Please note: part of the data may have been changed between the original reports submitted and the final comprehensive analysis for the Main Report. Por favor note: parte dos dados podêm ter sido modificados entre os relatórios originais e a análise final para o Relatório Principal. Estudo de Baixo Carbono para o Brasil Emissões Associadas à Mudanças do Uso do Solo Tema A Relatório Técnico Equipe Técnica: Britaldo S. Soares Filho, CSR‐UFMG Letícia Hissa 2010 Please note: part of the data may have been changed between the original reports submitted and the final comprehensive analysis for the Main Report. Por favor note: parte dos dados podêm ter sido modificados entre os relatórios originais e a análise final para o Relatório Principal. Sumário Lista de Figuras....................................................................................................................3 Lista de Tabelas...................................................................................................................5 Lista de Anexos....................................................................................................................5 Lista de Anexos Eletrônicos................................................................................................5 1. Introdução: objetivos, alcance e contexto do estudo.....................................................7 2. Metodologia e dados utilizados...................................................................................11 2.1. Metodologia para o cálculo das áreas disponíveis para expansão agrícola..........12 2.2. Desenvolvimento do modelo de simulação de mudanças no uso da terra (SIMBRASIL)......................................................................................................15 2.3. Desenvolvimento do modelo para o cálculo de emissões....................................23 3. Resultados....................................................................................................................26 3.1. Cenário de Referência...........................................................................................26 3.1.1. Mudanças no uso da terra no cenário de Referência..................................26 3.1.2. Desmatamento no cenário de Referência...................................................37 3.1.3. Emissões sob o cenário de Referência.......................................................38 3.2. Cenário de Baixo Carbono....................................................................................41 3.2.1. Mudanças no uso da terra no cenário de Baixo Carbono...........................41 3.2.2. Desmatamento no cenário de Baixo Carbono............................................51 3.2.3. Emissões sob o cenário de Baixo Carbono................................................53 4. Opções de mitigação das emissões ou seqüestro.........................................................56 4.1. Políticas vigentes..................................................................................................56 4.2. Sugestão de políticas mitigadoras e custos associados.........................................62 5. Referências...................................................................................................................66 6. Anexos.........................................................................................................................69 7. Relação de Acrônimos.................................................................................................71 Lista de Figuras Figura 1-1. Biomas Brasileiros. .......................................................................................... 6 Figura 1-2. Taxas de desmatamento na Amazônia (1988-2007 – milhares de km²) .......... 7 Figura 1-3. Frações globais de emissões de CO2 equivalente ............................................ 8 Figura 1-4. Estoque de carbono na Amazônia. ................................................................... 8 Figura 2-1. Arquitetura do estudo LULUCF, destacando os componentes sob responsabilidade da UFMG. ................................................................................................................................ 9 Please note: part of the data may have been changed between the original reports submitted and the final comprehensive analysis for the Main Report. Por favor note: parte dos dados podêm ter sido modificados entre os relatórios originais e a análise final para o Relatório Principal. Figura 2-2. Metodologia para o cálculo das áreas disponíveis para expansão agrícola no Brasil 10 Figura 2-3. Mapas representando as Áreas de impedimento e Uso da terra para o Brasil 11 Figura 2-4. Áreas com e sem impedimentos para expansão, por classe de uso/ cobertura do solo no Brasil (2006). .................................................................................................................... 12 Figura 2-5. Exemplo de base de dados preparada para as simulações de mudança de uso e cobertura da terra. .................................................................................................................................. 12 Figura 2-6. Aptidão Agrícola para os principais cultivos no Brasil. ................................ 13 Figura 2-7. Evolução da demanda por terra por cultivos – Brasil (2006-2030) – Cenário de referência. ........................................................................................................................................... 15 Figura 2-8. Primeira parte do modelo espacialmente explícito de mudanças no uso e cobertura da terra – Alocação de terras. ............................................................................................................ 16 Figura 2-9. O modelo espacialmente explícito de mudanças no uso e cobertura da terra – Simulação da mudança do uso do solo. ................................................................................................... 16 Figura 2-10. Medidas mitigadoras para construção do Cenário de Baixo Carbono. ........ 19 Figura 2-11. Evolução da demanda por terra por cultivos – Brasil (2006-2030) – cenário Baixo Carbono ........................................................................................................................................... 20 Figura 2-12. Função logística de seqüestro de biomassa que usa como parâmetros: potencial local de biomassa e idade da vegetação. Potencial local nesse exemplo igual a 100 t/hec. ........... 21 Figura 2-13. Dados de Emissão/ Seqüestro para os anos do estudo por cultura (Mg CO2 eq/ ha/ ano) ........................................................................................................................................... 22 Figura 2-14. Arquitetura do modelo de contabilidade das emissões pelo uso e mudança no uso da terra. ........................................................................................................................................... 22 Figura 3-1. Dinâmica das áreas da cultura de cana-de-açúcar no cenário de Referência (2010 -2030). ........................................................................................................................................... 25 Figura 3-2. Dinâmica das áreas de cultura de algodão no cenário de Referência (2010-2030). 26 Figura 3-3 - Dinâmica das áreas de cultivo de Arroz para o Cenário de Referência (2010-2030). 27 Figura 3-4 . Dinâmica das áreas de cultivo de Feijão para o Cenário de Referência (2010-2030). 28 Figura 3-5 - Dinâmica das áreas de Floresta de produção para o Cenário de Referência (2010-2030). ........................................................................................................................................... 29 Figura 3-6 - Dinâmica das áreas de cultivo de Milho para o Cenário de Referência (2010-2030). 30 Figura 3-7 - Dinâmica da cultura de Soja para o Cenário de Referência (2010-2030). ... 31 Figura 3-8 - Dinâmica das áreas de pastagens para o cenário de Referência (2010-2030).32 Figura 3-9 - Dinâmica do desmatamento nos três principais biomas brasileiros sob o cenário de referência (km² p/ ano). ..................................................................................................... 33 Figura 3-10. Desmatamento sob o Cenário de Referência (2010-2030). ......................... 33 Figura 3-11 - Emissões e seqüestros dos três setores principais sob o cenário de referência34 Figura 3-12. Emissões e seqüestros do uso da terra sob o cenário de referência ............. 34 Figura 3-13 – Seqüestros pela vegetação nativa, capoeiras e silvicultura sob o cenário de referência ........................................................................................................................................... 35 Figura 3-14 – Emissões por mudança no uso da terra sob o cenário de referência .......... 35 Figura 3-15. Dinâmica das áreas de cultura de algodão sob o cenário de Baixo Carbono (2007-2030). ........................................................................................................................................... 37 Figura 3-16. Dinâmica das áreas de cultura de arroz sob o cenário de Baixo Carbono (2010-2030). ........................................................................................................................................... 38 Figura 3-17. Dinâmica das áreas de cultura de cana de açúcar sob o cenário de Baixo Carbono (20102030). ................................................................................................................................ 39 Figura 3-18. Dinâmica das áreas de culturas de Feijão sob o cenário de Baixo Carbono (2010-2030) ........................................................................................................................................... 40 Figura 3-19. Dinâmica das florestas de produção sob o cenário de Baixo Carbono (2010-2030) 41 Please note: part of the data may have been changed between the original reports submitted and the final comprehensive analysis for the Main Report. Por favor note: parte dos dados podêm ter sido modificados entre os relatórios originais e a análise final para o Relatório Principal. Figura 3-20. Dinâmica das culturas de Milho sob o cenário de Baixo Carbono (2010-2030) 42 Figura 3-21. Dinâmica das pastagens sob o cenário de Baixo Carbono (2010-2030) ...... 43 Figura 3-22. Dinâmica das culturas de soja no cenário de baixo carbono (2010-2030) ... 44 Figura 3-23. Regeneração florestal – Cenário de Baixo Carbono .................................... 45 Figura 3-24. Desmatamento acumulado nos cenários de referência e de baixo carbono. 46 Figura 3-25 - Evolução do desmatamento no cenário de baixo carbono (Milhares de hectares p/ ano) ........................................................................................................................................... 46 Figura 3-26 Desmatamento para o cenário de referência (RS) e de baixo carbono (LCS)47 Figura 3-27 – Emissões e seqüestros dos três setores principais sob o cenário de baixo carbono 48 Figura 3-28 – Comparação entre as emissões totais no cenário de referência (RS) e baixo carbono (LCS) ........................................................................................................................................... 48 Figura 3-29 – Emissões e seqüestros do uso da terra sob o cenário de baixo carbono ..... 48 Figura 3-30 – Seqüestros pela vegetação nativa, capoeiras e silvicultura sob o cenário de baixo carbono ........................................................................................................................................... 49 Figura 3-31 – Emissões por mudança no uso da terra sob o cenário de baixo carbono. .. 49 Figura 4-1. Identificação de padrões de degradação florestal na Amazônia no âmbito do programa DEGRAD. ......................................................................................................................... 51 Figura 4-2. Metodologia para estimativa do custo do carbono florestal e elaboração da curva de abatimento. ........................................................................................................................ 55 Figura 4-3. Custo do carbono florestal na Amazônia de acordo com estudo de custo de oportunidade ........................................................................................................................................... 56 Figura 4-4. Retorno potencial de um mercado REDD a ser obtido pelas reduções evitadas56 Lista de Tabelas Tabela 1-1. Uso do solo no Brasil entre 1990 e 2005: ........................................................ 6 Tabela 1-2. Risco de extinção das espécies florestais arbóreas no Brasil em 2000............ 7 Tabela 2-1. Descrição da base desenvolvida para implementação do modelo de mudanças de uso da terra. .................................................................................................................................. 12 Tabela 4-1–Panorama das Áreas Protegidas no bioma amazônico e participação do ARPA. 50 Tabela 4-2 – Recursos do INPE para Monitoramento por satélite da Amazônia ............. 51 Tabela 4-3. Benefícios e Perdas da implantação de Sistema de Gestão de Florestas Públicas 52 Tabela 4-4 – Resumo dos gastos previstos para serviços em Gestão Pública de Florestas em 2009. ........................................................................................................................................... 53 Lista de Anexos Anexo 1. Dados utilizados para cálculo do Mapa de Impedimento ................................. 59 Anexo 2. Dados utilizados para cálculo do Mapa de Cobertura e Uso da Terra .............. 59 Anexo 3. Reclassificação dos dados do PROBIO ............................................................ 59 Anexo 4. Classes de aptidão agrícola ............................................................................... 60 Anexo 5. Estoque de carbono e dados de emissão/ sequestro .......................................... 60 Lista de Anexos Eletrônicos Anexo eletrônico 1. Cálculo de áreas de impedimento. Please note: part of the data may have been changed between the original reports submitted and the final comprehensive analysis for the Main Report. Por favor note: parte dos dados podêm ter sido modificados entre os relatórios originais e a análise final para o Relatório Principal. (www.csr.ufmg.br/simbrasil/impedimento). Anexo eletrônico 2. Áreas com e sem impedimento por microrregião, bioma e classe de uso da terra – Região Centro Oeste. (www.csr.ufmg.br/simbrasil/centro_oeste_impedimento). Anexo eletrônico 3. Áreas com e sem impedimento por microrregião, bioma e classe de uso da terra – Região Nordeste. (www.csr.ufmg.br/simbrasil/nordeste_impedimento). Anexo eletrônico 4. Áreas com e sem impedimento por microrregião, bioma e classe de uso da terra – Região Norte. (www.csr.ufmg.br/simbrasil/norte_impedimento). Anexo eletrônico 5. Áreas com e sem impedimento por microrregião, bioma e classe de uso da terra – Região Sudeste. (www.csr.ufmg.br/simbrasil/Sudeste_impedimento). Anexo eletrônico 6. Áreas com e sem impedimento por microrregião, bioma e classe de uso da terra – Região Sul. (www.csr.ufmg.br/simbrasil/sul_ impedimento). Anexo eletrônico 7. Resultado do modelo de uso da terra – comparação do desmatamento (resultado total e por microrregião para os dois cenários). (www.csr.ufmg.br/simbrasil/desmatamento). Anexo eletrônico 8. Resultado do modelo de emissões para o cenário de Referência. (www.csr.ufmg.br/simbrasil/emissoes_referencia). Anexo eletrônico 9. Resultado do modelo de emissões para o cenário de Baixo Carbono. (www.csr.ufmg.br/simbrasil/emissoes_baixo_carbono). Anexo eletrônico 10. Resultado do modelo de emissões para o cenário de Referência por estado. (www.csr.ufmg.br/simbrasil/emissao_referencia_estado). Anexo eletrônico 11. Resultado do modelo de emissões para o cenário de Baixo Carbono por estado. (www.csr.ufmg.br/simbrasil/emissao_baixo_carbono_estado). Anexo eletrônico 12. Modelo de mudanças de uso da terra para o Brasil – SIMBRASIL (www.csr.ufmg.br/simbrasil). 1. Introdução: Objetivos, Alcance e Contexto do Estudo Please note: part of the data may have been changed between the original reports submitted and the final comprehensive analysis for the Main Report. Por favor note: parte dos dados podêm ter sido modificados entre os relatórios originais e a análise final para o Relatório Principal. O Brasil possui a maior extensão de florestas tropicais do mundo (representando 56% do território nacional – tabela 1.1). Há uma grande diversidade de formações florestais ao longo do território brasileiro, distribuídas em seus seis Biomas (figura 1.1 e tabela 1.1), sendo as principais as florestas tropicais (densas e abertas), que ocorrem principalmente no norte, florestas de araucária que ocorrem no sul, florestas estacionais (deciduais e semi-deciduais) que ocorrem principalmente no sudeste, floresta tropical atlântica com distribuição costeira, matas de Caatinga no nordeste, campinaramas no noroeste do estado de Amazonas e em Roraima, savanas e formações florestais diversas do Cerrado na região Central do País e florestas de produção que representam 1% da cobertura florestal do Brasil, inseridas principalmente no Bioma Mata Atlântica. Possuindo a maior biodiversidade do planeta, suas florestas são vitais para manutenção do equilíbrio ambiental em escalas regional e global, como a manutenção do regime de chuvas, fluxo de água doce, conservação da biodiversidade, preservação das culturas tradicionais e mitigação das mudanças climáticas. Tabela 1-1. Uso do solo no Brasil entre 1990 e 2005: Fonte: (2006). IBGE Tipo Florestas Outros Usos (agrícolas, pecuária, urbano, infra-estrutura, etc); Lâminas D’água Total 1990 (mil km²) 5.200,27 3.155,29 2000 (mil km²) 4.932,13 3.423,43 2005 (mil km²) 4.776,98 3.578,58 195,32 8.514,88 159,32 8.514,88 159,32 8.514,88 Figura 1-1. Biomas Brasileiros. Fonte: Ministério do Meio Ambiente Contudo, as florestas brasileiras vêm passando por uma rápida conversão para outros usos (cerca de 420 mil km² nos últimos 20 anos1). A Amazônia perdeu cerca de 18%, um total de 720 mil km², de sua floresta original entre 1970 e 2007 (INPE, 2009), o Cerrado cerca de 20% da sua área original entre 1990 e 2005 e a Mata Atlântica cerca de 8% no mesmo período (SOSMA, 2005). Dada a dimensão continental da área envolvida e a complexidade do território brasileiro, há uma diversidade de causas e processos envolvidos na conversão da cobertura de vegetação nativa. De modo geral, o desmatamento no bioma Cerrado durante o período supracitado é atribuído à expansão do cultivo de grãos e da pecuária (Machado et al., 2004; Eva et al., 2004; Ferreira et al., 2007), enquanto o desmatamento no bioma Mata Atlântica no mesmo intervalo teria ocorrido em função de processos de especulação imobiliária e do crescimento desordenado de grandes centros urbanos (Texeira et al, 2009). No tocante à Amazônia, as causas do desmatamento são complexas (Soares-Filho et al. 20082) e envolvem fatores socioeconômicos e políticos inter-relacionados em escalas regional, nacional e global (Soares-Filho et al., 2005; Nesptad et al. 2006). Entre as principais causas do desmatamento na Amazônia, consideram-se, originalmente, as políticas de colonização da região e os incentivos fiscais para o desenvolvimento de atividades que deflagraram intenso fluxo migratório para a Amazônia. Posteriormente, outros processos passaram a atuar (Soares-Filho et al., 2008), sendo eles a expansão do mercado internacional de produtos agropecuários apoiado pela valorização do Real frente ao Dólar, avanço da exploração madeireira e pecuária, expansão do agronegócio, desenvolvimento da infra-estrutura com a abertura e 1 Cerca de 28,4 mil km²/ ano; Soares-Filho, B.S. et al. Nexos entre as dimensões socioeconômicas e o desmatamento: a caminho de um modelo integrado.. In: Mateus Batistella; Diogenes Alves; Emilio Moran,. (Org.). Amazônia. Natureza e Sociedade em Transformação. 1 ed. São Paulo: Edusp, 2008, v. 1. 2 Please note: part of the data may have been changed between the original reports submitted and the final comprehensive analysis for the Main Report. Por favor note: parte dos dados podêm ter sido modificados entre os relatórios originais e a análise final para o Relatório Principal. pavimentação de estradas, ausência e ineficácia de políticas estatais, incapazes de coibir o desmatamento ilegal e de regularizar a posse da terra na região (Soares-Filho et al.,2008). Figura 1-2. Taxas de desmatamento na Amazônia (1988-2007 – milhares de km²) Fonte: INPE Não obstante, recentemente, foi registrada para a Amazônia, uma redução nas taxas anuais de desmatamento (INPE, 2009) – figura 1.2 – que em linhas gerais pode ser atribuída a uma recente retração do mercado agropecuário, mas, sobretudo ao aumento das medidas de monitoramento e fiscalização ao desmatamento por parte do Estado em conjunto com a criação de cerca de 640 mil km² de áreas protegidas na região (Soares Filho, 2008b). Como resultado dessas vastas mudanças, um grande patrimônio em recursos florestais se encontra ameaçado. A tabela 1.2 detalha o risco de extinção de espécies florestais no Brasil. Nesse sentido, estudos recentes demonstraram o risco de colapso ambiental, caso haja continuidade da tendência de desmatamento observada no início dessa década (Soares-Filho et al., 2006; Nepstad et al., 2008). Usando uma simulação de desmatamento que incorpora a tendência histórica entre 1997-2002 ao efeito do asfaltamento de uma série de estradas, Soares-Filho et al. (2006) apontaram que poderia se esperar para 2050 uma perda de até 40% das florestas remanescentes amazônicas (Soares-Filho et al., 2005; Soares-Filho et al., 2006). Tabela 1-2. Risco de extinção das espécies florestais arbóreas no Brasil em 2000 Tipos Não ameaçadas de extinção Criticamente ameaçadas Ameaçadas Vulneráveis Total Quantidade 7.559 34 100 187 7.880 % 95,9% 0,4% 1,3% 2,4% 100,0% Fonte: FAO (2005). O impacto do potencial de desmatamento futuro sobre a biodiversidade e outros serviços ambientais da Amazônia poderá ser dramático. Estima-se, por exemplo, que das 382 espécies de mamíferos analisadas por Soares Filho et al. (2006), um quarto perderá mais de 40% da sua área de distribuição geográfica. Aliado às perdas de biodiversidade, existe ainda uma perda significativa dos serviços ambientais. As florestas contribuem para a manutenção do ciclo hidrológico, a qualidade da água dos mananciais e a ciclagem de nutrientes, além do controle dos processos erosivos. A perda de cobertura florestal está diretamente associada à redução desses indicadores. Em relação à perda de serviços ambientais em escalas regional e global, o desmatamento nessa escala provocará a redução do regime de chuvas regionais (Nobre et al., 1991; Sampaio et al., 2007, Silva et al., 2008), alteração no regime dos principais rios amazônicos (Coe et al., 2009) e grande impacto no clima global (Houghton, 2005). Soma-se a isso o efeito do aquecimento global que poderá induzir na região amazônica estações secas mais prolongadas (Malhi et al., 2008) e o aumento na freqüência e intensidade de fenômenos climáticos como El Niño (Cox et al., 2004; Marengo et al., 2008), os quais favorecem a ocorrência de extensivos incêndios florestais (Nepstad et al., 1999), gerando, portanto, complexas interações que poderão levar as florestas remanescentes na Amazônia a um vicioso ciclo de degradação (Nobre et al., 1996; Nepstad et al., 2008). O papel das florestas no tocante à emissão de CO2, principal gás contribuinte para o efeito estufa, é central, uma vez que elas constituem grandes repositórios de carbono. Estima-se que as florestas brasileiras estoquem um total cerca de 54 bilhões de toneladas de carbono. Nesse contexto, o desmatamento no Brasil é o processo que mais contribui para emissão de CO2, Please note: part of the data may have been changed between the original reports submitted and the final comprehensive analysis for the Main Report. Por favor note: parte dos dados podêm ter sido modificados entre os relatórios originais e a análise final para o Relatório Principal. totalizando de 70% das emissões nacionais. A contabilidade das emissões do desmatamento leva o Brasil a ocupar o quinto lugar da lista de paises emissores, representando 5% do total mundial (Figura 1-3) (CAIT_WRI, 2007). Malaysia 2% Others 35% Germany 2% Japan 3% India 4% United States of America 15% Russian Federation 5% Brazil 5% Indonesia 7% European Union (25) 11% China 11% Figura 1-3. Frações globais de emissões de CO2 equivalente Fonte: CAIT-WRI, 2007 Portanto, emissões por desmatamento, intensas em países em desenvolvimento como o Brasil, são extremamente importantes no contexto global, já que representam de 7 a 28% das emissões humanas, podendo representar de 0.4 a 2.4 bilhões de toneladas de carbono por ano e mesmo a chegar a 3 bilhões de toneladas em anos de severa seca, devido a ocorrência de extensivos fogos florestais (Nepstad et al. (2007). Para ilustrar, projeções apontam que a prevalência de um cenário de intenso desmatamento na Amazônia poderá acarretar em cerca de 117±30 bilhões de toneladas de emissão de CO2 para a atmosfera até 2050 (Soares Filho et al., 2006), um volume equivalente a mais de três anos de emissões globais, tendo como base o ano de 20003. Estima-se que a Floresta Amazônica estoque, em seus 3.3 milhões de km² de 47 a 49 bilhões de t./ C. Figura 1-4. Estoque de carbono na Amazônia. Fonte: Saatchi et al (2007). Portanto, devido ao perfil das emissões brasileiras, se torna extremamente relevante a modelagem de cenários plausíveis de mudanças do uso da terra em conjunto com suas medidas mitigadoras, custos, eficácia e potencial de redução de suas emissões advindo da aplicação de medidas mitigadoras. É nesse contexto que o presente estudo se insere, construindo um modelo nacional de uso e mudanças no uso da terra (SIMBRASIL) e a contabilidade de suas emissões de CO2. Foram modelados dois cenários, um denominado de Cenário de Referência e o outro Cenário de Baixo Carbono. Para o Cenário de Referência, considerou-se, no que diz respeito ao desmatamento, uma conjuntura que deu continuidade às tendências e dinâmicas de expansão das culturas agrícolas e outros usos da terra no Brasil, independente das conseqüências dessas sobre o desmatamento, que sem limitações, ultrapassaria a barreira da legalidade (gerando passivos ambientais). Esse cenário foi utilizado como base para a construção do Cenário de Baixo Carbono, no qual se insere essa preocupação, e objetiva, portanto, uma redução do desmatamento através da diminuição das demandas por terra para expansão agrícola e pecuária, e que por definição não poderia gerar desmatamentos além da barreira legal. Através da redução do desmatamento, bem como a 3 As emissões globais de CO2 atingiram 33 bilhões de toneladas em 2000, o que equivale aproximadamente a nove bilhões de toneladas de carbono (CAIT-WRI, 2008). Please note: part of the data may have been changed between the original reports submitted and the final comprehensive analysis for the Main Report. Por favor note: parte dos dados podêm ter sido modificados entre os relatórios originais e a análise final para o Relatório Principal. recuperação de passivos ambientais pelo restauro florestal, haverá, portanto uma redução das emissões de GEE no Cenário de Baixo Carbono quando comparado ao Cenário de Referência. Especificamente, o estudo possui os seguintes objetivos: 1) Estimar a disponibilidade de áreas para expansão agropecuária no Brasil, tendo como parâmetro a ocorrência de impedimentos biofísicos e legais para esse processo. 2) Tendo como base esta disponibilidade de terras, simular as mudanças de uso da terra sob dois cenários (modelo espacialmente explícito de mudanças do uso da terra), a saber: a. Cenário de Referência (2010-2030) b. Cenário de Baixo Carbono (2010-2030) 3) Calcular os valores de emissão/seqüestro de CO2 decorrentes das mudanças de uso da terra simuladas para os dois cenários modelados. 4) Com base nos resultados obtidos, propor ações de mitigação do desmatamento, objetivando reduzir os impactos em termos de suas emissões residuais no Cenário de baixo carbono. 2. Metodologia e Dados Utilizados O presente estudo está integrado em um contexto mais amplo, articulado a outros estudos desenvolvidos no grupo LULUCF, e tendo recebido dados e informações desses para geração do modelo integrado (Fig. 2.1). Essa integração se deu através da transferência dos dados e discussões realizadas nas diversas oficinas e conferências, nas quais os pesquisadores entraram em acordo acerca das premissas a serem tomadas. Nesse sentido, a etapa 1, sob responsabilidade da UFMG, na qual foi realizado o cálculo das áreas disponíveis para expansão agrícola, foi vital para as projeções de expansão agrícola do ICONE, cuja trajetórias foram espacializadas pelo modelo de simulação. Finalmente, com relação à contabilidade das emissões para ambos os cenários, houve integração direta entre os temas B, D e C que forneceram os dados de potencial de seqüestro para as matas nativas, secundárias e silvicultura, os dados de emissão pelo gado de acordo com duas possibilidades de manejo (pasto degradado e não degradado) e de emissão/seqüestro pelos cultivos analisados. A elaboração do modelo espacialmente explícito de mudanças do uso da terra e desmatamento e do modelo de emissões de carbono decorrentes de tais conversões envolveu três etapas, como descrito na figura 2.1. Figura 2-1. Arquitetura do estudo LULUCF, destacando os componentes sob responsabilidade da UFMG. 2.1. Metodologia para o cálculo das áreas disponíveis para expansão agrícola Please note: part of the data may have been changed between the original reports submitted and the final comprehensive analysis for the Main Report. Por favor note: parte dos dados podêm ter sido modificados entre os relatórios originais e a análise final para o Relatório Principal. Para o desenvolvimento do mapa de áreas aptas para a expansão agrícola, utilizou-se de uma metodologia em duas fases. A primeira refere-se à criação de um mapa de impedimento que levou em consideração a interseção de restrições biofísicas e legais. (figuras 2.2 e 2.3). Os seguintes critérios foram considerados como impedimentos: Declividade: Foram selecionadas as áreas acima de 15% como áreas de impedimento, tendo em vista ser este o limite para operação mecanizada. Solos inaptos: Foram consideradas como inaptas as seguintes classes de solo: Areias Quartzozas Marinhas, Laterita Hidromórfica Distrófica e Eutrófica TA, Laterita Hidromórfica Eutrofica Ta, Lateritas Hidromórificas Indiscriminadas, Solos Concrecionários Indiversos Distróficos, Solos Concrecionários Indiversos Distróficos e Eutróficos, Solos Litólicos Eutróficos e Distróficos, Solos Litólicos Distróficos, Solos Litólicos Húmicos Distróficos, Solos Salinos Indiscrimanados Costeiros. Corpos d’água: Quaisquer corpos maiores que 10 hectares. Áreas de preservação permanente: Áreas em faixa marginal, medidas a partir do nível hidrográfico mais alto, em projeção horizontal, possuindo largura de 50 m a partir da hidrografia. Somente foram calculadas as APPs de grandes massas d’água e principais rios permanentes, haja vista a escala continental da análise. Áreas urbanizadas: Obtidas a partir da classificação do IBGE por setores censitários de 2001. Áreas protegidas: Compilação de áreas protegidas de diversas fontes, englobando unidades de conservação federais, estaduais, divididas em dois usos: proteção integral e uso sustentável -, mais terras indígenas e áreas Militares. municipality Urban Areas (IBGE census sector) APPs (50 m main rivers) Areas available for agriculture Water (land under water) Areas available by municipality Protected Areas (several basis) Declivity > 15% Current pastures and crops (IBGE) (SRTM) soils = Agriculture impediment (Radam) Seasonal forests (Prodes, Probio, SOS MA) 1 hectare of resolution 100x100m Area available for agriculture expansion by municipality Figura 2-2. Metodologia para o cálculo das áreas disponíveis para expansão agrícola no Brasil Please note: part of the data may have been changed between the original reports submitted and the final comprehensive analysis for the Main Report. Por favor note: parte dos dados podêm ter sido modificados entre os relatórios originais e a análise final para o Relatório Principal. Impedimento Uso da Terra Figura 2-3. Mapas representando as Áreas de impedimento e Uso da terra para o Brasil A segunda fase da elaboração do mapa de áreas passíveis de expansão agrícola compreendeu a integração de dados de uso e cobertura da terra por bioma. Foram utilizados dados do PROBIO (projeto desenvolvido pelo MMA) gerados separadamente por Bioma, a partir de Imagens Landsat ETM+, tendo como ano base 2002. Neste projeto, tais dados foram então, aplicados na elaboração do mapa para todos os Biomas, com exceção da Amazônia, para a qual foram utilizados dados do PRODES. As classes originais dos dados do PROBIO foram então reagrupadas em oito novas classes4. Como resultado da integração dos mapas de uso e cobertura para todos os biomas foram geradas oito classes (figura 2.3 “Uso da Terra”). Por fim, o mapa de uso e cobertura da terra foi cruzado com o mapa de impedimento agrícola, gerando como resultado as mesmas classes de uso da terra, agora com a informação da presença ou ausência de impedimento agrícola, com o objetivo de identificar o potencial de expansão agrícola somente em áreas ocupadas por pastagens em diversos graus de utilização. Os mapas foram gerados em formato raster, com resolução de 1 hectare (ou seja, com células de dimensões de 100x100 metros). A figura 2.4 apresenta os resultados para os três biomas centrais neste estudo: Amazônia, Cerrado e Mata Atlântica. Nestes três biomas, as áreas aptas para a expansão de cultivos sem provocar o desmatamento, mas com redução das áreas de pastagens, somam 128 milhões de hectares (áreas de pastagens sem impedimento) ou 91 milhões, caso se exclua o bioma Amazônia. Qualquer expansão além desse valor, que não fosse compensada pela redução das pastagens induziria uma perda direta da cobertura vegetal, quer seja floresta, savana ou vegetação secundária, nesse caso sem considerar o efeito indireto da expansão agrícola no desmatamento da Amazônia. 4 Ver tabela Anexo 3. Please note: part of the data may have been changed between the original reports submitted and the final comprehensive analysis for the Main Report. Por favor note: parte dos dados podêm ter sido modificados entre os relatórios originais e a análise final para o Relatório Principal. Figura 2-4. Áreas com e sem impedimentos para expansão, por classe de uso/ cobertura do solo no Brasil (2006). 2.2. Desenvolvimento modelo de simulação de mudanças no uso da terra - SIMBRASIL A segunda etapa envolveu o desenvolvimento e operação de um modelo espacialmente explícito de mudanças no uso e cobertura da terra (SIMBRASIL – disponível para consulta através do endereço www.csr.ufmg.br/simbrasil). O modelo em questão tem por objetivo espacializar, usando uma célula de 1km2, as projeções de expansão agrícola e demanda por terras a nível de microrregião modeladas pelo ICONE para o Brasil como um todo sob os dois cenários em questão, a saber: o de referência e de baixo carbono. A primeira parte da elaboração desse modelo passou pela compilação e montagem da base de dados (fig. 2.5). Essa base envolve as variáveis listadas na tabela 2.1: Figura 2-5. Exemplo de base de dados preparada para as simulações de mudança de uso e cobertura da terra. Tabela 2-1. Descrição da base desenvolvida para implementação do modelo de mudanças de uso da terra. Variável Hidrografia Declividade Elevação Areas Aptas Cobertura Vegetal e Uso da Terra Infraestrutura Rodovias Áreas Protegidas Descrição Principais Rios Permanentes (MMA); Shuttle Radar Topography Mission – NASA corrigidos pela EMBRAPA; Shuttle Radar Topography Mission – NASA corrigidos pela EMBRAPA; Obtidas na etapa anterior do estudo; Obtidas na etapa anterior do estudo; Portos, Hidrovias, Ferrovias (Ministério dos Transportes); Diferenciadas em duas classes: Pavimentadas e Não Pavimentadas (Ministério dos Transportes; CSR); Englobam as UC’S Federais e Estaduais, em seus dois usos: proteção integral e uso Please note: part of the data may have been changed between the original reports submitted and the final comprehensive analysis for the Main Report. Por favor note: parte dos dados podêm ter sido modificados entre os relatórios originais e a análise final para o Relatório Principal. População sustentável e Terras Indígenas e Áreas Militares (MMA, IBAMA, CSR); Dados de população urbana por sede municipal (IBGE, Censo Demográfico - 2000); Todos os dados supracitados foram rasterizados a uma resolução espacial de 1 km², o equivalente a matrizes de 4500x4500 células. Ao lado dos dados espaciais, o modelo incorpora as tabelas de projeção dos usos da terra fornecidas pelo ICONE para uma cesta de culturas (cana de açúcar, soja, milho, algodão, arroz e feijão), floresta de produção e pastagens. Portanto, para cada microrregião, é passado por ano um vetor de distribuição de terras em cada um dos usos especificados e o modelo busca então alocar essa distribuição, tendo como base a aptidão agrícola da terra para cada cultura modelada e fatores de custo de produção estimados por proxis de infraestrutura e mercado consumidor. No que diz respeito à aptidão agrícola, foi utilizado os dados de Assad e Pinto (2008), que apresentam a aptidão atual e projetada para culturas agrícolas no território brasileiro. Entre os produtos considerados no estudo desses autores, foram extraídos para o presente trabalho os mapas de aptidão para soja, cana, milho, algodão, arroz, feijão (figura 2.6). Figura 2-6. Aptidão Agrícola para os principais cultivos no Brasil. Fonte: Adaptado de Assad e Pinto (2008) O modelo estruturado, detalhado nas seções seguintes, foi implementado na plataforma DINAMICA EGO (Box 1), sendo concebido para operar a passos de tempo anuais em dois níveis espaciais, a saber, microrregiões do IBGE e células raster de 1 km². Box 1 - Dinamica EGO (Environment for Geoprocessing Objects) O modelo de simulação espacialmente explícito foi implementado sobre a plataforma do Dinamica EGO (Dinamica – Enviroment for Geoprocessing Objects), software livre que consiste em uma plataforma de modelagem ambiental. Através dessa plataforma, - que vem sendo desenvolvida por pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais desde 1998 (Soares-Filho et al, 2009) - é possível desenvolver uma gama diversa de modelos espaço-temporais que demandam operações analíticas e/ ou operações dinâmicas complexas, como iterações em rede, feedbacks, abordagens multi-escalares, álgebra de mapas e a aplicação de uma série de complexos algoritmos para a análise e simulação de fenômenos no tempo e espaço. Please note: part of the data may have been changed between the original reports submitted and the final comprehensive analysis for the Main Report. Por favor note: parte dos dados podêm ter sido modificados entre os relatórios originais e a análise final para o Relatório Principal. Interface gráfica do Dinamica EGO. Escrito em linguagem C++ e Java, o software possui uma biblioteca de operadores chamados de functores (funtors), que podem ser entendidos como um processo que atua sobre um conjunto de dados de entrada, sobre o qual é aplicado um número finito de operações, produzindo como saída um novo conjunto de dados (Rodrigues et al, 2007). Atualmente, estão implementadas os operadores de análise espacial mais comuns nos Sistemas de Informação Geográfica (SIG), além de uma série de outros, criados especificamente para simulações espaciais, incluindo funções de transição e métodos de calibração e validação. O software (atualmente em sua versão 1.2.3. disponível em <www.csr.ufmg/dinamica) possui como vantagem a flexibilidade, ou seja, permite ao usuário construir modelos através do encadeamento de functores, que seqüenciados, estabelecem um fluxo de dados em forma de um grafo. Através da interface gráfica do Dinamica EGO, é possível criar modelos, simplesmente arrastando e conectando os operadores através de suas entradas e saídas (ports), às quais representam as conexões com determinados tipos de dados, como mapas, tabelas, matrizes, expressões matemáticas e constantes. Os modelos criados assumem, portanto, um aspecto de diagrama, cuja execução segue uma cadeia de fluxo de dados. No que diz respeito ao estudo em questão, três modelos principais foram desenvolvidos através do software: cálculo de terras disponíveis para expansão, simulação das mudanças de uso da terra e emissões de carbono pelo uso e mudança no uso da terra. A. SIMBRASIL no cenário de Referência A execução do modelo de simulação espacialmente explícito de uso e mudança no uso da terra envolveu a elaboração de dois submodelos. O primeiro (figura 2.8), tem como função principal produzir um mapa base de uso da terra, alocando terras para as classes de culturas modeladas pelo ICONE (cana, soja, milho, algodão, arroz, feijão), mais floresta de produção e pastagens (figura 2.7). Esse modelo possui como entradas o mapa de uso da terra, o mapa de microrregiões e as tabelas de demanda da terra por cultura produzidas pelo ICONE. Primeiramente, o modelo identifica a área útil antropizada, de acordo com o mapa de uso da terra original, ou seja, as áreas passíveis de expansão agrícoala. Em seguida, de posse desses dados, o modelo calcula os mapas de favorabilidade espacial para essa expansão, integrando dados de aptidão agrícola (Assad e Pinto, 2008) e critérios proximais como distância à estradas, atratividade urbana, custo de deslocamento aos portos, declividade, distância à área convertida. Please note: part of the data may have been changed between the original reports submitted and the final comprehensive analysis for the Main Report. Por favor note: parte dos dados podêm ter sido modificados entre os relatórios originais e a análise final para o Relatório Principal. (Mil ha.) Figura 2-7. Evolução da demanda por terra por cultivos – Brasil (2006-2030) – Cenário de referência. Fonte: Adaptado de ICONE (2009). O mapa de favorabilidade ou probabilidade de mudança é calculado através do cálculo dos pesos de evidência (BohamCarter,1994). O peso de evidência representa a influência de cada categoria (faixa de valores) de certa variável nas probabilidades de transição i → j, sendo integrado pela seguinte equação (Soares-Filho et al, 2007). onde V representa um vetor de k variáveis espaciais, medidas nas localidades x, y e representadas por seus pesos W+ k 1 x y , W+ k 2 x y , ..., W+ k n x y , sendo n o número de categorias de cada variável k. Calculado o mapa de favorabilidade, o modelo calcula as taxas de transição para as culturas e reflorestamento, dividindo as áreas projetadas por ano pela área de pastagem apta, caso a área de pastagem não seja suficiente, o modelo converte áreas de vegetação nativa e capoeiras em áreas de pastagens. Se há uma redução de um cultivo agrícola em uma microrregião, o modelo retorna essa área para o estoque de pastagens. Portanto, o modelo sempre usa a classe de pastagem como um estoque temporário entre as transições de floresta, de pastagem e de culturas. A alocação espacial utiliza um mecanismo de autômato celular, visando criar manchas na paisagem (Soares-Filho et al, 2002). Ainda, caso o modelo não tenha sucesso em um passo de tempo em alocar as áreas projetadas pelo ICONE em uma determinada microrregião, esse resíduo é passado às microrregiões vizinhas, por um processo de iteração por vizinhança, num passo de tempo seguinte, gerando, portanto, a melhor aproximação possível em termo de áreas com as projeções do ICONE. Please note: part of the data may have been changed between the original reports submitted and the final comprehensive analysis for the Main Report. Por favor note: parte dos dados podêm ter sido modificados entre os relatórios originais e a análise final para o Relatório Principal. Figura 2-8. Primeira parte do modelo espacialmente explícito de mudanças no uso e cobertura da terra – Alocação de terras. O mapa de uso da terra de 2006, atualizado, é utilizado como entrada principal. Outras entradas consistem no mapa de microrregiões, mapas de probabilidades de transição5 (calculados anteriormente por modelos complementares) e as tabelas do ICONE. O modelo de simulação se encontra representado de forma resumida pela figura 2.9. Figura 2-9. O modelo espacialmente explícito de mudanças no uso e cobertura da terra – Simulação da mudança do uso do solo. 5 São quatro os mapas de probabilidade de transição ao todo: Probabilidade de conversão para culturas (conjunto de 6 mapas + 1 para floresta plantada, Probabilidade de conversão para pastagens, Probabilidade de retorno e Probabilidade de restauro. Please note: part of the data may have been changed between the original reports submitted and the final comprehensive analysis for the Main Report. Por favor note: parte dos dados podêm ter sido modificados entre os relatórios originais e a análise final para o Relatório Principal. O modelo de simulação das mudanças no uso da terra em questão ainda interage online com o modelo que projeta o desmatamento para a Amazônia (Soares-Filho et al, 2008), (Box 2), o qual usa como entrada a demanda por terra para pecuária e agricultura modelada pelo ICONE. Esse modelo visa incorporar as causas indiretas do desmatamento além da conversão direta por demandas de terra para cultivo e pastagem. Para o estudo, o modelo de projeção do desmatamento utiliza três variáveis, fixadas em valores constantes para a avaliação dos dois cenários, a saber, taxas de migração regionais, áreas protegidas e infra-estrutura (i.e. estradas pavimentadas e não pavimentadas) e outras duas variáveis que modelam a pressão da expansão agrícola, a saber: a taxa de expansão das áreas ocupadas por culturas e a taxa de crescimento do rebanho bovino, de acordo com as projeções do ICONE para os dois cenários em questão. Possui como entradas, o mapa de microrregiões e tabelas de extensão de áreas protegidas, da área de floresta original, das culturas e número de cabeças do rebanho bovino fornecidas pelo ICONE, além da tabelas de densidade média de estradas por microrregião. A aplicação da regressão por defasagem espacial, variando por ano as taxas de expansão da agricultura e da pecuária consiste na parte central do modelo. As taxas resultantes de desmatamento são então passadas ao modelo espacial integrado. Desse modo, o modelo calcula a taxa de desmatamento bruto para cada microrregião, incorporando o efeito indireto da expansão agrícola no desmatamento da Amazônia. Na Amazônia e somente na Amazônia, o modelo integra essas taxas, deduzindo dessas as taxas de expansão da pastagem projetada pelo ICONE. Portanto, o modelo só se aplica às microrregiões da Amazônia legal. Please note: part of the data may have been changed between the original reports submitted and the final comprehensive analysis for the Main Report. Por favor note: parte dos dados podêm ter sido modificados entre os relatórios originais e a análise final para o Relatório Principal. Box 2 - Análise de regressão espacial do desmatamento na Amazônia Sobre as causas do desmatamento, Soares-Filho et al. (2008) citam que dada a complexa natureza dos fatores envolvidos e seus inter-relacionamentos, não é trivial equacionar os fatores que controlam as trajetórias histórica e futura do desmatamento. Para tanto, alguns procedimentos estatísticos podem ser adotados. Com esse objetivo, como um primeiro passo, foram desenvolvidos modelos lineares clássicos e seus resíduos foram analisados para se encontrar possíveis outliers, e com isso estimar novos modelos com controle heteroscedástico. Depois foi examinada a presença de autocorrelação espacial nos modelos lineares ajustados, através de testes estatísticos específicos; como houve confirmação da autocorrelação, partiu-se para o emprego de modelos de regressão por defasagem espacial, os quais incorporam o efeito dos dados de municípios vizinhos na estimativa da variável dependente (Soares-Filho et al., 2008). A equação seguinte descreve o método de defasagem espacial adotado no trabalho em questão que melhor representa a heterogeneidade do espaço geográfico e a territorialidade do processo de desmatamento (Soares-Filho et al., 2008): y = Wy+X+ onde é o coeficiente espacial auto-regressivo, W é a matriz de pesos espaciais, y é a variável dependente (um vetor de N linhas), X é uma matriz com observações de co-variáveis, é o vetor dos coeficientes de regressão e é um termo de erro aleatório. O modelo estatístico foi aplicado relacionando o incremento da fração desmatada no período 1997-2001em 399 municípios da Amazônia com taxas de variação do contexto socioeconômico e demográfico do mesmo período. Como resultado encontrou-se que as variáveis que possuíam maior poder explicativo do processo de desmatamento na Amazônia, foram proximidade média a estradas pavimentadas, taxa líquida migratória, variação no estoques de cabeça de gado por km², variação da porcentagem de área agrícola e fração de área protegida. Efeitos positivos são atribuídos as quatro primeiras variáveis, enquanto a fração de área protegida exerce efeito negativo. Regressão por defasagem espacial de dados municipais de desmatamento entre 1997-2001: Técnica Máxima Verossimilhança Múltiplo R 0,8021 R² 0,6434 Observações 399 MV Modelo OLS Coeficientes S.D. z Prob. 0,01703 0,0024 7,1499 0,0000 Constante Proximidade média a rodovias pavimentadas 0,00003 0,0000 -2,4317 0,0150 Aumento no número de cabeças de gado por km² 0,00053 0,0001 7,3599 0,0000 % aumento nas áreas de culturas 0,09547 0,0456 2,0930 0,0363 Taxa migratória líquida (1955/2000) 0,01412 0,0055 2,5815 0,0098 %de área protegidas -0,0002 0,0001 -3,9195 0,0001 Outlier Positivo 0,07978 0,005 15,3247 0,0000 Outlier Negativo -0,0474 0,015 -3,1092 0,0019 Defasagem espacial (r) 0,48948 0,041 11,8227 0,0000 Fonte: Soares Filho, et al (2008). B. SIMBRASIL no Cenário de Baixo Carbono O cenário de Baixo Carbono envolveu alterações nas projeções por demanda da terra para cultivo e pastagens, de forma a construir um cenário mais sustentável em termos de emissão de GEE. Nesse cenário, a área ocupada por atividades agropecuárias no Brasil foi congelada, ocorrendo um rearranjo entre a demanda por área entre as culturas e pastagens. Tais alterações (Fig. 2.10) visam a otimização da ocupação do território por intensificação da pecuária, objetivando a redução do desmatamento e recuperação de passivos ambientais. Please note: part of the data may have been changed between the original reports submitted and the final comprehensive analysis for the Main Report. Por favor note: parte dos dados podêm ter sido modificados entre os relatórios originais e a análise final para o Relatório Principal. Figura 2-10. Medidas mitigadoras para construção do Cenário de Baixo Carbono. Fonte: ICONE (2009). A melhoria dos índices zootécnicos do gado e intensificação de pastagem acarretam em uma redução intensa na demanda por áreas de pastagens e, portanto, nas áreas ocupadas por esse uso, que reduziriam de mais de 200 milhões de hectares em 2006 para cerca de 140 milhões de hectares em 2030 (ver figura 2.11). Esta redução nas áreas ocupadas por pastagens, por sua vez, viabiliza as demais medidas mitigadoras de emissões, a saber: expansão da produção de cana para atender as demandas crescentes por biocombustíveis, aumento da produção de carvão vegetal renovável e recuperação dos passivos ambientais através de regeneração florestal (cenário de legalidade). De posse dos dados fornecidos pelo ICONE de demanda por terra para o cenário de Baixo Carbono, o modelo de simulação de mudanças do uso da terra foi rodado novamente. Além dos dados de entrada, uma diferença entre o cenário de referência e de baixo carbono é que para este último, quando há passivo ambiental na microrregião, a taxa de desmatamento é zerada, e a recuperação ambiental através do restauro florestal é implementada. É importante ressaltar que em ambos os cenários, o modelo de projeção do desmatamento na Amazônia Legal está ligado, simulando, portanto, desmatamento adicional devido a causas indiretas. Please note: part of the data may have been changed between the original reports submitted and the final comprehensive analysis for the Main Report. Por favor note: parte dos dados podêm ter sido modificados entre os relatórios originais e a análise final para o Relatório Principal. (Millhão ha.) Figura 2-11. Evolução da demanda por terra por cultivos – Brasil (2006-2030) – cenário Baixo Carbono Fonte: Adaptado de ICONE (2009). 2.3. Modelo de contabilidade das emissões pelo uso e mudanças no uso da terra Ao modelo espacialmente explícito de mudanças do uso da terra se acopla online um modelo de contabilidade de emissões do uso e mudança no uso da terra. Esse modelo incorpora para cada uso e, por conseguinte transição de uso da terra, uma tabela de emissão/seqüestro de carbono. Esses dados foram compilados de várias fontes. Na Amazônia foi utilizado mapa de biomassa (Saatchi et al, 2007). Para o restante do país, foi feita uma compilação (ver Box 3) associando à cada fisionomia vegetal do mapa do PROBIO (MMA, 2007) um valor médio de biomassa de acordo com as recomendações do Inventário Brasileiro de Emissões (MCT, 2004). Já os seqüestros de CO2 pelas florestas secundárias em regeneração e pelas florestas de produção foram estimados, usando-se, respectivamente, os mapas de potencial de seqüestro de biomassa pela vegetação natural e silvicultura fornecidos pela Iniciativa Verde. O seqüestro pela vegetação florestal só foi considerado fora da floresta amazônica, tendo em vista a incerteza da floresta amazônica quanto ao seu balanço natural de carbono (Nobre, et al. 2001). No entanto, é considerável o papel das florestas secundárias nos domínios dos biomas Cerrado e Mata Atlântica, porquanto grande parte desses remanescentes constituem florestas secundárias de cerca de 50 a 60 anos. Foi assumida uma função logística para o cálculo do acúmulo potencial da biomassa que considera a localização da parcela, idade corrente e idade de clímax. Para as florestas naturais, essa última variável assume 200 anos (figura 2.12), enquanto para os reflorestamentos 20. O seqüestro anual, portanto, leva em conta a regeneração dessas florestas em idade média inicial de 60 anos. Please note: part of the data may have been changed between the original reports submitted and the final comprehensive analysis for the Main Report. Por favor note: parte dos dados podêm ter sido modificados entre os relatórios originais e a análise final para o Relatório Principal. Figura 2-12. Função logística de seqüestro de biomassa que usa como parâmetros: potencial local de biomassa e idade da vegetação. Potencial local nesse exemplo igual a 100 t/hec. Box 3. Metodologia para o cálculo de emissões advindas do desmatamento O cálculo das emissões por desmatamento, através da conversão de remanescentes em pastagens, foi efetuado a partir da metodologia do IPCC (2003). No caso, utiliza-se a diferença entre estoque de carbono da cobertura vegetacional no tempo 1 e o estoque de carbono da cobertura no tempo 2, no caso as pastagens. A biomassa das diversas fisionomias vegetais varia espacialmente, sendo que foi construído um mosaico de estoque de carbono (ver imagem abaixo), adotado como base para os cálculos. Os valores para este mosaico variam entre 0 ton de C/ hectare e 276,5 ton de C/hectare. Para as pastagens foi atribuído valor de 4 ton de C/ hectare. Esses dados foram compilados de várias fontes. Na Amazônia foi utilizado mapa de biomassa (Saatchi et al, 2007). Para o restante do país, foi feita uma compilação associando à cada fisionomia vegetal do mapa do PROBIO (MMA, 2007) um valor médio de biomassa de acordo com as recomendações do Inventário Brasileiro de Emissões (MCT, 2004). Já os seqüestros de CO2 pelas florestas secundárias em regeneração e pelas florestas de produção foram estimados, usando-se, respectivamente, os mapas de potencial de seqüestro de biomassa pela vegetação natural e silvicultura fornecidos pela Iniciativa Verde (Tema B) Os dados de emissões anuais pela pecuária dependem da prática de manejo dominante em cada microrregião, integrando, portanto, proporcionalmente os coeficientes de emissão sob prática de manejo extensivo e intensivo (Embrapa Cerrados Tema D), bem como a lotação do rebanho por hectare obtida da projeção do ICONE. Dados de emissão/seqüestro anuais de culturas agrícolas são espacializados usando-se tabelas fornecidas pela EMBRAPA (figura 2.13). Please note: part of the data may have been changed between the original reports submitted and the final comprehensive analysis for the Main Report. Por favor note: parte dos dados podêm ter sido modificados entre os relatórios originais e a análise final para o Relatório Principal. Figura 2-13. Dados de Emissão/ Seqüestro para os anos do estudo por cultura (Mg CO2 eq/ ha/ ano) Fonte: EMBRAPA (2009). A cada passo tempo, o modelo de contabilidade compara o mapa de uso da terra do tempo corrente com o do passo anterior Para cada parcela da terra de 1 km², caso não haja mudança, o modelo contabiliza emissão/seqüestro de carbono pelo uso, levando em consideração o seu tempo de permanência em um determinado estado. A partir de uma mudança, a emissão/seqüestro da substituição de um uso pelo outro é calculada subtraindo a biomassa do uso anterior pelo atual. Como saídas do modelo, obtêm-se mapas e tabelas que registram as emissões/seqüestro calculadas ano a ano, de 2010 a 2030, para cada parcela de 1 km², microrregiões, estados e Brasil como um todo. Figura 2-14. Arquitetura do modelo de contabilidade das emissões pelo uso e mudança no uso da terra. 3. Resultados 3.1. Cenário de Referência 3.1.1. Mudanças no uso da terra no Cenário de Referência Para interpretação dos resultados foram elaborados mapas representando incrementos e decrementos para cada um das culturas modeladas ao longo do período estudado. O primeiro mapa (figura 3.1) refere-se à cana-de-açúcar. A cor amarela Please note: part of the data may have been changed between the original reports submitted and the final comprehensive analysis for the Main Report. Por favor note: parte dos dados podêm ter sido modificados entre os relatórios originais e a análise final para o Relatório Principal. representa as áreas em que a cana ocorreu entre 2010 e 2030, ou seja, permaneceu constante. Já as áreas em roxo, consistem naquelas em que houve uma retração na cultura, que para este caso, são praticamente imperceptíveis. Finalmente, as áreas em vermelho representam aquelas em que houve expansão da cana-de-açúcar, ao longo do período modelado. Percebe-se que, há uma expansão destacada da cana no país que se dá principalmente para o noroeste do Paraná, Goiás, centro-oeste paulista (onde há na realidade uma intensificação dessa cultura), Triângulo Mineiro, porção central do Tocantins, Mato Grosso do Sul, e litoral do nordeste (onde, assim como para São Paulo, ocorre uma intensificação). Outras manchas de expansão também ocorrem no estado da Bahia, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Piauí, Maranhão, Mato Grosso. Ou seja, a cultura da cana está se expandindo para todos os estados com aptidão agrícola. A figura 3.2 representa a dinâmica para o algodão. Percebe-se um elevado dinamismo espacial. As áreas que tiveram seu cultivo constante entre 2010 e 2030 se concentram no sudeste do estado do Mato Grosso. Já com relação à expansão do cultivo, é possível perceber áreas extensas no sudoeste da Bahia, e sudeste do Mato Grosso. Finamente, percebem-se manchas de retração do algodão no oeste da Bahia e no estado do Mato Grosso. De fato, a evolução da demanda por terra para a cultura de algodão (figura 2.7) não é constante, mas oscilante. Quando a demanda decresceu as áreas originalmente cobertas por algodão cederam terra para a pastagem e provavelmente para outras culturas ao longo da simulação. Quanto ao arroz (figura 3.3) as manchas se distribuem de maneira mais esparsa, em ocorrências menos concentradas. O cultivo se mantém constante em manchas identificáveis principalmente nos estados do Rio Grande do Sul, Maranhão, Santa Catarina, Mato Grosso, Piauí e Pará e se expande nesses mesmos estados (nas áreas mais próximas dos locais onde já ocorria), e também na Bahia (onde praticamente não ocorria). Há também manchas de recuo, em uma pequena porção do estado do Rio Grande do Sul, Mato Grosso, Tocantins, Maranhão e Piauí. O dinamismo espacial se deve alterações na demanda por microrregião, uma vez que de maneira global, a demanda nacional se mantém praticamente constante. Quanto ao feijão (figura 3.4), as áreas em que houve maior estabilidade ao longo do período do estudo em questão são as do cultivo do feijão no estados do nordeste Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Sergipe e Alagoas, onde também é possível perceber pequenas manchas de expansão. Já para os estados do Maranhão, Piauí, Tocantins e Bahia, percebe-se basicamente manchas de expansão e de retração do cultivo, com destaque para a primeira no estado do Tocantins. O estado do Paraná também merece destaque por apresentar ocorrências do cultivo, e manchas de retração e expansão. A silvicultura aparece representada na figura 3.5. A silvicultura, que ocorre originalmente nos estados das regiões sul, sudeste, nordeste e também no Pará e Amapá, se manteve relativamente constante entre os dois momentos 2010 e 2030. As manchas que indicam avanço da cultura se encontram distribuídas de forma esparsa no território e com relação ao recuo, o estado de São Paulo ganha destaque na sua porção centro-norte. A figura 3.6 representa a dinâmica das culturas de milho para o período em estudo. Através da análise da figura, percebe-se que milho (que apresenta ampla distribuição no território) na maioria dos estados ou permaneceu estável ou se expandiu, exceto para o estado do Mato Grosso, onde se percebe também uma mancha mais destacada de recuo da área de cultivo original. A soja (figura 3.7) representa um dos cultivos mais expressivos em termos de área no Brasil, se destacando nos estados da região Sul, região Centro-sul, Triângulo mineiro e em porções dos estados de Bahia, Piauí e Maranhão, sendo que a sua tendência para o cenário de Referência é de demanda crescente. Dessa forma, praticamente não ocorrem manchas de recuo do cultivo, mas predominam manchas de expansão, algumas delas indicando uma intensificação da cultura em regiões lindeiras à Amazônia. As áreas de pastagem (figura 3.8) consistem num aspecto importante no modelo de simulação uma vez que toma parte nas três transições possíveis que este realiza (vegetação nativa > pastagem, pastagem > culturas ou culturas > pastagem). De modo geral, é possível perceber que no Centro-Sul do Brasil ocorre um avanço limitado das pastagens, devido à concorrência direta com a agricultura, sempre com demanda crescente a partir das pastagens. As áreas em que as pastagens permanecem mais estáveis são os estados de Minas Gerais (exceto região do triangulo), Bahia (exceto sua porção oeste), Ceará, Rio de Janeiro, parte do Rio Grande do Sul, grande parte do Mato Grosso do Sul e nos estados de Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Paraíba. Por outro lado, na Amazônia há um avanço destacado das áreas de pasto, principalmente através do desmatamento. Please note: part of the data may have been changed between the original reports submitted and the final comprehensive analysis for the Main Report. Por favor note: parte dos dados podêm ter sido modificados entre os relatórios originais e a análise final para o Relatório Principal. Please note: part of the data may have been changed between the original reports submitted and the final comprehensive analysis for the Main Report. Por favor note: parte dos dados podêm ter sido modificados entre os relatórios originais e a análise final para o Relatório Principal. Figura 3-1. Dinâmica das áreas da cultura de cana-de-açúcar no cenário de Referência (2010 -2030). Please note: part of the data may have been changed between the original reports submitted and the final comprehensive analysis for the Main Report. Por favor note: parte dos dados podêm ter sido modificados entre os relatórios originais e a análise final para o Relatório Principal. Figura 3-2. Dinâmica das áreas de cultura de algodão no cenário de Referência (2010-2030). Please note: part of the data may have been changed between the original reports submitted and the final comprehensive analysis for the Main Report. Por favor note: parte dos dados podêm ter sido modificados entre os relatórios originais e a análise final para o Relatório Principal. Figura 3-3 - Dinâmica das áreas de cultivo de Arroz para o Cenário de Referência (2010-2030). Please note: part of the data may have been changed between the original reports submitted and the final comprehensive analysis for the Main Report. Por favor note: parte dos dados podêm ter sido modificados entre os relatórios originais e a análise final para o Relatório Principal. Figura 3-4 . Dinâmica das áreas de cultivo de Feijão para o Cenário de Referência (2010-2030). Please note: part of the data may have been changed between the original reports submitted and the final comprehensive analysis for the Main Report. Por favor note: parte dos dados podêm ter sido modificados entre os relatórios originais e a análise final para o Relatório Principal. Figura 3-5 - Dinâmica das áreas de Floresta de produção para o Cenário de Referência (2010-2030). Please note: part of the data may have been changed between the original reports submitted and the final comprehensive analysis for the Main Report. Por favor note: parte dos dados podêm ter sido modificados entre os relatórios originais e a análise final para o Relatório Principal. Figura 3-6 - Dinâmica das áreas de cultivo de Milho para o Cenário de Referência (2010-2030). Please note: part of the data may have been changed between the original reports submitted and the final comprehensive analysis for the Main Report. Por favor note: parte dos dados podêm ter sido modificados entre os relatórios originais e a análise final para o Relatório Principal. Figura 3-7 - Dinâmica da cultura de Soja para o Cenário de Referência (2010-2030). Please note: part of the data may have been changed between the original reports submitted and the final comprehensive analysis for the Main Report. Por favor note: parte dos dados podêm ter sido modificados entre os relatórios originais e a análise final para o Relatório Principal. Figura 3-8 - Dinâmica das áreas de pastagens para o cenário de Referência (2010-2030). 3.1.2. Desmatamento no Cenário de Referência O desmatamento estimado no cenário de referência (figuras 3.9 e 3.10) é superior àquele que seria advindo exclusivamente das projeções do modelo do ICONE. Conforme explicado metodologia, o SIMBRASIL considera, além das projeções de demanda de terra por cultura, taxas de desmatamento para a Amazônia calculadas a partir do modelo de regressão por defasagem espacial. Isso, objetivando incorporar o efeito indireto da expansão agrícola na dinâmica de uso da terra na Amazônia. É importante assinalar que a modelagem para o cenário de Referência não incorpora os possíveis efeitos dos novos objetivos de redução do desmatamento anunciados no Plano Nacional de Mudanças Climáticas, como no exemplo do cumprimento estrito do código florestal. Esses objetivos, assim como o cumprimento das novas leis sobre as áreas de preservação Please note: part of the data may have been changed between the original reports submitted and the final comprehensive analysis for the Main Report. Por favor note: parte dos dados podêm ter sido modificados entre os relatórios originais e a análise final para o Relatório Principal. permanentes e as reservas legais, serão considerados no contexto de um cenário de legalidade que constitui um dos elementos do cenário de baixo carbono proposto por este estudo e cujos resultados serão apresentados mais adiante. Figura 3-9 - Dinâmica do desmatamento nos três principais biomas brasileiros sob o cenário de referência (km² p/ ano). Figura 3-10. Desmatamento sob o Cenário de Referência (2010-2030). 3.1.3. Emissões sob o Cenário de Referência Os gráficos seguintes apresentam os resultados totais (Brasil) do modelo de emissões para o cenário de referência e o detalhamento desses resultados, de acordo com as várias fontes de emissão. As emissões por mudanças no uso da terra (o que se dá principalmente através do desmatamento) apresentam a maior participação nas emissões totais por uso da terra, apresentando valores que chegam a 512 milhões de toneladas de CO2eq para o último ano considerado (2030). As emissões por uso se mantêm relativamente constantes ao longo do período em questão, com valores entre 207 milhões de toneladas de CO2eq e 230 milhões de toneladas de CO2eq/ano ao longo do estudo, sobretudo advindas da emissão da pecuária. Por sua Please note: part of the data may have been changed between the original reports submitted and the final comprehensive analysis for the Main Report. Por favor note: parte dos dados podêm ter sido modificados entre os relatórios originais e a análise final para o Relatório Principal. vez, seqüestro de carbono pelas florestas nativas em recuperação e silvicultura apresenta uma trajetória decrescente, apresentando um valor inicial de 131 milhões de toneladas de CO2eq e um final de 117 milhões de toneladas de CO2eq. Como resultado do balanço entre uso, mudança e seqüestro têm-se um crescimento no valor das emissões entre 2010 e 2030, alcançando-se um valor de aproximadamente 659 milhões de toneladas em 2030. Legenda Balance = emissões por mudanças no uso da terra + mudanças pelo uso da terra – sequestro Change = emissões por mudanças no uso da terra Land use = emissões pelo uso da terra i d b Figura 3-11 - Emissões e seqüestros dos três setores principais sob o cenário de referência A seguir são apresentados gráficos com o detalhamento da origem das emissões e seqüestro. A figura 3.12 mostra que o grande determinante do balanço total para o uso da terra são as emissões pelo rebanho, que apresentam valores superiores a 236 milhões de toneladas de CO2eq para o ano de 2010 e 275 milhões de toneladas de CO2eq em 2030 - uma variação positiva de cerca de 40 milhões de CO2eq. Já a agricultura, que no seu balanço total apresenta um papel de sumidouro quando não há mudanças no uso, realiza o seqüestro de cerca de 7 milhões de toneladas de CO2eq no ano inicial e de cerca de 12 milhões de toneladas CO2eq em 2030. O balanço entre os usos resulta numa emissão líquida de cerca de 200 milhões de toneladas de CO2eq. No entanto, o seqüestro pela agricultura não foi considerado haja vista que parte está sendo usada para compensar o offset da gasolina pelo etanol. Legenda: Cattle = Emissões pelos sistemas de produção de gado Crops = Emissões/ sequestro por plantações Figura 3-12. Emissões e seqüestros do uso da terra sob o cenário de referência A figura 3.13 apresenta o seqüestro de CO2eq. O seqüestro variava entre 131 milhões de toneladas de CO2eq em 2007 e 117.12 milhões de toneladas de CO2eq em 2030, alcançando um valor máximo de aproximadamente 142 milhões de toneladas de CO2eq em 2011. Esse valor se reparte entre seqüestro por meio de florestas nativas – com participação no total do seqüestro entre 77,8% e 82,3% -, florestas de produção – com participação no total do seqüestro entre 19,7% e 7%, com Please note: part of the data may have been changed between the original reports submitted and the final comprehensive analysis for the Main Report. Por favor note: parte dos dados podêm ter sido modificados entre os relatórios originais e a análise final para o Relatório Principal. uma participação decrescente ao longo do estudo - e áreas de regeneração com participação entre 2,4% e 10,7%, em uma trajetória crescente, fato que aponta para um papel relevante da recuperação florestal no seqüestro de carbono. Legenda: Native forests = Sequestro por florestas nativas Regrowth= Seqüestro por vegetação secundária Planted forest = Seqüestro por florestas de produção Figura 3-13 – Seqüestros pela vegetação nativa, capoeiras e silvicultura sob o cenário de referência As emissões por mudanças no uso da terra são responsáveis pelo balanço positivo obtido (Fig. 3.14). Essas emissões são resultantes principalmente do desmatamento de remanescentes. Ao desmatamento na Amazônia é atribuída participação de 66,4% a 81,3% nos valores totais de emissões por mudanças de uso da terra e 59% a 67% das emissões totais projetadas e ao desmatamento na porção restante do território brasileiro, é atribuída participação de 30,8% a 13,4% do total de emissões por mudanças. As emissões por mudança nos outros usos são atribuídas a outros tipos de conversão do solo, apresentando participação que varia entre 2,75% e 5% do total entre os anos inicial e final do estudo, chegando a uma participação máxima de 6,38% em 2010. Legenda: Amazon deforestation = Emissões do desmatamento na amazônia Deforestation: Emissões do desmatamento em outros biomas Other:emissões pore mudanças no uso da terra Figura 3-14 – Emissões por mudança no uso da terra sob o cenário de referência 3.2. Cenário de Baixo Carbono 3.2.1. Mudanças no uso da terra no cenário de Baixo Carbono O primeiro mapa representa as culturas de Algodão sob o cenário de Baixo Carbono (Figura 3.15). Da mesma forma que para as representações do cenário de Referência, a cor amarela representa as áreas em que o cultivo de algodão ocorreu em 2007 e em 2030, permanecendo constante. Já as áreas em roxo, consistem naquelas em que houve uma retração no cultivo do produto e as áreas em vermelho representam aquelas em que houve expansão do cultivo de algodão, ao longo do período Please note: part of the data may have been changed between the original reports submitted and the final comprehensive analysis for the Main Report. Por favor note: parte dos dados podêm ter sido modificados entre os relatórios originais e a análise final para o Relatório Principal. modelado. Percebe-se que não houve alterações significativas com relação ao cenário de referência para o Algodão, já que a demanda por este produto não se modificou muito entre os dois cenários. O segundo mapa (figura 3.16) apresenta os resultados para o arroz. Não ocorreram mudanças importantes em relação ao cenário de referência, os padrões de distribuição geográfica, de expansão e de recuo da cultura, permanecem praticamente iguais. Quanto à cana-de-açúcar (figura 3.17), as áreas dessa cultura sofrem grandes alterações em relação ao cenário de referência, devido ao grande aumento da demanda por terra para a cana-de-açúcar, visando à expansão da produção de etanol. No entanto, os padrões geográficos de distribuição se mantêm, ocorrendo uma intensificação e em áreas tradicionais, mais um avanço em direção ao centro-oeste e interior da Bahia. A figura 3.18 apresenta a dinâmica das culturas de feijão sob cenário de Baixo Carbono. Não é possível perceber alterações significativas em relação ao cenário de Referência, uma vez que praticamente não houve mudanças em termos de demanda por terra para esse produto. A figura 3.19 apresenta a dinâmica da silvicultura. Em função do aumento da demanda por áreas de florestas de produção para neutralizar o desmatamento por carvoejamento, há grandes diferenças entre cenário de referência e o cenário de baixo carbono. Enquanto no cenário de referência praticamente não ocorriam manchas de expansão, sob o cenário de baixo carbono, essas são bastante expressivas, sobretudo na vizinhança de regiões com plantações prévias. A figura 3.20 apresenta os resultados para o milho. Há uma alteração significativa da na ocorrência desse produto, em comparação ao cenário de referência. É possível perceber mais manchas de retração das culturas na porção oeste dos estados Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e noroeste do Paraná. Em contrapartida, ocorre também uma expansão em outras regiões desses mesmos estados. Em Minas Gerais também é possível perceber expansão do milho. A figura 3.21 apresenta a dinâmica das pastagens. Percebe-se uma intensa alteração em relação ao cenário de referência. Como o cenário de baixo carbono inclui-se uma intensificação no uso da terra, a pastagem passa ser a grande doadora de terras para outras culturas, especialmente no centro-sul do país e nordeste. Exceto por algumas manchas esparsas de expansão no nordeste Mineiro, Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina, predominam nessa vasta porção do país a retração das áreas de pastagem. Em relação à soja, é possível perceber poucas alterações (figura 3.22). Assim como no cenário de referência, ocorrem-se manchas de expansão próximas às ocorrências originais. Seu padrão de distribuição geográfica também não se alterou, ocorrendo ainda sobre os estados do sul, centro-oeste, triângulo e oeste mineiro, oeste da Bahia, Piauí e Maranhão. Além disso, há retração das culturas da soja no estado de São Paulo, o que ocorre menos intensamente no cenário de referência, podendo ser justificado pela competição da cana de açúcar. Para o cenário de Baixo Carbono foi elaborado também, mapa de regeneração florestal (fig. 3.23). Em função dos pressupostos tomados para esse cenário de recuperação do passivo ambiental segundo o código florestal atual, se estimula a recuperação da vegetação nativa, nas microrregiões onde há passivo ambiental no início da simulação. Esta regeneração ocorre até o limite exigido por lei para a reserva legal (as APP´s não foram consideradas na regeneração em função das limitações da resolução espacial adotada para o estudo). Já a permanência das áreas de capoeira entre 2010 e 2030 ocorre nos estados do Maranhão, principalmente, e, Minas Gerais e Bahia em menor quantidade. Apenas o Maranhão apresenta áreas de decremento de capoeira. No caso desse estado, a base utilizada na elaboração do mapa de uso da terra, apontou uma ocorrência intensa de áreas de capoeira, sendo que para esta cobertura se aplica a mesma regra, o desmatamento só é cessado quando se atinge a barreira da legalidade. Please note: part of the data may have been changed between the original reports submitted and the final comprehensive analysis for the Main Report. Por favor note: parte dos dados podêm ter sido modificados entre os relatórios originais e a análise final para o Relatório Principal. Figura 3-15. Dinâmica das áreas de cultura de algodão sob o cenário de Baixo Carbono (2007-2030). Please note: part of the data may have been changed between the original reports submitted and the final comprehensive analysis for the Main Report. Por favor note: parte dos dados podêm ter sido modificados entre os relatórios originais e a análise final para o Relatório Principal. Figura 3-16. Dinâmica das áreas de cultura de arroz sob o cenário de Baixo Carbono (2010-2030). Please note: part of the data may have been changed between the original reports submitted and the final comprehensive analysis for the Main Report. Por favor note: parte dos dados podêm ter sido modificados entre os relatórios originais e a análise final para o Relatório Principal. Figura 3-17. Dinâmica das áreas de cultura de cana de açúcar sob o cenário de Baixo Carbono (2010-2030). Please note: part of the data may have been changed between the original reports submitted and the final comprehensive analysis for the Main Report. Por favor note: parte dos dados podêm ter sido modificados entre os relatórios originais e a análise final para o Relatório Principal. Figura 3-18. Dinâmica das áreas de culturas de Feijão sob o cenário de Baixo Carbono (2010-2030) Please note: part of the data may have been changed between the original reports submitted and the final comprehensive analysis for the Main Report. Por favor note: parte dos dados podêm ter sido modificados entre os relatórios originais e a análise final para o Relatório Principal. Figura 3-19. Dinâmica das florestas de produção sob o cenário de Baixo Carbono (2010-2030) Please note: part of the data may have been changed between the original reports submitted and the final comprehensive analysis for the Main Report. Por favor note: parte dos dados podêm ter sido modificados entre os relatórios originais e a análise final para o Relatório Principal. Figura 3-20. Dinâmica das culturas de Milho sob o cenário de Baixo Carbono (2010-2030) Please note: part of the data may have been changed between the original reports submitted and the final comprehensive analysis for the Main Report. Por favor note: parte dos dados podêm ter sido modificados entre os relatórios originais e a análise final para o Relatório Principal. Figura 3-21. Dinâmica das pastagens sob o cenário de Baixo Carbono (2010-2030) Please note: part of the data may have been changed between the original reports submitted and the final comprehensive analysis for the Main Report. Por favor note: parte dos dados podêm ter sido modificados entre os relatórios originais e a análise final para o Relatório Principal. Figura 3-22. Dinâmica das culturas de soja no cenário de baixo carbono (2010-2030) Please note: part of the data may have been changed between the original reports submitted and the final comprehensive analysis for the Main Report. Por favor note: parte dos dados podêm ter sido modificados entre os relatórios originais e a análise final para o Relatório Principal. Figura 3-23. Regeneração florestal – Cenário de Baixo Carbono 3.2.2. Desmatamento no Cenário de Baixo Carbono A intensificação da atividade da pecuária leva a uma redução das taxas de desmatamento em comparação com o cenário de referência. Entre as metas do Plano Nacional de Mudanças sobre o Clima, no que diz respeito ao desmatamento tem-se: (i)“Eliminar a perda líquida da área de cobertura florestal no Brasil, até 2015” e (ii) “Buscar a redução sustentada das taxas de desmatamento, em sua média quadrienal, em todos os biomas brasileiros, até que se atinja o desmatamento ilegal zero (PNMC, 2007)”. Para tanto, o governo objetiva uma redução gradual das taxas de desmatamento de forma que até 2017, deverá haver um decréscimo de ao menos 72%. A média histórica anual de 19.000 km² por ano entre 1996-2005 deverá ser reduzida para cerca de 5.300 km²/ano em 2017. Para sustentar esta meta como plausível, o governo defende a implantação de uma série de medidas, entre elas a criação de uma polícia florestal, especializada e voltada para fiscalização e controle do desmatamento. Analisando os resultados obtidos percebe-se que o desmatamento no cenário de baixo carbono está compatível com as metas do PNMC. No entanto, não chega a zero devido à redução da demanda por terra, posto que há um efeito indireto da expansão agrícola no desmatamento. No cenário de baixo carbono, o desmatamento continua acontecendo em certas partes dos estados de Amazonas, Acre e Pará, onde o limite legal de desmatamento de até 20% das propriedades rurais ainda não foi atingindo em 2010 como um todo, ou seja, onde ainda há espaço para o desmatamento legal. Para se chegar a zero nessas áreas, medidas adicionais deverão ser implementadas, como a compensação aos proprietários de terra por abdicarem o seu direito legal em converter suas florestas em usos agrícolas. Além disso, por mais que o desmatamento residual no cenário de baixo carbono não chegue a zero, seu valor remanescente se compatibiliza com a meta de redução de desmatamento em 70% até Please note: part of the data may have been changed between the original reports submitted and the final comprehensive analysis for the Main Report. Por favor note: parte dos dados podêm ter sido modificados entre os relatórios originais e a análise final para o Relatório Principal. 2017, tendo como linha de base a média histórica de 19.500 km² por ano. Portanto, valores anuais em média de 4 mil km² produzidos pelo modelo estão abaixo do patamar de 5 mil km² por ano estabelecido como meta final pelo Brasil (figura 3.25). Figura 3-24. Desmatamento acumulado nos cenários de referência e de baixo carbono. Figura 3-25 - Evolução do desmatamento no cenário de baixo carbono (Milhares de hectares p/ ano) Please note: part of the data may have been changed between the original reports submitted and the final comprehensive analysis for the Main Report. Por favor note: parte dos dados podêm ter sido modificados entre os relatórios originais e a análise final para o Relatório Principal. Figura 3-26 Desmatamento para o cenário de referência (RS) e de baixo carbono (LCS) 3.2.3. Emissões no cenário de Baixo Carbono A figura 3.27 apresenta os resultados totais (Brasil) do modelo de emissões para o cenário de baixo carbono. A participação das emissões por mudanças no uso da terra decai bastante, em comparação com o cenário de referência, apresentando valores abaixo dos 175 milhões de toneladas de CO2eq/ano em grande parte do período analisado. Esse decréscimo se deve à redução na demanda por áreas de pastagens e conseqüente queda da necessidade de conversão de terras por desmatamento. As emissões por uso se mantêm relativamente constantes ao longo do período em questão, com valores próximos a 190 milhões de toneladas de CO2eq/ano e comportamento semelhante ao verificado no cenário de referência. Finalmente, o seqüestro apresenta uma trajetória crescente, apresentando valor inicial de 214 milhões de toneladas de CO2eq/ano e final de 310 milhões de toneladas de CO2eq/ano, em função da expansão de áreas de florestas de produção, mas, sobretudo da recuperação de passivos ambientais de reserva legal. Como resultado do balanço, tem-se um decréscimo nas emissões, alcançando-se um valor de aproximadamente 70 milhões de toneladas CO2eq em 2030, uma redução de 89% em relação ao cenário de referência. No entanto, o seqüestro pela agricultura não é considerado para integração do balanço total, haja vista que é usado em parte para deslocar as emissões da gasolina pelo etanol. Please note: part of the data may have been changed between the original reports submitted and the final comprehensive analysis for the Main Report. Por favor note: parte dos dados podêm ter sido modificados entre os relatórios originais e a análise final para o Relatório Principal. Legenda: Balance = emissões por mudanças no uso da terra + mudanças pelo uso da terra – sequestro Change = emissões por mudanças no uso da terra Land use = emissões pelo uso da terra Sequestration = seqüestro de carbono Figura 3-27 – Emissões e seqüestros dos três setores principais sob o cenário de baixo carbono Figura 3-28 – Comparação entre as emissões totais no cenário de referência (RS) e baixo carbono (LCS) Legenda: Cattle = Emissões pelos sistemas de produção de gado Crops = Emissões/ sequestro por plantações Figura 3-29 – Emissões e seqüestros do uso da terra sob o cenário de baixo carbono Please note: part of the data may have been changed between the original reports submitted and the final comprehensive analysis for the Main Report. Por favor note: parte dos dados podêm ter sido modificados entre os relatórios originais e a análise final para o Relatório Principal. A figura 3.29 apresenta o detalhamento das emissões pelo uso da terra, as maiores contribuintes para as emissões totais. Dessas emissões por uso, a pecuária consiste na maior fonte de emissão, ultrapassando mesmo as emissões pelo desmatamento na Amazônia. Legenda: Native forests = Sequestro por florestas nativas Regrowth= Seqüestro por vegetação secundária Planted forest = Seqüestro por florestas de produção Figura 3-30 – Seqüestros pela vegetação nativa, capoeiras e silvicultura sob o cenário de baixo carbono A figura 3.30 apresenta o detalhamento do seqüestro no cenário de baixo carbono. Há alteração significativa em relação ao cenário de referência, uma vez que as áreas de regeneração passam a desempenhar um papel crescente no seqüestro, ultrapassando a mata nativa. Nesse cenário, florestas nativas, florestas de produção e regeneração participam, respectivamente, em 2007 com 77,83%, 19,75% e 2,42%, e 2030 com 32,9%, 5,5% e 61,59%. A figura 3.31 discrimina o papel de cada fonte nas emissões por mudanças no uso da terra. As emissões oriundas do desmatamento na Amazônia ainda desempenham o maior papel percentualmente, mas com valores muito inferiores aos obtidos no cenário de referência, relativamente estabilizados em torno de 137,8 milhões de toneladas de CO2 eq/ano. Por sua vez, as emissões provenientes do desmatamento nos biomas Cerrado e Mata Atlântica, após atingirem um pico em 2014, decrescem para um patamar de 19 milhões e 21 milhões de toneladas de CO2 eq/ano. Legenda: Amazon deforestation = Emissões do desmatamento na amazônia Deforestation: Emissões do desmatamento em outros biomas Others: Emissões por outras conversões de uso da terra Figura 3-31 – Emissões por mudança no uso da terra sob o cenário de baixo carbono. 4. Opções de mitigação das emissões ou seqüestro Please note: part of the data may have been changed between the original reports submitted and the final comprehensive analysis for the Main Report. Por favor note: parte dos dados podêm ter sido modificados entre os relatórios originais e a análise final para o Relatório Principal. 4.1. Políticas vigentes Como demostrando pelos resultados, a redução das demandas por terra para pastagens não é suficiente para reduzir à zero as taxas de desmatamento no cenário de baixo carbono, porquanto há outros fatores indiretos induzindo o desmatamento. Portanto, a modelagem inclui causas indiretas, não capturadas pelas variáveis de disponibilidade. Esses resultados endossam a necessidade de se adotar medidas adicionais para a contenção do desmatamento e reforçar as já colocadas em em prática pelo PPCDAM, o qual vem ampliando a capacidade de ação fiscalizadora e consolidando políticas de conservação da floresta amazônica. São destacadas a seguir, portanto, as principais medidas, políticas, programas e ações em vigência, que objetivam direta ou indiretamente a redução do desmatamente, e em consequência, suas emissões associadas. Expansão e Consolidação das áreas protegidas Programa ARPA – Continuidade e expansão: Desde 2003, o Governo Brasileiro iniciou a implementação6 do Programa de Áreas Protegidas da Amazônia – ARPA. No âmbito deste programa, já foram criados até hoje mais de 30 milhões de hectares7 de Unidades de Conservação, sob a forma de Áreas de Proteção Integral e Áreas Protegidas de Uso Sustentável, através de uma iniciativa sustentada por parceiros nacionais (MMA, ICMBio) e internacionais (WWF, Banco Mundial, entre outros), comprometidos em investir R$ 400 mi, no Fundo de Áreas Protegidas. O programa foi idealizado para ser desenvolvido em três etapas (2003-2008; 2009-2013 e 2014-2016), e criar cerca de 50 mi de ha. de áreas protegidas. Tabela 4-1–Panorama das Áreas Protegidas no bioma amazônico e participação do ARPA. Áreas Protegidas ou militares nº Área (km²) Proporção do Bioma (%) Área militar Terra Indígena Proteção Integral 6 282 44 37 72 80 521 26.235 987.219 137.385 231.072 201.918 233.523 1.817.355 0,6 23,4 3,3 5,5 4,8 5,5 43,0 Uso Sustentável Total estadual Federal Estadual federal Porcentagem de áreas protegidas apoiadas pelo ARPA. 22,5 80,6 13,2 26,2 16,8 Fonte: Extraído de Soares-Filho et al (2008b). Soares-Filho, et al, 2008b demonstram a importância das áreas protegidas e do programa ARPA na redução do desmatamento. As taxas históricas de desmatamento na Amazônia acusam uma redução de seus valores a partir de 20042005, que poderia ser atribuída entre outros fatores, a um conjunto de medidas que compõe o Plano de Ação para a Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia - que inclui a criação e consolidação de unidades de conservação. Além disso, de acordo com Soares-Filho, et al (2008b) a probabilidade de ocorrer desmatamento nas zonas de entorno das áreas protegidas é dez vezes superior àquela do seu interior. Esse estudo também demonstrou pela análise das taxas historícas de desmatamento ao redor das áreas protegidas que não há significativa redistribuição do desmatamento em outras áreas com a criação de áreas protegidas. Portanto, a consolidação de áreas protegidas se sustenta como uma forte medida mitigadora do processo de desmatamento na Amazônia, a custos relativamente baixos. Assim, a criação e consolidação de áreas protegidas compôe uma estratégia nacional de redução do desmatamento uma vez que a sua manutenção pode ser feita a custos relativamente baixos, - os mesmos autores (dados pessoais) estimam um custo de de 1,3 a 10 bilhoes de dolares (VPL) para a consolidação e gerenciamento da rede de áreas protegidas da Amazônia em um período de 30 anos. PRODES – Monitoramento da Amazônia Brasileira por Satélite: Realizado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) desde 1988, o programa, referência no que diz respeito a monitoramento florestal, é financiado pelo Ministério da Ciência e Tecnologia e conta com a colaboração do IBAMA e MMA. As análises, realizadas a partir de imagens do satélite Landsat sensor TM, fornecem taxas anuais de desmatamento na região, incrementos e decrementos de áreas desmatadas e dados espacializados em formato vetorial e raster. Os resultados são amplamente utilizados pela comunidade científica nacional e internacional e foram importantes para a conscientização da sociedade no tocante ao processo de desmatamento ocorrendo na região. DETER – Sistema de Detecção de desmatamento em tempo real: Também desenvolvido pelo INPE, a partir de dados do sensor MODIS do satélite Terra/Aqua e do Sensor WFI do satélite 6 DF nº 4.326. Disponível em <http://www.mma.gov.br/sitio/index.php?ido=conteudo.monta&idEstrutura=154>. Último acesso em 10/05/2009. 7 Please note: part of the data may have been changed between the original reports submitted and the final comprehensive analysis for the Main Report. Por favor note: parte dos dados podêm ter sido modificados entre os relatórios originais e a análise final para o Relatório Principal. CBERS, ou seja, com menor refinamento que os dados do PRODES, esse sistema objetiva um monitoramento rápido da dinâmica do desmatamento na Amazônia Legal, procurando dar suporte às atividades de fiscalização. Os relatórios são mensais nos períodos mais secos e trimestrais nos de maior intensidade de chuvas, devido à presença de nuvens. Contudo, o programa consegue identificar apenas as manchas maiores que 25 ha. DEGRAD – Mapeamento da Degradação Florestal na Amazônia Brasileira: O programa objetiva, utilizando imagens dos satélites CBERS e LandSat, mapear as manchas de degradação da floresta amazônica, ou seja, as áreas onde o desmatamento ainda não ocorreu completamente. Os estudos, que vem sendo realizados desde 2007 permitem identificar áreas de até 6.5 hectares, em níveis distintos de degradação (ver figura 4.1). São representados os padrões de degradação florestal por extração de madeira observada em imagens realçadas. A) Degradação de intensidade moderada, área em regeneração após exploração madeireira, pátios ainda evidentes; B) Degradação de intensidade alta, exploração madeireira ativa, grande proporção de solo exposto; C) Degradação de intensidade leve, evidência de abertura de estradas de acesso. Figura 4-1. Identificação de padrões de degradação florestal na Amazônia no âmbito do programa DEGRAD. Fonte: INPE, 20098 De acordo com o relatório de Gestão do Instituto Nacional de Pesquisas, para os três últimos anos, houve a seguinte disponibilidade de recursos para os projetos de monitoramento por satélite da Amazônia (que inclui os três programas supracitados): Tabela 4-2 – Recursos do INPE para Monitoramento por satélite da Amazônia Ano Orçamento (R$) Total liquidado (R$) 2006 1.415.506,00 456.708,55 2007 2.750.000,00 2.072.634,00 2008 2.850.000,00 2.077.178,20 Fonte: INPE, 20099 Desenvolvimento de Projetos Integradores: PPCDAM - Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia: Possui a Casa Civil como instituição coordenadora e a sua implementação se dá através da ação coordenada de 13 ministérios. O objetivo geral do plano consiste na redução das taxas de desmatamento na Amazônia brasileira por meio de um conjunto de ações integradas de ordenamento territorial e fundiário, monitoramento, controle e fomento das atividades produtivas sustentáveis, envolvendo parcerias entre órgãos federais, governos estaduais, prefeituras, entidades da sociedade civil e o setor privado. Possui três eixos principais a partir dos quais orienta as suas atividades, sendo eles: (i) Eixo Ordenamento Fundiário Territoria,l (ii) Eixo Monitoramento e Controle Ambiental (iii) Eixo do Fomento a Atividades Produtivas Sustentáveis. Estima-se que o Governo estaria planejando investir de aproximadamente U$ 500 Milhões, entre 2008 e 2011 em iniciativas relacionadas ao PPCDAM. 8 9 Disponível em < http://www.obt.inpe.br/degrad/> Disponível em <http://www.inpe.br/dspace/bitstream/123456789/896/11/RG2008.pdf> Please note: part of the data may have been changed between the original reports submitted and the final comprehensive analysis for the Main Report. Por favor note: parte dos dados podêm ter sido modificados entre os relatórios originais e a análise final para o Relatório Principal. Programa Amazônia Sustentável (PAS): O programa consite num conjunto de metas e diretrizes elaboradas a partir de um diagnóstico atualizado da Amazônia, visando alcançar um novo panorama de desenvolvimento, focado nos resultados a longo prazo, no qual as soluções econômicas sejam ambientalmente sustentáveis. É conduzido por pacto entre governo nas esferas federal e estadual. O programa (um dos orientadores juntamente com o PPCDAM da destinação dos recursos do Fundo da Amazônia) parte do princípio de que é necessária maior ênfase no desenvolvimento do potencial socioeconômico de forma sustentável da floresta, uma vez que a mitigação de impactos através da criação de unidades de conservação não tem conseguido impedir o desmatamento na Amazônia. O programa defende, portanto, a união, em vez de separação de proteção e produção. As ações e estratégias devem ocorrer através de uma maior presença do estado em nível local, regulando a dinâmica de apropriação do espaço e provendo condições, por meio da garantia de direitos sociais, às populações e comunidades, sendo que o capital privado deve participar, fornecendo condições para a concretização destes projetos (PPG7, FAM, etc.) (MMA, 2008). Criação de Fundos para defesa da Florestas Fundo Amazônia (FAM): Estabelecido pelo decreto nº 6.52710, visa captar doações para investimentos não reembolsáveis em ações de prevenção, monitoramento e combate ao desmatamento, e de promoção da conservação e do uso sustentável das florestas no bioma amazônico. Contempla várias atividades: gestão de florestas públicas e áreas protegidas; controle, monitoramento e fiscalização ambiental; manejo; atividades econômicas desenvolvidas a partir do uso sustentável da floresta; ZEE ordenamento territorial e regularização fundiária; conservação e uso sustentável da biodiversidade; recuperação de áreas desmatadas. As ações contempladas devem observar diretrizes do PAS e PPCDAM, ou seja, o fundo está articulado em um contexto mais amplo de políticas públicas de preservação brasileiras. Os recursos que compõe o fundo (gerenciados pelo BNDES) são provenientes de doações e rendimentos das aplicações das mesmas, sendo que os doadores serão certificados, inclusive em termos de valor equivalente em toneladas de carbono evitado, calculado de acordo com metodologia a ser estabelecida por equipe técnica. O Fundo conta com Comitê Técnico (responsável pelo teste dos cálculos de emissões feitos pelo MMA) e com um Comitê Orientador (responsável pelo zelo e preservação das finalidades das iniciativas do fundo). Este ano a Noruega assinou o contrato de doação de US$ 110 milhões para o fundo, primeira parcela dos US$ 1 bilhão previsto para ser doado ao fundo por esse país até 2015. Uso sustentável dos recursos florestais e pagamento de serviços ambientais: Gestão de Florestas Públicas: Viasando a promoção da conservação das florestas, a concessão de florestas públicas para utilização em fins sustentáveis é uma destinação não onerosa que visa a valoração das florestas. Para tanto, a partir do ano de 2006 a Lei 11.284 regulamenta a gestão de florestas em áreas públicas, a criação do Serviço Florestal Brasileiro (SBF) e o Fundo nacional de desenvolvimento das florestas (FNDF). Este documento legal estabelece três formas de gestão para a produção florestal: (i). A criação de unidades de conservação para produção florestal sustentável, como as FLONAS; (ii) A destinação não onerosa de florestas para fins de desenvolvimento sustentável e social; (iii). Concessões11 florestais pagas, baseadas em licitação pública, sendo que neste caso, o acesso aos produtos de utilização tradicional por parte das populações locais deve ser garantido. O SFB será responsável pelo sistema de gestão de florestas públicas, pelo fomento do desenvolvimento florestal sustentável e pelo gerenciamento do fundo (FNDF). No caso das concessões, uma série de determinações é feita, objetivando que esse processo se reverta no máximo possível de ganhos socioeconômicos para a sociedade. Assim, a escolha das concessões a serem realizadas (que não podem ultrapassar em 10 anos de experiência inicial 20% área da área passível de ser concedida) segue critérios como melhor preço, menor impacto ambiental, maior benefício socioeconômico, maior eficiência e maior agregação de valor local, além de estar restrita a empresas nacionais. Tabela 4-3. Benefícios e Perdas da implantação de Sistema de Gestão de Florestas Públicas Medida Gestão de Florestas Públicas: Implantação do Sistema Florestal Brasileiro Lei 11.284/06 Beneficiários Os beneficiários do novo sistema de gestão de florestas públicas serão as comunidades locais que vivem dos produtos da floresta, que querem participar da dinâmica econômica regional, formalizando a sua entrada no mercado, ampliando o uso múltiplo e usufruindo da condição não onerosa, empreendedores privados que preferem não comprar áreas e que querem explorar a atividade florestal de forma legal, a fim de que possam acessar crédito, exportar, exercer turismo, reflorestamento de áreas degradadas, buscar certificação. Geração de emprego, rendas. Perdas Há abertura para desmatamento, uma vez que a redução deste processo é esperada, mas não garantida. Fonte: (Azevedo, T., Tocantins, M.A., 2006) 10 11 Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Decreto/D6527.htm>. Último acesso em 09/05/2009. Não implicam direitos de posse, mas apenas de utilização dos recursos. Please note: part of the data may have been changed between the original reports submitted and the final comprehensive analysis for the Main Report. Por favor note: parte dos dados podêm ter sido modificados entre os relatórios originais e a análise final para o Relatório Principal. O Plano de Outorga Florestal, anualmente define as florestas públicas que podem estar sujeitas a conversão, identificadas a partir do Cadastro Nacional de Florestas Públicas. Além disso, define os recursos necessários à gestão, especialmente no tocante ao monitoramento. A tabela abaixo apresenta as estimativas de recursos necessários para implementar as atividades previstas em 2009: Tabela 4-4 – Resumo dos gastos previstos para serviços em Gestão Pública de Florestas em 2009. Atividade Prevista (síntese) Cadastro Nacional de Florestas Públicas Atividades de apoio ao manejo florestal Concessões Florestais Monitoramento de Florestas Públicas Criação do Sistema Nacional de Infomações Florestais Fundo Nacional de Desenvolvimento Florestal Implantação da estrutura administrativa do SFB Total Fonte: Plano Anual de Outorga Florestal, 200912 Recursos (R$) 8 milhões 7.8 milhões 10 milhões 15 milhões 5.4 milhões 2.5 milhões 8 milhões 56.7 milhões Bolsa Floresta: O programa Bolsa Floresta consiste em uma das primeiras aplicações do conceito de pagamento por serviços ambientais no Brasil, sendo implementado pelo Governo Estadual do Amazonas. Já em fase de implantação, prevê o pagamento de R$ 50,00 mensais às famílias cadastradas no projeto e moradoras de unidades de conservação estaduais. A permanência das famílias no programa está ligada ao desenvolvimento de atividades sustentáveis nestas áreas, que envolvam principalmente a redução da prática do desmatamento. A meta estadual seria incluir cerca de 60 mil famílias no programa, e abranger o acesso a comunidades indígenas. Os recursos para a o programa vêm do Fundo Estadual de Mudanças Climáticas, Conservação Ambiental e Desenvolvimento Sustentável, criado pela Lei Estadual de Mudanças Climáticas nº 3.13513. Programa de Desenvolvimento Sustentável para a Produção Familiar Rural da Amazônia (PROAMBIENTE): Programa iniciado por movimentos sociais representativos de pequenos fazendeiros em associação com o IPAM em 2001, tendo sido posteriormente adotado pelo Ministério de Meio Ambiente e incluído no Plano Plurianual, buscando inovações em termos de políticas públicas para o desenvolvimento do pequeno agricultor na região da Amazônia, mais compatíveis com os paradigmas ambientais atuais. Ou seja, pretende superar a visão do crédito rural como único instrumento econômico para o desenvolvimento, e sugere a compensação por serviços ambientais14 prestados pelos agricultores ligados ao programa como ferramenta, uma vez que estes realizariam uma transição para sistemas de produção sustentáveis. De acordo com relatório do Ministério do Meio Ambiente, o programa já estaria beneficiando quase 4 mil famílias de comunidades tradicionais distribuídas em 148 grupos comunitários que por sua vez formam 11 pólos distribuídos na Amazônia. Nesse programa a unidade base se torna a Unidade de Produção, cada uma representada por um grupo comunitário, sendo que acordos feitos entre os grupos de cada pólo estabelecem metas de serviços ambientais a serem prestados em cada unidade. O pagamento para os agricultores dos 11 pólos está condicionado ao cumprimento das metas estabelecidas nos acordos. Além disso, o programa busca também a qualificação do agricultor que participa, através da ATER (Assitência técnica e extensão rural), composta por agentes selecionados da própria comunidade e visando a formação de uma rede solidária de cooperação. O projeto conta ainda com o apoio de recursos do Fundo Nacional do Meio Ambiente – FNMA e da Embaixada dos Países Baixos. Com relação ao montante de recursos destinados, em um dos pólos pioneiros do programa, o Pólo Transamazônico (que engloba famílias de três municípios do estado do Pará), houve pagamento de compensação por seis meses para 340 famílias no valor de R$ 100,00 mensais por família, uma compensação adicional de R$ 126,00 por família para compra de materiais e ferramentas, pagamento de salários de R$380,00 para nova agentes comunitários por oito meses (Nepstad et al, 2007). Certificação ambiental: Cadastro Socioambiental: O Cadastro de Compromisso Socioambiental (CCS) é um registro voluntário de propriedades cujos proprietários assumiram um compromisso de melhorar o “desempenho socioambiental” das suas propriedades (http://www.yikatuxingu.org.br/projetos/ver/48). O CCS já conta com mais que 1,5 milhões de hectares de propriedades, grande parte localizado dentro das cabeceiras do Rio Xingu. Por conta do CCS, os proprietários cadastrados estão sendo 12 13 Disponível em http://www.mma.gov.br/estruturas/sfb/_arquivos/paof_2009_vf_95.pdf último acesso em 11/05/2009. Disponível em < http://www.florestavivaamazonas.org.br/download/Lei_est_n_3135_de_050607.pdf > 14 Por exemplo, a redução do desmatamento, recuperação de passivos ambientais, conservação do solo da água e da biodiversidade, redução do uso de agroquímicos, redução do risco de fogo, troca para matriz energética mais sustentável, transição para a agroecologia Please note: part of the data may have been changed between the original reports submitted and the final comprehensive analysis for the Main Report. Por favor note: parte dos dados podêm ter sido modificados entre os relatórios originais e a análise final para o Relatório Principal. privilegiados pelos frigoríficos que atuam na região. Por exemplo, os frigoríficos Independência e Bertim já pagam um preço melhor pela arroba bovinos oriundos de propriedades listadas no CCS. Mercado REDD para redução do desmatamento No âmbito dessa convenção, o Plano de Ação de Bali14, acordado na Conferência das Partes realizada em 2007 em Bali (COP 13), coloca na agenda das negociações para um acordo de mudanças climáticas pós-2012, a proposta de um mecanismo global de financiamento para reduzir as emissões do desmatamento chamado REDD - Redução das Emissões provenientes do Desmatamento e Degradação Florestal. O Plano refere-se especificamente ao desenvolvimento de políticas públicas e incentivos à redução das emissões do desmatamento em países em desenvolvimento, levando em consideração que reduções sustentáveis dessas emissões requerem a disponibilidade de recursos de forma estável e previsível. Propõe-se assim viabilizar a compensação por reduções de desmatamento através do mercado voluntário de carbono numa primeira fase e, posteriormente, no mercado de REDD (após 2012), desde que as reduções de emissão de desmatamento sejam adicionais as obrigações de redução de emissões de gases de efeito estufa dos países do Anexo I. Para tanto, torna-se imprescindível construir dispositivos de distribuição de benefícios de maneira consensual com a sociedade local capaz de gerar compensações financeiras para os diversos setores da sociedade envolvidos (populações indígenas e tradicionais, agricultores e pecuaristas) e governos locais (municipal e estadual) que empreendam esforços para redução do desmatamento, conservação e recuperação florestal. 4.2. Sugestão de política mitigadora e custos associados As negociações no âmbito da UNFCCC se movem em direção a um novo e promissor mecanismo para compensar os países em desenvolvimento que demonstrarem esforços de redução de suas emissões de gases de efeito estufa associadas ao desmatamento e a degradação florestal (REDD). Contudo, várias questões importantes ainda permanecem sem respostas. Qual o custo de programas de redução do desmatamento? Quem tais programas irão beneficiar? Nesse sentido, Nepstad el al. (2007) apresentam um estudo para estimar os custos para os países tropicais implementarem programas de redução das emissões de gazes efeito estufa por desmatamento. No âmbito deste relatório, sugere-se, como opção adicional para redução das emissões de gases estufa advindas do desmatamento, o desenvolvimento de programas REDD inseridos no emergente de mercado de créditos de carbono para a manutenção das áreas de florestas tropicais. É importante ressaltar, contudo, que essa opção de mitigação e as demais aqui já discutidas não foram incluídas efetivamente na construção do cenário de Baixo Carbono do presente projeto, como no exemplo de outras opções de mitigação através de choques de demandas por produtos agrícolas e substituição de pastagens como gerado pelo estudo do ICONE. Como forma de implantação do programa REDD, Nepstad et al. (2007) sugerem um sistema que canaliza os incentivos para as pessoas que efetivamente controlam as florestas tropicais, propondo a criação de três fundos, a saber: Fundo para Florestas Públicas e Povos das Florestas: Compensaria as pessoas que defenderam a Floresta ou que poderiam defendê-la de mudanças, como por exemplo, grupos indígenas, populações rurais tradicionais. Fundo para Florestas Privadas: Compensaria os proprietários de terras em conformidade com a lei, que retém florestas em suas propriedades, sendo que haveria compensações menores para manutenção das reservas já exigidas por lei e maiores para aquelas que fossem além do exigido. Fundo Governamental: Consistiria em compensações para implantação de programas REDD de governo acima e abaixo do orçamento atual (envolveria a criação de mais áreas protegidas, legalização das propriedades, investimentos em bem estar social, etc.). A análise de custos de redução das emissões do desmatamento entre os cenários de referência e de baixo carbono apresentada a seguir baseia-se na metodologia de custos de oportunidade desenvolvida por Nepstad et al (2007)15, aplicada proporcionalmente ao desmatamento residual do cenário de Baixo Carbono para fins de sua redução a zero. Os custos de outros fundos não estão incorporados aqui, pois já se inserem no custo das políticas públicas discutidas anteriormente. Nesptad et al. (2007), em material suplementar, detalham a especificação dos fundos para as florestas públicas, povos da 14 Report of Conference of Parties on its thirteenth session, held in Bali from 3 to 15 December 2007 – FCCC/CP/2007/6/Add.1 Disponível em http://unfccc.int/resource/docs/2007/cop13/eng/06a01.pdf#page=8 15 O estudo foi desenvolvido no âmbito do projeto Amazon Scenarios, em uma parceria entre o Woods Hole Research Center, a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e o Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM). Please note: part of the data may have been changed between the original reports submitted and the final comprehensive analysis for the Main Report. Por favor note: parte dos dados podêm ter sido modificados entre os relatórios originais e a análise final para o Relatório Principal. floresta e governamental. Em relação às propriedades privadas, uma maneira promissora de se estabelecer valores para o carbono armazenado nas florestas nativas consiste em realizar um estudo de custo de oportunidade. No caso específico, custo de oportunidade traduz-se por uma comparação entre as oportunidades oferecidas por um possível mercado de carbono frente às oportunidades econômicas abdicadas pelos proprietários da terra ao deixarem de converter suas áreas para usos agropecuários (Nepstad et al, 2007). A esse propósito os autores utilizam três modelos de rentabilidade da terra. Dois para as áreas convertidas, a saber: soja – um uso extremamente nobre – e pecuária – o uso dominante em áreas abertas – versus a exploração madeireira sustentável. Como resultado, o estudo coteja em um horizonte de 30 anos as rentabilidades oferecidas em áreas convertidas às mantidas em floresta a fim de se estabelecer valores ao carbono florestal para com isso tornar a conservação florestal um negócio mais atrativo do que o desmatamento e seus subseqüentes usos agrícolas. Todos esses modelos empregam uma abordagem dinâmica, computando rendas e investimentos através de 30 anos para integrá-los a valores presentes através de um desconto líquido anual de 5% (figura 4.2). Segundo o mesmo estudo a média da tonelada do carbono florestal na Amazônia se situa ao redor de U$ 5, mas podendo ultrapassar U$ 13 em regiões propícias à agricultura mecanizada e com baixo estoque de carbono florestal. Custo de Oportunidade = (Máximo (renda soja, renda gado) – renda exploração madeireira sustentável)/estoque de carbono Figura 4-2. Metodologia para estimativa do custo do carbono florestal e elaboração da curva de abatimento. Fonte: (Nepstad, el al. 2007). Please note: part of the data may have been changed between the original reports submitted and the final comprehensive analysis for the Main Report. Por favor note: parte dos dados podêm ter sido modificados entre os relatórios originais e a análise final para o Relatório Principal. Figura 4-3. Custo do carbono florestal na Amazônia de acordo com estudo de custo de oportunidade Fonte: (Nepstad, el al. 2007). 1600 Income from REDD 1400 Net Revenue 150 145 Costs 1200 Million CO2 R$ Million Neste estudo específico, foi empregada a metodologia desenvolvida por Nepstad et al (2007) para estimar os custos de abatimento da redução a zero das emissões residuais de CO2 no cenário de baixo carbono. Considerando o valor da tonelada de CO2 evitada em R$ 10 (dez reais) ou aproximadamente US$ 5 (cinco dólares) foi feita uma simulação do retorno potencial de um mercado RED (figura 4.4) 140 reduced emissions C02 1000 135 800 130 600 125 400 200 120 0 115 30 20 29 20 28 20 27 20 26 20 25 20 24 20 23 20 22 20 21 20 20 20 19 20 18 20 17 20 16 20 15 20 14 20 13 20 12 20 11 20 10 20 Figura 4-4. Retorno potencial de um mercado REDD a ser obtido pelas reduções evitadas Esse cálculo aponta para uma redução das emissões pelo desmatamento Amazônico de até 145 milhões de toneladas de CO2 por ano, situando-se na média de 136 milhões de toneladas de CO2 por ano. Os custos de oportunidade variam anualmente de R$230 milhões ao um máximo de R$370 milhões por ano, sendo que o retorno (entrada menos custos) poderia superar a quantia de 1,5 bilhões de reais por ano. Portanto, de 2010 a 2030, haveria uma redução acumulada de 2,9 bilhões de toneladas Please note: part of the data may have been changed between the original reports submitted and the final comprehensive analysis for the Main Report. Por favor note: parte dos dados podêm ter sido modificados entre os relatórios originais e a análise final para o Relatório Principal. de CO2 com o desmatamento evitado, a custos de oportunidade acumulados de 6,5 bilhões de reais, entradas pelo pagamento no REDD de R$ 28,6 bilhões, resultando em um retorno líquido de R$ 22,1 bilhões. Em conclusão, os montantes apresentados pelas compensações financeiras pela redução do desmatamento tropical serão bastante significativos caso o mercado formal se viabilize, podendo, portanto, auxiliar na diminuição das emissões de gases de efeito estufa (CO2) na Amazônia e ainda colaborar com a conservação florestal e o desenvolvimento socioeconômico dessa região. 5. Referências Alencar, A. et al. 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Sampaio, G.; Nobre, C.; Costa, M.; Satyamurty, P.; Soares-Filho, B. S.; Cardoso, M. 2007. Regional climate change over eastern Amazonai caused by pasture and soybean cropland expansion. Geophysical Research Letters 34. doi:10.102. Please note: part of the data may have been changed between the original reports submitted and the final comprehensive analysis for the Main Report. Por favor note: parte dos dados podêm ter sido modificados entre os relatórios originais e a análise final para o Relatório Principal. Silva, R.R., et al. Regional impacts of future land-cover changes on the Amazon Basin wet season climate. J. Clim., 21 (6), 1153-1170. Soares-Filho, et al. Cenários de desmatamento para a Amazônia. Estudos Avançados, São Paulo, v.19, n.54, p.138-152, 2005. Soares-Filho, et al. Nexos entre as dimensões socioeconômicas e o desmatamento: a caminho de um modelo integrado. In: Batistela, M. et al (org.): Amazônia. Natureza e Sociedade em Transformação. Edusp. São Paulo, 2008. Soares-Filho, et al. Redução das emissões de carbono do desmatamento no Brasil: o papel do programa Áreas Protegidas da Amazônia (ARPA). (em revisão), 2008b. Soares-Filho, et al. Reduction of carbon emissions associated with deforestation in brazil: the role of the amazon region protected areas program (ARPA). Brasília: IPAM, 2008. v. 1. 32 p. <http://www.climaedesmatamento.org.br/biblioteca> Soares-Filho, et al. (2009). Projeto Dinamica EGO. Disponível em <http://www.csr.ufmg.br/dinamica/> último acesso em 13/05/2009. Teixeira, A. M. et al. Modeling Landscape dynamics in the Atlantic Rainforest domain: Implications for conservation. Forest Ecology and Management 257, 1219–1230, 2009. 6. Anexos Dados utilizados para desenvolvimento de cada etapa do estudo Anexo 1. Dados utilizados para cálculo do Mapa de Impedimento Dados Áreas Protegidas Áreas Urbanas Declividade Descrição/ Fonte Ministério do Meio Ambiente, IBAMA, CSR Setores Censitários do IBGE (2001) Shuttle Radar Topography Mission – NASA corrigidos pela EMBRAPA. Projeto RADAM Solos Anexo 2. Dados utilizados para cálculo do Mapa de Cobertura e Uso da Terra Dados Uso e Cobertura do Cerrado Uso e Cobertura da Mata Atlântica Uso e Cobertura da Amazônia Uso e Cobertura dos Pampas Uso e Cobertura da Caatinga Uso e Cobertura do Pantanal Descrição/ Fonte Dados do PROBIO – MMA, 2007 Dados do PROBIO – MMA, 2007 Dados do PRODES – INPE, 2007 Dados do PROBIO – MMA, 2007 Dados do PROBIO – MMA, 2007 Dados do PROBIO – MMA, 2007 Anexo 3. Reclassificação dos dados do PROBIO Classe original Água Cultura Agrícola Pastagem Cultivada Reflorestamento por Pinus ou Eucalipto Área com influência urbana Floresta Ombrófila Densa Floresta Ombrófila Aberta Floresta Ombrófila Mista Classe atribuída Água Agricultura Pastagem Reflorestamento Área Urbana Remanescente Florestal Please note: part of the data may have been changed between the original reports submitted and the final comprehensive analysis for the Main Report. Por favor note: parte dos dados podêm ter sido modificados entre os relatórios originais e a análise final para o Relatório Principal. Floresta Estacional Semidecidual Floresta Estacional Decidual Formações Pioneiras Savana Savana Estépica Savana Florestada Vegetação Secundária Áreas de Tensão Ecológica Savana Vegetação Secundária Classe predominante selecionada para reclassificação Anexo 4. Classes de aptidão agrícola Produto Algodão, Arroz, Feijão, Soja, Milho. Cana Classes de Aptidão Apta Apta e Produtora Inapta Inapta e Produtora Área Excluída Baixo Risco Climático Risco de Temperatura Baixa Risco de Excesso Hídrico Baixo Risco com Irrigação de Manutenção Baixo Risco com Forte Irrigação de Manutenção Alto Risco Climático Área Excluída Anexo 5. Estoque de carbono e dados de emissão/ sequestro Informação Biomassa da Amazônia Biomassa dos demais biomas Biomassa das áreas de vegetação secundária Biomassa das áreas de floresta de produção Dados de emissão por cabeça de gado Dados de emissão por cultivos Fonte Saatchi et al (2007) Dados do MCT (2004) atribuídos às classes de vegetação do PROBIO Estimativas feitas a partir do mapa de Potencial de Seqüestro de vegetação secundária fornecido pela Iniciativa Verde Estimativas feitas a partir do mapa de Potencial de Seqüestro de Silvicultura fornecido pela Iniciativa Verde EMBRAPA Cerrados EMBRAPA Anexo 6. Lista de Equipes/ Temas relacionados Tema A – (UFMG) - Modelagem das Emissões Associadas ao Desmatamento e Potencial de Mitigação destas Emissões Tema B - (Iniciativa Verde) - Remoções de carbono por Reflorestamento Tema C – EMBRAPA - Modelagem das emissões associadas às Atividades Agrícolas e potencial de mitigação destas emissões Tema D – (EMBRAPA Cerrados): Modelagem das emissões associadas à Pecuária e potencial de mitigação destas emissões Tema E – (ICONE) - Modelagem do Uso do Solo – Competição entre as Atividades Agrícolas, Pecuárias e Silvícolas Tema F – (Centro de Energias Alternativas de Fortaleza) Biocombustíveis no Transporte – Etanol 7. Relação de Acrônimos ARPA: Programa de Áreas Protegidas da Amazônia BNDES: Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social CSR: Centro de Sensoriamento Remoto DEGRAD: Mapeamento da Degradação Florestal na Amazônia Brasileira DETER: Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real EGO: Environment for Geoprocessing Objects EMBRAPA: Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Please note: part of the data may have been changed between the original reports submitted and the final comprehensive analysis for the Main Report. Por favor note: parte dos dados podêm ter sido modificados entre os relatórios originais e a análise final para o Relatório Principal. FAM: Fundo Amazônia FAO: Food and Agriculture Organization FLONAS: Florestas Nacionais FNDF: Fundo Nacional de Desenvolvimento das Florestas GEE: Gases de Efeito Estufa IBAMA: Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais IBGE: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística ICMbio: Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade ICONE: Instituto do Comércio e Negociações Internacionais INPE: Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais IPAM: Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia LULUCF: Land Use and Land use Change and Forestry MCT: Ministério da Ciência e da Tecnologia MMA: Ministério do Meio Ambiente MODIS: Moderate Resolution Imaging Spectroradiometer PAS: Programa Amazônia Sustentável PNMC: Plano Nacional de Mudanças sobre o Clima PPCDAM: Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia PROBIO: Projeto de Conservação e Utilização Sustentável da Diversidade Biológica Brasileira PRODES: Programa de Monitoramento da Floresta Amazônica Brasileira por Satélite RADAM: Radar na Amazônia SBF: Serviço Florestal Brasileiro UFMG: Universidade Federal de Minas Gerais SRTM: Shuttle Radar Topography Mission WWF: World Wide Fund for Nature ZEE: Zoneamento Econômico Ecológico