CARROS E MOTOS 10 — QUINTA-FEIRA, 5 de junho de 2003 CORREIO DO POVO SUV funde características distintas Mesmo sendo um utilitário esportivo, EcoSport XLS 1.6 tem qualidades como economia e leveza RENATO ROSSI / ESPECIAL / CP Testado em todas as versões pelo CP, modelo mostrou o acerto da Ford oi o terceiro teste realizado pelo Correio do Povo com o EcoSport. No primeiro, em trechos da FloresF ta Amazônica, perto de Manaus, a linha completa (versões XL 1.0, XLS 1.6 e XLT 2.0) mostrou que a Ford havia “acertado a mão”, produzindo um veículo bonito no design e surpreendente na performance. A surpresa, no caso, vinha do fato de o EcoSport utilizar a mesma plataforma e muitos componentes mecânicos do Fiesta e, assim mesmo, dispor de uma forte personalidade, diferenciada em relação ao automóvel hatchback. O segundo teste foi realizado num período de 30 dias com a versão XLT, equipada com o motor Duratec 2.0 com 143 HPs. Mais uma vez foi notada a rigidez estrutural e as boas soluções ergonômicas internas, mas o motor parecia excessivo em relação à estrutura do SUV. Por exemplo, na tendência acentuada de sair de frente em pisos escorregadios, pelo excesso de “cavalaria”. Sem controle de tração, seria uma situação embaraçosa para um motorista mediano. O equilíbrio entre forma e função, viria, finalmente, no teste realizado nas duas últimas se- manas com a versão XLS, equipada com motor com 1.6 e 96hps. Nessa versão, a harmonia e sutil esportividade do design convivem em paz com uma “tropa” adequada: 98 “cavalinhos” que fornecem torque e força suficiente em quaisquer circunstâncias de uso, mas que também propiciam economia para o bolso. O carro faz 15 quilômetros por litro de gasolina, a 90km/h, em rodovia, e 12 quilômetros/litro, a 60km/h, em circuito urbano. O EcoSport distancia-se do conceito clássico do SUV não somente pela economia mas também por seu design compacto, modularidade, generoso espaço interno e excelente visibilidade, ampliada no grande pára-brisas dianteiro. Se aproxima do conceito de hibridismo do Fusion – lançado pela Ford, no ano passado, no mercado europeu, e que reúne características de sedan familiar, van e SUV. Para esse EcoSport leve, de fácil condução, ergonômico ao extremo, as ruas e bairros elegantes da grande cidade parecem ser melhor destino do que os lamaçais e caminhos horríveis que machucam pneus , trituram colunas e massacram a ecologia. Sinoscar aposta no relacionamento com cliente GM e Volks investem na China Olívio Jacobus preside o Grupo Sinoserra que, em mento”, já que os vendedores são cada vez mais os psi2002, realizou negócios de R$ 220 milhões. O grupo cólogos e ouvintes que prospectam novos clientes em vipossui cinco revendas autorizadas da General Motors e sitas informais ou por telefone e que devem ouvir para acaba de inaugurar a filial da Sinoscar em Porto Alegre. conhecer profundamente este cliente. “Através destas “Realizamos uma pesquisa de mercado que indicou entrevistas pessoais que serão colocadas depois num quais as necessidades dos clientes da Capital e partimos banco de dados saberemos os gostos, os anseios e as nepara a construção de um show room que agrega uma cessidades destes clientes, o que possibilita adequar a área de recepção climatizada e um cyber café com com- oferta às demandas individuais”, conclui. JOSÉ ERNESTO / CP MEMÓRIA putadores que podem ser utilizados pelos clientes.” Segundo ele, isso é útil para profissionais liberais e executivos que enquanto esperam pela realização de serviços rápidos na oficina podem ficar conectados com seus negócios e com o mundo. De acordo com Jacobus, a fidelização do cliente se dá não pela equalização tecnológica entre as marcas, mas pelo atendimento no pós-venda. Por isto, segundo ele, é necessário o treinamento contínuo e programas internos de valorização da mão-de-obra na oficina. “A mão-de-obra muito treinada significa redução nos custos operacionais, rapidez e menor custo final para o cliente”, acrescenta. A Sinoscar, conforme o executivo, inova, ainda, na implantação do programa de “relaciona- Presidente do Grupo (E) inaugurou filial com base em pesquisa com consumidores Na inauguração da revenda Sinoscar, em Porto Alegre, na última semana, o presidente da General Motors do Brasil, Walter Wieland, manifestou informalmente aos jornalistas sua preocupação com a “estagnação” do mercado automobilístico brasileiro, que este ano não deve consumir mais do que 1,4 milhão de unidades. Ele lembrava do potencial do mercado chinês, que está recebendo investimentos das grandes marcas, incluindo a GM. Wieland citou a capacidade tecnológica dos chineses, que se amplia dia após dia. Nesta semana, foi a vez do presidente de operações da região Ásia-Pacífico, do grupo Volkswagen, Bernd Leissner, dar declarações à mídia européia. Ele afirma que a prioridade da Volkswagen, no momento, é a China, que deve receber mais alguns bilhões de dólares da montadora alemã nos próximos três anos. O executivo ressaltou o crescimento em 90% das vendas da Volks no mercado chinês nos primeiros quatro meses do ano e que duas fá- bricas nas províncias de Shangai e Changchou operam na sua capacidade máxima, mas sem conta da demanda dos chineses. A epidemia de Sars, a gripe asiática, ao invés de depreciar, estimulou as vendas de automóveis. Os chineses, atualmente, de acordo com o executivo, temem sofrer contágio da doença usando o transporte coletivo e preferem dirigir veículos individuais, como os modelos Santana, Polo e até o brasileiro Gol. A Volkswagen estima que o mercado automobilístico da China, que hoje absorve 2 milhões de unidades, ultrapasse 8 milhões em 2012. Neste contexto, a Volkswagen detém uma participação de mais de 40%, seguida pela General Motors e suas empresas associadas. Quando se fala em um mercado de mais de 400 milhões de potenciais consumidores já no ano de 2005, entende-se porque os investimentos das indústrias automobilísticas estão sendo direcionados para a China e não para a América Latina ou Brasil. Mulheres são mais detalhistas Público feminino tem exigências específicas A mulher está se tornando mais exigente e interessada quanto ao automóvel. Roberto Petersen, gerente de vendas da Panambra, conta que 40% dos clientes da autorizada são mulheres. Antes, elas ajudavam o marido a escolher o carro. Hoje, são elas que compram. Mais detalhistas, segundo o executivo, as consumidoras podem recusar um carro cujos bancos são revestidos por um tecido que não lhes agrada. Na hora da manutenção, a mulher requer atenção redobrada, disse o gerente de serviços da Panambra, João Pedro Wolff. “As mulheres desconfiam mais das palavras dos consultores”, ironiza. Ele ressalta que a revenda se preocupa com este tipo de cliente e já disponibiliza consultoras técnicas. Uma delas, Maria Luíza Camargo, afirma que a mulher é muito exigente com seu carro. “Na hora de retirá-lo da oficina, é detalhista na conferência dos serviços realizados. Em geral, carros de mulheres são mais conservados”, conclui. Para Gilson Nunes, gerente de vendas da Sinoscar, a consumidora exige serviços qualificados do pósvenda. “As mulheres confiam, mas não admitem ser traídas”, disse Nunes. As mulheres já constituem 40% do mercado automobilístico e suas escolhas se baseiam, segundo pesquisas de mercado feitas pelos fabricantes, em critérios diferentes dos masculinos. Para a mulher, a performance do motor é, geralmente, menos importante que o conforto interno, acabamento, beleza de design e impressão de solidez do carro. A nutricionista Marlene Madruga, dona de um Corsa, acha que o bom atendimento da revenda autorizada foi determinante em sua escolha. “Acho que a mulher é mais Motociclistas criticam condução irresponsável Roberto, Inês, Huber e Cláudio têm algo em comum. São motociclistas com no mínimo dez anos de experiência e prezam, sobretudo, o motociclismo seguro. Para o empresário Roberto Marshall, “os níveis crescentes de acidentes envolvendo motocicletas devem ser analisados não pelo veículo em si, mas pela imaturidade e despreparo de um grande número de motociclistas”. Proprietário de uma Cagiva 900 e participante de provas de resistência no Brasil e na América Latina, Marshall disse acreditar que os acidentes estão relacionados à atividade de motoboy. “Nesse meio ganha mais quem entrega mais, o que é uma completa distorção do uso seguro da motocicleta, pois quem roda 200 quilômetros por dia desgasta a si e ao equipamento, além de correr riscos”, critica. Para a nutricionista Inês Marshall, que usa uma Honda Bizz de 100 cm3, o aprendizado sobre a motocicleta deve ser lento e gradual, iniciando sempre por motos de me- detalhista e, por condicionamento cultural, dá mais importância aos pequenos detalhes, como a atenção e delicadeza nas relações humanas e comerciais”, avaliou. Já para a farmacêutica Márcia Kosminski, “o atendimento numa revenda é secundário. “O que interessa é que o carro seja confortável, possua um motor potente e tenha direção hidráulica e ar condicionado”, afirmou. Ela já foi proprietária de um carro popular e hoje tem um Tempra 1996, com os indispensáveis ar-condicionado e direção hi- dráulica, e que, segundo ela, transpira status e poder. Por sua vez, a professora Maria Helena Ramalho, acredita que de nada adianta comprar um zero quilômetro num longo financiamento e juros elevados que podem desestabilizar o proprietário. “Prefiro rodar em segurança num carro usado em bom estado de conservação do que assumir uma dívida de difícil resolução. Não me importo tanto com design quanto com solidez e segurança. Acho que, hoje, os carros estão cada vez mais frágeis”, concluiu. RENATO ROSSI / ESPECIAL / CP nor cilindrada. “Ando totalmente concentrada porque sei que qualquer desvio de atenção ou manobra brusca pode ser fatal. Infelizmente para os entregadores não há limites, tampouco atenção aos sinais externos que evitam o desastre. Quem dirige defensivamente analisa os movimentos dos demais motoristas”, enfatiza. Para o ex-campeão gaúcho de moto velocidade, Cláudio do Rosário, “a alta velocidade em duas ou quatro rodas só deve ser permitida em pistas de competição. “Competindo em Tarumã eu me sentia seguro a 230 quilômetros horários. Nas ruas, fico inseguro a 60 por hora. Quem quer sobreviver em duas rodas deve buscar muita informação em cursos de pilotagem e ser defensivo, sempre”, acrescenta. Já o publicitário Hubber, dono de uma Suzuki 900, afirma que “uma mente tranqüila significa uma pilotagem segura e consciente. Mas quem está pressionado sobre duas rodas tem um passaporte para o desastre nas mãos.” Usuários de motos atribuem os acidentes ao compoortamento dos motoboys