HABILITAÇÃO E CELEBRAÇÃO Professor Paulo Hermano PROCESSO DE HABILITAÇÃO Conceito: É o procedimento que corre perante o oficial do Registro Civil, no domicílio dos nubentes, principiado por pedido assinado por ambos. QUATRO PASSOS: 1) Pedido de habilitação. 2) Remessa dos autos ao MP e Juiz. 3) Publicação dos proclamas ou editais. 4) Certificado de habilitação com prazo de validade de 90 dias. 1º Passo – Requerimento de Habilitação: Pedido acompanhado dos seguintes documentos: I - Certidão de Nascimento ou docto equivalente: - Prova da idade dos nubentes (para fins de verificação da idade núbil (16 anos tanto para o homem quanto para a mulher) - Admite-se o suprimento judicial de idade quando houver gravidez. II - autorização por escrito das pessoas sob cuja dependência legal estiverem, ou ato judicial que a supra; III - declaração de duas testemunhas maiores, parentes ou não, que atestem conhecê-los e afirmem não existir impedimento que os iniba de casar; IV - declaração do estado civil, do domicílio e da residência atual dos contraentes e de seus pais, se forem conhecidos; V - certidão de óbito do cônjuge falecido, de sentença declaratória de nulidade ou de anulação de casamento, transitada em julgado, ou do registro da sentença de divórcio. 2º Passo: Remessa dos autos da habilitação para o MP e Juiz Art. 1.526. A habilitação será feita perante o oficial do Registro Civil e, após a audiência do Ministério Público, será homologada pelo juiz. Crítica: A necessidade de homologação pelo Juiz é medida burocratizante, e na contra-mão da reforma do judiciário. Terceiro Passo:Publicação dos Editais ou Proclamas O oficial do Cartório de Registro Civil extrai o edital; O edital deve ser afixado durante 15 dias no domicílio dos nubentes (em caso de domicílios diversos, será feita a afixação em ambos); Nos locais onde haja imprensa, o edital deve ser obrigatoriamente publicado. Se houver urgência, o juiz poderá dispensar a publicação dos proclamas. Quarto Passo – Certificado de Habilitação Documento lavrado pelo oficial do registro civil (CC, art. 1.531) A eficácia da habilitação será de noventa dias, a contar da data em que foi extraído o certificado (CC, art. 1.532). Celebração do casamento Características da celebração do casamento Cerimônia pública (“de portas abertas”) Reiteração da vontade: O celebrante deve indagar aos nubentes se persistem no propósito de casar e se é livre a sua vontade. Caso as respostas sejam afirmativas, haverá declaração solene do celebrante e lavratura do assento no livro de registros. Suspensão da celebração do casamento - Se algum dos contraentes recusar a solene afirmação de sua vontade. - Se um dos contraentes declarar que não é livre e espontânea a sua vontade. - Se algum deles manifestar-se arrependido. Se o contraente que deu causa à suspensão quiser se retratar e casar, só poderá fazê-lo no dia seguinte DIZERES SOLENES: Art. 1.535: Presentes os contraentes, em pessoa ou por procurador especial, juntamente com as testemunhas e o oficial do registro, o presidente do ato, ouvida aos nubentes a afirmação de que pretendem casar por livre e espontânea vontade, declarará efetuado o casamento, nestes termos:"De acordo com a vontade que ambos acabais de afirmar perante mim, de vos receberdes por marido e mulher, eu, em nome da lei, vos declaro casados." FORMALIDADES FINAIS: Art. 1.536. Do casamento, logo depois de celebrado, lavrarse-á o assento no livro de registro. No assento, assinado pelo presidente do ato, pelos cônjuges, as testemunhas, e o oficial do registro, serão exarados: I - os prenomes, sobrenomes, datas de nascimento, profissão, domicílio e residência atual dos cônjuges; II - os prenomes, sobrenomes, datas de nascimento ou de morte, domicílio e residência atual dos pais; III - o prenome e sobrenome do cônjuge precedente e a data da dissolução do casamento anterior; IV - a data da publicação dos proclamas e da celebração do casamento; V - a relação dos documentos apresentados ao oficial do registro; VI - o prenome, sobrenome, profissão, domicílio e residência atual das testemunhas; VII - o regime do casamento, com a declaração da data e do cartório em cujas notas foi lavrada a escritura antenupcial, quando o regime não for o da comunhão parcial, ou o obrigatoriamente estabelecido. CASAMENTOS ESPECIAIS Professor Paulo Hermano Modalidades especiais de Casamentos Casamento por procuração: A procuração deve conter poderes especiais. Tem prazo certo de 90 dias Casamento em caso de moléstia grave: ocorre quando não se puder aguardar a data designada ou quando um dos nubentes não puder se locomover. O celebrante deve ir até os nubentes e realizar o casamento na presença de 2 testemunhas. Casamento Nuncupativo, “in extremis” ou “in articulo mortis” - - - - ocorre quando um dos nubentes estiver em iminente risco de vida. Serão dispensadas a habilitação e a presença do celebrante. Deve ocorrer na presença de 6 testemunhas que não sejam parentes próximos dos nubentes. Nos 10 dias subseqüentes, as testemunhas deverão comparecer perante a autoridade judiciária mais próxima para que suas declarações sejam reduzidas a termo. O juiz verificará a presença de impedimentos, será dada vista ao MP e a sentença terá eficácia retroativa à data do ato. Caso o doente melhore, poderá ele mesmo, conjuntamente com o outro nubente, confirmar o ato perante o oficial do Registro Civil, mediante apresentação dos documentos do art. 1525. Exige-se a presença de 2 testemunhas Casamento Religioso com efeitos civis especiais A celebração perante a autoridade religiosa poderá gerar efeitos civis, desde que: a) sejam observados os requisitos de validade para o casamento civil. b) o ato seja registrado no Registro Civil. c) seja celebrado por celebrante de credo reconhecido. Casamento celebrado no estrangeiro - - - É o casamento celebrado fora do Brasil, perante a autoridade estrangeira ou perante os cônsules brasileiros. Deverá ser registrado no Brasil (cartório do domicílio ou no 1º ofício da Capital do Estado onde passarem a residir) no prazo de 180 dias, a contar do retorno de um ou de ambos ao Brasil. CC, art. 1.544 Casamento Putativo É o casamento que, embora seja nulo ou anulável, gera efeitos do casamento válido para o cônjuge de boa fé. A sentença não terá eficácia retroativa em relação ao cônjuge de boa-fé.