Cefaléia Tensional Ambulatório de Cefaléia – FAMEMA Mateus Matos Mantovani 2010 Definição • 3 formas (International Headache Society): - Cefaléia tensional episódica infreqüente: menos 12dias/ano; - Cefaléia tensional episódica freqüente: entre 12 e 180 dias/ano; - Cefaléia tensional crônica: no mínimo 180 dias/ano; Definição Definição Definição Definição • Dor bilateral, em pressão/aperto, pequena a moderada intensidade; • Episódios curtos de duração variável (episódica) ou contínua (crônica); • Não acompanha vômito ou intensa fotofobia/fonofobia - Na tensional crônica aceita-se um dos sintomas supracitados, exceto vômito (aceita-se náusea leve); Diagnóstico • Diagnóstico diferencial: excluir cefaléias secundárias que podem mimetizar o quadro; • Exame neurológico / diário da cefaléia (revela possíveis gatilhos da dor e abuso de medicamento); • Palpação dos músculos pericranianos e suas inserções; Diagnóstico • Gatilhos mais comuns: estresse, refeições irregulares ou inapropriadas, consumo abusivo de cafeína, desidratação, alterações no sono (qualidade e quantidade), ciclo menstrual irregular. Epidemiologia • Índice feminino-masculino de 5:4; • Pico de instalação entre 25-30 anos; • Pico de prevalência entre 30-39 anos; • Poucas horas de sono e dificuldade de relaxar após o trabalho são fatores de risco; • Estudos apontam já ter se tornado mais onerosa que a migrânea, com índices de perda de dias de trabalho superiores da cefaléia tensional. Fisiopatologia • Tradicionalmente atribuída a contração intensa seguida de isquemia dos mm. pericranianos, sendo que estudos refutaram a hipótese, demonstrando contração não tão intensa e ausência de lactato; • Contudo, há aumento na tensão e consistência do tecido miofascial pericraniano, positivamente relacionado com a intensidade e frequência de cefaléias em indivíduos com CTT; Fisiopatologia • “trigger points” pericranianos – aumento da atividade eletromiográfica em pacientes com CTT; • Evidências apontam para aumento na sensibilidade do tecido miofascial pericraniano, através de aferentes sensoriais periféricos (mediadores inflamatórios? / aumento da tensão nos “trigger points”?) ou; • Decréscimo da atividade antinociceptiva de neurônios de segunda ordem (corno posterior da medula óssea / núcleos trigeminais / estruturas supraespinais); Fisiopatologia • A característica difusa da dor pode ser relacionada à convergência de vários aferentes sensitivos num único núcleo espinal, além de sugerir envolvimento de aumento de sensibilidade central; Fisiopatologia • Cronificação da cefaléia: Estímulo nociceptivo pericraniano Ação contínua Aumenta sensibilidade vias nociceptivas do SNC Fisiopatologia • Estudos recentes apontam relação de depressão / ansiedade em pacientes com CTT episódica freqüente, refutando relação com a infreqüente; • Depressão seria um fator agravante do aumento da sensibilidade nociceptiva já discutida. Tratamento • Tratamento não farmacológico: - Evitar os gatilhos da dor; - Fisioterapia ainda sem evidência científica consistente; - Psicoterapia com treinamento para evitar desencadeantes de estresse e aquisição de capacidade de relaxamento muscular voluntário tem mostrado bons resultados. Tratamento • Farmacoterapia aguda: Ibuprofeno Aspirina 500 – Acetaminofeno 1000mg 1000mg 200 – 400mg ou Diclofenaco de Potássio 50-100mg Tratamento • Farmacoterapia aguda: - Visa tratamento das crises: - Vantagens acetaminofeno e ibuprofeno: menor agressão gástrica; - Triptanos, opióides e relaxantes musculares não efetivos no tratamento. Tratamento • Farmacoterapia profilática: Mirtazapina Amitriptilina 10 – 75mg/dia 10 – 30mg/dia Tratamento • Farmacoterapia profilática: - Indicada a pacientes com cefaléia tensional crônica sem resposta satisfatória à terapia não medicamentosa; - Evitar uso diário de analgésicos na vigência do tratamento; - Recomendação: combinar terapia nãomedicamentosa com profilaxia medicamentosa tem apresentado bons resultados. Bibliografia • Bendtsen L. , Jensen R. , Tension-type headache, Neurol Clin 27 (2009) 525–535