TE GEE.197.03 II ANEXO C Metodologia de cálculo das emissões de CO2 nas Flares da Refinaria do Porto As emissões reportadas resultantes das flares (em que os circuitos são ligeiramente pressurizados com fuel gás) incluem, as emissões da queima contínua dos pilotos, as operacionais (eventuais descargas durante os arranques, paragens) e as de emergência (baixa probabilidade), tal como referido nas Orientações de Monitorização da Decisão da Comissão. 1-Dados da actividade Os dados de actividade, na impossibilidade da sua determinação por medição devido à ausência de medidores, foram calculados segundo uma abordagem de balanço de massas, baseados nos pressupostos referidos no ponto 3 deste anexo. As flares da refinaria do Porto não possuem medidores, tal como muitas outras refinarias. Nas várias tentativas efectuadas no passado com medidores, nas refinarias do Porto e Sines, verificou-se que as medições eram instáveis e imprecisas, além de que, o equipamento tinha que ser reparado com frequência. Sendo a flare um sistema de segurança tem, obrigatoriamente, de estar totalmente desimpedida, não devendo comportar obstáculos no seu caminho. A Concawe (Conservation of Clean Air and Water in Europe – Oil Companies European Organization for Environment Health and Safety) num relatório publicado recentemente salienta que a utilização de medidores na flare não é prática corrente nas refinarias. Os medidores não são eficazes na medição dos gases da flare, para além de que a quantidade de CO 2 gerada apresenta uma fraca contribuição para o total de uma refinaria. Na tabela 1 apresentam-se as percentagens de emissões de CO2 resultantes das flares, face ao total emitido, na refinaria do Porto. _________________________________________________________________________________ Petrogal S.A - Refinaria do Porto 1 de 5 TE GEE.197.03 II Tabela 1 – Contribuição das emissões dos pilotos e quebras das flares no global da refinaria (Fonte - Inventários de CO2 da Galp Energia). % Pilotos Quebras Total 1999 0,26 1,24 1,51 2000 0,20 2,35 2,55 2001 0,09 3,71 3,80 2002 0,07 0,83 0,89 2003 0,05 2,30 2,34 2005 0,09 2,78 2,86 2004 0,12 1,36 1,49 2006 0,10 4,23 4,33 Representando as emissões das flares menos de 10% das emissões globais da instalação e sendo menos que 100 kt CO2/ano, de acordo com a Decisão de 18/07/2007 (COM2007/589/CE), é possível englobar as flares na categoria de fontes menores. 2-Factor de emissão A composição dos gases queimados nas flares depende dos esquemas processuais das refinarias. No caso concreto da refinaria do Porto, os circuitos das flares estão ligeiramente pressurizados com Fuel Gás. As descargas para os circuitos das flares são normalmente ocasionais, em especial as descargas relacionadas com situações de emergência. Salienta-se ainda o facto de existirem no circuito para as flares dois acumuladores, em linha, que têm como principal função recuperar os produtos mais pesados. No caso da Refinaria do Porto os gases queimados nas flares apresentam características semelhantes à do Fuel Gás. Com o intuito de justificar a opção pela utilização do teor de carbono do FG para determinação das emissões CO2 com origem nas flares, preterindo a utilização do factor de emissão referido na Decisão da Comissão 2007/589/CE, a Refinaria do Porto, a exemplo da Refinaria de Sines, conseguiu obter amostras dos gases a queimar e determinou a sua composição no Laboratório, em resumo na Tabela 2. Foram realizados durante 4 dias amostras aos gases das flares e comparadas com a análise ao FG feita num dia. _________________________________________________________________________________ Petrogal S.A - Refinaria do Porto 2 de 5 TE GEE.197.03 II Tabela 2 - Resultados das análises à composição dos gases queimados nas flares e ao fuel gás. data 3.5.05 4.5.05 5.5.05 6.5.05 Composição dos gases das flares 89,30 90,75 68,8 87,7 1,85 1,93 5,8 2,7 1,11 1,23 13,9 2,7 4,23 4,92 7 4,3 H2 Metano Etano Propano Propeno I-butano 0,31 n-butano 0,32 i-pentan 0,09 n-pentan 0,05 outros 2,74 M.volum.15ºC 0,2438 PCI inf.Kj/mole 373 PCI inf.Kj/g 65 0,37 0,37 0,12 0,10 0,21 0,2304 388 71 1,6 1 0,6 1,3 1 0,6 0,2 0,3 0,5790 0,293 435 66 3-05-05 FG da RP 70,8 9,5 8,8 6 0,1 1,6 1,3 <0,1 0,5 1,4 0,51 55 Pela análise dos resultados, verifica-se que se trata de FG, rico em Hidrogénio. Desta forma o factor de emissão mais representativo dos gases das flares é o factor utilizado para o Fuel Gas. 3- Cálculo da quantidade de gases nas Flares Da equação de balanço entre produções e consumos e da conciliação de dados, resulta um diferencial que corresponde à quantidade de perdas de gases para as Flares. As figuras seguintes apresentam um esquema e os respectivos medidores de consumo e de produção de fuel gás, que também são representados. _________________________________________________________________________________ Petrogal S.A - Refinaria do Porto 3 de 5 TE GEE.197.03 II FT0673 0100 0300 0400 Fáb. AROMÁTICOS FT2061 2000A FT2221 2000V 2100 2200 FT2416 2300 2400 Fáb. ÓLEOS BASE 4 7 PRODUÇÃO FT7102/7202/7301 Flares FT5204 Fáb. Lubrificantes FT2 416 FT 0 0 3000 FT3060 3300 FT3214 1200 Perdas Produção - Consumos 1300 1400 FT1418 FT1346 3700 3800 FT3780 Fáb. COMBUSTÍVEIS FT40102A SGA SGB FT40102C FT40102D FT40102G SGC SGD SGG FT40102H SGH Fáb. UTILIDADES _________________________________________________________________________________ Petrogal S.A - Refinaria do Porto 4 de 5 TE GEE.197.03 II Fáb. AROMÁTICOS FT0404 Un.400 FRT0408 4 Un.1300 7 FT3903 REFINARIA PRODUÇÃO 0 CONSUMOS 0 Un.3300 FT4703 Perdas 4- Cálculo das Emissões de CO2 nas Flares As emissões de CO2 provenientes das flares são calculadas, através da fórmula: CO2 (tons) = (Quantidade gases queimados) * (Factor Emissão Fuel Gas) * (Factor de Oxidação) onde : - Quantidade de gases queimados = (Fuel Gas produzido – Fuel Gas consumido) + consumo pilotos - Factor de Emissão do Fuel Gas = Determinado de acordo com teor de carbono deste combustível - Factor de oxidação = 1 _________________________________________________________________________________ Petrogal S.A - Refinaria do Porto 5 de 5