NEGÓCIO BOM ASSIM NINGUÉM NUNCA VIU1. Desenvolvimento econômico, custo, máquina administrativa entre outros, são os temas mais discutidos quando se fala em privatização. A discussão é intensa. Economistas, sociólogos e políticos entram a fundo nesta questão. Importantes nomes de nosso país defendem a tese a favor enquanto outros importantes nomes defendem a tese contra a privatização. Ao mesmo tempo em que acontece a entrada de capital externo no país, com a compra de empresas governamentais, o nosso governo está cada vez mais sem a sua responsabilidade de estado, perdendo também parte de sua riqueza. O Povo com um tempo esquece das responsabilidades do governo e os isentam de tais, acostumando com a dura realidade de pagar por direitos que deveriam ser financiados pelo estado, como por exemplo, o bem estar de nossas rodovias. Pagamos impostos direcionados às nossas estradas, e com as concessões temos que pagar também para usá-las. A diminuição de custos, ou o aumento da receita não justifica a perda de nosso patrimônio. As responsabilidades devem ser direcionadas ao estado, e o patrimônio direcionado à nação. O que temos notado é a transferência das responsabilidades do governo através das vendas de nossas estatais por preços irrisórios. Temos que ser mais patriotas e lutar pelo que é nosso. Sem dúvida que os aumentos dos resultados das empresas privatizadas são mais dinâmicos, mas porque não ter o mesmo dinamismo sob o comando do governo? O que vemos é que o governo está deixando de atuar como tal para ficar cada vez mais no papel. Um ponto recente e de grande polêmica foi a abertura de 10% de vagas para estudantes pobres em instituições de ensino superior privadas. O projeto intitulado “Universidade para Todos” alcançou uma 1 Márlon Rocha Calixto - Acadêmico do 2º ano da Faculdade de Ciências Econômicas Vianna Júnior rejeição quase unânime. Não que seja uma privatização, mas é um exemplo claro de isenção de responsabilidade por parte do governo. Segundo a revista Cartacapital, de 21 de abril de 2004, os representantes das universidades públicas acusam a proposta de enxertar recursos no setor privado, enquanto as instituições federais são sucateadas. Que o país precisa encontrar maneira de ampliar o acesso ao ensino superior não há dúvida, mas a fórmula do MEC é centralizadora e exige aumento da fiscalização, características que freqüentemente dão margem à manipulação política, corrupção e fraude. Assim acontece com a privatização. Acostumamos a pagar pelos direitos que nos pertence e deixamos de cobrar do governo uma melhor infra-estrutura, uma melhor educação e uma melhor saúde, aceitando viver normalmente num país cada vez mais desestatizado e isento de responsabilidades. Tudo é vendido num preço ínfimo. O preço pago pelas empresas nacionais é totalmente injusto, sendo financiado pelo próprio estado brasileiro, por parte do BNDES. Até onde abriremos mão de tudo? Raul Seixas já dizia, “A solução pro nosso povo eu vou dar. Negócio bom assim ninguém nunca viu. Tá tudo pronto aqui é só vir pegar. A solução é alugar o Brasil!”. Parece que esse é mesmo o lema de nossos governantes. Márlon Rocha Calixto Nº 15082 2º Economia B