1º CPEQUI – 1º CONGRESSO PARANAENSE DE EDUCAÇÃO EM QUÍMICA.
Corrosão: uma Abordagem Problematizadora no Ensino de
Eletroquímica.
*
Ana Lúcia Scapin (FM) , Camila Strictar Pereira (PG), Rogério Bergantin Brasil (FM).
1 – Grupo de Estudos Ensino de Química – Universidade Estadual de Maringá.
*[email protected]
Palavras Chave: Corrosão, eletroquímica, problematização.
Introdução
Este trabalho surgiu a partir de discussões entre
professores do Ensino Médio, alunos da
Licenciatura e professores da Universidade no
Grupo de Estudos em Química realizado
quinzenalmente na Universidade Estadual de
Maringá. O tema “eletroquímica”, conforme apontam
pesquisas em ensino de química, vem sendo
abordado de maneira muito desconectada do
cotidiano e é comum os alunos apresentarem
dificuldades e concepções alternativas referentes ao
1
mesmo” . Nesse sentido, resolvemos elaborar uma
unidade didática sobre eletroquímica, priorizando as
atividades práticas, com situações problema
motivadoras que permitissem, a partir do
macroscópico, construir os modelos microscópicos
necessários para a abstração dos conceitos teóricos
complexos e suas relações com o cotidiano. Assim,
o desenvolvimento da unidade sobre o tema
procurou evitar a utilização do ensino apenas por
transmissão, baseando-se, principalmente, na
2
metodologia dos três momentos pedagógicos que
subsidiou a construção de uma abordagem
problematizadora e contextualizada. Dessa forma, a
atividade foi iniciada a partir da exposição de
imagens
de
objetos
enferrujados
e
não
enferrujados, seguida de questionamentos, como: O
que pode ter causado o enferrujamento destes
materiais? O que é ferrugem? Após a exposição das
idéias dos alunos, foram aplicadas as atividades
experimentais: Do que depende o enferrujamento?
Existem meios de evitá-lo? e a construção
experimental da fila de reatividade dos metais. A
seqüência final da unidade foi realizada com
atividades experimentais sobre a eletrodeposição e
discussões a respeito da proteção dos metais. A
unidade desenvolvida foi aplicada em uma turma da
2ª série do E.M. de um colégio público de Maringá
no período da tarde, por meio da parceria entre a
bolsista do projeto e a professora de química
participante do Grupo de Estudos.
Resultados e Discussão
Durante a aplicação das atividades elaboradas
para levantar as idéias prévias dos alunos e
promover a problematização inicial, percebemos um
pouco de resistência dos mesmos frente `as
discussões, pois os alunos ficavam quietos, tinham
UEL – 10 A 13 DE AGOSTO DE 2009.
receio de responder e quando respondiam era muito
baixo, demonstrando timidez e falta de segurança,
aspectos normais para uma turma não acostumada
com esse tipo de metodologia, entretanto, no
decorrer das aulas esta dificuldade foi diminuindo.
Ao longo das atividades, identificamos que muitos
alunos pensavam que os metais eram encontrados
na terra com o mesmo aspecto de quando eram
utilizados pelo homem e usavam o termo
“enferrujar” para se referir à oxidação de todos os
metais. Também ressaltamos que muitos alunos
explicavam que a ferrugem era formada por um
fungo ou algo existente no ar que gruda e degrada o
metal. As atividades experimentais realizadas pelos
alunos permitiram por meio da observação das
características iniciais e finais dos sistemas a
reformulação de suas concepções sobre o processo
de formação da ferrugem que também foi possível
perceber nas respostas as questões e questionários
aplicados nas atividades. Ao final da unidade os
alunos comentaram que, com as atividades práticas,
fica mais fácil entender o conteúdo sobre
“eletroquímica” e que a observação, coleta de dados
e discussão proporcionaram a participação também
dos que eram mais inibidos em falar.
Conclusões
Para a produção desta unidade foram
necessárias
muitas
leituras
e
discussões
envolvendo um grupo com diferentes visões e
experiências. Apesar dessa dificuldade, a atividade
foi motivadora para participantes do Grupo de
Estudos e significativa para os alunos do E.M..
Apesar de não termos abordado toda a parte de
eletroquímica, normalmente apresentada nos livros
didáticos, consideramos que a proposta cumpriu
com seu papel de levar o aluno a compreender a
química e relacioná-la à sua vida e seu cotidiano
através da discussão, investigação e (re)construção
do conhecimento.
1
2
Garnett, P.J.; Treagust, D.F..Conceptual difficulties experienced
by senior high school students of electrochemistry:
electrochemical (galvanic) and electrolytic cells. Journal od
Research in Science Teaching, v.29, n.10, p.1079-1099, 1992b.
Delizoicov, D. Problemas e Problematizações. In:Pietrocola, M.
(org.) Ensino de Física: conteúdo, metodologia e epistemologia
em uma concepção integradora. UFSC. Florianópolis, 2005.
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