RESUMO DAS CARACTERÍSTICAS DO MEDICAMENTO GLUSCAN 500, 500 MBq/mL solução injectável, Fluodesoxiglucose (18F). 1 NOME DO MEDICAMENTO GLUSCAN 500, 500 MBq/mL solução injectável 2 COMPOSIÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA 1mL da solução injectável contém 500 MBq de fluodesoxiglucose (18F) à data e hora de calibração. A actividade por frasco para injectáveis varia entre 250 MBq a 5000 MBq à data e hora de calibração. O flúor-18 decai para oxigénio-18 estável, com uma semi-vida de 109,8 minutos, por emissão de uma radiação de positrões com uma energia máxima de 634 keV, seguido de radiação de aniquilação fotónica de 511 keV. Este medicamento contém pequenas quantidades de etanol (álcool), num máximo de 2,5 g/L. Lista completa de excipientes, ver secção 6.1. 3 FORMA FARMACÊUTICA Solução injectável. Solução límpida, incolor ou ligeiramente amarela. 4 INFORMAÇÕES CLÍNICAS 4.1 Indicações terapêuticas Este medicamento é apenas para uso em diagnóstico. A fluodesoxiglucose (18F) está indicada para utilização em tomografia por emissão de positrões (PET). Oncologia O GLUSCAN 500 é indicado para imagiologia em doentes submetidos a procedimentos diagnósticos oncológicos de descrição de função ou doenças AAA-P-RA-186-00 1 em que o alvo diagnóstico é um aumento do influxo de glicose em órgãos ou tecidos específicos. Em oncologia, GLUSCAN 500 está indicado para (ver também a secção 4.4): Diagnóstico Caracterização de um nódulo do pulmão isolado Detecção de um tumor primário de origem desconhecida, que se tenha manifestado, por exemplo, por adenopatia cervical, metástases hepáticas ou ósseas Caracterização de uma massa pancreática Estadiamento Cancros da cabeça e pescoço, incluindo orientação na biopsia guiada Cancro primário do pulmão Cancro da mama localmente avançado Cancro do esófago Carcinoma do pâncreas Cancro colorectal, em especial na reclassificação de recidivas Linfoma maligno Melanoma maligno, Breslow > 1,5 mm ou com metástase ganglionar no diagnóstico inicial Monitorização da resposta terapêutica Linfoma maligno Cancros da cabeça e pescoço Detecção em caso de suspeita razoável de recidiva: Glioma de alto grau de malignidade (III ou IV) Cancros da cabeça e pescoço Cancro da tiróide (não medular): doentes com níveis séricos aumentados de tiroglobulina e cintigrafia de corpo inteiro com iodo radioactivo negativa Cancro primário do pulmão (ver também a secção 4.4) Cancro da mama Carcinoma do pâncreas Cancro colorectal Cancro dos ovários Linfoma maligno Melanoma maligno AAA-P-RA-186-00 2 Cardiologia Nas indicações para cardiologia, o alvo diagnóstico é o tecido do miocárdio viável que capta glicose, mas que é hipoperfundido, tal como avaliado previamente através do uso de técnicas apropriadas de visualização do fluxo sanguíneo. Avaliação da viabilidade do miocárdio em doentes com função ventricular esquerda gravemente comprometida, que são candidatos a revascularização, quando as modalidades imagiológicas convencionais não são esclarecedoras. Neurologia Na indicação neurológica, o alvo diagnóstico é o hipometabolismo da glicose interictal. Localização de focos epileptogénicos na avaliação pré-cirúrgica da epilepsia temporal parcial. Doenças infecciosas ou inflamatórias Nas doenças infecciosas ou inflamatórias, o alvo diagnóstico é um tecido, ou estruturas, com um número de glóbulos brancos anormalmente elevado. Nas doenças infecciosas ou inflamatórias, as indicações seguintes estão suficientemente documentadas: Localização de focos anómalos que orientam o diagnóstico etiológico no caso de febre de origem desconhecida Diagnóstico de infecção em caso de: Suspeita de infecção crónica do osso e/ou estruturas adjacentes: osteomielite, espondilite, discite ou osteíte, incluindo quando estão presentes implantes de metal; Doente diabético com uma suspeita no pé de neuroartropatia de Charcot, osteomielite e/ou infecção dos tecidos moles; Prótese da anca dolorosa; Prótese vascular; Febre em doentes com SIDA. Detecção da extensão da inflamação em caso de: Sarcoidose; Doença inflamatória do intestino; Vasculite que envolve os grandes vasos. AAA-P-RA-186-00 3 Seguimento da resposta terapêutica Equinococose alveolar não-ressectável, na procura de localizações activas do parasita durante o tratamento médico e após a suspensão do tratamento. 4.2 Posologia e modo de administração Adultos e idosos A actividade recomendada para os adultos é de 100 a 400 MBq (dependendo do peso corporal do doente e do tipo de câmara utilizado), administrada por injecção intravenosa directa. População com menos de 18 anos Existem poucos dados clínicos relativos à segurança e eficácia de diagnóstico do medicamento em doentes com idade inferior a 18 anos. Consequentemente, a utilização em pediátrica deve ser cuidadosamente ponderada. A actividade administrada a crianças e adolescentes é uma fracção da actividade recomendada para os adultos e deve ser determinada a partir desta, com base na massa corporal, utilizando o seguinte coeficiente de multiplicação (Pediatric European Task Group EANM): 3kg=0,10 12kg=0,32 22kg=0,50 32kg=0,65 42kg=0,78 4kg=0,14 14kg=0,36 24kg=0,53 34kg=0,68 44kg=0,80 6kg=0,19 16kg=0,40 26kg=0,56 36kg=0,71 46kg=0,82 8kg=0,23 18kg=0,44 28kg=0,58 38kg=0,73 48kg=0,85 10kg=0,27 20kg=0,46 30kg=0,62 40kg=0,76 50kg=0,88 52-54kg= 0,90 56-58kg= 0,92 60-62kg= 0,96 64-66kg= 0,98 68kg=0,99 Modo de administração Preparação do doente Para a preparação específica do doente, ver secção 4.4 Administração de GLUSCAN 500 e exame de PET A actividade da fluodesoxiglucose (18F) deve ser medida com um calibrador imediatamente antes da injecção. AAA-P-RA-186-00 4 A injecção deve ser exclusivamente intravenosa a fim de evitar a radiação resultante de um eventual extravasamento local, bem como artefactos de imagem. A obtenção das imagens inicia-se, habitualmente, 45 a 60 minutos após a injecção da fluodesoxiglucose (18F). Desde que se mantenha uma radiação suficiente que possibilite contagens estatísticas adequadas, a PET com fluodesoxiglucose (18F) pode, também, ser efectuada até 2 a 3 horas após a administração, reduzindo assim a actividade de fundo. Se necessário, pode repetir-se o exame passado pouco tempo. 4.3 Contra-indicações Hipersensibilidade à substância activa ou a qualquer dos excipientes. 4.4 Advertências e precauções especiais de utilização Indicação do exame de PET Em todos os doentes, a exposição à radiação deve ser justificada pelos benefícios do diagnóstico, que deve ser conseguido com a menor dose possível de radiação. Nos doentes com função renal diminuída, é necessária uma indicação cuidadosa, pois é possível haver uma exposição acrescida à radiação nestes doentes. Deve ser levado em consideração que a dose eficaz por MBq é mais alta nas crianças do que nos adultos (ver secção 11). Doenças infecciosas ou inflamatórias Na exploração das doenças inflamatórias do intestino, o desempenho de diagnóstico da fluodesoxiglucose (18F) não foi directamente comparado com o da cintigrafia utilizando glóbulos brancos marcados que pode ser indicado antes de PET FDG ou depois de PET FDG quando inconclusiva. Preparação do doente O GLUSCAN 500 deve ser administrado a doentes suficientemente hidratados e em jejum durante, pelo menos, 4 horas, de modo a obter um alvo de actividade máximo, dado que a captação de glicose nas células é limitada (“cinética de saturação”). A quantidade de líquido não deve ser restringida (embora devam ser evitadas bebidas que contenham glicose). Com vista à obtenção de imagens da melhor qualidade e redução da exposição da bexiga à radiação, os doentes devem ser encorajados a beber quantidades suficientes de líquidos e a esvaziar a bexiga antes e depois do exame de PET. AAA-P-RA-186-00 5 - Oncologia, neurologia e doenças infecciosas ou inflamatórias A fim de evitar a hiperfixação do marcador nos músculos, é aconselhável que os doentes evitem uma actividade física intensa antes do exame e que permaneçam em repouso entre a injecção e o exame e durante a captação das imagens (os doentes devem estar confortavelmente deitados sem ler nem falar). O metabolismo cerebral da glicose depende da actividade cerebral. Portanto, estes exames neurológicos devem ser efectuados após um período de relaxamento num quarto com pouca luz e com pouco ruído de fundo. Deve ser feita uma determinação da glicemia antes da administração do medicamento, dado que a hiperglicemia pode provocar uma redução da sensibilidade do GLUSCAN 500, especialmente quando a glicemia é superior a 8 mmol/L. Assim sendo, a PET com fluodesoxiglucose (18F) deve ser evitada em doentes com diabetes não controlada. - Cardiologia Uma vez que a captação de glicose no miocárdio é dependente da insulina, nos exames ao miocárdio recomenda-se uma dose de carga de glicose de 50 g, aproximadamente 1 hora antes da administração de GLUSCAN 500. Em alternativa, especialmente nos doentes com diabetes mellitus, o nível de glicemia pode ser ajustado através de uma perfusão combinada de insulina e glicose (Insulina-Glicose-Clamp), se necessário. Interpretação das imagens de PET com fluodesoxiglucose (18F) As doenças infecciosas e/ou inflamatórias, bem como os processos de regeneração pós-cirúrgicos, podem resultar numa captação significativa de fluodesoxiglucose (18F), originando falsos resultados positivos, quando a procura de lesões infecciosas ou inflamatórias não é o propósito da PET FDG. Nos casos em que a acumulação de fluodesoxiglucose (18F) pode ser causada por cancro, infecção ou inflamação, podem ser necessárias técnicas de diagnóstico adicionais para a determinação da alteração patogénica causadora, de forma a suplementarem as informações obtidas por PET com fluodesoxiglucose (18F). Em alguns enquadramentos como, por exemplo, estadiamento do mieloma, procuram-se focos tanto malignos como infecciosos e que podem ser diferenciados com uma boa precisão com base nos critérios topográficos. Por exemplo, a captação em locais extramedulares e/ou lesões do osso e da articulação serão atípicas para lesões múltiplas de mieloma e casos identificados associados à infecção. Actualmente, não existem outros critérios que distingam a infecção e a inflamação por meio de exames com fluodesoxiglucose (18F). Não se podem excluir resultados falsos positivos ou falsos negativos da PET com fluodesoxiglucose (18F) nos primeiros 2-4 meses após radioterapia. Se estiver clinicamente indicada a necessidade de um exame mais precoce, a razão do mesmo deve ser bem documentada. AAA-P-RA-186-00 6 O intervalo de tempo óptimo após o último ciclo de quimioterapia é de 4 a 6 semanas, como forma de evitar, em especial, resultados falsos negativos. No caso de um regime de quimioterapia com ciclos inferiores a 4 semanas, o exame de PET com fluodesoxiglucose (18F) deve ser realizado imediatamente antes de se iniciar um novo ciclo. Nos linfomas de baixo grau de malignidade, tumores do terço inferior do esófago e suspeita de recidiva de cancro dos ovários, só os valores preditivos positivos devem ser considerados, devido a uma sensibilidade limitada da PET- fluodesoxiglucose (18F). A Fluodesoxiglucose (18F) não é eficaz na detecção de metástases cerebrais. Quando se utiliza uma câmara gama equipada com detecção de coincidência dos fotões de aniquilamento para a tomografia por emissão de positrões (PETC), a sensibilidade é reduzida, em comparação com uma PET dedicada, tendo como consequência uma menor detecção de lesões inferiores a 1cm. A PETC não está recomendada em qualquer indicação e só deve ser utilizada no caso de indisponibilidade da PET dedicada. Recomenda-se que as imagens de PET com fluodesoxiglucose (18F) sejam interpretadas em combinação com modalidades de imagiologia anatómica tomográfica (por exemplo, TC, ecografia, RMN). A fusão em hardware de imagens funcionais de PET com fluodesoxiglucose (18F) com imagens morfológicas, p. ex., PET-CT pode conduzir ao aumento da sensibilidade e especificidade, sendo especificamente recomendada em oncologia nos tumores do pâncreas, da cabeça e do pescoço, linfomas, melanomas, cancro dos pulmões e recidivas de cancro dos ovários ou colorectais. Quando se utiliza um scanner híbrido PET-TC com meios de contraste, podem ocorrer alguns artefactos nas imagens PET. Recomendações gerais É recomendável evitar qualquer contacto próximo entre o doente e crianças pequenas durante as primeiras 12 horas após a injecção e, quando a administração de GLUSCAN 500 ocorre durante o aleitamento, a amamentação deve ser interrompida nas 12 horas iniciais que se seguem à injecção e o leite extraído deve ser rejeitado. Os radiofármacos devem ser recebidos, usados e administrados somente por pessoal autorizado, em contextos clínicos identificados e a sua recepção, armazenamento, utilização, transferência e eliminação estão sujeitos aos regulamentos e licenças apropriadas emitidas pelas autoridades competentes. Os radiofármacos devem ser preparados pelo utilizador de maneira respeitar os princípios de segurança radiológica e de qualidade farmacêutica. Este medicamento contém pequenas quantidades de etanol (álcool), menos de 100 mg por dose. AAA-P-RA-186-00 7 O GLUSCAN 500 deve ser armazenado e manuseado com protecção adequada, de forma a proteger ao máximo os doentes e o pessoal hospitalar. Recomenda-se, em particular, a utilização de protecção pessoal apropriada, em relação à radiação beta+ e fotões de aniquilação, ao retirar o fármaco do frasco para injectáveis e aplicar as injecções. 4.5 Interacções medicamentosas e outras formas de interacção Todos os medicamentos que modificam os níveis de glicemia podem afectar a sensibilidade do exame (por exemplo, corticosteróides, valproato, carbamazepina, fenitoína, fenobarbital e catecolaminas). Quando se administram factores de crescimento de colónias (CSF), há um aumento de captação de fluodesoxiglucose (18F) na medula óssea e no baço durante vários dias. Este facto deve ser levado em conta na interpretação das imagens de PET. Esperar, pelo menos, 5 dias entre a administração de factores de crescimento de colónias e o exame de PET pode diminuir esta interferência. A administração de glicose e insulina influencia o influxo de fluodesoxiglucose (18F) nas células. Quando há altos níveis de glicemia, bem como de baixos níveis plasmáticos de insulina, a captação da fluodesoxiglucose (18F) para os órgãos e tumores é reduzida. Foi demonstrado que os corticosteróides reduzem a captação de FDG pelos leucócitos e, consequentemente, afectam a sensibilidade do exame na indicação de infecção e inflamação, independentemente da sua influência na glicemia. Quando o FDG é considerado nos enquadramentos actualmente documentados num doente que é tratado com corticosteróide, é necessário considerar a possibilidade de uma suspensão temporária desta terapêutica. 4.6 Gravidez e aleitamento Gravidez Não existe experiência clínica com a utilização de fluodesoxiglucose (18F) em mulheres grávidas. Quando for necessário administrar radiofármacos a mulheres em idade fértil, deve inquirir-se sobre uma possível gravidez. Deve assumir-se como grávida qualquer mulher a quem tenha faltado um período menstrual, até que prova em contrário. Nos casos em que a dúvida subsiste, a exposição à radiação deve ser a mínima possível que permita a obtenção da informação clínica desejada. Deverão ser consideradas técnicas alternativas que não envolvam radiações ionizantes. Procedimentos que envolvam radiofármacos em mulheres grávidas acarretam doses de radiação para o feto. A administração de GLUSCAN 500 com uma actividade de 400 MBq resulta numa dose absorvida pelo útero de 8,4 mGy. Com esta dosagem, não são AAA-P-RA-186-00 8 de esperar efeitos letais, indução de malformações, atrasos no crescimento ou perturbações funcionais; contudo, o risco de carcinogénese e defeitos hereditários pode ser aumentado. O GLUSCAN 500 não deve ser administrado durante a gravidez a menos que seja claramente necessário ou quando o benefício para a mãe se sobrepuser ao risco para o feto. Aleitamento A fluodesoxiglucose (18F) é excretada no leite materno. Antes de administrar fluodesoxiglucose (18F) a uma mulher que esteja a amamentar, deve ponderar-se se o exame pode ser adiado até que a mãe tenha cessado o aleitamento. Se a administração durante o aleitamento for inevitável, a amamentação deve ser interrompida durante, pelo menos, 12 horas e o leite extraído deve ser rejeitado. Se necessário, a mãe pode recolher leite previamente à administração de GLUSCAN 500. Para além disso, por razões de rádio protecção, recomenda-se evitar o contacto íntimo entre a mãe e a criança durante as primeiras 12 horas após a injecção. Fertilidade Não foram estudados os efeitos sobre a fertilidade. 4.7 Efeitos sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas Não foram estudados os efeitos sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas. 4.8 Efeitos indesejáveis Até à data, não foram observados efeitos indesejáveis após a administração de fluodesoxiglucose (18F). Uma vez que a quantidade de substância administrada é muito baixa, o maior risco advém da radiação. A exposição à radiação ionizante pode conduzir ao cancro ou desenvolvimento de deficiências hereditárias. A maioria dos exames de medicina nuclear envolve níveis de radiação (dose efectiva) inferiores a 20 mSv. Assim, os efeitos indesejáveis indicados têm uma baixa probabilidade de ocorrência. Após a administração da actividade máxima recomendada de fluodesoxiglucose (18F), a dose efectiva é cerca de 7,6 mSv. 4.9 Sobredosagem Uma sobredosagem no sentido farmacológico é pouco provável, com as doses usadas para fins diagnósticos. Se uma sobredosagem de fluodesoxiglucose (18F) tiver sido administrada, a dose de radiação dada ao doente deve ser reduzida aumentando o mais AAA-P-RA-186-00 9 possível a eliminação do radionuclido, através de diurese forçada e micções frequentes. 5 PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS 5.1 Propriedades farmacodinâmicas Grupo farmacoterapêutico: 19.5 Meios radiofarmacêuticas (radiofármacos). Código ATC: V09IX04 de diagnóstico. Preparações Nas concentrações químicas utilizadas nos exames diagnósticos, a fluodesoxiglucose (18F) não parece ter qualquer actividade farmacodinâmica. 5.2 Propriedades farmacocinéticas A fluodesoxiglucose (18F) é um análogo da glicose que se acumula em todas as células que utilizam a glicose como fonte principal de energia. A fluodesoxiglucose (18F) é acumulada nos tumores com um alto metabolismo daquele açúcar. Tal como sucede com as células malignas, as células inflamatórias apresentam uma glicólise reforçada quando são activadas e isto foi atribuído sobretudo ao elevado número de transportadores de glicose nestas células. Após a injecção intravenosa, o perfil fármacocinético da fluodesoxiglucose (18F) no compartimento vascular é bi-exponencial. Tem um tempo de distribuição de 1 minuto e um tempo de eliminação de, aproximadamente, 12 minutos. A captação celular da fluodesoxiglucose (18F) é efectuada por sistemas de transporte específicos dos tecidos que são parcialmente dependentes da insulina, e, consequentemente, podem ser influenciados pela ingestão de alimentos, estado nutricional e existência de diabetes mellitus. Nos doentes com diabetes mellitus, a captação celular de fluodesoxiglucose (18F) está reduzida devido a um metabolismo e distribuição tecidular da glicose alterados. A fluodesoxiglucose (18F) é transportada através da membrana celular de forma idêntica à glicose, mas sofre apenas a primeiro etapa da glicólise, que resulta na formação de fluodesoxiglucose (18F)-6-fosfato, que se mantém dentro das células tumorais e não continua o processo metabólico. Uma vez que a desfosforilação subsequente, catalisada pelas fosfatases intracelulares, é lenta, a fluodesoxiglucose (18F)-6-fosfato é retida nos tecidos durante várias horas (mecanismo de retenção). Nos indivíduos saudáveis, a fluodesoxiglucose (18F) é extensamente distribuída em todo o organismo, particularmente no cérebro e no coração, e, em menor grau, nos pulmões e fígado. AAA-P-RA-186-00 10 A eliminação da fluodesoxiglucose é sobretudo renal, sendo 20 % da actividade excretada na urina nas 2 horas a seguir à injecção. A ligação ao parênquima renal é fraca, mas, devido à eliminação renal da fluodesoxiglucose (18F), todo o aparelho urinário demonstra marcada actividade, particularmente a bexiga. A fluodesoxiglucose (18F) atravessa a barreira hemato-encefálica. Aproximadamente 7 % da dose injectada acumula-se no cérebro nos 80 a 100 minutos após a injecção. Os focos epileptogénicos têm um metabolismo da glicose reduzido nas fases livres de convulsões. Aproximadamente 3 % da actividade injectada é absorvida pelo miocárdio em 40 minutos. A distribuição da fluodesoxiglucose no coração normal tende a ser homogénea, contudo pode haver diferenças regionais até 15 % no septo interventricular. Durante e após uma isquémia reversível do miocárdio ocorre um aumento de captação da glicose na célula do miocárdio. 0,3 % e 0,9-2,4 % da actividade injectada acumula-se no pâncreas e pulmão. A fluodesoxiglucose (18F) também se liga, em menor grau, aos músculos oculares, faringe e intestinos. No caso de exercício físico recente ou esforços musculares durante o exame, pode ocorrer ligação aos músculos. 5.3 Dados de segurança pré-clínica Estudos pré-clínicos de toxicidade aguda, uma dose 50 vezes superior à dose humana, administrada a cães e uma dose 1000 vezes superior à dose humana, administrada a ratos, não demonstraram sinais de toxicidade. Não foram feitos estudos de toxicidade crónica, de potencial mutagénico, de toxicidade reprodutiva e potencial carcinogénico, devido à utilização clínica a que a substância é destinada (habitualmente uma única administração intravenosa na gama dos nanogramas ou microgramas). 6 INFORMAÇÕES FARMACÊUTICAS 6.1 Lista dos excipientes Água para preparações injectáveis Citrato de sódio para ajustamento do pH Cloreto de sódio Ácido clorídrico para ajustamento do pH Etanol Hidróxido de sódio para ajustamento do pH 6.2 Incompatibilidades Este medicamento não deve ser misturado com outros medicamentos, excepto os mencionados na secção 12. AAA-P-RA-186-00 11 6.3 Prazo de validade 10 horas após a produção (a utilizar no espaço de um dia útil). 6.4 Precauções especiais de conservação Não conservar acima de 25°C. Conservar na embalagem de origem para efeitos de rádio protecção. O produto deve ser armazenado de acordo com os regulamentos nacionais relativos a produtos radioactivos. 6.5 Natureza e conteúdo do recipiente Frasco para injectáveis 10 mL, de vidro Tipo I incolor, fechado com uma rolha de borracha e selado com uma tampa de alumínio. O frasco para injectáveis é, então, inserido numa embalagem de chumbo blindada de um acondicionamento de Tipo A (segundo o acordo ADR). Um frasco para injectáveis contém 0,5 a 10 mL de solução. 6.6 Precauções especiais de eliminação e manuseamento A administração de radiofármacos apresenta riscos para outras pessoas, devido à possível radiação externa ou contaminação a partir de urina, vómitos, etc. Devem, portanto, ser respeitadas as precauções devidas de acordo com os regulamentos nacionais. Os resíduos radioactivos devem ser processados em conformidade com os regulamentos nacionais e internacionais relevantes. Os produtos não utilizados ou os resíduos devem ser eliminados de acordo com as exigências locais. 7 TITULAR DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO Advanced Accelerator Applications SA (AAA) 20 rue Diesel 01630 SAINT GENIS POUILLY FRANÇA Tel.: +33 4 50 99 30 70 Fax: +33 4 50 99 30 71 E-mail: [email protected] AAA-P-RA-186-00 12 8 NÚMERO(S) DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO 5218664 9 DATA DA PRIMEIRA AUTORIZAÇÃO/RENOVAÇÃO DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO 31/07/2009 10 DATA DA REVISÃO DO TEXTO 07/2009 11 DOSIMETRIA A tabela abaixo apresenta a dosimetria calculada de acordo com a Publicação ICRP 80: Dose absorvida por unidade de actividade administrada (mGy/MBq) Órgão Adulto 15 anos 10 anos 5 anos 1 ano Glândulas suprarenais 0,012 0,015 0,024 0,038 0,072 Parede da bexiga 0,16 0,21 0,28 0,32 0,59 Superfícies ósseas 0,011 0,014 0,022 0,035 0,066 Cérebro 0,028 0,028 0,030 0,034 0,048 Mamas 0,0086 0,011 0,018 0,029 0,056 Canal biliar 0,012 0,015 0,023 0,035 0,066 Parede intestinal 0,011 0,014 0,022 0,036 0,068 Intestino delgado 0,013 0,017 0,027 0,041 0,077 Cólon 0,013 0,017 0,027 0,040 0,074 Parede da parte superior do intestino 0,012 grosso 0,016 0,025 0,039 0,072 Parede da parte inferior do intestino grosso 0,015 0,019 0,029 0,042 0,076 Coração 0,062 0,081 0,012 0,020 0,035 AAA-P-RA-186-00 13 Rins 0,021 0,025 0,036 0,054 0,096 Fígado 0,011 0,014 0,022 0,037 0,070 Pulmões 0,010 0,014 0,021 0,034 0,065 Músculos 0,011 0,014 0,021 0,034 0,065 Esófago 0,011 0,015 0,022 0,035 0,068 Ovários 0,015 0,020 0,030 0,044 0,082 Pâncreas 0,012 0,016 0,025 0,040 0,076 Medula óssea 0,011 0,014 0,022 0,032 0,061 Pele 0,0080 0,010 0,016 0,027 0,052 Baço 0,011 0,014 0,022 0,036 0,069 Testículos 0,012 0,016 0,026 0,038 0,073 Timo 0,011 0,015 0,022 0,035 0,068 Tiróide 0,010 0,013 0,021 0,035 0,068 Útero 0,021 0,026 0,039 0,055 0,10 Outros órgãos 0,011 0,014 0,022 0,034 0,063 Dose efectiva (mSv/MBq) 0,019 0,025 0,036 0,050 0,095 Para o GLUSCAN 500, a dose efectiva, que resulta da administração de uma actividade de 400 MBq, é cerca de 7,6 mSv (para um indivíduo de 70 kg). Para esta actividade de 400 MBq, as doses de radiação levadas aos órgãos principais, bexiga, coração e cérebro, são, respectivamente: 64 mGy, 25 mGy e 11 mGy. 12 INSTRUÇÕES DE PREPARAÇÃO DE RADIOFÁRMACOS O GLUSCAN 500 é fornecido em frasco para injectáveis multidose. A embalagem de GLUSCAN 500 deve ser verificada antes da utilização e a actividade medida com um calibrador. O medicamento pode ser diluído em cloreto de sódio a 9 mg/mL (0,9 %) para injectáveis. A retirada de produto do frasco para injectáveis deve ser efectuada em condições de assepsia. Os frascos para injectáveis não devem ser abertos. Após a desinfecção da tampa de borracha, a solução deve ser retirada através da borracha utilizando uma seringa de dose única, com um escudo de protecção adequada, e uma agulha estéril descartável. AAA-P-RA-186-00 14 A solução deve ser inspeccionada visualmente antes da utilização. Apenas devem ser utilizadas soluções límpidas, livres de partículas visíveis. Os resíduos radioactivos devem ser processados em conformidade com os regulamentos nacionais e internacionais relevantes. Controlo da pureza rádio-química por cromatografia de camada fina (TLC) Este controle está descrito na Farmacopeia Europeia (edição actual) monografia 1325. Examine por cromatografia de camada fina (Ph. Eur. 2.2.27) utilizando um disco R de sílica gel para TLC (Ph. Eur. Código de referência: 1116700). Solução teste: o preparado a ser examinado. Aplique 2 microlitros da solução teste sobre o disco. Deixe desenvolver numa extensão de 8cm (cerca 10 minutos) usando uma mistura de 5 partes de água R e 95 partes de acetonitrilo R. Deixe o disco secar ao ar durante 15 minutos. Determine a distribuição da radioactividade utilizando um detector apropriado. Deve encontrar-se, no mínimo, 95 % da radioactividade total na mancha correspondente à fluodesoxiglucose (18F) (Rf cerca de 0,45). Possíveis contaminantes: flúor (18F) (Rf 0,0) e derivados da fluodesoxiglucose (18F) parcialmente acetilados (Rf de 0,8 a 0,95). Référence du document: AAA-P-RA-186-00 Advanced Accelerator Applications SA 20 rue Diesel 01630 SAINT GENIS POUILLY, FRANÇA Tel : 04 50 99 30 70 Fax : 04 50 99 30 71 E-mail : [email protected] AAA-P-RA-186-00 15