Texto & Contexto Enfermagem ISSN: 0104-0707 texto&[email protected] Universidade Federal de Santa Catarina Brasil Varoto Gurian, Vania Aparecida; Truzzi Serra, Oswaldo Mário; Pavarini Iost, Sofia Cristina Programas para idosos independentes: um estudo sobre seus egressos e a prevalência de doenças crônicas Texto & Contexto Enfermagem, vol. 13, núm. 1, janeiro-março, 2004, pp. 107-114 Universidade Federal de Santa Catarina Santa Catarina, Brasil Disponível em: http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=71413115 Como citar este artigo Número completo Mais artigos Home da revista no Redalyc Sistema de Informação Científica Rede de Revistas Científicas da América Latina, Caribe , Espanha e Portugal Projeto acadêmico sem fins lucrativos desenvolvido no âmbito da iniciativa Acesso Aberto Programas para idosos independentes: um estudo sobre seus egressos e a prevalência de doenças crônicas - 107- PROGRAMAS PARA IDOSOS INDEPENDENTES: UM ESTUDO SOBRE SEUS EGRESSOS E A PREVALÊNCIA DE DOENÇAS CRÔNICAS1 PROGRAMS FOR INDEPENDENT ELDERLY PEOPLE: A STUDY ABOUT THEIRS EGRESSES AND THE PREVALENCE OF CHRONIC DISEASES PROGRAMAS PARA ADULTOS MAYORES INDEPENDIENTES: UN ESTUDIO SOBRE SUS EGRESOS Y LA PREVALENCIA DE ENFERMEDADES CRÓNICAS Vania Aparecida Gurian Varoto2; Oswaldo Mário Serra Truzzi3; Sofia Cristina Iost Pavarini4 Dados parciais da tese de doutorado desenvolvida junto ao Depto de Engenharia de Produção-UFSCAR, com apoio financeiro da CAPES e da FAPESP. 2 Terapeuta Ocupacional. Aluna do Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção/UFSCAR. Membro do Programa Interdisciplinar de Pesquisa e Extensão na Maturidade-Centro de Orientação ao Idoso e seu Cuidador/UFSCAR. 3 Prof. Adjunto do Depto de Engenharia de Produção/UFSCAR. Orientador desta pesquisa. 4 Prof. Adjunta do Depto de Enfermagem/UFSCAR. Coordenadora do Programa Interdisciplinar de Pesquisa e Extensão na Maturidade/COIC-Centro de Orientação ao Idoso e seu Cuidador/UFSCAR. Co-orientadora desta pesquisa. 1 PALAVRAS-CHAVE: Saúde RESUMO: Grupos de terceira idade têm aumentado significativamente no país, contribuindo para um novo paradigma da velhice. O objetivo deste estudo foi identificar egressos de programas para idosos do idoso. Doença crônica. Serviço de saúde para idosos. com ênfase em atividades culturais, sociais, educacionais e de lazer, e as razões que fizeram essas pessoas a pararem de participar desses. Das 306 pessoas que pararam de freqüentar os grupos de terceira idade no município de São Carlos, 42 (14%) o fizeram por motivo de doença. Dentre essas, todas eram idosas (60 anos e mais) e 22 foram contactados por telefone, sendo 15 mulheres (idade média de 72 anos) e 07 homens (idade média de 71 anos). Verificamos que algumas desistências estão relacionadas a doenças crônicas, sendo as mais prevalentes nas mulheres a osteoporose, seguida da hipertensão, diabetes e artrite, e nos homens a osteoporose e problemas cardiovasculares. Devemos repensar a forma como esses grupos têm se desenvolvido, se estruturado e por quem são formados, para que ações de prevenção possam ser desenvolvidos junto a seus participantes. KEY WORDS: Aging health. ABSTRACT: The number of elderly groups has significantly increased in the country, contributing for a Chronic disease. Services for new paradigm in terms of aging. The main objective of this study was to identify egresses of programs for the aged. elderly people that place emphasis on cultural, social, educational, and recreational activities, as well as the reasons that led these people to quit attending such programs. From the 306 elderly that stopped attending the elderly groups in the city of Sao Carlos, 42 (14 %) did it for health problems. Among them, all of them were elderly people (60 years old and more) and 22 were contacted by phone, being 15 women (average age of 72 years old) and 07 men (average age of 71 years old). It was verified that the decision made by some of these people to stop attending the programs is related to chronic diseases, osteoporosis being more prevalent in the women, followed by hypertension, diabetes and arthritis, and men listing osteoporosis and cardiovascular problems. The form on how these groups have developed should be rethought and restructured, as they are formed so that prevention actions can be developed along with the participants. PALABRAS CLAVE: Salud del adulto mayor. Enfermedad cronica. Servicios de salud para ancianos. . . RESUMEN: Los grupos de la tercera edad han aumentado significativamente en el país, contribuyendo para un nuevo paradigma de la vejéz. El objetivo de este estudio fue identificar los egresos de programas para adultos mayores, con énfasis en actividades culturales, sociales, educativas y de tiempo libre, y los motivos de su desistencia en la participación para estos programas. De los 306 participantes que desistieron de frecuentar los grupos de la tercera edad en la municipalidad de San Carlos, 42 (14%) abandonaron por motivos de enfermedad. Entre ellos, todos eran ancianos ( más de 60 años) y 22 fueron contactados por teléfono, siendo 15 mujeres (con edad media de 72 años) y 07 hombres (con edad media de 71 años). Verificamos que algunas desistencias están relacionadas a enfermedades crónicas, siendo las de mayor prevalencia en las mujeres la osteoporósis seguida de hipertensión, diabetes y artritis y en los hombres la osteoporósis y los problemas cardiovasculares. Debemos repensar en la forma como se están desarrollando y estructurando este tipo de grupos, así también, a quienes están destinados, para que puedan desarrollarse acciones preventivas junto a sus participantes. Endereço: Vania Aparecida Gurian Varoto Alameda das Rosas, 387, Casa 8 13566 560 - Cidade Jardim, São Carlos, São Paulo E-mail: [email protected] Texto Contexto Enferm 2004 Jan-Mar; 13(1):107-14. Artigo original: Pesquisa Recebido em: 15 de setembro de 2003 Aprovação final: 05 de fevereiro de 2004 - 108 - INTRODUÇÃO No atual cenário brasileiro, onde temos uma longevidade crescente e o surgimento de novas alternativas de vida, novas necessidades e novos interesses, observa-se um crescente interesse da população considerada com mais idade em se envolver e usufruir do seu tempo livre, através de atividades que até então eram mais “restritas” aos jovens, aos adultos jovens. A busca por uma velhice ativa, participante, fica mais evidente. Os programas/grupos relacionados as atividades culturais, de lazer, esportivas, educacionais e sociais, têm se expandido e proporcionado um jeito diferente de viver a velhice. Esses programas abrem possibilidades de se viver a velhice sem solidão, com prazer, satisfação e contatos sociais. No entanto, parece que a participação dos idosos nestes programas está de certa forma condicionada a sua independência. Quando as pessoas adoecem, e às vezes por isso, passam a apresentar alguma fragilidade para desempenhar suas atividades de vida diária, elas na maioria das vezes, deixam de freqüentar estes programas. Então, passamos a enfrentar um novo desafio: o que fazer quando a dependência chegar? Este trabalho pretende trazer algumas reflexões sobre programas para idosos e quando condições crônicas de saúde se instalam em seus participantes. LONGEVIDADE E DOENÇAS CRÔNICAS O crescimento da população idosa no Brasil e o aumento da expectativa de vida vêm despertando a atenção para os problemas referentes ao processo de envelhecimento e indicando a necessidade de mudanças na sociedade para garantir condições que propiciem um envelhecimento digno e com qualidade. A presença de pessoas idosas na população vem crescendo rapidamente e hoje representa em torno de 9,1% da população brasileira. Estima-se que em 25 anos a população de idosos no Brasil poderá ultrapassar os 30 milhões de habitantes1-2. As mudanças na estrutura da pirâmide populacional são decorrentes da expectativa de vida e da queda da fecundidade nas últimas décadas, da redução da morbidade e da mortalidade devidas aos avanços tecnológicos e científicos, da maior participação da mulher no mercado de trabalho, dentre outras causas3. O grande desafio será fazer com que essa longevidade seja acompanhada de qualidade de vida, pois a prevalência de doenças crônicas tem aumentado significativamente. Hoje, com novos avanços tecnológicos e científi- Varoto VAG; Truzzi OMS; Pavarini SCI cos, que contribuem para um maior controle dos cuidados com a saúde e com o ambiente, as doenças infecciosas têm diminuido principalmente na população de crianças e jovens concorrendo para o aumento dos anos de vida. Contudo, as diferenças regionais, socioeconômicas e as más condições de higiene continuam a afetar grande parte da população brasileira não evitando determinadas doenças embora se viva mais anos4. A transição demográfica que o país tem evidenciado, de uma população mais jovem para mais envelhecida, contribui para uma mudança epidemiológica relativa à morbidade e mortalidade da população. Estudos apontam que o aumento da prevalência das doenças crônicas não-transmissíveis, principalmente nas pessoas idosas, têm aumentado significativamente e que as doenças infecto-contagiosas, tendem a diminuir sua incidência4. O aumento das doenças crônicas tem trazido como conseqüência alterações na capacidade funcional dos idosos que podem exigir mudanças na estrutura da vida dessas pessoas e de quem as cerca. Dentre as doenças crônicas mais freqüentes temos: hipertensão, diabetes, artrite, insuficiência renal, osteoporose, demências, entre outras. A presença dessas doenças interfere de alguma maneira na vida das pessoas, podendo ter maior ou menor significado para cada uma de acordo com o ambiente em que vive, de sua história de vida, dos aspectos sócioeconômicos, dentre outros. Além disso, nota-se um aumento dessas doenças após os 80 anos e na sua maioria, é o cuidador familiar que dá suporte e apoio aos idosos que precisam de atenções4-12 . Há necessidade de se produzir conhecimentos para compreender e ajudar o idoso nesse estado limite de dependência/independência/autonomia, já que se trata de uma relação dinâmica, complexa e heterogênea, vinculada a diferentes maneiras de se entender essa dinâmica no cotidiano4-9. Além disso, o aumento dos anos de vida de uma pessoa não significa uma vida com qualidade, com satisfação. Somado ao aumento dos anos de vida de pessoas nos deparamos com um cenário brasileiro de carência de recursos sociais e profissionais para atender novas demandas1-15. Portanto, embora uma pessoa possa viver mais, não necessariamente vive melhor. DEPENDÊNCIA E NECESSIDADE DE CUIDADO No Brasil, o cuidado ao idoso com certo grau de dependência, ainda é uma responsabilidade da faTexto Contexto Enferm 2004 Jan-mar; 13(1):107-14. Programas para idosos independentes: um estudo sobre seus egressos e a prevalência de doenças crônicas mília. Geralmente, quando uma pessoa idosa precisa de ajuda, os filhos adultos costumam assumir este papel, na maioria das vezes, por ter um vínculo afetivo, uma responsabilidade culturalmente incorporada de obrigação de filho para com o pai ou mesmo por não ter outra opção de cuidado. O trabalho com uma pessoa idosa que demanda cuidados intensivos, prolongados e especializados, via de regra, ultrapassa os limites e possibilidades da família, podendo sentir-se sobrecarre-gada, desorientada e sem ânimo para seguir em frente nessa tarefa. A qualidade de vida de todas as pessoas envolvidas pode ficar comprometida13-18. Geralmente, este cuidador familiar é uma mulher de meia idade (esposa, filha, nora). Quando filha, geralmente é a mais velha, depois a solteira ou viúva. Entretanto, em virtude das mudanças sociodemográficas, as famílias têm desempenhado papéis diferentes na sociedade, trazendo um novo cenário para os cuidadores de idosos. O papel da mulher no mercado de trabalho, a diminuição do número de filhos, novos arranjos familiares têm contribuído para novas formas de assistir uma pessoa idosa, dentre eles os cuidadores formais e os informais na figura de acompanhantes, de empregadas domésticas e outros3,13,15-20. Em situações de hospitalizações, membros da família também desempenham o papel de acompanhantes, permacendo na sua maioria, a mesma pessoa que desempenha o papel de cuidar no domicílio21. Quando a família tem dificuldades para realizar o cuidado à uma pessoa com mais idade, na maioria das vezes, a institucionalização acaba sendo uma alternativa encontrada pelos familiares e/ou mesmo a única opção de um idoso sem família com algum grau de dificuldade em se manter só. No entanto, é no ambiente famíliar que o cuidado é realizado quando existe a necessidade de ajuda. Além disso, no Brasil, há uma escassez de infra-estrutura e de suporte para essas famílias, precisando modificar esse quadro, com implementação de programas interdisciplinares que assistam de forma integral, continuada e participativa tanto a família quanto o idoso14-8,20-4. Para as pessoas idosas com certa autonomia e independência, um leque de aportunidades e alternativas têm se difundido em muitos municípios, no sentido de usufruir e preencher o tempo livre com prazer. Os diversos grupos de terceira idade, as universidades abertas para a terceira idade, os grupos de dança e de teatro, dentre outros, denotam uma redescoberta da velhice como sendo uma fase oportuna de desenvolvimento de novas habilidades e potencialidades23-4. Contudo, para as pessoas com certa fragilidade e com Texto Contexto Enferm 2004 Jan-Mar; 13(1):107-14. - 109- idade mais avançada, existe uma escassez de oferta de serviços e programas que possam proporcionar suporte, apoio, e menos ainda, programas que dêem oportunidade de desenvolver suas potencialidades mesmo que haja algum tipo de limitação e/ou dificuldade. Neste sentido fica no âmbito e quase que exclusivo a ajuda e apoio por parte da família. Visto o aumento significativo da população idosa, é necessário conhecer e identificar os suporte formal e informal nos municípios para os idosos mais dependentes e seus familiares, levando-se em conta seu contexto. Para aqueles em que o leque de alternativas de preencher o tempo livre é amplo __ os independentes __ fica a pergunta de se imaginarem em situação de necessitar de algum tipo de ajuda, de se tornarem mais frágeis. Quem estaria os ajudando? Continuariam eles a participarem desses programas para idosos mais independentes? Neste sentido, o objetivo deste estudo foi identificar egressos de programas para idosos com ênfase em atividades culturais, sociais, educacionais e de lazer __ a princípio destinados a pessoa com certa autonomia e independência ___ e os motivos que levaram essas pessoas a pararem de participar. TRAJETÓRIA METODOLÓGICA O município do interior paulista onde este estudo ocorreu tem aproximadamente 193.0000 habitantes e em torno de10% correspondem à pessoas com mais de 60 anos1. A trajetória metodológica deste trabalho está fundamentada nos conceitos da pesquisa quanti-qualitativa25-6. Os dados foram obtidos por meio de entrevistas semi-estruturadas com os dirigentes e/ou representantes de organizações que desenvolvem atividades culturais, sociais, educacionais e de lazer. As entrevistas foram previamente agendadas, e todos os cuidados éticos que regem pesquisas com seres humanos foram tomados. Todos os entrevistados assinaram o Termo Livre e Esclarecido, deixando o direito de desistir de participar da entrevista, sem qualquer tipo de ônus e tiveram preservados o sigilo e anonimato através do uso de letras e números para designar os nomes dos programas e de nomes fictícios para os egressos. Além dos dirigentes/coordenadores destes programas, também foram realizados contatos com usuários e consultas a registros dos lugares visitados, para a complementação dos dados. As entrevistas duraram em média 4 horas cada. O instrumento utilizado para a entrevista continha - 110 - Varoto VAG; Truzzi OMS; Pavarini SCI questões de identificação da organização, uma questão para identificar quantas pessoas pararam de freqüentar no período de 2000 a 2002 e dados relativos aos egressos como: gênero, idade, motivo de desistência e informações para localizá-los. Este instrumento foi testado previamente junto a pessoas da comunidade que não participam de grupos de terceira idade, para verificar a sua inteligibilidade. Não houve alteração. Contatos telefônicos foram efetuados com os egressos para verificar parte dos dados obtidos e averiguar o motivo da desistência relatada pelo representante e/ou dirigente do programa/grupo em relação à resposta do desistente, assim como identificar se participavam, no momento, de algum programa para a terceira idade. Os dados foram analisados quantitativamente por método simples quanto aos participantes dos programas e egressos (gênero, idade, participação em outro programa). Quanto ao motivo da desistência, os dados foram analisados qualitativamente a partir do relato das entrevistas, dos registros das instituições e de contatos com os usuários dos programas, organizando-se os motivos de acordo com a frequência com que foram relatados e por características semelhantes após consenso de mais dois juizes25-6. Nesta fase, buscamos identificar contradições entre os relatos dos dirigentes/coordenadores e os dos egressos, assim como captar aspectos relevantes que pudessem estar PROGRAMAS/ GRUPOS VISITADOS VAGAS DISPONÍVEIS VAGAS PREENCHIDAS relacionados ao motivo da desistência. Também excluímos desse universo, todos os usuários com menos de 60 anos de idade, visto que, baseamos nosso conteúdo teórico as pessoas consideradas idosas. RESULTADOS E DISCUSSÕES Inicialmente foi realizado um levantamento de todos os programas/serviços/grupos existentes que atendem a população idosa no município estudado. Foram identificados 27 programas destinados as pessoas idosas mais independentes e autônomas, cuja ênfase está nos aspectos culturais, sociais, esportivos, educacionais e de lazer. Desses 27, foram visitados 14. Os outros 13 restantes eram unidades com as mesmas finalidades, apenas mudando a região de abrangência. Destes 14 programas/grupos visitados, encontramos um total de 2183 usuários, sendo que, no período de 2 anos, 306 desses usuários (em torno de 14%) deixaram de participar desses programas/grupos. Desses 306 egressos, 211 (69%) eram do sexo feminino e 95 (31%), do sexo masculino. Dos que tinham 60 anos e mais, 150 eram do sexo feminino e 76 do masculino, sendo que a idade média de 68 e 72 anos respectivamente. A Figura 1 mostra dados sobre os programas/ grupos visitados, como o número de vagas disponíveis e preenchidas, o total de pessoas que pararam de participar segundo gênero e aqueles com 60 anos e mais. NÚMERO DE EGRESSOS GÊNERO 60 100 200 60 84 200 04 15 34 FEM. 3 14 31 P4 80 80 19 17 P5 P6 P7 700 Em aberto 700 300 200 700 35 02 142 23 0 93 P8 550 500 26 P9 Em aberto Em aberto P10 _____ _____ Não Sabe (NS) _____ P11 40 15 P12 15 08 P1 P2 P3 P13 Em aberto 10 P14 50 26 TOTAL 2495 2183 TOTAL DE EGRESSOS COM 60 ANOS E MAIS EGRESSOS COM 60 ANOS E MAIS MASC. 1 01 03 FEM. 03 05 23 MASC. 01 0 03 02 13 01 12 02 49 23 0 58 12 02 34 07 19 07 17 NS NS NS NS _____ _____ ____ ____ 13 10 03 09 03 06 06 0 04 0 01 09 306 0 07 211 01 02 95 0 07 150 01 02 75 225 Figura 1- Número de vagas disponíveis e preenchidas dos programas/grupos visitados e número de egressos segundo gênero e aqueles com 60 anos e mais. Texto Contexto Enferm 2004 Jan-mar; 13(1):107-14. Programas para idosos independentes: um estudo sobre seus egressos e a prevalência de doenças crônicas Dos 14 programas visitados, um (P9) não possuía qualquer tipo de dados sistematizados e um outro fora extinto (P10). Das 2495 vagas disponíveis, 2183 estavam preenchidas, denotando uma percentagem alta (em torno de 87%) e demonstrando que grande parte desses programas têm tido uma freqüência alta de usuários. Esses programas têm se difundido em muitos municípios, proporcionando oportunidades de interação social, descobrimento de habilidades e potencialidades de seus usuários24,27-8. A desistência elevada das mulheres pode ser explicada por encontrarmos um número de usuários maior do sexo feminino. A participação mais efetiva das mulheres nesses programas também é evidenciada em outros trabalhos, os quais apontam que essa tendência parece estar vinculada à maior expectativa de vida, à maior flexibilidade e disponibilidade em aprender coisas novas, maior tempo livre e menor índice de depressão após anos de trabalho dentro ou fora de casa ___ todos esses aspectos comparados ao comportamentos dos homens3-5, 24,27-30. Faz-se necessário aprofundar e estimular novas pesquisas sobre o assunto (egressos de programas de incentivo à interação social, educacional, esportivo e de lazer) para que se possam verificar e investigar com mais propriedade os dados que emergem. É preciso que esses programas tenham uma sistematização das informações sobre seus participantes, não só em relação aos que ainda freqüentam, como também aos que deixaram de freqüentar, registrar. A Figura 2 mostra os motivos pelos quais as pessoas pararam de freqüentar os programas, segundo entrevistas com os dirigentes/coordenadores, usuários e registros intitucional. MOTIVOS Não sabe Morte do participante Doença Motivos familiares Desistência voluntária Mudança na coordenação do grupo Localização do programa TOTAL Freqüência aproximada (%) 181 (59%) 42 (14%) 42 (14%) 11 (3,6%) 25 (8,2%)8.2 2 (0,6%) 3 (1%) 306 (100%) Figura 2 - Motivos pelos quais as pessoas pararam de freqüentar os programas, segundo entrevistas com os dirigentes/coordenadores, usuários e registros intitucional. Dos 306 egressos dos programas culturais, sociais, esportivos, educacionais e de lazer, encontramos Texto Contexto Enferm 2004 Jan-Mar; 13(1):107-14. - 111- que a maioria desconhece os motivos de desistência (N=181). Em seguida, a categoria morte do participante e doença são os motivos de maior freqüência (42 cada um). Os demais são motivos familiares como cuidar de parentes, morte de parentes e olhar netos (N=11), desistência voluntária como novo emprego, mudança de cidade e outras atividades de lazer (N=25), mudança na coordenação do grupo (N=2) e localização do programa, ou seja, o programa é distante da casa do participante (N=3). O motivo “não sabe” apresenta-se significativo (59%) e comprova a falta de sistematização e/ou registro de dados sobre os participantes desses programas. Não foi possível identificar se o motivo “morte” está relacionado aos aspectos de doenças crônicas e/ou morte súbita devido à falta e/ou registro de informações. A partir da constatação de que o motivo que levou a pessoa a deixar de freqüentar o programa foi a presença de um processo patológico, instigou-nos verificar que tipo de “doença” era essa. Nosso objetivo foi verificar e identificar se esse motivo estava relacionado às doenças crônicas ou não. Das 42 pessoas desistentes por motivo “doença”, todas com idade de 60 anos e mais, 25 eram mulheres e 17 homens, com idade média aproximada de 72 e 71 anos respectivamente. Dessas 42 pessoas, 22 foram contactadas por via telefônica. Após esclarecimento de nosso objetivo, concordância em participar da pesquisa e de sua confirmação quanto à desistência do programa, os dados foram registrados. Não foi possível localizar o restante (20 pessoas), por diversos motivos, dentre eles, mudança e/ou endereço incorreto. Das 22 pessoas egressas contactadas por telefone por motivo “doença”, todas (100%) confirmaram ser o motivo principal da desistência, não havendo contradição nos dados obtidos incialmente. Também verificamos a relação desse motivo com as doenças crônicas, sendo que, dentre elas, a osteoporose foi a mais evidente no relato de 10 pessoas (5 mulheres e 5 homens). Problemas cardiovasculares foram mencionados por 3 pessoas do sexo masculino. Nas mulheres foram apontadas: hipertensão (N=2), diabetes (N=2) e artrite (N=1). Verifica-se semelhança com outros estudos sobre longevidade e as doenças crônicas de maior evidência na população4,6-9,13. Outras doenças também foram relatadas por essas pessoas, e, dentre elas, acidentes de trânsito (N=2, sendo 1 mulher e 1 homem) e em casa (N=3, 2 mulheres e 1 homem) levando a graus variados de dependência. Os acidentes de trânsito e quedas no am- - 112 - biente domiciliar são fatos reais em nossa sociedade e têm sido apontados com freqüência em outros estudos como causas primárias de agravamento de doenças associadas que possam levar à limitação funcional2,4,6-9,12,20,30-1. Outras patologias foram relatadas como: cálculo renal, problemas gastrointestinais, DST e pneumonia. A depressão foi apontada por 2 mulheres como sendo uma das causas da desistência dos programas. Durante os contatos e registros desses dados, observamos que as doenças relatadas, na sua maioria, não apareciam isoladas em suas manifestações, sendo que duas ou mais doenças associadas foram identifica-das em algumas das pessoas contactadas. Outros estudos apontam a importância da prevenção e tratamento adequado às doenças crônicas e às doenças associadas, visto que tem sido identificada a relação entre elas e com o aumento da expectativa de vida4,6,810,30-4 . Além disso, os mesmos estudos apontam que as doenças crônicas, em suas manifestações e associações com outras doenças, têm tido destaque dentre a causa de morte de muitas pessoas idosas. Neste sentido, o motivo “morte” se associa aos fatores desconhecidos neste estudo, por falta de informações, podendo ou não estar relacionado às doenças crônicas. Pode-se associar, em um primeiro momento, o estado de saúde de uma pessoa idosa ao número de doenças, pressupondo-se que mais enfermidades significam menos qualidade de vida. No entanto, isso nem sempre é verdade, pois às vezes uma pessoa idosa com três, quatro ou cinco doenças crônicas “controladas” pode viver melhor em relação a uma pessoa idosa com um ou mais problemas de saúde que não são tratados de forma adequada4,30. Os resultados mostram que o motivo da desistência nos programas de terceira idade das pessoas contactadas está relacionado a determinada doença, sendo que as denominadas de doenças crônicas têm destaque. Também não foi possível verificar a extensão das doenças crônicas no que diz respeito ao período de sua manisfestação e as associações com outras doenças, já que não existem registros anteriores. Contudo, durante os contatos telefônicos, uma breve investigação sugere que a maioria das pessoas desistentes já vinham sendo tratadas das doenças crônicas relatadas quando começaram a participar dos programas/ grupos dos quais desistiram. As seguintes verbalizações ilustram esses aspectos: […]eu parei de ir no grupo porque fiquei pior com a minha diabetes, minha taxa subiu muito[…] (Maria, Varoto VAG; Truzzi OMS; Pavarini SCI 64 anos.) […]não fui mais porque não consigo caminhar sozinha, tenho dor no joelho, tenho osteoporose faz muito tempo e está cada vez pior[…] (Ana, 69 anos). […]sinto cansaço, tem dia que não estou me sentindo bem[…]minha pressão sobe, não consigo fazer nada, então parei de ir lá (no programa). Tenho que voltar no médico porque parece que está ficando pior (Madalena, 72 anos). […]sabe desisti de ir no programa porque minhas pernas estão fracas, não ajudam[…]também fico cansado, tive que mudar meus remédios, o meu médico disse que tinha que aumentar a dose do remédio que já tomo há muito tempo[…] (João, 74 anos). Portanto, as falas indicam que houve um estado de “piora” de saúde em relação a essas doenças e/ou outros fatores associados, ou ainda uma fase aguda contribuiu para que essas pessoas parassem de freqüentar os programas. Durante os contatos, foi possível identificar mais dois aspectos relevantes em relação à desistência dos programas, tendo como o motivo principal “doença”. Primeiro, o uso de dispositivo de ajuda e segundo, utilização de outros programas para idosos. Ter voltado a participar de programas para idosos com características semelhantes, dos quais essas pessoas tinham participado, foi baixo. Das 22 contactadas, somente 5 pessoas voltaram a freqüentar outros programas, como grupos do Serviço Social do Comércio (SESC), Universidade Aberta da Terceira Idade(UATI), Centro Comunitário e Serviço Social da Indústria(SESI). Dentre elas, 3 mulheres e 2 homens estavam freqüentando outros programas. O restante (N=17), relatou que após ter “adoecido” tinha dificuldade em desenvolver algumas atividades cotidianas, assim como, participar de outros programas. O uso de dispositivo de ajuda como facilitador no desempenho das atividades de vida diária31 foi identificado junto aos egressos contactados, como um instrumento utilizado por 11 das 22 pessoas (10 mulheres e 1 homem). Esses instrumentos auxiliam para o desenvolvimento diário de atividades, colaborando para maior independência e autonomia. Por outro lado, eles também podem levar a exclusão social, visto que muitas pessoas se recusam a utilizá-los e/ou utilizam apenas em ambientes da casa e com os seus cuidadores (na maioria das vezes por vergonha, não aceitação de necessitar de algum tipo de ajuda) dentre outras. Os dispositivos de ajuda utilizados pelas pessoas deste estudo foram: bengala (6 pessoas), cadeira de rodas (3 Texto Contexto Enferm 2004 Jan-mar; 13(1):107-14. Programas para idosos independentes: um estudo sobre seus egressos e a prevalência de doenças crônicas pessoas) e andador (2 pessoas). Os dados revelam que em geral os programas não têm informações sobre os seus egressos e na maioria das vezes desconhecem os motivos pelos quais seus usuários deixam de freqüentar os programas. Doença e morte parecem constituir motivos de maior desistência. Avançar nas políticas públicas que possam auxiliar no controle de doenças crônicas, parece ser um caminho viável para auxiliar nos aspectos de promoção e prevenção à saúde da população. Intervenções que possibilitem reabilitações no estado de saúde do idoso, retardando o surgimento de doenças e incapacidades, devem fazer parte do avanço nas políticas públicas contribuindo para uma melhor qualidade de vida4,7,14-7,35. CONSIDERAÇÕES FINAIS Os programas/grupos de terceira idade, uma das formas inovadoras de organizações de serviços para idosos com ênfase na interação social, ocupação do tempo livre, desenvolvimento de novas habilidades e potencialidades, sem dúvida têm se expandido e contribuído para um novo paradígma da velhice, disseminando uma visão mais positiva sobre essa etapa da vida, além de proporcionar aos seus usuários um “jeito” de viver a vida com mais satisfação e prazer. Faz-se necessário porém, que a integração destes programas com a rede de saúde seja feita, pois, uma avaliação das condições de saúde dos usuários no momento da admissão e ao longo de sua participação nos programas, poderia ajudar na detecção precoce de muitas causas de suas dificuldades e/ou limitações cotidianas. Além disso, é preciso também, criar condições de participação de seus usuários mesmo quando uma doença crônica se instale. O desafio é aumentar os anos de vida com qualidade, além de integrar uma rede de suporte e apoio aos idosos e a família, dividindo a responsabilidade da velhice e da saúde à nível individual, familiar e social. A família de certa forma tem sido o pilar de apoio e suporte às pessoas idosas com fragilidade e/ ou com mais anos de vida, já que existe uma escassez de suporte formal e informal ao atendimento a essa população. Quando se trata de uma velhice com dependência e/ou com certa fragilidade, parece haver uma invibilidade social. Devemos iniciar um movimento de comunicação e entendimento entre os atores sociais - idosos, familiares, profissionais - juntaTexto Contexto Enferm 2004 Jan-Mar; 13(1):107-14. - 113- mente com ações de políticas públicas para novas alternativas e configurações de redes de suporte e apoio à comunidade. A velhice em si não é uma doença e precisa ser compreendida durante o transcorrer da vida, com seus ganhos e perdas, com doenças crônicas ou não. É possível seu desenvolvimento pleno, quer com alguma limitação, quer sem. É preciso um esforço maior para compreender as necessidades das pessoas quando algum tipo de obstáculo impede sua participação mais efetiva nesses programas/grupos, conhecendo quem são os atores envolvidos, quais suas necessidades e interesses, buscando novas tendências de cuidado. REFERÊNCIAS 1 Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios de 2000 [on line] [2002 jul 25]. Disponível em:URL: http://www.ibge.com.br. 2 Garrido R, Menezez PR. O Brasil está envelhecendo: boas e más notícias por uma perspectiva epidemiológica. Rev Bras Psiquiatr 2002; 24(1):3-6. 3 Born T. Cuidado ao idoso em instituição. In: Papaléo Netto M. Gerontologia. São Paulo: Atheneu; 2002. p.40314. 4 Ramos LR. Epidemiologia do envelhecimento. In: Freitas EV, Py L, Neri AL, Cançado FAX, Gorzoni ML, Rocha SM da. Tratado de geriatria e gerontologia. 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