São Paulo, terça-feira, 11 de agosto de 2015 Página 2 Geral www.netjen.com.br Uber x taxistas: até que ponto o Estado deve intervir na economia? Dane Avanzi (*) A sociedade da informação vem mudando o modo das pessoas se relacionarem com a vida de um modo geral m decorrência desse fenômeno, que tornou possível a pessoas de todo o mundo estarem conectadas instantaneamente, novas maneiras de obter bens e serviços também se tornaram realidade. Em sendo o ser humano, geralmente, avesso a mudanças, ao longo da história, todas as inovações, sem exceção, sempre foram objeto de resistência e desconfiança, principalmente por parte daqueles que em face da mudança eram obrigados a se “reinventar” para se adaptar a nova ordem social e econômica. A história também registra que as novas tecnologias sempre prevaleceram sobre o pensamento velho e pragmático contrário às mudanças. Por que a tecnologia sempre vence? Porque tecnologia, do grego techne, se traduz pela arte da superação pela técnica. Por conta disso, proporciona as pessoas fazer as mesmas coisas de um modo mais prático, eficiente e/ou barato. Afora isso, a tecnologia tem dois aliados de peso a seu favor: o tempo e a razão. No caso específico da polêmica entre Uber e taxistas, a questão em si é pequena em face a outros aspectos subjacentes ao debate, relativos a estrutura organizacional do Estado. Nesse contexto, alguns questionamentos vem à tona: qual a vantagem para o cidadão em ter um serviço auditado e fiscalizado pelo Estado, se pode ter um serviço similar, auto regulado e fiscalizado pelos próprios usuários? Outra questão é: qual o benefício que sindicatos representantes de determinadas classes trazem efetivamente aos trabalhadores afiliados e à sociedade? Claro está que se o serviço fosse bem auditado pelo Estado e se os taxistas de um modo geral atendessem o cliente com uma frota nova e qualidade parecida com a que a Uber oferece, talvez sequer houvesse margem para que a concorrência se instalasse. Na verdade, o que constatamos é que às vezes motoristas recusam corridas dependendo do horário e da distância (e isso é proibido por lei), outros sequer conhecessem os itinerários, sendo ainda alguns (não se sabe ao certo quantos) subcontratados pelo titular da E permissão, trabalhando em regime de exploração semelhante a que outrora existia no feudalismo entre vassalos e servos da gleba. Não deveria o Estado, que concede as licenças, e os sindicatos, que organizam a categoria, fiscalizarem essas e outras situações irregulares? É legitimo hoje se arvorarem contra o concorrente que soube inovar, após décadas de inércia? Penso que não. Não estariam os sindicatos, que possuem forte influência do pensamento marxista, que condenam a exploração e a “mais valia”, se afastando dos princípios basilares de sua instituição? Nesse sentido, é muito aguçada a visão do deputado estadual Edilson Silva, do Psol de Pernambuco, que declarou à revista Veja: “O Uber será utilizado por seu valor de troca, ou seja, baseado em critérios de produção de bens e serviços em escala de massa. Quem oferecer melhor preço e qualidade levará o cliente. Socialismo com liberdade é assim”. Certamente os sindicatos são de grande importância para a democracia, e devem obviamente defender sua categoria, mas sem com isso prejudicar a sociedade. Relatos de violência contra motoristas e passageiros da Uber, denigrem os bons profissionais taxistas, que tenho certeza são a maioria, enfraquecendo a legitimidade da categoria. Não deveriam o sindicato combater a concorrência pensando em como superar o concorrente, prestando um serviço melhor? Imagino que sim. Concluindo, mais que regulamentar ou não o aplicativo, a questão que é proposta aos Estados em todo o mundo, vai além de regulamentar ou banir o Uber, diz respeito ao seu grau de intervencionismo e ao seu grau de respeito à livre iniciativa, base de qualquer economia saudável. Também está sendo questionada a eficácia e efetividade de legislações e acesso a concessões públicas que, ao se cristalizarem ao longo do tempo, criaram distorções. Por fim, reitere-se, que o direito é um processo dinâmico, contínuo e deve tão somente regulamentar situações da vida de modo a garantir a ordem social, com o mínimo de intervenção possível. Esse é o dever do Estado na nova ordem social e econômica global. (*) - É advogado, empresário de telecomunicações e Presidente da Associação das Empresas de Radiocomunicação do Brasil (www.aerbras.com.br). Projeção de instituições financeiras para a inflação este ano chega a 9,32% Instituições financeiras consultadas pelo Banco Central (BC) esperam que a inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), chegue a 9,32% este ano. Para o próximo ano, a expectativa é inflação menor: 5,43% a semana passada, a estimativa estava em 5,40%. As projeções estão acima do centro da meta de inflação, 4,5%. O teto da meta, 6,5%, deve ser estourado este ano. Na última sexta-feira (7), o IBGE informou que o IPCA acumulado nos primeiros sete meses do ano chegou a 6,83%, o índice mais elevado para o período de janeiro a julho desde 2003 (6,85%). Em 12 meses encerrados em julho, a taxa ficou em 9,56%. Para as instituições financeiras, a Selic deve permanecer em 14,25% ao ano até o fim de 2015 e ser reduzida em 2016, encerrando o período em 12% ao ano. A taxa é usada nas negociações de títulos públicos no Selic e serve como referência para as demais taxas de juros da economia. Ao reajustá-la para cima, o BC contém o excesso de demanda que pressiona os preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Quando reduz os juros básicos, o Copom barateia o crédito N 2,4 bilhões de euros contra crise migratória A Comissão Europeia aprovou ontem (10) a destinação de 2,4 bilhões de euros para programas de combate à imigração ilegal nos seus Estadosmembros até 2020. O dinheiro sairá do Fundo de Integração, Asilo e Imigração (Amif, na sigla em inglês) e do Fundo de Segurança Interna (ISF) do bloco. Ao todo, serão beneficiados 23 projetos nacionais de nações que têm de lidar com altos fluxos migratórios, como Itália (558 milhões de euros) e Grécia (474 milhões de euros). Apenas nesta segunda, operações coordenadas pela Guarda Costeira italiana socorreram mais de 1,5 mil imigrantes no mar Mediterrâneo. Eles estavam em sete embarcações clandestinas que tinham partido da Líbia rumo ao país europeu. Segundo a Organização Internacional para as Migrações (OIM), mais de 2 mil pessoas já morreram em 2015 nessas travessias (ANSA). O IPCA acumulado nos primeiros sete meses chegou a 6,83%, o mais elevado desde 2003. e incentiva a produção e o consumo, mas alivia o controle sobre a inflação. A expectativa das instituições financeiras para a retração da economia, este ano, passou de 1,80% para 1,97%, na quarta piora seguida. Para o próximo Na avaliação do mercado financeiro, a queda na produção industrial passou de 5% para 5,21%, este ano. Em 2016, a projeção de crescimento foi ajustada de 1,30% para 1,15%. A pesquisa do BC também traz a projeção para a inflação medida pelo Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI), que passou de 7,67% para 7,66%, este ano. Para o Índice Geral de Preços Mercado (IGP-M), a estimativa subiu de 7,64% para 7,69%, em 2015. A estimativa para o Índice de Preços ao Consumidor da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (IPC-Fipe) passou de 8,76% para 9,17%, este ano. A projeção para a cotação do dólar subiu de R$ 3,35 para R$ 3,40, ao final de 2015, e de R$ 3,49, para R$ 3,50 no fim de 2016. Na semana passada, o BC anunciou aumento na intervenção no câmbio para tentar conter a alta da moeda americana. Na última sextafeira, o dólar comercial fechou cotado a R$ 3,508, com queda de R$ 0,029 (-0,83%) (ABr). CGU tem novos critérios para fiscalizar estados e municípios Um programa lançado ontem (10) ajudará a ControladoriaGeral da União (CGU) a fiscalizar recursos que são repassados pelo governo federal a estados e municípios. Com o Programa de Fiscalização em Entes Federativos, o processo de escolha dos municípios que serão fiscalizados passará a adotar, também como critério, alguns indicadores de vulnerabilidades identificados nos entes da federação. Desde 2003, a escolha é feita em sorteios públicos. Esse tipo de escolha também sofrerá algumas alterações, passando a abranger capitais e municípios com mais de 100 mil habitantes. Até então, essas fiscalizações por sorteio eram feitas a partir do órgão federal responsável pelo repasse dos recursos. Agora, poderá ser feito a partir do governo local para onde os recursos foram repassados, o que garante um foco diferenciado para os fiscais. O ministro-chefe da Controladoria-Geral da União, Valdir Moysés Simão. Serão sorteados, a cada ciclo, quatro capitais, 24 municípios com até 50 mil habitantes, sete com população entre 50 mil e 100 mil habitantes, e dez com mais de 100 mil habitantes. Na seleção baseada na chamada matriz de vulnerabilidade, serão levados em consideração 12 indicadores, divididos em quatro grupos: desenvolvimen- to econômico-social; materialidade das transferências já feitas (que, em alguns casos, sequer foram apresentadas nas contas anuais); transparência e controle – este último, a partir de registros e indicadores levantados anteriormente pela CGU. A nova metodologia traz mais inteligência e assertividade na escolha dos alvos de investigação dos municípios que recebem verbas do Executivo Federa”, disse o chefe da CGU, ministro Valdir Simão, na cerimônia de lançamento do programa. “Vulnerabilidade não significa fraude ou corrupção e sim que, nesses municípios, há maior probabilidade de encontrarmos problemas. É claro que, havendo indicativo ou achado relativo a fraude ou corrupção, as medidas serão adotadas junto às autoridades competentes”, afirmou Simão (ABr). COI diz estar confiante com preparativos para Rio 2016 Candidato governista vence prévias na Argentina Carlos Nuzman, do COB, e a presidenta da Comissão de Coordenação do COI, Nawal El Mountawakel. As prévias nacionais definem quem pode suceder Cristina Kirchner na Casa Rosada, sede do governo. Tânia Rêgo/ABr Diretor Responsável: ano, as instituições não esperam mais por crescimento do PIB. A estimativa é estabilidade (crescimento zero), ou seja, não deve haver nem crescimento, nem queda. Na semana passada, a previsão era crescimento de 0,20%. José Cruz/ABr OPINIÃO Guido Chouela José Hamilton Mancuso DRT/SP 48679 [email protected] Diretora Administrativa-Financeira Laurinda M. Lobato DRT/SP 48681 [email protected] Webmaster e TI: VillaDartes Editora Laura R. M. Lobato De Baptisti DRT/SP 46219 Editoração Eletrônica Marizete Souza Ricardo Souza Walter de Almeida Marketing J. L. 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Artigos e colunas assinados são de inteira responsabilidade de seus autores, que não recebem remuneração direta do jornal. A presidente da Comissão de Coordenação do Comitê Olímpico Internacional para os Jogos Olímpicos de 2016, Nawal El Mountawakel, elogiou a realização dos eventos testes e destacou que ainda há muito trabalho a ser feito. Nawal participou ontem (10) de reuniões da comissão, na sede do Comitê Rio 2016, que organiza os jogos. “Os eventos-teste já estão ocorrendo, e quatro já foram concluídos com sucesso”, disse Nawal, que acrescentou: “Vocês estão entregando as instalações a tempo para os eventos teste. Essas instalações serão um grande legado para as delegações”. Nawal destacou que os jogos estão agora em sua última etapa de preparação, que é a fase dos preparativos operacionais. Ela também elogiou as parcerias com a iniciativa privada: “Vocês estão no caminho certo. Atingiram grande sucesso com seu programa de marketing, que trouxe algumas das empresas mais importantes do Brasil para os Jogos Olímpicos”, disse ela, que também falou sobre o grande interesse na compra de ingressos e pelo revezamento da tocha olímpica. “Estou confiante de que o melhor está por vir, mas todos temos muito trabalho a fazer”, disse pouco antes de encerrar seu discurso. Também participaram do encontro o presidente do COB e do Comitê Rio 2016, Carlos Nuzman, e o Prefeito do Rio, Eduardo Paes (ABr). O candidato governista, Daniel Scioli, venceu as prévias nacionais para definir quem pode suceder a presidente da Argentina, Cristina Kirchner, que, em dezembro, conclui seu segundo e ultimo mandato. Dos 15 postulantes ao cargo, ele foi o mais votado – mas não obteve votos suficientes para assegurar a vitória no primeiro turno, no próximo dia 25 de outubro. Ele teria que enfrentar o segundo colocado, o empresário Maurício Macri – favorito da oposição – no segundo turno, dia 22 de novembro. Com 72,76% dos votos apurados, Scioli – candidato único da Frente para a Vitória (FPV) – obteve 37,34% dos votos. Ele precisaria de 45% para ganhar no primeiro turno – ou 40% e uma diferença de dez pontos porcentuais em relação ao segundo colocado. A coalizão de Macri, Cambiemos, obteve 30,99% dos votos. Em terceiro lugar, com 20,83%, ficou a Una – agrupação politica de Sérgio Massa, que era kirchnerista, antes de passar para a oposição. “Esses resultados podem mudar até as eleições, daqui a dois meses e meio”, disse o analista político Rosendo Fraga. “Mas por serem nacionais, simultâneas e obrigatórias, as prévias na Argentina são um retrato da realidade porque todos os eleitores tiveram que ir às urnas escolher um candidato”. Antes mesmo de saber os resultados finais, os três mais votados comemoraram a vitória (ABr).