TCC com Casais e Família
Eliana Melcher Martins
Doutoranda em Ciências pelo Depto.de Psiquiatria da UNIFESP
Mestre em Ciências pelo Depto. de Psicobiologia da UNIFESP
Especialista em Medicina Comportamental pela UNIFESP
Psicóloga Clínica Cognitiva Comportamental
Breve Histórico
Beck e Ellis

TCC desenvolvida para tratamento de depressão e
ansiedade

Problemas nas relações íntimas há 40 anos com Albert Ellis
e Harper (1961)

Reconheceram o papel importante da cognição nos
relacionamentos conjugais

Base: Ocorre disfunção quando os cônjuges mantêm
crenças irrealistas sobre o relacionamento, fazendo
avaliações negativas extremas sobre a origem de suas
insatisfações (Ellis et al., 1989)
Breve Histórico

60 e 70 terapeutas do comportamento aplicaram princípios da
teoria da aprendizagem para tratar problemas de
comportamentos, tanto dos adultos quanto das crianças

Muitas dessas técnicas foram utilizadas com casais e mais
tarde com famílias

Aberto caminho para pesquisas que reconheceram a
importância de se intervir nos fatores cognitivos, bem como
nos padrões de interação comportamental

80 – Fatores Cognitivos - um foco crescente da pesquisa
com casais. Cognições mais diretas e sistemáticas ≠ outras
abordagens sistêmicas
Breve Histórico

Depois do foco de atenção na distorção modificada e nas
percepções inadequadas dos casais ~ mais atenção às
inferências e crenças que os cônjuges tinham uns sobre os
outros (Baucom; Epstein, 1990; Dattilio e Padesky, 1995)

Houve adaptação do protocolo utilizado na terapia individual
para a de casal. O objetivo era a mudança de suas próprias
cognições problemáticas e de comunicar e resolver
problemas de forma construtiva

Os mesmos princípios do ponto de vista de Ellis e Beck
foram aplicados a terapia familiar que se expandiu nos anos
80 e 90
Fatores importantes na adoção da TCC
com casais e famílias

Pesquisas sobre sua eficácia

Valorização pelos clientes de uma abordagem próativa na resolução de problemas e na construção de
habilidades que a família pode utilizar no
enfrentamento de dificuldades futuras

Ênfase na relação colaborativa entre terapeuta e
paciente
Ampliação de fatores contextuais na TCC de
casal e família

Aspectos do ambiente físico
Aspectos interpessoais do casal e família
Por ex.: parentes, local de trabalho, violência
no bairro, condições econômicas nacionais

Grande ampliação na literatura com a
produção de trabalhos envolvendo a
criatividade dos praticantes
Influência de Alfred Adler
na TCC com casais e família

1978 – “As pessoas têm a necessidade de desenvolver um
relacionamento íntimo com pelo menos 1 indivíduo para seu
próprio bem e, em última análise, para o bem da sociedade.”

“A formação de casamentos e famílias fornece à sociedade
conexões entre o passado e o futuro.”

“O êxito no casamento é uma tarefa que exige posturas de
igualdade, cooperação e responsabilidade de ambos os
cônjuges, bem como habilidades para comunicar e resolver
problemas de modo colaborativo.”

Crenças irrealistas baseadas em mitos da sociedade no início do
relacionamento interferem negativamente nos casamentos.
Influência de Alfred Adler
na TCC com casais e família

O foco de atenção do tratamento era principalmente a
natureza significativa do comportamento de cada membro da
família e a consequência que suas ações têm sobre os outros
membros.

Disfunções na interação familiar envolvem a tentativa de cada
pessoa obter ou manter uma posição mais vantajosa sobre o
outro.

Princípio fundamental: mudar padrões de interação
assimétricos que prejudicam a capacidade do casal e da
família de desenvolver um relacionamento equilibrado.
Teoria da Aprendizagem Social

Indivíduos adquirem a habilidade de respostas simples ou
complexas através da aprendizagem observacional de outros
indivíduos. (Bandura, 1977)

Um indivíduo modela um comportamento só depois de prever o
reforço recebido para fazê-lo ou acreditar que é apropriado
comportar-se daquela forma

Estudam como as crianças adquirem padrões de
comportamento interpessoal pela exposição à dinâmica familiar
de origem. Mediada por processos cognitivos, como por ex.,
expectativas sobre a probabilidade de que nossas ações terão
determinadas consequências, tais como reforço ou punição
Teoria do Intercâmbio Social
Thibaut e Kelley (1959)


A satisfação e os relacionamentos íntimos das pessoas dependem da
proporção de comportamentos positivos e negativos que recebem das
pessoas significativas em sua vida.
Por exemplo: se um dos cônjuges age negativamente em relação ao
outro, este tende a responder da mesma maneira.

Agradecendo um membro da família por fazer-lhe um favor.
Mostra uma interação recíproca.

A reciprocidade pode ser postergada. Ex.: ficar com uma mágoa sobre o
modo como um parceiro se comportou e retaliar posteriormente

A TCC utiliza intervenções como contratos comportamentais e
treinamento em comunicações para maximizar os intercâmbios positivos
e minimizar os negativos (Dattilio, 1998)
Modelo Cognitivo Comportamental
Modificação de expectativas irreais no relacionamento.
Previsões sobre a probabilidade de que certas coisas vão
acontecer no relacionamento.
Ex.: Se expressar sentimentos ao cônjuge terá como
consequência uma reação verbal agressiva

Correção de atribuições errôneas nas interações do
relacionamento. Inferências sobre os fatores que
influenciam as próprias ações e as do cônjuge.
Por ex.: Concluir que o parceiro deixou de responder a uma
pergunta porque deseja controlar o relacionamento

Modelo Cognitivo Comportamental de um
tratamento

Uso de procedimentos de autoinstrução para diminuir a
interação destrutiva.

Atenção seletiva. Tendência de um indivíduo perceber
determinados aspectos do que ocorre em seu
relacionamento e ignorar outros.
Pressupostos, crenças sobre as características naturais
das pessoas e do relacionamento.
Por ex.: Uma esposa pode pensar que os homens não tem
necessidade de ligação emocional

Livro recomendado
Avaliação de caso
três etapas essenciais:

1. ENTREVISTAS CONJUNTAS

2. INVENTÁRIOS ESCRITOS E QUESTIONÁRIOS
(no Brasil não é comum o uso desse tipo de ferramenta)

3. ENTREVISTAS INDIVIDUAIS
ENTREVISTAS CONJUNTAS

Obtenção de informações da vida dos membros do
casal

Como e sob que circunstâncias o casal se conheceu

Vivem juntos ou não

Número de anos de vida em comum

Se foram casados anteriormente
ENTREVISTAS CONJUNTAS

Tiveram outros relacionamentos de longo prazo

Número e idade dos filhos do relacionamento atual e de
relacionamentos anteriores

Breve história dos problemas atuais

Com freqüência, os casais retêm informações conscientemente ou inadvertidamente - que poderiam ser
vitais ao entendimento da dinâmica do relacionamento.

Por múltiplas razões, essas informações aparecerão
mais tarde, durante o processo de tratamento
INVENTÁRIOS ESCRITOS E
QUESTIONÁRIOS
atitude conjugal
 ajustamento diádico
 felicidade conjugal
 satisfação conjugal
 crenças sobre a mudança
 problemas no companheirismo
 expressões de amor
 problemas no estilo de comunicação

ENTREVISTAS INDIVIDUAIS

Com o fim de o terapeuta interagir com
cada um e perceber seu comportamento
sem a presença do parceiro

O foco deve ser como o indivíduo vê os
problemas do relacionamento

A ênfase: os pensamentos automáticos,
as crenças sobre si mesmo e sobre as
mudanças que precisam ocorrer
Devolutiva

O terapeuta realizará uma entrevista devolutiva

a conceitualização do caso
uma análise inicial dos problemas apresentados
e um plano de tratamento



Durante o processo de avaliação, uma das preocupações
primárias do terapeuta é a identificação dos esquemas ou
crenças dos parceiros sobre os relacionamentos em geral e,
especificamente, sobre seu próprio relacionamento
Devolutiva
O
terapeuta focaliza as
expectativas de cada parceiro
quanto à natureza de um
relacionamento íntimo
Formulação do caso

origem das crenças básicas

crenças acerca do relacionamento

identificação das áreas-problema

identificação de pensamentos automáticos do
casal

identidade da família de origem
Formulação do Caso

habilidades de comunicação

dificuldades que impedem a aquisição de
habilidades de comunicação

solução de problemas

diferenças de poder no relacionamento

crenças perturbadoras a solução de problemas
Origem das Crenças Básicas





os pais
as regras da cultura local
os meios de comunicação
as primeiras experiências românticas
Existem diversas áreas que devem ser
focadas para a mudança de
comportamento no padrão de qualidade
dos relacionamentos. São elas:
CRENÇAS

As crenças básicas são o fundamento para
os pensamentos automáticos e ações de um
indivíduo em qualquer relacionamento

O levantamento dessas crenças é
fundamental para o terapeuta ensinar aos
parceiros o primeiro passo na alteração de
sua visão do relacionamento:
CRENÇAS ACERCA DO
RELACIONAMENTO
crenças distorcidas → crenças alternativas
“Todos os homens são iguais”
“Todos os homens são iguais de uma certa maneira, mas ainda
assim cada um é único”

expectativas irrealistas → frustrações e conflitos
Ex.homem provedor não espera mulher trabalhar fora

atribuições causais → atribuições errôneas
“jogar a culpa”
Conjunto colaborativo (Jacobson e Morgolin – 1979)

IDENTIFICAÇÃO DAS ÁREASPROBLEMA

Quando um casal chega para a terapia, tem pelo
menos alguma ideia do que deseja ver mudado
em seu relacionamento

Variável de casal para casal.
IDENTIFICAÇÃO DAS ÁREASPROBLEMA

Identificação das áreas de problemas

Terapeuta e o casal classificam-nas por ordem de
importância para cada um dos indivíduos e dos
efeitos debilitadores sobre o relacionamento

Cada área-problema será abordada em separado
IDENTIFICACÃO DE PENSAMENTOS
AUTOMÁTICOS DO CASAL

O modo mais direto de reconhecer um
pensamento automático quanto ao
relacionamento:

Definir uma situação específica
Perguntar:

"o que passa por sua mente nesse
momento?"

Inferência Arbitrária – Um homem cuja esposa atrasa-se meiahora após o trabalho pode pensar “Ela deve estar tendo um caso”

Abstração Seletiva – Uma mulher, cujo marido deixa de
responder seu cumprimento logo ao despertar, conclui: “Ele deve
estar zangado comigo novamente”

Hipergeneralização – Após ser rejeitado para o primeiro
encontro, um homem jovem pode concluir: “Todas as mulheres
são iguais; eu serei sempre rejeitado.”

Magnificação e Minimização – Um marido zangado “explode”
ao verificar o saldo bancário negativo e diz para a esposa:
“Estamos falidos”
Pensamentos Automáticos mais
comuns



Pensamento Dicotômico – O marido pede à esposa sua opinião sobre a
colocação de papel de parede em andamento na sala e, depois que essa
questiona sobre as emendas, ele pensa: “Não consigo fazer nada direito”.
Classificação e Classificação Incorreta – Após cometer erros contínuos
na preparação de refeições, uma esposa comenta: “Sou uma inútil”, ao
invés de reconhecer que errar faz parte de ser humano.
Visão em túnel – Uma mulher que acredita que seu namorado “faz
apenas o que quer, de qualquer modo”, pode acusá-lo de tomar uma
decisão baseado em motivos puramente egoístas.


Explicações Tendenciosas – Durante períodos de sofrimento existe
uma suposição automática de que o companheiro mantém um
motivo negativo e velado para suas ações. Uma mulher pode
afirmar para si mesma: “Ele está agindo deste modo
exageradamente carinhoso, porque, provavelmente, depois me
pedirá para fazer algo que sabe que detesto fazer”.
Leitura Mental – Dom mágico de saber o que o outro está
pensando. Um homem pode pensar consigo mesmo. “Eu sei o que
ela está pensando. Ela acha que não percebo seus truques para
enganar-me”.
Inicialmente

Pensamentos automáticos e as
crenças são identificados nas
entrevistas individuais

Objetivo de evitar a interferência do
parceiro ou a inibição para reconhecêIos na presença do outro.
Posteriormente

O casal será orientado:

a observar como cada um pensa

e a identificar seus próprios pensamentos
e crenças, compartilhando-os entre si
IDENTIDADE DA FAMíLIA DE
ORIGEM

Investigar algumas recordações do casal sobre o
relacionamento de seus pais

Isso ajudará o casal a compreender melhor alguns
de seus próprios padrões de interação e a dar os
primeiros passos para uma modificação

Deixar claro que os parceiros poderão ter de
abandonar suas crenças familiares, sobre o que
funciona ou não num relacionamento, e adotar
novas diretrizes para si mesmos
IDENTIDADE DA FAMíLIA DE ORIGEM

Isso também ajudará a reforçar

a noção de perceber as necessidades um do
outro

e a importância de obter uma maior
compreensão sobre seu parceiro.
HABILIDADES DE COMUNICAÇÃO

Problemas na comunicação mais frequentes

Ajudar o casal a compreender:
- uma boa comunicação não significa concordância
- uma boa comunicação envolve:
- aprender a falar e ouvir - haja um entendimento
mútuo sobre os pontos de vista de cada indivíduo
(técnica passar o boné).
DIFICULDADES QUE IMPEDEM A AQUISICÃO
DE HABILIDADES DE COMUNICAÇÃO

a. déficits interpessoais: alguns
indivíduos não possuem as habilidades
interpessoais básicas, mesmo em
situações sem conflito e, outros
relacionamentos

b. afeto intenso: a maior parte dos casais
tem dificuldade para a comunicação clara,
quando os parceiros estão extremamente
irritados, ansiosos ou deprimidos

Se um ou ambos os parceiros estão em um
estado de alta irritabilidade é irreal esperar
que sejam capazes de completar um
exercício de comunicação

A raiva é a emoção mais freqüente, utilize
técnicas de esfriamento: farol de trânsito,
placa "perigo"

c. crenças interferentes: a falta de esperança
é um dos impedimentos mais importantes no
processo de mudança

Crenças comuns de desesperança incluem:
"meu parceiro não vai mudar”;
"é muito tarde para nós dois";
"nossos problemas são insolúveis";
"se falarmos sobre isso, só vamos piorar tudo";
"meus esforços de nada adiantarão"

Intolerância ao desconforto emocional dos
outros

Crenças como: "sou mau se causo sofrimento a
uma outra pessoa", ou "se meu parceiro sente dor,
eu devo fazê-Ia passar'

Essas crenças podem fazer com que o indivíduo
relute em expressar mágoa e raiva, ou levar a
solução rápida do problema ou desculpas
prematuras ao invés de compreensão dos
sentimentos do outro

Mais um tipo de crença envolve o medo da
intimidade, expresso em pensamentos como:
"se as pessoas me conhecerem, certamente me rejeitarão";
"se expressar meus verdadeiros sentimentos, serei humilhado";
"sinto-me melhor sozinho";
"é arriscado falar sobre emoções - as coisas podem sair do nosso
controle";
ou "se eu me permitir alguma intimidade e o relacionamento não
funcionar, não conseguirei lidar com a dor'.
SOLUÇÃO DE PROBLEMAS

A capacidade de ouvir e resumir o ponto-de-vista do
parceiro é um bom início para a solução de problemas

Em seguida: estabelecer uma agenda

Definir positiva e especificamente cada problema

Discutir apenas um problema de cada vez

Estabelecer o foco sobre a solução mútua, no lugar de
impor culpa e responsabilidade
SOLUÇÃO DE PROBLEMAS

Em alguns casos, um problema pode ter maior
importância para um dos parceiros

Nesse caso, faz sentido selecionar uma solução
satisfatória para o parceiro mais preocupado, mesmo que
não seja a preferida por ambos

Ocasionalmente, não há uma solução mutuamente
satisfatória. Nesse caso, os casais precisam decidir
quem sairá satisfeito, cedendo seu lugar para uma
próxima oportunidade

Alternativamente, podem decidir que cada um será
satisfeito parcialmente, ou que nenhum dos dois será
satisfeito
DIFERENÇAS DE PODER
NO RELACIONAMENTO

Poder refere-se à capacidade de influenciar o
parceiro

Quase todos os relacionamentos possuem
diferenças no poder

Casal com diferenças extremas ou rígidas no
poder
- ajudá-Ios a perceber que a decisão
compartilhada traz vantagens a ambos
DIFERENCAS DE PODER

Conquistar decisão compartilhada:

Perguntar ao casal sobre as vantagens e
desvantagens de seu estilo atual de tomada de
decisões

salientando os métodos relativos ao uso dos
conhecimentos e qualidades de ambos os parceiros
para a solução do problema.
ESTILOS DE INFLUÊNCIA NOS
RELACIONAMENTOS

Parceiro fortemente influente percebe a si
como importante e não assume qualquer
responsabilidade pelos problemas no
relacionamento

Ao examinarmos os estilos de expressão do
poder, os casais podem ver como cada um
exerce influência sobre o outro, seja de forma
eficiente ou ineficiente, podendo assim,
neutralizar ou modificar os efeitos destrutivos
CRENÇAS QUE PODEM PERTURBAR
A SOLUÇÃO DE PROBLEMAS

As mais freqüentes são:

"já cedi demais" e então haverá relutância
para a negociação das soluções

"uma pequena mudança não é suficiente"

"temos de mudar muito"

"a solução precisa ser perfeita"
ESTRUTURA DA TERAPIA COGNITIVA COM
CASAIS:
ESTRATÉGIAS DE TRATAMENTO
1. história de conceitualização dos problemas do
casal:

coleta de informações para a avaliação

explicação do modelo de tratamento em termos da
história do casal
2. manejo da raiva:
neste estágio, se realiza um apaziguamento e
contenção dos pontos negativos da interação
ESTRATÉGIAS DE TRATAMENTO
3. aumento dos pontos positivos:

restaura uma fundação positiva para o
relacionamento

ajuda a estabelecer uma expectativa
positiva para a mudança

introduz um conjunto cooperativo para as
interações domésticas entre o casal
ESTRATÉGIAS DE TRATAMENTO
4. ensinar o casal a identificar, testar e
responder aos principais pensamentos
automáticos:

ensina a identificação de pensamentos
automáticos

distribui tarefas de transcrição dos pensamentos
automáticos durante os problemas

ensina o casal a determinar e testar seus
pensamentos automáticos,na sessão/ em casa
ESTRATÉGIAS DE TRATAMENTO
5. ensino de habilidades na comunicação:

uso de técnicas padronizadas (como treino
em habilidades sociais, passar o boné)

combiná-Ias com a conscientização dos
pensamentos automáticos que interferem
com o falar e o ouvir efetivos

avaliar e testar esses pensamentos
automáticos
ESTRATÉGIAS DE TRATAMENTO
6. exploração de questões relativas à raiva:

no nível superficial, aprender a avaliar os
pensamentos automáticos associados com a raiva

em nível mais profundo, identificar dúvidas secretas,
mágoas e medos escondidos, que podem abastecer
situações recorrentes de raiva

ajudar os indivíduos e o casal a responder essas
dúvidas, mágoas e medos, de modo que as
ameaças percebidas possam ser resolvidas de
forma construtiva
ESTRATÉGIAS DE TRATAMENTO
7. ensino de estratégias para a solução
do problema:

uso de técnicas padronizadas (vantagens
e desvantagens, lista de problemas,etc.)

identificação com métodos e crenças que
interferem com métodos padronizados
ESTRATÉGIAS DE TRATAMENTO
8. identificação e mudanças nas atitudes
disfuncionais e suposições centrais:




importante para o indivíduo e casais com sistemas
rígidos de crenças
examina as raízes históricas das crenças
testa a validade/utilidade atual dessas crenças
ajuda a construir atitudes mais adaptativas (tarefas
de casa)
ESTRATÉGIAS DE TRATAMENTO
9. prevenção de recaídas

revisa os princípios e estratégias aprendidas
de solução de problemas

antecipa problemas futuros e debate
soluções

marca consultas de acompanhamento após
o término da terapia
CIRCUNSTÂNCIAS ESPECIAIS QUE
OCORREM NA TERAPIA DE CASAIS

Situações de crise:
gravidez indesejada, descoberta de
infidelidade, discussão resultando em luta
física ou prisão, e abuso de álcool ou drogas

Situações de raiva e violência:
se a violência é um risco, a segurança pessoal
para ambos os membros do casal deve
assumir prioridade sobre os objetivos da
terapia
CIRCUNSTÂNCIAS ESPECIAIS

Ocasionalmente, a separação física é a única
garantia de segurança para o casal e deve ser
fortemente recomendada

Para casais com um alto grau de risco é necessária
a terapia individual

A mágoa e o medo estão por trás da maioria das
respostas de raiva. Identificá-Ias, pois abastecem os
ciclos de raiva e as expressões de raiva provocam
reações de raiva. Expressões de mágoa ou medo,
provocam pedidos de desculpa e reasseguramento
Infidelidade

Alguns casais e terapeutas acreditam que quando existe a
infidelidade, o relacionamento está condenado

Isso não precisa ser verdade, embora ocasionalmente um
caso extra-conjugal realmente sinalize o final do
relacionamento

A tarefa importante quando um romance fora do
relacionamento é revelado, é descobrir o significado deste
para o indivíduo que o mantém e para o relacionamento
primário

Uma razão comum é a insatisfação com o relacionamento
atual e a sensação de que a mudança é impossível

A pessoa que mantém o relacionamento, freqüentemente, se
dispõe a terminá-Io, na melhora do relacionamento primário
Quando um deseja romper o
relacionamento, mas o outro não

O terapeuta pode trabalhar o indivíduo que
deseja terminar o relacionamento, a fim de
compreender suas razões e testar suas
potenciais crenças distorcidas, tais como falta
de esperanças para a melhora do
relacionamento

Se for tomada a decisão de terminar com o
relacionamento, deve-se ajudar cada um dos
membros do casal a ajustar-se a essa decisão
Quando é o momento de terminar
o relacionamento

A decisão deve ser tomada pelo casal

Em geral, o relacionamento melhora um
pouco e depois piora à medida que os
conflitos perturbadores emergem

A capacidade de um terapeuta para
conceitualizar as origens desses
problemas pode ajudar na superação
mais rápida desses "pontos de impasse"
Quando é o momento de terminar
o relacionamento

O terapeuta precisa oferecer a esperança de que os
problemas, uma vez definidos, podem ser
solucionados

Se ambos os parceiros decidiram pelo fim do
relacionamento e vêm à consulta para obter auxílio
na separação, o terapeuta pode ajudar nesse
processo, após um breve exame das razões para o
término

Se um cliente não deseja se esforçar em um
relacionamento a longo prazo, na esperança de
resolver problemas, pode ser inapropriado tentar
mudar esse valor
Questões culturais:
Os casais ingressam em seus relacionamentos com
crenças e expectativas que surgem de sua cultura e
por ela são apoiados.
 Além das influências sociais mais amplas, cada
indivíduo tem uma história cultural pessoal, que
pode ser conceitualizada ao longo de quatro
dimensões:
 herança étnica ou racial
 status sócio-econômico
 afiliação religiosa ou espiritual e
 valores do papel sexual

Gays e Lésbicas

Buscam a terapia pelas mesmas razões que casais
heterossexuais

Os mesmos princípios e estratégias de tratamento
são aplicados

Os terapeutas que trabalham com eles devem estar
familiarizados com as pressões e circunstâncias
especiais enfrentadas por esses casais

Também é importante que os terapeutas se
familiarizem com os mitos, realidades e estilo de
vida dessa orientação sexual
Gays e Lésbicas

Não importando se o terapeuta é gay, lésbica ou
heterossexual, é difícil crescer em uma cultura
amplamente heterossexual, sem algumas
atitudes tendenciosas para com os
relacionamentos homossexuais

Como ocorre com todas as culturas, é
responsabilidade do terapeuta educar-se e
apoiar o sistema de valores escolhido pelo casal
PROBLEMAS DE FAMÍLIA

A Terapia Comportamental Cognitiva se concentra
em maior profundidade nos padrões de interações
da família, permanecendo consistente com os
elementos decorrentes de uma perspectiva de
sistemas

Dentro dessa estrutura, os relacionamentos, as
percepções, as emoções e o comportamento da
família, são encarados como influenciando
mutuamente um ao outro, de forma que uma
inferência cognitiva pode evocar emoções e
comportamentos, e a reação e o comportamento
podem influenciar a cognição
PROBLEMAS DE FAMÍLIA

Dessa forma, um membro da família provoca
comportamentos, cognições e emoções em
outros membros que, por sua vez,
despertam, como resposta, cognições,
comportamentos e emoções por parte do
primeiro membro

À medida que este ciclo continua, a
instabilidade da dinâmica familiar aumenta,
tornando os membros da família vulneráveis
a uma espiral negativa de conflitos
PROBLEMAS DE FAMÍLIA

À medida que aumenta o número de membros da
família envolvidos, também aumenta a complexidade
da dinâmica, acrescentando mais combustível ao
processo de conflito

A intervenção terapêutica é baseada nas suposições
pelas quais os membros da família interpretam e
avaliam um ao outro, e as emoções e comportamentos
que são gerados em resposta a estas cognições

As crenças, valores e modelo (regras) trazidos da
família de origem de cada parceiro são o filtro pelo
qual as partes constróem as crenças de uma nova
família. Isso pode ser muito conflitivo.
TRATAMENTO

Definir o problema atual ou a crise apresentada.

Manter uma posição definida e diretiva ao penetrar
na unidade familiar e
introduzir ativamente a
mudança.

Tentar descobrir pelos pais alguma idéia geral da
história e da família de origem

Identificar esquemas derivados das famílias de
origem dos pais e determinar como estes foram
filtrados para os esquemas da família atual e as
expectativas dos membros da família.
TRATAMENTO

Determinar os pensamentos automáticos e os
esquemas dos membros da família por meio de
Questionamento socrático

Introduzir o conceito de testagem dos pensamentos
automáticos e desafiar as crenças subjacentes
individuais dos membros da família

Além disso, fazer algumas sugestões para
comportamentos alternativos modificação das
interações familiares
TRATAMENTO

Introduzir o conceito do acordo com um contrato
de comportamento, em uma tentativa de acalmar
a crise atual

A estrutura do tempo deve se estender de sessão
para sessão, como um novo contrato desenvolvido
em cada sessão

Movimentar-se em direção à reestruturação dos
esquemas permanentes e à modificação do
comportamento
TRATAMENTO

Concentrar-se nas habilidades de
comunicação e nas estratégias melhoradas
de resolução de problemas

Reforçar a implementação das estratégias
mencionadas para as crises futuras
(prevenção de recaída)

É essencial acalmar a instabilidade de uma
crise familiar antes de se concentrar em uma
mudança de esquemas permanentes
OBRIGADA
PELA
ATENÇÃO
Bibliografia
www.livrariadopsi.com.br
Sugestão de filme: Gente como a gente
Livros - Dattilio F.M.,Padesky Manual de Terapia CognitivoComportamental para Casais e Famílias.São Paulo: Artmed,
2011
Nichols M.P.,Schwartz R.C. Terapia Familiar – Conceitos e
Métodos.São Paulo: Artmed, 7ª.ed.2007
Minuchin S.,Fishman H.C.Técnicas de Terapia Familiar.São
Paulo: Artmed, 2003
Knapp P. Terapia Cognitivo-Comportamental na Prática
Psiquiátrica. Porto Alegre: Artmed, 2004
Download

estratégias de tratamento