RAIO QUEIMA CAFEEIROS J.B. Matiello e S.R. de Almeida Engos Agros Mapa e Fundação Procafé e Salvio Gonçalves Eng Agr Cosultor em cafeicultura Um grupo de cafeeiros aparece com queima nas plantas, em sua parte superior. A causa parece estranha e é mesmo. Nada de diferente ali foi feito pelo cafeicultor. Nenhuma praga ou doença, só pode ser o efeito de uma descarga elétrica, por raio. Aliás, identificar um problema na lavoura requer uma observação visual das plantas e das suas partes, pois 4 origens de problemas podem ocorrer na lavoura, sendo – a) de origem física ou mecânica, causados por condições ou atos físicos, b) de natureza química tem-se a ação de componentes químicos, como os nutrientes, os defensivos e outros produtos químicos aplicados, c) de origem biológica, como o próprio nome indica, tem como agentes causais o ataque ou concorrência de organismos como os insetos, fungos, bactérias, vírus e plantas daninhas e d) As causas fisiológicas ou de outra natureza, ligadas ao processo vegetativo ou produtivo, do metabolismo da própria planta de café, quando em estado anormal. Na identificação de qualquer problema não se pode esquecer de correlacionar com a condição da área(topografia, mancha de solo etc ), com o que se efetuou na área(adubações, pulverizações etc) e a condição climática ocorrida recentemente. No caso de efeito de raio sobre a lavoura, a causa é física e decorre de descarga elétrica(positiva ou negativa) sobre o solo. Aí é saber se no período próximo passado deu chuva com raio na propriedade. Para bem identificar o efeito de raio, basta observar que a rebolera de plantas queimadas é pequena, quase sempre menos de 50 plantas, elas sendo mais atingidas, de cima para baixo em seu caule, na parte central da mancha(onde ocorreu a descarga) e, na medida que se caminha para a periferia, as plantas vão queimando menos, até não mais serem atingidas. Também, a identificação pode se basear no corte do caule, um pouco abaixo da área do topo que aparece queimada, ali se pode encontrar, na região do cambio, abaixo da casca, um escurecimento dos tecidos. Uma vez diagnosticado o problema vamos à sua solução. Para as plantas muito afetadas, do centro da reboleira, algumas vezes elas chegam até a morrer completamente, precisando de replanta. Na maioria dos casos, entretanto, basta esperar um pouco, uns 60-90 dias, para ver bem até que altura do tronco a planta ficou queimada e morreu e, assim, logo abaixo, efetuar uma poda, em seguida conduzindo a brotação. No futuro, algumas plantas podem apresentar um sintoma pouco conhecido da maioria dos técnicos, com parte do tronco apresentando perda de casca, ficando intacta a parte próxima de onde saem os ramos laterais, isto é um efeito retardado de raio. Fundação Procafé Alameda do Café, 1000 – Varginha, MG – CEP: 37026-400 35 – 3214 1411 www.fundacaoprocafe.com.br Plantas de café, em reboleira, com topo queimado, por efeito de raio, algumas já podadas, no Sul de Minas Detalhe do topo queimado, aqui parte já foi podada, com um decote. Como a poda foi muito cedo, e, ainda não se conhecia bem até que altura houve a queima do tronco, agora requer nova poda, mais baixa. Por isso deve-se esperar 60-90 dias antes de podar. Fundação Procafé Alameda do Café, 1000 – Varginha, MG – CEP: 37026-400 35 – 3214 1411 www.fundacaoprocafe.com.br As plantas da periferia da reboleira queimam menos e aqui bastou fazer um decote bem leve. A descarga elétrica( relâmpago ou raio) sai de uma nuvem carregada pra outra ou para o solo. Cortando com um canivete, o tronco, pode-se ver, na região do cambio, logo abaixo da casca, um tecido de cor marron, com sinal de efeito da descarga elétrica. Fundação Procafé Alameda do Café, 1000 – Varginha, MG – CEP: 37026-400 35 – 3214 1411 www.fundacaoprocafe.com.br