cliente. “Essa geração quer soluções completas”, diz o consultor da AD Consultores, de Novo Hamburgo (RS), Adriano Arthur Dienstmann. O marceneiro é profundo conhecedor do ‘como fazer’, mas pode haver certa dificuldade em lidar com este cliente. Para Nelson Audi, proprietário de O Marceneiro Arte e Decoração, em Taboão da Serra (SP), estes jovens sabem o que querem e têm uma ideia pronta na cabeça, “cabendo ao marceneiro entender e conduzir o trabalho para a melhor execução do projeto”. Opinião semelhante tem Jeferson Feltrin Spessoto, da Bello Móbile, em São Bernardo do Campo (SP), que complementa dizendo que eles “pesquisam muito antes da escolha e apresentam orçamentos feitos em outras empresas”. Muitas vezes o marceneiro conta com o serviço de um profissional que dá suporte para o projeto do cliente. “Este mercado está sofrendo grandes mudanças”, afirma Dienstmann. A nova relação se dá no tripé: clienteintermediário-marceneiro. No qual o intermediário pode ser o projetista, arquiteto ou o designer. A vantagem para o marceneiro é que o orçamento fica mais em conta e o projeto já vem pronto. “Os jovens têm dado mais valor ao trabalho do arquiteto e do designer e Simples e útil Os home offices estão sendo substituídos por webstations para aliar praticidade e comodidade. Mesmo morando com os pais, os jovens buscam conforto e acomodações para seus inúmeros equipamentos tecnológicos. Exemplo disto é o quarto do paulistano Vinícius dos Passos Claro, 25 anos, que mora com a mãe. Trabalhando como produtor mu- sempre que têm condições financeiras, preferem mandar fazer móveis personalizados”, constata Audi. O Núcleo de Estudos de Habitares Interativos, da Universidade de São Paulo – Nomads.usp, em São Carlos, trabalha com habitação, modos de vida e tendências do consumidor. O arquiteto e pesquisador da instituição, Fábio Abreu de Queiroz, explica que esta geração tem uma familiaridade maior com a tecnologia e com os aparatos eletrônicos e valoriza muito a comunicação rápida. “Eles são multitarefas, pois aprenderam a fazer um monte de atividades ao mesmo tempo: estudo, esporte, inglês, música. E hoje conseguem ver TV, falar ao celular, ouvir música e usar o computador, tudo no mesmo instante”, afirma o pesquisador. sical, aproveitou a mudança para o novo apartamento e fez os móveis de acordo com suas necessidades e interesses. Contando com a ajuda da irmã e arquiteta, Mayra Claro Nico, ele explica que “os equipamentos precisam ficar em simetria evitando as interferências”. O estúdio feito sob medida alia conforto e trabalho no mesmo ambiente. Acompanhando o desenvolvimento da tecnologia, os jovens levaram esse aparato tecnológico para o espaço doméstico e precisam de mobiliário que os comporte. Muitos ainda moram com os pais e aos poucos se preocupam em ter seu próprio espaço. “Por uma facilidade de acesso, de crédito e de renda, eles estão se estabelecendo no mercado profissional e passam a ter uma vida de acordo com seu estilo e maneira de morar”, destaca Queiroz. Exigências Por comodidade ou por falta de tempo, pois é uma geração que está efetivamente no mercado de trabalho ou dedicando-se aos estudos, os jovens da geração Y preferem contratar alguém que faça e resolva tudo. Não querem se dar ao trabalho de ficar Pesquisas sobre o perfil da Geração Y No mundo No Brasil A pesquisa “Young Adults Revealed”, ‘Jovens Adultos Revelados’, realizada pela empresa americana Synovate, a pedido da Microsoft, reuniu mais de 12 mil jovens entre 18 e 24 anos, de 26 países. A conclusão a que chegaram foi que a geração Y está preocupada com uma educação de qualidade e uma boa carreira. Tem como sua atividade preferida a companhia do parceiro. Mais da metade pratica esportes ou faz alguma atividade física com frequência. A maioria (41%) tem uma atitude de “esperar para ver” em relação à tecnologia. Não gostam de beber para ficar bêbados. Além disso, a coisa mais importante na vida destes jovens é a família, mas só 49% vivem na casa dos pais e valorizam muito as relações sociais reais. A empresa americana TNS Research International, realizou em 2010, em 11 regiões metropolitanas do Brasil, um estudo, denominado TRU Study, com 1,5 mil jovens nascidos entre 1980 e 1990. O que representa 14% da população. O estudo mostrou que 43% desses jovens pertencem à classe C. São aficionados por internet e TV, e gastam em média R$ 49 por semana. O dinheiro provém dos pais em 76% dos casos. E 84% dos entrevistados preferem estar com seus familiares na hora do lazer. Foi constatado que 81% possuem aparelho celular e 43%, computador. Mas, para atingi-los é preciso jogo de cintura e habilidade, pois ‘são um alvo móvel’. Por isso, as inovações precisam fazer parte do dia a dia de quem quer manter contato com essa importante fatia do mercado brasileiro. Eles têm muitas peculiaridades, são muito influentes e formadores de opinião dentro de casa. A Diretora de Marketing e Novos Produtos da TNS Research International, Luciana Piedemonte de Lima, diz que “o quarto é o universo desse público, tudo acontece ali, é onde têm privacidade e passam a maior parte do tempo. Ali eles têm tudo conectado: celular, jogos, música, computador, exatamente pela necessidade de uso intensivo de tecnologia”. 39