CEBES
CURSO: DESENVOLVIMENTO,TRABALHO, SAÚDE E
MEIO AMBIENTE
PARTE II
CONCEITOS, TEORIAS E MÉTODOS
SOBRE AS RELAÇÕES ENTRE A
PRODUÇÃO, O AMBIENTE E A SAÚDE
NA SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA
Brasília, 19 DE JULHO DE 2012
Anamaria Testa Tambellini
Ary Carvalho de Miranda
Conhecimento

Segundo Deleuze e Guattar 3 formas de
conhecimento coexistem atualmente
 Filosofia – conceitos – elaboração/desenvolvimento
 Ciência – proposições – obtenção de verdades
provisórias
 Artes – obras – criação estética

Outras formas – saberes populares, tradicionais, etc
Objeto do conhecimento –
científico de nosso curso

Articulação de 3 elementos complexos
 Desenvolvimento: processo econômico
social (particularmente a “produção”)
 Ambiente: sistema socio-ecológico
 Saúde humana: processo saúde-doença em
sua expressão coletiva
I- De onde falo
Medicina Social Saúde Pública
Saúde Coletiva
P/A/S
Campo de práticas
Objetivos: Produzir conhecimentos –Ciência
Propor políticas – Querer
Realizar intervenções – Técnica
Objeto: Processo saúde/doença nas
coletividades
Método:Articulações disciplinares/ profissionais/institucionais
Produto: Renovação/inovação no campo de saúde rumo ao
maior controle dos processos envolvidos com o par
saúde/doença em termos coletivos
P/A/S - 1
-Região do campo, definida enquanto questão;
-- Limites em construção;
-- Define-se teórica e metodologicamente em termos
multi/inter/transdisciplinares;
-- Ocupa espaços estratégicos renovando áreas
tecnocientíficas;
-- Pretende a indissociabilidade indivíduo/coletividade;
-- Admite presença das ideologias e propõe como tarefa a
identificação, explicitação e debate destas presenças;
-Assume a necessidade do pensamento filosófico para a crítica
de sua produção e reelaboração dos conceitos (novos?) a
serem (re)apropriados pela dimensão do conhecimetno
científico.
P/A/S –2
Decorrências/Tarefas
-Repensar o conceitos e definições da saúde e da doença;
-Reelaborar criticamente os pressupostos teóricos que pretendem
explicar os processos, elementos, relações e mecanismos, bem como
os fatos, eventos e acontecimentos que compõem a questão saúde;
-Criar e adaptar metodologias e técnicas adequadas para abordar,
analisar e intervir no campo da saúde;
-Avaliar o uso/aplicação dos conhecimentos produzidos/apropriados
pelas coletividades organizadas nas escalas institucionais,
(multi)setoriais e no campo das políticas do governo;
-Elaborar propostas e mecanismos de controle e prevenção de
doenças e agravos bem como de promoção da saúde e da segurança.
PROCESSO DE PRODUÇÃO (regime econômico)
BEM AMBIENTAL
RESIDUOS AMBIENTAIS
RESIDUOS AMBIENTAIS
CONSUMO
PRÓPRIAMEN
TE DITO
CONSUMO PRODUTIVO
OBJETO
PROCESSO DE TRANSFORMAÇÃO
TECNICAS
MERCADORIA
VALORES
uso
troca
INSTRUMENTOS
E MEIOS
RELAÇÕES
AGENTE
MATÉRIA PRIMA
E
PRODUTO
SOCIAIS
PRODUÇÃO NO REGIME DO CAPITAL
CATEGORIA FUNDAMENTAL:A MERCADORIA
A TEORIA DO VALOR TRABALHO:
VALOR DE USO/VALOR DE TROCA
PROCESSO DE TRABALHO
RELAÇÕES TÉCNICAS E SOCIAIS
ESTRUTURA: ATIVIDADE/AGENTE
OBJETO
INSTRUMENTOS E MEIOS
PRODUTOS/RESULTADOS
PRODUÇÃO/REPRODUÇÃO DA FORÇA DE TRABALHO
PROCESSO DE TRABALHO (em abstrato)
MOTIVAÇÃO: necessidades
satisfação
IDÉIA do processo do trabalho
Estrutura: Objeto do trabalho ( bem natural / matéria prima)
Agente do processo (trabalhador / força de trabalho)
Instrumentos e meios (técnicas)
Produto (valor / mercadoria)
Dinâmica: Processo de transformação do objeto em um produto pela ação
de um agente munido de instrumentos e meios adequados, de
acordo com relações técnicas e sociais.
Um ecossistema, do ponto de vista científico, possui dimensão
variável e pode ser terrestre ou aquático. É constituído por
seres vivos (meio biótico) e não vivos (meio abiótico) e
definido por 4 componentes, a saber: os seres autotróficos que
são capazes de produzir seus alimentos, ou seja produzem e
acumulam energia, a partir de substâncias orgânicas simples
(água, carbono, oxigênio, na presença ou ausência de luz),
através da fotossíntese (plantas verdes) ou da quimiossíntese
(fitoplânctons); os seres heterotróficos, que dependem de
outros seres para alimentar-se (outros animais ou plantas); os
decompositores, que se alimentam de matéria morta e os
fatores abióticos, que são os outros elementos presentes no
espaço geográfico que delimita o sistema. Todos estes
componentes interagem constituindo um ciclo de energia que
percorre os níveis tróficos da cadeia alimentar.
Visão esquemática do ecossistema
Biomas

Um bioma, por sua vez, é constituído por
vários ecossistemas que tem identidade
física e ecológica, sendo, portanto, mais
abrangente geograficamente e é definido, na
maioria das vezes, pela vegetação
semelhante que o recobre. No Brasil,
segundo a classificação mais aceita, existem
6 biomas: Amazônia, Mata Atlântica,
Cerrado, Caatinga, Pantanal e Pampa.
Capacidade de Suporte
Para a biologia: quantidade de organismos
passíveis de serem sustentadas por um
dado habitat (ou ecossistema).
Para a ecologia: limite populacional
possível de ser sustentado em uma dada
situação ambiental.
Situação atual dos grandes aglomerados
urbanos: crescimento e concentração de
atividades humanas sem considerar a
capacidade de suporte ambiental
II – ALGUNS ELEMENTOS PARA PENSAR A SAÚDE E A
DOENÇA
O CURSO DA MATÉRIA:
(lógica da natureza)
cultura
orgânico/inorgânico
Bio-ecológico
fluxo de energia
O CURSO DA VIDA HUMANA
técnica
(lógica da sociedade) fluxo de relações
O CURSO DA HISTÓRIA: -
Sócio-técnico
sociais
-econômicos
-políticos
Psicológico
vida/morte
saúde/doença
II.1- PENSANDO A PARTIR DA DOENÇA
DOENÇA
PROCESSO
EPISÓDIO CONCRETO
coletivo
individual
ciência
experiência do ser
objeto do conhecimento CONCEITO
momento de crise
proposição
morte/vida
exposição,
prevenção,
CIÊNCIAS
(epidemiologia)
sofrimento
cura,
incapacidade
,cronicidade
FILOSOFIA
TÉCNICAS/ARTES
determinação/causação
(clínica)
nosologia/etiologia
relações
mecanismos
CONCEPÇÕES DE DOENÇA
1- ONTOGÊNICA – elemento externo, agressão
2- DINÂMICA- desequilíbrio interno, desadaptação
3- REVISÃO/ARTICULAÇÃO
-Biológica
- Social
- Psicológica
- “Tecnocrática”
- Bio-ecológica (ambiental)
- Bio-social (societária)
- Eco-sócio-sanitária
II-3- UM EXEMPLO: A PARTIR DO CAMPO DE RELAÇÕES P/A/S
3.1- ALGUNS CONCEITOS E DEFINIÇÕES:
Saúde: - estado/ condição/ situação/ atributos
-ausência de doença
-Bem estar (bio-psico-social)
-Vida digna e prazerosa
-Realização de potencialidades
Dimensões – ciência
experiência concreta de vida
valor/ ideal
busca
•Ambiente
3 conceitos/ 3 modelos/ 3 possibilidades
de entender a relação com a saúde
Modelo 1- o ambiente como exterioridade ao homem – agressor/
agredido – Unidisciplinar modelo biologicista
Características: fragmentação com exclusão de partes
antropocêntrismo
Relação com a Saúde- Modelo epidemiológico clássico para DIP
Hospedeiro (homem susceptível)
(doença)
(Espécie biológica) Agente
Ambiente
(condições)
Causa- efeito (linear)
Conseqüências - positivas/ negativas
Modelo 2 – O ambiente como sistema ecológico
Sistema complexo organizado hierarquicamente e
composto por elementos bióticas e abióticos em relação, dada
fonte de energia (solar) que o percorre – fluxos alimentares/ nichos
Multidisciplinar: biologia + ciências da natureza
Homem: espécie animal
Lógica da Natureza
Relação com a saúde – Modelo ecológico:
Teoria de unidade: doença resultante da penetração do homem em
nichos de espécies patógenas
falência adaptativa
(parasitismo)
Modelo 3 – Ambiente como sistema sócio-ecológico
Organização hierárquica/ componentes sociais- biológicosfísico-químico
Multidisciplinar / alta-complexidade/ incerteza
Homem: anima sócio-político
•
Fluxo de energia (alimentares)
• Fluxo de relações sociais (afetivos)
Lógicas em Relação: Lógica da natureza e lógica da sociedade
Relação com a saúde: modelo eco-sócio- sanitário
A INTERVENÇÃO AMBIENTAL: PRODUÇÃO E DESNATURALIZAÇÃO DO
DO CONCEITO DE AMBIENTE/MEIO (DA QUESTÃO AMBIENTAL À SOCIAL)
AMBIENTE
PRODUÇÃO
ECONOMIA
LÓGICA DA
ACUMULAÇÃO
SOCIAL
SAÚDE
CIÊNCIAS DA SAÚDE
ECOLOGIA
LÓGICA DA NATUREZA
NATURAL
LÓGICA DA SOCIEDADE
TÉCNICO
LÓGICA COMPLEXA
BIOLÓGICO PSÍQUICO
SOCIAL
EXTERIOR
EXTERIOR/INTERIOR
UNIVERSAL
UNIVERSAL/PARTICULAR
MATERIAL
MATERIAL/VIRTUAL
FÍSICO-QUÍMICO/BIOLÓGICO
SOCIAL/PSICOLÓGICO
FLUXO ENERGÉTICO/ALIMENTAR
FLUXO DE RELAÇÕES
ANIMAL-ESPÉCIES
HOMEM-GÊNERO
REPRODUÇÃO /CONSERVAÇÃO
MERCADORIAS /MUDANÇA
SELVAGEM
DOMESTICADO
AGRESSOR
AGREDIDO
MODELO: BIOLOGIA
MODELO DISCIPLINAR INTEGRATIVO
REDUÇÃO
REDUÇÃO/INTEGRAÇÃO
VISÃO PARCIAL
ANÁLISE
VISÃO PARCIAL
SÍNTESE INCOMPLETA
VISÃO HOLÍSTICA
ANÁLISE-SÍNTESE
MODELO ECOLÓGICO-SOCIAL
Métodos

Destacamos 3 alternativas metodológicas e
bastante diferenciadas em suas concepções
do ponto de vista do processo da produção
do conhecimento ou do objeto de estudo ou
de ambos
Alternativas metodológicas

Considerando o elemento (disciplina
científica) que se constituem no núcleo
principal que a organizam
 Alternativa 1: epidemiologia
 Alternativa 2: ecossistema
 Alternativa 3: concepção de uma ciência
emancipatória
Alternativa 1 – parte A
Disciplina nucleadora – EPIDEMIOLOGIA
 Uso da epidemiologia:
 1. Quantificação, relação de causalidade
(exposição ambiental x morbimortalidade)
 2. Intervenção (controle, mitigação e
prevenção de fatores de risco)
 3. Objeto privilegiado: poluição ambiental
química (exposição humana)

Alternativa 1 – parte B

Articulação disciplinar principal: toxicologia
(tecnologia de alta complexidade) insuficiência
do conhecimento
 Caracterização das variáveis
– Elementos do ecossistema e de sua poluição
– Exposição: guias, mecanismos
– População exposta: sociodemográficas e efeitos

Produtos
– Indicadores de exposição e efeito
Alternativa 2 – Abordagem Ecossistêmica

Elemento nuclear: sistema socioecológico e espaço
 ASE – Abordagem da saúde em ecossistemas
– Hipótese: a mudança do ecossistema afeta o homem
– Ambiente visto como um paciente
– a) Dimensões: biofísica/socioeconômica/saúde
humana/espaço temporal

AES – Abordagem ecossistêmica em saúde participação
–
–
–
–
A)Definição da situação problema (ecossistema local)
B)Análise das diferentes versões dos diferentes atores
C) Compreensão do sistema (interação de narrativas)
D) Caminhos estratégicos negociação aprendizagem
solidária mudanças
Alternativa 3 – “Ciência Emancipatória” Parte A

A terceira possibilidade metodológica que
destacamos “têm como base a construção solidária
do saber (...) à luz dos desafios epistemológicos e
metodológicos contemporâneos, no intuito de
contribuir na elaboração coletiva de paradigmas
emergentes de uma ciência emancipatória”74. É
um método elaborado para estudos de casos locais,
dado que propõe um estudo e vivência intensivos
dos territórios a serem estudados e procura
responder a alguns desafios da produção de
conhecimentos,
tais
como
a
pesquisa
interdisciplinar e participada.
Alternativa 3 – “Ciência Emancipatória”
Parte B

O método é constituído pelos seguintes elementos:
 1 - A discussão teórica crítica sobre a ciência e o
modelo de produção de conhecimento dominante
baseada na epistemologia contemporânea, para
que permita a adoção de um novo modelo
científico;
 2 – A interdisciplinaridade para pensar um objeto
multidimensional que incorpore a perspectiva dos
movimentos sociais;
Alternativa 3 – “Ciência Emancipatória”
Parte C
3 – A pluralidade metodológica construída pela comunidade
de trabalho de pesquisa (pesquisadores), onde se tem como
imprescindível a competência disciplinar, além das
disponibilidades para o diálogo inter-transdisciplinar,
como também para criar espaços comuns com a
comunidade e;
4 – A construção da integração conhecimento científicosaber popular, que permita a elaboração coletiva a partir de
“encontros com o real”, no dizer dos próprios autores, ou
seja, pela elaboração crítica e solidária com a comunidade
das vivências que o projeto impõe.
Alternativa 3 – “Ciência Emancipatória”
Parte D

Desse modo, as teorias que fundam a compreensão
maior dos elementos articulados que comporão o
objeto de estudo em construção vão sendo
revisitadas e o desenho metodológico vai sendo
moldado “nas aproximações sucessivas do
território e seus sujeitos em disputa”, onde os
movimentos sociais participantes constroem as
“pontes” com as comunidades e entidades locais.
Alternativa 3 – “Ciência Emancipatória”
Parte E

Neste processo, são criados instrumentos relacionais
estratégicos, a fim de permitir diálogo e comunicação
de progressos, dúvidas e resultados de trabalho com os
sujeitos locais, na forma de debates articulados, assim
como pela convivência solidária em casos de
conflitos, em momentos de violência. Em outros
termos, além do rigor teórico-metodológico, esta
proposta dá vida a uma concepção de produção de
conhecimento científico “compromissado ética e
politicamente com a emancipação e a transformação
social, em benefício dos mais vulneráveis”.
MOMENTO HISTÓRICO ATUAL
CRISE ECONÔMICA
CRISE AMBIENTAL
CRISE POLÍTICA
CRISE AMBIENTAL
CRISE SANITÁRIA
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL ?
O QUE É A SUSTENTABILIDADE?
PARADIGMA DE TRANSFORMAÇÃO:
Sustentar/Fundamentar
PARADIGMA DE CONTINUIDADE:
Manter/Continuar
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Apresentação do PowerPoint