1 A IMPORTÂNCIA DA ENTREVISTA DE ENFERMAGEM PARA DOAÇÃO DE ÓRGÃOS E TECIDOS. Renata Teresinha da Rosa1; Aline Pellegrin Anschau1; Gabriéli Gazolla Favarin1; Juliana Bolzan de Pelegrini1; Mateus Freo Ruviaro1; Paola Cechin1; Maria Helena Gehlen3 INTRODUÇÃO A doação de órgãos e tecidos é um ato pelo qual a pessoa manifesta a vontade de que, a partir do momento de sua morte, uma ou mais partes do seu corpo (órgãos ou tecidos), em condições de serem aproveitadas, possam ajudar outras pessoas. A dois tipos de doadores, os doadores vivos e os doadores não-vivos os quais foi constatado morte encefálica. Morte encefálica significa a morte da pessoa, é uma lesão irrecuperável e irreversível do cérebro após traumatismo craniano grave, tumor intracraniano ou derrame cerebral. É a interrupção definitiva de todas as atividades cerebrais. 1 Após o diagnostico de morte encefálica, o enfermeiro faz a entrevista com o familiar do potencial doador de órgãos, na qual o profissional de saúde oferecer todas as informações e suporte necessário para tomada de decisão em relação á doação.2 A sociedade em geral é sensível ao processo de doação e de 100 famílias entrevistadas, mais de 70 familiares doam os órgãos de um ente querido.3 Na busca de conhecimentos durante o fazer deste artigo, considerou-se o quanto é importante a equipe de enfermagem estar preparada para realizar a entrevista com a família. Este artigo tem o objetivo analisar quais os aspectos principais na entrevista com os familiares. METODOLOGIA Atividade de ensino sob a forma de estudo descritivo exploratório, de caráter qualiquantitativo. Com característica descritivo-exploratória que compreende a etapa de escolha do objeto de investigação, de delimitação do problema, de definição do objetivo, de construção do marco teórico conceitual, do instrumento de coleta de dados e da exploração do campo para uma maior familiarização do pesquisador com o tema a ser pesquisado.4 O conjunto de dados quantitativos e qualitativos, porém, não se opõem. Ao contrário, se complementam, pois a realidade abrangida pelos mesmos interage dinamicamente, excluindo qualquer dicotomia.5 Assim, durante as aulas da disciplina competência legal do curso de graduação em enfermagem, relacionamos a temática, com a comunicação formal por meio de diálogo com enfermeiros de dois hospitais da região de Santa Maria-RS, tendo como norte a indagação: “Quais são os aspectos principais da entrevista com os familiares para doação de órgãos e tecidos?”. O período compreendeu os meses de agosto a outubro de 2011. Salienta-se que os participantes do estudo foram identificados por nomes de órgãos humanos, mantendo o sigilo e o anonimato dos depoentes. RESULTADOS E DISCUSSÕES No Brasil, a Lei 10.211 de 2001 estabelece que a retirada de tecidos, órgãos e partes do corpo de pessoas falecidas para transplantes ou outra finalidade terapêutica, dependerá da autorização do cônjuge ou parente maior de idade, obedecida a linha sucessória, reta ou colateral, até o segundo grau, firmada em documento subscrito por duas testemunhas presentes à verificação da morte. Esta lei faz com que a família tenha total autonomia para autorizar a doação, no entanto, não existe uma preparação para vivenciar uma morte súbita que mantenha a integridade da unidade familiar.6 _______________________________________________________________________ 1 Acadêmico de Enfermagem do sétimo semestre do Centro Universitário Franciscano – UNIFRA. Santa Maria, RS. [email protected]; [email protected] 2 Enfª, Mestre em Educação. Docente do Centro Universitário Franciscano – UNIFRA. Santa Maria, RS. Membro do GEPESES/CNPq. [email protected] 2 A convivência torna as pessoas conhecedoras de si e dos outros através de uma interação que gira em torno da comunicação. A comunicação é a troca de informações e idéias entre indivíduos, ou seja, é o processo de transmissão e compreensão de uma informação de um indivíduo para outro.7 Neste sentindo, ao questionarmos os participantes em relação de quais são os aspectos principais desta entrevista, os participantes responderam o seguinte: “Informar o quadro do paciente, explicando o que significa morte encefálica. Perguntar as familiares se o paciente em vida demonstrava interesse em ser doador”[Coração]. “Consentimento direto de todos os membros da família (pais, irmãos, esposa/marido, filhos), frisar que o paciente está morto, história familiar, informar que a doação é um processo sigiloso, tanto para o doador como para o receptor (não há como saber quem doou ou quem vai receber o órgão – a não ser que seja doação entre vivos)”[Fígado] Neste contexto, afirma que a comunicação é mais do que apenas dizer palavras, e está relacionada com todas as nossas atividades diárias e relações pessoais. Porém, se não houver compreensão, não ocorre a comunicação. Se uma pessoa transmitir uma mensagem e esta não for compreendida pela outra pessoa, a comunicação não se efetivou7. Em uma entrevista para a doação de órgão é fundamental a compreensão entre os familiares e o profissional da saúde que vai aborda este familiar, nunca esquecendo que esta pessoa acabou de perder um ente querido. CONSIDERAÇÕES FINAIS Ester artigo nos permitiu ampliar nosso conhecimento sobre o papel do enfermeiro em uma entrevista com familiares em uma hora no qual o sentimento de perda é o controlador da situação. Tornando assim, um momento fundamental para obtenção de resultados positivos, com uma discussão ética, moral e legal da sustentação de que a morte é como um complemento da vida e não um inimigo a ser derrotado a qualquer custo. Sendo assim, a enfermagem tem um papel fundamental para que este gesto de pura solidariedade tome dimensões maiores das que temos hoje. Com a arte da comunicação, do saber, usando a razão e a emoção para tocar as famílias a ajudarem as tantas pessoas que esperam por uma doação. REFERÊNCIAS 1. FIGUEIREDO, Nébia M. A., et al; Tratamento prático de enfermagem. 2ªed, São Caitano do Sul, SP. Yendis Editora, 2008. p.262. 2. PEARSON IY, Bazeley P, Spencer-Plane T, Chapman JR, Robertson P. A survey of families of brain dead patients: their experiences, attitudes to organ donation and transplantation. Anaesth Intensive Care, 1995 Mar;23(1):88-95 3. FOGLIATTO, L. Doação de órgãos, na contramão do egoísmo: publicada na edição nº 385, abril de 2008 Disponível em <http://www.pucrs.br/mj/entrevista-042008.php> Acesso em: 16 agosto, 2010. 4. MINAYO, Maria Cecília de S. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde 4ªed. São Paulo, SP. Hucitec-Abrasco, 2004. p.269. 5. MINAYO, MC. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. Rio de Janeiro: Abrasco, 2007. 6. LEI N° 10.211 - 23 de março de 2001 Altera dispositivos da Lei nº 9.434, de 4 de fevereiro de 1997, que "dispõe sobre a remoção de órgãos, tecidos e partes do corpo humano para fins de transplante e tratamento". 3 7. CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à teoria geral da administração. 6ªed. Rio de Janeiro: Campus, 2000. Descritores : Doação de Órgão, Família, Enfermagem. 4 THE IMPORTANCE OF NURSING INTERVIEW FOR DONATION OF ORGANS AND TISSUES Renata Teresinha da Rosa1; Aline Pellegrin Anschau1; Gabriéli Gazolla Favarin1; Juliana Bolzan de Pelegrini1; Mateus Freo Ruviaro1; Paola Cechin1; Maria Helena Gehlen3 INTRODUCTION The donation of organs and tissues is an act whereby someone manifests the will of, from the moment of his death, one or more parts of his body (organs or tissues), in good conditions, could help other people. The are two types of donators, the living ones and the non-living donators that were found brain dead. Brain death means the death of an individual, it is an irrecoverable and irreversible brain injury after severe cranial trauma, intracranial or brain stroke. It is the definitive interruption of all brain activities. 1 After the brain death diagnostic, the nurse does an interview with the potencional organs donor’s relatives, on which the health professional oferece all the necessary support and information for the decision in relation to the donation. 2 The society in general is sensible to the process of donation and of 100 of interviewed families, more than 70 donate the organs of their loved enter.3 In the search of knowledge while doing this article, we considered how importante is for the nurse team to be prepared to perform the interview with the family. This article aims to understand and analyze what main aspects of the interview by the nurse within the donation of organs and tissues. METHODOLOGY Teaching activity in the form of descriptive exploratory study of qualitative and quantitative character. With descriptive and exploratory features that comprises the step of object invetigation choice, delimitation of the problem, definition of the objective, construction of the conceptual theoretical landmark, data collection instrument and field exploration to a greater researcher familiarization with the theme to be researched.4 The quantitative and qualitative dataset, but, do not oppose each one. Unlike it, that complemente each other, because the covered reality interacts dinamically, excluding any dichotomy.5 Thus, during math classes legal competence of undergraduate nursing course, relate to the theme, with the notication by means of dialogue with nurses from two hospitals in the region of SantaMaria-RS, with the north the question: "What are the main aspects of interviewing family members to donate organs ans tissues?” The period corresponded to the months from August to October 2011. It iconfides noted that the study participants were identified by names of human organs, maintaining the confidentiality and anonymity of the interviewees. DISCUSSION RESULTS In Brasil, the law n° 10.211 of 2001 establishes that the removal of tissues, organs and body parts of dead people for transplants or other therapeutic purposes, will of the spouse or adult relative, following the succession line, straight or colateral, until second grade, firmed on document subcript by two witnesses present on the death verification. This law makes that the family have full autonomy to authorize the donation, however, there isn’t a preparation to experience a sudden death that keeps the Family integrity. 6 The together living makes people know themselves and others through an interaction that revolves around communication. The communication is the Exchange of information and ideas between individuals, in other words, it is the process of transmition and comprising of information from one to another. 7 1 Nursing Academic of the 7th semester from Centro Universitário Franciscano – UNIFRA. Santa Maria, RS. [email protected]; [email protected] 2 Master Nurse on education. Teacher of Centro Universitário Franciscano – UNIFRA. Santa Maria, RS. Member do GEPESES/CNPq. [email protected] 5 In this sense, when questioning the participants in relation to which are the main aspects of this interview, the participants answered the following. “Informing the patient situation, explaining what means brain death. Asking his relatives if the patient in live showed interest on being a donator.”[Heart]. “Direct consentiment of all Family members (parents, brother and sisters, spouse and sons), curl that the patient is dead, Family history, inform that the donation is a secret process, as for the donator as for the patient (there is no way who donated or who is recieving the organ – unless it is not a donation between living ones).”[Liver] In this context, afirms that communication is more than saying words, it is relationed to all our daily activities and personal relations. But, if there isn’t comprising, there is not communication. If someone transmits a message and it is not comprised by the other person, the communication is not done.7 While an interview for the organ donation is fundamental that the comprising between the relatives and the heath professional that will address this relative, never forgeting that this person has recently lost a loved one. FINAL CONSIDERATIONS This article has permited us to expand our knowledge about the nurse’s role in an interview with relatives in a moment that the feeling of the loss of a loved one is the ruler of the situation. Making it a fundamental moment for the obtention of positive results, with an ethic discussion, moral and legal for the support that the death is a complement of life and not an enemy to be deafeated by all costs. So, the nursing has a fundamental role for this gesture of pure solidarity takes greater dimenssions than the ones we have nowadays. With the art of communication, knowledge, using the reason and emotion to touch the families to help the many people that wait for a donation. REFERENCES 1. FIGUEIREDO, Nébia M. A., et al; Tratamento prático de enfermagem. 2ªed, São Caitano do Sul, SP. Yendis Editora, 2008. p.262. 2. PEARSON IY, Bazeley P, Spencer-Plane T, Chapman JR, Robertson P. A survey of families of brain dead patients: their experiences, attitudes to organ donation and transplantation. Anaesth Intensive Care, 1995 Mar;23(1):88-95 3. FOGLIATTO, L. Doação de órgãos, na contramão do egoísmo: publicada na edição nº 385, abril de 2008 Disponível em <http://www.pucrs.br/mj/entrevista-042008.php> Acesso em: 16 agosto, 2010. 4. MINAYO, Maria Cecília de S. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde 4ªed. São Paulo, SP. Hucitec-Abrasco, 2004. p.269. 5. MINAYO, MC. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. Rio de Janeiro: Abrasco, 2007. 6. LEI N° 10.211 - 23 de março de 2001 Altera dispositivos da Lei nº 9.434, de 4 de fevereiro de 1997, que "dispõe sobre a remoção de órgãos, tecidos e partes do corpo humano para fins de transplante e tratamento". 7. CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à teoria geral da administração. 6ªed. Rio de Janeiro: Campus, 2000. Descriptors: Organ Donation, Family, Nursing.