A, nova denominação de CFLCL) e uma em Nova Friburgo, no Estado do Rio de Janeiro (ENERGISA Nova Friburgo - Distribuidora de Energia S/A, nova denominação de CENF), abrange 91.180 Km² de área de concessão. Ao todo, são aproximadamente 2,55 milhões de consumidores e uma população atendida de 6,5 milhões de habitantes em 352 municípios. Atualmente, mais de 5 mil colaboradores diretos e indiretos fazem parte das suas empresas, trabalhando para levar energia elétrica a todos esses consumidores, com o objetivo de proporcionar melhor qualidade de vida à população brasileira. Fundada em 26 de fevereiro de 1905, a Companhia Força e Luz Cataguazes-Leopoldina, hoje denominada ENERGISA Minas Gerais - Distribuidora de Energia S/A é a empresa que originou o Grupo ENERGISA e que, até fevereiro de 2007, era também uma holding operacional. Com a conclusão do processo de desverticalização, a ENERGISA S.A. passou a ser a nova controladora de todas as empresas do Grupo. Outro fato marcante na história do Grupo é que ela é a terceira companhia listada na Bolsa de Valores do Rio de Janeiro, em 1907, atualmente, as ações do grupo são negociadas na Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuro de São Paulo (BM&F Bovespa) sob os códigos ENGI3, ENGI4 e ENGI11 (Units). Poucas são as empresas brasileiras que têm este histórico e tradição no mercado de capitais, que é medido em transparência nas demonstrações financeiras e governança corporativa por mais de um século. Estrutura Organizacional HOLDING ENERGISA S.A.: fundada em 1998, é uma sociedade anônima de capital aberto, que tem como principal objetivo a participação no capital de outras empresas. Originalmente Cia Força e Luz Cataguazes-Leopoldina, fundada em 26 de fevereiro de 1905, constitui-se empresa de capital aberto desde 1907, cotada na BOVESPA (ENG11, ENG 13 e ENG 14). DISTRIBUIÇÃO ENERGISA Minas Gerais (EMG): ENERGISA Minas Gerais - Distribuidora de Energia S/A, fundada em 1905. Atua na geração e distribuição de energia, atendendo a 66 municípios dos 263 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões estados de Minas Gerais e Rio de Janeiro. Fornece energia para uma população de 1 milhão de pessoas, tendo 359 mil consumidores, em uma área total de 16.331 Km². ENERGISA Nova Friburgo (ENF): ENERGISA Nova Friburgo - Distribuidora de Energia S/A, fundada em 1924. A ENERGISA Nova Friburgo atua na geração, transmissão e distribuição de energia elétrica. Fornece energia para o município de Nova Friburgo (RJ), importante pólo industrial e de serviços localizado na região serrana do Rio de Janeiro. Atende a 89 mil consumidores, cobrindo uma população de 300 mil pessoas. ENERGISA Sergipe (ESE): ENERGISA Sergipe - Distribuidora de Energia S/A, fundada em 1959 e adquirida em leilão de privatização em dezembro de 1997. Atende a 517 mil consumidores, espalhados por 63 municípios, que representa 96% do território do Estado de Sergipe, e cobre uma população de 1,84 milhões de pessoas. ENERGISA Borborema (EBO): ENERGISA Borborema - Distribuidora de Energia S/A, fundada em 1966 e adquirida em leilão de privatização em dezembro de 1999. Atende a 152 mil consumidores, concentrados principalmente no município de Campina Grande (PB), cobrindo uma população de 464 mil pessoas. ENERGISA Paraíba (EPB): ENERGISA Paraíba - Distribuidora de Energia S/A, fundada em 1964 e adquirida em leilão de privatização em dezembro de 2000. Atende a 977 mil consumidores, espalhados por 216 municípios, concentrados em uma das áreas de maior crescimento. SERVIÇOS ENERGISA Soluções: ENERGISA Soluções S/A, nova denominação de Cat-Leo Construções, Indústria e Serviços de Energia S.A., fundada em 2004, atua na operação e manutenção de usinas hidrelétricas para terceiros, construção e repotenciação de unidades geradoras, gerenciamento de obras, montagem e fornecimento de equipamentos eletromecânicos e hidromecânicos, obras civis e serviços de engenharia. ENERGISA Serviços Aéreos: ENERGISA Serviços Aéreos de Prospecção S/A, nova denominação de Cataguazes Serviços Aéreos de Prospecção S/A, fundada em 2000. Atua no mercado de serviços de inspeção termográfica aérea e içamento de cargas ENERGISA Comercializadora: ENERGISA Comercializadora de Energia Ltda., nova denominação de Cat-Leo Comercializadora de Energia Ltda., fundada em outubro de 2005, atua na área de comercialização de energia elétrica e na produção de serviços e consultorias em temas ligados a essa atividade. 264 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões ENERGISA Geração: atua na indústria de energia elétrica nas áreas de geração e transmissão, com foco na formulação de estudos e projetos de geração de energia elétrica e construção de projetos de geração renovável (hidrelétricas, PCHs, cogeração, eólicas, solar). Resultados Recentes Em 2012, a energia elétrica total distribuída pela ENERGISA somou 10.833 GWh, aumento de 8,8% ante 2011. As vendas no mercado próprio totalizaram 7.677 GWh, representando 4,8% de incremento em relação ao ano anterior. O consumo foi impulsionado pelas classes comercial e residencial que, juntas, representam 57,2% da energia total consumida pelos consumidores cativos das distribuidoras do Grupo ENERGISA. Essas classes apresentaram crescimentos no consumo de 5,3% e 7,1%, respectivamente. Embora com participação relativa menor no mercado de energia, a classe rural também se destacou, com aumento de 17,5%. A ENERGISA encerrou o exercício de 2012 com 2.549 mil unidades consumidoras cativas, quantidade 3,9% superior à registrada em 2011. Os principais ativos inerentes à distribuição de energia elétrica são representados atualmente por 144 subestações de distribuição, com capacidade total de 2.830 MVA; 4.337 quilômetros de linhas de transmissão; 132.062 quilômetros de redes urbanas e linhas rurais; e 150.982 transformadores instalados nas suas redes de distribuição, com capacidade de 3.141 MVA. A energia associada aos consumidores livres (origem das receitas de disponibilização do sistema de transmissão e distribuição), basicamente industriais, apresentou expressivo 265 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões aumento, atingindo 1.549 GWh, com avanço de 12,3% no ano. Juntos, os mercados cativo e livre tiveram crescimento de 6,0% em 2012, com consumo de 9.226 GWh. No mercado livre, a contribuição das vendas de energia oriundas das atividades de comercialização da ENERGISA Comercializadora e das vendas relacionadas aos diversos projetos de geração da Companhia expandiram 37,9% em 2012, para 1.054 GWh. O desempenho financeiro da Companhia também teve evolução significativa no exercício de 2012, com receita operacional bruta total de R$ 4.136,9 milhões, um incremento de 16,6% em relação ao ano anterior. A geração de caixa (EBITDA ajustado) também merece destaque, tendo alcançado R$ 683,5 milhões, crescimento de 15,7% em comparação a 2011. Adicionalmente, foi registrada evolução de 37,2% no lucro líquido, representado por R$ 291,1 milhões em 2012. Tais elevações se devem principalmente à expansão da energia total distribuída, ao controle dos custos gerenciáveis, bem como à expansão das atividades de comercialização de energia elétrica. 266 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões Modelo de Gestão do Grupo ENERGISA O Modelo de Gestão do Grupo ENERGISA tem como base o monitoramento constante de indicadores econômicos, financeiros e operacionais, em todos os níveis da Organização. A aplicação desse modelo de gestão vem permitindo à Companhia obter significativa evolução em sua excelência operacional, assim como, em seu desempenho financeiro. Os resultados expressivos e consistentes, ano após ano, fundamentam-se em uma gestão extremamente eficaz e assertiva, sendo expressa em vantagens competitivas relevantes: Base de Consumidores Diversificada. As concessões de distribuição das distribuidoras do Grupo ENERGISA espalham-se pelo Estado de Sergipe, Paraíba, Minas Gerais e Rio de Janeiro. A administração da ENERGISA acredita que essa variada base de consumidores minimiza sua exposição a riscos econômicos e políticos no Brasil. Em 2012, a ENERGISA gerou 47% da sua receita bruta consolidada no Estado da Paraíba (ENERGISA Paraíba e ENERGISA Borborema), 25% no Estado de Sergipe (ENERGISA Sergipe), 15% no Estado de Minas Gerais (ENERGISA Minas Gerais), 4% no Estado do Rio de Janeiro (ENERGISA Nova Friburgo). Adicionalmente, a base de consumidores não é dependente de nenhum grupo ou segmento específico da economia brasileira. Em 2012, 45% da receita bruta consolidada da ENERGISA foi gerada pela distribuição de energia elétrica a consumidores 267 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões residenciais, 23% a consumidores comerciais, 15% a consumidores industriais, 4% a consumidores rurais e 13% a consumidores do setor público. Concessões Localizadas em Áreas de Crescimento Acelerado. A maioria das concessões de distribuição da ENERGISA localiza-se em áreas com alto potencial de crescimento, a saber, na Região Nordeste, a menos desenvolvida do Brasil. A administração da ENERGISA acredita que as áreas rurais e subdesenvolvidas, bastante dispersas em suas áreas de concessão, oferecem oportunidades para crescimento expressivo. Base de Consumidores Cativos. A receita operacional bruta consolidada e volume de vendas das controladas da ENERGISA advêm preponderantemente de vendas de energia elétrica a tarifas reguladas a consumidores cativos. Em 2012, as vendas consolidadas a consumidores cativos das controladas da ENERGISA a tarifas reguladas, representaram 83,2% do volume de energia elétrica demandada nas áreas de concessão das suas distribuidoras. Atualmente o Grupo ENERGISA apresenta uma base de 0,0006% de clientes potencialmente livres em seu mercado cativo. Da energia total demandada em 2012 pelas distribuidoras do Grupo ENERGISA, cerca de 16,8% são destinadas a clientes livres. Serviços de Alta Qualidade. Em geral, as distribuidoras brasileiras de energia elétrica medem a qualidade de seus serviços pela: (i) duração de interrupção, ou DEC, que mostra o tempo médio de falta de energia por consumidor (considerando apenas interrupções iguais ou superiores a um minuto); e pela (ii) frequência de interrupção, ou FEC, que mostra o número médio de interrupções sofrido por cada consumidor (também considerando apenas interrupções iguais ou superiores a um minuto). As controladas da ENERGISA vêm apresentando expressivas melhorias nos indicadores DEC e FEC. Capacidade Financeira e Fluxo de Caixa Constante de Operações. O fluxo de caixa constante de operações das distribuidoras da ENERGISA e as suas capacidades financeiras, as permitem ter acesso a fontes de financiamento em termos e condições favoráveis para implementação de seus planos de investimentos. Administração Experiente. Os administradores e conselheiros da ENERGISA têm vasta experiência em atividades de distribuição de energia. Os diretores mais antigos têm em média 25 anos cada de experiência no negócio de distribuição de energia elétrica no Brasil. A equipe de profissionais é altamente treinada, e está constantemente procurando reduzir custos operacionais e aumentar as receitas. A ENERGISA dispõe de ferramentas de gestão de recursos humanos que priorizam a integração e motivação de seus profissionais, com o objetivo de maximizar qualidade e eficiência. Adicionalmente, a família Botelho, acionista controladora 268 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões direta da ENERGISA e indireta das distribuidoras, têm mais de cem anos de experiência de gestão na área de distribuição e geração de energia elétrica. O know-how e experiência desse acionista controlador indireto permitem que empresa seja gerida com uma visão de longo de prazo através da permanente busca na geração de valor para os seus acionistas. Governança Corporativa. A ENERGISA tem um conselho de administração formado na sua maioria por membros independentes de altíssima qualificação. O conselho de administração foi responsável para que a companhia fosse uma das 27 companhias agraciadas com selo de auto-regulação da Abrasca (Associação Brasileira de Companhias de Capital Aberto) bem como adotou padrões internacionais através de uma Política de Gestão de Riscos de Mercado Financeiro, disponível em seu website onde versa sobre políticas conservadoras de financiamento, de aplicações financeiras, de distribuição prudente de dividendos e exposição à riscos. Adicionalmente, foram formados diversos comitês (de remuneração, auditoria e sucessão) que auxiliam a gestão. Por diversas vezes as companhias que fazem parte do Grupo ENERGISA foram receberam de prêmios pela transparência de suas demonstrações financeiras bem como de seu site de relações com investidores, o que evidencia a preocupação da administração com a Governança Corporativa. Práticas Socialmente Responsáveis. As controladas da ENERGISA cumprem ininterruptamente suas obrigações de contribuição ao desenvolvimento econômico, social e cultural, e realizam esforços de preservação ambiental das áreas nas quais as empresas detêm concessões. Estes projetos já receberam diversos prêmios, incluindo o Certificado e Selo de Responsabilidade. As atividades do Grupo ENERGISA estão diretamente ligadas às comunidades onde a Companhia atua em função do fornecimento de energia elétrica a uma parcela significativa da população brasileira. Por esta razão, a empresa tem conhecimento da importância do seu papel social e, por meio de uma gestão socioambiental eficiente, intensificou o compromisso com o seu principal público, a sociedade, tornando-se cada vez mais presente por meio de patrocínios e ações de incentivo cultural, ambiental, social e esportivo. A busca pelo desenvolvimento sustentável é refletida em todas as subsidiárias do Grupo, que atuam ativamente no avanço e desenvolvimento de diversos programas no âmbito socioambiental. Visão Ampliada com Foco em Resultados Consistentes Outro aspecto de fundamental importância para execução do modelo da gestão do Grupo ENERGISA, configura-se pela implementação do processo de Planejamento Estratégico. Indicadores de desempenho econômico, financeiro e operacional, aplicáveis a todos os níveis 269 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões da organização, são acompanhados periodicamente (medidos e avaliados), com a finalidade de se obter uma análise crítica e completa do desempenho das empresas integrantes do Grupo. Os indicadores e metas estabelecidos são verificados e comparados com as melhores práticas do mercado, a fim de que sejam meios que elevem permanentemente o desempenho de cada uma das empresas (a prática de benchmarking esta difundida há vários anos no grupo). Nesse sentido, as diretrizes estratégicas, os indicadores e as metas são desdobrados para os diversos níveis da organização. O desdobramento ocorre de forma extremamente estruturada, por meio da condução de 4 etapas, com a definição clara de cada uma das entregas esperadas. São definidos Mapas Estratégicos tanto para as Unidades de Negócio, quanto para as Unidades de Apoio. Os Mapas Estratégicos são então suportados por Balanced ScoreCards, aplicáveis não somente aos executivos do Grupo, mas também os demais colaboradores. 270 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões Os resultados obtidos são comparados com as metas estabelecidas e, caso necessário, propostas de ações preventivas e corretivas ou de ampliação das ações são apresentadas e discutidas mensalmente nas reuniões de acompanhamento da gestão que ocorrem em todos níveis gerenciais. Entre as principais áreas envolvidas por tais processos e que já geraram excelentes resultados, destacam-se: 271 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões Recuperação de receitas (redução de perdas elétricas, redução das contas a receber e índices de inadimplência); Melhoria do giro dos estoques de materiais para investimento e reposição; Redução do ciclo de faturamento; Melhoria da qualidade do fornecimento de energia Ampliação da satisfação do consumidor (com base nas pesquisas ANEEL e ABRADEE) Redução de custos operacionais controláveis; e Melhoria das condições de segurança do trabalho. Excelência na Operação e Transformação de Empresas A consistência da aplicabilidade do modelo de gestão da ENERGISA também verifica-se pela sua forte capacidade de expansão da operação e de transformação de empresas adquiridas em casos de sucesso. De 1997 a 2001, a Companhia aumentou em sete vezes suas operações, com a compra de quatro distribuidoras. Apesar da complexidade, tais aquisições e suas respectivas operações pós-fusão foram conduzidas com muita eficiência e qualidade, demonstrando o comprometimento e a competência da Energia em promover o crescimento sustentável de suas operações. Distribuidoras em estado precário e com déficit de qualidade, adquiridas no processo de privatização, tornaram-se eficientes e lucrativas e, em muitos casos, passaram a ser consideradas exemplos em gestão. Desde a aquisição da última distribuidora em 2000, evoluções significativas nos indicadores de qualidade são observados de forma relevante, demonstrando um processo de melhoria contínua, acentuado no 2º ciclo tarifário. 272 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões Neste contexto, destacam-se a ENERGISA Paraíba e ENERGISA Sergipe, ambas indicadas, conjuntamente, a oito prêmios no ano de 2013, incluindo Qualidade de Gestão, Gestão Econômico-Financeira, Evolução e Desempenho, Melhor Distribuidora do Nordeste e Melhor Distribuidora do Brasil pela ABRADEE. Nas 15 edições do Prêmio ABRADEE, a ENERGISA foi premiada 26 vezes: Cabe destacar que a ENERGISA Paraíba em 2012 foi vencedora do Premio Nacional da Qualidade da Fundação Premio Nacional da Qualidade, principal distinção entre todas as empresas do Brasil no quesito Qualidade da Gestão. A ENERGISA obteve também conquistas importantes em áreas de gestão, responsabilidade socioambiental, satisfação do consumidor, qualidade e outras. Esses prêmios são consequência de uma mentalidade de gestão voltada para resultados, aplicada com destreza pelas lideranças e desenvolvida com afinco pelos colaboradores de todas as empresas do Grupo. A ENERGISA S/A, holding do Grupo, foi uma das premiadas na edição de 2012 do IR Global Rankings. A divulgação financeira da ENERGISA foi reconhecida como a "melhor dentre todas as empresas latino-americanas inscritas”. O resultado levou em conta as informações financeiras completas e detalhadas que a Companhia divulga ao mercado, adicionada à clareza na comunicação com os seus investidores. Além da categoria em que foi premiada, a ENERGISA também figurou entre as finalistas de "web site de Relações com Investidores" e "Relatório Anual Online". Em 2012, mais de 80 companhias da America Latina se inscreveram 273 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões para participar do ranking, que também possui edições na Ásia, América do Norte, Europa e Índia. Indo além de premiações, a ENERGISA busca constantemente altos níveis de qualidade de seus serviços. Atualmente, a Companhia é líder na evolução dos indicadores DEC e FEC do segmento de distribuição do Brasil. É também referência nacional em combate ao furto de energia, com investimentos anuais de R$ 36 milhões, obtendo o sétimo ano consecutivo de redução de perdas de energia. Com destaque para a ENERGISA Sergipe, que possui menor índice de perda entre as empresas da região Nordeste que atendem mais de 400 mil consumidores. A ENERGISA aplica também seu modelo de gestão como peça fundamental para melhoria do entendimento sobre o uso seguro e consciente da energia. 274 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões Como parte do Programa de Eficientização Energética da ANEEL / Procel, as distribuidoras possuem unidades móveis com experimentos científicos, sala para apresentação e projeção, além de estrutura de palco para eventos comunitários. As unidades percorrem os municípios das áreas de concessão, levando às comunidades orientações sobre o uso seguro e eficiente da energia elétrica, além de facilitar aos clientes maior aproximação e melhor relacionamento com a Companhia. O Grupo também realiza programas de Eficiência Energética nas distribuidoras, que contribuem para a educação da população que habita as regiões que a ENERGISA atua quanto ao uso racional e eficiente da energia e para a redução do consumo de energia elétrica. Em 2012, foi lançado o projeto Conta Cidadã, que consiste na troca de lixo reciclável por créditos financeiros na conta de energia elétrica dos consumidores de algumas localidades na Paraíba e em Minas Gerais, com destinação do material coletado à indústria de reciclagem. Crescimento Sustentável dos Negócios Nos últimos três anos, o Grupo ENERGISA realizou investimentos da ordem de R$ 1.713 milhões, dos quais R$ 670 milhões foram investidos no último ano (2012). Em 2013, serão investidos R$ 635 milhões em diversas iniciativas, com o objetivo de otimização de resultados, alavancagem da produtividade e fortalecimento da sustentabilidade. Em 2012, houve a intensificação de investimentos na geração de energia renovável, principalmente eólica e biomassa: investimento de R$ 560 milhões em cinco parques eólicos, localizados no Rio Grande do Norte, que foram considerados aptos a gerar em setembro de 2013. A Companhia também concluiu a aquisição de quatro Sociedades de Propósitos Espec fico (“S Es”) da onon ionergia, finalizou as obras da PCH Zé Tunin, que tem capacidade de 8 MW, e iniciou as operações da PCH Santo Antônio, também com capacidade de 8 MW. Outro destaque do exercício de 2012 foi a adequação do perfil de endividamento da Companhia, por meio da emissão de debêntures e outras captações, que asseguraram um aporte de cerca de um bilhão de reais, recursos estes indispensáveis à continuidade e melhoria das operações. Mesmo com os vultosos investimentos realizados, o Grupo ENERGISA obteve um robusto saldo de caixa e aplicações financeiras no montante de R$ 923,1 milhões. Plano de Integração A ENERGISA se credenciou como protagonista no equacionamento da situação econômicofinanceira do Grupo Rede. Além de aportar capitais, equacionar as dívidas e inadimplências, 275 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões deverá reformular a gestão técnica, operacional e comercial das concessionárias do Grupo Rede, adotando padrões de operação que permitirão o cumprimento pleno das obrigações do seu contrato de concessão. A aquisição do Grupo Rede mudará o patamar da ENERGISA no mercado elétrico brasileiro, sendo encarada pela empresa como uma oportunidade única, mas que envolve desafios significativos, dentre os quais destacam-se: Áreas de concessão de grande dimensão e dispersão; Empresas com desafios de investimentos vultuosos para equacionamento de transgressões e falhas apontadas pelo Regulador; Perda de profissionais ao longo do tempo, em função da situação das empresas; e Necessidade de recompor a credibilidade frente aos stakeholders. Após a transformação das distribuidoras adquiridas entre 1997-2000, com destaque para evolução de desempenho, qualidade de gestão e performance econômico-financeira destas empresas, o Grupo ENERGISA entende-se preparado para um segundo e relevante ciclo de crescimento. Aproximadamente 60 profissionais do Grupo ENERGISA, além de um extenso time de consultores, dedicam-se na estruturação do Plano ANEEL e na elaboração do Plano de Integração. Trabalho sério, organizado e focado nos compromissos que serão assumidos. O Grupo ENERGISA não considera outra hipótese que não a assunção do Grupo Rede. Adicionalmente, discussões com financiadores e atuais credores das distribuidoras já estão em curso, visando permitir um D+1 que dê plenas condições de trabalho aos times técnicos e comerciais, focados na melhoria das empresas. O financiamento de investimentos em infraestrutura, com linhas de crédito compatíveis, torna-se fundamental neste contexto. Sendo assim, tem-se como objetivo a substituição e/ou reestruturação da quase totalidade das dívidas das distribuidoras, como melhoria do perfil nos primeiros 90 dias da gestão. Não somente em relação a aspectos de financiamento de investimentos, a integração é um processo demandante e que requer escolhas assertivas, uma vez que as decisões tomadas irão definir como a empresa pós-fusão irá operar. A dimensão da aquisição e a simultaneidade dos planos de captura de sinergias e melhorias exigem uma abordagem diferenciada. Por este motivo a ENERGISA escolheu a metodologia de Post Merge Integration (PMI) como principal ferramenta para implementação do Plano de Integração do Grupo Rede. Ressalta-se ainda que aquisições bem sucedidas são suportadas por planos de integração cuidadosamente preparados, com apropriado e completo posicionamento, e execução profissional em todas as etapas envolvidas. Desta forma, o Grupo ENERGISA elaborou um 276 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões Plano de Integração, de forma a garantir a continuidade da operação das empresas adquiridas, em paralelo às atividades de gestão da integração. O ponto de partida consistiu na execução de um procedimento robusto de due diligence, com a identificação dos principais processos críticos para manutenção do negócio, assim como, a definição clara de todos os elementos cruciais para o processo de integração, incluindo a identificação de potenciais riscos, sua aceitação, atenuação ou transferências. Para auxílio à elaboração e implementação do Plano de Integração do Grupo Rede, foram solicitadas propostas às principais consultorias especializadas do mercado, detentoras de sólidas metodologias e conhecimentos na condução de processos de PMI e está em fase final de contratação. Neste contexto, foram definidos como principais objetivos do Plano de Integração do Grupo Rede, os seguintes: Garantia de não impacto na continuidade dos negócios das empresas adquiridas; Centralização das iniciativas/planos de medidas do PMI, para que estes sejam implementadas no prazo, custo e qualidade previstos; Modelo de Gestão de Projetos/Programas sendo aplicado com forte apoio metodológico, com suporte de uma estrutura de Escritório de Projetos (PMO) e Escritório de Processos (BPM). Adicionalmente, o Plano de Integração irá considerar, entre outros: 1. Elaboração do Modelo de Acompanhamento e Implementação, contemplando: Qualificação e quantificação de resultados; Mapeamento dos principais processos internos que requerem melhorias; Quick Wins, por empresa, incluindo identificação de medidas de integração nas Unidades de Negócio, com definição de objetivos de melhorias adicionais às identificadas; “ lano para dia ” e “ lano para dias”, permitindo que sejam comunicados e implementados tão logo seja realizado o fechamento da transação. 2. Elaboração do Modelo de Gestão de Mudanças e Comunicação, com preocupação em relação à adequada adaptação e integração dos colaboradores das empresas à cultura ENERGISA; 3. Construção do Modelo Organizacional das Unidades de Negócio adquiridas, do Modelo Operacional, e da Estrutura Corporativa; 277 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões 4. efinição do lano Estratégico para a “No a ENERGISA”, com redefinição de novas Missão, Visão e Valores, considerando o período de integração, e propondo a melhor configuração e organização da empresa resultante sob o ponto de vista de Grupo. 5. Elaboração de Matriz de Riscos, contemplando: Qualificação e Quantificação de Riscos, abrangendo as seguintes dimensões: Riscos de Sinergia, Estruturais, de Pessoas e de Projeto; e Plano de Mitigação de Riscos, incluindo balanceamento de investimentos vs. benefícios. O Plano de Integração será dividido em 3 etapas: Iniciação, Preparação, e Transição, conforme demonstrado a seguir. A etapa de Preparação encerra-se com o Closing após a homologação do Plano, findo o julgamento dos recursos à decisão na 1ª Instancia, e aprovação pela ANEEL e pelo CADE da mudança de controle. (*) Condição 1: 1ª Instância regulamentada e Plano ANEEL entregue Na Etapa de Preparação destaca-se a implementação de uma estrutura de PMI, responsável por assegurar a entrega dos objetivos estabelecidos no Plano de Integração. Destaca-se também, a definição dos aspectos essenciais para atuação no “ IA ”, primeiro dia de assunção do Grupo Rede, de forma a garantir a continuidade da operação em paralelo às atividades de melhoria de gestão. 278 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões Em ambas as etapas, Preparação e Transição, será implementada uma gestão matricial, com atuação tanto por frentes de trabalho, quanto por empresa do Grupo Rede, de forma a otimizar resultados, por meio de velocidade na implementação, sustentabilidade na execução, e alinhamento à cultura ENERGISA. Com a conclusão do Plano de Integração, surgirá a “No a ENERGISA”, empresa única no setor elétrico brasileiro. 279 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões 280 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões 11. Sumário do Regime Excepcional Regulatório No Capítulo 9, foram detalhados os temas para os quais é necessário estabelecer um regime excepcional regulatório de modo a viabilizar a sustentabilidade da concessão da Caiuá. Esses temas e seu regime excepcional regulatório podem ser assim sumarizados: Perdas Regulatórias Solicita-se o acréscimo de 1,04% da perda técnica regulatória sobre energia injetada, que passaria de 6,66% da energia injetada para 7,70%. P&D e PEE Solicitamos um prazo adicional de 24 meses, contados a partir de janeiro de 2014, para a regularização dos investimentos em P&D e no PEE, sem a aplicação das penalidades previstas durante este período. A proposta é que até o término dos 24 meses o Saldo s/ Selic dos programas não seja superior aos limites permitidos pela regulamentação. Sanções Regulatórias Para os Termos de Notificação emitidos em momento anterior à intervenção, requer-se, na eventualidade de serem convertidos em Auto de Infração, a suspensão de sua exigibilidade, pelo prazo de 2 (dois) anos, contados a partir da data de transferência de controle acionário da distribuidora. Para os Termos de Notificação emitidos após a transferência do controle acionário da Distribuidora, requer-se a extensão das benesses do regime sancionatório excepcional para que todos eles, emitidos no período de 2 (dois) anos, contados a partir da data de transferência de controle acionário da distribuidora, tenham caráter unicamente orientativo e/ou determinativo, sem a imposição de penalidades. Para os Autos de Infração cujas multas estão com a exigibilidade suspensa, e que tramitam em esfera administrativa, requer-se o aceite pela Agência do parcelamento da penalidade em 12 (doze) meses. Para os Autos de Infração cujas multas estão com a exigibilidade suspensa, e que tramitam em esfera judicial, requer-se a desistência dos valores de sucumbência por parte dessa Agência. Por fim, ainda no âmbito do regime excepcional de sanções, requer a distribuidora a anistia dos encargos incidentes sobre o valor principal das obrigações pecuniárias das sanções regulatórias (multa, juros e atualização monetária). 281 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões Obrigações Setoriais em Aberto Parcelamento da dívida dos encargos setoriais, exceto por CCC, até o término da concessão, ou seja, até junho de 2015, sendo que o início de seu pagamento ocorrerá após a assunção do controle acionário pela Energisa. O saldo devedor será atualizado pela variação da taxa básica de juros (SELIC). O passivo com CCC será pago em 12 meses, com o saldo devedor também remunerado pela SELIC. Provisionamento adicional referente à contingências Cíveis, Fiscais e Trabalhistas Provisionamento adicional, em 2013, relativo a contingências cíveis, fiscais e trabalhistas em R$ 1,5 milhões. 282 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões 12. Mensagem Final O trabalho aqui apresentado realizou um profundo diagnóstico das condições da concessionária e apontou propostas de solução de forma robusta e detalhada no Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões da Caiuá que representará a retomada da normalidade na prestação do serviço na concessão o mais rápido possível, e que passa pela mudança de controlador e pelo estabelecimento de regime excepcional regulatório. Esse regime excepcional tem a finalidade de interromper a drenagem de recursos da concessão com itens como pagamentos de multas, compensações e glosas de perdas elétricas. Além disso, manter algumas das atuais metas regulatórias resulta na intensificação de investimentos de forma insustentável no curto prazo, o que pressiona a tarifa e esbarra nas condições locais de exequibilidade. A proposta de regime excepcional contida neste relatório resulta da análise profunda, por parte da ENERGISA, do contexto atual da concessão e da expansão futura do seu mercado. Para isso, foram fundamentais as interações feitas com a atual gestão nomeada pela ANEEL no âmbito da intervenção, uma vez que, além da notória e reconhecida capacidade, está há mais de um ano convivendo com a realidade da concessão. A ANEEL tem o papel fundamental de definir patamares regulatórios específicos e diferenciados que sejam exequíveis, dada a situação excepcional em que se encontra a concessão da Caiuá. Esses patamares regulatórios específicos são os estritamente necessários para viabilizar a sustentabilidade da concessão. A ENERGISA também é parte essencial da solução. Além de aportar capitais, equacionar as dívidas e inadimplências, deverá reformular a gestão técnica, operacional e comercial da concessão Caiuá adotando padrões de operação que permitirão o cumprimento pleno das obrigações do seu contrato de concessão. Aqui os interesses da ENERGISA estão colimados com os da ANEEL, em fazer do Plano uma alternativa viável, sustentável e segura para retornar a concessão à normalidade. Para essa reformulação, a ENERGISA conta com sua história de 108 anos no setor elétrico, caracterizada pela expansão continuada, com 19 empreendimentos de geração, presta serviços de operação e manutenção para mais de 130 unidades geradoras de terceiros e administra 05 concessionárias de distribuição, atendendo a uma população de 6,7 milhões de habitantes. Como características marcantes da gestão da ENERGISA estão a sustentabilidade 283 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões técnica, operacional e financeira de suas coligadas e a melhoria continuada da qualidade do serviço prestado. Desde 2009, o DEC das distribuidoras da ENERGISA reduziu 51%, o tempo médio de atendimento 57% e as perdas elétricas 43%. Os inúmeros reconhecimentos setoriais e as avaliações dos seus consumidores atestam que a ENERGISA possui as capacitações de um operador de excelência e com grande experiência em realizar transformações em concessões que estavam com déficits de desempenho operacional e financeiro e que, portanto, possui todas as qualificações para empreender as medidas apontadas no Plano de Recuperação aqui proposto. Além da solução financeira e de sua experiência centenária de sucesso, a ENERGISA está preparada e conta com a sua grande motivação e o apoio de seus colaboradores e acionistas diante desse novo desafio, por entender que a aquisição do controle das concessionárias do Grupo Rede é uma oportunidade única de consolidar a sua expansão. Para a ENERGISA é chegada a hora da mudança para que a concessão Caiuá retome a normalidade e se torne sustentável de modo estrutural. Para tanto submete o presente Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões da Caiuá na expectativa de sua aprovação pela ANEEL, para que, no menor tempo possível, possam ser implementadas as ações necessárias para retomada da sustentabilidade da concessão em benefício de seus consumidores. 284 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões 13. Anexos: ATA DA REUNIÃO COM OS INTERVENTORES 285 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões 286 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões 287 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões ANEXO - Modelagem Regulatória Resumo Regulatório O resumo regulatório concentra os resultados das simulações dos eventos tarifários dos anos de 2014 a 2025. Apresenta também as tarifas médias resultante de cada evento projetado. O efeito médio aplicado às tarifas é segregado em dois tipos diferentes, o Efeito Médio de Uso e o Efeito Médio de Fornecimento. O primeiro apresenta somente a variação dos itens relacionados com o uso das redes, enquanto o segundo possui também a variação relacionada com a energia comprada. Receita Verificada Um evento tarifário começa com a verificação da receita realizada pela concessionária no ano tarifário anterior. Esta receita é o produto do mercado e da tarifa econômica. Como o modelo utiliza a simplificação da tarifa, que é somente financeira, a receita verificada é o produto do mercado e da tarifa financeira adicionando ou subtraindo eventuais efeitos financeiros presentes na tarifa do ano anterior. Como a tarifa média utilizada já contém descontos tarifários embutidos, além da correção dos itens financeiros, é necessário adicionar o montante de subsídios tarifários cobertos pela Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) em face dos desdobramentos da Lei 12.783/13. Tarifas Médias de Partida Na atual conjuntura regulatória, determina-se, em um evento tarifário, o nível de receita necessária para cobrir os custos das empresas, segregados em gerenciáveis (Parcela B) e não gerenciáveis (Parcela A). Esta receita é repartida entre as classes, níveis e modalidades tarifárias através de Tarifas de Referência, que consistem na relação de responsabilidade que cada segmento possui por cada parcela dos custos da empresa. Desta forma, são criadas tarifas capazes de recuperar a Receita Requerida da empresa. A modelagem financeira, pela sua própria simplificação, adotada como premissas uma tarifa única por classe para compor a receita. Ao se analisar o histórico de mercado e receita de uma distribuidora, segregado por classes, observa-se que a relação entre as duas variáveis citadas – que consiste na tarifa média – varia de forma irregular. Esta variação é resultado de diversos efeitos combinados, dos quais podemos destacar a composição da estrutura do mercado. Como a precificação dos serviços de distribuição de energia elétrica é feita, para os clientes de alta tensão, através de tarifas binômias horárias e dado que, para fins de simplificação, o 288 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões mercado é somente de energia – sem distinção horária – a tarifa média utilizada deve incorporar os custos cobrados em demanda e a diferença de preço entre os postos de Ponta e Fora de Ponta. Somado a isso, há de ser levada em conta a diferença de precificação entre os níveis de tensão e subclasses tarifárias. Desta forma, como o mercado é projetado por classes e não apresenta variação na composição de sua estrutura, a tarifa média aplicada deve, dentro do possível, refletir estes efeitos. As tarifas médias de partida, definidas por classe para os consumidores cativos, são o resultado da ponderação das tarifas homologadas pela composição do mercado ao longo do ano tarifário. Para os consumidores livres e geradores, a tarifa reflete a composição do mercado e os descontos concedidos. Para os usuários do sistema de distribuição foram utilizadas as próprias tarifas de resolução. Este procedimento de cálculo de tarifas médias, utilizando o mercado do último evento tarifário, é capaz de capturar efeitos de variações e sazonalidades na composição do mercado e mantém a finalidade básica de definição de tarifas, que é garantir o retorno integral do nível tarifário. Parcela A A Parcela A é composta dos custos não gerenciáveis da empresa, cujo repasse para o consumidor é feito de forma integral via tarifa, com exceção das perdas regulatórias. Compreende os custos com aquisição de energia elétrica, os custos com conexão e uso dos sistemas de distribuição e/ou transmissão e os custos com Encargos Setoriais, sendo que cada um recebe um tratamento diferente de repasse e projeção, conforme regulação vigente e respectiva natureza. Neste tópico é feito o cálculo da Parcela A na Data de Referência Anterior (DRA) e na Data de Reajuste em Processamento (DRP), de forma a compor o cálculo da Parcela B em DRA e da Receita Requerida em DRP. Encargos Setoriais Os encargos setoriais são definidos em legislação própria, têm destinação específica e resultam de políticas de Governo para o setor elétrico nacional. Em face da Lei 12.783/13 e seus desdobramentos, foram extintos os encargos de Conta de Consumo de Combustíveis Fósseis (CCC) e Reserva Global de Reversão (RGR). Os demais encargos foram extraídos do último evento tarifário e são projetados como apresentado a seguir: 289 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões Conta de Desenvolvimento Energético (CDE): Como a sistemática de definição das cotas de CDE foi alterada a partir da Lei 12.783/13, quando passou a ser definida em função dos recursos necessários para atingir suas finalidades e das demais receitas relacionadas à CDE, e seu tratamento é de repasse integral, a projeção adotada para a CDE é de correção por IGP-M anualmente. Aliada à correção monetária da cota com vigência atual, foi acrescido o recolhimento do saldo remanescente de CDE conforme estabelecido no art. 4ºA, § 7º, do Decreto nº 7.891, de 23 de janeiro de 2013, com redação dada pelo Decreto nº 7.945, de 7 de março de 2013. Taxa de Fiscalização de Energia Elétrica (TFSEE): O valor anual da TFSEE é estabelecido pela ANEEL com a finalidade de constituir sua receita e destina-se à cobertura do custeio de suas atividades. É definido como sendo 0,4% do benefício econômico anual auferido pela concessionária, então sua correção é feita pela variação da Parcela B da distribuidora. Encargos de Serviços do Sistema (ESS) e Encargo de Energia de Reserva (EER): o ESS representa um encargo destinado à cobertura dos custos dos serviços do sistema, inclusive os serviços ancilares, prestados aos usuários do Sistema Interligado Nacional (SIN), enquanto o EER representa todos os custos decorrentes da contratação da energia de reserva, entendida como aquela destinada a aumentar a segurança no fornecimento de energia elétrica ao SIN, proveniente de usinas especialmente contratadas mediante leilões para este fim, incluindo os custos administrativos, financeiros e tributários, que são rateados entre os usuários finais de energia elétrica do SIN. É projetado por correção monetária por IGP-M. Pesquisa e Desenvolvimento Energético (P&D): É calculado pela regra vigente de 1,00% da Receita Operacional Líquida. Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS): As distribuidoras associadas pagam mensalmente valores relativos ao custeio das atividades ONS. Este tem como atividades a coordenação e o controle da operação dos sistemas elétricos interligados e a administração e coordenação da prestação dos serviços de transmissão de energia elétrica por parte das transmissoras aos usuários acessantes da rede básica.É projetado por correção monetária por IGP-M. Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia (PROINFA): é estabelecido em conformidade com o Plano Anual do PROINFA – PAP, elaborado pela ELETROBRAS, conforme o disposto no art. 12 do Decreto no 5.025/2004, sendo suas quotas determinadas em função do mercado relativo aos consumidores cativos, livres e 290 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões autoprodutores de cada distribuidora. É projetado com base na previsão de quota de energia e a correção monetária da tarifa por IGP-M. Os valores em DRP consistem nas projeções realizadas para o dado ano tarifário, enquanto que os valores em DRA, para garantir a neutralidade dos encargos setoriais, consistem nos valores em DRP do ano anterior acrescidos do crescimento de mercado. Custos de Transporte Os custos com transmissão de energia elétrica, desde as usinas até as redes de distribuição da concessionária, são compostos por: Rede Básica (Nodal e Fronteira), Conexão/DIT, Transporte de Itaipu e Uso de Sistemas de Distribuição. Custos de Rede Básica: referem-se aos valores pagos pelas concessionárias de distribuição às Transmissoras, conforme Contrato de Uso do Sistema de Transmissão – CUST celebrado com o ONS, para acesso à rede de transmissão do sistema interligado. São calculados com base nos valores de demanda de potência multiplicados pelas tarifas. Os montantes de partida são os presentes no último evento tarifário e celebrados nos termos aditivos vigentes, enquanto as tarifas de partida são aquelas consideradas no último evento tarifário e suas respectivas atualizações em face da Resolução Homologatória nº 1.555/2013. A projeção das tarifas é feitas por correção monetária via IPG-M, enquanto que a projeção dos montantes contratados é feita pelo crescimento do mercado. Esta simplificação na projeção de montantes contratados é possível em face das simplificações adotada para o mercado e para as tarifas, que não apresentam variações na sua estrutura. Um mercado que cresce sem apresentar variação na sua estrutura resultará em um crescimento de demanda máxima e, consequentemente, num montante de contratação de mesma proporção. As distribuidoras quotistas de Itaipu pagam também a parcela atribuída à geradora Itaipu Binacional pelo Uso da Rede Básica (MUST Itaipu), de forma proporcional às suas quotas partes. A tarifa inicial é corrigida por IGP-M, enquanto a quota parte do ano de 2014 é mantida para os anos subsequentes. Outros custos de Rede Básica, como ONS (geradores A2) e Exportação (geradores A2), são corrigidos por IGP-M a partir de seus valores iniciais. 291 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões Custo de Conexão: refere-se ao uso exclusivo, pelas distribuidoras, das Demais Instalações de Transmissão (DIT) não integrantes da rede básica e pertencentes às transmissoras, para conexão às instalações da rede básica de transmissão. Os valores desse custo são estabelecidos pela ANEEL e têm reajuste anual concatenado com a data de reajuste das tarifas de fornecimento das distribuidoras de energia elétrica. As projeções destes valores são feitas através da correção monetária por IGP-M ou IPCA, a depender de caso. Transporte de Itaipu: refere-se ao custo de transmissão da quota parte de energia elétrica adquirida, pela concessionária, daquela geradora. A despesa com transporte de energia elétrica proveniente de Itaipu é o resultado da multiplicação do montante de demanda de potência (MW) adquirida pela tarifa de transporte de Itaipu fixada pela ANEEL, em R$/MW. A tarifa inicial é corrigida por IGP-M, enquanto a quota parte do ano de 2014 é mantida para os anos subsequentes. Custo de Uso de Sistemas de Distribuição: refere-se aos valores pagos pelas concessionárias de distribuição a outras Distribuidoras, conforme Contrato de Uso do Sistema de Distribuição – CUSD celebrado entre as partes, para acesso à rede de distribuição daquelas. A despesa é calculada com base nos valores de demanda de potência contratada multiplicados por tarifa estabelecida pela ANEEL em resolução da distribuidora acessada. Os montantes de partida são os presentes no último evento tarifário e celebrados nos termos aditivos vigentes, enquanto as tarifas de partida são aquelas consideradas no último evento tarifário e suas respectivas atualizações em face da Resolução Homologatória mais atual da acessada. A projeção das tarifas é feitas por correção monetária via IPG-M, enquanto que a projeção dos montantes contratados é feita pelo crescimento do mercado. Esta simplificação na projeção de montantes contratados é possível em face das simplificações adotada para o mercado e para as tarifas, que não apresentam variações na sua estrutura. Um mercado que cresce sem apresentar variação na sua estrutura resultará em um crescimento de demanda máxima e, consequentemente, num montante de contratação de mesma proporção. Os valores em DRP consistem no produto dos montantes do ano tarifário e suas respectivas tarifas. Os valores em DRA utilizam as tarifas presentes na DRP do ano anterior. Compra de Energia 292 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões Para o cálculo da despesa com energia elétrica comprada para a revenda, elabora-se o Balanço Energético da concessionária, que apura as sobras ou déficits de energia elétrica considerando a Energia Requerida no período de referência em questão. A Energia Requerida é o somatório da Energia Vendida e das Perdas Elétricas reconhecidas na tarifa. As sobras ou déficits são calculados a partir da diferença entre os totais de energia contratada e de energia requerida, ambos relativos ao período de referência. A energia contratada disponível é igual ao somatório de geração própria, CCEARs, compra de energia de contratos bilaterais e quotas de energia de Itaipu, Proinfa, Angra I e II e Usinas com Contratos Renovados. Além da energia necessária ao atendimento de seus consumidores há que se considerar que nem toda a energia elétrica gerada é entregue ao consumidor final. Perdas de energia são inerentes à natureza do processo de transformação, transmissão e distribuição de energia elétrica. As perdas podem ser segmentadas entre Perdas na Rede Básica, que são externas ao sistema de distribuição da concessionária e tem origem iminentemente técnica, e as Perdas na Distribuição que podem ser de natureza técnica ou não técnica. A Energia Vendida representa toda energia faturada pela concessionária de seu mercado cativo, consumo próprio e energia suprida a outras distribuidoras. O custo da compra de energia em DRP é obtido pelo produto dos montantes do ano tarifário com as tarifas corrigidas para a data do evento e em DRA é o mesmo montante com o preço médio reconhecido na tarifa em DRP do ano anterior. Para precificação das sobras ou déficits já foi adotada a metodologia de empilhamento de contratos utilizada nos eventos tarifários mais recentes. Os preços de compra de cada contrato foram projetados através da correção monetária pelo respectivo índice de indexação. Parcela B A Parcela B compreende os custos próprios da atividade de distribuição e de gestão comercial dos clientes, sujeitos ao controle ou influência das práticas gerenciais adotadas pela concessionária. Foram adotadas duas metodologias distintas para o cálculo da Parcela B, uma abrangendo a metodologia de Reajuste Tarifário e outra para as Revisões Tarifárias. Reajuste Tarifário A Parcela B em DRP (VPB1) é a dada pela correção da Parcela B em DRA (VPB0) pelo IGP-M subtraído do Fator X (fator numérico com vistas a compartilhar com os usuários e 293 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões consumidores os ganhos de eficiência e da competitividade estimados), como consta no contrato de concessão. A Parcela B em DRA (VPB0) é obtida pela subtração da Parcela A em DRA (VPA0) da Receita Verificada (RA0) pela distribuidora. O Fator X é composto de três componentes. As componentes T e Pd, definidas ex-ante no momento da última revisão tarifária, e a componente Q, definida ex-post com base nas melhorias de Qualidade do Serviço observadas no ano anterior, foram modeladas conforme a metodologia vigente. Revisão Tarifária Nas Revisões Tarifárias Periódicas, que ocorrem em ciclos de quatro ou cinco anos, o valor teto das tarifas, o nível de qualidade dos serviços e o índice de ganho de produtividade são revisados. Estas revisões são necessárias para garantir o repasse dos ganhos de produtividade ao consumidor e corrigir eventuais desvios que coloquem em risco a capacidade de investimento das empresas e, consequentemente, a sustentabilidade do setor. Nos anos de Revisão Tarifária, a Parcela B é revisada com base na metodologia atual. Para tanto, são feitas adições anuais na base de remuneração e descontada a depreciação do período. Com a nova base de remuneração é possível calcular a Remuneração do Capital, a Quota de Reintegração Regulatória e ao Custo Anual das Instalações Móveis e Imóveis. A Quota de Reintegração, produto da Base de Remuneração Bruta Total com a Taxa de Depreciação, é calculada com as adições da base, mas mantendo a Taxa de Depreciação do 3º Ciclo de Revisões Tarifárias Periódicas. O recálculo da taxa foge do escopo e das possibilidades deste trabalho. Para a cota de depreciação, considerou-se a mesma taxa de depreciação do 3º ciclo. A Remuneração do Capital, produto da Base de Remuneração Líquida com o Custo Médio Ponderado de Capital (do inglês Weight Average Cost of Capital – WACC), é calculada com as adições da base, mas mantendo o WACC do 3º Ciclo de Revisões Tarifárias Periódicas. Considerou-se o atual WACC regulatório para todos os ciclos tarifários subsequentes, onde o WACC real antes de impostos é de 11,36%. O Custo Anual das Instalações Móveis e Imóveis é calculado com as adições da base, mas mantendo-se a metodologia do 3º Ciclo Revisional e os dados de Vida Útil das Instalações presentes na última versão do Manual de Controle Patrimonial do Setor Elétrico. Os demais itens da Parcela B, Receitas Irrecuperáveis e Custos Operacionais, são calculados com simplificações. As Receitas Irrecuperáveis são corrigidas com base na Receita Verificada, 294 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões de forma a manter o mesmo patamar percentual de reconhecimento tarifário. O Custo Operacional real da distribuidora é integralmente repassado para a Tarifa, em cada uma das revisões tarifárias subsequentes, dado que a premissa é que a distribuidora apresenta um patamar eficiente de custos. A componente Pd do Fator X é recalculada com base na regra vigente no 3º Ciclo Revisional e a componente T não é mais utilizada, a partir do 4º ciclo, por entender que a transição entre metodologias já terá ocorrido e é considerado o repasse integral de custos. Itens Financeiros Os itens financeiros contemplam as contas gráficas que visam capturar eventuais distorções de preços reconhecidos tarifariamente e efetivamente praticados. Este item pode variar muito de um ano para o outro e permanece nas tarifas pelo período de um ano tarifário, sendo substituído no ano seguinte pelo novo componente financeiro. Os itens financeiros de partida são aqueles reconhecidos no último evento tarifário, já descontadas possível amortizações percebidas nos balanços contábeis. Os saldos de ativos e passivos não circulantes constantes no balanço são a partida para os financeiros dos eventos subsequentes. O cálculo dos financeiros segue as regras vigentes e contempla somente aqueles itens cujos custos estão refletidos no modelo, conforme listado abaixo. Conta de Compensação de Variação de Valores de Itens da Parcela A (CVA): para compensar os efeitos financeiros que ocorrem entre as datas de reajustes/revisões da Parcela A, conforme disposto na Portaria Interministerial n° 025, de 24 de janeiro de 2002, dos Ministros de Estado de Minas e Energia e da Fazenda. o CVA Energia: Calculado pela diferença do Preço Médio Praticado com o Preço Médio refletido na Tarifa. o CVA Rede Básica: Calculado pela diferença entre o Preço Médio Praticado e o Preço Médio refletido na Tarifa. A variação dos custos fixos relativos à Rede Básica (ONS A2, Exportação A2 e MUST Itaipu) é calculada em conjunto com a Rede Básica na Tarifa de Ponta, conforme regramento atual. o CVA Encargos (ESS/EER, CDE e PROINFA): Calculado pela diferença entre o desembolso e o refletido. o CVA Transporte Itaipu: Calculado pela diferença entre o desembolso e o refletido. Neutralidade dos Encargos Setoriais: Conforme disposto na Subcláusula Décima Oitava do Contrato de Concessão, consiste no cálculo das diferenças mensais apuradas 295 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões entre os valores de cada item dos encargos setoriais faturados no período de referência e os respectivos valores contemplados no reajuste anterior. Para fins de modelagem, simplificou-se o cálculo para a diferença entre o encargo reconhecido em DRP do evento tarifário anterior e a aquele considerado em DRA do reajuste em questão corrigido por CDI (proxi SELIC). Sobrecontratação/Exposição: É considerado um cálculo simplificado, com base no ano ci il ‘fechado’. Diferencial da Eletronuclear: São considerados os valores já homologados, sem projeções futuras. Ajuste Financeiro de Concatenação de CUSD: Calculado pela diferença do Preço Médio Praticado com o Preço Médio refletido na Tarifa. Outras Receitas Operacionais Para as demais receitas da concessão, utilizou-se as informações recebidas diretamente das empresas e, também, as informações constante no último processo de revisão tarifária periódica. Estes valores foram projetados conforme a sua natureza. Para Ultrapassagem de Demanda e Reativo realizou-se a correção pelo Efeito Médio do evento tarifário anterior. Para os Encargos de Conexão, a correção é por IGPM. Para os demais – Serviços Cobráveis, Compartilhamento de Infraestrutura, Sistemas de Comunicação, Serviços de Consultoria, Serviços de O&M, Serviços de Comunicação, Serviços de Engenharia, Convênios e Outros – a correção por IPCA. O tratamento regulatório destas receitas foi feito conforme o regulamento vigente, previsto no Submódulo 2.7 do PRORET. Para as receitas de ultrapassagem de demanda e reativo, os valores foram incorporados às Obrigações Especiais. 296 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões ANEXO - TUTORIAL MODELAGEM REGULATÓRIA Diferenças para a Modelagem Financeira Horizonte de Projeção O horizonte de projeção da Modelagem Regulatória, embora idêntico ao da Modelagem Financeira, traz treze colunas totalizadoras de Ano Tarifário após as Totalizadoras de Dados Trimestrais (Ano Civil). Estrutura das Planilhas Os dados podem aparecer nas cores verde, azul, preto e amarelo. Em verde estão os dados que são oriundos do Modelo Financeiro. Em azul estão os dados de entrada digitados. Em preto estão dados calculados por fórmulas na própria Interface Regulatória. Em amarelo estão os dados que são oriundos de outros módulos da Interface Regulatória. Lógicas Básicas de Modelagem A modelagem regulatória do Plano de Recuperação e Correção de Falhas e Transgressões foi desenvolvida de forma a reproduzir as regras e metodologias vigentes. 297 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões ANEXO - Módulo Regulatório O módulo regulatório é a parte principal da interface regulatória, concentrando todos os cálculos e projeções. Estes cálculos são realizados conforme o regramento vigente. É responsável por fazer a interação com a Modelagem Financeira. Abaixo segue o detalhamento de cada tópico especificando a finalidade de cada um dentro da modelagem. Reajustes e Revisões Tarifárias Consiste na saída de dados para utilização no Modelo Financeiro. Link Para o Regulatório Consiste na entrada de dados oriundos do Modelo Financeiro para alimentar a interface regulatória. Indicadores Econômicos Consiste no link de dados entre o Módulo de Indicadores (aba “IN ”) e o Módulo Regulatório. 298 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões Resumo Regulatório Tópico que apresenta o resumo das projeções de eventos tarifários realizadas. Receita Verificada Consiste no cálculo da Receita Verificada, que é o primeiro passo para construção do evento tarifário. Parcela A Este Tópico consiste no consolidador do cálculo da Parcela A. Ele utiliza dados dos módulos de Encargos Setoriais, Transporte de Energia e Compra de Energia, que são linkados através de seus respectivos tópicos. O cálculo segue o regramento vigente do setor e as premissas de projeção são mais bem explicadas nos respectivos módulos. Parcela B – Reajuste Tarifário Este tópico, embora realize o cálculo para todos os anos, é utilizado para determinar o valor da Parcela B nos anos de Reajuste Tarifário. O cálculo segue o regramento vigente do setor. Parcela B – Revisão Tarifária Este tópico, embora realize o cálculo para todos os anos, é utilizado para determinar o valor da Parcela B nos anos de Revisão Tarifária. O cálculo parte de premissas explicadas no anexo do plano. Financeiros Consiste no cálculo dos itens financeiros repassados nas tarifas, conforme regulamentação específica, e o tratamento do fluxo dos mesmos. Outras Receitas Consiste no cálculo das outras receitas operacionais. Resumo – Encargos Setoriais Tópico de link com o Módulo de Encargos Setoriais, traz o resultado dos cálculos deste módulo. Resumo – Transporte de Energia Tópico de link com o Módulo de Transporte de Energia, traz o resultado dos cálculos deste módulo. 299 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões Resumo – Compra de Energia Tópico de link com o Módulo de Compra de Energia, traz o resultado dos cálculos deste módulo. Resumo – Mercado Tópico que consiste na consolidação e agrupamento dos dados relativos ao Mercado da distribuidora, utilizado para subsidiar os demais cálculos que utilizam dados de Mercado. Resumo – Opex, Capex e Perdas Tópico que consiste na consolidação e agrupamento dos dados relativos a Capex, Opex e Perdas, utilizado para subsidiar os demais cálculos que utilizam destes dados. 300 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões ANEXO - Módulo de Transporte O Módulo de Transporte é responsável por realizar os cálculos e projeções relativos aos custos de transporte da distribuidora. Abaixo segue o detalhamento de cada tópico especificando a finalidade de cada um dentro da modelagem. Indicadores Econômicos Consiste no link de dados entre o Tópico de Indicadores Econômicos do Módulo Regulatório e o Módulo de Transporte. Estes indicadores são utilizados para a projeção. Resumo – Transporte de Energia Consiste no tópico de agrupamento e consolidação dos cálculos de Transporte que farão link com o Módulo Regulatório. Rede Básica Tópico de cálculo dos custos de Rede Básica e da reprodução do valor de reconhecimento tarifário. Realiza as projeções dos montantes contratados e das tarifas de Rede Básica. CUSD Tópico de cálculo dos custos de Uso dos Sistemas de Distribuição e da reprodução do valor de reconhecimento tarifário. Realiza as projeções dos montantes contratados e das tarifas de uso distribuição. Outros Custos de Transporte Consiste nos cálculos e projeções dos demais itens de transporte de energia. 301 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões Dados de Mercado para Projeção do Uso Tópico com link de dados para os dados de Mercado presentes no Módulo Regulatório. É utilizado para projeção dos montantes de uso contratados. 302 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões ANEXO - Módulo de Encargos Setoriais O Módulo de Encargos Setoriais é responsável por realizar os cálculos e projeções relativos aos custos de encargos setoriais da distribuidora. Indicadores Econômicos Consiste no link de dados entre o Tópico de Indicadores Econômicos do Módulo Regulatório e o Módulo de Encargos Setoriais. Estes indicadores são utilizados para a projeção. Resumo – Encargos Setoriais Consiste no tópico de agrupamento e consolidação dos cálculos de Encargos Setoriais que farão link com o Módulo Regulatório. Encargos Setoriais Consiste nos cálculos e projeções dos encargos setoriais e da reprodução do valor de reconhecimento tarifário. 303 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões ANEXO - Módulo de Compra de Energia No módulo. Indicadores Econômicos Consiste no link de dados entre o Tópico de Indicadores Econômicos do Módulo Regulatório e o Módulo de Compra de Energia. Estes indicadores são utilizados para a projeção. Resumo – Compra de Energia Consiste no tópico de agrupamento e consolidação dos cálculos de Compra de Energia que farão link com o Módulo Regulatório. Compra de Energia – CCEAR Energia Velha Tópico com a previsão dos montantes de compra de energia relativos aos CCEARs de Energia Velha e com as projeções de preço para estes contratos. Compra de Energia – CCEAR Energia Nova Tópico com a previsão dos montantes de compra de energia relativos aos CCEARs de Energia Nova e com as projeções de preço para estes contratos. Compra de Energia – CCEAR Geração Distribuída Tópico com a previsão dos montantes de compra de energia relativos aos CCEARs de Geração Distribuída e com as projeções de preço para estes contratos. 304 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões Compra de Energia – CCEAR Leilão de Ajuste Tópico com a previsão dos montantes de compra de energia relativos aos CCEARs de Leilão de Ajuste e com as projeções de preço para estes contratos. Compra de Energia – Bilaterais com Terceiros Tópico com a previsão dos montantes de compra de energia relativos aos contratos Bilaterais com Terceiros e com as projeções de preço para estes contratos. Compra de Energia – Bilaterais com Partes Relacionadas Tópico com a previsão dos montantes de compra de energia relativos aos contratos Bilaterais com Partes Relacionadas e com as projeções de preço para estes contratos. Compra de Energia – Outros Contratos Consiste nos cálculos e projeções dos outros contratos de Compra de Energia. Preço de Repasse Excepcional Este tópico permite a consideração de eventuais tratamentos excepcionais que possam ocorrer no preço de repasse de Compra de Energia. 305 Caiuá - Plano de Recuperação e Correção das Falhas e Transgressões ANEXO - Módulo de Indicadores O módulo de indicadores é responsável pela integração com os indicadores mensais do Módulo Financeiro e cálculo dos seus correspondentes para o ano tarifário de cada distribuidora. Cenário Macroeconômico Mensal Consiste na entrada de dados oriundos do Modelo Financeiro para alimentar a interface regulatória. Indicadores Econômicos Consiste no cálculo dos indicadores econômicos para os anos tarifários e na saída de dados para os demais módulos da interface regulatória. ANEXO - Outros Dados A aba “Outros” foi reser ada para tratamento de dados au iliares no cálculo do modelo. A tabela presente nela é utilizada no cálculo da Componente Q do Fator X. 306