Adverse events with 4 months of Rifampin therapy
or 9 months of Isoniazid therapy for latent tuberculosis
infection. A Randomized trial
Annals of Internal Medicine 149:689-698 18 Nov 2008
Objetivo do estudo-Comparar a freqüência de efeitos adversos e de aderência a tratamento de
tuberculose latente quando em uso de isoniazida por 9 meses (droga preconizada) versus
Rifampicina por 4 meses.
Motivação do estudo-O tratamento da infecção latente por tuberculose gera grandes benefícios a
saúde pública. A droga recomendada para tratamento é a isoniazida em um curso de 9 meses. Esta
tem eficácia de mais de 90% quando respeitado os 9 meses de tratamento. Entretanto, apenas 50%
dos pacientes fazem uso da droga por 9 meses e, além disso, outra grande desvantagem é a
ocorrência de sérios efeitos adversos particularmente hepatite induzida pela droga. Daí o interesse
em encontrar tratamentos mais curtos e mais seguros para tuberculose latente.
Métodos do estudo-Estudo multicêntrico, não duplo cego, randomizado com participação de 847
pacientes de clínicas de tuberculose de sete universidades canadenses, uma brasileira e outra da
Arábia Saudita. Os pacientes selecionados para o estudo eram maiores de dezoito anos, teste
cutâneo para tuberculina positiva e havia recomendação pelo seu médico de atendimento primário
para início de tratamento de tuberculose latente. Pacientes que tiveram contato com casos de
resistência a isoniazida ou rifampicina ou que apresentavam alergia a uma das duas drogas ou
faziam uso de medicações que possivelmente apresentariam interações potenciais com uma das
duas não eram eleitos para o estudo.
Os pacientes foram randomizados em dois grupos : o primeiro fazia uso de rifampicina 10mg/kg com
dose máxima até 600mg/dia por 4 meses enquanto o segundo grupo fazia uso de isoniazida 5mg/kg
com dose máxima de 300mg/dia por 9 meses. Os pacientes foram monitorizados regularmente por
seus médicos assistentes sempre avaliando efeito colateral a medicação.
Resultados-O aparecimento de efeitos adversos graves incluindo hepatotoxicidade foi menor no
grupo que usou rifampicina por quatro meses revelando neste estudo maior segurança desta em
comparação com a isoniazida. Em relação a efeitos adversos menores não houve diferença
significativa. Plaquetopenia e leucopenia assintomáticas foram mais freqüentes no grupo em uso da
rifampicina. No grupo da rifampicina 78% dos pacientes completaram o tratamento versus 60% no
grupo da isoniazida revelando com isso neste estudo um melhor resultado em relação a adesão e
término de tratamento no grupo da rifampicina.
Limitação do estudo-O estudo não comparou eficácia de um tratamento frente ao outro desta forma
dada a maior segurança e adesão mostrada por este estudo em favor da rifampicina são necessários
novos estudos comparando a eficácia entre os dois esquemas.
CURSO PRÓ-R
Conclusão-O regime usando 4 meses de Rifampicina apresentou boa tolerância da droga e com
menos efeitos adversos graves que 9 meses de Isoniazida. Com isso a sugestão do grupo é que seja
feito um estudo em maior escala usando essa droga.
A eficácia do esquema não pode ser comparado, apesar da literatura sugerir maior benefício da
Rifampicina.
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Resumo em pdf - PRÓ-R - Curso de Extensão Médica