PR UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ CAMPUS PONTA GROSSA GERÊNCIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO PPGEP JULIO CESAR FERREIRA A IMPORTÂNCIA DAS AÇÕES DE RESPONSABILIDADE SOCIAL PARA UMA INDÚSTRIA DO SETOR MADEIREIRO NA REGIÃO DOS CAMPOS GERAIS: A VISÃO DOS GESTORES E COLABORADORES PONTA GROSSA OUTUBRO - 2008 JULIO CESAR FERREIRA A IMPORTÂNCIA DAS AÇÕES DE RESPONSABILIDADE SOCIAL PARA UMA INDÚSTRIA DO SETOR MADEIREIRO NA REGIÃO DOS CAMPOS GERAIS: A VISÃO DOS GESTORES E COLABORADORES Dissertação apresentada como requisito parcial à obtenção do título de Mestre em Engenharia de Produção, do Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção, Área de Concentração: Gestão Industrial, da Gerência de Pesquisa e Pós-Graduação, do Campus Ponta Grossa, da UTFPR. Orientador: Prof. Dr. Antonio Francisco PONTA GROSSA OUTUBRO – 2008 Carlos de F383 Ferreira, Julio Cesar A importância das ações de responsabilidade social para uma indústria do setor madeireiro na região dos Campos Gerais: a visão dos gestores e colaboradores. / Julio Cesar Ferreira. -- Ponta Grossa: [s.n.], 2008. 139 f. : il. ; 30 cm. Orientador: Prof. Dr. Antonio Carlos de Francisco Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção) - Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Campus Ponta Grossa. Curso de Pós-Graduação em Engenharia de Produção. Ponta Grossa, 2008. 1. Responsabilidade social. 2. Indústria madeireira. Gestão de empresas. I. Francisco, Antonio Carlos de. II. Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Campus Ponta Grossa. III. Título. Dedico este trabalho à minha querida família, Pelo carinho, compreensão e paciência nas horas Em que não pude estar presente. AGRADECIMENTOS A Deus, Presença Divina em minha vida, Que iluminou meus caminhos para que eu alcançasse mais esta vitória em meu caminhar! Ao meu Orientador, Prof. Dr. Antonio Carlos de Francisco, que bem soube conduzir a orientação deste trabalho, com paciência e dedicação. À minha querida família,pelo amor, apoio e segurança que me transmitiram, quando eu mais precisei. À EMPRESA PESQUISADA e todos aqueles que de alguma forma contribuíram para que essa pesquisa fosse concluída! A todos os amigos da UTFPR! Meus sinceros agradecimentos, a todos! RESUMO Este trabalho teve como objetivo geral Identificar, a importância das ações de Responsabilidade Social para uma indústria madeireira da região dos campos gerais, na visão dos seus gestores e colaboradores. Os desafios colocados para a gestão nas empresas, em consonância com a responsabilidade social foram enfatizados neste trabalho, buscando num conjunto de contribuições, um destaque nas variáveis da agenda das Políticas Econômicas e Industriais Brasileiras. No que consiste às estratégias empresariais, bem como, no nível das empresas madeireiras da região dos campos gerais, focando a visão dos gestores e colaboradores foi um dos pontos emergentes onde se verificou a necessidade de atribuir uma grande tarefa ao empresariado em investimentos na mobilização para que se coloquem a agenda da indústria como parte essencial de um programa estratégico para o país. Conforme apresentado nos gráficos e tabelas há diferenças marcantes entre filantropia e a responsabilidade social que podem ser repensadas para o setor madeireiro em grande parte pelos representantes do setor e oriundos do governo, universidades e entidades não governamentais, no sentido de que possam contribuir com suas sugestões e construir um elenco de propostas e reivindicações. Foram utilizados os métodos e técnicas embasados numa pesquisa de campo com ênfase no levantamento bibliográfico concernente ao tema, buscando contemplar da melhor forma possível a metodologia de abordagem, a classificação da pesquisa, a população e a amostra, utilizando-se o instrumento de coleta de dados para finalizar a forma que os dados foram tratados; assim como, a análise dos questionários foi seccionada, levando em consideração as diferenças de visões entre colaboradores e gestores. Apesar do objetivo da pesquisa ter sido alcançado, os resultados apontam à falta de estabilidade política e social que foi demonstrada como sendo uma grande ameaça para sociedade e por conseqüência ao mundo dos negócios. Isto por que a sociedade brasileira passa por um processo de grande mudança e reconhece que somente o Estado é insuficiente para solucionar os problemas sociais, fazendo com que um número elevado de pessoas físicas e jurídicas reflita sobre a importância e o papel de cada um na sociedade. Palavras-chave: responsabilidade; gestão; empresas madeireiras. ABSTRACT This study aimed to identify general, in view of its managers and employees, the importance of the actions of Social Responsibility for a timber industry in the region of general fields. The challenges for management in enterprises, in line with social responsibility were emphasized in this work, seeking a number of contributions, an emphasis in the variables of the agenda of Brazilian economic and industrial policy. As is the business strategies and, in the level of logging companies in the region of general fields, focusing on the vision of managers and employees was one of the emerging where there was a need to assign a major task in the business sector in mobilizing investments for who put the agenda of the industry as an essential part of a strategic program for the country. As shown in the graphs and tables there are marked differences between philanthropy and social responsibility that can be reconsidered for the timber industry in large part by representatives of the business sector and from government, universities and non-governmental entities in the sense that they can contribute with your suggestions and build a list of proposals and demands. We used the methods and techniques based on a field research with emphasis on bibliographic research concerning the issue, trying as best we can contemplate the methods of approach, the classification of the research, and the population sample, using the data collection instrument to finish so that the data were processed, as well as the analysis of the questionnaires was sectioned, taking into account the differences in views between employees and managers. Despite the research objectives have been achieved, the results indicate a lack of political and social stability that has been demonstrated as a major threat to society and therefore the business world. This is why the Brazilian society is going through a process of great change and recognizes that only the State is insufficient to solve social problems, causing a large number of individuals and companies reflects on the importance of each in society. Key words: responsibility, management, logging companies. LISTA DE QUADROS Quadro 1 - As diferenças entre Filantropia e a Responsabilidade Social.....................................................................................................................26 Quadro 2 - Modalidades de exercício de Responsabilidade Social Corporativa..28 Quadro 3 - Responsabilidade Social Corporativa grande amplitude do conceito.................................................................................................................31 Quadro 4 - Os mandamentos da ética .................................................................33 Quadro 5 – Atuação social das empresas ...........................................................36 Quadro 6 – O novo paradigma no setor social.....................................................43 Quadro 7 – As comunidades de hoje e de ontem................................................45 LISTA DE FIGURAS Figura 1 – Os elementos da visão da Responsabilidade Social ..................41 Figura 2 – Estágios da Responsabilidade Social Corporativa......................52 Figura 3 – Quadrante da atuação da empresa.............................................53 Figura 4 – Responsabilidade Social e sucesso empresarial........................55 Figura 5 – Estreitamento das relações.........................................................56 Figura 6 – Representação do lócus natural..................................................57 Figura 7 – Representação da lucratividade da empresa..............................58 Figura 8 – Representação gráfica insucesso empresarial............................59 Figura 9 – Representação gráfica do insucesso empresarial.......................60 Figura 10 – Representação gráfica do clima organizacional........................61 Figura 11 – Representação gráfica da primeira migração............................62 Figura 12 – Representação gráfica da segunda migração...........................63 Figura 13 – Representação gráfica da terceira migração.............................63 Figura 14 – Quadrante 3...............................................................................64 Figura 15 - Quadrante 4................................................................................65 Figura 16 - O modelo de responsabilidade e sustentabilidade social...........72 LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1 – Representação dos funcionários quanto ao turno ........................... 81 Gráfico 2 – Representação dos funcionários quanto ao sexo ............................ 82 Gráfico 3 – Representação dos funcionários quanto ao setor ............................ 83 Gráfico 4 – Representação gráfica quanto ao cargo .......................................... 84 Gráfico 5 – Representação gráfica da Pergunta 1.............................................. 85 Gráfico 6 – Representação gráfica da Pergunta 2 e Cite ................................... 85 Gráfico 7 – Representação gráfica da Pergunta 2 e Cite ................................... 86 Gráfico 8 – Representação gráfica da Pergunta 3.............................................. 87 Gráfico 9 – Representação gráfica da Pergunta 4.............................................. 89 Gráfico 10 – Representação Gráfica da Pergunta 6............................................ 93 Gráfico 11 – Representação Gráfica da Pergunta 7 ........................................... 94 Gráfico 12 – Representação Gráfica Pergunta 7.1 ............................................. 95 Gráfico 13 – Representação Gráfica da pergunta 8 ........................................... 95 Gráfico 14 – Representação Gráfica da Pergunta 8.1 ........................................ 96 Gráfico 15 – Representação Gráfica da Pergunta 10 ......................................... 97 Gráfico 16. Representação Gráfica da Pergunta 10.1 ........................................ 98 Gráfico 17 - Representação Gráfica da Pergunta 12 ......................................... 99 Gráfico 18 - Representação Gráfica da Pergunta 13 ......................................... 99 Gráfico 19 – Representação Gráfica da Pergunta 14 ......................................... 100 Gráfico 20 – Representação Gráfica da Pergunta 15 ......................................... 101 Gráfico 21 – Representação gráfica sobre a competição entre os empregados. 109 Gráfico 22 – Representação gráfica da Predominância do reconhecimento...... 110 Gráfico 23 – Representação gráfica da palavra de ordem ................................. 110 Gráfico 24 – Representação gráfica da predominância à lealdade à empresa .. 111 Gráfico 25 – Representação gráfica da ênfase no alcance de resultados ......... 112 Gráfico 26 – Representação gráfica da submissão ao chefe ............................. 112 Gráfico 27 – Representação gráfica de Prevalências ........................................ 113 Gráfico 28 – Representação gráfica de predomínios nas relações .................... 113 Gráfico 29 – Representação gráfica da cidadania interna .................................. 114 Gráfico 30 – Representação gráfica dos contratos ............................................ 115 Gráfico 31 – Representação gráfica dos direitos legítimos dos clientes............. 116 Gráfico 32 – Representação gráfica dos direitos legítimos dos fornecedores ... 116 Gráfico 33 – Representação gráfica da prática de ardis .................................... 117 Gráfico 34 – Representação gráfica do descumprimento de prazos .................. 118 Gráfico 35 – Representação gráfica das práticas comerciais ............................ 119 Gráfico 36 – Representação gráfica dos danos ambientais ............................... 119 Gráfico 37 – Representação gráfica dos danos ambientais ............................... 120 Gráfico 38 – Representação gráfica das leis ...................................................... 121 Gráfico 39 – Representação gráfica das obrigações com o governo ................. 121 Gráfico 40 – Representação gráfica da política ambiental ................................. 122 Gráfico 41 – Representação gráfica do conceito de tecnologia limpa ............... 123 Gráfico 42 – Representação gráfica dos investimentos em proteção ambiental 123 Gráfico 43 – Representação gráfica da interação com a comunidade em projetos ambientais........................................................................ 124 Gráfico 44 – Representação gráfica do compromisso ambiental ....................... 125 Gráfico 45 – Representação gráfica da carta empresarial para o desenvolvimento sustentável............................................................................... 125 Gráfico 46 – Representação gráfica da questão ambiental ............................... 126 Gráfico 47 – Representação gráfica do relacionamento com os organismos ambientais ..................................................................................... 127 Gráfico 48 – Representação gráfica da agenda 21 local..................................... 127 Gráfico 49 – Representação gráfica das ações ambientais................................ 128 LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Atividades voluntárias realizadas por funcionários......................... 88 Tabela 2 – Sugestões de atividades a serem desenvolvidas........................... 90 Tabela 3 – Sugestões de atividades a serem realizadas com apoio da empresa............................................................................................................ 92 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO............................................................................................... 13 1.1 DELIMITAÇÃO DO PROBLEMA DE PESQUISA ...................................... 14 1.2 OBJETIVOS................................................................................................ 15 1.2.1 OBJETIVO GERAL ................................................................................. 15 1.2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ................................................................... 15 1.3 DELIMITAÇAO DA PESQUISA ................................................................. 15 1.4 JUSTIFICATIVA ......................................................................................... 17 1.5 ESTRUTURA DO TRABALHO .................................................................. 18 2 REFERENCIAL TEÓRICO............................................................................. 19 2.1 RESPONSABILIDADE SOCIAL E O TERCEIRO SETOR NO BRASIL .... 19 2.2 RESPONSABILIDADE SOCIAL X FILANTROPIA .................................... 24 2.3 AÇÕES DE RESPONSABILIDADE SOCIAL.............................................. 27 2.4 ESPECTRO DO EXERCÍCIO DA RESPONSABILIDADE SOCIAL........... 30 2.5 O CONCEITO DE EMPRESA SOCIALMENTE RESPONSÁVEL.............. 32 2.6 DEFININDO PADRÕES DE ATUAÇÃO SOCIAL....................................... 35 2.7 AS DIFERENTES VISÕES DA RESPONSABILIDADE SOCIAL ............. 38 2.8 O EMPREENDEDORISMO SOCIAL: UMA FORMA INOVADORA DE GESTÃO CORPORATIVA ....................................................................... 41 2.8.1 O EMPREENDEDORISMO SOCIAL E A FILANTROPIA DE ALTO RENDIMENTO....................................................................................... 42 2.9 O NOVO PARADIGMA NA GESTÃO DA RESPONSABILIDADE SOCIAL..................................................................................................... 43 2.10 DIRETRIZES DE AÇÃO SOCIAL CORPORATIVA................................. 44 2.11 MARKETING SOCIAL: PRÓS E CONTRAS ........................................... 47 2.12 OS DESAFIOS NA GESTÃO DA RESPONSABILIDADE SOCIAL.......... 48 2.13 OS ESTÁGIOS DO EXERCÍCIO DA RESPONSABILIDADE SOCIAL CORPORATIVA ....................................................................................... 50 2.14 OS PADRÕES DE CONDUTA EMPRESARIAL NA BUSCA DA RESPONSABILIDADE SOCIAL............................................................. 53 2.15 GERENCIANDO A RESPONSABILIDADE SOCIAL INTERNA............... 66 2.16 GERENCIAMENTO DA RESPONSABILIDADE SOCIAL EXTERNA ..... 69 2.17 GERENCIANDO A RESPONSABILIDADE SOCIAL CORPORATIVA AMBIENTAL........................................................................................... 2.18 INSTRUMENTOS DE GESTÃO DA RESPONSABILIDADE 70 E SUSTENTABILIDADE SOCIAL ............................................................ 71 3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS...................................................... 73 3.1 MÉTODO DE ABORDAGEM...................................................................... 73 3.2 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA.............................................................. 74 3.3 SELEÇAO DA EMPRESA PESQUISADA.................................................. 77 3.4 INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS ............................................... 78 3.5 TRATAMENTO DE DADOS........................................................................ 79 4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS.. ..................................................... 81 4.1 PESQUISA AMOSTRA INTERNA……....................................................... 81 4.2 COMENTÁRIOS DIVERSOS...................................................................... 101 4.3 AVALIAÇÃO E PERCEPÇÃO DOS COLABORADORES TÊM DAS 104 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS.......................................................... 4.4 ANÁLISE E TRATAMENTO DOS DADOS PESQUISADOS GESTORES 108 4.4.1 108 AVALIACAO DO COMPORTAMENTO ETICO EMPRESARIAL INTERNO............................................................................................... 4.4.2 AVALIAÇÃO DO COMPORTAMENTO ÉTICO EMPRESARIAL 115 EXTERNO ............................................................................................. 4.4.3 AVALIAÇAO DA RESPONSABILIDADE SOCIAL E AMBIENTAL …...... 122 5 CONCLUSAO................................................................................................ 130 5.1 Relação entre os objetivos e os resultados obtidos.................................... 130 5.2 Contribuições da Pesquisa......................................................................... 134 5.3 Sugestões para pesquisas futuras.............................................................. 134 5.4 Sugestões para a EMPRESA pequisada…………….................................. 134 5.5 Considerações Finais................................................................................. 135 REFERÊNCIAS................................................................................................. 136 APÊNDICE A.................................................................................................... 140 APÊNDICE B.................................................................................................... 143 13 1 INTRODUÇÃO Nos dias de hoje observa-se o processar de inúmeras transformações de ordem econômica, política, social e cultural que, por sua vez, apresentam novos modelos de relacionamento entre instituições e mercados, organizações e sociedade. Com essas tendências de relacionamento, verifica-se a aproximação dos interesses das organizações e os da sociedade resultando em esforços múltiplos para o atendimento de objetivos compartilhados. As organizações, por sua vez, preocupadas com a elevação do padrão de qualidade de vida de suas comunidades, consideradas “organizações – cidadãs” desenvolvem o processo denominado de responsabilidade social, caracterizada em interna e externa. A responsabilidade social interna busca a qualidade de vida dos seus empregados, a relação da empresa com os mesmos; fazendo que, com isso tenham uma boa relação dentro e fora da empresa. E a responsabilidade social externa avalia as relações empresa comunidade, e vem gerenciar junto com a comunidade, avaliando seus processos que são realizados através de projetos sociais, trazendo melhorias e, contribuindo para o bem estar de todos que dela participam. Procura estar a par dos problemas, e tenta solucioná-los trazendo um maior benefício para a comunidade que depende de uma ajuda externa. Para D’Ambrosio (1998 p. 38) “Responsabilidade social pode ser também o compromisso que a empresa tem com o desenvolvimento, bem estar e melhoramento da qualidade de vida dos empregados, suas famílias e comunidade em geral”. O cuidado com o meio ambiente integra o compromisso das empresas com o desenvolvimento sustentável e abrange todas as operações das unidades de negócio. É estabelecido objetivo e metas de aperfeiçoamento contínuo de produtos e processos, para eliminar acidentes, prevenir riscos ao ambiente e à saúde, minimizar a produção de efluentes, resíduos e emissões atmosféricas e promover o uso racional dos recursos naturais. 14 1.1 DELIMITAÇÃO DO PROBLEMA DE PESQUISA No Brasil, está havendo uma retomada por partes das empresas e indústrias sobre a busca de melhoria de imagem, serviços e produtos no que se refere à área social. Muitos estão verificando que deixar tudo somente por conta do governo, não faz sentido, pois estes não conseguem administrar toda a demanda que o contexto social exige ao mesmo tempo, sendo assim, tem que haver uma união de diversos setores, entre eles: Igrejas, Sociedade, Governo, Empresas entre outros para a busca de uma igualdade social mais ampla. O Grupo de Institutos, Fundações e Empresas (GIFE) é a primeira Associação da América do Sul a reunir organizações de origem privada que financiam ou executam projetos sociais, ambientais e culturais de interesse público; tendo como sua missão aperfeiçoar e difundir os conceitos e práticas do uso de recursos privados para o desenvolvimento do bem comum; e como objetivo contribuir para a promoção do desenvolvimento sustentável do Brasil, por meio do fortalecimento político-institucional e do apoio à atuação estratégica de institutos e fundações de origem empresarial e de outras entidades privadas que realizam investimento social voluntário e sistemático, voltado para o interesse público. A presente pesquisa trará a análise que identificará como a empresa madeireira da região dos campos gerais esta gerenciando a sua responsabilidade social, na visão dos seus gestores e colaboradores. A percepção da problemática ligada às lacunas presentes entre as ações de filantropia e as ações de Responsabilidade Social, leva-nos a propor o seguinte questionamento: Qual a importância da Responsabilidade Social para uma grande indústria do setor madeireiro da região dos campos gerais na visão dos colaboradores e gestores? 15 1.2 OBJETIVOS 1.2.1 GERAL Assim, o objetivo geral está focado em: • Identificar, na visão dos seus gestores e colaboradores, a importância das ações de Responsabilidade Social para uma indústria madeireira da região dos campos gerais. 1.2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS E como objetivos específicos propõem-se: • Mapear as ações de Responsabilidade Social dentro da indústria pesquisada. • Identificar na visão dos colaboradores as ações realizadas de Responsabilidade Social. • Identificar a percepção dos gestores diante das ações de Responsabilidade Social frente aos colaboradores. • Levantar os fatores que interferem no desenvolvimento das ações de Responsabilidade Social na visão dos gestores. 1.3 DELIMITAÇAO DA PESQUISA O presente estudo é delimitado levando-se consideração os seguintes aspectos: • Quanto ao setor econômico: Setor Secundário, pois agrega uma indústria madeireira da região dos campos gerais. Essa indústria produz vários tipos de molduras em madeira e a matéria-prima principal constitui-se de aglomerados e painéis de compensados. 16 • Quanto à limitação geográfica: Foi definida uma indústria do setor madeireiro da cidade de Jaguariaíva região dos campos gerais, Paraná. Esta região é formada pelos municípios: Arapoti, Carambeí, Castro, Imbaú, Ipiranga, Ivaí, Jaguariaíva, Ortigueira, Palmeira, Piraí do Sul, Ponta Grossa, Porto Amazonas, Reserva, São João do Triunfo, Sengés, Telêmaco Borba, Tibagi e Ventania. Todos esses 18 municípios formam a AMCG Associação dos Municípios dos Campos Gerais. • Quanto ao ramo de atuação: O ramo de atuação é o madeireiro. • Quanto ao porte das empresas: A indústria madeireira pesquisada conta hoje com 870 funcionários diretos sendo assim considerada uma indústria de grande porte segundo o SEBRAE. • Quanto ao nível organizacional: Na estrutura empresarial o limite da pesquisa foi o nível operacional participando os colaboradores das diversas áreas da empresa e a nível gerencial, a participação foi dos gestores e responsáveis pelos departamentos, totalizando 275 colaboradores de nível operacional e 20 gestores de níveis táticos e estratégicos. • Quanto à representatividade: O setor madeireiro da região dos campos gerais é o maior pólo do madeireiro do estado e o segundo maior do Brasil. • Quanto ao objeto de pesquisa: Identificar, na visão dos gestores e colaboradores, a importância das ações de Responsabilidade Social da Indústria madeireira pesquisada. 17 1.4 JUSTIFICATIVA Hoje a responsabilidade social tem um caráter muito importante pois assegura a muitas empresas uma imagem positiva junto a comunidade e aos colaboradores, sem contar que tem sido uma estratégia de permanência no mercado. Apesar das empresas terem no lucro o seu foco, tal concepção já não está mais condicionada a apenas uma gestão empresarial eficiente; e, sim a uma gestão participativa e que se preocupa com as pessoas ao seu entorno. A evolução da humanidade é caracterizada por mudanças de necessidades, quebra de paradigmas entre outras, novas razões surgem e, a adaptação a essa nova realidade, torna-se crucial para quem tem a intenção de continuar no mercado de forma competitiva, principalmente diferenciada. A responsabilidade propicia essa imagem positiva de produtos e serviços. As grandes indústrias têm dificuldade em decidir sobre as ações sociais que atendam a necessidade das comunidades em torno da organização. Os gestores são profissionais capacitados em cima da ciência da administração da engenharia de produção, mas, muitas vezes são desconhecedores da importância das ações sociais no desenvolvimento da sociedade. A empresa industrial é uma fonte de fomentos de talentos que viabilizam a geração de renda e de melhoria da qualidade de vida visto que a comunidade local é a principal fornecedora de talentos humanos para essas organizações. Dentre as novas exigências, fruto da evolução constante, está a necessidade de as empresas, sobretudo as indústrias, além de continuar com seu foco no lucro eficiente, de se preocuparem com a forma como este é alcançado e com o retorno que ele pode dar na comunidade onde é originado. Surge, então, a Responsabilidade Social que é um conjunto de mecanismos inter-relacionados que permite a definição de uma estratégia para por em prática, ações que reflitam em benefícios à comunidade em geral. Abaixo esta apresentada a forma como a dissertaçáo ficou estruturada de acordo com os Capítulos. 18 1.5 ESTRUTURA DO TRABALHO Na pesquisa os capítulos estão estruturados da seguintes forma: No primeiro capitulo o presente trabalho fez uma introdução sobre o assunto da responsabilidade social apresentando a importancia do tema e a justificativa da pesquisa. No Capitulo seguinte foi apresentado o referecial teórico que servirá de base de sustentaçáo as análises dos dados, sendo assim pesquisados os principais teóricos que estudam a responsabilidade social empresarial. O terceiro capítulo ficou explicitado a metodologia utilizada para se chegar as demonstraçóes e os resultados que foram discutidos no capitulo de análises e discussóes. O quarto capítulo consta a apresentação do trabalho depois de serem tabulados os resultados pertinentes a pesquisa. Esse capítulo mostra de forma detalhada, pergunta a pergunta e as respostas dos colaboradores, gestores da indústria pesquisada. Para essa análise foram feitos gráficos e comentários dos entrevistados. O último capítulo do trabalho apresenta conclusóes e consideraçóes finais sobre o assunto pesquisado. Percebe-se que também ficaram neste capítulo sugestóes de futuras pesquisas sobre os dados tabulados e analisados. 19 2 REFERENCIAL TEÓRICO Através da revisão da literatura existente, este capítulo visa apresentar uma base teórica para os temas que se relacionam com os objetivos propostos nesta dissertação. Dessa forma, buscou-se aqui descrever as abordagens dos principais autores da área que embasam e justificam os temas sobre Responsabilidade Social Corporativa tais como: Responsabilidade Social, Terceiro Setor, Filantropia, Empresa Socialmente Responsável, Espectro da Responsabilidade Social, os Padrões de Responsabilidade Social, Empreendedorismo Social, Gerenciamento da Responsabilidade Social Interna, Externa e Ambiental. Em todo contexto pesquisado, destacam-se as mais diversas contribuições de relevantes aspectos das diversas empresas, associações, fundações, bem como, aos pesquisadores, que possibilitaram, através da literatura demarcar o processo evolutivo da Responsabilidade Social no Brasil. 2.1 RESPONSABILIDADE SOCIAL E O TERCEIRO SETOR Parece importante afirmar que hoje em dia as organizações precisam estar atentas não só a suas responsabilidades econômicas e legais, mas também a suas responsabilidades éticas, morais e sociais. De acordo com a literatura, vislumbra-se o pensamento de vários pesquisadores e empresários sobre a responsabilidade social, tema principal desta pesquisa, ao ressaltarem a grande importância do papel social das empresas no contexto nacional, sem perder de vista o custo/benefício, tem contribuído para o grande diferencial das empresas e sua sobrevivência no mercado. Ao mesmo tempo em que chamam a atenção para o fato, de que se faz necessário rever as políticas sociais, que haja estratégias e planos de ação, eficazes, direcionados ao mesmo objetivo, para tal, é imprescindível a prática da Responsabilidade Social, a qual se coloca a cada cidadão, sejam eles políticos, administradores públicos, empresários e indivíduos de modo em geral, que de tal forma, sejam solidários e eticamente comprometidos. É provável que aí se encontre a fonte da possível transformação duradoura do social, porque se impregnará nas estruturas a partir dos indivíduos - a 20 possibilidade de refletir sobre contradições, visualizando a forma de avançar, construindo cotidianamente a história. Segundo Maturana e Varela (1997, p. 33) tem-se que: “É no domínio da relação com o outro na linguagem que sucede o viver humano, e é, portanto, no âmbito ou domínio da relação com o outro que tem lugar a responsabilidade e a liberdade como formas de conviver”. Trazendo o pensamento dos pesquisadores ao tema proposto, empresas socialmente responsável são formadora de opinião e agentes das transformações sociais, sua aplicabilidade, o sucesso ou não das relações e do aprendizado, vai depender de cada empresa, de sua cultura, estrutura organizacional e sua maneira de gerir seus negócios. Conforme Chiavenato (1999, p. 317), “as pessoas deixaram de ser um recurso produtivo ou mero agente passivo da administração para se tornar o agente ativo e pro ativo do negócio”. Além disso, empresa socialmente responsável, deve possuir, “estratégias pensadas para orientar suas ações em consonância com as necessidades sociais, de modo que a mesma, garanta além do lucro e da satisfação de seus clientes, o bem-estar da sociedade” (CHIAVENATO, 1999, p. 316). Com o advento da globalização, onde as mudanças, a competitividade, a imprevisibilidade e a incerteza constituem desafios básicos das empresas, que para sobreviverem à nova ordem mundial, viram-se compelidas a mudar radicalmente suas estratégias de negócios e padrões gerenciais. Surgiram também, para as empresas, oportunidades decorrentes da ampliação de seus mercados potenciais, do aparecimento de novos concorrentes e novas demandas da sociedade. Para acompanhar a acelerada evolução tecnológica, o aumento do fluxo de informações, da nova economia, altera-se também, o papel do Estado, das empresas e das pessoas. Redefini-se a noção de cidadania e constituíram-se modalidades inovadoras de direitos coletivos, com isso as empresas, tiveram que urgentemente, adaptar-se à nova maneira de gerir os negócios. Entre adaptações políticas, jurídicas, culturais, e econômicas, estão as sociais, que cada vez mais ganha campo a discussão sobre o papel das empresas como agentes sociais no processo de desenvolvimento. 21 Nesse novo momento, os Estados perdem a sua soberania e as discussões, que antes pareciam tão individuais, ganham dimensão mundial; o capital absorve a cultura e a informação, que passam a circular de forma global e mercadológica. Para Ianni (1993,p.48) “Dissolvem-se fronteiras e desenraizam-se as coisas, as gentes e as idéias. Formam-se linguagens globais”. É nesse contexto que se articula o Terceiro Setor, e atua num espaço híbrido entre o público e o privado buscando diminuir essas diferenças sociais e buscando também um equilíbrio focado numa sociedade justa. Segundo Castells (2000,p.98), “a organização econômica da sociedade está enraizada em culturas e instituições, assim o Terceiro Setor não deve ser analisado apenas pelo prisma econômico ou social, pois este como qualquer forma de organização é muito mais complexo e dinâmico do que se imagina”. Nesse sentido, busca-se estudar o setor de uma forma integrada ao contexto econômico-político e social, evitando as análises românticas que predominam ainda boa parte dos teóricos da área. A expressão Terceiro Setor é utilizada para indicar grupos organizados da sociedade civil por meio de demandas e interesses comuns. Conforme Gohn (1995,p.77) “terceiro setor são iniciativas privadas, mas com fins públicos e sem fins lucrativos”. Neste meio, encontra-se além do Estado e do Mercado, as iniciativas privadas e sem fins lucrativos, que buscam a expansão do mercado. Fazem parte do setor organizações não-governamentais, associações, fundações, entidades filantrópicas, culturais, educativas e de classe. É importante analisar o setor por categorias, pois tratado de maneira geral ele reúne organização as mais divergentes como fundações filantrópicas e as vinculadas a empresas do mercado, movimentos sociais, sindicatos e até mesmo fundos de pensão. O surgimento deste setor rompe com a dicotomia entre público e privado, pois oferece serviços públicos baseando-se em iniciativas privadas. Para Gohn (1995,p.77) “o que caracteriza este setor é um tipo de investimento social, e mais além, é a expressão da participação e da cidadania representada pelo envolvimento das pessoas em torno das discussões e soluções de suas demandas”. 22 Segundo Tavares Coelho (2000, p.58), “O Terceiro Setor não é mais aquele setor que se contrapõe ao governo e ao mercado. E nem tampouco, o ramo de atividades sem fins lucrativos”. O setor constituído pelas Organizações Não-governamentais, associações voluntárias ou organizações sem fins lucrativos, é entendido no conceito de Tavares Coelho (2000, p. 59), como a expressão de "uma alternativa para as desvantagens tanto do mercado, associadas à maximização do lucro, quanto do governo, com sua burocracia inoperante”. Quem melhor identificou o surgimento deste "novo Terceiro Setor" foi Peter Drucker, que o caracterizou como uma nova esfera da economia, denominada de "economia social" (DRUCKER, 1994, p.102). Nota-se que na concepção de Drucker (1994,p.102) “foi o setor que mais cresceu, movimentou recursos, gerou empregos e foi o mais lucrativo na economia norte-americana nos últimos vinte anos". É um ramo de atividade que tem racionalidade econômica própria e regras de atuação específicas. A economia desse setor não gira em torno de indicadores econômicos, mas de indicadores socioeconômicos, internos e externos. Conforme Chiavenato (1999,p.310) “A empresa é socialmente responsável quando suas ações sociais internas dão bons resultados”. O mesmo autor ainda comenta que “Isso pode ser percebido e identificado quando sua produtividade aumenta os gastos com saúde dos funcionários diminui, a organização consegue desenvolver o potencial, habilidades e talentos dos funcionários, multiplicando as inovações”. (CHIAVENATO, 1999, p. 310). No âmbito externo, a empresa lucra socialmente com a maior credibilidade e confiança que os clientes nela depositam o que se reflete no aumento da venda de seus produtos e serviços; com seu reforço de imagem; e com a maior capacitação profissional da mão-de-obra local. Para ASHLEY é Imprescindível analisar as principais características deste novo setor emergente, para tanto, será elencado na forma abaixo: a) Desenvolveu-se em decorrência da revolução na estrutura produtiva da sociedade, ocorrida neste final de século, responsável pela fragmentação das cadeias produtivas de diversos setores e, conseqüentemente, pelo deslocamento das grandes unidades produtivas e suas indústrias e fornecedores-satélites; 23 b) c) d) e) Tem nas empresas socialmente responsáveis o seu principal agente social; Impulsiona grande mobilização do trabalho voluntário; apresenta foco no desenvolvimento sustentável das localidades e regiões; Requer adoção do modelo de parceria envolvendo governo local, empresas, ONG's e demais entidades da sociedade civil, constituído pela formação de redes sociais; Gera produção de "capitais sociais" distintos. (ASHLEY 2002). Salomon e Anheier, citados por Gohn, assim se expressam a respeito desse Terceiro Setor: Uma virtual revolução associativa está em curso no mundo, a qual faz emergir uns expressivos Terceiros Setores globais, que é composto de organizações estruturadas, localizadas fora do aparato formal do Estado, que não são destinadas a distribuir lucros auferidos com suas atividades entre os seus diretores ou entre um conjunto de acionistas; são autogovernados, envolvendo indivíduos num significativo esforço voluntário. (GOHN 2000, p.67). Segundo Gohn (2000,p.67) “não se denota que a característica mais forte deste novo setor seja o novo associativismo, mas, sim a presença marcante de pequenos e microempresários em atividades sociais”. O seu campo de atuação ampliou-se enormemente. Não mais como um lugar de acesso aos direitos de uma cidadania emancipatória ou de acesso dos direitos de uma cidadania outorgada. Como afirma Gohn (2000, p. 69) “E sim, como espaço de exercício da responsabilidade social, corporativo, comunitário e individual, a partir dos valores éticos e condutas organizacionais difundidas pelas empresas-cidadã”. Na verdade, é uma cidadania outorgada, pois é passada das empresas para a comunidade. Esse processo de difusão da cidadania social é feito com a mediação das empresas, e não mais do Estado, através da formação de redes de emprego e trabalho, estímulo à criação de cooperativas de trabalho, micros e pequenas empresas. Inicialmente, eram redes de serviços de natureza assistencial. Agora predominam as redes produtivas, de pesquisa e desenvolvimento e de inovação tecnológica. Uma outra característica deste novo Terceiro Setor é a sua capacidade de gerar a inovação de conhecimentos e de contribuir para o aumento da empregabilidade e capacitação profissional de pessoas residentes na comunidade. 24 Afirma Gohn (2000,p.69) “este fenômeno é denominado de empowerment dos setores populares”. Continua citando Gohn (2000,p.70) que “os resultados produzidos pelo Desenvolvimento do novo Terceiro Setor são também intitulados de capitais sociais". Como exemplos de capitais sociais podem ser citados os empreendimentos sociais criados, a profissionalização inerente à ação dos novos agentes de economia social, os novos modelos de parceria implantados, a capacitação profissional dos cidadãos, as ONG's criadas com o apoio de empresas. Para Gohn (2000,p.80) “os novos agentes da economia social, os componentes do novo Terceiro Setor não lutam contra a exclusão social gerada pelo modelo econômico, mas buscam novas formas de inclusão e a integração social no modelo econômico atual". Segundo Kisil (2000,p.137) “também visualiza esta possível integração entre o mercado e o Terceiro Setor, pois, segundo o autor, o mercado pode contribuir com o processo produtivo gerando empregos e oferecendo mercadorias e serviços”. Diante desses novos perfis econômicos e sociais é que se vem destacando fortemente as ações de empresas preocupadas com o meio ambiente e com a sociedade no geral. Necessário então para poder compreender melhor essas ações que se possa deixar claro as diferenças entre as ações sociais chamadas de responsabilidade social com as ações sociais de cunho imediato e aleatório que são as ações filantrópicas. 2.2 RESPONSABILIDADE SOCIAL X FILANTROPIA Responsabilidade social é um estágio mais avançado no exercício da cidadania corporativa. Tudo começou, no entanto, com a prática de ações filantrópicas. Empresários, bem sucedidos em seus negócios, decidiram retribuir à sociedade parte dos ganhos que obtiveram em suas empresas. Tal comportamento reflete uma vocação para a benevolência, um ato de caridade para com o próximo. Nessa onda de filantropia surgiram as entidades filantrópicas em busca de recursos dos empresários filantropos. A filantropia desenvolve-se através das atitudes e ações individuais desses empresários. 25 A responsabilidade social é diferente conforme Kisil “Tem a ver com a consciência social e o dever cívico. A ação de responsabilidade social não é individual. Reflete a ação de uma empresa em prol da cidadania. A empresa que a pratica demonstra uma atitude de respeito e estimulo à cidadania corporativa; conseqüentemente existe uma associação direta entre o exercício da responsabilidade social e o exercício da cidadania empresarial” (KISIL, 2000, p.137). Observa-se que, de início, as empresas tradicionais eram direcionadas exclusivamente na obtenção dos lucros. Segundo Robbins (1986,p.503) “as empresas servem melhor a sociedade quando se concentram exclusivamente no aumento de seus lucros. Considera-se que os administradores são pagos para cuidar do recurso de suas organizações, e não para salvar a sociedade”. O mesmo autor continua citando que “uma vez que as empresas são membros da comunidade, têm a responsabilidade de agir como cidadãos e assumir responsabilidades que incluem a não-poluição do meio ambiente, a redução da pobreza, prevenção da discriminação racial” (ROBBINS 1986, p. 504). A consciência crescente dos problemas do Brasil, da injustiça social, da miséria em que vive grande parte da população brasileira, levou ao fortalecimento da temática estritamente social. Para Froes e Melo Neto (2004,p.27) “a Filantropia tem por base o assistencialismo, que decorre no auxílio aos pobres, aos desvalidos, desfavorecidos, miseráveis, excluídos e enfermos”. Os mesmos autores Froes e Melo Neto (2004,p.27) dizem que “a responsabilidade social busca estimular o desenvolvimento do cidadão e fomentar a cidadania individual e coletiva. Sua ética social é centrada no dever cívico, enquanto a filantropia tem no dever moral sua ética absoluta”. As ações de responsabilidade social são extensivas a todos os que participam da vida em sociedade indivíduos, governo, empresas, grupos sociais, movimentos sociais, igreja, partidos políticos e outras instituições. As ações de filantropia são restritas a empresários filantrópicos e abnegados. Partem de vontades e desejos individuais. Em geral, assumem a forma de doações a grupos ou outras entidades. E, como tais, prescindem de planejamento, organização, monitoramento, acompanhamento e avaliação. 26 Ao contrário, as ações de responsabilidade social exigem periodicidade, método e sistematização e, principalmente, gerenciamento efetivo por parte das empresas-cidadã. A Filantropia tem por objetivo contribuir para a sobrevivência de grupos sociais desfavorecidos. A responsabilidade social busca a sustentabilidade e a autosustentabilidade de grandes e pequenas comunidades. Conforme Bourdon (2002,p.51) "Uma coisa é filantropia, que pode ser a simples doação; outra é transformar uma realidade ruim, fazendo com que ela se aproxime ao máximo do ideal.” Tanto a filantropia quanto a responsabilidade social é de natureza diversa. A filantropia é uma “simples doação”, fruto da maior sensibilidade e consciência social do empresário. A responsabilidade social é uma “ação transformadora”. Uma nova forma de inserção social e uma intervenção direta em busca da solução de problemas sociais. O Quadro abaixo resume as principais diferenças entre ambas. De acordo com Froes e Melo Neto (2004,p.28) a melhor diferenciação entre responsabilidade social e filantropia pode ser assim resumida: "A filantropia parte de uma ação individual e voluntária e tem muitos méritos. Mas a responsabilidade social vai além de vontades individuais - caminha para tomar-se a soma de vontades que constitui um consenso, uma obrigação moral e econômica a ligar o comportamento de todos os que participam da vida em sociedade". Filantropia Responsabilidade Social Ação individual e voluntária Ação coletiva Fomento da caridade Fomento da cidadania Base assistencialista Base estratégica Restrita a empresários filantrópicos e abnegados Extensiva a todos Prescinde de gerenciamento Demanda gerenciamento Decisão individual Decisão consensual Quadro 1- As diferenças entre filantropia e a responsabilidade social Fonte: Adaptado de MELO NETO; FRÓES, 2004 27 A filantropia é individualizada, pois a atitude e a ação são do empresário. A responsabilidade social é uma atitude coletiva e compreende ações de empregados, diretores e gerentes, fornecedores, acionistas e até mesmo clientes e demais parceiros de uma empresa. É, portanto, uma soma de vontades individuais e refletem um consenso. Conforme Froes e Melo Neto (2004,p.28) “A responsabilidade social é uma ação estratégica da empresa que busca retorno econômico, social, institucional, tributário-fiscal”. A filantropia não busca retorno algum, apenas o conforto pessoal e moral de quem a praticam. Finalmente, pode-se afirmar que a responsabilidade social é coletiva, mobilizadora, porque valoriza a cidadania, promove a inclusão social e restaura a civilidade. 2.3 AÇÕES DE RESPONSABILIDADE SOCIAL O exercício da responsabilidade social tem dois focos distintos, um foco diz respeito ao exercício da Responsabilidade Social como planejamento e empreendedorismo social e o outro tem foco apenas em ações de assistencialismo. Segundo Tavares Coelho (2000, p.67) “os projetos sociais e as ações comunitárias, sendo os projetos sociais empreendimentos voltados para a busca de soluções de problemas sociais que afligem populações e grupos sociais numerosos ou em situações de alto risco”. O mesmo autor ainda cita que “as ações comunitárias correspondem à participação da empresa em programas e campanhas sociais realizadas pelo governo, entidades filantrópicas e comunitárias ou por ambas” (TAVARES COELHO 2000, p.68). Tal participação ocorre por meio de doações, ações de apoio e trabalho voluntário de seus empregados. Dentre as ações comunitárias mais comuns estão à adoção de escolas, creches, postos de saúde, praças e jardins, ruas e avenidas, doações para campanhas sociais. Algumas empresas denominam tais ações de projetos de ajuda comunitária. A seguir, através do Quadro 2 abaixo serão analisadas as diferenças entre ambas as modalidades de exercício de responsabilidade social empresarial. 28 Ações Comunitárias Projetos Sociais Próprios Ação indireta sobre a comunidade Ação direta sobre a comunidade Transferência /repasse de recursos para entidades Aplicação direta dos recursos A gestão é feita por terceiros A gestão é feita pela própria empresa São ações de doação e apoio São ações de desenvolvimento social Geram retorno institucional tributário, social e Geram retorno institucional social fomento e de ao mídia Não demandam ações de marketing social Demandam ações de marketing social .. . Quadro 2 - Modalidades de exercício de responsabilidade social corporativa Fonte: Adaptado de MELO NETO; FRÓES, 2004 Conforme Tavares Coelho (2000,p.70) “A primeira diferença entre ambas está na natureza das ações: é indireta, porque é feita através de outras entidades no caso das ações comunitárias, e diretas, nos projetos sociais próprios, pois é a própria empresa que realiza suas ações sociais”. Para Froes e Melo Neto (2004,p.39) “Nas ações comunitárias, a empresa insere-se na comunidade por meio de transferência e repasse de recursos para entidades assistenciais e comunitárias. Nos projetos sociais próprios, a empresa aplica diretamente os recursos. Não o faz mediante a ajuda de terceiros”. Segundo Ashley(2002,p.87) “Quanto à forma de gestão, as diferenças são grandes: é feita por terceiros, no caso das entidades que recebem as doações e apoio da empresa nas ações comunitárias, e diretas, quando se trata de projetos sociais próprios”. O tipo de ação predominante, doação e apoio que são as formas mais comuns de ações comunitárias de caráter filantrópico. Os projetos sociais próprios, por sua vez, priorizam ações de fomento ao desenvolvimento social. O mesmo autor ainda descreve que “nas ações comunitárias, o retorno maior é o de natureza social, tributária e institucional. O primeiro - retomo social - se traduz na contribuição para "causas sociais" defendidas pelas entidades que recebem doações e apoio da empresa. O segundo é o desconto permitido no imposto de renda devido em ações de doação” (ASHLEY, 2002, P. 89). 29 Já Ashley (2002,p.91) “Nos projetos sociais próprios, o retorno social de imagem e de mídia é o maior peso. A empresa estreita laços com a comunidade e fortalece sua imagem, obtendo desta maneira, ganhos sociais expressivos, que se refletem no aumento do seu faturamento, vendas e participação no mercado”. As ações comunitárias, em sua maioria, não demandam ações de comunicação e marketing. As empresas que as praticam não usam as técnicas de marketing social para divulgar suas ações. Entretanto, no caso de projetos sociais próprios, predominam as ações permanentes de comunicação e marketing. Para Schiavo (2007,p.2), marketing social é: A gestão estratégica do processo de introdução de inovações sociais, com base na adoção de novas atitudes, comportamentos e práticas individuais e coletivas, orientadas por preceitos éticos, fundamentadas nos direitos humanos e na eqüidade social. Em todo o mundo, atualmente, o marketing social é uma das ferramentas mais aplicadas gestão de projetos e programas sociais. Assistencialismo é caracterizado como “o apoio das empresas privadas às comunidades e se dá de uma forma descomprometida ou pontual” (Prêmio ETHUS/Valor; 2002, p. 116). O instituto Ethos (2002) “Filantropia em seu contexto é considerada como o ato da empresa distribuir uma parte de seu lucro a ocasionais pedintes. Acontece de maneira eventual, é uma ajuda. Os indivíduos podem ter amor à humanidade. As empresas não têm sentimentos; e sim, responsabilidades. A filantropia está associada à caridade eventual” (Prêmio ETHUS/Valor: 2002, p. 84). Segundo Schiavo (2007,p.10) “Pode-se denotar que o perfil da responsabilidade social das empresas quando aproxima as pessoas dos problemas sociais e os tornaram mais reais do que pareciam, quando só o Estado participava”. E esse novo contexto, é o espaço em que as questões sociais ganham um caráter prático porque colocam as pessoas, e não a instituição estatal, em contato direto com a problemática social. Com isso, o pensamento da co-responsabilidade pela sociedade, pelo meio ambiente, pelo país, é hoje o diferencial competitivo de uma empresa, que com essa visão passa a agregar importante valor à sua marca: o de empresa cidadã, socialmente responsável, a qual se volta, para resgatar princípios éticos e morais. Valores estes, entre os principais fatores para o sucesso mercadológico. 30 2.4 ESPECTRO DO EXERCÍCIO DA RESPONSABILIDADE SOCIAL Responsabilidade Social é tida como a demonstração de preocupação da empresa em particular, de forma ativa, nos programas sociais voltados para o bemestar da comunidade onde está inserida e na sociedade em geral. Segundo Queiroz (2006,p.67) a empresa socialmente responsável é vista como aquela que consegue criar métodos, planos e incentivos para que, interna e externamente, seja identificada uma empresa cidadã. Quando se fala de responsabilidade social percebe-se que há duas situações de contingências: a primeira refere-se à novidade do conceito; e a segunda, à amplitude e à natureza do tema. Conforme Queiroz (2006,p.67) ¨somente nos últimos dez anos é que começou a ser incorporada ao dia-a-dia das empresas no Brasil, portanto, a princípio,entende-se que a responsabilidade social carece de uma definição mais precisa e amplamente aceita pelos profissionais da área e empresários¨. Na maioria das literaturas, é apresentada que a grande dificuldade para definir responsabilidade social está na amplitude do tema e, conseqüentemente, na extensão do seu espectro. Segundo Neto (2001,p.100) “a responsabilidade social corporativa é uma conduta que vai da ética nos negócios às ações desenvolvidas na comunidade, passando pelo tratamento dos funcionários e relações com acionistas, fornecedores e clientes”. O tema responsabilidade social é vasto, assim como o é o conceito. Da amplitude do tema, surge a complexidade do conceito. Isto porque tema e conceito compreende um espectro amplo: de conduta ética, às ações comunitárias e de tratamento dos funcionários e ao dinamismo das relações que a empresa mantém com os seus diversos públicos. O Quadro abaixo, demonstra a amplitude do espectro do que se denomina de exercício da responsabilidade social corporativa. Valores + (alto) Ações -(baixo) 31 Relações Quadro 3 Responsabilidade Social Corporativa Grande amplitude do conceito Fonte: Adaptado de MELO NETO; FRÓES, 2004 Trata-se, portanto, de um conceito amplo, pois compreende VALORES AÇÕES - RELAÇÕES: Tais elementos também se ampliam através de suas variações temáticas. Por exemplo, valores ético-morais, sociais, culturais, políticos e econômicos. Ações voltadas para assistência social, educação, saúde, emprego, segurança. Ou ainda, de naturezas distintas: ações de doação, de apoio, de implementação de programas e projetos sociais. E, também, ações de divulgação, de promoção, de fomento, de difusão de conhecimentos. São ações de cunho social que estão incluídas no espectro do exercício da responsabilidade social corporativa. O espectro de relações também é amplo: relações com clientes, governo, fornecedores, distribuidores, acionistas, comunidade e sociedade. E também relações com as entidades-parceiras, ONG's, entidades filantrópicas, associações comunitárias entre outras. Segundo Melo Neto; Froes (2004) A avaliação do exercício da responsabilidade social corporativa pressupõe análises detalhadas dos três segmentos: • Análise de como a empresa se comporta (quais os valores que adota, e como os difunde e promove junto a seus diversos públicos). É o que se denomina de dimensão ética da responsabilidade social corporativa; • Análise de como a empresa desenvolve suas ações sociais (qual o foco dessas ações, seus beneficiários, total de investimentos, retorno obtido, resultados alcançados). É o que se designa de dimensão pragmática da responsabilidade social corporativa; • Análise de como a empresa se relaciona com os seus diversos públicosalvos (como a organização relaciona-se com os seus empregados e dependentes, clientes, governo, fornecedores, distribuidores, acionistas, comunidade e sociedade). É o que se nomeia por dimensão políticoinstitucional da responsabilidade social corporativa. FRÓES, 2004, p.47). (MELO NETO; 32 Assim, quanto maior a participação da empresa nessas três dimensões, mais extensa e melhor a sua gestão da responsabilidade social. Há empresas que adotam uma atitude e comportamentos éticos irretocáveis, mas deixam a desejar em termos de ações e relacionamentos com alguns segmentos de público. 2.5 O CONCEITO DE EMPRESA SOCIALMENTE RESPONSÁVEL A Organização Não-governamental - ONG norte-americana, "Business for Social Responsability - BSR", definiu os mandamentos de uma empresa socialmente responsável. Embora interessante, pois identifica focos de atuação da empresa socialmente responsável, os mandamentos definidos pelo BSR são restritivos e serão apresentados abaixo em quadro próprio. Segundo Melo Neto; Froes (2004,p.48) ¨a dimensão ecológica envolve muitas outras atividades, e não apenas uso de papel reciclado em produtos e embalagens. Por exemplo, uso de tecnologia limpa, gestão ambiental, e outros procedimentos¨. Para Queiroz (2006,p.68) ¨a filantropia é apenas um tipo de ação que se insere no contexto mais amplo da responsabilidade social. Muitos especialistas não a consideram ação de responsabilidade social, mas um estágio de préresponsabilidade social. A flexibilidade não é uma dimensão da responsabilidade social, mas de toda a gestão da empresa¨. Segundo Melo Neto; Froes (2004,p.54) A responsabilidade social exige da empresa uma gestão efetiva da sua força de trabalho, do ambiente de trabalho e da qualidade de vida no trabalho. Vai muito além do ajuste da jornada de trabalho às necessidades pessoais. 33 Sua empresa é socialmente responsável se ela é: 1.Ecológica Usa papel embalagens reciclado em produtos e 2.Filantrópica Permite que os funcionários reservem parte do horário de serviços para a prestação de trabalho voluntário 3.Flexível Deixa que os funcionários ajustem a jornada de trabalho às necessidades especiais 4.Interessada Faz pesquisas entre os funcionários para conhecer seus problemas e tentar ajudá-los 5.Saudável Dá incentivos financeiros para funcionários que alcançam metas de saúde como redução de peso e colesterol baixo 6.Educativa Permite que grupos de estudantes visitem suas dependências 7.Comunitária Cedem as suas instalações esportivas para campeonatos de escolas da redondeza 8.Integra Não lança de propaganda enganosa, vendas casadas e outras práticas de marketing desonesto Quadro 4 - Os mandamentos da ética Fonte: Adaptado de MELO NETO; FRÓES, 2004 Os mesmos autores ainda citam que o interesse da empresa por seus funcionários é apenas um dos indicadores da sua responsabilidade social interna. Não basta fazer pesquisas somente para conhecer os problemas dos funcionários, mas é imprescindível também pesquisar os problemas de seus familiares e dos prestadores de serviço. A ênfase na saúde dos funcionários extrapola questões como redução de peso e colesterol baixo, e engloba outras demandas relacionadas à saúde mental, ocupacional e à segurança no trabalho (MELO NETO; FRÓES, 2004, p. 52). No campo da educação, o escopo é ainda maior. Compreende ações de formação, treinamento e capacitação profissional, tanto para funcionários e seus dependentes, quanto para clientes, fornecedores e demais parceiros, além da sociedade e da comunidade. Conforme Melo Neto; Froes (2004,p.53) ¨em suas relações com a comunidade, a empresa socialmente responsável não se limita a ceder suas instalações para a prática esportiva e para atividades de cunho social e cultural dos alunos das escolas das redondezas. O espectro é muito mais amplo: ações de inserção social, ações de fomento do desenvolvimento social, ações de apoio social¨. Segundo Queiroz (2006, p.72) ¨a integridade é a base ética do comportamento da empresa socialmente responsável. É talvez a dimensão de maior amplitude. Envolve a ética, não somente aplicada aos negócios (não lança mão de 34 propaganda enganosa, vendas casadas e demais práticas de marketing desonesto), mas também em todo o ambiente organizacional. A cidadania é uma dimensão que não pode ser esquecida: a cidadania individual de cada funcionário, a cidadania coletiva e a promoção da cidadania pela empresa junto à sociedade e à comunidade. “As empresas socialmente responsáveis destacam-se pelo seu padrão de comportamento social, econômico, cultural e político”. Queiroz (2006) O bom atendimento ao cliente, a garantia de qualidade dos produtos e serviços e preços competitivos já não bastam para assegurar a sobrevivência de qualquer empresa no mercado competitivo. Tais atributos são necessários, mas não suficientes. É preciso algo mais. E as empresas, sobretudo as de vanguarda, líderes em seus segmentos, conhecedoras deste fato, preparam-se para adequar-se ao mais novo paradigma empresarial deste início de século. Para Net (2001) O paradigma empresarial contemporâneo é o figurino da empresa com cidadania empresarial, cujas principais características são listadas abaixo: • Alto comprometimento com a comunidade; • Atua em parceria com o governo, demais empresas e entidades em programas e projetos sociais; • Apresenta progressão de investimentos nas áreas sociais; • Viabiliza projetos sociais independentemente dos benefícios fiscais existentes; • Realiza ações sociais, cujo principal objetivo não é o marketing, mas um comprometimento efetivo com a comunidade; • Seus funcionários, conscientes da responsabilidade social da empresa, atuam como voluntários em campanhas e projetos sociais; • Os valores e princípios empresariais, além de sua missão e visão estratégica, incorporam responsabilidades diversas, envolvendo o seu relacionamento com o governo, clientes, fornecedores, comunidade, sociedade, acionistas e demais parceiros (NETO; 2001, p.101). A empresa socialmente responsável toma-se cidadã porque dissemina novos valores que restauram a solidariedade social, a coesão social e o 35 compromisso social com a eqüidade, a dignidade, a liberdade, a democracia e a melhoria da qualidade de vida de todos que vivem na sociedade. 2.6 DEFININDO PADRÕES DE ATUAÇÃO SOCIAL Com base nos dados obtidos na pesquisa do IPEA, "Ação Social das Empresas", algumas conclusões podem ser obtidas pela análise dos resultados alcançados nessa pesquisa: a) O vigor social é maior entre as micros, pequenas e médias empresas do que entre as grandes empresas; b) As grandes empresas destacam-se pelo maior volume de investimentos sociais, o que não significa necessariamente que os resultados sejam melhores; c) Em termos quantitativos, predominam as ações filantrópicas desenvolvidas pelas empresas do comércio e, sobretudo, pequenas e médias empresas. O modelo seguido pelas micros, pequenas e médias empresas é o de fazer doações e de prestar apoio a programas e campanhas sociais. É o que afirma Anna Maria Peliano, coordenadora da pesquisa: "As pequenas empresas basicamente destinam suas contribuições por meio de doações a entidades assistenciais” (PELIANO, 2007). Ainda sobre o desempenho das micros, pequenas e médias empresas, seu padrão de atuação caracteriza-se pela busca de novas formas de inserção na comunidade. A inserção da empresa na comunidade ocorre mediante doações a entidades assistenciais que desenvolvem projetos na comunidade. Estas doações, segundo Peliano, são limitadas à vizinhança, "sinal de preocupação das empresas em manter sob seu olhar os investimentos sociais realizados na comunidade ou mesmo o destino dado ao dinheiro doado a entidades filantrópicas" (PELIANO, 2007). O tipo de relação predominante da empresa com a comunidade é indireta, pois a empresa desenvolve sua ação de filantropia através de organizações comunitárias. O marketing social é praticamente inexistente. As micros, pequenas e 36 médias empresas não se preocupam em divulgar suas ações sociais como estratégia de comunicação e marketing. Quanto às grandes empresas, o padrão de atuação social é o de projetos sociais próprios. Trata-se, portanto, de uma relação mais direta com a comunidade. Os empregados também se envolvem em ações de voluntariado, o que estreita os laços da empresa com a comunidade. Muitas empresas adotam ambos os padrões, com ações de doação e apoio e também com projetos sociais próprios. Aos poucos, o modelo de inserção vai dando lugar a um novo modelo de atuação social - ações de fomento ao desenvolvimento social (MELO NETO; FRÓES, 2004, p. 59). São ações de fomento da empregabilidade e do empreendedorismo social, cujo objetivo é criar condições de sustentabilidade que permitam o desenvolvimento da comunidade. Essas condições são consideradas necessárias para se chegar ao desenvolvimento autônomo e ocorrem quando a própria comunidade se dá conta de suas motivações, potencialidades e metas factíveis e se mobiliza para alcançar este seu desenvolvimento autônomo mediante esforço próprio. Para melhor compreensão sobre o exposto, o quadro a seguir sintetiza ambos os modelos: Atuação social das micros e PME's Atuação social das grandes empresas (Modelo 1) (Modelo 2) Predomínio de relações indiretas com a comunidade Predomínio de relações diretas com a comunidade Predomínio de ações de doação e apoio. Desenvolvimento de projetos sociais próprios Adoção do paradigma da inserção na comunidade Adoção do paradigma desenvolvimento social. Inexistência de ações de marketing social. Desenvolvimento de ações de marketing social Foco na assistência social. Quadro 5 - Atuação social das empresas Fonte: Adaptado de MELO NETO; FRÓES, 2004 do fomento ao Foco na educação, saúde, empregabilidade e empreendedorismo. 37 No Modelo 1, típico das micros, pequenas e médias empresas brasileiras, há o predomínio das relações indiretas com a comunidade. No Modelo 2, das grandes empresas, prevalecem as relações diretas. Ações de doação e apoio são características do Modelo 1, enquanto projetos sociais próprios são típicos do Modelo 2. As micros, pequenas e médias empresas adotam o paradigma da inserção na comunidade (Modelo 1). Já as grandes empresas usam um modelo distinto: o fomento ao desenvolvimento social. No Modelo 1, inexistem ações de marketing social. O que não ocorre no Modelo 2, onde surgem ações de comunicação e marketing. O Modelo 1 caracterizase pelo foco na Assistência Social. Por sua vez, o Modelo 2 centraliza suas ações na Educação, na Saúde e, mais recentemente, no fomento a empregabilidade e ao empreendedorismo. A expectativa predominante é a migração de um elevado número de empresas, sejam micros, pequenas, médias ou grandes, para o Modelo 2. Um dos motivos é o desestímulo às ações sociais do tipo doações. O governo tem limitado drasticamente os abatimentos no imposto de renda mediante concessões de doações para organizações da sociedade. Hoje, o abatimento máximo é de 2% do lucro operacional das empresas, segundo dados da Receita Federal. Quanto aos indivíduos, a política tributária praticamente eliminou os abatimentos decorrentes de doações. Além das restrições tributárias, são grandes as barreiras burocráticas, o que desestimula ainda mais as empresas a efetuarem doações para entidades assistenciais e comunitárias. 38 2.7 AS DIFERENTES VISÕES DA RESPONSABILIDADE SOCIAL Responsabilidade Social, por se tratar de campo novo no Brasil, traz implícito, inúmeras questões que entrelaçam limites e possibilidades, que necessitam ser identificadas, analisadas, enfrentadas ou, mesmo, suscitadas. Mas afinal, o que é responsabilidade social empresarial? Seria um tipo de comportamento empresarial, um modelo de gestão social, um atributo ético? Segundo Melo Neto; Froes (2004) As definições são diversas. Sendo um conceito recente, conhecimentos responsabilidade do mundo social empresarial. tornou-se Ganhou uma nova importância, área de escopo e complexidade. A melhor maneira de analisar o conceito é identificar as diferentes visões a seu respeito, que são as seguintes: a) A responsabilidade social como atitude e comportamento empresarial ético e responsável. Nesta abordagem da responsabilidade social prevalece o que se denomina de "responsabilidade ética". É o dever e compromisso da empresa em assumir umas atitudes transparentes, responsáveis e éticas em suas relações com os seus diversos público-alvos (governo, clientes, fornecedores, comunidade entre outros). b) A responsabilidade social como um conjunto de valores. Próxima da definição anterior, a responsabilidade social vista como um conjunto de valores incorpora não apenas conceitos éticos, mas uma série de outros conceitos que lhes dão sustentabilidade, como, por exemplo, auto-estima dos empregados, desenvolvimento social e outros. c) A responsabilidade social como postura estratégica empresarial. Neste aspecto, a busca da responsabilidade social pelas empresas é centrada na valorização do seu negócio em termos de faturamento, vendas, market share. A responsabilidade social é vista como ação social estratégica que gera retorno positivo para os negócios. d) A responsabilidade social como estratégia de relacionamento. Com o foco na melhoria da qualidade do relacionamento com os seus diversos público-alvos, a empresa usa a responsabilidade social como 39 estratégia de marketing de relacionamento, em especial com clientes, fornecedores e distribuidores. e) A responsabilidade social como estratégia de marketing institucional. Neste caso o exercício da responsabilidade social é orientado para a melhoria da imagem institucional da empresa, o que se traduz na melhoria da sua reputação. São os ganhos institucionais da condição de empresa-cidadã que justificam os investimentos em ações sociais encetadas pela empresa. f) A responsabilidade social como estratégia de valorização das ações da empresa (agregação de valor). A reputação de uma empresa e o valor de suas ações no mercado andam juntas. Uma pesquisa feita pela FGV identificou que 70% do valor de mercado de uma empresa dependem de seus resultados financeiros. Os outros 30% dependem da sua reputação no mercado. g) A responsabilidade social como estratégia de recursos humanos. É o uso de ações de responsabilidade social com o foco nos empregados e seus dependentes. O objetivo é garantir a satisfação dos empregados, reterem os seus principais talentos e aumentar a produtividade. h) A responsabilidade social como estratégia de valorização dos produtos/serviços. O objetivo é atestar não apenas a qualidade dos produtos e/ou serviços da empresa, mas também lhes conferir o status de "socialmente corretos". i) A responsabilidade social como estratégia social de inserção na comunidade. Neste caso, a empresa busca aprimorar suas relações com a comunidade e a sociedade e também busca definir novas formas de continuar nelas inserida. j) A responsabilidade social como estratégia social desenvolvimento da comunidade. A responsabilidade social é vista como uma estratégia para o desenvolvimento socialmente responsável social assume da comunidade. o papel de A empresa agente do desenvolvimento local, juntamente com outras entidades comunitárias e o próprio governo. 40 k) A responsabilidade social como promotora da cidadania individual e coletiva. É a empresa que, mediante suas ações, ajuda a tomar seus empregados verdadeiros cidadãos e contribui para a promoção da cidadania na sociedade e na comunidade. l) A responsabilidade social como exercício da consciência ecológica. É a responsabilidade social vista como responsabilidade ambiental. A empresa investe em programas de educação e de preservação do meio ambiente. Em decorrência disto, torna-se uma difusora de valores e práticas ambientalistas. m) A responsabilidade social como exercício da capacitação profissional. Tal abordagem é utilizada pela Ação Comunitária do Brasil- ACB que utiliza o seguinte conceito de Assistência: "Criar condições para que as pessoas assistidas se capacitem profissionalmente." Portanto, o exercício da responsabilidade social está diretamente relacionado ao exercício da capacitação profissional de membros da comunidade e empregados da própria empresa. n) A responsabilidade social como estratégia de integração social. Este conceito de responsabilidade social parte do pressuposto de que o maior desafio histórico da nossa sociedade atual é o de criar condições para que se atinja a efetiva inclusão social no país (MELO NETO; FRÓES, 2004). São, portanto, inúmeras visões do conceito de responsabilidade social. Há empresas que utilizam diversas visões. Outras se concentram em poucas. E há casos de empresas que só privilegiam o exercício de uma modalidade de responsabilidade social. Por exemplo, empresas que só exercem a responsabilidade social como estratégia de recursos humanos ou como exercício de consciência ecológica. Segundo Ashley (2006) O importante para a empresa definir a sua visão de responsabilidade social é a escolha do seu principal foco de atuação (meio ambiente, cidadania, recursos humanos entre outros), estratégia de ação (negócios, marketing de relacionamento, marketing institucional entre outros) e papel principal (difusora de valores, promotora da cidadania, capacitadora, formadora de novas consciências, disseminadora de conhecimentos entre outros). 41 Segundo Melo Netto; Froes (2004) A partir desses três elementos - foco, estratégia e papel a empresa define a sua visão predominante e visões secundárias de responsabilidade social. Definida a visão e o conceito, a identificação das ações sociais a serem desenvolvidas é tarefa se torna mais fácil. Foco Visão de responsabilidade social da empresa Papel Estratégia Ações de responsabilidade social Figura 1 – Os elementos da visão de responsabilidade social Fonte: Adaptado de MELO NETO; FRÓES, 2004 A empresa deve, portanto, definir primeiramente o seu foco de ação social. Em seguida, a sua estratégia social e, finalmente, o seu papel social. Com esses elementos definidos, surge a visão de responsabilidade social da empresa. Somente depois de definidos tais elementos, a empresa deve definir o elenco de suas ações sociais. 2.8 O EMPREENDEDORISMO SOCIAL: UMA FORMA INOVADORA DE GESTÃO CORPORATIVA O empreendedorismo social e a filantropia de alto rendimento são ações corporativas responsáveis, que mobilizam recursos em prol do desenvolvimento ético, cívico, social, econômico, cultural e político da sociedade e das comunidades, através da ênfase nos resultados, na definição de focos precisos e a preferência pelas ações transformadoras que conduzem as mudanças sociais.ASHLEY (2002) Os responsáveis por esta transformação social são os empreendedores sociais, os empresários atuantes no setor social. Empreendedores de sucesso que 42 procuram fazer a diferença no mundo atual. Seu objetivo é resultados sociais significativos que melhorem a vida das pessoas, fortaleça o auto conceito e a descoberta das próprias capacidades, resgatar valores autênticos, preservar a riqueza da vida humana renovando a razão da esperança no futuro. 2.8.1 O EMPREENDEDORISMO SOCIAL E A FILANTROPIA DE ALTO RENDIMENTO As recentes transformações do mundo empresarial que se tem ciência vieram a ofuscar os avanços registrados no âmbito das comunidades. É o empresarial que se sobrepõe ao social. A cultura brasileira sempre deu mais valor à ação empresarial, pois consecutivamente, viu no empresariado a única força atuante do empreendedorismo. A sociedade, em termos de ações empreendedoras, sempre ficou relegada ao segundo plano (MELO NETO; FRÓES, 2004). No entanto, um fato digno de atenção vem surgindo no mundo com a responsabilidade social corporativa. Trata-se da emergência de um setor social turbinado pelas ações sociais das empresas. Tais ações sofreram mudanças significativas em seu escopo, objetivo, natureza e características. Tornaram-se ações sócias que visam resultados expressivos no âmbito da sociedade e das comunidades, com focos de atuação bem definidos não mais de caráter puramente assistencialista e filantrópico. ASHLEY (2002) O motor dessa transformação é uma figura do “empreendedor social” o empresário atuante no setor social. São empreendedores que tiveram sucessos em seus negócios e que agora estão inovando no setor social. Seu comportamento é diferenciado para “fazer algo mais, algo relevante, algo que faria uma diferença no mundo real, algo que sobreviria a ele" (MELO NETO; FRÓES, 2001). O empreendedor social tem como objetivo obter resultados sociais significativos, produzir mudanças para melhorar a vida das pessoas, fortalecer o auto conceito e a descoberta das próprias capacidades, classificar valores genuínos, preservar a riqueza da vida humana e renovar as razões de esperança no futuro do mundo. “Eles não se engajam em caridade, mas em transformação”. (ASHLEY 2002). 43 A seguir serão apresentadas as principais características do perfil do empreendedor social: • Tende a operar fora da linha principal do trabalho filantrópico e sob o radar da mídia; • Sua presença em geral ainda não percebida pelo setor institucional formal, sem fins lucrativos, nem pela grande sociedade; • Rompe paradigmas e atua como um agente do desenvolvimento social; • É orientado para promover mudanças sociais significativas (ASHLEY, 2002). A ênfase nos resultados, a definição de focos precisos e a preferência pelas ações transformadoras que conduzem as mudanças sociais introduziram um novo paradigma no campo das ações sociais das empresas. É o que se denomina de empreendedorismo social e filantropia de alto rendimento. 2.9 O NOVO PARADIGMA NA GESTÃO DA RESPONSABILIDADE SOCIAL O Quadro abaixo apresenta as principais características deste novo paradigma. Ambos – empreendedorismo social e filantropia de alto rendimento – são ações corporativas responsáveis que mobilizam rendimento em bem do desenvolvimento ético, cívico, social, econômico, cultural e político da sociedade e das comunidades. Empreendedorismo social/filantropia de alto rendimento • Orientação para os resultados. • Investimentos em projetos sócias inovadores. • Ênfase na busca de civilização das cidades. • Promoção da cidadania responsável. • Fomento de um nova ética de responsabilidade social. • Têm empresas-cidadãs os seus principais agentes de mudanças sociais significativos • Sua base conceptual não é a caridade, mas a transformação. Quadro 6:- O Novo Paradigma no Setor Social Fonte: Adaptado de MELO NETO; FRÓES, 2004 44 Diferentemente da filantropia tradicional, as ações socialmente empreendedoras praticam a filantropia de alto rendimento. Esta ultima é focada em resultados, mobilizadores de vontades, geradoras de grandes transformações, promotora de desenvolvimento social e da cidadania responsável e difusora de novos valores e comportamentos éticos e de práticas de gestão. A responsabilidade social é contrária à política assistencialista e filantrópica segundo (ASHLEY 2006, p.56) Vamos nos concentrar na formulação de políticas públicas de geração de emprego e renda, além de ações compensatórias voltadas para os grupos sociais e regiões mais carentes. O maior desafio consiste precisamente em gastar melhor o dinheiro público investido em programas sociais e distribuir de forma mais justa esses recursos. A geração de emprego e renda e as ações compensatórias conduzem o governo para um novo paradigma de políticas sociais: o das políticas sociais com responsabilidade social em substituição às velhas políticas sociais assistencialistas. 2.10 DIRETRIZES DE AÇÃO SOCIAL CORPORATIVA São as comunidades, sobretudo aquelas que apresentam um estado de carência significativo, o alvo das ações sociais corporativas. Muitas empresas privilegiam as comunidades a sua volta, também denominadas de área de vizinhança, ao definirem os focos de sua atuação social. Outras dispersam suas ações em diversas comunidades, algumas muito distantes de sua área de atuação e mercado. É o caso das empresas das regiões sul e sudeste que investem em projetos sociais nas comunidades do Norte e do Nordeste do país (MELO NETO; FRÓES, 2004). Segundo Ashley (2002) Se o foco das ações sociais é a comunidade, necessário se faz conhecer melhor a sua configuração e características. Sabe-se também que as comunidades de hoje são muito diferentes daquelas constituídas pelos grupos populacionais de outrora. 45 A figura a seguir apresenta as principais características de ambas as comunidades. Comunidades de ontem Comunidades de hoje Caráter compulsório. Caráter não compulsório. O poder está na própria comunidade. O poder está nos seus membros. A filiação às comunidades é menos fluida A filiação às comunidades e mais fluida e mais estável. e menos estável. É o membro da comunidade que deve É a comunidade que deve provar o seu provar o seu valor. valor aos seus membros. Os tipos comunidades predominantes religiosas, são as culturais, geográficas, organizadas ou profissionais. Os tipos predominantes são as comunidades de serviço voluntário e por interesse. Quadro 7 - As comunidades de hoje e de ontem Fonte: Adaptado de MELO NETO; FRÓES, 2004 Atualmente, as pessoas tornam-se membros da comunidade porque querem e não porque são obrigadas a fazê-lo, como no passado. O poder não está mais na comunidade, mas em seus membros. Antes, filiar-se a uma comunidade (religiosa, cultural, geográfica, organizacional ou profissional) era essencial para a inserção da pessoa na sociedade. Para Ashley (2002) No passado predominavam as comunidades do tipo religioso composta de membros cuja família e cultura seguia certa tradição, cultural algo que as pessoas traziam consigo em decorrência da sua nacionalidade ou antecedentes étnicos, geográfico com grande volume de residentes tendo parentes que eram também membros da comunidade e organizacional/profissional constituídas por classes, castas ou pela ocupação profissional dos seus antepassados. Conforme Ashley (2006) No presente, cresce o número de comunidades de serviço voluntário e por interesse social, político, econômico, cultural e ético-moral. As escolhas são bem maiores. Qualquer cidadão pode optar por diversos tipos de comunidade ao filiar-se a um movimento social, a um partido político, a clube ou associação, a uma ONG, ao participar de campanhas sociais, ao atuar como voluntário em projetos sociais. 46 Segundo Melo Netto; Froes (2004) As empresas cidadãs devem estar atentas a essas mudanças cotidianas e às novas exigências que estão surgindo no ambiente da vida comunitária. Apresenta-se a seguir algumas diretrizes de ação social para as empresas que exercem a sua responsabilidade social corporativa sob a ótica da transformação e não da caridade: • Desenvolvimento de projetos sociais que buscam institucionalizar-se através da formação de apoio de comunidade de serviço voluntário; • Uso potencial de adesão e participação das comunidades internas (corpo de funcionários) e externas (membros da sociedade e da própria comunidade-região circunvizinhança) de serviço voluntário; • Busca de apoio dos membros de outras comunidades por interesse já constituídos e atuantes na área de realização dos projetos sociais; • Foco na adesão voluntária dos membros da sociedade e da comunidade alvo das ações sociais corporativas; • Uso das ações sociais como estratégia de valorização da ação dos membros das comunidades; • Formação de uma rede de comunidades de serviço voluntário e de interesse como suporte técnico institucional dos projetos; • Fomento e geração de oportunidades para a criação de novas comunidades (MELO NETO; FRÓES, 2004, p. 68). Tais procedimentos não significam que devam ser ignoradas as comunidades religiosas, culturais, geográficas e profissionais existentes no local e região objeto das ações sociais das empresas. Ao contrário, devem ser mobilizadas para participar das ações sociais cujas feições e marcas devem ser: a objetividade, a transparência, a descentralização, a participação e o espírito 47 2.11 MARKETING SOCIAL: PRÓS E CONTRAS O conceito de Marketing Social é também chamado, por alguns estudiosos, de responsabilidade social das empresas. Essa responsabilidade pode ser entendida como a obrigação que têm os administradores de empreender ações que protejam e desenvolvam o bem-estar como um todo, junto com os seus próprios interesses e de suas empresas. Segundo Kotler (2003 p. 483) No marketing social, a empresa consciente toma decisões tendo em vista suas exigências, os desejos e interesses do cliente e os interesses em longo prazo da sociedade. A empresa está ciente de que negligenciar esses interesses em longo prazo é um desserviço para os clientes e a sociedade, e as que são alertas vêem os problemas sociais como oportunidades. O marketing se tornou um alicerce entre as empresas na sua sobrevivência, reina no termo sucesso das empresas, pois causa uma imagem de satisfação aos clientes, fornecedores, distribuidores, associados e parceiros, pelo fato de atuar em várias áreas, como a cultura, esporte, social, saúde, ecologia, tecnologia, entre outros às vezes extrapola as definições de Ética, assim as empresas estão implantando o marketing de responsabilidade social. Kotler (2003). Para Mendonça e Schommer (2000), Pagliano et al (1999), Schiavo (1999), a expressão marketing social começa a aparecer no início da década de 70, sendo introduzida por Philip Kotler e Gerald Zaltman, no artigo Social Marketing, publicado em 1971 no Jornal of Marketing. Eles conceituaram marketing social como sendo o processo de criação, implementação e controle de programas implementados para influenciar a preço, comunicação, distribuição e pesquisa de marketing. Na concepção de Schiavo (1999, p. 25), o marketing social, constituiu uma das principais ferramentas para a promoção de mudanças de comportamentos, atitudes e práticas. Com demonstra Fontes e Schiavo (1999), marketing social é a gestão estratégica do processo de mudança social a partir da adoção de comportamentos, atitudes e práticas, nos âmbitos individuais e coletivos, orientados por princípios éticos, fundamentados nos direitos humanos e na equidade social. 48 Conforme Melo Netto; Froes (2004) Isso vem causando diversos problemas, e discussões para especialistas e estudiosos de ações sociais, que defendem que toda ação social seja pautada pela ética e prática do dever. Como dizem os estudiosos o marketing deforma a política social, distorce suas ações, não levando em conta à ética e sim, o que causa impacto na mídia, fugindo do que se define ética de responsabilidade social. Para Kotler (2003) O marketing social se tornou um fator estratégico para empresas por criar atributos ao produto, ao nome da empresa, considerado pelos clientes de extrema importância, o que torna as empresas mais competitivas. Além de agregar valores, fortalece a marca da empresa e do produto, dando uma aparência imaginaria. Já Ashley (2002) cita que porém, nem tudo é só o mal, há empresas que praticam o marketing social baseado na ética da responsabilidade social, que visam fundamentar a comunicação com funcionários e familiares, para aumentar comprovadamente o seu bem-estar social e da comunidade, garantindo a sustentabilidade, a cidadania, solidariedade e coesão social, o que traz ganhos para empresas resultantes da maior visibilidade, causado pela impressão da comunidade com a empresa, tendo confiança e promovendo suas ações, através do marketing Ético. É, então, neste processo participativo que as empresas precisam ter uma visão mais ampla de que se está fazendo no contexto que envolve o marketing social ético. Tendo em vista, que as conseqüências se tornam viáveis, pois aumentam a produtividade, credibilidade, visibilidade, avanço nas vendas; tendo desta forma, que divulgar seus resultados, problemas emergentes e prioritários ações sociais nas situações de risco e carência são práticas de Marketing Social correto e legitimo. 2.12 OS DESAFIOS NA GESTÃO DA RESPONSABILIDADE SOCIAL Se o exercício da responsabilidade social vem crescendo e ganhando impulso em todo o país, disso não tem dúvidas. E um fato incontestável. Os dados e as informações sobre o tema, que estão surgindo cotidianamente e de forma crescente, divulgados na mídia, nas monografias, nas teses, nos livros e nos centros 49 de ensino e pesquisa estão à disposição de todos e é objeto de análise por parte de acadêmicos, pesquisadores e especialistas. A dúvida que surge diz respeito às empresas, se realmente estão gerenciando com eficiência e eficácia suas ações sociais. Para a ex-presidente do Conselho da Comunidade Solidária Ruth Cardoso, "os dados geram otimismo, sem dúvida, mas não garantem que a cidadania empresarial no Brasil, como todo processo recente e inovador, tenha superado todas as dificuldades". E quais são tais dificuldades? Segundo Melo Netto; Froes, 2004 são: • Acompanhamento e avaliação das ações sociais realizadas pelas empresas; • Definições de alvos fora do entorno da empresa; • Identificação de problemas sociais realmente prioritários • Identificação de oportunidades para ações sociais; • Descobrimento de novas alternativas para os investimentos sociais; • Apresentação de soluções inéditas para impasses não solucionados pelo Estado; • Mensuração do retorno dos projetos sociais em termos de bem-estar; • Uso de metodologias eficientes; • Maior direcionamento às ações sociais; • Busca de parceiros; • Incorporação definitiva da cidadania empresarial à agenda das administrações privadas brasileiras (MELO NETO; FRÓES, 2004, p. 86). Para vencer essas dificuldades, deve ser adotado pelas empresas um no modelo de gestão da responsabilidade social corporativa e da cidadania empresarial. Suas principais características são as seguintes: O mesmo autor diz que o escopo de atuação, preferencialmente fora da vizinhança da empresa, ou seja, fora de sua área de atuação. Isto por que, sendo a maioria das empresas investidoras localizadas nas regiões ricas, a opção pelas ações de entorno (nas redondezas, na sua área de atuação) dificulta a canalização de recursos para as regiões carentes; • Direcionamentos estratégicos, privilegiando populações e grupos sociais carentes e priorizando problemas sociais urgentes; 50 • Centrado na busca de novas oportunidades e alternativas de investimentos sociais; • Construção de modelo baseado no uso de novas metodologias; • Uso de instrumentos de acompanhamento e avaliação; • Forte ênfase na mensuração dos retornos obtidos com as ações sociais e projetos sociais; • Estímulo ao uso de parcerias; • Estímulo à utilização de soluções inovadoras; • Sistema incorporado à cultura empresarial das empresas brasileiras (MELO NETO; FRÓES, 2004, p. 89). Se os problemas de gestão são muitos é porque as dificuldades são grandes. Mas não há nada que uma gestão eficiente e eficaz não possa resolver. O que falta às empresas é uma prática gerencial, bem estruturadas, inovadoras e condizentes com as demandas sociais de hoje. 2.13 OS ESTÁGIOS DO EXERCÍCIO DA RESPONSABILIDADE SOCIAL CORPORATIVA A responsabilidade social não é um resultado, uma condição estática atribuída às organizações que demonstram ter cidadania empresarial. É muito mais do que isto. É um processo dinâmico a ser conduzido com vigilância permanente, de forma inovadora e dotado de mecanismos renovadores e de sustentabilidade. Segundo Ashley (2002) A função social da empresa deve ser objeto de ações gerenciais permanentes para fazer a face ao enfrentamento das novas demandas sociais detectadas dia-a-dia. Para Melo Neto; Froes (2004) O dinamismo da gestão da responsabilidade social corporativa se expressa através do alcance sucessivo de etapas de um processo. O que caracteriza cada etapa é a definições do foco das ações sociais. Conforme Melo Neto; Froes (2004) Trata-se de um ato contínuo que pode ser dividido em pelo menos três estágios de responsabilidade. O 1º estágio do processo de gestão social empresarial tem como foco as atividades regulares da empresa, saúde e segurança dos funcionários e qualidade do ambiente de trabalho. Há empresas que ampliam este foco para investimentos na 51 educação dos funcionários assistência social e demais benefícios, diretos e indiretos extensivos aos familiares. O 2º estágio refere-se ao ônus das externalidades negativas ao meio ambiente poluição, uso de recursos naturais entre outras à sociedade demissões, comunidade ao redor da fábrica e aos seus consumidores (segurança e qualidade dos produtos). Neste estágio, a empresa apresenta uma evolução significativa em seu processo de gestão social: amplia o seu escopo de ação do exercício da responsabilidade social interna (1º estágio) para o exercício da responsabilidade social externa (2º estágio). Finalmente o 3º estágio que abrange questões de bem-estar social. E neste estagio que a empresa insere se socialmente na comunidade, promove o seu desenvolvimento social e atua no campo da cidadania, mediante ações de filantropia e a implementação de seus projetos sociais. Para Melo Neto; Froes (2004) A Figura, a seguir apresenta a evolução desses estágios de exercício de responsabilidade social corporativa: No 1º estágio – exercício da responsabilidade da gestão social interna o foco é restrito às quentões sociais internas (benefícios, trabalho, qualidade de vida no trabalho) e tem como alvo das ações os funcionários,e seus familiares. No 2º estagio - exercício da gestão social externa - o foco amplia-se e as ações sociais se voltam para a sociedade e para a comunidade. Ganha maior amplitude em termos de foco, pois incorporam ações de preservação do meio ambiente e ações com impactos socioeconômicos, culturais e político no âmbito da sociedade e da comunidade local. 52 Foco da ação social da empresa 1º estágio 2º estágio 3ª estágio Tempo Gestão social interna Gestão social externa Gestão social cidadã Figura 2 - Estágios da responsabilidade social corporativa Fonte: Adaptado de MELO NETO; FRÓES, 2004 O alvo das ações amplia-se, pois o escopo da gestão social é maior. O que importa não é mais o corpo funcional dos empregados e seus familiares, mas a população local. O 3º estágio - exercício da gestão social dada - é o de foco e escopo mais amplos. A empresa desenvolve ações sociais que extrapolam o âmbito da comunidade local, a comunidade ao redor da empresa e que se estendem à sociedade como um todo. Mesmo aquelas populações e grupos sociais que não são diretamente alvo das ações sociais da organização são beneficiados pelos resultados do desempenho social empresarial (MELO NETO; FRÓES, 2004, p. 82). A empresa, com projetos formatados nesse patamar, fomenta o desenvolvimento social local e regional, alavanca a economia através de incentivo a gerações de empregos e negócios. Ashley (2002) Assim, desenvolve ações de sustentabilidade social, como, por exemplo, criação de escolas, cursos técnicos. Cursos profissionalizantes. Realização juntamente com o governo, campanhas de conscientização social e promove a cidadania. Assumindo a responsabilidade de gerir programas de voluntariado e de estabelecer parcerias com escolas públicas, hospitais, postos de saúde, centros recreativas e esportivas, Polícia Civil, demais Órgãos estatais, promove novos valores críticos, sociais, culturais e políticos e os difunde em toda a sociedade. 53 2.14 OS PADRÕES DE CONDUTA EMPRESARIAL NA BUSCA DA RESPONSABILIDADE SOCIAL Definidos os focos estratégicos responsabilidade social interna e externa, pode-se analisar as estratégias sociais de busca da responsabilidade social. Como se pode observar na figura abaixo, existe quatro situações, envolvendo graus baixo e alto de responsabilidade social interna e externa. De acordo com o caminho percorrido pela empresa que busca alcançar. Segundo Melo Neto; Froes (2004) Responsabilidade social, o fato de exercer a sua cidadania empresarial e posicionar-se no mercado como empresa-cidadã definirá padrões distintos de atuação. Para tanto, tomou-se por base os parâmetros de fortalecimento das relações com os empregados e seus dependentes, responsabilidade social interna. O quadrante apresentado nesta outra Figura sob n. 3 também compilada da referida pesquisa do IPEA, é similar, diferenciando-se apenas quanto aos parâmetros utilizados: relações com a comunidade e relações com os empregados. Relações com os empregados 2 1 3 4 Relações com a comunidade Figura 3 – Quadrante da atuação da empresa Fonte: Adaptado de MELO NETO; FRÓES, 2004 54 No quadrante 1 não existem ou são precárias as relações com os empregados e seus dependentes e com a comunidade. Tal padrão é muito utilizado por pequenas e médias empresas, em especial de cunho familiar, cujos gerentes proprietários ignoram as demandas sociais internas e externas. MELO NETO; FRÓES (2004) O quadrante 2 caracteriza-se pelas fortes e constantes pelas fortes e constantes relações da empresa com seus empregados, concedendo-lhes benefícios diversos e através da pratica de uma gestão participativa, motivadora e inovadora, e pela existência de relações precárias com a comunidade. São adeptos deste padrão de conduta as empresas, cujos proprietários e diretores privilegiam a responsabilidade social interna em detrimento da responsabilidade social externa. MELO NETO; FRÓES (2004) O quadrante 3 parece ser o ideal para uma empresa-cidadã. Com relações fortes, consistentes e duradouras com a comunidade e seus empregados e dependentes, a empresa exerce a sua responsabilidade social plena. Desenvolve ações de estímulo e promoção da cidadania empresarial, individual de seus empregados, e dependentes, da cidadania empresarial corporativa através do engajamento em campanhas sociais e projetos sociais de impacto na comunidade. MELO NETO; FRÓES (2004) E, finalmente, percebe-se que no quadrante 4, as relações da empresa com a comunidade são mais estreitas do que as relações da organização com seus empregados e dependentes. São as empresas adeptas do marketing social que investem no desenvolvimento de projetos e ações sociais visando à melhoria da sua imagem institucional. Obtém ganho de mídia e até mesmo retomo tributário. MELO NETO; FRÓES (2004) Conforme Ashley (2006) Essas empresas negligenciam as ações de endomarketing. Pouco ou nada fazem em termos de mobilização, motivação e participação de seus empregados para as suas ações sociais. Podem ser citados casos como o do Banco do Brasil que, em certo contexto histórico preciso, investia maciçamente no vôlei e, ao mesmo tempo, cortava benefícios de seus empregados e anunciava cortes de pessoal. 55 Exemplos como esses, são clássicos de adoção, mesmo nas melhores empresas, dessa postura estratégica, que desconsidera as ações de endomarketing. Serão analisados na seqüência, os padrões de conduta empresarial em busca da responsabilidade social. Segundo Melo Neto; Froes (2004) A figura a seguir sob n. 4 referenciada na pesquisa citada, identifica tais padrões. Com a inserção da variável “sucesso empresarial”, a qual veio juntar-se às variáveis de relações com a comunidade. Responsabilidade social externa e com os empregados, e seus dependentes e responsabilidade social interna. + Relações com os empregados e seus dependentes – + Sucesso empresarial + Relações com a comunidade Figura 4 – Responsabilidade social e sucesso empresarial Fonte: Adaptado de MELO NETO; FRÓES, 2004 56 Podem-se identificar os seguintes padrões: a) Sucesso empresarial com atuação social voltada para o estreitamento das relações com a comunidade e com os empregados e seus dependentes. + Relações com os empregados e seus dependentes – + + Sucesso Empresarial Relações com a comunidade Figura 5 – Estreitamento das relações Fonte: Adaptado de MELO NETO; FRÓES, 2004 Segundo Melo Neto; Froes (2004) A empresa investe maciçamente em ações de responsabilidade social interna e externa; obtém ganhos de imagem, de mercado, de relacionamento fornecedores, distribuidores, clientes, acionistas, subcontratados, representantes comerciais no âmbito externo. Internamente, obtém ganhos motivacionais de produtividade, interatividade e de compromisso junto a sais empregados e dependentes. O mesmo autor segue citando O sucesso empresarial ou criatividade, maior faturamento, fortalecimento da imagem institucional entre outros decorre do gerenciamento eficiente e eficaz das relações com o empregador; e seus dependentes e com a comunidade. São as verdadeiras empresas cidadãs. Investem marcadamente no marketing social interno e externo. 57 b) Sucesso empresarial com atuação social voltada exclusivamente para o estreitamento das relações com os empregados e seus dependentes. São as empresas low profíle em ações sociais. Investem nos programas sociais internos, estendem os benefícios para todos os empregados e seus dependentes, criam novos benefícios. São adeptas do endomarketing. Segundo Melo Neto; Froes (2004) Não investem em ações sociais externas porque entendem que seus benefícios já geram efeitos duradouros no âmbito da comunidade, lócus natural de seus empregados e dependentes. + Relações com os empregados e seus dependentes – + Sucesso empresarial + Relações com a comunidade Figura 6– Representação do lócus natural Fonte: Adaptado de MELO NETO; FRÓES, 2004 E entendem que tais iniciativas são de natureza governamental e fogem do escopo de sua missão e visão de negócio. c) Sucesso empresarial com atuação social voltada exclusivamente para o desenvolvimento de ações sociais externas e o estreitamento das relações com a comunidade. Muitas dessas empresas, senão a maioria são adeptas do “marketing de causa". Utilizam apelos sociais repasse para entidades assistenciais, doações, subvenções a programas sociais do governo para auferir lucros e aumentar a venda de seus produtos e serviços. Os tradicionais patrocinadores e parceiros de projetos e eventos sociais também se enquadram nesta categoria. MELO NETO; FRÓES (2004). 58 Conforme Melo Neto; Froes (2004) Sem uma política de benefícios, com salários abaixo do mercado e pródigas em ações de demissão de pessoal, de redução de quadros e, conseqüentemente, detentoras de ambientes de trabalho pouco ou nada motivadores de baixa qualidade de vida no trabalho, tais empresas, em muitos casos, obtém até mesmo ganhos de imagem institucional e lucratividade. Tais ganhos, no entanto, não têm sustentabilidade. São voláteis e pode retroceder a qualquer momento. + Relações com os empregados e seus dependentes – + + Figura 7– Representação da lucratividade da empresa Fonte: Adaptado de MELO NETO; FRÓES, 2004 Foi visto, assim, os casos de sucesso empresarial com ações de responsabilidade social interna e externa. A seguir, pode-se contemplar os casos de insucesso empresarial fruto de ações de responsabilidade social mal gerenciadas e mal definidas. 1) Insucesso empresarial em decorrência de uma atuação social equivocada voltada para o estreitamento das relações com a comunidade e com os empregados e seus dependentes. 59 + + Relações com os empregados e seus dependentes + Sucesso empresarial Relações com a comunidade Figura 8 – Representação gráfica insucesso empresarial Fonte: Adaptado de MELO NETO; FRÓES, 2004 Neste caso, a empresa investe maciçamente no social e não obtém o retomo desejado em termos de imagem, vendas, posição no mercado e melhoria da qualidade de vida, clima motivacional e organizacional e, sobretudo, produtividade. Os erros mais comuns são a escolhas equivocada de parceiros (ONG's, entidades filantrópicas entre outros), projetos sociais mal definidos e mal gerenciados e gestão pouco eficaz de seus recursos humanos e comunicação interna e externa. 2) Insucesso empresarial em decorrência de uma atuação social voltada exclusivamente para o estreitamento das relações com os empregados e seus dependentes. Aqui, o motivo do insucesso e a escolha errada e a gestão ineficaz dos benefícios. Por exemplo, a empresa enfatiza benefícios nas áreas de alimentação, transporte e saúde, pouco ou nada faz em termos de motivação para o desempenho, com ênfase em salários, participação nos lucros, qualificação profissional ou ainda estímulo para o desenvolvimento de trabalho em equipe e interação e cooperação no trabalho. Os empregados sentem-se desmotivados e com baixa auto-estima assegurada porque percebem que a empresa despreza as oportunidades sócias que surgem, e que são aproveitadas por seus concorrentes. ASHLEY (2006) A gestão social da empresa, de âmbito apenas interno não é utilizada como ferramenta de marketing e de busca da responsabilidade social. Com o tempo, a 60 satisfação decorrente dos benefícios concedidos decresce e afeta a auto-estima e o orgulho dos empregados em relação à empresa. E, com isso, cai a produtividade e se detonam as condições de trabalho. + Relações com os empregados e seus dependentes – Figura + 9– + Representação gráfica do Insucesso empresarial Fonte: Adaptado de MELO NETO; FRÓES, 2004 3) Insucesso empresarial com atuação social voltada exclusivamente para o desenvolvimento das relações com a comunidade (ações sociais externas). Em tais casos, as razões de insucesso são óbvias. Os empregados sentemse desmotivados e insurge-se contra a política social da empresa que privilegia apenas os investimentos sociais externos. As relações de trabalho tomam-se conflituosas e o clima organizacional deteriora-se. 61 + Relações com os empregados e seus dependentes – + + Insucesso empresarial Relações com a comunidade Figura 10– Representação Gráfica do clima organizacional Fonte: Adaptado de MELO NETO; FRÓES, 2004 Segundo Melo Neto; Froes (2004) A empresa obtém inicialmente uma melhora na sua imagem institucional e reafirma-se como empresa-cidadã em seu mercado de atuação. No entanto, por força de seus problemas internos, esta posição logo se fragiliza e surgem problemas operacionais que afetam o seu desempenho. Tais problemas são decorrentes do alto grau de insatisfação, desmotivação, desinteresse e descompromisso dos empregados. São estes os padrões estratégicos de atuação social mais comum em nossas empresas. O que geralmente ocorre é a migração de um padrão para outro, conforme a estratégia social escolhida pela organização. Conforme Melo Neto; Froes (2004) O objetivo é sempre a busca do sucesso empresarial, sob a forma de melhoria da imagem, da comunicação com o mercado, com os clientes, empregados, fornecedores, acionistas, distribuidores, representantes; e o aumento da motivação, auto-estima, participação, compromisso dos empregados e parceiros. Conseqüentemente se faz importante os gerenciamentos eficientes, eficazes e efetivos desta estratégia social. O segredo é conduzir a migração de um padrão para outro, no tempo certo e com os recursos e ações adequados. Alguns exemplos dessas migrações podem ser verificados: 62 1) A primeira migração e partir do quadrante 1 (baixa relação com os empregados e as comunidades) para o quadrante 2 (baixa relação com a comunidade e alta relação com os empregados). Em seguida reforçar as relações com a comunidade e chegar ao quadrante 3 (alta relação com os empregados e a comunidade). Relações com os empregados 2 3 1 4 Relações com a comunidade Figura 11 – Representação gráfica da primeira migração Fonte:Adaptado de MELO NETO; FRÓES, 2004) E o que é denominado de alcance do estágio de excelência em cidadania empresarial corporativa por meio do desenvolvimento da cidadania empresarial individual. 2) A segunda migração é partir do quadrante 1 (baixa relação com os empregados e comunidade) para o quadrante 4 (alta relação com a comunidade e baixa relação com os empregados) e dai alcançar o quadrante 3 (alta relação com os empregados e a comunidade). 63 Relações com os empregados 2 3 1 4 Relações com a comunidade Figura 12 – Representação gráfica da segunda migração Fonte: Adaptado de MELO NETO; FRÓES, 2004 A empresa conduz o seu processo de busca a excelência em responsabilidade social plena por meio do desenvolvimento da cidadania empresarial corporativa. 3) A terceira migração corresponde à passagem imediata do quadrante 1 (baixa relação com os empregados e comunidade) diretamente para o quadrante 3 (alta relação com os empregados e comunidade). Relações com os empregados 2 3 1 4 Relações com a Comunidade Figura 13 – Representação gráfica da terceira migração Fonte: Adaptado de MELO NETO; FRÓES, 2004 64 Neste caso, a empresa escolhe uma estratégia de alto risco, porque envolve elevados investimentos em ações sociais externas e internas. 4) A quarta migração corresponde à trajetória do quadrante 1 (baixa relação com os empregados e as comunidades) para o quadrante 2 (baixa relação com a comunidade e alta relação com os empregados), em seguida, para o quadrante 4, e, finalmente, ao quadrante 3. É uma estratégia de menor risco, porém de extenso período de maturação. Seu período de tempo e maior. Compreende a definição de objetivos intermediários que, juntos, permitem o alcance do objetivo final, que é o alcance da excelência em responsabilidade social plena (quadrante 3). Relações com os empregados 2 1 3 4 Relações com a Comunidade Figura 14 – Quadrante 3 Fonte: Adaptado de MELO NETO; FRÓES, 2004 Segundo Melo Neto; Froes (2004) Primeiramente, a empresa escolhe como foco de atuação a melhoria das relações com os empregados e seus dependentes. Obtida a excelência em cidadania individual (quadrante 2), a empresa parte em busca da excelência em cidadania corporativa (quadrante 4). Quando do alcance da excelência nas relações com os empregados, é natural que a empresa perca efetividade no seu relacionamento com a comunidade. O mesmo ocorre quando migra para o quadrante 4, a uma perda de efetividade no relacionamento com os empregados, pois a empresa passa a priorizar as ações sociais externas. 65 Consolidadas ambas as posições de excelência – individual e corporativa a empresa atinge o patamar da excelência plena (quadrante 3), quando são restauradas as efetividades no campo das ações internas (relações com os empregados) e externas (relações com a comunidade). 5) A quinta migração significa a passagem do quadrante 1 (buscar relação com os empregados e as comunidades) para o quadrante 4, daí para o quadrante 2 e, finalmente, o quadrante 3. A empresa inicia o seu processo de busca da excelência em responsabilidade social através da busca da cidadania corporativa (quadrante 4). Relações com os empregados 2 1 3 4 Relações com a Comunidade Figura 15 - Quadrante 4 Fonte: Adaptado de MELO NETO; FRÓES, 2004 Assegurando a sua posição de empresa voltada para o exercício da responsabilidade externa ênfase nas relações com a comunidade, a empresa vai à busca da excelência no gerenciamento da sua responsabilidade social interna (relações com os empregados e seus dependentes). Somente após assegurar o domínio das relações com a comunidade e com os empregados é que a empresa migra em busca da excelência no exercício da responsabilidade social plena (quadrante 3). 66 2.15 GERENCIANDO A RESPONSABILIDADE SOCIAL INTERNA Nos dias de hoje observa-se o processar de inúmeras transformações de ordem econômica, política, social e cultural que, por sua vez, que apresentam novos modelos de relacionamento entre instituições e mercados, organizações e sociedade. Com estas tendências de relacionamento, para Castells (2004) verifica-se a aproximação dos interesses das organizações e os da sociedade resultando em esforços múltiplos para o atendimento de objetivos compartilhados. As organizações estão cada vez mais preocupadas com a elevação do padrão de qualidade de vida de suas comunidades. Essas organizações – cidadãs – desenvolvem o processo denominado responsabilidade social. A responsabilidade social interna busca a qualidade de vida dos seus empregados, a relação da empresa com os empregados e fazendo que com isso obtenham uma boa relação dentro e fora da empresa. Um dos caminhos mais prováveis para se gerenciar a responsabilidade social interna esta na preocupação e no investimento dos funcionários, que com certeza representa a maior riqueza de uma organização. NETO; FRÓES (2004) Qualquer manual de recursos humanos e de administração de pessoal é pródigo em exemplos de investimentos bem sucedidos. O motivo é sempre o mesmo: investir nos empregados é lucro certo. Mas, na prática, não é sempre assim que acontece. Algumas empresas investem muito em seus recursos humanos, e não obtêm o sucesso esperado em termos de melhor desempenho. Outras investem menos, mas o fazem corretamente.BOURDON (2002) Com a disseminação de práticas de downsizing (enxugamento do quadro de pessoal), os recursos humanos diminuíram de tamanho. Contudo, o acirramento da concorrência e as novas regras e práticas da competitividade entre as empresas aumentaram as exigências e demandas para a formação de mão-de-obra diferenciada - “os empregados que fazem à diferença no negócio”.CHIAVENATO (1999) O que a área de recursos humanos fez erradamente ou deixou de fazer em muitas empresas, agora, com o advento da responsabilidade social, não há como deixar de fazê-lo. As áreas de recursos humanos mais inovadora, aquelas que 67 sempre gerenciaram bem as relações da empresa com seus empregados, já incorporaram as novas práticas de responsabilidade social. Tal evolução explica a passagem do paradigma de gestão de recursos humanos, antes gestão de pessoal, para gestão do capital intelectual e, mais recentemente, gestão do capital social da empresa. CHIAVENATO (1999) Na gestão de pessoal, o foco era direcionado para o gerenciamento das normas, procedimentos e rotinas da administração de pessoal. Predomina o poder da burocracia gestora, que tinha nos departamentos de pessoal as suas principais unidades gestoras, e nos manuais os seus fundamentais instrumentos de gestão. CHIAVENATO (1999) Com a gestão de recursos humanos, o foco deslocou-se para a gestão do sistema social da empresa, com ênfase na resolução de conflitos e nas estratégias de motivação, liderança, supervisão e treinamento e desenvolvimento de pessoal. Surgiram os órgãos de RH, como formuladores e implementadores de políticas e programas. CHIAVENATO (1999) Com o surgimento da sociedade da informação e do conhecimento, os empregados passaram a ser crescentemente percebidos e efetivamente considerados seres humanos integrais, dentro da perspectiva holística. Seus conhecimentos, habilidades e capacidades passaram a ser objeto das ações de gerenciamento do capital intelectual da empresa. ROBBINS (1999) Mais recentemente, com o surgimento do novo paradigma da responsabilidade social, os empregados e seus dependentes tornaram-se agentes sociais cujo comportamento tem grande impacto na empresa, na comunidade e na sociedade. ASHLEY(2006) Como agentes sociais, empregados e seus dependentes desempenham papéis dentro e fora da empresa. São promotores da responsabilidade social corporativa ao trabalharem como voluntários em programas sociais, ao difundirem valores éticos em suas relações com diversos públicos da empresa, ao assumirem comportamentos sociais responsáveis em seu cotidiano de vida e de trabalho. ASHLEY (2006) As atividades e os comportamentos deles imprimem ao ambiente de trabalho uma renovada energia, um novo astral, em decorrência da oportunidade de aprendizado natural de atitudes, até mesmo de clarificação de novos valores de 68 trabalho e de vida. Sob a motivação do treinamento recebido e de exemplos vivenciados de ação social, tornam-se mais sociáveis, tolerantes, cooperativos, altruístas, participativos, motivados e seguros. Portanto, agem como promotores da melhoria da qualidade de vida no trabalho. ROMESIN (1997) São também porta-vozes da empresa na sociedade e na comunidade. Divulgam suas ações sociais e sentem seus benefícios junto a seus familiares e vizinhos. Tornam-se os verdadeiros promotores do marketing social da organização onde trabalham. Eles contribuem para a promoção da cidadania internamente, junto aos demais empregados e parceiros da empresa, e, externamente, junto ao público em geral. ROMESIN (1997) O aumento da produtividade é o maior retorno obtido pela empresa em todo este processo de gestão dos investimentos sociais no seu público-interno. A produtividade do trabalho aumenta como decorrência da maior satisfação, motivação e capacitação dos seus empregados. ASHLEY (2006) Segundo MELO NETO; FRÓES (2004) Além do retorno do investimento pelo aumento de produtividade, a empresa socialmente responsável alcança diversos outros tipos de retorno, como por exemplo: Retenção dos talentos (os empregados permanecem na empresa); Melhoria da qualidade de vida de seus empregados, com reflexos positivos na família, na vizinhança; Melhoria da qualidade de vida no trabalho; Maior integração social do empregado e de sua família e de ambos na comunidade; Diminuição dos gastos com saúde e assistência social dos empregados, pois estes se tornam mais imunes às doenças profissionais, em especial, ao estresse; Redução dos custos com tratamento médico-hospitalar; Redução do índice de abstenção; Redução de custos com ações na justiça do trabalho; Maior criatividade e inovação no trabalho; Aumento da auto-estima dos empregados; Melhoria do clima organizacional; Consolidação de uma nova cultura empresarial; 69 Finalmente, retorno sob a forma de cidadania profissional (transformação dos empregados em empregados-cidadãos). MELO NETO; FRÓES (2004, p. 82). Tal elenco numeroso de retornos sociais dá um novo dinamismo à empresa, tornando-a mais ágil, inovadora, produtiva e lucrativa. Socialmente responsável, na visão de seus empregados, a empresa ganha respeito, admiração e reconhecimento por parte do governo, da sociedade, da comunidade, dos acionistas, clientes, fornecedores e demais parceiros. ASHLEY (2006) Investindo nas pessoas, a empresa transforma-as em seu principal ativo. Não apenas de natureza humana, intelectual, mas, principalmente, social. Como ativos sociais, os empregados socializam e transformam a organização. Suas atitudes e seus comportamentos agregam valores à empresa. 2.16 GERENCIAMENTO DA RESPONSABILIDADE SOCIAL EXTERNA A responsabilidade social externa avalia as relações empresa comunidade, e vem gerenciar junto com a comunidade, avaliando seus processos que são realizados através de projetos sociais, trazendo melhorias e, contribuindo para o bem de todos que dela participam. NETO; FRÓES (2006) O gerenciamento a responsabilidade social externa, procura avaliar o processo de projetos sociais que venham beneficiar a comunidade que, de algum modo sempre sofrem com problemas ou carências. Procura trazer melhorias e qualidade de vida a todas as pessoas de uma entidade, com ações de doações e apoio e, isso cada vez mais traz benefícios para as entidades que necessitam de recursos SÁ (2001) O comportamento ético da empresa, não se limita apenas à prática e a adoção dos valores éticos, mas sim, na relação confiável e duradoura junto a seus diversos públicos e no meio onde atua. Os conceitos de gerenciando o comportamento ético da empresa, estão evolutivos e a opinião de muitos, estão construindo um expressivo número de empresa que estão investindo em responsabilidade social SÁ (2001) 70 Procura estar a par dos problemas, e tenta solucioná-los trazendo um maior benefício para a comunidade que tato depende de uma ajuda externa. E para muitos a responsabilidade social externa é verdadeiramente a responsabilidade corporativa pois essas ações atingem diretamente a sociedade e todos os cidadãos. 2.17 GERENCIANDO A RESPONSABILIDADE SOCIAL CORPORATIVA AMBIENTAL O cuidado com o meio ambiente integra o compromisso das empresas com o desenvolvimento sustentável e abrange todas as operações das unidades de negócio. São estabelecidos objetivos e metas de aperfeiçoamento contínuo de produtos e processos, para eliminar acidentes, prevenir riscos ao ambiente e à saúde, minimizar a produção de efluentes, resíduos e emissões atmosféricas e promover o uso racional dos recursos naturais. (NETO; FRÓES, 2004) E o que vem a ser esta nova postura empresarial, que caracteriza as relações da empresa com seu meio ambiente? Tal postura fundamenta-se nos seguintes parâmetros: • Bom relacionamento com as comunidades; • Bom relacionamento com os organismos ambientais; • Estabelecimento de uma política ambiental; • Eficiente sistema de gestão ambiental; • Garantia de segurança dos empregados e das comunidades vizinhas; • Uso de tecnologia limpa; • Elevados investimentos em proteção ambiental; • Definição de um compromisso ambiental • Associação das ações ambientais com os princípios estabelecidos na Carta para o Desenvolvimento Sustentável; • A questão ambiental como valor do negócio; • Atuação ambiental com base na Agenda 21 local; • Contribuição para o desenvolvimento sustentável dos municípios circunvizinhos (MELO NETO; FRÓES, 2004). 71 Além disso, a empresa deve implementar o seu sistema de gestão ambiental com base em três critérios básicos: realização de ações de treinamento e capacitação de recursos humanos; integração das ações de preservação ambiental com as ações de segurança e saúde e segurança industrial e certificação ambiental com base nas normas ISSO 14000 e BS 8800. Portanto, uma empresa socialmente responsável no campo da preservação ambiental destaca-se pela sua excelência em política e gestão ambiental; pela sua atuação como agente de fomento e desenvolvimento sustentável local e regional, e de preservação da saúde, da segurança e da qualidade de vida de seus empregados e da comunidade situada ao seu redor; e pela inserção da questão ambiental como valor de sua gestão e como compromisso, sob a forma de missão e visão do seu desempenho empresarial. 2.18 INSTRUMENTOS DE GESTÃO DA RESPONSABILIDADE E SUSTENTABILIDADE SOCIAL De acordo com o novo paradigma da responsabilidade e sustentabilidade social, as empresas que adotam este modelo devem criar e aprimorar novos mecanismos de gestão. (HALLEY, 2006) Verificam-se na seqüência quais são estes mecanismos no âmbito de cada uma das dimensões do modelo: proteção ambiental, desenvolvimento econômico e equidade social. (HALLEY, 2006) No campo da proteção ambiental, as empresas podem adotar os seguintes mecanismos a gestão do consumo de energia e de recursos naturais, reduzindo seus insumos e produtos ambientais; a gestão eficiente do uso das matérias-primas que reduz o custo do tratamento de resíduos e da produção; a gestão de produtos ecologicamente corretos; a gestão de resíduos e efluentes; a gestão da saúde ambiental. (NETO; FRÓES, 2004) Quanto ao desenvolvimento econômico, Ashley et al (2006, p. 65) defendem que “compete às empresas socialmente responsáveis e sustentáveis buscarem uma gestão democrática do trabalho”, gerando, desta forma, “novas oportunidades de emprego e renda; buscarem uma gestão de fomento da economia popular; uma 72 gestão da rede de parceiros e fornecedores”; isto permite que a empresa desenvolva uma gestão de preços, cobrando preços justos pelos seus produtos e serviços. E, finalmente, no campo da equidade social, os desafios ainda são maiores pois as empresas devem promover a gestão das ações éticas e adoção de práticas honestas, abolindo a corrupção; buscarem a gestão participativa dos negócios; a gestão da modalidade social; a gestão da diversidade cultural; a gestão da comunicação e governança com todos os seus públicos-alvos; a gestão do talento; a gestão de programas e projetos sociais de combate à miséria e pobreza; a gestão de ações afirmativas de contratação e mobilidade e desenvolvimento de grupos étnicos e minorias de gênero interna e externamente; a gestão cultural de combate ao preconceito social vigente. NETO; FRÓES (2004) A figura a seguir apresenta as dimensões do novo modelo de responsabilidade social: Proteção Ambiental Desenvolvimento Econômico Responsabilidade e Sustentabilidade Equidade Social Figura16 - O modelo de responsabilidade e sustentabilidade social Fonte: Adaptado de MELO NETO; FRÓES, 2004 Logo, uma empresa socialmente responsável e sustentável atua nestas três dimensões: na preservação ambiental, no fomento ao desenvolvimento econômico e na promoção da equidade social. Resultando assim um produto com qualidade garantida respeitando as necessidades sociais e ambientais e tendo como principal resultado desse processo uma cidadania organizacional. 73 3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS Este capítulo aborda os procedimentos metodológicos utilizados na execução da pesquisa. Apresenta-se o método de abordagem, a classificação da pesquisa, a população e a amostra, o instrumento de coleta de dados e para finalizar a forma que os dados serão tratados. A análise dos questionários será seccionada, levando em consideração as diferenças de visões entre colaboradores e gestores. Procurou-se estabelecer diferenças na percepção dos gestores e dos colaboradores de todos os níveis operacionais da organização afim de se traçar uma avaliação mais imparcial possível. As questões a serem respondidas são as seguintes: a) para os gestores da organização: Qual a percepção dos gestores da empresa sobre a importância da responsabilidade social para a empresa?; b) para os demais colaboradores da organização: Quais as ações de responsabilidade social desenvolvida pela organização? Qual a percepção dos colaboradores de nível operacional da empresa sobre as ações sociais desenvolvidas pela empresa? Para melhorar o entendimento do leitor sobre o impacto que a responsabilidade social causa em uma organização foi dividida a análise em três momentos de acordo com questionário anexo. Primeiro será tratado o comportamento ético empresarial interno, logo após será tratado os dados referente ao comportamento ético empresarial externo e por último para consolidar o entendimento sobre a problemática proposta foi analisada a responsabilidade social e ambiental da empresa pesquisada. 3.1 MÉTODO DE ABORDAGEM O método científico utilizado nesta pesquisa é o indutivo que para Lakatos e Marconi (2001, p. 86), “é um processo mental por intermédio de qual, partindo de dados particulares, suficientemente constatados, infere-se uma verdade geral ou universal, não contida nas partes examinadas”. Segundo Lakatos e Marconi (2001), o método indutivo realiza-se em três fases: 74 1. Observação e análise dos fenômenos, com a finalidade de descobrir as causas de sua manifestação; 2. Descoberta da relação entre os fatos e fenômenos; 3. Generalização da relação entre os fenômenos e fatos semelhantes. Portanto, entre os métodos científicos apresentados na literatura, verificou–se o que o método indutivo é o mais adequado para a pesquisa, uma vez que, que os dados serão coletados de uma empresa (Indústria) integrante do setor madeireiro, e através da análise desta indústria, generaliza-se o resultado para as demais empresas e indústrias do mesmo setor e segmento. 3.2 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA De acordo com as classificações das pesquisas mencionadas por Silva e Menezes (2001, p.20-23), existem várias formas de classificar uma pesquisa. O presente trabalho pode ser assim caracterizado: • Quanto à natureza: Aplicada; • Quanto à forma de abordagem do problema: Qualitativa; • Quanto aos objetivos: Exploratória; • Quanto aos procedimentos técnicos: Um estudo de caso. Pesquisa aplicada é aquela que “visa gerar conhecimentos para aplicação prática dirigida à solução de problemas específicos”. (SILVA; MENEZES, 2001, p.20). A pesquisa tem como objetivo identificar qual a importância das ações de Responsabilidade Social na visão dos gestores e colaboradores de uma indústria madeireira pertencente à região dos campos gerais localizada na cidade de Jaguariaíva-PR. Desta forma, os conhecimentos resultantes da pesquisa poderão auxiliar os gestores na utilização eficaz destas práticas, e também, na implementação e melhoramento do programa de Responsabilidade Social Industrial (RSI) , o que caracteriza a pesquisa como aplicada. A pesquisa aplicada tem como objetivo “gerar conhecimentos para aplicação prática dirigida à solução de problemas específicos” (SILVA; MENEZES, 2001, p.20). 75 A pesquisa visa analisar o impacto das ações de Responsabilidade Social na visão dos gestores e colaboradores. Os conhecimentos decorrentes da pesquisa poderão ser aplicados com o intuito de alinhar as estratégias gerenciais sobre as ações de RSI, o que confere à pesquisa a natureza aplicada. Do ponto de vista da forma de abordagem do problema, a pesquisa é de natureza qualitativa, visando às características e a natureza do problema que se procura estudar. Para Silva e Menezes (2001, p. 20), uma pesquisa qualitativa “considera que há uma relação dinâmica entre o mundo real e o sujeito, isto é, um vínculo indissociável entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito que não pode ser traduzida em números.” Não requer o uso de métodos e técnicas estatísticas e é descritiva. O processo e seu significado são os focos principais da abordagem. Entende-se, portanto, que essa pesquisa é qualitativa, pois se propõe a analisar o impacto das ações de Responsabilidade Social na visão dos colaboradores e gestores da Indústria pesquisada. Em função dos objetivos propostos, o presente estudo tem características de uma pesquisa exploratória. A característica exploratória da pesquisa subentende o levantamento de dados bibliográficos e entrevistas com pessoas que tiveram experiências práticas com o problema pesquisado, como o estudo de caso apresentado. Alinhado com o método indutivo e com o caráter qualitativo e exploratório da pesquisa, o procedimento técnico adotado foi o estudo de caso. Para Gil (2002, p. 58), este procedimento permite “um estudo profundo e exaustivo de um ou de poucos objetos, de maneira que se permita o seu amplo e detalhado conhecimento, tarefa praticamente impossível mediante outros delineadores de pesquisa”. Yin (2001, p.65) afirma que o estudo de caso torna-se a estratégia preferida quando os pesquisadores procuram responder às questões “como” e “por que” certos fenômenos ocorrem, quando há pouca possibilidade de controle sobre os eventos estudados e quando o foco de interesse é sobre fenômenos atuais, que só poderão ser analisados dentro de algum contexto de vida real. Laville e Dionne (1999, p.156) afirmam que a maior vantagem da utilização da técnica do estudo de caso está na “possibilidade de aprofundamento que oferece, pois os recursos se vêem centrado no caso visado, não estando o estudo submetido 76 às restrições ligadas à comparação do caso com outros casos”. Os autores ainda afirmam que, ao longo da pesquisa, o pesquisador pode, pois, mostrar-se mais criativo, mais imaginativo; tem mais tempo de adaptar seus instrumentos, modificar sua abordagem para explorar elementos imprevistos, precisar alguns detalhes e construir uma compreensão do caso que leve em conta tudo isso (LAVILLE; DIONNE, 1999, p.156). O procedimento técnico de estudo de caso é questionado por muitos pesquisadores, que lançam mão do argumento de que os resultados e as conclusões apresentadas dificilmente podem ser generalizados. Laville e Dionne (1999, p.156), porém, alertam para o fato de que, se um pesquisador se dedica a um dado caso, é muitas vezes porque ele tem razões para considerá-lo típico de um conjunto mais amplo do qual se torna o representante, que ele pensa que esse caso pode, por exemplo, ajudar a melhor compreender uma situação ou fenômeno complexo, até mesmo um meio, uma época. No caso específico desta pesquisa, ao escolher uma indústria de grande porte buscou-se alcançar a compreensão de um universo maior. As unidades de estudo escolhidas, embora não sejam idênticas a todas as unidades existentes (e tal abrangência em um estudo científico seria impossível) podem ainda assim oferecer uma idéia bastante aproximada de uma realidade maior, que possa ser útil em outras indústrias em situações semelhantes. Para Gil (1996, p. 45), a pesquisa exploratória tem como objetivo: Proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a tornálo mais explícito ou construir hipóteses. Pode-se dizer que estas pesquisas têm como objetivo principal o aprimoramento de idéias ou a descoberta de intuições. Seu planejamento é, portanto, bastante flexível, de modo que possibilite a consideração dos mais variados aspectos relativos ao fato estudado. Neste enfoque, permite-se um maior conhecimento de quais ações de Responsabilidade Social são mais importantes para a manutenção da imagem junto ao publico interno e externo tornando a pesquisa como exploratória. Para Silva e Menezes (2001, p. 21), “levantamento é quando a pesquisa envolve a interrogação direta das pessoas cujo comportamento se deseja conhecerem”. 77 Para tanto, foram questionados os colaboradores e os responsáveis da área de produção, recursos humanos e sistemas de Informação da empresa pesquisa, cujo comportamento buscou-se conhecer para identificar as ações e pensamentos estratégicos sobre a Responsabilidade Social Industrial. 3.3 SELEÇAO DA EMPRESA PESQUISADA Durante a realização de um estudo de caso, é importante se levar em conta à seleção de objetos que, em função de informação prévia, pareçam ser a melhor expressão do tipo ideal da categoria. Neste contexto se insere a população, a qual é definida como sendo “o conjunto de seres animados ou inanimados que apresentam pelo menos uma característica em comum” (MARCONI; LAKATOS, 2001, p. 108). A delimitação do universo consiste, portanto, em explicitar porque pessoas, coisas ou fenômenos serão pesquisados, traçando um denominador comum entre os mesmos. A população é definida por Lakatos e Marconi (2001, p. 223) como sendo “o conjunto de seres animados ou inanimados que apresentam pelo menos uma característica em comum”. Seguindo tal orientação, a população do estudo é 1 indústria do setor madeireiro da região dos Campos Gerais. Assim classificada pelo número de funcionários, conforme a classificação e dados fornecidos pelo SIMA. Os instrumentos de coleta de dados foram levados em mãos a todos os colaboradores e gestores da indústria pesquisada. Ao todo, foram pesquisados após o cálculo do tamanho da amostra, considerando que a empresa tem 870 colaboradores diretos, obtive-se o número de 295 colaboradores pesquisados, considerando 5% de erro sendo eles 275 colaboradores de níveis operacionais e 20 gestores sendo dos gestores 18 homens e 2 mulheres. A pesquisa foi realizada nas dependências da empresa, na área de lazer, nos dias 7 e 8 de Maio de 2007 nos horários que compreendem o almoço e jantar. Os colaboradores eram abordados e foi explicado o motivo da pesquisa e estes optavam por responder, alguns preferiram não, outros sim, outros se ofereceram sendo dessa forma a pesquisa com os colaboradores. Com os gestores foi deixada a pesquisa nas mãos da gestora de 78 Recursos Humanos e o retorno dos questionários foram 7 semanas, após a entrega para o preenchimento sendo respondido por todos. 3.4 INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS Para Vasconcelos (2002), a escolha dos instrumentos e das fontes de informação e dados deve ser criteriosa e levar em conta algumas regras básicas: a) Ser coerente com a estrutura teórico-técnica do projeto, que define o tipo de olhar e a forma de enquadramento do fenômeno em estudo que acaba por priorizar tipos específicos de instrumentos e fontes de investigação; b) Levar em conta a disponibilidade e acessibilidade aos dados sob investigação; c) Levar em conta e se adequar às características específicas dos indivíduos, da população, do ambiente ou organização sob investigação; d) Levar em consideração os recursos humanos, financeiros, técnicos de análise, e o tempo e as condições concretas disponíveis para a realização do projeto, tornando-o factível; e) Ser coerente com a estratégia institucional e com as questões éticas definidas no planejamento do projeto. Considerando o questionário, o instrumento fundamental na coleta de dados esta pesquisa utilizou o questionário para a coleta de dados. Para Silva e Menezes (2001), o questionário é uma série ordenada de perguntas que devem ser respondidas por escrito pelo informante. O questionário deve ser objetivo, limitado em extensão e estar acompanhado de instruções. As perguntas do questionário podem ser: abertas, fechadas e de múltiplas escolhas. Fundamentado no referencial teórico, o questionário foi elaborado com questões de múltiplas escolhas e abertas, e divide-se em dois questionários um para os colaboradores e outro para os gestores sendo o questionário para os colaboradores contendo 15 questões com a possibilidade de comentários, citações e questões abertas para colher informações sobre a visão dos colaboradores sobre as ações de Responsabilidade Social existente nessa indústria. E foi utilizado um outro 79 questionário respondido pelos gestores com 10 questões de múltipla escolha referente ao comportamento ético empresarial interno, 10 questões de múltipla escolha sobre o comportamento ético empresarial externo e 10 questões de múltipla escolha sobre a responsabilidade social e ambiental e verifica-se a possibilidade de deixar 8 questões em aberto para as eventuais respostas não constantes no questionário de múltipla escolha. A partir da coleta dos questionários foi comentado com a gestora de Recursos Humanos, que a indústria não teria o seu nome divulgado na apresentação dos resultados. Os questionários utilizados para a coleta de dados da pesquisa estão no anexo A deste trabalho. 3.5 TRATAMENTO DE DADOS Após a coleta dos dados, que será realizada conforme os procedimentos apresentados anteriormente, tornam-se necessário analisar e interpretar estes dados para transformar-los em informações, tendo em vista os objetivos da pesquisa. Segundo Churchill Jr e Peter (2003), quando os dados coletados são registrados num questionário, o pesquisador primeiro examina cada questionário para assegurar-se de que ele tenha sido preenchido completa e adequadamente. Então, o pesquisador codifica os dados, ou seja, atribui símbolos ou números às respostas. Em seguida, os dados são tabulados, o que significa que o número de casos que se encaixam em cada categoria ou combinação de categorias de repostas são contados. Depois da seleção, codificação e tabulação dos dados, estes estão prontos para serem analisados e interpretados. Para Lakatos e Marconi (2001), a análise e interpretação são duas atividades distintas, mas estreitamente relacionadas. Na visão das autoras, na análise o pesquisador entra em maiores detalhes sobre os dados decorrentes do trabalho estatístico, a fim de responder as indagações da pesquisa. Já a interpretação é a atividade intelectual que procura dar um significado mais amplo às respostas, vinculando-as a outros conhecimentos. Pode-se entender que a interpretação significa a exposição do verdadeiro significado do material 80 apresentado, em relação aos objetivos propostos e ao tema (LAKATOS, MARCONI, 2001). Dentro deste contexto, percebe-se a importância da análise e interpretação dos dados, pois é nesta etapa que se verificará a relevância dos dados coletados em relação aos objetivos da pesquisa. 81 4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS 4.1 Pesquisa Amostra Interna Foi realizado levantamento junto aos funcionários com a finalidade de obter a opinião deles no que se refere às atividades de responsabilidade sociais já desenvolvidas pela empresa. A tabulação dos dados foi realizada com ferramentas disponíveis em gráficos do Excel e transportada para o Word. Percentagem de colaboradores entrevistados por turnos de trabalho 3% 34% 63% 1 Turno 2 Turno Não Respondeu Gráfico 1 – Representação dos funcionários quanto ao turno A pesquisa foi respondida num percentual de 63% pelos funcionários que compõem o 1º turno que compreende o horário de 7h às 16h durante a semana e aos sábados 8 às 12h, neste horário trabalham aproximadamente 550 funcionários, e um percentual de 34% de trabalhadores do 2º turno que compreende o período de 17:15 às 01:43 e aos sábados 13h às 17h neste horário trabalham aproximadamente 350 funcionários e 3% não responderam qual o turno, considerando os 275 pesquisados. Percebe-se que indiferente do horário que o colaborador trabalhe ele possui ou não conhecimento dos programas como podem ser vistos nos gráficos a seguir. 82 Percentagem de colaboradores entrevistados por sexo 4% 20% 76% Feminino Masculino Não Respondeu Gráfico 2 – Representação dos funcionários quanto ao sexo A pesquisa foi respondida por 76% de indivíduos do sexo masculino e 20% do sexo feminino, aqui vale ressaltar que a EMPRESA PESQUISADA tem apenas 16% de mulheres em seu quadro de funcionários e 4% dos entrevistados não responderam esta questão. Como a pesquisa trata do perfil de colaboradores da indústria, esse dado que está sendo considerado, o masculino, em maior percentagem é absolutamente confiável e normal mesmo sendo o caso dos colaboradores em grande parte do processo produtivo. 83 Percentagem de colaboradores entrevistados por áreas de trabalho 4% 4% 12% 0% 6% 3% 2% 4% 1% 26% 23% 0% 2% Administração Finger Joint PCP Almoxarifado Gesso Prep Madeiras 3% Conservação Manutenção Primed 10% Destopadeiras Moldureiras RH Estufas Não Respondeu Serraria Gráfico 3 – Representação gráfica dos funcionários quanto ao setor Através deste gráfico pode-se notar que a pesquisa levou em conta para investigar a responsabilidade social interna os diversos setores; sendo 14 diferentes da empresa (Administração, Almoxarifado, Conservação, Destopadeiras, Estufas, Finger Joint, Gesso, Manutenção, Moldureiras, PCP, Preparação de madeiras, Primed, Rh e Serraria), coletando informações sobre os diversos colaboradores nas mais diversas, áreas de atuação dos mesmos; mostrando, assim que a pesquisa não foi centralizada somente na área administrativa, não existindo, portanto, uma tendência à manipulação dos dados. 84 Percentagem de colaboradores entrevistados por área de trabalho 4% 1% 5% 6% 84% Administrativo Coordenador Encarregado Não respondeu Operacional Gráfico 4 – Representação gráfica quanto ao cargo A pesquisa teve participação expressiva das pessoas de nível operacional mesmo porque era esse o objetivo traçado para realização da mesma. De forma que a próxima pesquisa estará sendo endereçada aos gestores. Das respostas, totalizando 84% dos respondentes colaboradores do nível operacional, 6% não responderam, 5% ocupam cargos de encarregados e 5% são pessoas que trabalham na área administrativa da empresa, incluindo aqui CPD, RH, Contabilidade, Financeiro entre outros. 85 Pergunta Nº 1: Você tem conhecimento de que a BrasPine ajuda entidades sociais de nossa cidade? 3% 0% 97% Não Não Respondeu Sim Gráfico 5 – Representação Gráfica da Pergunta 1 Na 1ª pergunta foi questionado aos funcionários se eles têm conhecimento de que a EMPRESA PESQUISADA ajuda entidades sociais de nossa cidade? O objetivo desta questão era obter conhecimento se eles realmente sabem desta atividade da empresa e foi possível concluir que a maioria dos entrevistados tem ciência do fato. Pergunta 2: Caso sua resposta tenha sido sido sim na pergunta anterior, você sabe indicar quais entidades de nossa cidade que a BrasPine colabora? 11% 3% 86% Não Não Respondeu Sim Gráfico 6 – Representação Gráfica da Pergunta 2 e Cite 86 De acordo com a resposta da pergunta 1 sim ou não, na pergunta 2, os funcionários deveriam informar/indicar as entidades beneficiadas: 86% dos entrevistados informaram que sabiam citar as entidades, 11% não saberiam e 3% não responderam. Do total de entidades citadas 9 tiveram uma lembrança mais expressiva pelos funcionários, ocupando o ranking APAE e Creches, como se pode ver no gráfico abaixo: Pergunta 2: Caso sua resposta tenha sido SIM na pergunta anterior, você sabe indicar quais as entidades de nossa cidade que a BrasPine colabora? 2% 3% 6% 1% 38% 20% 2% 13% APAE COALA GRAAD 15% ASILO CRECHES PROJETO VIDA CASMI FUNDAÇÃO STA MARTA PROVOPAR Gráfico 7– Representação Gráfica da Pergunta 2 e Cite Foram citadas também em algumas ocasiões: Hospital Carolina Lupion, pessoas carentes, Projeto CAJU, pessoas deficientes, Escolas, SITIM, Igrejas, Polícia. Analisando os resultados pode-se concluir que os funcionários entrevistados têm conhecimento, porém, somente de algumas instituições que a empresa contribui e não todas. Talvez seja em virtude da falta de endomarketing por parte da própria empresa. 87 Pergunta 3: Você participa de algum trabalho voluntário? 16% 2% 82% Não Não Respondeu Sim Gráfico 8 - Representação Gráfica da Pergunta 3 A questão “você participa de algum trabalho voluntário?” Teve como principal objetivo diagnosticar a participação dos funcionários em atividades voluntárias, e através dos dados apresentados no gráfico acima, este evidencia de forma negativa a participação dos funcionários da EMPRESA PESQUISADA em atividades voluntárias, pois apenas 16% dos entrevistados realizam atividades voluntárias. Visando verificar quais atividades voluntárias realizadas, foi pedido para citar e as respostas obtidas foram das mais diversas como mostra a tabela abaixo: 88 Tipo de atividade exercida Apenas ajudo as pessoas que chegam até eu ou então quando vejo que posso ajudar alguém Asilo Assistente social na igreja Auxilio meu pastor na Igreja (sou professor escola dominical, toco instrumento de cordas e faço visitas a doentes). Brigada de Incêndio Campanha do agasalho Fati; doação em dinheiro APAE Conselheiro Fiscal - Fundação Santa Marta - Tesoureiro Coala Contador de história e brinquedista na pastoral da criança Contribuo com donativos para distribuição na empresa e igreja Doação de alimentos, campanha do agasalho, brinquedos Doações de agasalhos para Igreja Dou aula de dança no projeto Piá Ensino da Bíblia Hospital Carolina Lupion Igreja, participação em pastorais Mas quero participar, não fui convidado, pretendo Multiplicador da ginástica laboral No momento não. Fui catequista por 4 anos na igreja católica Provopar, Casmi, Asilo, Apae Participo do Rotary Clube de Jaguariaíva, clube de serviços voluntários: doações, conscientização, arrecadação, palestras Sou instrutor musical, nas horas vagas ensino música Tecladista de um grupo de jovens, coordenador da mocidade Tabela 1– Atividades voluntárias realizadas por funcionários Nº 1 1 1 1 1 2 1 1 1 19 1 1 1 1 2 4 1 1 1 1 1 1 Muitos citaram as atividades desenvolvidas com apoio da empresa como campanhas do agasalho, alimentos e brinquedos. O quadro mostra uma diversidade de áreas, porém com muitas a serem exploradas, não podendo deixar de destacar a necessidade de divulgar mais os projetos sociais e setores que precisam de ajuda, visando assim um encontro entre as precisões da comunidade e os candidatos a voluntários. Entre os mais citados foi obtida a colaboração dos funcionários nas campanhas realizadas na empresa, que estes contribuem com alimentos, agasalhos e brinquedos. A questão que resultou no gráfico 9, buscou levantar se os funcionários individualmente gostariam de participar de um programa voluntário como, por exemplo: aproveitar o seu tempo de folga e ajudar a pintar uma creche? Pode-se considerar esta pergunta de suma importância para o desenvolvimento de um 89 projeto de responsabilidade social, pois o mesmo compreende o envolvimento de funcionários como os principais agentes do programa interno da empresa. Pergunta 4: Você individualmente gostaria de participar de um programa voluntário, como por exemplo: Aproveitar o seu tempo de folga e ajudar a pintar uma creche? 19% 4% 50% 27% Não Não Respondeu Sim Talvez Gráfico 9 - Representação Gráfica da Pergunta 4 Conforme evidenciado no gráfico acima, não há um consenso nas respostas dos entrevistados, 50% responderam que “talvez” e 27% dos entrevistados “sim”. Todavia, aproximadamente 15%, não demonstraram nenhum interesse e 4% não responderam. Alguns responderam à pergunta, porém, não citaram a atividade. Entre as sugestões dos funcionários para realização, foram citadas conforme tabela abaixo. 90 Ajudar de qualquer modo a quem precisa/eu possa ajudar/indiferente/o que precisar/desde que seja para ajudar/alguém sendo beneficiado/todas que a empresa realizar/ etc. Ajudar nas escolas, como limpeza e muitas outras coisas Alfabetização de adultos, reforço escolar, palestras para jovens e adultos Amigos da Escola Asilo CAJU Casmi Centro Educacional Valdemar de Gouveia Contar história no hospital para Crianças Creche próxima da minha casa Depende do que vai ser feito Ensinar adolescente a bordar Ensinar crianças a tocar violão, dar aulas Entidades Sociais/escolas/creches Grupo de terceira idade, trabalhar para adolescentes. Mas o meu tempo é pouco, pois só me sobra o domingo para família, houver um tempo Não havendo nenhum compromisso Nas minhas folgas eu tenho compromisso na Igreja Pastoral da criança/adolescente Pintar, higienizar, organizar e proporcional um dia especial aos velhinhos do asilo Pintar, limpar, distribuir alguma coisa Posso ajudar em qualquer tipo de mão de obra - pintura, carpinteiro, pedreiro Rotary Se tivesse tempo, gostaria de ajudar na educação de deficientes Trabalhos educativos com crianças, adolescentes, desenvolver melhorias para estas entidades Visitar asilo Tabela 2- Sugestões de atividades a serem desenvolvidas 25 1 1 1 2 1 3 1 1 1 2 1 1 2 1 4 1 1 1 1 2 1 1 1 1 1 Dos entrevistados que responderam esta pergunta, 25 deles citaram que se propõe ajudar no que for preciso desde que seja para ajudar alguém. A pergunta apresentada a seguir teve como objetivo, questionar os funcionários em parceria com a empresa que tipo de atividade voluntária você gostaria de desenvolver? 91 Acompanhar na entrega das doações que são destinadas para Apae, Asilo Acredito que podendo ajudar qualquer atividade eu desenvolveria Ajuda ao próximo, quem precisa, tudo o que puder Ajuda com serviços para entidades assistenciais Ajuda financeira através de desconto em conta bancária Ajudar a pintar ponte de Jaguariaíva Ajudar asilo/organização Ajudar em algum time de futebol Ajudar na campanha do alimento incentivando os funcionários a colaborar trazendo todo mês o alimento Ajustador Alguma coisa com crianças Alguma entidade que tenham crianças ou velhos Alimento/agasalho para famílias carentes Amigos da escola Apoio ao Asilo e creches Apoio, artesanato, atendimento Arrecadação de alimentos e roupas para entidades Arrecadar alimento nas casas das pessoas. Formar funcionários para arrecadar As creches porque muitas mães trabalham aqui, deixa seus filhos As escolas e também crianças de rua, famílias mais pobres e com doenças Assistência social junto a crianças carente Atividades com crianças Atividades esportivas/informática Aula de futebol Campanha do alimento e campanha do agasalho Colaborar com a reforma de entidades sociais Coleta de doações Conscientização ecológica Conselho e nas igrejas Cuidar de jardins Cultural – educacional Curso de profissionalização Desenvolver o ensino de xadrez para crianças Diretoria/Conselho Distribuir brinquedos e agasalhos Doações de cestas básicas e brinquedos/agasalhos/crianças e famílias carentes Em atividade festiva, limpeza ajudar a cuidar de crianças Empilhadeira Ensinar/Danças Entrega das doações ocorridas Esportes Fazer visitas assistenciais a creches, campanha para limpeza do local, preservar a paisagem das praças Fome Zero Formar um grupo de terapia incluindo danças de idades variadas Fornecer um café da manhã simples, para as crianças da escola dominical da Igreja Assembléia (Cidade Alta) todos os domingos 5 1 3 1 1 1 5 1 1 1 1 1 1 1 2 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 7 1 1 2 4 2 1 1 1 1 92 Gostaria de ajudar no orfanato, mas aqui não tem e eu não tenho tempo 1 Igrejas/Asilo 1 Já desenvolvendo doação de alimentos roupas 1 Juntar o lixo reciclável em casa 1 Junto com a equipe levar agasalho, para os necessitados 1 Melhorar na questão do ensino e educação 1 Meu tempo é curto para participar de atividades voluntárias, mas participo 1 da campanha de alimento Musical 1 Na Apae 2 Na campanha de alimentos 1 Na participação com as crianças das creches 1 Na participação de todos , ajudar aqueles que mais precisam 1 Não posso ajudar porque trabalho no final de semana também 1 Não sei 15 Não sei quantas entidades a empresa participa sabendo qual direi se 1 ajudo Não tenho tempo/ pouco tempo de folga 1 No momento ainda não sei, mas gostaria de experimentar alguma coisa 1 para concretizar No momento não tenho tempo, para ajudar atividades voluntárias,mas 1 participo na doação de alimentos No momento nenhum 3 Nunca parei pra pensar 1 O que a empresa quiser desenvolver 1 O que for possível 1 Para onde for preciso/ casa de nutrição 1 Pintar creches, fazer outros serviços 2 Preservação do meio ambiente em nossa cidade como: rios, parques, 1 florestas Promover algum tipo de atividade em creches 1 Qualquer tipo de mão de obra 1 Rotary 1 Segurança Social 1 Sem preferência 5 Sim qualquer atividade que seja para ajudar o próximo eu aceito 1 Social 1 SOS Rio Capivari 1 Talvez inclusão digital 1 Teatro 3 Tenho disponibilidade para qualquer trabalho social 1 Trabalho com educação de crianças 1 Trabalho em escola primária 1 Trabalho relacionado à educação e criar projetos na área de 1 responsabilidade social Tudo/qualquer um/ o que empresa achar melhor/ajudar sempre é 15 bom/ajudando está ótimo Visita a famílias carentes, doações, confraternização com crianças 1 carentes Tabela 3 - Sugestões de atividades a serem realizadas com apoio da empresa: 93 Pergunta 6: Que entidade/ área social você sugere para a empresa colaborar? 1% 0% 10% 19% 1% 59% 10% 0% 0% APAE CRECHES NÃO RESPONDEU/OUTROS ASILO FUNDAÇÃO STA MARTA PROJETO PIA CASMI GRAAD PROVOPAR Gráfico 10 – Representação Gráfica da Pergunta 6 A participação dos pesquisados nesta pergunta, não foi expressiva, pois 59% não responderam, entre outras entidades foram também citadas: o Hospital Carolina Lupion, Polícia Militar e Civil, Projeto Caju, Igrejas, Ongs, Grupo Jaguar Dance, Orfanato, Rotary, Missionárias do Sertão, Pastoral da Criança. Esta questão tem como objetivo identificar quais entidades os próprios funcionários sugerem para empresa colaborar. Entre o mais citado, 19% sugerem ajuda ao Asilo, 10% a APAE, 10% creches, foi lembrado da creche Casmi por 1% e Provopar 1%, não chegando a 1% o número de entrevistados que citou Projeto PIÁ, Fundação Santa Marta e GRAAD. Comentário emitido por um dos respondentes na pergunta 6: Um grande problema é a moradia, se todos colaborassem, a empresa podia pedir terreno para prefeitura e voluntários poderiam contribuir construindo uma casa para uma família carente da nossa cidade. 94 Pergunta 7: Referente a campanha do agasalho, campanha do brinquedo e campanha de alimentação criada pela empresa, com a colaboração dos funcionários, você gostou da atitude? 1% 2% 97% Não Não Respondeu Sim Gráfico 11 – Representação Gráfica da Pergunta 7 A Indústria criou algumas campanhas, que são realizadas com ajuda dos funcionários, sendo assim, questionam-se: Referente à campanha do agasalho, campanha do brinquedo e campanha da alimentação criada pela empresa, com a colaboração dos funcionários, vocês gostou da atitude? 97% dos entrevistados responderam que sim, apenas 1% que não gostaram da atitude e 2% não responderam. De acordo com as respostas da pergunta 7, foi perguntado: Você colabora com donativos? 95 Pergunta 7.1: Você colabora com donativos? 7% 7% 86% Não Não Respondeu Sim Gráfico 12 – Representação Gráfica Pergunta 7.1 Dos entrevistados, 86% colaboram com donativos (alimento não perecível, brinquedos, roupas, etc.) 7% não e 7% não responderam esta pergunta. Com o propósito de investigar se os funcionários sabem e acreditam no destino das doações arrecadadas nas campanhas como do agasalho, brinquedos e alimentação foi perguntado: Pergunta 8: Você sabe e acredita no destino das doações de campanhas solidárias realizadas, como campanha do brinquedo, campanha da alimentação e campanha do agasalho? 5% 9% 86% Não Não Respondeu Sim Gráfico 13 – Representação Gráfica da pergunta 8 96 Enquanto 86% dos entrevistados responderam que sim (sabem e acreditam no destino das doações), apenas 5% responderam que não e 9% não responderam esta pergunta. Questionados sobre as entidades beneficiadas com as campanhas realizadas, obtive-se o seguinte: Pergunta 8: Você sabe e acredita no destino das doações de campanhas solidárias realizadas, como campanha do brinquedo, campanha de alimentação e campanha do agasalho? Cite as entidades beneficiadas: 2% 0% 4% 9% 16% 0% 18% 35% 15% 1% APAE CRECHES PROJETO VIDA ASILO FUNDAÇÃO STA MARTA PROVOPAR CASMI GRAAD COALA Não Respondeu Gráfico 14 – Representação Gráfica da Pergunta 8.1 Com grande evidência, observa-se, que todos acreditam no destino das doações das campanhas e isso se fundamenta na idéia de que muitos dos colaboradores se beneficiam indiretamente das doações através de pessoas que são assistidas por essas instituições em nossa cidade. A questão buscou investigar sobre o conhecimento dos funcionários quanto ao destino dos resíduos sólidos (cavaco, serragem, papel, ferro velho) da empresa, se perguntou então para os coladores o seguinte: 97 Pergunta 10: Você sabe qual o destino dos resíduos (cavaco, serragem, papel, ferro velho) da empresa? 35% 37% 28% Não Não Respondeu Sim Gráfico 15– Representação Gráfica da Pergunta 10 Os destinos dos resíduos industriais são diversos, entre eles: utilizado como combustível para geração de vapor em caldeiras, comercialização para diversos processos, como: produção de MDF, aglomerado, papel, substrato vegetal, briquete entre outros. Dos pesquisados, 37% relataram saber qual o destino dos resíduos da empresa, já 35% responderam que desconhecem. De todos os entrevistados um número considerável não respondeu a questão, ou seja, um percentual de 28%. Conforme gráfico 17 foram citados pelos entrevistados alguns destes destinos: 98 Pergunta 10: Você sabe qual o destino dos resíduos (cavaco, serragem, papel, ferro velho) da empresa? Cite: 17% 24% 22% 15% 3% BioMassa Cavaco p/ Processo 19% Cavaco p/ Processo MDF Não Respondeu Outros Reciclagem Gráfico 16. Representação Gráfica da Pergunta 10.1 De acordo com a pesquisa, 17% têm conhecimento de que é utilizado para Biomassa (abastecimento da própria caldeira da empresa), 22% responderam Cavaco para Processo, que é utilizado no processo de produção de papel, 15% Cavaco tem seu destino para Processo MDF, 25% citaram Reciclagem, 15% outros que se tiveram respostas diversas como utilização na indústria de cal, ferro velho, vendas, utilização para adubo e húmus, entre outros, e 3% dos entrevistados não responderam esta questão. 99 Pergunta 12: A BrasPine tem uma política para preservação do meio ambiente, como utilização de madeira somente de florestas certificadas, estação de tratamento de efluentes, etc.? 1% 13% 86% Não Não Respondeu Sim Gráfico 17 - Representação Gráfica da Pergunta 12 A questão do gráfico acima teve por finalidade levantar se os funcionários sabem que a indústria tem uma política para preservação do meio ambiente, como utilização de madeira somente de florestas certificadas, estação de tratamento de efluentes. A conclusão a que se chegou foi de que 86% dos entrevistados têm conhecimento desta preocupação da empresa, somente 1% respondeu não conhecer e 13% não responderam. Pergunta 13: Ser uma empresa ecologicamente correta é um requisito de um produto que você considera: 10% 3% 87% Básico Muito Importante Não Respondeu Gráfico 18 - Representação Gráfica da Pergunta 13 100 Considerando que nos dias atuais, é de grande relevância a empresa ser ecologicamente correta, pode-se verificar que para 87% dos entrevistados é muito importante, para 3% é básico e 10% dos entrevistados não responderam. Anotação referente pergunta 13, levantado por um funcionário: “desde que as pessoas que forem designadas para este trabalho de conscientização sejam treinadas e não pegas no laço, como muitas pessoas são aqui”. A resposta ora mencionada traz um questionamento acerca da política ambiental. Visto que, muitas vezes, é imposta aos funcionários sem serem treinados e conscientizados da sua real importância. Pergunta 14: Você acha que a empresa tem que desenvolver algum tipo de programa de sensibilização e conscientização sobre a importância do desenvolvimento de trabalhos voluntários? 4% 12% 84% Não Não Respondeu Sim Gráfico 19 – Representação Gráfica da Pergunta 14 O objetivo desta pergunta foi o de verificar se os funcionários querem ou não investir em treinamentos referentes às obrigações de cidadãos consciente de seus deveres perante a sociedade e a preservação do meio ambiente; sendo que das respostas verificadas 84% dizem sim, 4% analisam que não há necessidade de programas de sensibilização e conscientização, e 12%, não responderam esta questão. 101 Pergunta 15: Você está satisfeito com o trabalho social desenvolvido pela BrasPine? 4% 11% 85% Não Não Respondeu Sim Gráfico 20 – Representação Gráfica da Pergunta 15 Um número expressivo dos entrevistados respondeu que sim, ou seja, 85% estão satisfeitos, 4% demonstram não estar satisfeito e 11% não responderam esta questão. Ao final do questionário, foram deixados espaços livres para que os colaboradores fizessem seus comentários, muitos elogiaram, alguns fizeram observações de perguntas outros não responderam, alguns emitiram sugestões. As respostas estão abaixo relacionadas na íntegra. 4.2 COMENTÁRIOS DIVERSOS Foram diversos os comentários dos colaboradores sobre a questão 15, conforme pode ser observado abaixo: • A EMPRESA PESQUISADA é uma empresa líder de mercado de Molduras, porém eu acho que ela poderia crescer mais se fosse mais organizada internamente. • A empresa busca se integrar ao meio social onde está inserida, provando uma vocação social, que não pode ser desconsiderada. Essa participação 102 tende a uma evolução ideológica e de pensamentos que será com certeza importante para a comunidade; • A empresa deveria dar mais importância para seus funcionários, dando cursos de capacitação de várias profissões; • A empresa devia valorizar mais seus funcionários que está a mais tempo trabalhando aqui, oferecendo-lhes oportunidades; • A maioria dos trabalhos sociais realizados pela empresa são donativos que os funcionários dão, não são da empresa. A empresa só auxilia algumas entidades como já citado anteriormente. O papel social vai além de simples doações de um salário mensal; é atitude e mudanças de atitudes para o bem comunitário, algo mais concreto e eficaz, não somente merchandising de responsabilidade social, mais uma visão humana da sociedade com base em ações; • Acho que todos os funcionários deveriam ter convênio médico, ainda que fosse simples e com algum custo; • Acredito que sempre se pode criar e desenvolver novos programas, para ajudar a comunidade, deve ser melhor divulgado entre seus colaboradores; • Carga horária sem definições; • Com a colaboração de mais pessoas poderia ser melhor; • Construir uma creche para filhos de funcionários; • Este tipo de benefícios à sociedade é muito importante não só para a empresa obter um bom nome, mas também pelas pessoas que estão sendo ajudadas; • Falta conscientização dos funcionários; • Falta um clube de lazer só para funcionários da EMPRESA PESQUISADA; • Gostaríamos que existissem mais informações para acompanharmos, ajudar mais; • Mais tem que ter mais divulgação e palestras para funcionários; • Médico nem olha o funcionário no ambulatório; • Poderia ajudar mais e aparecer menos, pois se esforçam para que ela seja noticiada qualquer coisinha; 103 • Poderia ocorrer uma maior mobilização dos funcionários se nos editais houvesse informações do tipo – creche tal precisa de voluntário para tal atividade, asilo para tal atividade. • Podia ser melhor se os funcionários tivessem consciência da importância do trabalho desenvolvido pela empresa e colaborassem mais, participando como trazer mais alimento; • Precisa melhorar muito mais, incentivar os colaboradores com palestras, incentivar também os coordenadores, encarregados e diretores para que motivem seus funcionários. Divulgar as campanhas semanalmente. Criar: concurso de fotos voluntários (mostrando o serviço que você realiza em prol da sociedade, criar broches de identificação com símbolo e escrito sou voluntário, para premiar quem é voluntário). Criar palestras, os palestrantes serão quem é voluntário, quem realiza os serviços voluntários todo mês. Criar a mesa redonda onde os voluntários: sentam e debatem sobre os problemas da entidade e tentam chegar em soluções (participação de encarregado, coordenadores e até diretores da empresa, realizar uma vez por mês); • Procurar aprender mais ajudar se for possível procurar alcançar as metas possíveis; • Programa de qualidade de vida ? Não conheço; • Talvez em conjunto com alguma instituição profissionalizante, oferecer cursos visando o aprimoramento/aprendizagem de jovens na área/ramo da empresa; • Estudo na Fati, numa aula sobre responsabilidade social, foi mostrado uma espécie de livrinho da empresa Mercadomóveis onde o mesmo mostra todas as áreas onde a empresa faz seu trabalho social, como faz. Achei bem interessante e acho que a EMPRESA PESQUISADA poderia fazer o mesmo assim todos os funcionários ficariam por dentro deste assunto e conheceriam mais a fundo o trabalho de responsabilidade social da empresa, podendo até virem se interessar mais e até procurar participar mais; • Trazer família para conhecer empresa, vem escolas e filhos de funcionários não conhecem; • Vale transporte mais importante para funcionário. 104 4.3 AVALIAÇÃO E PERCEPÇÃO QUE OS COLABORADORES TÊM DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS Pode-se observar que os seguintes comentários feitos pelos colaboradores da empresa pesquisada foram: • “é um orgulho para quem faz parte dela”; • “é uma das empresas que mais contribuem para o desenvolvimento de nossa cidade, basta analisar o número de funcionários, famílias e entidades que são beneficiadas com o advento da empresa”; • ¨é uma empresa muito boa que se preocupa bastante com seus funcionários e familiares por isso eu estou satisfeito com a empresa¨; • ¨é uma empresa que ajuda muitas pessoas, entidade, e por isso estou muito feliz em saber disso, e fazer parte disso, ajudar com alimentos, agasalhos e muito mais¨; • ¨é uma empresa que sempre ajuda a quem precisa, a seus funcionários e as pessoas carentes¨; • ¨é uma empresa que tem conscientização¨; • ¨é uma empresa voluntária que ajuda a comunidade de forma inesperável¨; • A empresa em nossa cidade é muito importante, pois respeita o cidadão, valoriza seus funcionários em tudo, não é como outras por aí que faz do funcionário um escravo miserável; • ¨está de parabéns com atitude que ela faz para comunidade¨; • ¨a empresa é solidária com as pessoas e também com o meio ambiente e isto é muito importante¨; • ¨a empresa sempre está abordando assuntos de extrema importância, tanto para as pessoas que aqui trabalham ou não. E é sempre bom, tudo o que a empresa faz¨; • ¨a empresa vem desenvolvendo trabalhos muito importantes para as pessoas tanto na empresa como fora dela¨; • A gente só tem a agradecer a empresa e os voluntários por estas atitudes¨; 105 • ¨acho muito legal a atitude da empresa, como sempre esta fazendo serviços voluntários¨; • ¨acredito que é assim com iniciativa dos órgãos privados pode-se valorizar cuidando mais da qualidade de vida das pessoas e de nossa comunidade¨; • ¨uma empresa de remanufatura de seres humanos¨; • ¨é uma excelente empresa, um orgulho para nossa cidade¨; • ¨com a iniciativa da empresa eu acho que irá ajudar muito o desenvolvimento do município¨; • ¨com certeza porque assim percebe-se o interesse da empresa em ajudar funcionários e também parte das pessoas carentes da cidade¨; • ¨continue assim parabéns¨; • ¨continue sempre assim... isso não existe preço, mas sim qualidade¨; • ¨depois que eu entrei aqui minha vida mudou totalmente eu só tenho a agradecer pela oportunidade obrigada¨; • ¨é importante uma empresa que oferece a melhor estrutura ao funcionário e por ser a melhor a empresa em minha opinião do Brasil¨; • É um reconhecimento em todos os dias comemorativos. Obrigada! • Esta empresa é muito séria e humana; • Estou muito feliz por fazer parte desta empresa por dar oportunidade às pessoas da APAE; • Eu acho muito importante para a sociedade como um todo; • Eu gosto da atitude da empresa de ajudar muitas entidades, bom exemplo; • Eu não tenho palavras eu estou satisfeito com tudo o que a empresa faz. Deus Abençoe; • Fiquei muito feliz em saber que a empresa está contratando pessoas deficientes, concordo plenamente e acredito que essas pessoas, darão um show em muitos funcionários que não dão valor no emprego que tem e não valorizam a empresa; • Muito boa esta avaliação (uma sugestão é fazer mais vezes este tipo de avaliação na empresa); 106 • Muito bom, mais muito bom mesmo e o respeito de cada irmão que dá uma força para pessoas mais simples que a gente, muito obrigado que Deus abençoe cada dia de nossa vida – Boa Sorte; • Em minha opinião a empresa já é uma grande colaboradora me sinto lisonjeada em trabalhar aqui; • Em minha opinião hoje a empresa está atuando com bastante empenho, ajudando as entidades carentes que necessitam realmente. • Na região é o melhor trabalho desenvolvido. Supera outras grandes empresas. • Não tem comentário, tudo isso é muito importante, não só para empresa e sim para a nossa cidade; • No meu ponto de vista a empresa está abrangendo o setor menos favorecido, e deve continuar; • Nota dez pela inclusão do deficiente físico; • Para mim a empresa é um sonho que se torna real a cada dia que passa também estou satisfeita com a política da empresa; • Parabenizar a empresa por adotar em nosso meio pessoas com deficiências mas com capacidades de desenvolver o mesmo trabalho que nós normais. • Parabéns, porque é daqui que estou tirando meu alimento e tratando meus filhos; • Particularmente orgulho-me por fazer parte e contribuir com as ações desenvolvidas; • Procuro dar valor e a mais sincera colaboração e presença, pois não é fácil achar uma empresa como esta. • Que este trabalho venha fazer parte das nossas vidas, cada dia mais, na empresa e fora dela. • São poucas as empresas que fazem este tipo de ação social. • Só agradeço a oportunidade que tem me dado. Obrigada! • Trabalhar aqui é muito bom!!! • Tudo que sou, tudo o que tenho, devo a esta empresa; 107 • Uma empresa que se preocupa com o bem estar dos funcionários sendo bem estar físico mental e social e com a comunidade, com o ambientalismo e ajuda as entidades. Diante de todos os elogios e comentários positivos pode-se notar que a empresa tem sido referência entre seus colaboradores no que se refere à responsabilidade social interna, pode-se notar que mesmo embora em estágios embrionários muitos colaboradores sentem-se felizes pelas ações sociais que a empresa vem atuando e investindo. Importante, também, destacar que a sociedade civil vem assumindo uma clara posição ao enfrentar os problemas sociais e não mais deixa-los para o Estado. Desta forma, percebe-se que é imposto às empresas uma mudança no processo de condução desses assuntos, que assumem uma posição mais estratégica na medida em que afetam a imagem corporativa. Vale lembrar, que os brasileiros, estão cada vez mais predispostos a punirem empresas, que não sejam socialmente responsáveis. A responsabilidade social das empresas tornou-se um meio de aproximar as pessoas dos problemas sociais e os tornar mais reais do que pareciam, quando só o Estado participava. Nesse novo contexto, as questões sociais ganham um caráter prático porque colocam as pessoas, e não a instituição estatal, em contato direto com a problemática social. Com isso, o pensamento da coresponsabilidade pela sociedade, pelo meio ambiente, pelo país, é hoje o diferencial competitivo de uma empresa, que com essa visão passa a agregar importante valor à sua marca, ou seja: o de empresa cidadã, socialmente responsável, a qual se volta, para resgatar princípios éticos e morais. Valores esses, que estão cotados entre os principais fatores para o sucesso mercadológico. 108 4.4 ANÁLISE E TRATAMENTO DOS DADOS PESQUISADOS GESTORES 4.4.1 AVALIAÇÃO DO COMPORTAMENTO ÉTICO EMPRESARIAL INTERNO A tabulação dos dados foi realizada com ferramentas, gráficos do Excel e transportados para o Word. Quanto ao sexo dos entrevistados a pesquisa foi respondida por 18 gestores homens e 2 gestoras do sexo feminino, totalizando uma amostra de 20 gestores, entre estes 5 gestores possuem entre 20 a 30 anos de idade, 8 gestores possuem entre 31 a 40 anos e somente 7 gestores tem idade superior aos 41 anos. Esse dado mostra uma boa relação entre pessoas de idades e experiências profissionais diferentes demonstrando ser uma empresa que prioriza não somente a idade mas também a experiência e o conhecimento. Da amostra pesquisada 8 deles possuem tempo de empresa entre 0 a 3 anos, 5 gestores, tem de 4 a 7 anos e os 7 últimos gestores possuem mais de 7 anos de empresa. Um dado que chama bastante atenção e mostra o profissionalismo esta centrado no nível de instrução dos colaboradores sendo que 4 apenas possuem o ensino médio, 9 gestores possuem curso superior, não tendo informado qual a sua graduação, 6 são pós-graduados a nível lacto sensu e o que chama atenção é que 1 gestor possui nível de mestrado, não sendo também informado em que área. Sobre o comportamento empresarial interno podem-se destacar os seguintes resultados da pesquisa realizada como os gestores. Foi perguntado aos gestores conforme gráfico abaixo e obtiveram-se as seguintes respostas. 109 1) O estimulo a competição desenfreada entre os empregados é: alto 5% médio 50% inexistente inexistente 30% baixo 15% baixo médio alto Gráfico 21 – Representação Gráfica sobre a competição entre os empregados Essa questão refere-se à competição entre os todos os empregados, sendo respondida apenas pelos gestores. Mostra-nos um dado interessante pois não se obteve um resultado padrão entre todos. Isso pode demonstrar que nem todos os gestores possuem uma visão de que a competição desenfreada muitas vezes pode ocasionar problemas de relacionamento e de clima organizacional entre os empregados. Sobre a luta pela preservação do poder foi à pergunta 2 deixando as seguintes alternativas. 50% das respostas mostraram que é proibitiva e inexistente e 50% mostraram que é intensa e contínua. Essa questão reforça a pergunta do gráfico anterior pois os gestores mesmo sendo de áreas de atuação diferentes estão constantemente conversando sobre estratégias continuas, e esse percentual nos mostra que alguns não enxergam a luta pela preservação e os demais se orientam por essa premissa. 110 A próxima pergunta tenta perceber de que forma a empresa reconhece o empenho e a colaboração dos funcionários. 3) Predomina o reconhecimento: 14 Totalmente coletivo 14 12 Mais coletivo do que individualista 10 Tanto coletivo quanto individualista 8 6 4 2 2 1 Mais individualista do que coletivo 3 Totalmente individualista 0 0 Gráfico 22 – Representação Gráfica da Predominância do reconhecimento Dos gestores o percentual das respostas ficou em 70% concentrada na resposta de que a empresa valoriza tanto o coletivo quanto o individualista, o coletivo representa o trabalho de todos na tentativa de atingimento das metas traçadas e também o esforço individual de cada colaborador. 4) A palavra de ordem é: 13 14 Mais solidariedade e participação social do que resultados 12 10 Tanto resultados quanto solidariedade e participação social 8 6 4 4 2 0 Busca incessante da solidariedade e participação social 2 1 0 Mais resultados do que solidariedade e participação social Busca incessante pôr resultados Gráfico 23 – Representação gráfica da palavra de ordem 111 Um dos caminhos muito mencionados pelos diversos autores sobre a RSC é a busca pelos resultados empresariais e a participação e envolvimento de todos em ações sociais. Essa visão fica muito forte nessa resposta uma vez que dos entrevistados 65% responderam que a palavra de ordem é resultados e participação social. 5) Predomina a: 12 Total lealdade a empresa Baixa lealdade ao chefe e elevada lealdade a empresa 12 10 8 Media lealdade a empresa e ao chefe 6 6 Elevada lealdade ao chefe e baixa a empresa 4 1 2 1 0 Total lealdade ao chefe 0 Gráfico 24 – Representação gráfica da predominância à lealdade à empresa Quando se trata em lealdade a empresa fica claro que o predomínio principalmente por estarem no cargo de gestores que a lealdade à empresa seria a questão mais respondida com 60% das respostas seguido de uma outra alternativa que também teve um expressivo aparecimento que é média lealdade à empresa e ao chefe. Talvez um fato importante tenha sido que alguns gestores se percebem tão importantes que tenham que também ter lealdade por parte dos seus colaboradores diretos. 112 6) A ênfase e no alcance de: 15 16 Poucos resultados imediatos e muitos resultados de médio e longo prazo 14 12 Tanto resultados de médio e longo prazo quanto resultados imediatos 10 8 5 6 Muitos resultados imediatos e poucos resultados de médio e longo prazo 4 2 Apenas resultados de médio e longo prazos 0 0 0 Apenas resultados imediatos 0 Gráfico 25 – Representação gráfica da ênfase no alcance de resultados Esta questão mostra que a ênfase esta centrada no pensamento de que é preciso ser estrategista e ter pensamento a médio e longo prazo, mas não se pode esquecer que sem os resultados imediatos não existe a empresa muito bem como os resultados a médio e longo prazo. 7) A submissão ao chefe é: 5% 25% 20% 50% nenhuma baixa média elevada Gráfico 26 – Representação gráfica da submissão ao chefe Esta pergunta esta direcionada a gestores portanto a resposta deve ser interpretada no sentido de como eles se relacionam com seus colaboradores. Notase que 50% dos entrevistados entendem que a submissão ao chefe é média. Como 113 o objetivo desta primeira parte do questionário é mensurar o comportamento ético empresarial interno esta questão ela não possui um significado muito expressivo uma vez que não foi respondida pelos colaboradores. 8) Prevalece: 14 A competição total 14 12 Baixa competitividade e alta competição 10 Tanto competição quanto competitividade 8 6 3 4 2 Alta competitividade e baixa competição 2 1 0 A competitividade total 0 Gráfico 27 – Representação Gráfica de Prevalências Tanto a competição quanto a competitividade foi o reconhecimento dos gestores do que prevalece nessa organização. Esse dado é importante porque demonstra que a competição faz parte da visão dos gestores. É importante que se tenha consciência de que a competição quando não bem orientada torna-se um estímulo destrutivo entre os colaboradores. 9) Há predomínio das: Relações pessoais sobre as relações profissionais 9 10 Relações pessoais 8 5 6 4 4 2 Tanto das relações pessoais quanto das relações profissionais Relações profissionais sobre relações pessoais 2 0 Relações profissionais 0 Gráfico 28 – Representação Gráfica de predomínios nas relações 114 O comportamento ético empresarial interno ele pode ser construído de diversas maneiras e enfoques. Essa pergunta demonstra as diversas maneiras como os gestores pensam as relações dentro da organização e com 45% das respostas mostrando que as relações pessoais e as relações profissionais são valorizadas seguidas de um percentual de 25% de gestores que percebem que as relações profissionais predominam sobre as relações pessoais e com 20% os gestores definem que nessa organização somente existe o predomínio das relações profissionais não existindo nenhum predomínio as relações pessoais. Quanto mais existir o predomínio apenas das relações profissionais, mais distante de construir um clima positivo e de responsabilidade social a organização se encontra. 10) A cidadania interna caracteriza-se pôr existir: Somente cidadãos 8 8 7 Muitos cidadãos de primeira classe e pouca de segunda classe Cidadãos de primeira e segunda classes em igual numero 6 6 5 4 4 3 2 2 1 0 Poucos cidadãos de primeira classe e muitos de segunda classes Não existem cidadãos 0 Gráfico 29 – Representação gráfica da cidadania interna Essa questão demonstra como é caracterizada a cidadania interna e com 40% os gestores entendem que a cidadania interna é construída com cidadãos de primeira e segunda classe em igual número. Esse dado demonstra que por parte dos gestores muitos deles entendem que todos são iguais e importantes para a organização. Por ter sido respondido pelos gestores, a questão que deveria em tese ter o maior número de repostas deveria ter sido que a cidadania interna se caracteriza somente por cidadãos. As respostas talvez não tenham sido pensadas 115 no conceito de cidadania pleno, mas principalmente, no entendimento de cargos e funções dentro da organização. 4.4.2 AVALIAÇÃO DO COMPORTAMENTO ÉTICO EMPRESARIAL EXTERNO O objetivo desta parte do questionário respondido pelos gestores será de encontrar entre os mesmos, informações relevantes sobre a visão de cada um e o relacionamento que a empresa possui com todos os clientes, fornecedores e governo sendo os principais públicos externos de qualquer organização industrial. 1) Os contratos são: 20 17 Sempre respeitados 15 Quase sempre respeitados As vezes respeitados 10 5 Muitas vezes desrespeitados Sempre desrespeitados 3 0 0 0 0 Gráfico 30 – Representação gráfica dos contratos O cumprimento de contratos é seguramente uma ferramenta importantíssima para se analisar o comportamento ético empresarial externo, uma vez sendo cumpridos, os contratos depõem a favor da organização na tentativa de melhoramento continuo de imagem junto a todos os públicos da organização, sendo clientes, fornecedores e todos os demais públicos, e bem como se pode analisar o gráfico acima esta empresa cumpre todos os seus contratos respeitando os direitos de fornecedores, clientes e o próprio governo. 116 2) Os direitos legítimos dos clientes são : 19 20 Sempre respeitados 15 Quase sempre respeitados As vezes respeitados 10 Muitas vezes desrespeitados Sempre desrespeitados 5 1 0 0 0 0 Gráfico 31 – representação gráfica dos direitos legítimos dos clientes Mesmo sendo uma relação de uma indústria, o cumprimento dos direitos dos clientes revela o mais alto grau de confiabilidade organizacional. Não se pode nunca esquecer que os clientes são os objetivos de qualquer empresa e quando estes têm seus direitos respeitados contribuem com o esforço da fidelidade a organização para continuar promovendo compras e realizando parcerias de sucesso. 3) Os direitos legítimos dos fornecedores são: 20 18 Sempre respeitados 15 Quase sempre respeitados As vezes respeitados 10 5 Muitas vezes desrespeitados Sempre desrespeitados 1 1 0 0 0 Gráfico 32 – Representação gráfica dos direitos legítimos dos fornecedores Direitos legítimos como se pode notar são em 90% sempre respeitados, notase que na grande maioria dos casos são respeitados principalmente por ser uma 117 indústria que possui certificação e precisa de cumprir seus compromissos para poder exportar. A EMPRESA PESQUISADA exporta 100% da sua produção, e seus compromissos são cumpridos mediante a entrega pontual e a qualidade dos seus produtos e serviços. 4) A prática de ardis contra fornecedores, clientes, franqueadores, distribuidores, prestadores de serviços: 14 13 12 Nunca acontece 10 Acontece pouco 8 6 4 2 As vezes acontece 5 Acontece com freqüência 2 Acontece sempre 0 0 0 Gráfico 33 – Representação gráfica da prática de ardis A prática ardis representa em muitos casos uma alternativa que as organizações possuem para em alguns casos levar vantagens representando assim uma falta muito grande de compromisso com todos que acabam se maleficiando dessa prática. Como se pode perceber para grande parte dos gestores essa prática nunca acontece e para outra parte acontece pouco. Por se tratar de uma indústria de grande porte algumas práticas principalmente como o atraso a alguns pedidos são “normalmente” aceitos dentro do segmento industrial até por se tratar de fenômenos externos como greve dos portuários, greve de caminhoneiros, funcionários da receita federal, que acabam atrasando os compromissos de muitas indústrias que exportam. 118 5) O descumprimento de prazos: 9 10 7 8 Nunca acontece Acontece pouco 6 As vezes acontece 4 Acontece com freqüência 4 Acontece sempre 2 0 0 0 Gráfico 34 – Representação gráfica do descumprimento de prazos Essa questão é relativamente importante porque o descumprimento de prazos depende de uma serie de fatores somados como muitas vezes a falta de matéria prima, o numero de colaboradores que adoecem e se ausentam do trabalho como também fatores externos como paralisação dos portuários, greves de caminhoneiros e muitos outros. Logo, é considerada uma alternativa que mostra ser natural dentro do processo fabril o descumprimento de prazos como citado acima em alguns casos que são fatores exógenos da organização. Outro ponto importante é que esse descumprimento não acontece com freqüência sendo assim não caracterizando uma prática comum dessa organização. 119 6) As ações sociais são: 10 Intensas e continuas 10 Menos intensas e mais continuas 8 6 6 Ora intensas ora continuas 4 4 Mais intensas e menos continuas 2 0 Insignificantes e descontinuas 0 0 Gráfico 35 – Representação gráfica das ações sociais Essa questão teve como objetivo identificar se existem ações sociais e com quais freqüências essas ações acontecem na organização. O gráfico deixa claro que 50% dos gestores identificam as ações como sendo intensas e contínuas ou seja unindo a prática social e o tempo permanente dessa mesma ou outras novas práticas. Outro dado que a pesquisa aponta e chama a atenção é que mesmo às respostas que consideram as ações menos intensas, reconhecem as ações continuas. 7) Aos danos ambientais são: 13 14 12 Inexistentes 10 Muitos raros 8 Esporádicos 5 Pouco freqüentes 6 2 Muito freqüentes 2 4 0 0 0 Gráfico 36 – Representação gráfica dos danos ambientais 120 O passivo ambiental industrial é hoje uma das discussões mais freqüentes em torno da prática da responsabilidade social corporativa essa busca pela sustentabilidade se faz mediante a equação produção e cuidado ao meio ambiente. Mesmo existindo leis que combatam diretamente abusos pelas organizações industriais com relação ao meio ambiente é muito comum em noticiários escutarmos esses escândalos. Logo essa questão busca identificar se esta organização busca evitar e se também acontecem esses danos e de acordo com as respostas dos gestores possam se verificar que os danos ambientais são em sua maioria muito raros e ate mesmo inexistente, mostrando assim o compromisso ambiental dessa organização industrial. 8) As práticas comerciais são: 19 20 Totalmente adequada 15 Quase sempre adequada 10 As vezes adequadas, as vezes inadequadas 5 Quase sempre inadequadas 1 0 0 0 Gráfico 37 – Representação gráfica dos danos ambientais Práticas comerciais principalmente envolvendo indústrias são comumente consideradas adequadas principalmente porque nesse caso esta indústria em especial produz e exporta 100% da produção. Mas a tentativa de encontrar uma inadequação demonstraria uma eventual prática ilegal junto a fornecedores e clientes o que resultaria em uma falta de ética empresarial e também uma falta de responsabilidade social, visto ser a responsabilidade um somatório de fatores positivos no tange ao melhoramento de imagem de situação empresarial e social. 121 9) As leis são: 19 Totalmente cumprida 20 Parcialmente cumprida 15 As vezes cumpridas, as vezes descumpridas 10 Quase sempre descumpridas 5 0 1 0 0 Sempre descumprida 0 Gráfico 38 – Representação gráfica das leis O cumprimento das leis é seguramente o caminho mais importante para a responsabilidade social. Essa questão não deixa qualquer duvida da importância das leis para o desenvolvimento da sociedade através dos tributos pagos ao governo. A responsabilidade social se caracteriza principalmente pela parceria bem construída entre sociedade civil, empresas e governo. E o cumprimento das leis é a única forma que assegura os recursos ao estado, município para a conservação e melhoramento da sociedade. A próxima questão exposta no gráfico abaixo é muito importante também como se pode ver e vem complementar esta questão. 10) As obrigações com o governo são: 19 Sempre e totalmente atendidas 20 Quase sempre atendidas 15 Quase sempre parcialmente atendidas 10 Quase sempre ignoradas 5 1 0 0 0 Sempre ignoradas 0 Gráfico 39 – Representação gráfica das obrigações com o governo 122 Esta questão conforme se pode observar logo acima complementa a idéia da responsabilidade social. Uma vez cumprindo as obrigações com o governo pode se dizer que a responsabilidade legal é muito bem cumprida, resultando assim num desfecho de sucesso com as áreas social e ambiental. 4.4.3 AVALIAÇAO DA RESPONSABILIDADE SOCIO-AMBIENTAL Esta parte da pesquisa é a mais importante para poder descrever as ações sociais e ambientais que a EMPRESA PESQUISADA vem realizando, como nosso principal objetivo é entender a importância da RSC na visão dos gestores e colaboradores, estas questões logo abaixo nos dão informações preciosas respondidas pelos gestores, dados relevantes sobre a visão de cada um sobre o entendimento da política ambiental e social. 1) a política ambiental é/está: 15 16 14 inexistente Embrionária 12 10 em processo de implementação 8 sendo reformulada 6 4 2 0 1 2 2 claramente definida e implantada com sucesso 0 Gráfico 40 – Representação gráfica da política ambiental Conforme dados acima, nota-se que a maioria absoluta dos gestores conhece a política ambiental e entendem que a mesma foi implantada com sucesso. Não se pode deixar de mencionar que existe uma legislação ambiental que define linhas de atuação para o segmento industrial sobre reserva legal desmatamento entre outras atividades e por se tratar de uma indústria do ramo madeireiro, esta acata e implanta todos os deveres pertinentes a esta atividade. 123 2) o conceito de tecnologia limpa é: 11 12 10 nunca utilizado 8 6 às vezes utilizado parcialmente utilizado 6 muito utilizado 4 plenamente utilizado 2 1 2 0 0 Gráfico 41 – Representação gráfica do conceito de tecnologia limpa Embora seja um conceito que nos últimos anos vem ganhando espaço no mundo acadêmico, a tecnologia limpa hoje é uma obrigação das indústrias principalmente das que produzem um passivo ambiental. O conceito de tecnologia limpa surgiu para equacionar a problemática enfrentada pelos países entre desenvolvimento e sustentabilidade, e vem ganhando cada vez mais adeptos em todo Mundo. Utilizar a tecnologia limpa significa uma estratégia de aumento de produtividade e respeito ao meio ambiente. 3) os investimentos em proteção ambiental têm: 12 12 10 diminuído permanecido estável 8 ora estáveis ora aumentados 6 3 4 2 3 2 aumentados aumento consideravelmente 0 0 Gráfico 42 – Representação gráfica dos investimentos em proteção ambiental 124 Nota-se que como toda organização os investimentos em proteção ambiental tem crescido mostrando assim ser uma indústria que zela pelo meio ambiente, entre outros investimentos pode-se destacar e construção de um sistema de tratamento de resíduos sólidos e principalmente líquidos, onde a empresa reutiliza a água do processo produtivo para lavar pátios locais públicos e devolve ao rio onde é captada essa água, com pureza superior ao ponto de coleta. 4) a interação com a comunidade em projetos ambientais é: 9 10 9 inexistente 8 baixa 6 média alta 4 2 1 1 total 0 0 Gráfico 43 – Representação gráfica da interação com a comunidade em projetos ambientais Os gestores reconhecem a interação com a comunidade em projetos ambientais, mas não sabem, ou melhor, não conseguiram entender a diferença entre alta e media interação. Para melhor entendimento dos leitores terá uma breve explicação sobre as diferenças encontradas na literatura. Quando se fala em média interação com a comunidade, se diz que a indústria possui programas ambientais, mas a comunidade muitas vezes não é envolvida nesses projetos como escolas, faculdades e etc. Quando se fala em alta interação, mostra que sempre a comunidade esta envolvida nos projetos e demonstrando assim que conhecem os projetos, participam e de certa forma também pode-se definir que a comunidade se beneficia dos projetos da indústria, como reciclagem, aumento de renda entre outros. 125 5) o compromisso ambiental é: 10 10 inexistente 8 6 6 fraco razoável 4 forte 4 muito forte 2 0 0 0 Gráfico 44 – Representação gráfica do compromisso ambiental Conforme dados já apresentados o compromisso ambiental pode ser visto sobre o aspecto legal apenas o cumprimento da lei como também alem e somado ao legal esta junto o compromisso social resultando assim em uma transformação social para a comunidade em torno da organização. 6) a carta empresarial para o desenvolvimento sustentável baliza as ações de preservação ambiental: 10 10 em nada 8 razoavelmente 3 4 2 pouco 5 6 1 1 muito totalmente 0 Gráfico 45 – Representação gráfica da carta empresarial para o desenvolvimento sustentável 126 Empresários de todo o mundo estão sob grande pressão para adotar políticas ambientalistas e incorporá-las ao seu planejamento estratégico como uma matéria de rotina. O objetivo desta questão é mensurar o conhecimento dos gestores sobre a carta empresarial para o desenvolvimento sustentável, mostra que 50% dos gestores demonstram conhecer e concordar que a carta baliza as ações na tentativa de melhorar a preservação ambiental. 7) a questão ambiental é internalizada como um valor de sua gestão: 14 14 12 não é internalizada 10 pouco internalizada 8 mais ou menos internalizada 6 4 2 0 1 2 3 muito internalizada totalmente internalizada 0 Gráfico 46 – Representação gráfica da questão ambiental Através da tecnologia mais limpa, produção mais limpa, a questão ambiental esta sendo internalizada como um valor, isso mostra que todos os gestores além de buscar parcerias duradouras entre indústria e fornecedores também compreendem a importância do meio ambiente dentro da imagem da indústria socialmente responsável. 127 8) o relacionamento com os organismos ambientais é: 12 12 10 inexistente fraco 8 razoável 6 4 forte 3 4 total e permanente 1 2 0 0 Gráfico 47 – Representação gráfica do relacionamento com os organismos ambientais Embora a questão não tenha como interesse o conhecimento dos órgãos ambientais, a respostas dos gestores evidencia que a indústria tem um relacionamento forte com os órgãos de defesa do meio ambiente que no estado do Paraná é realizado pelo IAP – Instituto Ambiental do Paraná. O próprio instituto sempre fiscaliza as indústrias locais, portanto, o relacionamento com os órgãos de defesa devem ser relacionamentos fortes e duradouros. 9) a agenda 21 local: 7 não condiciona as ações ambientais 7 6 5 5 4 3 2 1 3 3 2 pouco condiciona as ações ambientais condiciona parcialmente as ações ambientais condiciona totalmente as ações ambientais condiciona total e integralmente as ações ambientais 0 Gráfico 48 – Representação gráfica da agenda 21 local 128 A Agenda 21 é um programa de ações para o qual contribuíram governos e instituições da sociedade civil de 179 países, que constitui a mais ousada e abrangente tentativa já realizada de promover, em escala planetária, um novo padrão de desenvolvimento, conciliando métodos de proteção ambiental, justiça social e eficiência econômica. Na verdade, a Agenda 21 aprovada pelos países tem a função de servir como base para que cada um desses países elabore e implemente sua própria Agenda 21 Nacional e local. Assim como cada país, cada cidade deve adequar sua Agenda à sua realidade e às suas diferentes situações e condições, sempre considerando os seguintes princípios gerais de participação e cidadania; respeito às comunidades e diferenças culturais; integração; melhoria do padrão de vida das comunidades; diminuição das desigualdades sociais; mudança de mentalidades. Então conforme as respostas acima pode-se verificar que as ações ambientais são condicionadas totalmente com as ações que foram propostas pela agenda 21, tornando-se assim do conhecimento dos gestores a existência da proposta e também a sua implementação na prática com inúmeros projetos conforme os dados mostraram na pesquisa com os colaboradores. 10) as ações ambientais contribuem para o desenvolvimento sustentável dos municípios circunvizinhos 9 10 em nada 8 6 6 razoavelmente 3 4 2 pouco 2 muito totalmente 0 0 Gráfico 49 – Representação gráfica das ações ambientais Embora não se consiga mensurar de ordem objetiva a contribuição para a sustentabilidade ambiental pode-se notar que na maioria das respostas os gestores 129 entendem que as ações ambientais contribuem para o desenvolvimento dos municípios vizinhos ate mesmo porque os municípios vizinhos também possuem indústrias que utilizam o meio ambiente como fornecedores para seus produtos, logo o meio ambiente é uma preocupação de todos os setores sociais, uma vez que o meio ambiente protegido garantira as comunidades e empresas locais uma sustentabilidade para a continuação dos negócios. 130 5 CONCLUSÃO Este capítulo ressalta o objetivo geral e os objetivos específicos e os compara com os resultados obtidos através da pesquisa. Na seqüência, apresenta algumas reflexões sobre a contribuição da pesquisa e sugestões para trabalhos futuros. 5.1 Relação entre os objetivos e os resultados obtidos A) Como objetivo geral a pesquisa teve como proposta, Identificar, na visão dos seus gestores e colaboradores, a importância das ações de Responsabilidade Social para uma indústria madeireira da região dos campos gerais. Para responder a esse objetivo buscou-se na literatura existente a importância desse tema para as empresas que encontram na Responsabilidade Social a importância de vincular práticas sociais, ambientais e sobretudo práticas legais como parte decisiva e integrante do seu processo produtivo. Assim um novo paradigma que vem acompanhado de um respeito profundo pelos consumidores e fornecedores fechando toda a cadeia produtiva e entregando muito mais do que apenas produtos e serviços, mas sobretudo, entregando cidadania através de produtos e práticas socialmente responsáveis. Para que ficasse bem definido na pesquisa, a visão de colaboradores e gestores foi elaborado dois questionários separados, tentando assim focar realmente as ações e práticas que a empresa vem realizando com a comunidade e parceiros. São inúmeras as praticas que fazem parte do programa de Responsabilidade Social que a indústria pesquisada realiza pode-se citar entre elas investimentos no Hospital Carolina Lupion, Polícia Militar e Civil, Projeto Caju, Igrejas, Ongs, Grupo Jaguar Dance, Orfanatos, Rotary, Missionárias do Sertão, Pastoral da Criança, sendo todas essas instituições localizadas na cidade de Jaguariaíva, cidade sede da empresa pesquisada. Nota-se então que para a empresa pesquisada a prática não se faz somente diante de uma imposição legal mas sobretudo de um respeito com os funcionários, suas famílias e todos que vivem nessa determinada cidade. Uma das principais conclusões a que se chega é que esse é somente o começo de uma longa 131 caminhada em que a empresa pesquisada vem trilhando, com muitos acertos e algumas correções necessárias conforme aponta-se abaixo. B) Mapeamento das ações de Responsabilidade Social dentro da indústria pesquisada. Esse objetivo foi construído pensando em retirar dos colaboradores em especial a importância e quais eram as ações e benefícios que a empresa ofertava quais eram na visão dos mesmos o mais importante, para os colabores, conseguiuse identificar 17 benefícios que a empresa realiza junto aos colaboradores e gestores, sendo eles, Área de Lazer, Atendimento Médico (SITIM), Auxílio a Funcionários Afastados, Auxílio Educação (Ensino Fundamental e Médio/Superior/Pós Graduação), Campanhas (Vacinação contra gripe, Tabagismo, Aids), Clubes de Lazer, Creche, Eventos – Dia das Mães, Dia do Trabalhador, Aniversário da Empresa, Ferramentas, Uniformes e Equipamentos de Proteção Individual, Ginástica Laboral, Material Escolar, Piso Salarial, Programa de Participação nos Resultados, Programa de Qualidade de Vida, Restaurante Industrial, Seguro de Vida e Serviço Odontológico. Todas os benefícios foram citados entre os entrevistados mostrando assim que a empresa possui um forte programa de responsabilidade legal, focado principalmente nos colaboradores constituindo assim uma responsabilidade social interna, também a pesquisa identificou que a empresa tem instituído programas que visão a atender a sociedade entorno tais como campanha do agasalho que acontece duas vezes ao ano, campanha de alimentos bimestrais, onde a empresa duplica a quantidade de alimentos que os colaboradores doam, campanhas de brinquedos no final do ano para o natal solidário das famílias carentes da cidade em parceria com a prefeitura. Diante das ações pode-se afirmar que o mapeamento das ações descreve um cenário de responsabilidade tanto interno como externo, focado no desejo sempre crescente da empresa em atender as demandas sociais. 132 C) Identificar na visão dos colaboradores as ações realizadas de Responsabilidade Social. Foram citadas por parte dos colaboradores diversas ações entre as respostas obtidas pelo questionário pode-se concluir que os funcionários entrevistados têm conhecimento, porém, somente de algumas instituições que a empresa contribui e não todas, de fato tem parceira com a empresa pesquisada, como por exemplo as respostas mais freqüentes dos colaboradores foi Hospital Carolina Lupion, pessoas carentes, Projeto CAJU, pessoas deficientes, Escolas, SITIM, Igrejas, Polícia. Mas alem dessas instituições a empresa também possui programas de parcerias com a Apae, Asilo, Casmi, Coala, Fundação Santa Marta, GRAAD, Provopar. Observou-se através dessa pesquisa que as ações de Endomarketing devem ser reformuladas levando ao conhecimento, todas as instituições e programas que a empresa vem fazendo parcerias. D) Identificar a percepção dos gestores diante das ações de Responsabilidade Social frente aos colaboradores. Para identificar a percepção dos mesmos visto serem pessoas de níveis táticos e estratégicos foi construído um questionário sobre a responsabilidade interna com o qual pode-se concluir que pela percepção dos gestores não acontecem competição desenfreada interna, todos se respeitam no ambiente profissional, predomina o reconhecimento tanto coletivo quanto individual, todos os gestores e colaboradores são leais à empresa, predomina resultados tanto de médio e longo como resultados de curto prazo, a submissão do colaborador ao gestor é média, ressaltando que a equipe é mais importante do que qualquer pessoa isolada, existe um predomínio nas relações pessoais dentro da organização aproximando dessa forma os níveis táticos e operacionais, a percepção dos gestores sobre a responsabilidade externa ficou evidente que os contratos com os parceiros são sempre respeitados, os direitos dos fornecedores são sempre respeitados, por se tratar de uma indústria exportadora que depende de uma logística de distribuição que envolve o modal marítimo quase sempre é respeitado os prazos junto aos clientes e parceiros, quando não se cumpre segundo a pesquisa se da por força 133 maior como por exemplo, greve portuária. As ações sociais são intensas e contínuas, o compromisso com o meio ambiente é uma exigência legal e uma consciência de todos os envolvidos nesse segmento de mercado, a conceito de tecnologia limpa é sempre utilizado pela indústria, os investimentos ambientais tem crescido com o passar do tempo, a empresa construiu uma estação de tratamento de efluentes líquidos, para anular o impacto ambiental e sobretudo a pratica ambiental que gera consciência é fortemente internalizada como uma cultura organizacional onde todos conhecem e seguem as regras ambientais, que até mesmo passa a ser estratégico para esta empresa uma vez que os seus produtos necessitam para serem exportados o selo FSC, que é um selo exigido pela comunidade européia e que tem como fundamento o manejo de florestas e a correta utilização dos recursos naturais. A indústria tem parcerias sobre a destinação dos resíduos sólidos e líquidos utilizados no processo produtivo, sendo os resíduos sólidos entregues a uma empresa de reciclagem que faz o recolhimento semanal, reciclando lâmpadas, papelão de embalagens, papeis diversos, tambores, fitas, essa empresa parceira compra os resíduos e a empresa destina essa receita para os programas sociais e ambiental, sobre os resíduos líquidos conforme já citado acima a empresa construiu a pouco tempo uma unidade de tratamento de efluentes na tentativa de reforçar seu compromisso com o meio ambiente, purificando, a água utilizada no processo produtivo retirando todas as impurezas, sendo essa depois de tratada utilizada para a limpeza dos pátios e chão da fabrica, resultando com isso uma despesa financeira menor e reaproveitando de forma consciente esse recurso tão importante que é a água. É, no entanto, nas relações de parceria entre clientes e fornecedores, na produção de qualidade com plena satisfação dos usuários, na transparência das ações e contribuições para o desenvolvimento da comunidade, nos investimentos para o desenvolvimento da pesquisa tecnológica, na preservação do meio ambiente pela intervenção de ações não predatórias, na participação dos colaboradores nos resultados e nas decisões das empresas, no investimento e na qualificação profissional, no respeito ao direito do cidadão que será constituída a base para formação integral de um programa eficiente e estratégico de responsabilidade social corporativa. 134 5.2 Contribuições da Pesquisa Em todo este processo há que se ponderar que Responsabilidade social é, antes de tudo, responsabilidade, reflexo de todo um leque coerente de valores, ações que leva a entender que não existe apenas por um modismo, mais do que isso existe para fomentar a economia gerar renda e melhorar a imagem de produtos e serviços das indústrias e empresas que adotaram essa estratégia administrativa de investimento em práticas sociais. Desta forma como uma boa comunicação divulga uma marca ou produto, no caso das empresas cidadãs quando estas se tornam responsáveis sociais os consumidores costumam ser mais fiéis. Logo, se conclui que o conceito de empresa cidadã está deixando de ser uma filosofia que conduz à prática freqüente de ações socialmente responsáveis, tornando-se um dever. Uma organização para ser responsável social deve analisar seu papel com seus empregados, fornecedores, clientes e consumidores e também com o governo, a sociedade e o meio ambiente. 5.3 Sugestões para pesquisas futuras Com base na revisão de literatura e nos resultados obtidos pode-se deixar algumas sugestões para aprofundamento em pesquisas futuras: A) Identificar na sociedade onde a empresa esta instalada, qual a visão da comunidade sobre as ações de responsabilidade que a empresa vem realizando; B) Pesquisar as indústrias do mesmo segmento madeireiro da região sobre a visão dos colaboradores e gestores sobre as ações de responsabilidade social. C) Comparar o segmento madeireiro com outros segmentos para analisar quais são as visões e ações que as industrias de segmentos variados tem realizado sobre a temática da responsabilidade social. 135 5.4 Sugestões para a Empresa Pesquisada A) Criar um Departamento específico de Responsabilidade Social, para acompanhamento de todas as ações com mensuração dos resultados obtidos em cada um dos projetos. B) Reestruturar as ações de comunicação interna, endomarketing C) Desenvolver parcerias com outras empresas do mesmo segmento para projetos sociais e ambientais visando atingir um público maior e envolver ainda mais colaboradores e gestores sobre a consciência ambiental e social. D) Desenvolver parcerias com a Secretaria Municipal de Educação para o investimento em programas educacionais e retenção de talentos, através do programa menor aprendiz. 5.5 Considerações Finais Diante dos diversos desafios encontrados para a realização desse mapeamento de ações sociais, bem como os diversos desafios que ainda se fazem presentes por ser uma prática ainda desconhecida por muitas empresas, pode-se afirmar que a empresa, possui respeito com os colaboradores e a sociedade que esta a sua volta, sendo assim a empresa é merecedora do conceito de indústria socialmente responsável, que tem produtos ecologicamente corretos por respeitar normas sócio-ambientais e ações que sempre beneficiam a sociedade local e toda a região onde esta localizada. Existe o entendimento de que uma empresa tem como objetivo a geração de lucros e a remuneração do capital de seus investidores, mas sabe-se que hoje mais do que simplesmente modismo a responsabilidade social corporativa, vem sendo cada vez mais um diferencial, uma prática que promove não somente o fortalecimento do nome e da marca, mas assume o papel decisivo de contribuir para a mudança da realidade social através do compromisso assumido junto à sociedade onde a empresa esta inserida, que é de fazer a sua “responsabilidade” e colher como resultado, consumidores, colaboradores e uma sociedade mais humana e feliz. 136 REFERÊNCIAS ALVES, Maria Bernadete Martins; ARRUDA, Susana Margareth. Como fazer referências - (Bibliográficas, Eletrônicas e Demais Formas de Documentos). Florianópolis: UFSC, 2002. Artigo Disponível em: <http://www. Bu.ufsc.br> Acesso em: 17 novembro de 2007. ASHLEY, Patrícia Almeida. Ética e Responsabilidade Social nos Negócios. São Paulo: Saraiva, 2002. 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( )SIM ( )NÃO 2) Caso sua resposta tenha sido SIM na pergunta anterior, você sabe indicar quais as entidades de nossa cidade a empresa colabora: ( )SIM ( )NÃO CITE____________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ 3) Você participa de algum trabalho voluntário?( )SIM ( )NÃO QUAL___________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ 4) Você individualmente gostaria de participar de um programa voluntário como por exemplo: tirar um dia para ajudar a pintar uma creche? ( )SIM ( )NÃO ( )TALVEZ QUAL___________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ 5) Em parceria com a empresa que tipo de atividade voluntária você gostaria de desenvolver? ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ 6)Que entidade/área social você sugere para a empresa colaborar: ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ 7) Referente a criação da Campanha do Agasalho e Campanha de Alimentação criada pela empresa, com a colaboração dos funcionários você gostou da atitude? ( )SIM ( )NÃO 8) Você acredita no verdadeiro destino das doações de campanhas solidárias realizadas, como Campanha do Brinquedo, Campanha de Alimentação e Campanha do Agasalho? ( )SIM ( )NÃO 9) Sobre os benefícios oferecidos pela empresa, classifique-os em ordem de importância para você: ( ) Área de Lazer ( ) Atendimento Médico (SITIM) ( ) Auxílio a Funcionários Afastados ( ) Auxílio Educação (Ensino Fundamental e Médio/Superior/Pós Graduação) ( ) Campanhas (Vacinação contra gripe, Tabagismo, Aids) ( ) Clubes de Lazer ( ) Creche ( ) Eventos – Dia das Mães, Dia do Trabalhador, Aniversário da Empresa ( ) Ferramentas, Uniformes e Equipamentos de Proteção ( ) Ginástica Laboral ( ) Material Escolar ( ) Piso Salarial ( ) Programa de Participação nos Resultados ( ) Programa de Qualidade de Vida ( ) Restaurante Industrial ( ) Seguro de Vida ( ) Serviço Odontológico Assinale de 1 a 17 considerando número 1 o mais importante e assim sucessivamente. 10 )Você sabe qual o destino dos resíduos da empresa?( )SIM ( )NÃO CITE____________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ 12) A empresa tem uma política para preservação de meio ambiente, como utilização de madeira somente de florestas certificadas, estação de tratamento de efluentes, etc..? ( )SIM ( )NÃO 13) Ser uma empresa ecologicamente correta é um requisito de qualidade de um produto que você considera: ( )Muito importante ( )Básico ( )Pouco Importante ( )Irrelevante 14) Você acha que a empresa tem que desenvolver algum tipo de programa de sensibilização e conscientização sobre a importância do desenvolvimento de trabalhos voluntários? ( )SIM ( )NÃO ( )TALVEZ 15) Você está satisfeito com o trabalho social desenvolvido pela empresa? ( )SIM ( )NÃO COMENTÁRIOS__________________________________________________________ ________________________________________________________________________ APÊNDICE B – TÍTULO DO APÊNDICE B Este questionário será aplicado em uma indústria produtora do gênero madeireiro, levando em consideração o número de funcionários proposto pela FIEP (número de funcionários superior a 200). O objetivo é identificar e posicionar a empresa quanto a Responsabilidade Social tanto interna como externa e a Responsabilidade Ambiental. Este questionário será aplicado somente à área estratégica da empresa e será respondido pelos diretores, gerentes e coordenadores. Não se faz necessário a identificação das pessoas nesse questionário e todos os dados após tabulados será encaminhado para a direção para analise e conhecimento dos resultados obtidos através do questionário. Cargo/Função: Tempo no cargo/função: Sexo: Idade:( M( ) F( ) 20 e 30 anos ( Tempo na empresa: ( ) ) 31 e 40 ( ) 0 a 3 anos ( Nível de instrução: Ensino Médio ( Mestrado ( ) ) )41 a 50 ( )51 a 60 ( ) 4 a 7 anos ( Superior ( )acima de 60 )acima ) Pós-Graduado ( Doutorado ( ) Caso se faça necessário pode-se fazer comentários sobre as questões Checklist de avaliação do comportamento ético empresarial interno Na minha empresa: 1) O estimulo a competição desenfreada entre os empregados é: ( ) Inexistente ( ) Baixo ( ) Médio ( ) Alto 2) A luta pela preservação do poder é: ( ) Proibitiva e inexistente ( ) Intensa e continua 3) Predomina o reconhecimento: ( ) Totalmente coletivo ( ) Mais coletivo do que individualista ( ) Tanto coletivo quanto individualista ( ) Mais individualista do que coletivo ( ) Totalmente individualista 4) A palavra de ordem é: ( ) Busca incessante da solidariedade e participação social ( ) Mais solidariedade e participação social do que resultados ) ( ) Tanto resultados quanto solidariedade e participação social ( ) Mais resultados do que solidariedade e participação social ( ) Busca incessante pôr resultados 5) Predomina a: ( ) Total lealdade a empresa ( ) Baixa lealdade ao chefe e elevada lealdade a empresa ( ) Media lealdade a empresa e ao chefe ( ) Elevada lealdade ao chefe e baixa a empresa ( ) Total lealdade ao chefe 6) A ênfase e no alcance de: ( ) Apenas resultados de médio e longo prazos ( ) Poucos resultados imediatos e muitos resultados de médio e longo prazo ( ) Tanto resultados de médio e longo prazo quanto resultados imediatos ( ) Muitos resultados imediatos e poucos resultados de médio e longo prazo ( ) Apenas resultados imediatos 7) A submissão ao chefe é: ( ) Nenhuma ( ) Baixa ( ) Media ( ) Elevada 8) Prevalece: ( ) A competição total ( ) Baixa competitividade e alta competição ( ) Tanto competição quanto competitividade ( ) Alta competitividade e baixa competição ( ) A competitividade total 9) Há predomínio das: ( ) Relações pessoais ( ) Relações pessoais sobre as relações profissionais ( ) Tanto das relações pessoais quanto das relações profissionais ( ) Relações profissionais sobre relações pessoais ( ) Relações profissionais 10) A cidadania interna caracteriza-se pôr existir: ( ) Somente cidadãos ( ) Muitos cidadãos de primeira classe e pouca de segunda classe ( ) Cidadãos de primeira e segunda classes em igual numero ( ) Poucos cidadãos de primeira classe e muitos de segunda classes. ( ) Não existem cidadãos Checklist de avaliação do comportamento ético empresarial externo Na minha empresa: 1) Os contratos são: ( ) Sempre respeitados ( )Quase sempre respeitados ( ) As vezes respeitados ( ) Muitas vezes desrespeitados ( ) Sempre desrespeitados 2) Os direitos legítimos dos clientes são : ( ) Sempre respeitados ( )Quase sempre respeitados ( ) As vezes respeitados ( ) Muitas vezes desrespeitados ( ) Sempre desrespeitados 3) Os direitos legítimos dos fornecedores são: ( ) Sempre respeitados ( )Quase sempre respeitados ( ) As vezes respeitados ( ) Muitas vezes desrespeitados ( ) Sempre desrespeitados 4) A prática de ardis contra fornecedores, clientes, franqueadores, distribuidores, prestadores de serviços: ( ) Nunca acontece ( ) Acontece pouco ( ) As vezes acontece ( ) Acontece com freqüência ( ) Acontece sempre 5) O descumprimento de prazos: ( ) Nunca acontece ( ) Acontece pouco ( ) As vezes acontece ( ) Acontece com freqüência ( ) Acontece sempre 6) As ações sociais são: ( ) Intensas e continuas ( ) Menos intensas e mais continuas ( ) Ora intensas ora continuas ( ) Mais intensas e menos continuas ( ) Insignificantes e descontinuas 7) Aos danos ambientais são: ( ) Inexistentes ( ) Muitos raros ( ) Esporádicos ( ) Pouco freqüentes ( ) Muito freqüentes 8) As práticas comerciais são: ( ) Totalmente adequada ( ) Quase sempre adequada ( ) As vezes adequadas, as vezes inadequadas ( ) Quase sempre inadequadas 9) As leis são: ( )Totalmente cumprida ( ) Parcialmente cumprida ( ) As vezes cumpridas, as vezes descumpridas ( ) Quase sempre descumpridas ( ) Sempre descumprida 10) As obrigações com o governo são: ( ) Sempre e totalmente atendidas ( ) Quase sempre atendidas ( ) Quase sempre parcialmente atendidas ( ) Quase sempre ignoradas ( ) Sempre ignoradas Checklist de avaliação da responsabilidade social e ambiental Minha empresa: 1) a política ambiental é/está: A) inexistente B)Embrionária C) em processo de implementação D) sendo reformulada E)claramente definida e implantada com sucesso 2) o conceito de tecnologia limpa é: A) nunca utilizado B) às vezes utilizado C) parcialmente utilizado D) muito utilizado E) plenamente utilizado 3) os investimentos em proteção ambiental têm: A) diminuído B) permanecido estável C) ora estáveis ora aumentados D) aumentados E) aumento consideravelmente 4) a interação com a comunidade em projetos ambientais é: A) inexistente B) baixa C) média D) alta E) total 5) o compromisso ambiental é: A) inexistente B) fraco C) razoável D) forte E) muito forte 6) a carta empresarial para o desenvolvimento sustentável baliza as ações de preservação ambiental: A) em nada B) pouco C) razoavelmente D) muito E) totalmente 7) a questão ambiental é internalizada como um valor de sua gestão: A) não é internalizada B) pouco internalizada C) mais ou menos internalizada D) muito internalizada E) totalmente internalizada 8) o relacionamento com os organismos ambientais é: A) inexistente B) fraco C) razoável D) forte E)total e permanente 9) a agenda 21 local: A) não condiciona as ações ambientais B) pouco condiciona as ações ambientais C) condiciona parcialmente as ações ambientais D) condiciona totalmente as ações ambientais E) condiciona total e integralmente as ações ambientais 10) as ações ambientais contribuem para o desenvolvimento sustentável dos municípios circunvizinhos A) em nada B) pouco C) razoavelmente D) muito E) totalmente