Figura 1 Tomada de Decisão na Gestão de Estoques
Fonte: NELLEMANN
Todo erro gerencial acaba gerando estoque.
Michael C. Bergerac
Presidente Executivo Revlon, Inc.
1
SUMÁRIO
1 LOGÍSTICAMENTE FALANDO ............................................................................ 3
2 OS CICLOS DE ATIVIDADES DA LOGÍSTICA .................................................... 3
3 A INTEGRAÇÃO DAS OPERAÇÕES DA LOGÍSTICA ........................................ 4
4 CUSTOS LOGÍSTICOS ......................................................................................... 5
4.1 Custos com Armazenagem ................................................................................. 5
4.2 Custos com Manuseio e Movimentação de Materiais ......................................... 6
4.3 Custos com Transportes ..................................................................................... 7
4.4 Custos de Oportunidade ..................................................................................... 7
4.5 Custos de Estoque .............................................................................................. 7
5 DETALHANDO ESTOQUES ................................................................................. 8
5.1 Tipos de estoque ................................................................................................. 8
5.2 Política de Estoque ........................................................................................... 11
5.3 A Função do Setor de Estoques........................................................................ 12
5.4 Termos Relacionados a Estoques..................................................................... 12
5.5 Tipos de Demanda ............................................................................................ 13
5.6 Análise dos estoques pelo método Peps versus Ueps ...................................... 13
5.7 Controle de Estoque.......................................................................................... 14
5.8 Ponto de Ressuprimento (Quando Pedir?) ....................................................... 14
5.9 Determinação do lote de compra (Quanto pedir?) ............................................ 15
5.10 Características Básicas do Controle de Estoques............................................. 15
5.11 Custos da operação de estocagem ................................................................... 15
5.12 Objetivos do Estoque ........................................................................................ 16
5.13 Previsão de Incertezas ...................................................................................... 16
5.14 Técnicas de Controle de Estoques.................................................................... 17
5.14.1 Método de Empurrar Estoques ................................................................... 17
5.14.2 Método de Puxar Estoques .......................................................................... 17
5.14.3 Curva ABC ..................................................................................................... 18
6 REFERÊNCIAS ................................................................................................... 23
2
1
LOGÍSTICAMENTE FALANDO
As empresas buscam gerar maior competitividade no seu negócio através de
ações que permitam diferenciá-la de seus concorrentes e/ou que reduzam seus
custos. A área de logística tem sido considerada importante para a estratégia
competitiva da empresa. Dentre as atividades da logística, uma das principais é a
gestão de estoques, que contribui para melhoria do nível de serviço e redução de
custos empresariais. O processo de administração de estoques pode ser utilizado
como ferramenta estratégica em uma organização. A melhoria dos processos de
gestão de suprimentos tem o papel de promover a eficiência das atividades
desenvolvidas no próprio setor, ao ponto de levar a uma redução de estoques e do
valor imobilizado, sem afetar o processo produtivo, trazendo vantagens competitivas
perante os concorrentes.
São as atividades que envolvem a movimentação e armazenagem, que
facilitam todo o fluxo de produtos, de bens ou serviços. Além da aquisição de
matérias-primas até o consumo final, a logística também engloba a atividade
relacionada ao fluxo das informações que possibilitam a colocação desses produtos
em movimento, propiciando o alcance de serviços necessários aos clientes com o
custo adequado. (BALLOU, 1995)
A logística é um fator indispensável para incrementar o comercio tanto
regional quanto internacional. Os sistemas logísticos eficientes e eficazes permitem
ao empreendedor reduzir significativamente os custos finais dos produtos,
propiciando a toda sociedade melhoria no padrão de vida. (LARRAÑAGA, 2003)
A logística empresarial estuda como a administração pode promover um melhor
nível de rentabilidade nos serviços de distribuição aos clientes e consumidores,
através do planejamento, organização e controle efetivo das atividades de
movimentação e armazenagem. (BALLOU, 2007)
Relativo à movimentação, são inúmeros os problemas, o qual se verá a seguir.
2
OS CICLOS DE ATIVIDADES DA LOGÍSTICA
Numa logística integrada, que vincula uma empresa a seus clientes e
fornecedores, onde está ocorrendo a transferência de produtos acabados, ocorrem
as ações inter-relacionadas de fluxo de materiais e fluxo de informações neste
processo. As operações podem ser divididas em três áreas de um conjunto de
componentes operacionais numa empresa: a distribuição física, o apoio à
manufatura e o suprimento. (BOWERSOX; CLOSS, 2007)
3
Figura 2: Integração Logística
Fonte: Ballou, 2011, p.35
3
A INTEGRAÇÃO DAS OPERAÇÕES DA LOGÍSTICA
A logística permeia todo o processo de movimentação dos materiais, desde
sua aquisição, seu armazenamento até a entrega ao cliente final. A logística trouxe a
concepção do conceito de agrupar todas as atividades que interferem no fluxo
produtivo e de serviços, permitindo administrá-las de forma interligadas no processo
administrativo visando atender de forma completa o consumidor final.
(LARRAÑAGA, 2003)
A logística é uma das fontes que contribui para a criação de valor para o cliente.
Quando todas as operações estiverem integradas, pode ser considerada como
competência-chave, podendo servir como apoio para o alcance de vantagens
estratégicas. (BOWERSOX & CLOSS, 2001)
Figura 3: Estrutura da Cadeia Integrada
Fonte: BOWERSOX; CLOSS, 2007, p.44.
4
4
CUSTOS LOGÍSTICOS
Os custos referentes ao item estoques são: custo de armazenagem, custo
com manuseio e movimentação de materiais, custos com estoques e custos com
transportes e os custos de oportunidade. (CHING, 2010)
4.1 Custos com Armazenagem
São todas as atividades envolvidas para se conservar os estoques de forma
organizada, abrange as questões de localização, dimensionamento da área, arranjo
físico, alocação de estoques, projeto de docas e configuração dos armazéns,
tecnologia de movimentação interna, estocagem e sistemas. (CHING, 2010)
De acordo com Fleury; Wanke; Figueiredo (2009, p. 262) “a grande maioria dos
custos de armazenagem – aluguel, mão-de-obra, depreciação de instalações e
equipamentos de movimentação – são fixos e indiretos”.
Figura 4: Custos de Armazenagem
Fonte: Bowersox; Closs (2001, p.237)
Segundo Dias (1995), o custo de armazenagem, anteriormente, parecia pequeno e
com pouca possibilidade de redução. Na realidade, era considerável, tendo-se em
vista que representava um meio de grande eficácia para diminuir os custos globais
da empresa, e, conseqüentemente, podia ser uma arma poderosa para enfrentar a
concorrência.
De acordo com Martins et al (2006, p. 177) “estoque custa dinheiro então à medida
que o estoque aumenta, aumentam os custos”.
5
Os custos podem ser de capital, de armazenagem e de risco. E são detalhados por
Arnold (1999, p. 274):
a) custos de capital: o dinheiro em estoques não está disponível para outras
utilizações e por isso representa o custo de uma oportunidade perdida: b) custos de
armazenamento: o armazenamento do estoque requer espaço, funcionários e
equipamentos. À medida que aumenta o estoque, aumentam também os custos: c)
custos de risco: os riscos de se manter um estoque são: obsolescência: perda do
valor do produto resultante de uma mudança no modelo, no estilo ou do
desenvolvimento tecnológico; - danos: estoque danificado enquanto é manuseado
ou deteriorado: estoque que apodrece ou se dissipa no armazenamento, ou cuja
vida de prateleira é limitada.
Afirma também o autor que a taxa de juros, o credito que a empresa tem na
praça, bem como a variedade de oportunidades relativa aos investimentos,
influenciam diretamente os custos relacionados ao capital. Os custos relacionados a
armazenamento possuem variação de acordo com o lugar e conforme o tipo de
armazenagem que se faz necessário. Já relativo aos custos de risco variam muito
dependendo do item.
È essencial uma boa administração do custo de armazenagem, e Dias (1997, p.
46), comenta sobre sua importância.
Entre os tipos que afetam de perto a rentabilidade da empresa, o custo da
estocagem ou armazenamento dos materiais sem dúvida nenhuma, é o que está
merecendo uma grande atenção do empresário. O custo de armazenagem,
anteriormente, parecia pequeno e com pouca possibilidade de redução. Na
realidade, era considerável, tendo-se em vista que representa um meio de grande
eficácia para diminuir os custos globais da empresa, e, conseqüentemente, podia
ser uma arma poderosa para enfrentar a concorrência.
Para se calcular o custo de armazenagem, Dias (1997, p. 46), utiliza a seguinte
expressão:
Q
2T  P  i
Q = quantidade de material em estoque no tempo considerado;
P = preço unitário do material;
i = taxa de armazenamento expressa geralmente em termos de porcentagem do
custo unitário;
T = tempo considerado de armazenagem.
O gestor deve ter presente que a gerencia eficaz de estoque pode minimizar
os custos, necessitando para tanto traçar estratégias para este gerenciamento.
(DIAS, 1997)
Custo de Armazenagem 
4.2 Custos com Manuseio e Movimentação de Materiais
Este tipo de atividades absorve todos os custos relacionados com o
deslocamento dos materiais dos almoxarifados para linha de produção e ate mesmo
a movimentação interna dos produtos. Estes custos aqui envolvidos são os de mão
de obra, de manutenção e depreciação dos equipamentos de movimentação.
(CHING, 2010)
Duas alternativas viáveis para reduzir a movimentação são:
6
Organização de layout por produto: os equipamentos ou funções são
organizados com maior proximidade em fluxo contínuo como linha de montagem;
Organização de layout por célula: as maquinas são colocadas de forma seqüencial
para produzir uma peça por vez. (CHING, 2010, p. 191)
4.3 Custos com Transportes
Os custos de transporte para Ching (2010) referem-se a todos os gastos gerados
com a movimentação de materiais fora da empresa, porém também podem
acontecer em transferências entre plantas. Por isso no custo de transporte devem
considerar-se as seguintes características:
Característica do produto: aspecto como volume, densidade, formato, manuseio e
valor são levados em consideração;
Característica do mercado: aspecto como localização, graus de concorrência,
equilíbrio do tráfego de cargas e sazonalidade. (CHING, 2010, p. 195)
4.4 Custos de Oportunidade
Contempla o resultado que a empresa deixa de absorver por imobilizar seu capital
em estrutura física, máquinas e equipamentos e os veículos para movimentar os
estoques. (CHING, 2010)
Quanto maiores os juros reais no país, maior será o custo de oportunidade de deixar
de ganhar com juros financeiros. Ou, mais importante, deixar de ganhar investindo
este capital no negócio produtivo da empresa. Este custo é considerado invisível,
pois não aparece no demonstrativo de resultados e as pessoas não o sentem no
bolso. Torna-se visível no momento em que falta dinheiro para as empresas
pagarem suas contas, dinheiro esse que está imobilizado. (CHING, 2010, p. 198)
4.5 Custos de Estoque
Pozo (2007, p. 44) afirma que “é notório que todas as organizações de
transformação devem preocupar-se com o controle de estoque, visto que
desempenham e afetam de maneira bem definida o resultado da empresa”.
Estoques custam caro. Além do impacto financeiro, estoques também causam
custos operacionais relacionados à sua movimentação e estocagem.
Esses custos, se somados, consomem uma importante fatia da receita de vendas da
empresa. Especialistas estimam que o custo de manutenção de estoques atinja
cerca de 20-25% do valor do estoque médio anual das empresas (NEVES, 2007).
Segundo Ballou (2006, p.272) “o custo de manutenção desses estoques pode
representar de 20 a 40% do seu valor por ano. Por isso mesmo, administrar
cuidadosamente o nível de estoques é economicamente sensato”.
7
5
DETALHANDO ESTOQUES
De acordo com Ballou (2006), estoques não passam de acúmulos de
materiais-primas, suprimentos, componentes, materiais em processo e produtos
acabados em um número considerado, existentes em toda cadeia de suprimentos,
conforme figura abaixo
Figura 5: Estoques localizados em todos os níveis do canal de suprimentos
Fonte: Ballou (2006, p. 272)
5.1 Tipos de estoque
De acordo com Viana (2002, p. 52), há vários tipos de classificação que deve ser
analisada no todo, visando propiciar decisões e resultados que contribuam para
atenuar o risco de falta.
Viana (2002, p. 52): demonstra a principal classificação por tipo de demanda,
identificando suas ramificações:
Figura 6: Classificação por tipo de demanda
Fonte: Viana (2002, p. 53)
Segundo Pozo (2007, p. 41), “há diversos tipos de estoques, que podem ou não ser
mantidos em um ou diversos almoxarifados”. O autor destaca cinco tipos de
estoques que as empresas ou organização possuem:
8





Matéria-prima;
Materiais auxiliares;
Manutenção;
Intermediário;
Produtos acabados.
Pozo (2007), afirma que matéria-prima é o material básico que irá receber
um processo de transformação dentro da fábrica, para posteriormente entrar no
estoque acabado como produto final. Pode ser um laminado de aço, uma chapa, um
tarugo fundido, uma madeira, uma resina, uma peça comprada entre outros.
Resumindo, são todos os materiais que agregam valor ao produto, fazendo parte
integrante de seu estado. Podem ser também itens comprados prontos ou já
processados por outra unidade ou empresa.
Materiais auxiliares são os que participam do processo de transformação da
matéria-prima dentro da fábrica, tais como: rebolos, lixas, óleos, ferramentas etc. É o
material que ajuda e participa na execução e transformação do produto, porém não
se agrega a ele. É imprescindível no processo de fabricação. (POZO, 2007).
Manutenção são peças que servem de apoio à manufatura dos
equipamentos e edifícios, tais como rolamentos, parafusos, peças, ferramentas etc.
Normalmente, aqui estão também os materiais de escritório, usados na empresa
(papel, caneta etc.). (POZO, 2007).
Intermediário são peças em processo (WIP – Work in Process), esses
estoques podem ser restritos ou não, isto é, possuir espaços delimitados e
controlados; por isso têm um fator altamente influente no custo do produto.
Compõem esses almoxarifados as peças que estão em processo de fabricação, ou
em subconjuntos, que são armazenadas para compor o produto final. O volume
desse estoque é normalmente resultante de planejamento do estoque de matériaprima e do planejamento da produção. (POZO, 2007).
Produtos acabados é o estoque dos produtos prontos e embalados que
serão enviados aos clientes. O resultado do volume desse estoque é função da
credibilidade de atendimento da empresa e do planejamento dos estoques de
matéria-prima em processos. Percebe-se que, à medida que os estoques de entrada
e em processo aumentam esse estoque também aumenta. Seu bom planejamento e
controle também são de suma importância, visto que todo material parado em
estoque está onerando o custo do produto, além de possuir forte propensão à
obsolescência. (POZO, 2007).
Cada um desses tipos de estoques possui motivos próprios para que as empresas
invistam na sua manutenção.
Essas alternativas de manutenção de estoques representam soluções para
problemas como flutuação nos preços das matérias-primas, demanda inesperada
pelo produto, e paralisação não-planejada das máquinas e dos trabalhadores
envolvidos no processo, por exemplo. (ROGERS et al. , 2004)
Inúmeros avanços tem se concretizado com o intuito de reduzir os estoques, tanto
pela adoção de praticas Just-in-time, tanto quanto o de compensação dos prazos de
respostas rápidas, ou a cooperação mutua ao longo dos canais de abastecimentos.
Mesmo assim, o investimento anual com estoques dos mais diversos fabricantes,
varejistas ou atacadistas, gira em torno de 12% do PIB (Produto Interno Bruto dos
EUA). (BALLOU, 2006)
A existência de estoques proporciona consideráveis economias ao permitir
operações dos processos produtivos mais prolongados e equilibrados;
9
Possibilita através da existência dos estoques economia relativo ao item compras
e transporte;
Compra antecipada condiciona o comprador adquirir quantidades superiores as
adquiridas pelo mercado, pelos preços atuais ou com desconto. Devido às
inconstâncias dos prazos necessários para a produção e para o transporte das
mercadorias ao longo dos mais variados canais de suprimentos que poderia
provocar incertezas com certos impactos que refletem sobre os custos operacionais
e também sobre os níveis do serviço prestado aos clientes; Os acontecimentos não
planejados e nem antecipados afetam os sistemas logísticos, como greves
trabalhista, aumento da demanda, através dos abastecimentos e outros.
Dessa forma, a manutenção de um determinado nível de estoques em alguns
canais de suprimentos permite que o sistema continue a operar durante algum
tempo, sem ser afetado pelas inconstâncias que as empresas possam ver e pensar.
(BALLOU, 2006).
Segundo Viana (2002), a redução do estoque em quantidades mínimas ou
evitar sua formação reduz consideravelmente às despesas, mais em contra partida,
aumenta os riscos referente à qualquer tipo de sazonalidade que possa ocorrer com
a demanda. Este fato pode gerar insatisfação nos usuários.
Segundo Viana (2002) os principais motivos que geram estoques
permanentes para o consumo imediato no atendimento do consumo interno bem
como nas vendas das empresas são:
 Necessidade em garantir a continuidade operacional;
 Incerteza na demanda futura ou sua importância alem da variação ao longo
de todo o planejamento;
 Capacidade de disponibilizar em tempo imediato os materiais necessários
aos fornecedores e cumprimento em relação aos prazos de entrega.
Reforçando a necessidade de permanecer com o estoque, Viana (2002, p.
116) afirma:
A impossibilidade de terem-se os materiais em mãos na
ocasião em que as demandas ocorrem;
a) Benefícios obtidos em função das variações dos custos
unitários (esta razão torna-se altamente significativa em
economia inflacionaria, quando a manutenção de elevados
estoques de materiais estratégicos poderá, até determinado
limite, beneficiar o detentor);
b) Redução da freqüência dos contatos como o mercado externo
tem muitas vezes é prejudicial a atuação formal do órgão
comprador;
c) Segurança contra os riscos de produção do mercado
fornecedor.
De acordo com Ching (2008) os riscos e benefícios da obtenção do estoque
devem ser altamente medidos. Ao mesmo momento que quanto maiores forem os
níveis de estoque, maiores serão os custos de manutenção, por outro lado, quanto
maiores forem as quantidades solicitadas, menos pedidos serão feitos, em
conseqüência, menores serão os custos decorridos desses pedidos. O objetivo do
planejamento da obtenção do estoque é encontrar a medida em que o suprimento
minimize os custos.
Os argumentos favoráveis à aquisição do estoque são inúmeros. Contudo
alguns críticos contestam a sua manutenção. Para eles o estoque nada mais é que
10
um desperdício, na qual, é destinado a ele capital que poderia ser utilizado para
incrementar a produtividade e a competitividade, sendo que o estoque não contribui
com valor direto aos produtos, mesmo eles armazenando valor. (BALLOU, 2006).
Segundo Ching (2008) são diversos motivos que levam ao estoque dos produtos.
Seja ele para acomodar as variações nas demandas, por produzir lotes econômicos
em volumes substancialmente superiores ao necessário, ou então por não correr o
risco de perder vendas. No entanto, Ching (2008 p. 32) descreve o que esses
“fatores acarretam para as empresas: custos mais altos de manutenção de
estoques; falta de tempo na resposta ao mercado; e risco do inventario tornar-se
obsoleto”.
Dessa forma, é inquestionável como o controle de estoque exerce influencia
na rentabilidade da empresa. O aumento na rotatividade do estoque, libera o ativo e
passa a economizar o custo da manutenção do inventario. (CHING, 2008)
“O estoque absorve capital que poderia estar sendo investido de outras maneiras,
desviando fundos de outros usos potenciais e tem o mesmo custo de capital em
qualquer outro projeto de investimento da empresa” (CHING, 2008, p.92).
De acordo com Bowersox; Closs; Cooper (2008, p.30) são poucas empresas
que possuem capacidades de sustentar as estratégias de estoque, “o objetivo de
uma estratégia de estoque é conseguir o desejado serviço ao cliente com o mínimo
de investimentos de estoque. O excesso de estoque pode compensar deficiências
no projeto básico de um sistema logístico, mas acaba resultando em um custo
logístico mais alto que necessário”.
As formações dos estoques, nos sistemas tradicionais, dependem de fatores
internos e externos para as empresas. As influencias externas propiciam
internamente alguns conflitos de interesses entre produção, materiais e o financeiro.
(VIANA, 2002)
Direcionando esses fatores internos, podem-se apresentar os considerados
mais importantes. (VIANA, 2002 p.122)
a) Necessidade de espaço para armazenamento; b) Possibilidade de deterioração
do material armazenado; c)
Capital empatado em sua manutenção; d) variação
das quantidades consumidas, e) disponibilidade imediata, f) e risco de falta que
prejudique a produção, com perdas de vendas e clientes.
Além destes, as influencias externas também são consideradas fatores
redundantes na formação dos estoques: “a segurança contra riscos de produção
(greves); o cumprimento dos prazos de entrega (distancia dos fornecedores); e a
disponibilidade de mercado (fornecedor exclusivo, escassez)” (VIANA 2002, p.122).
5.2 Política de Estoque
`
Consiste em normas sobre o que comprar ou produzir, decisões sobre
posicionamento e alocações de estoque em fábricas e centros de distribuição.
Na economia adversa, é de grande importância que os gerentes de materiais se
adéqüem para atender as necessidades do mercado que são: as variações dos
preços de venda dos seus produtos acabados e das matérias-primas.
As necessidades de reposição de estoque em regimes de inflação ocasionam
problemas, pois o volume de vendas tende a cair e por conseqüência os preços
sofrem reajuste constantes, ocorrendo diminuição na margem de lucro, ocasionada
pela variação da demanda na sua linha de produtos (DIAS, 2008)
11
Nosso objetivo é demonstrar quão importante é o planejamento de estoque
para o resultado financeiro de uma empresa, e visualizar seu alto impacto no custo
do produto. Dentro das múltiplas atuações do planejamento dos estoques e pelo fato
de sua atual configuração estar acompanhando pari passu1 os volumes e projeções
de vendas e o processo de manufatura, é imperioso que o sistema seja atualizado
constantemente e que tenha a flexibilidade para acompanhar as constantes
mudanças de mercado (POZO, 2007, p.40)
5.3 A Função do Setor de Estoques
O estoque ideal seria de acordo com a colocação dos pedidos pelo cliente, ou seja,
produzir conforme encomenda do cliente, com isso não formaria estoques para
vendas futuras, mesmo sabendo que muitas vezes isto não é possível.
(BOWERSOX; CLOSS, 2001)
Conforme Bertaglia (2003, p.319), “[...] a formação de estoques está
relacionada ao desequilíbrio existente entre a demanda e o fornecimento”.
5.4 Termos Relacionados a Estoques

Nível de Serviço ao Cliente – Pode ser definido em termos de tempo de ciclo
de pedido, de percentagens de quantidade atendidas ou a combinação
desses objetivos.

Estoque médio – Compreende a quantidade de materiais, componentes,
estoques em processo e produtos acabados, normalmente mantidos em
estoque. É formado pelos estoques básico, segurança e em transito.
Figura 7: Alternativas de quantidades pedidas e estoque médio
Fonte: Bowersox; Closs, 2001, p. 231

1
Estoque básico – É a porção do estoque médio que se recompõe pelo
processo de ressuprimento. O pedido de ressuprimento deve ser emitido
significa "em igual passo", "simultaneamente", "a par", "ao mesmo tempo"
12
quando o estoque disponível ainda é maior ou igual à demanda de clientes a
atender durante o prazo de ressuprimento.

Estoque de Segurança – É destinado a armazenar o impacto de incertezas. É
utilizado quando há demanda mais alta do que a esperada, ou os pedidos de
ressuprimento mais longos.

Estoque em transito – Representa o estoque que se encontra em viagem ou
aguardando transporte já sobre veículos. As complexidades que eles
representam são: pagamento sem o estoque estar disponível e a falta de
informações sobre a localização dos veículos, sobre a data e a hora da
chegada. Este fato está sendo minimizado com as comunicações por satélite.
5.5 Tipos de Demanda
Uma forma eficiente de separar os estoques é dividi-lo por tipo ou classe,
desta forma facilita o controle. Uma forma dinâmica de separação é segundo a
natureza da demanda, que pode ser, permanente, sazonal, irregular, em declínio e
derivada. (BALLOU, 2011)
Demanda permanente: Quando não existem grandes picos ou vales no consumo
ao longo do tempo. Exemplo: creme dental. (BALLOU, 2011)
Demanda sazonal: São produtos com ciclo anual de demanda, ou seja, necessários
em um determinado momento específico do ano. Exemplo: enfeites de natal.
(BALLOU, 2011)
Demanda irregular: os estoques devem ser baseados nas expectativas de vendas
em curto prazo, possuem diversos picos durante um ano. O mais seguro é manter
apenas um estoque de segurança. Exemplo: Artigos de moda. (BALLOU, 2011)
Demanda em declínio: o declínio normalmente é gradual, e seus estoques são
consumidos pouco a pouco com o tempo. Exemplo: peças de reposição de carros
fora de produção. (BALLOU, 2011)
Demanda derivada: vai depender da previsão de venda do produto matriz, e seu
estoque também é derivado. Exemplo: pneus, pois o carro é o produto matriz, e o
pneu é derivado. (BALLOU, 2011)
5.6 Análise dos estoques pelo método Peps versus Ueps
Os métodos utilizados nas avaliações dos estoques influenciam no resultado
da empresa. Um dos métodos utilizados por muitas empresas é o método PEPS
(primeiro a entrar, primeiro a sair) e UEPS (último a entrar, primeiro a sair). Qualquer
um dos dois métodos irá influenciar nos custos dos bens vendidos.
Martins et al. (2006, p. 216) detalham os métodos PEPS E UEPS, assim definidos.
Avaliando-se o estoque pelo método primeiro que entra primeiro a sair
(PEPS), analisa-se o estoque pela ordem cronológica das entradas dos materiais.
Sai o material que foi estocado em primeiro lugar, sendo substituído pela mesma
ordem cronológica em que foi recebido. Utilizando-se o método último a entrar,
primeiro a sair (UEPS) para análise de estoques, considera-se que devem em
primeiro lugar sair às últimas peças que entraram no estoque, o que faz com que o
saldo do estoque seja avaliado pelo preço das últimas entradas.
13
A análise PEPS, ou seja, a primeira peça que entra será a primeira a sair,
utiliza os preços bem aproximados dos de mercado consumista, com a vantagem de
ter sempre um estoque renovado. Enquanto que a UEPS, Martins et al. (2006, p.
216), ressaltam: é o método mais adequado em períodos inflacionários, pois
uniformiza o preço dos produtos em estoque para a venda no mercado consumidor.
5.7 Controle de Estoque
Controlar estoques diariamente faz-se necessário para o comprimento da
política da empresa. Esse controle abrange a disponibilidade, localização e a
rotatividade que o estoque teve no decorrer do tempo. Estes procedimentos podem
ser feitos manualmente e com a ajuda de um computador. O diferencial entre os dois
procedimentos são a velocidade, a precisão e os recursos financeiros despendidos
para este tipo de atividade (BOWERSOX; CLOSS, 2001)
Bowersox; Closs (2001, p.255) afirmam que:
Para implementar as políticas desejadas de gerenciamento de estoques,
torna-se necessário desenvolver procedimentos de controle, que definam a
freqüência segundo a qual os níveis de estoques são examinados e comparados
com parâmetros de ressuprimento, ou seja, quando e quanto pedir.
5.8 Ponto de Ressuprimento (Quando Pedir?)
O ponto de ressuprimento determina quando devem ser iniciadas as atividades de
ressuprimento.
A fórmula básica de ponto de ressuprimento é:
PR = D x T
Em que:
PR= ponto de ressuprimento em unidades de produto
D= demanda diária média
T= duração média do ciclo de atividades
Ex; Para uma demanda de 10 unidades por dia e um ciclo de atividades de 20 dias
teremos:
PR = 10 x 20 = 200 unidades.
Esta abordagem é adequada quando se conhece o ciclo de atividades. Com as
incertezas é necessário a formação de um estoque regulador denominado de
estoque de segurança. Tem-se então a representação:
PR = D x T+ ES
Em que:
PR= ponto de ressuprimento em unidades de produto
D= demanda diária média
T= duração média do ciclo de atividades
ES = Estoque de segurança em unidades
14
5.9 Determinação do lote de compra (Quanto pedir?)
O principio que rege a determinação de lotes de compra visa o equilíbrio entre
o custo de manutenção de estoque e o custo de emissão e colocação de pedidos
aos fornecedores.
O lote econômico de compra – LEC é a quantidade do pedido de
ressuprimento que minimiza a soma do custo de manutenção de estoques e de
emissão e colocação de pedidos.
√
LEC= Lote econômico de compras
C0 = Custo de emitir e colocar um pedido
Ci = Custo anual de manutenção de estoque
D = volume anual de vendas, em unidades
U = custo por unidade
Entrando com os dados da tabela 1
√
√
Volume de demanda anual
Custo unitário
Percentagem de custo de manutenção de estoque
Custo de emissão e colocação de pedido
2.400 unidades
$ 5,00
20% ao ano
$ 19,00 por pedido
Tabela 1: Fatores para determinação do lote econômico de compra
Fonte: Bowersox; Closs (2001, p.237)
5.10 Características Básicas do Controle de Estoques
Independente do tipo de material que se trabalha, há características comuns a
todos os tipos de estoques, que seriam: os custos; os objetivos do inventário e a
previsão de incertezas. (BALLOU, 2011)
5.11 Custos da operação de estocagem
Segundo Ballou (2011), há três custos básicos que envolvem a operação de
estocagem: custos de manutenção de estoques, custos de reposições ou compras,
e os custos de faltas de estoques.
15
Custos de manutenção de estoques: envolve todos os gastos necessários
para manter certa quantidade de produto parado, por determinado período de
tempo. (BALLOU, 2011)
Custos de reposições ou compras: estão associados ao processo de
aquisição das quantidades requeridas para reposição do estoque. Neste custo entra
todos os gastos para fabricação do produto, transporte, envio de pedido, e o preço
do produto em si. (BALLOU, 2011)
Custos de faltas no estoque: quando se deixa faltar determinado produto no
estoque, corre-se três grandes riscos, primeiramente, o fornecedor pode cobrar um
valor maior pelo pedido em caráter de urgência, em segundo lugar, pode haver
atrasos na entrega do produto final ao consumidor, gerando descontentamentos, e
por fim e mais danoso ao negócio, pode ocorrer o cancelamento do
pedido.(BALLOU, 2011)
Todo e qualquer armazenamento de material gera custos que
são: juros, depreciação, aluguel, equipamentos de
movimentação, obsolescência, seguros, salários, conservação,
deterioração. (DIAS, 1995, p. 43).
5.12 Objetivos do Estoque
Ballou (2011) ressalta que conhecer profundamente os objetivos de estoque
é fundamental para estabelecer os níveis de estoque e sua localização. O
planejamento logístico deve definir os objetivos de custos, com metas claras de
quanto à empresa pretende (ou pode), dispensar de capital para deixar imobilizado,
o os objetivos de nível de serviço, ou seja, quantos pedidos serão atendidos apenas
com material de estoque, e quantos serão produzidos para o atendimento de seus
clientes. Este quesito influenciará diretamente nos custos de estocagem e na
rapidez que os pedidos serão atendidos, por esta razão deve ser muito bem
planejado.
Para Dias (2008, p.19) “o objetivo, portanto, é otimizar o investimento,
aumentando o uso eficiente dos meios financeiros, minimizando as necessidades de
capital investido em estoques”.
5.13 Previsão de Incertezas
Controlar os níveis de estoque é algo muito incerto, pois não se tem uma
certeza de como será a demanda de cada item, para deixar ainda mais complexo,
não se sabe quanto tempo levarão para chegar os suprimentos para abastecer os
inventários. Por esta razão, uma importante consideração na gestão de estoques é a
previsão de vendas futuras e a estimativa dos tempos de ressuprimento, desde a
colocação do pedido até a chegada do material. (BALLOU, 2011)
Embora as considerações básicas sobre os estoques sejam facilitadas
quando tratadas sob condições de certezas, a formulação de políticas de estoque
deve realisticamente levar em conta as incertezas. Por isso é importante assinalar
16
que uma das principais funções do gerenciamento de estoque é evitar ocorrências
de faltas. (BOWERSOX; CLOSS, 2001, p.242)
5.14 Técnicas de Controle de Estoques
Existem diversas técnicas e métodos para o controle de estoque. Entre eles
será citado: o método de empurrar estoques, puxar estoque e a curva ABC.
Atualmente os estoques das empresas fazem parte de estratégias integradas de
gerenciamento, na qual, inclui políticas e procedimentos para poder determinar os
locais adequados de armazenamento, juntamente com os melhores prazos e
quantidades de suprimento. São através desses processos de desenvolvimento de
estratégias que as empresas obtêm métodos para aperfeiçoar a deficiência do
gerenciamento dos estoques. (BOWERSOX & CLOSS, 2001)
5.14.1
Método de Empurrar Estoques
Um dos métodos mais utilizados na pratica do gerenciamento de estoques é o
procedimento de “empurrar estoque”. Esse método é muito utilizado na gestão de
investimento, principalmente quando há mais de um propósito no sistema de
distribuição. A prática de empurrar estoques consiste em alocar estoques aos
armazéns de acordo com a necessidade esperada (BALLOU, 2011).
Esse método de estoque deve responder a algumas questões básicas: “quanto
estoque deve ser enviado para cada deposito? Como alocar as sobras do balanço
entre oferta (produção) e demanda entre os diversos armazéns”. (BALLOU, 2011, p.
218)
5.14.2
Método de Puxar Estoques
Segundo Ballou (2011) o estoque pode ter um controle bem apurado se cada
local de armazenagem for tratado separadamente do outro. É necessário apenas
que se mantenha um estoque necessário para atender a demanda de um
determinado ponto. Dessa forma, as quantidades que forem mantidas podem se
tornar menores no método de puxar estoques do que no método de empurrá-lo.
Entretanto para sistemas com múltiplos depósitos, os pedidos de reposição dos
armazéns individuais podem ser emitidos a qualquer momento, sem levar em conta
possíveis efeitos dos tamanhos de lote ou de sequenciação dos pedidos na
eficiência da produção ou do transporte. (BALLOU, 2011, p. 219)
De acordo com Ballou (2011) um dos sistemas de puxar estoque mais comum
é o método de estocagem por demanda, na qual e de fácil entendimento e são bem
executados. Além do estoque por demanda, o ponto de reposição é fundamental,
pois seu objetivo é manter investimento ótimo em estoque, reduzindo o estoque ao
mínimo possível. Outra diferente pratica de estocagem é a política conhecida como
“duas gavetas”, na qual o estoque passa a ser dividido em duas partes, a demanda
utiliza a primeira gaveta, e quando se inicia a segunda, é conseqüentemente gerado
um novo pedido de ressuprimento, sendo que o ponto de reposição deve ter a
mesma quantidade a ser utilizada da segunda gaveta.
17
Figura 8 Controle de Estoques empurrados e puxados
Fonte: Ballou (2006, p. 276)
5.14.3
Curva ABC
.
A metodologia da curva ABC é baseada no método cuja fundamentação é
utilizada para aplicação de qualquer situação em que seja possível e necessário
estabelecer prioridades, na qual uma determinada tarefa a ser cumprida é mais
importante que outra. A soma das partes dessa tarefa tem importância mais elevada,
representando uma grande parcela das obrigações totais. (VIANA, 2002)
Segundo Rodrigues (2003, p.47) a curva ABC teve a seguinte origem:
Ao final do século XIX, conduzindo um estudo sobre renda e riquezas nas nações, o
economista italiano Vilfredo Pareto observou que, em 98% dos casos analisados,
cerca de 80% da renda total gerada restringia-se a 20% da população,
estabelecendo então um principio, que chamou ABC. A partir da constatação de
que, mesmo sendo apenas uma correlação aproximada, esse principio era valido
para facilitar processos decisórios em diferentes situações, Pareto e outros
desenvolveram inúmeras aplicações para a curva ABC, tanto conhecida como curva
de Pareto, que continua amplamente utilizada na gestão empresarial moderna.
Quaisquer que seja a maneira de estocar, tanto o capital nos estoques como
os custos operacionais podem ser reduzidos, se cada item for tratado de forma
diferente mantendo disponibilidades distintas para satisfazer os clientes. Alem do
fato de que, o marketing não é uniforme para toda a gama de produtos de uma
determinada linha, alguns produtos possuem maior concorrência, outros apresentam
maior rentabilidade e há os clientes que exigem melhor nível de serviço. Cada
produto deve ser classificado de acordo com requisitos determinantes, antes de ser
estabelecida a política adequada de estoque (CHING, 2008).
De acordo com Viana (2002, p.64) ”após ordenados pela importancia relativa,
as classes da curva ABC podem ser assim definidas”:
18
Classe A: os grupos considerados como mais importantes, na qual devem ser
tratados com diferencição;
Classe B: os grupos na qual os itens são considerados intermediarios às
classes A e C;
Classe C: aqueles grupos de itens que sao considerados menos importantes,
justificando menor atençao. (VIANA, 2002).
A classificaçao de produtos e mercados tem o objetivo de identificar e
aperfeiçoar os trabalhos de gerenciamaneto de estoque. Essa classificaçao de
produtos e mercados é conhecida como classificaçao ABC, na qual tem por
finalidade agrupar os produtos e mercados com semelhantes caracteristicas,
justificando dessa forma que, nem todoas os produtos e mercados tèm a mesma
importancia: (BOWERSOX & CLOSS, 2001)
Para Dias (2008, p. 83) “A curva ABC é um importante instrumento para o
administrador; ela permite identificar aqueles itens que justificam atenção e
tratamento adequados quanto a sua administração”.
“A curva ABC tem sido usada para a administração de estoques, para definição de
políticas de vendas, para o estabelecimento de prioridades, para a programação de
produção e uma série de outros problemas usuais nas empresas”. (DIAS, 2008, p.
83)
De acordo com Martins & Campos (2006, p. 211)
A analise ABC é uma das formas mais usuais de examinar estoques. Essa analise
consiste na verificação, em certo espaço de tempo (normalmente 6 meses ou 1
ano), do consumo, em valor monetário ou quantidade, dos itens de estoque, para
que eles possam ser classificados em ordem decrescente de importância. Aos itens
mais importantes de todos, segundo a ótica do valor ou da quantidade, dá-se a
denominação itens classe A, aos intermediários, itens classe B, e aos menos
importantes, itens classe C.
Até o momento, segundo Martins e Campos (2006), não existe uma forma
que é totalmente aceita, relativa ao percentual dos itens pertencentes a classe A, B
ou C. Os itens A são os que mais significam em relação ao valor movimentado dos
estoques, girando em torno de 35% a 70%. Os itens classificados como B variam em
torno de 10% a 45% e os itens C o restante.
“A experiência demonstra que poucos itens, de 10% a 20% do total, são da classe A,
enquanto uma grande quantidade, em torno de 50% são da classe C e 30% a 40%
são da classe B”. (MARTINS & CAMPOS, 2006, p. 211)
De acordo com Ballou (2006, p. 305)
A importância em diferenciar os produtos em categorias “[...] faz sentido uma
vez que nem todos os produtos têm importância igual para a empresa em termos de
vendas, margens de lucro, fatia do mercado ou competitividade [...] torna se possível
atingir metas de serviço com níveis de estoque menores do que com uma política
única aplicada conjuntamente a todos os produtos.
A classificação do estoque pela curva ABC é baseado em uma serie de
medidas, das quais as mais comuns são vendas, contribuição ao lucro, valor do
estoque, taxa de uso e natureza do item. Esse processo de classificação ordena os
produtos e mercados de maneira que cada um se agrupe aos demais itens
semelhantes. (BOWERSOX, CLOSS, & COOPER, 2008)
Os produtos são classificados em ordem decrescente de acordo com o
volume de vendas de modo que os produtos de alta rotatividade são listados em
primeiro lugar, seguido dos de baixa rotatividade. A classificação por volume de
19
vendas é um dos métodos mais antigos de estabelecimentos de políticas seletivas
de estoque. Para a maioria das aplicações de marketing ou logística, um pequeno
percentual das entidades é responsável por um alto percentual de volume. Essa
operacionalização normalmente é chamada de regras dos 80/20 ou lei de Pareto. A
regra dos 80/20, que se baseia em amplas observações, declara que, em uma
empresa típica, 80% do volume de vendas normalmente se refere a 20% dos
produtos. (BOWERSOX, CLOSS, & COOPER, 2008, p. 176)
No setor de planejamento e controle de produção da empresa, há preocupação em
obter com maior freqüência o controle dos itens classificados como A, a serem
produzidos, já as matérias-primas classificadas como B e C, recebem menor
atenção (BALLOU, 1993).
Para calcular a representatividade de cada item em estoque, basta multiplicar
o consumo anual de cada item por seu respectivo custo. Em seguida, listar em
ordem decrescente de valor e calcular o percentual relativo de cada item em relação
ao custo total do estoque (100%) (CHING, 2010, p. 31)
De acordo com Rodrigues (2003) a curva ABC deve ser periodicamente reavaliada,
pois a demanda para cada item pode variar com o tempo e o estoque,
principalmente pelo desenvolvimento tecnológico crescente, pode se tornar obsoleto.
Devem-se seguir quatro passos, para a confecção da análise ABC, segundo
Martins e Campos (2006).
Inicialmente deve-se fazer um levantamento de todos os itens com os dados
relativos a quantidade, preço unitário e total. Em seguida colocar os itens em uma
tabela com os preços totais em ordem decrescente. A tabela deve possuir colunas
onde conste: “item, nome ou número da peça, preço unitário, preço total do item,
preço acumulado e porcentagem”, afirmam Martins; Campos (2006, p. 93). Após a
inserção dos valores deve-se fazer a divisão do valor total de cada item pela
somatória do mesmo e colocar na próxima coluna a porcentagem obtida. Por fim os
itens serão classificados em A B C de acordo com a prioridade e o tempo disponível
para a tomada de decisão sobre o mesmo. (MARTINS E CAMPOS, 2006).
Abaixo é exemplificado a montagem de uma curva ABC, segundo Martins e
Campos (2006).
Material
Preço Unitário (R$)
A
B
C
D
E
F
G
H
I
J
25,00
16
50
100,00
0,15
0,01
8,00
2,00
70,00
5,00
Quadro 1: Dados para a montagem de uma curva ABC
Fonte: Adaptado de Martins e Campos (2006, p. 94)
20
Consumo
Unidades
200
5.000
10
100
200.000
100.000
1.000
20.000
10
60
Anual
em
Com base nos dados acima a montagem da curva ABC
Item
B
H
E
D
G
A
F
I
C
J
Preço Consumo Valor/Mês R$
Unitário Anual em
Total
(R$)
Unidades Total
Acumulado
16
5.000
80000 80000
2
20.000
40000 120000
0,15
200.000 30000 150000
100
100
10000 160000
8
1.000
8000
168000
25
200
5000
173000
0,01
100.000 1000
174000
70
10
700
174700
50
10
500
175200
5
60
300
175500
%
46
68
85
91
96
99
99
100
100
100
Classificação
A
B
C
Quadro 2: Exemplo de montagem de uma curva ABC
Fonte: Adaptado de Martins e Campos (2006, p. 95)
Deve-se então confeccionar um gráfico para melhor visualização dos dados.
Gráfico 1 Representação gráfica da curva ABC.
Fonte: Adaptado de Martins e Campos (2006, p. 96)
Após fazer uma relação entre os percentuais dos custos com o dos itens,
conforme explicitado no quadro abaixo.
CUSTOS
ITENS
A
76%
20%
B
20%
30%
Quadro 3: Relação dos percentuais dos custos com o dos itens.
Fonte: Adaptado de Martins e Campos (2006, p. 95)
21
C
4%
50%
O quadro acima, bem como o gráfico abaixo, apresentam, segundo os autores que
20% dos itens representam 76% dos custos e 4% dos custos dos estoques
representa 50% dos itens, ficando os 30% dos itens representando 20% dos custos.
CUSTOS; A; 76%
ITENS; C; 50%
ITENS; B; 30%
CUSTOS; B; 20%
ITENS; A; 20%
CUSTOS; C; 4%
Gráfico 2: Representação gráfica com os dados comparativos entre os itens
e os custos dos mesmos.
22
CUSTOS
ITENS
6
REFERÊNCIAS
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VIANA, Carlos. Administração de materiais. 1. ed. São Paulo: Atlas, 2002.
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