Programa de Desenvolvimento da Pecuária Leiteira da Região de Viçosa
www.ufv.br/pdpl
PDPL-RV
Jornal da Produção de Leite / Ano XXI - Número 277 - Viçosa, MG - Maio de 2012
Entrevista com ex-estagiária do PDPL-RV
Janaína Publio Giordani
Zootecnista, Especialista em Serviço ao Produtor de Leite da DPA
Nos dias 24, 25 e 26 de abril o PDPL-RV recebeu a visita da zootecnista, ex-estagiária e atual Especialista
em Serviço ao Produtor de Leite da
DPA, Janaína Publio Giordani. No
dia 25 foi realizada uma palestra,
quando foi apresentado aos estagiários e técnicos presentes o funcionamento e as ações da DPA, além
de esclarecer dúvidas em relação ao
mercado leiteiro no Brasil e no exterior, bem como a importância da
produção de leite com qualidade.
Em entrevista ao Programa, Janaína fala sobre sua experiência como
ex-estagiária e a importância do
PDPL-RV na sua formação pessoal e
profissional.
1- Por quanto tempo você estagiou no PDPL-RV?
Estagiei por três anos, considerando todas as fases.
2- Qual a importância de cada
fase do Programa?
Na primeira fase, destaco a oportunidade de conhecer a rotina de uma
propriedade leiteira, vivenciando a
prática de cada setor de produção
da mesma. Para algumas pessoas a
produção leiteira já fazia parte da família, mas para mim, que nasci em
Belo Horizonte, não havia esta oportunidade.
A segunda fase na minha época era uma fase de aprimoramento
da parte de conhecimento técnico,
onde semanalmente tínhamos palestras. Esta parte agregou bastante,
principalmente pelo contato com
palestrantes e professores, além da
oportunidade de aprofundar em determinados temas e desenvolver projetos e estudos.
A terceira fase é considerada a vitoriosa, pois é onde você realmente
começa a colocar em prática o que
aprendeu nas outras duas fases. O
que destaco durante a terceira fase
é a convivência em equipe e as funções e responsabilidades definidas,
com controle do cumprimento das
mesmas. Dessa forma você aprende a
ter disciplina. Além disso, você pode
ter alguma dificuldade de relacionamento no campo, seja com o colega
ou com o produtor, mas você aprende a lidar com isso. São ambiguidades do âmbito profissional, muito
importantes para o crescimento.
3- Foi importante para a sua formação profissional?
Pelo PDPL funcionar como se fosse
uma microempresa, você consegue
visualizar um pouco do que vai encontrar no mercado. Ao deparar com
algumas funções no mercado, você
as enfrenta de forma mais tranquila,
por já ter vivenciado algo semelhante. Assumir responsabilidades e riscos e ter prazos a serem cumpridos
contribuiu bastante pro meu crescimento profissional.
4- Como foi a sua trajetória profissional?
Durante a minha graduação, foquei
muito em estágios, principalmente durante as férias, além do PDPL,
justamente para conhecer e identificar qual área queria atuar. A partir
dessas experiências identifiquei qual
atuação profissional me interessava.
Através do PDPL pude fazer estágio
em uma grande empresa do setor
lácteo no sul de Minas Gerais, onde
tive a oportunidade de vivenciar a
realidade do mercado, com contato
dentro de uma empresa, antes de me
formar, o que foi fundamental pra
minha formação. Posteriormente
iniciei na DPA na parte de supervisor de distrito leiteiro, na parte comercial de compra de leite. No início
de 2011, fui promovida a Especialista em Serviço ao Produtor de Leite,
onde atuo até o momento.
5- Antes de escolher, você buscou
conhecer todas as áreas?
Fiz vários estágios. Sempre reforço
com os estudantes: as férias são uma
boa oportunidade para vivenciar
outros estágios, cidades e empresas.
Muitas vezes você “acha” que possui
interesse em determinada área e, ao
vivenciá-la, esse feeling pode mudar.
Essa oportunidade o estudante tem
somente durante a graduação, então
deve aproveitar todo tempo possível.
6- Sua experiência no PDPL contribuiu também para que você ascendesse em tão pouco tempo?
Sim, foi através do Programa que
procurei o que precisaria melhorar
pra poder atuar onde queria.
7- Quais dicas você dá para os estagiários que também querem chegar ao topo da carreira?
A vida profissional é dividida em
fases. Entendo a ansiedade que eles
têm em querer ascender rápido, profissionalmente e financeiramente,
mas muitas vezes você pode traçar
seus planos para aquilo que deseja e
este plano pode ter um trajeto em linha reta ou passar por curvas/fases. A
linha reta raramente vai ocorrer. Então o estagiário precisa ver que para
atingir sua meta ele vai precisar passar por fases, vai precisar abrir mão
de algumas coisas. O mercado não é
tão simples. Existe uma concorrência
muito grande e você sempre tem que
se aperfeiçoar. É preciso trabalhar o
currículo sempre e ter paciência para
cada fase que irão viver.
Conforto animal na Fazenda Santa Lúcia
Douglas Almeida Miranda
Estudante de Medicina Veterinária
Matteus de Oliveira Franco
Estudante de Agronomia
Com a intensificação dos sistemas
de produção e a utilização de animais
especializados na produção de leite,
aumentou-se a preocupação com o
conforto e bem-estar animal, uma
vez que nessas condições o rebanho
Sombrites nos pastos para garantir o conforto dos animais
está sujeito a estresse por calor, problemas de comportamento social e
uso de instalações inadequadas.
Animais estressados apresentam níveis altos de cortisol no sangue, substância que afeta diretamente a sua
saúde, aumentando a predisposição
a doenças, problemas reprodutivos e,
principalmente, impedindo o animal
de expressar seu potencial genético.
Inúmeros são os fatores que podem amenizar os efeitos desses tipos de estresse, como a utilização de
sombreamento natural ou artificial,
o uso de ventiladores e aspersores,
manejo de ordenha calmo e rotineiro, bebedouros limpos e com vazão
e dimensão adequadas para manter
água fresca durante todo o tempo,
dimensionamento adequado das instalações, entre outros.
Atento, o sr. Marco Túlio Kfouri,
proprietário da Fazenda Santa Lúcia,
em Oratórios-MG, utiliza os conceitos de bem-estar animal para tomar
decisões em sua propriedade
Com o intuito de melhorar as con-
dições de sombreamento da fazenda
para diminuir o estresse térmico, foi
realizado o plantio de árvores nos pastos e sombrites foram introduzidos.
Junto a isso, aumentou-se o número
de bebedouros, que também foram
posicionados em locais estratégicos.
Para os animais confinados de
maior produção, foi construído um
novo free-stall com melhores condições de conforto, baseadas principalmente em dimensionamento adequado de camas, cochos e bebedouros.
Mudanças no manejo também foram realizadas. Aumentou-se a frequência de reposição de areia das
camas e de limpeza das baias e bebedouros.
Com a melhoria das condições de
conforto, espera-se que os animais
respondam, não só com o aumento
da produtividade, mas também com
a melhora da sanidade e da reprodução. Assim, cada investimento realizado para o bem-estar das matrizes
futuramente será revertido em leite e
maior rentabilidade ao produtor.
Como segunda dica, os estagiários
devem conversar com profissionais
de várias áreas de atuação, para conhecer e entender mais das oportunidades. Sempre façam um filtro e
entendam todas as variáveis de cada
profissional.
8- Por fim, quais são suas metas e
planos para o futuro?
Profissionalmente estou satisfeita
de estar na companhia onde trabalho. Assumi desafios agora, que são
válidos e muito importantes para
meu crescimento. Ao longo do meu
trabalho também estou identificando
algumas áreas interessantes que pretendo conhecer mais.
Dicas do Veterinário
Neosporose: um problema a ser
evitado
p. 2
Momento do Produtor
Hermann Muller
p. 3
Qualidade do Leite
Influência da qualidade da
coleta nos resultados da
análise do leite p. 4
Confira no site:
• Equipe do PDPL-RV participa de
curso sobre Técnicas para Negociações/Sebrae - MG
• PDPL-RV promove palestra sobre
cultura de inverno para pecuária
leiteira
www.pdpl.ufv.br
Wilson de Souza Junior
Estudante de Agronomia
A busca de uma ordenha suave,
completa e rápida tem se tornado
cada vez mais intensa, de modo que
propicie conforto ao animal e ao ordenhador e que não prejudique a saúde das vacas nem a rentabilidade da
fazenda. Além disso, a atividade leiteira está cada vez mais especializada,
utilizando diversas tecnologias para
solucionar problemas do cotidiano.
Diante desse panorama podemos
considerar a utilização do extrator
automático de teteiras. Esse equipamento permite que o conjunto de
teteiras seja retirado no momento
correto, caso contrário os animais
podem continuar sendo ordenhados
após o término da descida do leite, o
Jornal da Produção de Leite
Programa de Desenvolvimento
da Pecuária Leiteira
da Região de Viçosa
Publicação editada sob
a responsabilidade do
Coordenador do PDPL-RV:
Prof. Sebastião Teixeira
Gomes
Jornalista Responsável:
José Paulo Martins
(MG-02333-JP)
Redação:
Christiano Nascif
Zootecnista
Marcus Vinícius C. Moreira
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Médico Veterinário
Thiago Camacho Rodrigues
Engenheiro Agrônomo
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Zootecnista
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gráfica:
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2
Extratores Automáticos de Teteiras
que é conhecido como sobre-ordenha. Essa condição inadequada de
funcionamento poderá gerar casos
de hiperqueratose, que se trata de um
crescimento excessivo de células do
esfíncter do teto, aumentando os riscos da entrada de bactérias para o interior da glândula mamária. Por outro lado, o extrator automático evita
que a ordenha seja incompleta, o que
resultará em menor produção de leite
e aumentará os riscos de mastite, que
é um dos principais fatores de perdas
econômicas para a atividade leiteira.
Situada em Araponga - MG, a Fazenda Casa Nova, do sr. Paulo Frederico, é um exemplo do sucesso da
utilização do extrator automático de
teteiras. A fazenda possui atualmente
90 vacas em lactação, com uma média de 18 litros por vaca/dia. Com a
utilização deste extrator, foi possível
reduzir cerca de 35 segundos por
animal a cada ordenha, o que levou
a uma redução de 52 minutos na duração do tempo da ordenha. Desta
forma, em uma fazenda que possui
90 vacas sendo ordenhadas duas
vezes ao dia, os funcionários terão
uma economia de aproximadamente
2 horas para a realização de outras
atividades. Tendo em vista que o custo com a mão de obra na atividade
leiteira representa cerca de 15% da
receita obtida com a venda do leite,
a sua utilização com eficiência é imprescindível para que o produtor tenha sucesso na atividade.
A utilização do extrator automático
de teteiras é uma medida que favorece a saúde dos animais e melhora a
eficiência da mão de obra na fazenda,
trazendo maior rentabilidade para a
atividade leiteira.
O extrator automático de teteiras reduz o tempo da ordenha e favorece a
saúde dos animais
Escolha de híbridos para produção de silagem e resultados da
V Vitrine do Milho
Camila Delveaux
Zootecnista
A escolha dos híbridos de milho
para produção de silagem geralmente é feita com base em características
agronômicas, como boa arquitetura
foliar, boa janela de ensilagem, alta
produtividade de grãos, alta produtividade de matéria seca, alta relação
folhas/massa seca, resistência a pragas e doenças, entre outras.
Esta escolha, baseada somente em
características agronômicas, nem
sempre é o procedimento correto,
já que existe grande variabilidade
das características químicas e nutricionais da planta entre os cultivares
disponíveis no mercado. Isso evidencia o potencial para seleção de
cultivares que conciliem alto valor
nutritivo e alta produção de matéria seca por hectare. A qualidade
nutricional da forragem pode ser
avaliada por meio de características
químicas e de digestibilidade dos
materiais.
Pensando nisso, o PDPL-RV realizou a V Vitrine do Milho na Fazenda
Oásis, do produtor Sergio H. V. Maciel, afim de mostrar aos produtores
as opções de híbridos existentes no
mercado. Após a exposição, foi processada uma análise bromatológica,
para melhor avaliação.
A tabela abaixo apresenta os resultados para os materiais avaliados:
Quanto à análise bromatológica, os
resultados podem ser interpretados
da seguinte forma:
• Quanto maior o teor de PB, menor a quantidade de concentrado necessária na dieta;
• Quanto mais digestível a silagem,
maior seu valor nutricional;
• Quanto mais digestível a FDN,
maiores os teores de energia na sila-
gem;
• Quanto menor a FDA, maior a digestibilidade da silagem;
• Quanto maior o NDT, maior a
produção de leite;
• Com valores de MS entre 32% e
35%, menores serão as perdas no
processo de ensilagem e melhores
serão as relações entre os nutrientes
anteriormente citados;
Os indicadores apresentados não
devem ser avaliados isoladamente, pois suas ações no metabolismo
animal estão interligadas. Portanto,
deve ser considerado como o melhor
material o que apresentar os melhores indicadores nutricionais, agronômicos e econômicos.
Com base nessas informações, o
produtor pode se sentir mais seguro
ao escolher o híbrido, tendo a garantia de uma silagem de boa qualidade,
que refletirá diretamente na produtividade do seu rebanho e no retorno
econômico do seu sistema de produção.
Híbrido
População de
plantas/ha
% MS
Mat. verde
Kg/ha
Mat. seca
Kg/ha
DKB175VTPro
60.888
30,43
75.500
22.975
65,11
9,49
AS1573YG
61.500
29,07
74.500
21.657
62,43
BM840
57.777
27,54
71.500
19.691
P3862H
57.500
26,81
71.800
RB9308YG
62.222
24,71
BG7049H
59.977
AG8041YG
STATUS TL
FDA
%
DIG
%
47,07
24,58
69,75
8,16
50,66
30,45
65,18
63,00
8,13
50,52
27,67
67,35
19.250
62,31
7,42
54,48
30,71
64,98
77.700
19.200
64,75
8,22
45,00
25,38
69,13
24,76
73.600
18.223
62,76
8,47
56,87
29,72
65,75
58.450
25,54
69.600
17.776
61,51
8,10
52,40
32,46
63,61
61.750
29,25
56.700
16.585
64,83
8,16
56,35
25,18
69,28
NDT % PB % FDN %
NDT: Nutrientes digestíveis totais; PB: Proteína bruta; FDN: Fibra em detergente neutro; FDA: Fibra em detergente ácido; DIG: Digestibilidade.
Fonte: Laboratório de Nutrição Animal, Departamento de Zootecnia/UFMG
Dicas do Veterinário
Neosporose: um problema a ser evitado
Sílvio Braga
Estudante de Medicina Veterinária
Doença causada pelo protozoário
Neospora caninum, atualmente é
considerada uma das principais causas de aborto em bovinos, podendo
também raramente causar distúrbios
neurológicos em animais jovens.
A transmissão da Neosporose é
vertical, ou seja, a mãe passa a infecção para o bezerro durante a gestação. Outra forma de transmissão en-
volve os cães, que são considerados
hospedeiros definitivos do microrganismo. Eles podem ser infectados
pelo contato direto com restos de
placenta ou excretas reprodutivas de
fêmeas bovinas positivas. Além disso, fêmeas bovinas podem se infectar
pelo contato direto com fezes de cães
positivos.
A doença pode causar aborto em
qualquer fase da gestação, e animais
positivos podem abortar mais de
uma vez ou nunca abortarem. Também é possível gerar bezerros com
má formação, ou nascer uma bezerra
normal, sem nenhum sinal evidente,
porém positiva.
A doença não apresenta tratamento nem vacina, por isso é importante
evitar o contato de cães negativos com
fêmeas em reprodução positivas, para
que os mesmos não se tornem fonte
de infecção. Para isso, devem ficar
presos e é importante fazer testes para
verificar se são positivos ou negativos.
Outra medida preventiva é eliminar vacas positivas e direcionar a
prole das mesmas para descarte, pois
também serão positivos. Além disso,
é preciso estar atento quanto à entrada de fêmeas positivas no rebanho.
Direcionar placenta e restos fetais
para um local adequado, como o
aterramento, também é importante.
Telar o pré-parto não é uma medida
muito eficiente, pois geralmente a
maioria das vacas que abortam não
está neste local.
Montar estratégias para eliminar a
doença do rebanho torna-se essencial, porque onde a doença estiver,
episódios de aborto serão rotineiros.
Momento do Produtor: Hermann Muller
André Souza Oliveira
Estudante de Medicina Veterinária
Paulo Jacques Freitas
Estudante de Agronomia
Lucas Bianchi Couto
Estudante de Zootecnia
As fazendas Santa Rosa e Floresta,
do Sr. Hermann Muller, localizamse no município de Visconde do
Rio Branco - MG. São caracterizadas pelo sistema semi-intensivo, em
que os animais pastejam na época
das águas e na seca são alimentados
no cocho após as ordenhas e depois
soltos no pasto, onde também é fornecido alimento volumoso no cocho.
O sr. Hermann Muller possui vasta
experiência na pecuária leiteira, na
qual trabalha há 50 anos. Começou
a participar do PDPL-RV em agosto
de 2005, e desde então a parceria tem
gerado resultados positivos para o
produtor.
A propriedade possui 249 ha destinados à atividade, sendo 194 ha
pertencentes à Fazenda Santa Rosa
e 65 ha à Fazenda Floresta. São 226
ha distribuídos em pastagem natural,
Braquiarão, Andropogon, Jaraguá e
Tanzânia; 7 ha para canavial e 16 ha
para silagem. O produtor sempre trabalhou com o plantio de sorgo, pois
as condições climáticas da região
desfavorecem o plantio de milho. No
entanto, com o avanço dos estudos e
da tecnologia aplicada ao seu cultivo,
foi realizado na safra de 2011/2012 o
plantio de 11 ha de milho em substituição ao sorgo. O sr. Hermann
Muller ficou bastante satisfeito com
O produtor Hermann Muller já trabalha há 50 anos na pecuária leiteira
o resultado. A produtividade foi de
42 ton/ha, sendo o custo de R$ 73,00/
ton. Este custo foi acima da média
obtida pelos produtores do PDPLRV, devido à menor produtividade
ocasionada pelos problemas climáticos no plantio e falta de experiência na cultura do milho. Para a safra
deste ano, a expectativa é expandir
cerca de 5 ha, totalizando 16 ha para
o plantio do milho.
A Fazenda Santa Rosa produz
1300L/dia, e nela se encontram as
bezerras em aleitamento, transição,
lotes 1 e 2, novilhas para inseminação, vacas em lactação e vacas secas.
Já a Floresta produz 500L/dia e é destinada somente a vacas em lactação.
O grau de sangue do rebanho varia
de 1/2HZ a 7/8HZ, provenientes de
Tabela 1. Indicadores das fazendas Santa Rosa e Floresta
Indicadores
Unidade
2005/2006
2011/2012
Evolução
L/dia
1240,04
1708,2
37,75%
Vacas em lactação/Total vacas
%
73,23
70,75
-3,38%
Vacas lactação/Total rebanho
%
55,10
47,49
-13,80%
Produção /Vaca lactação
L/dia
8,61
12,57
45,99%
Produção/Total vacas
L/dia
6,31
8,89
40,88%
L/ha/ano
1768,03
2503,72
41,61%
Taxa de Remuneração sem Terra
%
3,76
14,55
286,96
Taxa de Remuneração com Terra
%
2,04
5,98
193,13
Margem Bruta atividade/Ano
R$
124.563,61
189.675,33
52,27%
Produção de leite
Produção/Área para pecuária
Vista panorâmica do curral de manejo da propriedade
inseminação artificial. A necessidade
de explorar este grau de sangue é devido ao manejo da propriedade, que
é totalmente a pasto em boa parte
do ano, além do fato de as fazendas
serem localizadas em uma região de
clima quente, exigindo boa rusticidade dos animais.
As novilhas atingem a idade ao primeiro parto em torno de 36 meses.
Recentemente, o produtor introduziu a utilização de IATF para melhorar o desempenho reprodutivo do
rebanho. São 281 animais ao todo,
com 13 bezerras no aleitamento, 30
novilhas em recria, 45 novilhas para
inseminação, 140 vacas em lactação
(90 na Santa Rosa e 50 na Floresta) e
53 vacas secas. As duas propriedades
possuem ordenha mecânica balde ao
pé, e na Fazenda Santa Rosa a sala de
ordenha possui um fosso.
A propriedade possui uma fábrica,
que permite ao produtor produzir o
próprio concentrado, auxiliando na
diminuição do custo com a alimentação do rebanho. O concentrado é fornecido aos animais após a ordenha,
com a quantidade variando de acordo
com a produção de leite por animal.
A propriedade possui atualmente
oito funcionários. Valdinei é o retireiro responsável pela Santa Rosa,
que conta com mais três funcionários para a ordenha e três para a
lavoura. Alair, seu irmão, é o responsável pela Floresta. Este é um dos
pontos que recebe atenção especial
do produtor, que busca através da
parceria com o PDPL-RV capacitalos nas mais diversas áreas.
O sr. Hermann é um produtor otimista e muito interessado na atividade. Isso é comprovado em grande
parte pela melhoria nos índices produtivos, apontados na tabela 1.
A taxa de retorno do capital com
terra é um índice econômico de
grande importância na análise da
atividade, e o valor atual deste indicador chama a atenção quando
comparado àqueles obtidos antes do
ingresso do produtor no PDPL-RV,
visto que quase triplicou. Esta é mais
uma prova de que o sucesso e o lucro
nada mais são do que resultados de
ações desenvolvidas com comprometimento e dedicação.
Entrevista com o Produtor
• Qual a importância da parceria
com o PDPL-RV?
Acompanhar novas tecnologias e
não ser um ausente.
• Em sua opinião, qual medida implantada durante a parceria gerou
mais impactos?
Na parte veterinária, o Dr. Marcus fez
evoluir a inseminação na propriedade. O combate insistente na melhoria
da qualidade do leite; a higiene tem
melhorado bastante. O calendá-
rio de vacinação é completo
também. Na parte agronômica, o
Dr. Thiago nos motivou a implantar
a silagem de milho, demonstrando
verbalmente, em poucos minutos, a
deficiência de técnicas na produção
do sorgo e um leque imenso de técnicas e insumos inumeráveis para
melhorar a produção do milho para
silagem.
• Quais são as metas para o futuro?
Extrapolar os 2000 litros de leite
Comprovação do alto padrão genético dos animais das propriedades
3
RECEITA
As 10 maiores produções do mês de abril de 2012
Produtor
Docinho de leite em pó
Município
Produção
Cajuri
97.379
Coimbra
62.502
Visconde do Rio Branco
56.574
1
Antônio Maria da Silva Araújo
2
José Afonso Frederico
3
Hermann Muller
4
Marco Tulio Kfoufri Araujo
Oratórios
50.414
5
Paulo Frederico
Araponga
50.373
Misture bem o açúcar com o leite em pó
Aos poucos, acrescente o leite de coco e amasse até a massa atingir o
ponto de ser enrolada
Forme bolinhas, passe-as no açúcar e enfeite com o cravo-da-índia
6
Sérgio H. V. Maciel
Coimbra
30.890
7
Renato A. Júnior
Pedra do Anta
20.425
8
Cristiano José da Silva Lana
Piranga
17.700
Fonte: http://tudogostoso.uol.com.br/receita/735-docinhos-de-leite-em-po.html
9
Danilo de Castro
Ervália
15.802
10
Geraldo Aleixo
Porto Firme
14.028
Ingredientes
2 xícaras de açúcar refinado
2 xícaras de leite integral em pó
50 ml de leite de coco
Açúcar refinado e cravos-da-índia
para enfeitar
Modo de fazer
As 10 maiores produtividades do mês de abril de 2012
ERRATA
Na edição de abril de 2012 do Jornal do PDPL-RV, a tabela de maiores produtividades do mês de março de 2012 considerou a produtividade por vacas
em lactação, e não por vaca total, que normalmente é utilizada.
Qualidade do leite
Influência da qualidade da coleta nos
resultados da análise do leite
Renata Vasconcelos
Estudante de Medicina Veterinária
A realização da análise mensal do
leite é fundamental, uma vez que
possibilita o monitoramento de sua
composição e qualidade, obtendo
dados que servirão como medidas de
decisões.
A análise do leite nos fornece informações a respeito de sua composição, como teor de gordura e proteína, que podem ser influenciados pelo
manejo nutricional ou pela genética
do rebanho, e de suas condições higiênico-sanitárias, como CCS e CBT,
que são influenciadas pela sanidade
das vacas, manejo de ordenha e aspectos ambientais. Desta forma, o
produtor passa a ter dados que permitem traçar estratégias de controle
e melhoria, sejam em relação à composição (aumento de sólidos totais)
ou qualidade (redução dos níveis
de CCS e CBT), exigências cada vez
mais crescentes no mercado.
Para que esses dados sejam reais
e confiáveis, é indispensável a realização de uma correta coleta do
leite, pois ela possui grande influência nos resultados das análises. Um
erro muito comum é a realização
da coleta sem homogeneizar o leite,
recolhendo uma amostra da porção
superficial do tanque. O impacto disto é o aumento significativo do teor
de gordura e de CCS, uma vez que
ambos são menos densos que o leite
e permanecem na camada superior
deste.
Já o contrário ocorre se a coleta for
realizada diretamente pelo registro
de saída do leite que se encontra na
parte inferior do tanque, resultando em menores teores de gordura e
CCS, e provavelmente um maior valor de CBT, pois no registro tende-se
a acumular resíduos de leite e é uma
peça que apresenta maior dificuldade
de limpeza.
Dessa forma, a homogeneização
do leite e o local da coleta são fundamentais, pois assim será obtida uma
amostra equilibrada de todo tanque,
como mostra a Figura 1.
Outro ponto importante é a utilização de materiais adequados, em
ótimas condições de higiene, assim
como a pessoa responsável pela coleta, pois qualquer contato do leite
com superfícies contaminadas poderá influenciar a CBT.
Um fator de extrema importância
é o acondicionamento das amostras
durante o transporte, que deve permanecer em baixas temperaturas
para maior conservação do leite,
mantendo assim as mesmas propriedades de quando retirado do tanque
na fazenda. A temperatura do leite
deve ser inferior a 10 °C ao chegar no
laboratório.
Seguindo todos os procedimentos
necessários para a obtenção de uma
amostra representativa do leite, desde a coleta, o transporte e a capacitação de funcionários, é possível
melhorar resultados, evitando erros
de pagamento (pelas empresas que
pagam bonificação por qualidade e
composição do leite) e medidas de
decisões equivocadas pelo produtor.
Figura 1. Tanque homogeneizado e tanque não homogeneizado, respectivamente
Produtor
Município
Produtividade
por vacas em
lactação
Produtividade
por vaca total
Cajuri
25,63
19,41
Coimbra
22,66
17,75
1
Antônio Maria da Silva Araújo
2
Sérgio H. V. Maciel
3
Davi C. F. de Carvalho
Senador Firmino
20,67
15,31
4
José Afonso Frederico
Coimbra
20,92
15,18
5
Paulo Frederico
Araponga
19,97
14,72
6
Ozanan Luiz Moreira
Ubá
16,73
13,94
7
Rogério Barbosa
Teixeiras
17,24
13,61
8
Rosival Ananias Toledo
Paula Cândido
13,41
13,41
9
Áureo de Alcântara Ferreira
Guaraciaba
15,16
11,55
10
Alvimar Sérgio Carvalho
Teixeiras
13,37
11,39
10 Melhores leites em CCS do mês de abril de 2012
Produtor
Município
CCS (mil/ml)
Divinésia
27
Presidente Bernardes
102
Ubá
107
Guaraciaba
153
1
Cleber Luiz O. Magalhães
2
Antônio Moreira Vieira
3
Alaelson José Silva
4
Áureo de Alcântara Ferreira
5
Rogério Barbosa Moreira
Teixeiras
224
6
Roque Maciel
Piranga
233
7
Renato Santana Saraiva
Porto Firme
237
8
Célio de Oliveira Coelho
Porto Firme
245
9
Luciano Sampaio
Teixeiras
255
10
João Bosco Diogo
Porto Firme
282
10 Melhores análises totais de bactérias CBT do mês de abril de 2012
Produtor
Município
UFC (mil/ml)
Presidente Bernardes
12
Canaã
12
Porto Firme
19
1
Antônio Moreira Vieira
1
Edmar Lopes
2
João Bosco Diogo
3
Saulo Ronaldo Maciel
Piranga
24
4
Antonio Carlos Reis
Piranga
25
5
Celio de Oliveira Coelho
Porto Firme
30
6
Rogério Barbosa Moreira
Teixeiras
33
7
Áureo de Alcântara Ferreira
Guaraciaba
39
8
Alvimar Sérgio
Teixeiras
48
9
José Geraldo Lisboa
Paula Cândido
52
10
Davi C. F. de Carvalho
Senador Firmino
56
10
Cristiano Lana
Piranga
56
4
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Jornal Maio de 2012 - Programa de Desenvolvimento da Pecuária