DIAGNÓSTICO DA ARBORIZAÇÃO URBANA DA AVENIDA OLÍVIA FLORES,
VITÓRIA DA CONQUISTA- BA
Adilson Almeida dos Santos1, 2, Cássio Maggi Salvia Maciel1, Andressa Mota Rios
Barreto1, Alessandro de Paula3, Rita de Cássia Antunes Lima de Paula4
1. Graduando em Engenharia Florestal – Universidade Estadual do Sudoeste da
Bahia, Vitória da Conquista – Bahia – Brasil.
2. Email: [email protected]
3. Professor do Depto. de Eng. Agrícola e Solos, Universidade Estadual do Sudoeste
da Bahia
4. Professora do Depto. de. Zootecnia e Fitotecnia, Universidade Estadual do
Sudoeste da Bahia
Recebido em: 04/05/2012 – Aprovado em: 15/06/2012 – Publicado em: 30/06/2012
RESUMO
A arborização urbana, quando planejada de forma eficiente, tem a capacidade de
proporcionar diversos benefícios de caráter cênico, microclimáticos e até mesmo
econômicos, para com a sociedade. No entanto, quando não há este planejamento,
inúmeros problemas podem ocorrer e ao invés de um elemento benéfico, a
arborização passa a ser um foco de conflito. Neste sentido este estudo objetivou
realizar um levantamento do patrimônio vegetal de porte arbóreo da Avenida Olívia
Flores em Vitória da Conquista, visando identificar e analisar os principais problemas
apresentados e fornecer dados para definir as prioridades de intervenção e manejo.
Para o diagnóstico foi realizado um censo de caráter quali-quantitativo. Em toda
extensão da avenida foram encontrados 357 indivíduos com porte arbóreo. Estes
estavam distribuídos em oito famílias e 18 espécies. As espécies mais abundantes
foram Roystonea oleracea (Jacq.) O.F. Cook e Delonix regia (Bojer ex Hook.) Raf.. A
estratificação vertical demonstrou uma concentração de 78% dos indivíduos no
estrato médio. Em relação à origem das espécies encontradas, 50% são nativas do
Brasil. Há a necessidade de uma maior diversificação da arborização do local,
principalmente com o uso de mais espécies nativas. Outro ponto importante é o uso
de técnicas mais eficientes na produção de mudas, como forma de padronizar a
altura da primeira bifurcação, uma vez que este foi um dos principais problemas
identificados.
PALAVRAS-CHAVE: Censo, porte arbóreo, espécies nativas.
DIAGNOSIS OF URBAN FORESTRY OLIVIA FLORES AVENUE, VITORIA DA
CONQUISTA, BAHIA
ABSTRACT
The urban forestry, when planned effectively, has the ability to provide many benefits
of nature scenic, climatic and even economic, to society, and contribute to the
diversity of other wildlife and plant species. However, when there is no such planning,
many problems can occur and instead of a beneficial element, afforestation becomes
a focus of conflict in the cities. In this sense this study aimed to survey the heritage of
ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer - Goiânia, v.8, N.14; p. 1155 - 2012
arboreal vegetation, Olivia Flores Avenue in Vitória da Conquista, to identify and
analyze the main problems and provide data to set priorities for intervention and
management. For the diagnosis of urban trees of the avenue was a census
conducted qualitative and quantitative character. On the entire avenue were found
357 individuals with arboreal. These were distributed in eight families and 18 species.
The most abundant species were Roystonea oleracea (Jacq.) O.F. Cook and Delonix
regia (Bojer ex Hook.) Raf.. The vertical stratification showed a concentration of 78%
of individuals in the middle stratum. Regarding the origin of species, 50% are native
to Brazil. There is need for greater diversification of the local trees, especially with the
use of more native species. Another important point is the use of more efficient
techniques in the production of seedlings as a way to standardize the height of the
first fork, since this was one of the main problems identified.
KEYWORDS: Census, arboreal, native species.
INTRODUÇÃO
A paisagem urbana representa o espaço do homem, da estrutura social, os
meios de produção e a história que se constrói. A paisagem é ainda inspiradora e
facilitadora do entendimento acerca de questionamentos que incita a realidade
urbana (SILVA, 2010).
Os espaços verdes sempre fizeram parte destes meios, no entanto, vêm
sendo extintos ou manejados indevidamente, mesmo diante dos inúmeros benefícios
proporcionados direta ou indiretamente à sociedade, como um todo.
Uma arborização bem planejada e eficiente tem a capacidade de proporcionar
diversos benefícios de caráter cênico, microclimáticos e até mesmo econômicos,
para com a sociedade, além de contribuir com a diversidade faunística. Segundo
VELASCO (2007), a menor temperatura das construções, proporcionada pela
vegetação, contribui para redução dos gastos com refrigeração e ventilação. O
resfriamento do ar pelas árvores diminui a produção de ozônio, além de adsorver
poluentes (TAHA et al.,1997).
O caráter salutar da arborização está diretamente condicionado a um
processo de planejamento desta, seja em momento de implantação ou de
manutenção. Para COLETTO et al. (2008), este planejamento é indispensável para o
desenvolvimento urbano e requer, antes de qualquer coisa, o conhecimento da
situação existente, através de um inventário quali-quantitativo, assim como o
conhecimento das características dos vegetais que poderão ser utilizados. Quando
da não realização deste planejamento, inúmeros problemas podem ocorrer e ao
invés de um elemento benéfico, a arborização passa a representar um foco de
conflito nas cidades.
A baixa diversidade de espécies tem sido um dos problemas mais observados
quando do estudo da arborização de vias urbanas (SANTOS & TEXEIRA, 2001;
PIRES et al., 2007; LIRA-FILHO et al., 2005), no entanto este não é único e nem o
mais grave. Com o passar do tempo tem-se aumentado a introdução de espécies
exóticas nas vias urbanas, como forma de substituir a vegetação nativa. Outros
problemas de ordem, principalmente de manejo e manutenção são comumente
vistos na arborização.
Melhorias nos padrões da arborização passam por estudos que propiciem
melhor planejamento. Neste sentido este estudo objetivou realizar um levantamento
do patrimônio vegetal de porte arbóreo da Avenida Olívia Flores em Vitória da
ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer - Goiânia, v.8, N.14; p. 1156 - 2012
Conquista, visando identificar e analisar os principais problemas apresentados e
fornecer dados para definir as prioridades de intervenção e manejo.
METODOLOGIA
O município de Vitória da Conquista possui área de 3.204,26 km² é a terceira
maior cidade do Estado da Bahia, conforme dados do IBGE (2007).
De acordo com TANAJURA (1992), a cidade está localizada na microrregião
do Planalto de Conquista, sudoeste do Estado, numa altitude superior a 900 m. A
cidade situa-se nas encostas da Serra do Periperi, às coordenadas de 14º 50' 53” de
latitude Sul e 40º50'19” de longitude Oeste.
O levantamento foi realizado no canteiro central da Avenida Olívia Flores, que
possui 4,5 Km de extensão. Esta via é a principal ligação entre o centro da cidade,
bairros do setor leste e universidades localizadas no município.
Para o diagnóstico foi realizado um censo de caráter quali-quantitativo,
baseado em SILVA-FILHO et al. (2002). Os indivíduos amostrados, sempre que
possível, foram classificados em nível de espécie. O sistema de classificação
utilizado foi o APG III (2009).
Durante a realização do diagnóstico foram obtidas as seguintes informações:
adequação do porte dos indivíduos, diâmetro à altura do peito, diâmetro de copa,
altura total e da primeira bifurcação, defeitos provocados por podas mal conduzidas
ou vandalismo, necessidade de controle fitossanitário, compatibilidade com a rede
elétrica, posição de plantio e qualidade do espaço disponível para a copa e raízes.
Para o agrupamento dos indivíduos por classe de diâmetro foi utilizado o
programa DIAMFITO (MOTA, 1995). As classes diamétricas foram definidas com
amplitude de cinco centímetros, sendo o primeiro centro de classe estabelecido
também em cinco centímetros.
Também foi realizada a distribuição dos indivíduos em classes de altura,
sendo estes segmentados em três estratos verticais: inferior, médio e superior. O
critério de estratificação tem por base a altura total média e o seu respectivo desviopadrão (SOUZA et al., 1998).
A diversidade foi obtida através do índice de Shannon-Wiener (H’).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Foram encontrados 357 indivíduos com porte arbóreo, sendo estes
distribuídos em oito famílias e 18 espécies. A família Fabaceae foi a mais bem
representada, com 197 indivíduos e nove espécies. Em seguida apareceu a família
Arecaceae, com 118 indivíduos, todos da espécie Roystonea oleracea (Jacq.) O.F.
Cook, sendo esta a espécie de maior densidade no levantamento, com 33,05% do
total de indivíduos (Quadro 1). Segundo MILANO & DALCIN (2000), cada espécie
não deve ultrapassar 15% do total de indivíduos da população. Na avenida, as
espécies R. oleracea e Delonix regia (Bojer ex Hook.) Raf. tiveram índices acima do
preconizado pelos autores supracitados, sendo 33,05% e 15,97%, respectivamente.
ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer - Goiânia, v.8, N.14; p. 1157 - 2012
QUADRO 1. Lista de espécies amostradas na Avenida Olívia Flores, Vitória da
Conquista – BA, sendo: Or = origem; Nat = espécie nativa; Ex =
espécie exótica; NInd = número de indivíduos da espécie; AB = área
basal total da espécie em m2; JV = número de indivíduo jovem e AD =
número de indivíduos adultos.
Família
Espécie
Or NInd AB JV AD
Anarcadiaceae Schinus terebinthifolius Raddi
Nat 14 0,04 13
0
Roystonea oleracea (Jacq.) O.F.
Arecaceae
Ex 118 9,67 21 96
Cook
Handroanthus chrysotrichus (Mart. ex
Bignoniaceae
Nat
1
0,01
0
1
A. DC.) Mattos
Jacaranda mimosifolia D. Don
Bignoniaceae
Ex 38 0,68 17 18
Caesalpinia echinata Lam.
Fabaceae
Nat 34 0,32 34
0
Caesalpinia ferrea Mart.
Fabaceae
Nat
2
0,64
1
0
Caesalpinia peltophoroides Benth.
Ex 28
Fabaceae
0,4
26
1
Clitoria racemosa G. Don
Fabaceae
Nat
2
0,07
1
1
Delonix regia (Bojer ex Hook.) Raf.
Fabaceae
Ex 57 41,67 44 11
Pterogyne nitens Tul.
Fabaceae
Nat 11
0,3
2
7
Schizolobium parahyba (Vell.) S.F.
Fabaceae
Nat
2
0,34
1
1
Blake
Senna siamea (Lam.) H.S. Irwin &
Fabaceae
Ex 23 0,82 22
9
Barneby
Ceiba crispiflora (Kunth) Ravenna
Malvaceae
Nat
5
0,31
2
2
Malvaceae
Malvaceae 1
14 5,74
0
13
Melastomatacea
Tibouchina granulosa (Desr.) Cogn.
1
0,01
0
2
Nat
e
Moringa oleifera Lam.
Moringaceae
Ex
2
0,03
2
0
Eucalyptus sp.
Myrtaceae
Ex
1
0,11
0
1
Syzygium malaccense (L.) Merr. &
Myrtaceae
Ex
4
0,13
0
8
L.M. Perry
Total
357 61,29 186 171
Das 18 espécies amostradas, nove são classificadas como espécies nativas,
oito são exóticas e uma espécie não foi identificada (Quadro 1). Mesmo assim,
quando analisado o número de indivíduos, percebe-se que 75,91% são de espécies
exóticas. Esse dado corrobora com a afirmação de LORENZI (2002). Segundo o
autor a maioria das plantas arbóreas cultivadas em ruas, avenidas, praças e jardins
do Brasil são exóticas.
As espécies D. regia (41,67 m2) e R. oleracea (9,67 m2) foram as que
apresentaram os maiores valores de área basal (Quadro 1). Apesar de D. regia
possuir menor número de indivíduos, apresentou uma área basal muito superior as
demais espécies, devido principalmente, ao seu porte.
Em relação à maturidade, 51% dos indivíduos foram considerados adultos,
demonstrando equilíbrio na estrutura etária da arborização (Quadro 1). Para REIS et
al. (2009) as funções ambientais da vegetação podem ser comprometidas quando os
indivíduos se apresentam na maior parte dentro das mesmas características.
ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer - Goiânia, v.8, N.14; p. 1158 - 2012
Partindo desse pressuposto, pode-se concluir que a estrutura etária apresentada é
desejável. Isto porque garante um equilibro na proporção de indivíduos juvenis e
senescentes.
A estratificação vertical demonstrou uma concentração de 78% dos indivíduos
no estrato médio (Quadro 2). Já os estratos inferior e superior apresentaram
percentual de indivíduos semelhantes, com 10,36% e 11,48%, respectivamente.
QUADRO 2. Estratificação vertical das espécies amostradas na Avenida Olívia
Flores, Vitória da Conquista – BA, sendo: EI = estrato inferior, EM =
estrato médio e ES = estrato superior; HB = indivíduos com altura da
primeira bifurcação abaixo de 2,10 m; EPC = espaço disponível para o
indivíduo pouco compatível; EMC = espaço disponível para o
indivíduo medianamente compatível; EC = espaço disponível para o
indivíduo compatível e F = existência de fiação sobre o indivíduo.
Espécie
EI EM ES HB EPC EMC EC
F
Caesalpinia echinata
1
33
0
34
0
7
27
0
Caesalpinia ferrea
0
1
1
1
0
0
1
0
Caesalpinia peltophoroides
1
26
1
24
0
14
13
0
Ceiba crispiflora
1
4
0
4
0
2
2
2
Clitoria racemosa
0
2
0
2
0
2
0
0
Delonix regia
7
48
2
51
0
15
40
3
Eucalyptus sp.
0
0
1
1
0
1
0
1
Handroanthus chrysotrichus
0
1
0
1
0
1
0
0
Jacaranda mimosifolia
8
28
2
30
13
9
13
2
Malvaceae 1
0
0
14
7
13
0
0
6
Moringa oleifera
0
2
0
2
0
0
2
0
Pterogyne nitens
0
10
1
9
0
6
3
0
Roystonea oleracea
17 91
10
0
0
0
117 0
Schinus terebinthifolius
0
14
0
12
0
0
13
0
Schizolobium parahyba
0
1
1
0
1
0
1
0
Senna siamea
2
16
5
31
6
0
25
2
Syzygium malaccense
0
1
3
8
0
2
6
0
Tibouchina granulosa
0
1
0
2
0
0
2
0
Total
37 279 41 219
33
59
265 16
Os indivíduos localizados no estrato inferior estão em alturas consideradas
impróprias para arborização urbana, pois podem dificultar o trânsito de pedestres e
carros e até mesmo sofrer danos causados por estes.
Os resultados obtidos demonstraram uma baixa adequação da arborização à
altura da primeira bifurcação, já que 71,71% dos indivíduos apresentaram valores
abaixo mínimo desejável (Quadro 2). Segundo GONÇALVES (2002), a altura ideal
de ocorrência da primeira bifurcação em árvores urbanas é de 2,10 metros. D. regia
foi a espécie com o pior desempenho neste quesito (92,3%). Tal fato, provavelmente,
é decorrente de manejo inadequado na produção das mudas. No decorrer do
diagnóstico foi possível perceber o plantio de mudas na via pública com menos de
50 cm e já bifurcadas, demonstrando a falta de planejamento da arborização.
Vale ressaltar que, em relação à compatibilidade do espaço com o porte dos
indivíduos, 74,23% se encontravam em local compatível (Quadro 2).
Outro dado importante é a baixa incidência de fiação sobre os indivíduos (16)
(Quadro 2). Este fato caracteriza uma reduzida possibilidade de conflito entre a
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arborização da avenida e a fiação. Para VELASCO (2003) a harmonia entre redes
de distribuição elétrica e arborização de vias é um dos grandes desafios para
prefeituras e concessionárias de energia elétrica. Ainda segundo este autor os
problemas relacionados com estes sistemas se agravam devido à falta de um
planejamento conjunto.
Também merece destaque a condição geral de desenvolvimento das copas,
onde 87,96% foram consideradas em situação boa, ou seja, se estavam vigorosas e
apresentavam a forma típica da espécie (Quadro 3).
QUADRO 3. Dados qualitativos das espécies amostradas na Avenida Olívia Flores,
Vitória da Conquista – BA, sendo: CR = copa ruim; CRZ = copa
razoável; CB = copa boa; RD = raízes danificando totalmente o
calçamento em plena evidência; RDNE = raízes não evidentes, mas
danificando o calçamento; RND = raízes não causadoras de danos,
totalmente subterrâneas; AP = pequena área livre de pavimentação no
entorno do indivíduo; ABO = boa área livre de pavimentação no entorno
do indivíduo; PL = indivíduos com necessidade de poda leve para
adequação da copa; DFV = indivíduos com defeito físico oriundos de
vandalismo e DFP = indivíduos com defeito físico oriundos de poda.
ESPÉCIE
CR CRZ CB RD RDNE RND AP ABO PL DFV
Caesalpinia echinata
0
0
34
1
0
33
13
21
7
0
Caesalpinia ferrea
0
0
1
0
0
1
0
1
0
0
Caesalpinia
1
5
21
0
0
27
1
26
9
1
peltophoroides
Ceiba crispiflora
1
1
2
0
0
4
2
2
2
1
Clitoria racemosa
0
2
0
0
0
2
1
1
2
0
Delonix regia
0
6
49
3
9
43
7
48
16
9
Eucalyptus sp.
0
1
0
0
1
0
1
0
1
0
Handroanthus
0
1
0
1
0
0
0
1
0
0
chrysotrichus
Jacaranda mimosifolia 0
3
32
0
0
35
19
16
19
5
Malvaceae 1
0
10
3
7
5
1
13
0
13
7
Moringa oleifera
0
0
2
0
0
2
0
2
2
0
Pterogyne nitens
1
6
2
0
0
9
6
3
7
1
Roystonea oleracea
0
0
117 0
0
117
0
117
0
18
Schinus
0
0
13
0
0
13
0
13
0
0
terebinthifolius
Schizolobium
1
0
1
0
0
2
1
1
1
1
parahyba
Senna siamea
0
0
31
0
3
28
5
26
23
4
Syzygium malaccense 0
2
6
0
0
8
0
8
0
0
Tibouchina granulosa
2
0
0
0
0
2
2
0
0
0
Total
6
37 314 12
18
327 71 286 102 47
Em geral o comportamento das raízes em relação a áreas de calçadas foi
considerado bom, uma vez que 91,60% dos indivíduos possuíam raízes totalmente
subterrâneas, sem causar danos ao calçamento (Quadro 3).
Cerca de 80% dos indivíduos crescem em uma área livre de pavimentação
considerada boa, ou seja, que permite realizar as suas funções fisiológicas
ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer - Goiânia, v.8, N.14; p. 1160 - 2012
DFP
12
0
17
2
2
25
1
0
18
12
1
9
0
4
1
26
6
2
138
dependentes dos nutrientes, água e trocas gasosas (Quadro 3). Destaca-se que
nenhum indivíduo foi classificado como “sem área livre de pavimentação”.
No tocante à necessidade de manejo dos indivíduos, apenas 28,57%
demonstraram problemas em relação à conformação da copa, sendo, portanto
indicado poda leve (Quadro 3).
Ao avaliar a situação das árvores em relação às injurias, observou-se uma
maior incidência de defeitos físicos provocados por poda, com cerca de três vezes
mais eventos do que os gerados por atos de vandalismo (Quadro 3).
Quanto à distribuição dos indivíduos no local, os mesmos apresentaram a
uma distância média de 12,62 metros. Este valor está um pouco acima do sugerido
por PIVETTA & SILVA-FILHO (2002). Os autores ora citados determinam que o
espaçamento entre árvores pode variar entre cinco e 12 metros.
Apenas 14 indivíduos apresentaram necessidade de controle fitossanitário pela
presença de pragas e doenças visíveis.
Quanto à existência de frutíferas na arborização da via, apenas a espécie
Syzygium malaccense (L.) Merr. & L.M. Perry foi encontrada, com apenas quatro
exemplares (Quadro 1). A utilização de espécies frutíferas na arborização urbana é
uma questão bastante polêmica, envolvendo aspectos técnicos, sociais. No entanto,
PEREIRA et al. (2005), recomenda a utilização de espécies que disponibilizem frutos
comestíveis para a avifauna, assim como para outras espécies igualmente benéficas
ao ecossistema urbano.
O índice H' encontrado foi de 2,134 nats/espécie. Este pode ser considerado
intermediário, já que BORTOLETO (2004), em diagnóstico realizado na arborização
da Estância das Águas de São Pedro (SP), encontrou um valor de 3,90 nats/espécie.
CONCLUSÕES
Apesar da arborização urbana da Avenida Olívia Flores apresentar cerca de
metade das espécies de origem nativa, o seu baixo número de indivíduos demonstra
uma falta de valorização das espécies autóctones. Sendo assim, é urgente uma
mudança de postura, buscando priorizar o uso da flora local.
Outro ponto fundamental é o uso de técnicas mais eficientes na produção de
mudas, como forma de padronizar a altura da primeira bifurcação, uma vez que este
foi um dos principais problemas identificados.
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