UNIVERSIDADE POSITIVO MELANY LEMES TRINDADE CRÉDITOS DE FILMES NA PERSPECTIVA DA TIPOGRAFIA CURITIBA 2009 UNIVERSIDADE POSITIVO MELANY LEMES TRINDADE CRÉDITOS DE FILMES NA PERSPECTIVA DA TIPOGRAFIA Esta Monografia foi submetida ao Curso de Design - Projeto Visual, da Universidade Positivo, como parte dos requisitos necessários para obtenção do grau de Bacharel em Design. CURITIBA 2009 MELANY LEMES TRINDADE Créditos de Filmes na Perspectiva da Tipografia Esta Monografia foi submetida ao Curso de Design - Projeto Visual, da Universidade Positivo, como parte dos requisitos necessários para obtenção do grau de Bacharel em Design. Banca examinadora: Prof. Re-nato Antonio Bertão Orientador Prof. Dr. Péricles Varella Gomes Relator Prof. Ms. Rafael Pereira Dubiela Convidado de honra Curitiba, 04 de novembro de 2009. DEDICATÓRIA Dedico este trabalho ao meu pai Rosemberg, minha mãe Marisa, meu irmão Igor e a toda a minha família pelo apoio, amor, dedicação e pelas recepções carinhosas em todas as idas para Londrina, minha cidade maravilhosa. Ao meu orientador Re-nato Antonio Bertão por acreditar no meu trabalho, pela força e por todas as excelentes orientações. Aos meus amigos Tulio e Mayrana por sempre estarem presentes mesmo em outra cidade, e a todos os meus amigos que me ajudaram indiretamente. A todos os professores do curso de Design Projeto Visual da Universidade Positivo em especial o professor Rafael Pereira Dubiela que me ajudou no tema do TCC no 2º ano do curso. AGRADECIMENTOS Agradeço a Deus por me dar paciência e tranquilidade, por me abençoar, por abrir caminhos e colocar no meu trabalho pessoas tão maravilhosas. “This is it... Here I stand! I’m the light of the world, I feel grand! (…) And I know yes for sure it is real!” Michael Jackson RESUMO O trabalho tem como objetivo avaliar créditos iniciais e finais de filmes na perspectiva da tipografia. Na revisão de literatura percebeu-se que alguns autores apresentam critérios que analisam somente o título do filme no crédito, e sentiu-se a necessidade de elaborar um material de análise que pudesse avaliar as características tipográficas dos créditos iniciais e finais como um todo, não somente o nome do filme ou outra informação. Assim, a partir do material dos autores Woolman e Bellantoni (2000), desenvolveu-se um método para analisar os créditos de filmes a partir três aspectos da tipografia em movimento: tempo, espaço e tipografia. Os filmes escolhidos foram agrupados em cinco estilos de gêneros: animação 2D e 3D; aventura, drama e ação; comédia, romance e comédia romântica; ficção científica e terror e suspense, e organizados de acordo com as quatro fases do cinema: cinema mudo, sonoro, moderno e pós-moderno. Sendo assim, o método de análise elaborado foi aplicado nos créditos iniciais e finais dos oitenta filmes escolhidos gerando resultados que posteriormente foram agrupados e comparados de acordo com os estilos e fases do cinema. Nestes resultados podemos perceber que os filmes de Animação 2D e 3D utilizam mais características na tipografia do que os outros quatro estilos estabelecidos, e que o estilo que menos utiliza esse recurso são os filmes de Terror e Suspense. Palavras-chave: cinema, créditos de filmes, tipografia ABSTRACT The study aims to evaluate the opening and ending credits from movies from the typography point of view. In the literature review it was noticed that some authors present criteria which examine only the title of the movie credit, and was felt the need to develop an analysis of material from which one can assess the typographical features of credit and end as a whole, not only the name of the movie or other information. Thus, from the material of authors Bellantoni and Woolman (2000), was developed a method to analyze the credits of films from three aspects of typography in motion: time, space and typography. The selected movies were grouped into five styles of genres: 2D and 3D animation, adventure, drama and action, comedy, romance and romantic comedy, science fiction and horror and suspense, and organized according to the four phases of cinema: silent films, sound films, modern and postmodern. Thus, the method of analysis which was applied in the opening credits and end of the eighty chosen films leading to results that were later grouped and compared according to the styles and phases of the film. These results we can see that the films of 2D and 3D computer use more features in the printing of the other four styles established, and the style that uses less this feature are the films of Terror and Suspense. Tags: cinema, film credits, typography LISTA DE FIGURAS Figura 1: Irmãos Lumière .................................................................................................. 21 Figura 2: Exemplo de um cinematógrafo ........................................................................... 21 Figura 3: Cena de A Chegada de Um Trem a Estação Ciotat ........................................... 22 Figura 4: George Meliès em The Man With the Rubber Head ............................................ 22 Figura 5: Cartaz de Xica da Silva ....................................................................................... 24 Figura 6: Cartaz de Dona Flor e Seus Dois Maridos .......................................................... 24 Figura 7: Cartaz de Carandiru ........................................................................................... 25 Figura 8: Cartaz de Cidade de Deus ................................................................................. 25 Figura 9: Cartaz de O Nascimento de Uma Nação ........................................................... 26 Figura 10: Cartaz de The Story of The Kelly Gang ............................................................ 26 Figura 11: Cartaz de O Gabinete do Doutor Caligari ......................................................... 26 Figura 12: Cartaz de O Circo ............................................................................................ 26 Figura 13: Cartaz de E O Vento Levou .............................................................................. 26 Figura 14: Cartaz de O Cantor de Jazz ............................................................................. 27 Figura 15: Cartaz de As Luzes de Nova York ................................................................... 27 Figura 16: Cartaz de Ben Hur ............................................................................................ 29 Figura 17: Cartaz de Casa de Cera .................................................................................. 29 Figura 18: Cartaz de Os Embalos de Sábado à Noite ....................................................... 31 Figura 19: Cartaz de Grease – Nos Tempos da Brilhantina .............................................. 31 Figura 20: Cartaz de Pulp Fiction ...................................................................................... 32 Figura 21: Cartaz de Uma Linda Mulher ........................................................................... 32 Figura 22: Créditos de O Grande Roubo do Trem ............................................................. 36 Figura 23: Créditos de Qual a Sensação de ser Atropelado............................................... 37 Figura 24: Créditos de Em Busca do Ouro......................................................................... 37 Figura 25: Créditos de O Monstro do Ártico ....................................................................... 37 Figura 26: Créditos de Psicose .......................................................................................... 39 Figura 27: Créditos de Prenda-me se for Capaz ................................................................ 41 Figura 28: Cena de Velozes e Furiosos 4 .......................................................................... 41 Figura 29: Intertítulo narrativo de Velozes e Furiosos 4 ..................................................... 42 Figura 30: Créditos de Escola do Rock .............................................................................. 42 Figura 31: Créditos de Romeu e Julieta ............................................................................. 43 Figura 32: Dadaísmo ......................................................................................................... 45 Figura 33: Construtivismo russo ........................................................................................ 45 Figura 34: Fonte Swift ........................................................................................................ 45 Figura 35: Características tipográficas ............................................................................... 46 Figura 36: Tipo romano...................................................................................................... 47 Figura 37: Garamond ......................................................................................................... 47 Figura 38: Caslon .............................................................................................................. 48 Figura 39: Baskerville ........................................................................................................ 48 Figura 40: Bodoni .............................................................................................................. 48 Figura 41: Didot ................................................................................................................. 48 Figura 42: Tipografia do Historicismo................................................................................. 48 Figura 43: Iniciais de William Morris ................................................................................... 49 Figura 44: Tipografia Futurista ........................................................................................... 49 Figura 45: Construtivismo russo ........................................................................................ 50 Figura 46: Cartaz de Jan Tschichold.................................................................................. 50 Figura 47: Futura ............................................................................................................... 50 Figura 48: Morris Benton ................................................................................................... 50 Figura 49: Times New Roman ........................................................................................... 51 Figura 50: Univers ............................................................................................................. 51 Figura 51: Helvetica ........................................................................................................... 51 Figura 52: Pop art .............................................................................................................. 51 Figura 53: New wave ......................................................................................................... 52 Figura 54: Créditos iniciais de Carros ............................................................................... 69 Figura 55: Créditos finais de Carros .................................................................................. 70 Figura 56: Créditos iniciais de Mais Velozes Mais Furiosos .............................................. 78 Figura 57: Créditos finais de Mais Velozes Mais Furiosos ................................................ 78 Figura 58: Créditos iniciais de Mais Estranho que a Ficção .............................................. 86 Figura 59: Créditos finais de Mais Estranho que a Ficção ................................................. 86 Figura 60: Créditos iniciais de Homem Aranha ................................................................. 94 Figura 61: Créditos finais de Homem Aranha .................................................................... 94 Figura 62: Créditos iniciais de Thriller ............................................................................. 102 Figura 63: Créditos finais de Thriller ............................................................................... 102 Figura 64: Créditos finais de Os Incríveis......................................................................... 117 Figura 65: Créditos finais de Carros................................................................................. 118 Figura 66: Créditos iniciais de Nosferatu.......................................................................... 119 Figura 67: Créditos iniciais de King Kong......................................................................... 120 Figura 68: Créditos iniciais de Grease – Nos Tempos da Brilhantina ............................... 121 Figura 69: Créditos finais de Triple xXx............................................................................ 122 Figura 70: Créditos iniciais de Psicose ............................................................................ 123 Figura 71: Créditos finais de Homem de Ferro................................................................. 124 Figura 72: Créditos iniciais de Superman......................................................................... 125 Figura 73: Créditos iniciais de Lírio Partido ...................................................................... 126 Figura 74: Créditos iniciais de Cabiria .............................................................................. 127 Figura 75: Créditos iniciais de Tempos Modernos ........................................................... 128 Figura 76: Créditos iniciais de Cinderela .......................................................................... 129 Figura 77: Créditos iniciais e finais de O Gato Acima e o Rato Abaixo ............................ 130 Figura 78: Créditos iniciais de Carrie, a Estranha ............................................................ 131 Figura 79: Créditos iniciais de Cinderela .......................................................................... 135 Figura 80: Créditos finais de Cinderela ............................................................................ 135 Figura 81: Créditos iniciais de Os Embalos de Sábado à Noite ....................................... 136 Figura 82: Créditos finais de Os Embalos de Sábado à Noite .......................................... 137 Figura 83: Créditos iniciais de Romeu e Julieta ............................................................... 138 Figura 84: Créditos finais de Romeu e Julieta .................................................................. 138 Figura 85: Créditos iniciais de Superman......................................................................... 139 Figura 86: Créditos finais de Superman ........................................................................... 139 Figura 87: Créditos iniciais de Ghosts.............................................................................. 140 Figura 88: Créditos finais de Ghosts ................................................................................ 141 LISTA DE TABELAS Tabela 1: Tabela de análise em relação ao Tempo ........................................................... 60 Tabela 2: Tabela de análise em relação ao Espaço .......................................................... 61 Tabela 3: Tabela de análise em relação à Tipografia ........................................................ 62 Tabela 4: Tempo – Créditos iniciais de Carros .................................................................. 70 Tabela 5: Espaço – Créditos iniciais de Carros ................................................................. 71 Tabela 6: Tipografia – Créditos iniciais de Carros ............................................................. 72 Tabela 7: Tempo – Créditos finais de Carros .................................................................... 74 Tabela 8: Espaço – Créditos finais de Carros ................................................................... 75 Tabela 9: Tipografia – Créditos finais de Carros ............................................................... 76 Tabela 10: Tempo – Créditos iniciais de Mais Velozes Mais Furiosos .............................. 79 Tabela 11: Espaço – Créditos iniciais de Mais Velozes Mais Furiosos ............................. 80 Tabela 12: Tipografia – Créditos iniciais de Mais Velozes Mais Furiosos .......................... 81 Tabela 13: Tempo – Créditos finais de Mais Velozes Mais Furiosos ................................. 82 Tabela 14: Espaço – Créditos finais de Mais Velozes Mais Furiosos ................................ 83 Tabela 15: Tipografia – Créditos finais de Mais Velozes Mais Furiosos ............................ 84 Tabela 16: Tempo – Créditos iniciais de Mais Estranho que a Ficção .............................. 87 Tabela 17: Espaço – Créditos iniciais de Mais Estranho que a Ficção .............................. 88 Tabela 18: Tipografia – Créditos iniciais de Mais Estranho que a Ficção .......................... 89 Tabela 19: Tempo– Créditos finais de Mais Estranho que a Ficção .................................. 90 Tabela 20: Espaço– Créditos finais de Mais Estranho que a Ficção ................................. 91 Tabela 21: Tipografia – Créditos finais de Mais Estranho que a Ficção ............................ 92 Tabela 22: Tempo – Créditos iniciais de Homem Aranha ................................................. 95 Tabela 23: Espaço – Créditos iniciais de Homem Aranha ................................................. 96 Tabela 24: Tipografia – Créditos iniciais de Homem Aranha ............................................. 97 Tabela 25: Tempo – Créditos finais de Homem Aranha .................................................... 98 Tabela 26: Espaço – Créditos finais de Homem Aranha ................................................... 99 Tabela 27: Tipografia – Créditos finais de Homem Aranha ............................................. 100 Tabela 28: Tempo – Créditos iniciais de Thriller ............................................................. 103 Tabela 29: Espaço – Créditos iniciais de Thriller ............................................................. 104 Tabela 30: Tipografia – Créditos iniciais de Thriller ......................................................... 104 Tabela 31: Tempo – Créditos finais de Thriller ................................................................ 106 Tabela 32: Espaço – Créditos finais de Thriller ............................................................... 107 Tabela 33: Tipografia – Créditos finais de Thriller ........................................................... 108 Tabela 34: Resultados de Animação 2D e 3D ................................................................. 111 Tabela 35: Resultados de Aventura, Drama e Ação ........................................................ 112 Tabela 36: Resultados de Comédia, Romance e Comédia Romântica ............................ 113 Tabela 37: Resultados de Ficção Científica ..................................................................... 114 Tabela 38: Resultados de Terror e Suspense .................................................................. 115 Tabela 39: Médias dos cinco estilos de gêneros .............................................................. 117 Tabela 40: Médias dos créditos iniciais e finais de um mesmo estilo ............................... 118 Tabela 41: Médias dos resultados dos créditos iniciais e finais dos filmes mudos ........... 119 Tabela 42: Médias dos resultados dos créditos iniciais e finais dos filmes sonoros. ........ 120 Tabela 43: Médias dos resultados dos créditos iniciais e finais dos filmes modernos ...... 121 Tabela 44: Médias dos resultados dos créditos iniciais e finais dos filmes pós-modernos 122 Tabela 45: Médias dos créditos iniciais. ........................................................................... 123 Tabela 46: Média dos créditos finais ................................................................................ 124 Tabela 47: Maiores resultados obtidos em cada estilo ..................................................... 125 Tabela 48: Menores resultados obtidos em cada estilo .................................................... 126 Tabela 49: Média dos maiores e menores resultados dos filmes mudos.......................... 127 Tabela 50: Média dos maiores e menores resultados dos filmes sonoros........................ 128 Tabela 51: dos maiores e menores resultados dos filmes modernos ............................... 129 Tabela 52: Média dos maiores e menores resultados dos filmes pós-modernos.............. 130 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 16 2 FILMES ......................................................................................................................... 18 2.1 Processo cinematográfico ....................................................................................... 19 2.2 Profissionais do cinema .......................................................................................... 20 2.3 Termos usados no cinema ...................................................................................... 20 3 CINEMA ......................................................................................................................... 21 3.1 O cinema no Brasil .................................................................................................. 23 3.2 O cinema no mundo ................................................................................................ 25 3.2.1 O cinema mudo ............................................................................................. 25 3.2.2 O cinema com som ....................................................................................... 27 3.2.3 O cinema de 1910 a 1940 ............................................................................. 27 3.2.4 O cinema nos anos 50 .................................................................................. 29 3.2.5 O cinema nos anos 60 .................................................................................. 30 3.2.6 O cinema nos anos 70 .................................................................................. 30 3.2.7 O cinema nos anos 80 .................................................................................. 31 3.2.8 O cinema nos anos 90 .................................................................................. 32 3.3 O cinema atual ........................................................................................................ 32 3.4 Cinema digital versus analógico .............................................................................. 34 4 CRÉDITOS CINEMATOGRÁFICOS ............................................................................... 35 4.1 Primeiros créditos do cinema ................................................................................. 36 4.2 Tipografia em movimento ....................................................................................... 37 4.3 Videodesigner ......................................................................................................... 38 4.4 Designers e diretores dos créditos cinematográficos ............................................. 39 4.5 Tipos de créditos cinematográficos ........................................................................ 40 4.5.1 Créditos de abertura ..................................................................................... 40 4.5.2 Intertítulos de fala .......................................................................................... 41 4.5.3 Intertítulos narrativos ..................................................................................... 41 4.5.4 Tipografia endógena ..................................................................................... 42 4.5.5 Créditos finais ............................................................................................... 42 5 TIPOGRAFIA ................................................................................................................. 44 5.1 História.................................................................................................................... 44 5.2 Características ........................................................................................................ 45 5.3 Tipografia do século XV ao XX ............................................................................... 47 5.3.1 Renascimento ................................................................................................ 47 5.3.2 Barroco ......................................................................................................... 48 5.3.3 Classicismo ................................................................................................... 48 5.3.4 Historicismo .................................................................................................. 48 5.3.5 Arts and Crafts .............................................................................................. 49 5.3.6 Futurismo ...................................................................................................... 49 5.3.7 Construtivismo .............................................................................................. 49 5.3.8 Tipografia elementar ..................................................................................... 50 5.3.9 Art decó......................................................................................................... 50 5.3.10 Tipografia tradicional ................................................................................... 50 5.3.11 Estilo internacional ...................................................................................... 51 5.3.12 Pop art ........................................................................................................ 51 5.3.13 New wave ................................................................................................... 51 5.4 Tipografia pós-moderna .......................................................................................... 52 6 ELABORAÇÃO DA ANÁLISE DOS CRÉDITOS CINEMATOGRÁFICOS ..................... 53 6.1 Proposta de classificação ....................................................................................... 54 6.1.1 Tempo ........................................................................................................... 55 6.1.2 Espaço .......................................................................................................... 56 6.1.3 Tipografia ...................................................................................................... 57 7 MATERIAL DE ANÁLISE ............................................................................................... 64 7.1 Lista de Filmes ........................................................................................................ 64 7.1.1 Filmes de Animação 2D e 3D ........................................................................ 64 7.1.2 Filmes de Aventura, Drama e Ação .............................................................. 65 7.1.3 Filmes de Comédia, Romance e Comédia Romântica .................................. 65 7.1.4 Filmes de Ficção Científica ........................................................................... 66 7.1.5 Filmes de Terror e Suspense ........................................................................ 66 7.2 Organização dos filmes ........................................................................................... 67 8 ANÁLISE DOS FILMES UTILIZANDO NOVO MÉTODO ............................................... 69 8.1 Créditos de Carros (2005) ...................................................................................... 69 8.1.1 Imagens dos créditos iniciais e finais ............................................................ 69 8.1.2 Análise dos créditos iniciais – Carros (2003) ................................................. 70 8.1.3 Análise dos créditos finais – Carros (2003) ................................................... 74 8.2 Créditos de Mais Velozes Mais Furiosos (2003) .................................................... 78 8.2.1 Imagens dos créditos iniciais e finais ............................................................ 78 8.2.2 Análise dos créditos iniciais – Mais Velozes Mais Furiosos (2003) ............... 79 8.2.3 Análise dos créditos finais – Mais Velozes Mais Furiosos (2003) ................. 82 8.3 Créditos de Mais Estranho que a Ficção (2006) ..................................................... 86 8.3.1 Imagens dos créditos iniciais e finais ............................................................ 86 8.3.2 Análise dos créditos iniciais – Mais Estranho que a Ficção (2006) ................ 87 8.3.3 Análise dos créditos finais – Mais Estranho que a Ficção (2006) .................. 90 8.4 Créditos de Homem Aranha (2002) ........................................................................ 94 8.4.1 Imagens dos créditos iniciais e finais ............................................................ 94 8.4.2 Análise dos créditos iniciais – Homem Aranha (2002) ................................... 95 8.4.3 Análise dos créditos finais – Homem Aranha (2002) ..................................... 98 8.5 Créditos de Thriller (1984) .................................................................................... 102 8.5.1 Imagens dos créditos iniciais e finais .......................................................... 102 8.5.2 Análise dos créditos iniciais – Thriller (1984) ............................................... 103 8.5.3 Análise dos créditos finais – Thriller (1984) ................................................. 106 9 TABELA COM OS RESULTADOS .............................................................................. 110 10 RESULTADOS ........................................................................................................... 116 10.1 Classificação ....................................................................................................... 116 11 SELEÇÃO DOS RESULTADOS ................................................................................ 117 11.1 Comparação das cinco médias de cada estilo de gênero.................................... 117 11.2 Comparação dos totais de crédito inicial e final de um mesmo estilo .................. 118 11.3 Comparação das médias dos créditos iniciais e finais de todos os filmes mudos 119 11.4 Comparação das médias dos créditos iniciais e finais de todos os filmes sonoros ..... 120 11.5 Comparação das médias dos créditos iniciais e finais de todos os filmes modernos.. 121 11.6 Comparação das médias dos créditos iniciais e finais de todos os filmes pósmodernos......................................................................................................................... 122 11.7 Comparar os resultados de todos os créditos iniciais .......................................... 123 11.8 Comparar os resultados de todos os créditos finais ............................................ 124 11.9 Comparação dos maiores resultados (soma total de cada filme) dos cinco estilos .... 125 11.10 Comparação dos menores resultados (soma total de cada filme) dos cinco estilos . 126 11.11 Comparação do maior resultado com menor resultado dos filmes mudos ......... 127 11.12 Comparação do maior resultado com menor resultado dos filmes sonoros ....... 128 11.13 Comparação do maior resultado com menor resultado dos filmes modernos.... 129 11.14 Comparação do maior resultado com menor resultado dos filmes pós-modernos .... 130 12 RESULTADO DE CADA ESTILO ............................................................................... 131 12.1 Animação 2D e 3D .............................................................................................. 131 12.2 Aventura, Drama e Ação ..................................................................................... 131 12.3 Comédia, Romance e Comédia Romântica ........................................................ 132 12.4 Ficção Científica ................................................................................................. 133 12.5 Terror e Suspense .............................................................................................. 134 13 ANÁLISE FINAL......................................................................................................... 135 13.1 Cinderela (Clyde Geromini, 1950) ....................................................................... 135 13.2 Os Embalos de Sábado à Noite (John Badham, 1977) ....................................... 136 13.3 Romeu e Julieta (Baz Luhrmann, 1996) .............................................................. 138 13.4 Superman - O Filme (Richard Donner, 1978) ...................................................... 139 13.5 Ghosts (Steven Spielberg, 1996) ........................................................................ 140 14 CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................ 142 15 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 143 16 1 INTRODUÇÃO O trabalho tem por finalidade analisar pela perspectiva da tipografia, créditos iniciais e finais de filmes de entretenimento. A análise foi elaborada utilizando critérios de avaliação baseados em conceitos de tipografia, de como uma fonte pode ser avaliada quanto a tamanho, forma, peso, serifa, cor, estilo, movimento, sequência, efeitos, características, significados, entre outros critérios estabelecidos. No primeiro capítulo, foi feita uma pesquisa sobre filmes, onde é exibido, como pode ser produzido e classificado, e sobre os gêneros de filmes. Foi feito um levantamento de alguns festivais de cinema no mundo, o tempo de duração de um filme, como se dá o processo cinematográfico e os profissionais do cinema. No segundo capítulo, o assunto abordado foi cinema. Foi feita uma breve introdução sobre o que é cinema, onde foi inventado, e como é o cinema no Brasil e no mundo. Os primeiros filmes mudos foram citados, há exemplos de filmes sonoros, as produções de 1910 a 1940, os principais filmes entre 1950 e 1990, o cinema atual, e o cinema digital com o cinema analógico. O terceiro capítulo trata dos créditos de filmes. É comentado o que são os créditos de filmes, como eles eram produzidos, é citado os primeiros créditos já feitos e os principais nomes na produção dos créditos, tipografia em movimento, quais os cinco tipos que podem ser encontrados nos filmes, além de exemplos. A história da tipografia é tratada no quinto capítulo. Foi pesquisado o que é tipografia, as características dos tipos, a tipografia do século XV ao XX, a influência dos períodos na produção tipográfica como o renascimento, barroco, classicismo, futurismo, art decó, pop art e a tipografia pós-moderna. O capítulo seis trata da elaboração da análise dos créditos cinematográficos. É comentado o material de pesquisa para se chegar à proposta de classificação, como ela foi criada e quais os critérios da tipografia serão analisados quanto ao tempo, espaço e tipografia. A tabela criada para a análise também é demonstrada no capítulo. O material de análise é citado no capítulo sete, que mostra uma estrutura de como os filmes foram classificados, além da lista dos oitenta filmes selecionados para análise de acordo com os cinco estilos de gêneros definidos na escolha dos filmes, e como eles foram organizados. Já o capítulo oito trata de um teste do critério elaborado com cinco filmes escolhidos aleatoriamente. É demonstrado como foi feita a análise dos filmes escolhidos, os frames utilizados e a tabela preenchida com os itens que aparecem nos filmes, além de um breve comentário sobre o resultado final de cada filme. 17 Depois de feita a análise dos filmes restantes, foi criada uma tabela para cada estilo de gênero que consta no capítulo nove. Cinco tabelas com todos os resultados dos dezesseis filmes de cada estilo foram preenchidas, e suas médias foram calculadas para facilitar o entendimento e comparar os resultados. Além disso, as médias receberam nomenclaturas de acordo com suas categorias. Os resultados e as cinco tabelas preenchidas são encontrados no capítulo dez. Foram citados alguns exemplos para a classificação dos resultados, como por exemplo, comparar as cinco médias de cada estilo de gênero. Sendo assim, o capítulo onze mostra os resultados das possibilidades citadas no capítulo anterior, acompanhados de um breve comentário, de gráficos, além do exemplo de um filme para cada possibilidade. O capítulo doze mostra um resumo dos resultados obtidos nos oitenta filmes de acordo com os cinco estilos de gêneros. Dentre os critérios de análise, as informações obtidas com os resultados foram comentadas e alguns filmes foram citados. Por último, o capítulo treze trata de uma análise mais aprofundada de cinco filmes escolhidos aleatoriamente. Após todas as análises, foi escolhido um filme de cada estilo de gênero e este foi comentado não só utilizando seus resultados, mas sim comparando os resultados com o enredo do filme e qual mensagem ele transmite ao espectador. 18 2 FILMES O filme é um produto audiovisual acabado que tem uma duração. Pode ser exibido no cinema, TV ou em algum outro veículo, e é considerado um conjunto de componentes visuais (signos, imagens, desenhos, gráficos e etc.), e sonoros (voz, música, ruído, efeitos onomatopéicos e etc.), pois pode ser visto e ouvido ao mesmo tempo. Sua função é comunicar algo ao espectador, seja uma informação real, de época, fictícia. Um filme pode ser produzido em caráter de entretenimento, documental ou institucional. Há filmes que ficam em cartaz no cinema por certo período e depois são disponibilizados nas locadoras, mas também há filmes que não entram em cartaz no cinema e vão direto para a locadora. Dentre as produções temos mudo, preto e branco, antigo, de época, animação 2D e 3D, atual, estrangeiro, de arte, cult, stopmotion, falado, longa, média e curta metragem, documentário, entre outros. Além disso, o filme pode ser caracterizado quanto ao seu gênero cinematográfico. Há festivais de cinema no mundo que mostram a produção cinematográfica, e também prêmios de cinema que coroam os melhores filmes lançados no ano. Além da premiação para os filmes, atores principais, coadjuvantes, fotografia e trilha sonora, outras características também recebem prêmios. Dentre os festivais, temos o Festival de Brasília, Festival de Cannes, Festival de Gramado e Festival de Veneza. Prêmios temos a Framboesa de Ouro, Globo de Ouro, Grammy, Leão de Ouro, e o mais importante, o Oscar. Um curta metragem é um filme com duração menor que quinze minutos. Geralmente utilizado na produção de documentários, filmes estudantis e de pesquisa. É um termo que começou a ser usado nos Estados Unidos em 1910, quando os filmes que estavam sendo produzidos, começaram a ter durações maiores. Segundo a Agência Nacional do Cinema (ANCINE) em sua Instrução Normativa 22, anexo I de 30 de Dezembro de 2003, a definição de Curta-Metragem é dada a filmes de até 15 minutos, Média-Metragem para filmes com tempo acima de 15 minutos e até 70 e Longa para filmes com mais de 70 minutos. Dentre as opções de gêneros de filmes temos ação, animação, aventura, chanchada, cinema catástrofe, comédia, comédia romântica, comédia de ação, cult, documentário, drama, espionagem, erótico, fantasia, ficção científica, franchise/séries, guerra, machinima (filmes feitos a partir de cenas de jogos de computador), musical, noir, policial, pornochanchada, pornográfico, romance, suspense, terror (ou horror), trash e western (ou faroeste). 19 2.1 Processo cinematográfico Para se produzir um filme, há uma série de “tarefas” dentro do processo cinematográfico. O que compõe esse processo é o roteiro, produção, sonorização, decupagem, montagem ou edição, legendagem, dublagem / dobragem, continuidade, trilha sonora, efeito sonoro, efeito especial e making of. O roteiro é a forma escrita das sequências e diálogos entre os personagens que serão filmados. Ele deve ser organizado para que não haja problemas na produção do filme. Já a sonorização é a preocupação com o som transmitido para que todas consigam ouvir o evento sem ruído. A decupagem recebe a definição de dividir uma cena em planos e descrever como essas cenas se ligarão através dos cortes. A montagem ou edição ordena as cenas do filme para alcançar o resultado desejado. Pode ser na narrativa, no visual, entre outros. É realizada após a produção, pois os filmes de longa metragem não são produzidos em ordem cronológica (filmes não lineares) e para isso, o roteiro tem que estar claro, pois é a partir dele que a montagem será feita. A edição de um filme curta-metragem (geralmente 15 minutos) demora praticamente o dobro do seu tempo de filmagem para a montagem. Em um longa-metragem, pode demorar até três vezes mais. Esse tipo de edição pode ser feita no meio analógico ou digital, e é nessa fase que são produzidos a trilha sonora, os efeitos especiais e as legendas, inclusive os créditos cinematográficos. A legendagem é um texto que acompanha a imagem a fim de maior compreensão. É usado geralmente na tradução de textos e diálogos de filmes e aparece na zona inferior da película, centralizado e em uma cor que não fique invisível no filme. Outra opção é a dublagem, onde há a substituição da voz original do filme pela interpretação de um dublador em outro idioma. Continuidade é uma série de eventos contínuos que ocorrem no mesmo local. O continuísta é o profissional que dá continuidade ao produto filmado, às características de pessoas, lugares, objetos e eventos. A trilha sonora são as peças musicais usadas no filme ou em outro tipo de vídeo. Inclui uma música original feita especialmente para o filme e as chamadas bandas sonoras produzem essa música de fundo. O efeito sonoro ou de áudio são sons criados para filmes ou qualquer outro tipo de comunicação. Já o efeito especial é um tipo de técnica utilizada no cinema e na TV para as cenas que não podem ser filmadas, ou para incrementar as cenas de ação ao vivo. Nessa fase, o diretor passa para a equipe de pós-produção todos os nomes dos envolvidos para que os créditos cinematográficos sejam produzidos e anexados ao filme. Geralmente, o nome de todas as pessoas que trabalharam na produção vão aparecer nos créditos finais. 20 Making of é um termo em inglês usado para designar cenas gravadas que não vão para a edição final. A produção do trailer do filme começa quando as cenas principais do filme vão ser filmadas. O profissional irá captar essas cenas com outra câmera além das já usadas durante a filmagem e é com essa filmagem que o trailer será criado. Os créditos cinematográficos também são utilizados no trailer, pois aparecem o nome do filme, da produtora, dos atores principais e algumas palavras que auxiliam a compreensão do mesmo. 2.2 Profissionais do cinema Além das tarefas citadas acima, temos também uma equipe de pessoas que trabalham na realização e produção do filme, que não poderia ser realizado sem a presença do diretor ou do roteirista, por exemplo. Baseando-se no texto de Monclar (2008), podemos citar os profissionais do cinema como diretor, continuísta, diretor de fotografia, fotógrafo de cena, diretor de produção, assistente de câmera, clap loader, figurinista, guarda roupeira, técnico de som, microfonista, cenógrafo, cenotécnico, roteirista, argumentista, dialoguista, gags man, pesquisador, assistente de direção, operador de câmera, operador de steady cam, produtor executivo, assistente de produtor executivo, assistente de produção, eletricista, geradorista, maquinista, operador de video assist, contra-regra, maquiador e cabeleireiro, montador e editor, músico de cinema, efeitos especiais, laboratorista, marcador de luz, e o montador de negativo. Já os profissionais das telas, podemos citar o ator (e/ou a atriz), autor, crítico de cinema e os figurantes. 2.3 Termos usados no cinema Existem também algumas expressões usadas no cinema. Como exemplo temos cena, corte e enquadramento, fotograma, fade-in, fade-out e fusão, plano, sequência e tomada, bitola cinematográfica, película cinematográfica, perfurações, pista de som e numeração de borda. 21 3 CINEMA A definição da palavra cinema vem de um “sistema de reprodução de imagens em movimento, registrado em filmes e projetado sobre uma tela, usado como meio de expressão artística e comunicação de massa” (Almanaque Abril, 1998). Cinema também é a sala onde são exibidas as obras cinematográficas, e o conjunto de pessoas que trabalham nessa indústria. Hoje é considerada a sétima arte, desde a publicação do Manifesto das Sete Artes pelo teórico italiano Ricciotto Canudo em 1911. “Num antigo salão de bilhar que foi rebatizado com o nome de Salão Indiano, tudo é silêncio. (...) Lá no fundo da sala, sobre um grande painel branco, imagens estranhas... Personagens, veículos, ruas... movem-se e vivem em preto e branco. Estupefatos, os espectadores assistem fascinados, a esta espécie de teatro de imagens. (...) E de repente, um grito de susto: um trem vem rodando, e avança na direção do público! No escuro, algumas pessoas até se levantam da cadeira. (...) O trem não vai sair da tela!” (BERNADET, 2000) Assim, o cinema nasce no Salão Grand Café em Paris, em 28 de dezembro de 1895. Os Irmãos Lumière apresentam aos presentes o seu mais novo invento: o cinematógrafo que foi criado em fevereiro de 1894. Aquele aparelho que filmava, revelava e projetava, conquistaria o mundo e a partir dele nasceria uma indústria bilionária. Figura 1: Irmãos Lumière Fonte: http://www.setorcinema.blogger.com.br/ Figura 2: Exemplo de um cinematógrafo Fonte: http://filosofojr.wordpress.com/ A primeira projeção de Louis Lumière foi “A Chegada de Um Trem a Estação Ciotat”. Ele filmou o trem que vinha de Marselha e parou a filmagem quando o trem saiu do campo de visão, durando apenas 50 segundos. A platéia se espantou e alguns acharam que o trem sairia da tela. O ingresso foi vendido por 50 centavos de nickel. 22 Figura 3: “A Chegada de Um Trem a Estação Ciotat” (Irmãos Lumière, 1895) Fonte: http://ilustradanocinema.folha.blog.uol.com.br Outro filme dos irmãos Lumière chama-se "A Saída dos Operários da Fábrica Lumière". Eles também exibiram outros filmes de 40 a 50 segundos e os rolos de película tinham quinze metros de comprimento. Isso é o marco inicial da nova arte, pois a fotografia e a fotografia animada só ajudaram o desenvolvimento das artes. Os pequenos lugares que exibiam esses filmes se chamavam nickelodeons e esse nome vem do preço do ingresso que era de 1 nickel. Eram filmes curtos, que geralmente duravam de 10 a 15 minutos. A projeção dessas imagens em seqüência deve ser de no mínimo 16 fotogramas (quadros) por segundo, mas em 1929 foi padronizado para 24 quadros por segundo para que não percebamos o tempo que existe entre a exibição de uma imagem e outra. O mágico Georges Meliès quis comprar um cinematógrafo para utilizá-lo em suas mágicas. Os Lumière não quiseram vender-lhe, mas Meliès conseguiu um aparelho semelhante na Inglaterra se tornando o primeiro grande produtor de filmes de ficção, com narrativas, voltados para o entretenimento. O custo de um cinematógrafo na época foi de 1650 francos. Figura 4: George Meliès em “The Man With the Rubber Head” (1901) Fonte: http://fuorischermo.net/Illusionezoom.html 23 3.1 O cinema no Brasil O cinema no Brasil começou em 1898 quando foram feitas as primeiras filmagens, mas nos primeiros dez anos o cinema não era bem divulgado no país. Em 1907, o Rio de Janeiro teve energia elétrica produzida industrialmente, e isso fez com que o comércio do cinema crescesse se formando com estrangeiros, já que essas pessoas tinham a experiência do cinema nos seus países de origem. Esse período é conhecido como a bela época do cinema brasileiro. “(...) empresários atuavam, concomitantemente como produtores, importadores e proprietários de salas, situação que condicionou ao cinema brasileiro um harmonioso desenvolvimento, pelo menos durante poucos anos” (MIUCCI, 2008). Os primeiros filmes produzidos no Rio de Janeiro foram entre 1908 e 1911. Eles eram sobre crimes e impressionavam a população da cidade. A partir de 1912, durante dez anos foram produzidos no Brasil seis filmes onde nenhum deles tinha duração superior a 60 minutos. Os principais nomes do cinema nessa época são Francisco Serrador, os irmãos Botelho e Antônio Leal que filmou em 1908 “Os Estranguladores”. A primeira crise do cinema brasileiro começa em 1912. Ela se dá pela falta de produção do cinema nacional, e pra ajudar, o que é produzido não é exibido, pois as salas de cinema estão ocupadas exibindo filmes estrangeiros que predominavam o mercado mundial. Em 1925, a produção de filmes no Brasil dobra e a qualidade dos filmes aumenta. Além das cidades Rio de Janeiro e São Paulo, outras cidades começam a produzir filmes como Recife, Belo Horizonte e Porto Alegre. Os clássicos do cinema mudo brasileiro são produzidos em 1930 e revistas e jornais começam a divulgar o cinema nacional. Mário Peixoto, Gilberto Rossi, Edgar Brasil, e Humberto Mauro são grandes nomes na produção nacional nessa época. A Cinédia, uma produtora de Ademar Gonzaga, filma “Ganga Bruta” (Humberto Mauro, 1933) e “Limite” (Mário Peixoto, 1930). O cinema narrativo começa no Brasil entre 1934 e 1949, mas até 1940 as produções nacionais se concentram no Rio de Janeiro por possuir estúdios com aparelhos novos. Isso fez com que se proliferasse a comédia vulgar e muitas vezes musical nos filmes produzidos nessa época, e era conhecida como chanchada. “Essa produção de chanchadas carioca lançou um conjunto de atores como Mesquitinha, Oscarito e Grande Otelo, que foram os principais responsáveis pela aproximação do filme brasileiro com o público. Enquanto a década de 30 foi marcada por uma produção sob a égide da produtora Cinédia, os anos 40 já contam com a hegemonia da Atlântida, buscando desenvolver temas brasileiros” (MIUCCI, 2008). 24 Um dos grandes nomes do cinema nacional, Nelson Pereira dos Santos, foge dos padrões ao filmar “Rio 40º” (1955), e “Rio, Zona Norte” (1957). Ele assume um papel de destaque no cinema brasileiro e cria o Cinema Novo, “o mais importante movimento do cinema brasileiro e momento de plena maturidade artística e cultural do nosso cinema” (MIUCCI, 2008). O cinema baiano começa a ficar conhecido em 1961 com Glauber Rocha que filma “Barravento” e “Deus e o Diabo na terra do Sol”. O cinema novo engloba discriminadamente tudo o que se fez de bom no cinema brasileiro e lança diretores premiados como Glauber Rocha, Ruy Guerra, Carlos Diegues, e Sérgio Ricardo Walter Lima Jr. “os temas sociais e políticos eram perseguidos dando lugar à ousadia do erotismo de mau gosto, à pornochanchada, à chanchada, a alguns filmes infantis, o que gerou um cinema pobre. (...) Nem tudo que era produzido era exibido; a censura atuava marcando a presença do Regime Militar”. Dos filmes exibidos, poderíamos citar poucos que alcançaram bilheteria significante (LUCENA, 2008). A partir de 1970 o cinema brasileiro se consolida devido à qualidade do material produzido, o qual ainda utilizava película. Apesar da ditadura militar, foram produzidos “Xica da Silva” de Carlos Diegues e “Dona Flor e Seus Dois Maridos” de Jorge Amado, ambos de 1976. Figura 5: “Xica da Silva” (Carlos Diegues, 1976) Fonte: www.adorocinemabrasileiro.com.br Figura 6: “Dona Flor e Seus Dois Maridos” (Jorge Amado, 1976) Fonte: www.jayrus.art.br Se a década de 80 a falta de verba deixa o cinema brasileiro com dificuldades e quase sem produção, a década de 90 começa com a fase de renascimento. São produzidos “Carandiru” (Hector Babenco, 2002), “Central do Brasil” (1998) e “Abril Despedaçado” (2001) de Walter Salles, “O Que É Isso Companheiro” (1997) e “Bossa-Nova” (2000) de Bruno Barreto, e “Cidade de Deus” de Fernando Meirelles lançado em 2002. 25 Figura 7: “Carandiru” (Hector Babenco, 2002) Fonte: http://www.cinemacomrapadura.com.br Figura 8: “Cidade de Deus” (Fernando M., 2002). Fonte: http://www.cinemacomrapadura.com.br 3.2 O cinema no mundo O diretor americano David W. Griffith produziu filmes logo depois no começo do século XX, e hoje é considerado o grande responsável pela consolidação da linguagem do cinema. Uma de suas produções de maior destaque é "Intolerância", admirado até hoje entre cineastas e cinéfilos. 3.2.1 O cinema mudo Nessa época, os filmes eram mudos e até a década de 20 muitos inventores e produtores tentaram colocar som sincronizado com imagem, mas sem sucesso. Um dos filmes mais populares da época é “O Nascimento de Uma Nação”, produzido em 1915 por D. W. Griffith. Os primeiros anos do cinema eram acompanhados de música ao vivo ou de narrações e diálogos nas cenas. Em 1895 os filmes começaram durando 50 segundos, em 1910 já duravam 15 minutos e depois foram produzidos com duração de 100 minutos. “The Story of The Kelly Gang” (Charles Tait, 1906) é considerado o primeiro longa metragem do cinema e durava 65 minutos. O filme “Cabiria” (Giovanni Pastrone, 1914) com 123 minutos de duração, é um dos primeiros longas-metragens produzidos na Europa. 26 Figura 9: “O Nascimento de Uma Nação” D. W. Griffith (1915) Fonte: http://pt.altermedia.info/cultura Figura 10: “The Story of The Kelly Gang” (Charles Tait, 1906) Fonte: http://www.wilsonsalmanac.com Outros filmes importantes na evolução da arte cinematográfica são: “O Gabinete do Doutor Caligari” (Robert Wiene, 1919), sendo o primeiro filme a falar sobre drácula, “O Circo” de Charles Chaplin (1928), “E O Vento Levou” (Victor Fleming, 1939), “Cidadão Kane” (Orson Welles, 1941), “A Laranja Mecânica” (Stanley Kubrick, 1971), entre outros. “É nessa altura que tem início a maior revolução de que se tem notícia na história do cinema (Araújo, 1995). Figura 11: “O Gabinete do Doutor Caligari” (Robert Wiene, 1919) Fonte: zooartzooblog.blogspot.com Figura 12: “O Circo” (Charles Chaplin, 1928) Fonte: publicult.blogspot.com Figura 13: “E O Vento Levou” (Victor Fleming, 1929) Fonte: konteudo.wordpress.com Os experimentos feitos com som tinham problemas de sincronização e amplificação. Em 1926, a Warner Brothers introduziu o Vitaphone (gravação de som sobre um disco) até que em 1927, a Warner lançou o filme “O Cantor de Jazz” de Alan Crosland um musical que pela primeira vez na história do cinema possuía diálogos e cantorias sincronizados. 27 3.2.2 O cinema com som Em 1928 o filme "As Luzes de Nova York" (Bryan Foy) também da Warner, se tornaria o primeiro filme com som totalmente sincronizado. Mas o som do sistema Vitaphone foi substituído pelo Movietone da Fox, DeForest Phonofilm e Photophone da RCA com sistema de som no próprio filme. Figura 14: “O Cantor de Jazz” (Alan Crosland, 1927) Fonte: www.chambel.net Figura 15: “As Luzes de New York" (Bryan Foy, 1928) Fonte: www.georgegroves.org.uk “O Beijo” (Greta Carbo), lançado em 1929 foi o último filme mudo da MGM, com exceção “Luzes da Cidade” (1931) e “Tempos Modernos” (1936) de Chaplin. Neste mesmo ano foram lançados "Blackmail" (1929) de Alfred Hitchcock (o primeiro filme inglês falado), "Applause" (1929) de Rouben Mamoulian (um musical em preto e branco) e "Chinatown Nights" (1929) de William Wellman (mesmo diretor de "Uma estrela nasce" de 1937). Foi também neste ano criado o prêmio Oscar ou Prêmios da Academia que premia os melhores do cinema. A ficção científica já existia desde o cinema mudo, mas foi se desenvolvendo com a produção de clássicos como "Drácula" (Todd Browning, 1931) e "Frankenstein" (James Whale) do mesmo ano. O uso do som trouxe um dos principais gêneros: o musical. E com a junção com a comédia, surgia a comédia musical. Dentre os filmes históricos ou bíblicos se destacaram "Os Dez Mandamentos" (Cecil DeMille, 1923), "Rei dos Reis" (Nicolas Ray, 1932) e “Cleópatra” (Cecil DeMille, 1934). Já os filmes de gangsters se tornaram populares como "Little Caesar" (Mervyn LeRoy) e "The Public Enemy" (John Bright) ambos de 1931. Este tipo de filme foi influenciado pelo Expressionismo Europeu. Infelizmente cerca de 90% dos filmes mudos se perderam, pois a maioria foi derretida a fim de recuperar o nitrato de prata que era um componente caro. 3.2.3 O cinema de 1910 a 1940 Na França entre 1919 e 1929 começava o estilo Cinema Impressionista Francês ou Cinema de Vanguarda (avant garde em francês). Destacaram-se Abel Gance com 28 "J’Accuse" (1919) e Jean Epstein com "A Queda da Casa de Usher" de 1929. Na Alemanha surge o Expressionismo Alemão onde se destacam os filmes “O Gabinete do Doutor Caligari” de 1919 do diretor Robert Wiene, "Nosferatu" e "Phantom" ambos de F. W. Murnau (1922). Na Espanha surge o cinema surrealista onde se destaca o diretor Luis Buñel. "Um Cão Andaluz” de 1928 foi o marco do cinema surrealista de Buñel. Na Rússia se destaca o cineasta Serguei Eisenstein que criou o intelectual ou dialética que é uma técnica de montagem. Seu filme de maior destaque foi "O Encouraçado Potemkin" de 1925. Alguns produtores saíram de Nova York em direção à costa a um pequeno povoado chamado Hollywood. Esse novo lugar de filmagem era perfeito para os cineastas independentes, pois sempre tinha dias ensolarados e diversas paisagens que serviam como locações. Nessa novidade nasce a "Meca do Cinema" e Hollywood se transforma no mais importante centro cinematográfico do mundo. A 20th Century Fox e a Metro Goldwyn Meyer criaram com alguns diretores e atores o "star system", um sistema de promoção das estrelas de Hollywood. Dentre essas estrelas criadas, temos Charlie Chaplin e Buster Keaton. Em 1920 começa o Expressionismo alemão. É um estilo cinematográfico caracterizado pela distorção de cenários e personagens através da maquiagem e de outros mecanismos. Isso servia para expressar a maneira como os realizadores viam o mundo. Pedro Monteiro (2007) diz que O expressionismo, nascido na Alemanha no final do século IX, é maior que a idéia de um movimento de arte, e antes de tudo, uma negação ao mundo burguês. Seu surgimento contribuiu para refletir posições contrárias ao racionalismo moderno e ao trabalho mecânico, através de obras que combatiam a razão com a fantasia. Influenciados pela filosofia de Nietzsche e pela teoria do inconsciente de Freud, os artistas alemães do início do século fizeram a arte ultrapassar os limites da realidade, tornando-se expressão pura da subjetividade psicológica e emocional. A Segunda Guerra Mundial fez com que a Inglaterra e Estados Unidos produzissem vários filmes com apelo patriota que acabaram servindo de propaganda da guerra. Com o fim da mesma, filmes antinazistas já existiam. Dentre os filmes de destaque temos "Casablanca" de Michael Curtiz produzido em 1942. No começo da década, Orson Welles lançou "O Cidadão Kane" (1941). com ângulos de filmagem e narrativa não linear. Em 1946, o diretor Frank Capra lançou "A Felicidade Não se Compra", ambos estão classificados entre os melhores filmes de todos os tempos. Os filmes "Missão em Moscow" (Michael Curtiz, 1943) e "Músicas da Rússia" (Robert 29 Mayhew, 1944) foram considerados propaganda pró-soviética. Em 1947 um Comitê de Segurança dos Estados Unidos fez uma lista negra de Hollywood acusando 10 diretores de promover um tipo de propaganda comunista. Na Itália nasce o Neo-realismo como reação ao cinema facista do regime de Mussolini. Eles buscavam a máxima naturalidade com iluminação natural e uma forte crítica social. Um dos filmes produzidos é o "Roma, Cidade Aberta" (Roberto Rossellini, 1945), mas seu maior representante é "Ladrão de bicicletas" (Vittorio de Sica, 1948). 3.2.4 O cinema nos anos 50 O Comitê de Segurança dos EUA inclui novos diretores, atores e escritores na lista negra. Charles Chaplin começa a fazer parte dessa lista. Nessa época, o cinema passou a ter um concorrente: a televisão. Essa popularidade da TV fez com que vários cinemas fechassem. Para atrair mais telespectadores, a indústria cinematográfica começou a investir em novos formatos. Em 1952 surge o Cinerama, em 1953 o Cinemascope da 20th Century Fox, e em 1954 a VistaVision da Paramount. O que todos eles tinham em comum era uma tela de exibição maior do que a antiga Alguns filmes se deram bem com esse formato. Os bíblicos e históricos como “Os Dez Mandamentos” (DeMile, 1956), "Vikings - Os Conquistadores" (Richard Fleischer, 1958), "Ben-Hur" (William Wyler, 1959), "Spartacus" (Stanley Kubrick, 1960 e "El Cid" (Anthony Mann, 1961) são bons exemplos. Já nos filmes 3D se destaca "Casa de Cera" (André De Toth, 1953). Na Índia, o cinema era produzido em grande escala, mas só em 1955 que o país ganhou pela primeira vez reconhecimento internacional com "A Canção do Caminho” (Satyajit Ray). Figura 16: “Ben Hur” (William Wyler, 1959 Fonte: www.passeiodasestrelas.com Figura 17: “Casa de Cera” (André De Toth, 1953) Fonte: wurdulaks.blogspot.com 30 A Nouvelle Vague foi um movimento artístico do cinema francês. Essa expressão foi lançada por Françoise Giroud em 1958 pois se referia a novos cineastas franceses. O marco deste movimento é o filme "Nas Garras do Vício" (Claude Chabrol, 1958). Outros clássicos são “Uma Mulher para Dois” (François Truffaut, 1954) e “Os Incompreendidos” (François Truffaut, 1959). Já os cineastas mais famosos são Godard, Truffaut, Alain Resnais, Jacques Rivette, Claude Chabrol e Eric Rohmer, sendo que grande parte dessa equipe trabalhava como críticos de cinema para a revista Cahiers Du Cinéma. O que marca esse estilo é a intransigência com os moldes narrativos do cinema através do amoralismo que é próprio desta geração. Os autores detestavam muitos dos grandes sucessos caseiros do cinema francês. 3.2.5 O cinema nos anos 60 Nessa época o sistema de Hollywood começou a entrar em declínio. Muitas produções passaram a ser feitas na Inglaterra em Pinewood Studios e em Cinecittà na Itália deixando Hollywood de fora. "Mary Poppins" de 1964 da Walt Disney Productions, "My Fair Lady" também de 64 e "A Noviça Rebelde” de 1965 estão entre os filmes mais rentáveis dos anos 60. O diretor John Cassavetes inicia no cinema americano novos rumos utilizando uma produção independente de orçamento reduzido. Na França, o destaque foi "Uma Mulher para Dois” de 1962 do diretor François Truffaut. Na Itália, "La Dolce Vita" de Federico Fellini de 1960. Na Inglaterra, começa a série de filmes de 007 com "Dr.No" de 1962. A Argentina e o diretor Fernando Solanas eram os destaques da América Latina. 3.2.6 O cinema nos anos 70 No ano de 1971, Woody Allen lança o filme “Bananas” que anuncia uma renovação que o cinema norte-americano passaria nessa década. Também surgiram alguns diretores contemporâneos como Martin Scorsese, Francis Ford Coppola, George Lucas e Steven Spielberg. Algumas grandes produções dos anos 70 são “Sob o Domínio do Medo” (Sam Peckinpah, 1971), “Laranja Mecânica” (Stanley Kubrick, 1971), “O Poderoso Chefão” (Francis Ford Coppola, 1972), “Taxi Driver” (Martin Scorsese, 1974) e “Apocalypse Now” (Francis Ford Coppola, 1979). Teve também filmes de catástrofes como “Aeroporto” (George Segal, 1970), “Terremoto” (Mark Robson, 1974) e “Inferno na Torre” (John Guillemin e Irwin Allen, 1974). Com todos esses clássicos produzidos, um filme símbolo dos anos 70 é aquele que 31 alimentou a febre da onda das discotecas. “Os Embalos de Sábado à Noite” (John Badham, 1977) traz John Travolta no papel de Tony Manero, um jovem que trabalha como balconista que encontra sentido na sua vida apenas nas pistas de dança das discotecas de Nova Iorque. A trilha sonora do filme era composta pelos os hits dos Bee Gees, Kool & The Gang e KC & The Sunshine Band. As roupas de poliéster, sapatos plataforma e globos espelhados ficaram eternizados como a marca de uma era. O filme “Os Embalos de Sábado à Noite” fez tanto sucesso entre os adolescentes que Hollywood descobriu o caminho para grandes bilheterias. A era do “cinema teen”, avança com “Guerra nas Estrelas” (George Lucas, 1977) e “Grease – Nos Tempos da Brilhantina” (Randal Kleiser, 1978), que traz John Travolta ao lado da atriz e cantora Olivia Newton-John. Figura 18: “Os Embalos de Sábado à Noite” (John Badham, 1977). Fonte: www.up-dot.com Figura 19: “Grease” (Randal Kleiser, 1978) Fonte: br.geocities.com 3.2.7 O cinema nos anos 80 Essa década é caracterizada pela produtividade do cinema americano, e a Argentina em 1985 ganha seu primeiro Óscar de Melhor Filme Estrangeiro por “A História Oficial”. Outras grandes produções são a brasileira ”Pixote - A Lei do Mais Fraco” (1981) de Hector Babenco, e a japonesa “Akira” de 1988 que impressionou pelo seu enredo e estilo violento. A violência como tema dos filmes se torna regra dos grandes diretores. Um dos exemplos são do diretor Martin Scorsese com “Touro Indomável” (1982), e do diretor Stephen Frears com “Ligações Perigosas” (1988). Robin Williams encanta com “Sociedade dos Poetas Mortos” (1989) e o diretor Oliver Stone reabre os arquivos da Guerra do Vietnã com “Platoon“ (1986). Stanley Kubrick também comenta essa guerra em “Nascido Para Matar” de 1987. 32 3.2.8 O cinema nos anos 90 O pop se casa com o clássico nas telas nos anos 90. A ordem para esses filmes é a diversidade. “O Silêncio dos Inocentes” (Jonathan Demme, 1991) entra para a história do cinema ao ganhar os cinco principais Oscars; “Forrest Gump” (Robert Zemeckis, 1994) apresenta Tom Hanks; Quentin Tarantino é considerado um dos grandes gênios da modernidade e muda o rumo dos acontecimentos com “Pulp Fiction” (1994). Já a atriz Sharon Stone cruza fatalmente suas pernas em “Instinto Selvagem” (Paul Verhoeven, 1992). Tom Hanks ganha dois Oscars consecutivos e Julia Roberts se torna a musa da década com “Uma Linda Mulher” (Gary Marshall, 1990). Figura 20: “Pulp Fiction” (Quentin Tarantino, 1994) Fonte: hotvnews.wordpress.com Figura 21: “Uma Linda Mulher” (Gary Marshall, 1990). Fonte: www.incommunseries.com 3.3 O cinema atual Os anos foram se passando e os filmes evoluíram. Será que existe diferença dos filmes antigos para agora? Os sentimentos de antigamente são os mesmos, e o sentimento mostrado no cinema também. Naquela época as imagens eram fotoquímicas e hoje foram substituídas pelo cinema digital. Para Manovich (2001) esse tipo novo de cinema é “uma composição de seis materiais (relacionados à imagem): filmagem ao vivo, pintura, processamento de imagem, composição, animação 2D e animação 3D”. O cinema em um século de existência evoluiu dos filmes mudos de 15 minutos de duração para longas de animação 3D coloridos e com som de 180 minutos. O cinema passou por várias transformações e pudemos introduzir “a narração, a possibilidade do uso da cor e do som, até a utilização dos efeitos especiais. Pode-se afirmar que o cinema, (...) se diferencia totalmente das primeiras exibições cinematográficas”. (ARAGÃO, 2004). Em um século de existência, podemos dizer que o cinema possui quatro fases: o cinema mudo, o cinema sonoro dos anos 30 aos 50, o cinema moderno (1951 a 1980) e o 33 cinema pós-moderno (1981 em diante). E em todas essas fases o cinema mostra cenas do cotidiano, brigas e amores verdadeiros; e o que não é verdadeiro, a imagem cinematográfica nos faz acreditar que é verdade. A tecnologia digital dominou o mercado de entretenimento doméstico. A tecnologia foi melhorando com o passar dos anos, mas ainda é baseada nos mesmos princípios: nada poderia se equiparar à qualidade da imagem da película. Mudanças ocorreram e George Lucas lança em 2002 "Star Wars - Episósio II: O Ataque dos Clones", o primeiro filme de ação produzido em vídeo digital. A maioria dos cinemas utilizou conversões em 35 mm do filme, mas alguns utilizaram projetores de filme digital, pois as películas não foram utilizadas nesta produção. O cinema digital traz uma tecnologia que sofre novos aperfeiçoamentos. O mundo digital permite que possam ser produzidos filmes de forma mais barata e menos complicada. Waldemar Lima (2004) acredita que a demora para a implantação do Cinema Digital não é pela qualidade de imagens, cores, contrastes, e sim é uma briga comercial. "É briga pela venda de filme virgem para produção e cópias, é briga por distribuição e por exibição". O uso da moviola, um equipamento de edição de película, dificilmente é usado. Os diretores que filmam em película 16mm ou 35mm, estão mudando para digital para facilitar a edição. Depois do filme editado, o negativo é levado para o laboratório onde é cortado e emendado de acordo com a edição que foi feita digitalmente. Com isso, o filme tem sua primeira cópia pronta para ser exibida nos cinemas. Na edição digital o processo é diferente. Depois da filmagem em película ou da gravação em vídeo, o cineasta vai para a ilha digital e edita seu filme. Com o filme editado, ele envia para os laboratórios para fazer a cópia em película 16mm ou 35mm. Este processo é chamado de transfer, kinescopagem ou ampliação. A imagem não é a mesma de um filme em película mas o custo final do filme é infinitamente menor. Com essa redução de custos, o cinema pode produzir mais em pouco tempo e lançar novos diretores. Existem duas exibidoras nacionais de sistema digital: a TeleImage, da CasaBlanca, e a Kinocast, da Rain Networks. Elas possuem 127 das 2.095 mil salas espalhadas pelo país, segundo dados da Ancine (2006). “O cinema digital pode popularizar o cinema mais do que você imagina. Você tem mais acesso a mais filmes, o que acarreta em uma programação mais diversificada”, cita Fábio Lima, sócio da Rain Networks. “Quanto mais diversidade houver, maior a chance de atingir diferentes públicos e ter mais cinemas para responder à demanda”. (LIMA, 2002). Para baratear o custo das salas digitais, o filme é baixado por um satélite do servidor da empresa que gerencia o cinema digital que ao conectado ao projetor, reproduz o filme e garante a proteção contra a pirataria. 34 “Além do frete menor, a construção de salas digitais também é incentivada pelo baixo investimento, se comparado com os cinemas convencionais com exibição de 35 mm. Somados gastos com sonorização, projeção e infraestrutura, como cadeiras e tela, uma sala que reproduz filmes de 35 mm sai por até 280 mil reais. Uma sala digital nova, que use os sistemas TeleImage ou Kinocast, sai por cerca de 80 mil reais.” (LIMA, 2002) Existem centenas desses cinemas digitais no mundo e a maioria está nos Estados Unidos pelos investimentos que os grandes estúdios fizeram. Eles lançaram o padrão Digital Cinema Initiatives (DCI) e os filmes produzidos só poderão ser exibidos em salas com certificado DCI. O custo para transformar as salas e projetores analógicos para digitais no Brasil é de 250 milhões de reais. O sucesso do cinema digital está na vantagem do baixo custo na produção. Com o sistema analógico, as companhias cinematográficas (...) gastam, muito dinheiro com a gravação de fitas, distribuição e recolha de filmes (...). Assim, essas empresas geralmente escolhem a dedo os filmes que irão distribuir e são bastante cautelosas com número de cinemas em que os filmes serão exibidos, com receio de não ter o retorno do investimento. (...) Com a distribuição de dados em formato digital todo esse processo torna-se desnecessário. O filme pode ser gravado em DVD, difundido por cabo ou mesmo por satélite. Dessa forma, os custos de distribuição são drasticamente reduzidos. (VITAL, 2007) Os filmes analógicos acabam se desgastando com a quantidade de exibições. Com o cinema digital a imagem não perde qualidade e a exibição será sempre a mesma. Além disso, existe a possibilidade de maior manipulação da imagem e reprodução do filme em outras línguas. 3.4 Cinema digital versus analógico Apesar de já existirem câmeras que gravam em alta definição, o cinema digital só não conseguiu superar o analógico na qualidade e na beleza da imagem. Essa parceria do cinema com a tecnologia é uma combinação promissora. Hoje em dia qualquer um pode fazer um filme e postar na internet e no YouTube, para isso basta ter em mãos uma câmera ou até mesmo um celular. Cláudio Bezzera (2007) afirma que existe um tipo de cinema baseado no imprevisto. Como não é preciso gastar dinheiro com filmes e mobilizar uma grande equipe, as pessoas não se importam em deixar a câmera ligada e acabam captando cenas admiráveis. Alguns críticos de cinema dizem que o cinema é o mais poderoso meio de comunicação depois da TV. Essa imensa mudança do cinema analógico para o digital afeta todo o mundo. Quanto mais acessível for, mais ampliada vai ser uma produção independente. 35 4 CRÉDITOS CINEMATOGRÁFICOS A partir de 1910, os locais de produção dos filmes eram chamados de escritórios de cinema, e em poucos anos estavam em diversos países. O mercado exigia a produção de novos filmes e esses escritórios tinham que dar conta da quantidade de cópias das obras, além de traduzir as legendas e os créditos cinematográficos para os países que solicitavam os filmes. Os créditos cinematográficos ou intertítulos são uma lista com os nomes das principais pessoas envolvidas na produção de um filme e suas respectivas funções. Atores principais, diretor, e produtora são exemplos de nomes que aparecem em um crédito de filme. Essa lista surge como títulos no início ou no final de um filme, ou em ambos. O crédito dá “uma rápida pista do que se tratava o filme, depois tendo agregado mais informações e uma grande variedade na forma de sua apresentação” (MUSSER, 1994). A principal função do crédito é informar ao espectador as pessoas que estavam envolvidas na produção. Possui três elementos básicos: música, imagem e a tipografia. “A idéia é esquentar os olhos e a cabeça da platéia recém-chegada, munindo a abertura do filme com informações importantes (...) sobre o que virá a seguir e visando o maior impacto visual possível” (FILHO, 1997). Os créditos permitem articulações como, por exemplo, cor, música de fundo acompanhando ou não o movimento dos créditos, podem ser animados ou estáticos, possuem um tempo de exibição, uma sequência, podem ter relação com o conteúdo e/ou a história do filme, e alguns deles se destacam mais que o próprio filme. Tietzmann (2005) acredita que os créditos de abertura “são trechos de filmes onde há um espaço para comunicação diferenciada com o espectador, oriunda da mescla de elementos-chave da história”. Já para Crook (1986) “não bastava dominar a tipografia e as técnicas de preparação dos textos gráficos para cinema, mas também se mostrava necessário agir cooperativamente com a equipe de realização do filme e o tema da obra”. Em relação à mescla de imagens com texto, Tietzmann (2005) afirma que os créditos não foram inventados pelo cinema. Os cartuns satíricos publicados no século XIX já possuíam créditos. “O que o cinema trouxe de novo (...) foi a possibilidade de definir uma sequência de cartões com texto (...) cuja (...) ordem preferencial de leitura, fosse prédefinido por um autor através da montagem cinematográfica” (TIETZMANN, 2005). 36 4.1 Primeiros créditos do cinema Os créditos antigamente eram criados com cartões de títulos. Colocava-se o nome do filme e o nome do diretor escrito em branco em um cartão de fundo preto, sempre utilizando uma fonte simples. O cartão era fotografado e colocado na película do filme. Um dos primeiros cartões criados foi para o filme “O Grande Roubo do Trem” de Edwin Porter produzido em 1903. Figura 22: Créditos de O Grande Roubo do Trem (Edwin Porter, 1903) Fonte http://www.shillpages.com/movies/index2.shtml A imagem acima mostra a preocupação de Edison. Simplesmente aparecem duas vezes o nome do produtor, e outras duas que o filme possui copyright de 1903. Isso buscava “a identificação dos autores para fins de responsabilidade perante uma ação judicial” (MANNONI, 2003) já que em 1919 havia mais de 15 mil salas de cinema. “Não era possível sobrepor legendas às imagens (...) filmadas até o aperfeiçoamento (...) de dispositivos conhecidos como trucas, bancos ópticos ou optical printers” (RICKITT, 2000). “O que o cinema trouxe de novo, (...), foi a possibilidade de definir uma sequência de cartões com texto e imagem captadas pela câmera cujo andamento e, portanto, a sugestão da ordem preferencial de leitura, fosse pré definido por um autor através da montagem cinematográfica.” (Tietzmann, 2005). Na virada do século XIX, Cecil Hepworth filma em 1900 o filme “Qual a Sensação de ser Atropelado”. As legendas foram filmadas com cartões e seguem o atropelamento do cinegrafista em uma fonte irregular branca. Outros filmes do cinema mudo também utilizaram cartões de títulos, como por exemplo o filme de Charles Chaplin “Em Busca do Ouro” de 1925. 37 Figura 23: Créditos de “Qual a sensação de ser Atropelado” (Cecil Hepworth, 1900) Fonte http://www.shillpages.com/movies Figura 24: Créditos de “Em Busca do Ouro” (Chaplin, 1925) Fonte http://www.shillpages.com/movies Um dos primeiros diretores a desenhar esses títulos foi Alfred Hitchcock. Na década de 1920 na cidade de Londres, Hitchcock “ilustrou cartões de títulos para uma subsidiária da Paramount e a partir daí começou a trabalhar como ilustrador de intertítulos” (TRUFFAUT e SCOTT, 1983). Porém só a partir de 1950 é que os créditos se consolidaram. 4.2 Tipografia em movimento Um dos primeiros filmes com a movimentação da tipografia foi “O Monstro do Ártico” (Christian Nyby, 1951), onde um fundo preto formava o título do filme e era preenchido por um feixe de luz que passava entre os tipos. “A integração de palavras, formas e imagens também funcionam no cinema (...) e podem ajudar no discurso narrativo do filme “(Aragão, 2004). Figura 25: Créditos de O Monstro do Ártico (Christian Nyby, 1951) Fonte www.horrortalk.com Os meios de comunicação delinearam novas propriedades à tipografia. Nos créditos de filmes, a tipografia está em movimento usando diversos tipos de efeito visual. Rickitt (2000) afirma que “a separação entre o cartão de abertura e as demais cenas do filme não pode ser apenas creditada ao estágio incipiente em que se encontrava a narrativa cinematográfica em 1903. Ela, principalmente, é fruto de uma limitação técnica dos processos de copiagem de filmes no início do século XX somado a uma percepção de custo e benefício.” 38 Essa sequência de créditos citada acima mostra as pessoas envolvidas utilizando a tipografia. “Apesar de parecer à primeira vista dominado apenas pela informação apresentada na forma de texto gráfico, é potencialmente um espaço de complementação e criatividade entre a comunicação gráfica e o cinema”. (TIETZMANN, 2005). “Os letreiros que cortavam os filmes para anunciar os diálogos dos personagens eram por vezes quase suprimidos, como em “O Último Homem” de Murnau (1924). Por outro lado, em alguns casos tinha-se a impressão de que a falta de som prejudicava filmes que precisariam ter muitos diálogos, como “A Paixão de Joana D’Arc”, feito pelo dinamarquês Dreyer em 1928.” (ARAÚJO, 1995) Em seu artigo publicado nos Anais P&D Design 2000, Marcos Buccini “sugere a realização de pesquisas sobre interferência na tipografia como: classificações das interferências e seus resultados estéticos e semiológicos”, pois “estudos sobre tipografia em movimento são vitais para o desenvolvimento do design.” 4.3 Videodesigner Com o avanço da tecnologia, os cartões de títulos foram substituídos pela computação gráfica. Desenhar cartões era trabalhoso e nem sempre dava certo. Os créditos atuais participam no filme, e algumas vezes o filme começa e só depois de uma breve introdução é que os créditos aparecem. Segundo Arlindo Machado, na década de 50, alguns cineastas contrataram artistas gráficos e plásticos para criar a abertura de seus filmes. “Alguns desses profissionais realizaram um trabalho de tal impacto que não foram raros os casos em que as aberturas se tornaram mais importantes do que os próprios filmes” (Machado, 2003). Hoje esse profissional que cria os créditos cinematográficos é chamado de videodesigner. Misturando fontes tipográficas diferentes com efeitos especiais de computador, esse profissional “reproduz parte dos sentidos próprios da cultura pós-moderna de forma ativa (...). Poderíamos mesmo arriscar em dizer que o videodesign (...) seria a forma mais representativa do design pós-moderno atual” (Tietzmann, 2005). Para Marcos Buccini (2000), os créditos atuais estão sendo mais elaborados. “O uso da tipografia enquanto elemento imagético e animado, ultrapassando o significado apenas lingüístico, transmite uma maior quantidade de informações ao receptor do que a tipografia estática.” O espectador é cativado desde a primeira cena, e há casos que os créditos ajudam na compreensão do filme, pois é utilizado textos em vez de imagens. 39 4.4 Designers e diretores dos créditos cinematográficos Pablo Ferro, Maurice Binder e Saul Bass são os grandes nomes da década de 50 com seqüências de créditos. Bass trabalhou nos filmes de Alfred Hitchcock, Binder criou a abertura de James Bond onde Bond aparece dentro do cano de uma arma, e Ferro criou a abertura de “Doutor Fantástico” (Stanley Kubrick, 1964). Saul Bass foi um dos primeiros designers responsáveis por um novo tipo de créditos na década de 50 e 60. Entre eles podemos citar “Um Corpo que Cai” de 1958, “Intriga Internacional” de 1959 e “Psicose” (1960) ambos de Alfred Hitchcock, e “Os Bons Companheiros” de Martin Scorsese produzido em 1990. Figura 26: Créditos de Psicose (Alfred Hitchcock, 1960) Fonte: Acervo pessoal Pablo Ferro é outro designer importante e trabalha com filmes desde a década de 60. Ferro criou o quick cut que é uma técnica de edição onde são feitas mudanças de imagens sem continuidade. Vinte anos depois, a emissora de TV americana MTV adotou essa técnica, usando até hoje em suas vinhetas e programas. Uma das empresas que produzem créditos para filmes é a Boreau e a P2 de Nova York, o escritório nova iorquino Balsmeyer & Everett, além do cineasta inglês Peter Greenaway. A Imaginary Forces também é um grande nome em créditos de filmes em Hollywood por produzir além dos créditos, campanhas de filmes, trailers, comerciais e abertura de programas para TV, animações para multimídia e embalagem de software. Houghton, sócio da Imaginary Forces, diz que “uma das razões pela qual somos mais conhecidos é a maneira como tratamos a tipografia visualmente como imagem” (Revista American Cinematographer, 1998). 40 Com toda essa evolução na criação dos créditos, não se sabe o que é tipografia e o que é imagem, é apenas “produto de um contexto social e cultural que requer uma nova sensibilidade para lidar com um universo mergulhado numa quase palpável trama de textos e imagens” (BUCCINI, 2000). 4.5 Tipos de créditos cinematográficos Tietzmann (2005) define que além dos créditos iniciais e finais, foram estruturados mais três tipos de créditos: os intertítulos de fala; os intertítulos narrativos, e por último a tipografia endógena. Dentre os cinco tipos, a tipografia endógena é a única que pode assumir o papel de qualquer uma das outras quatro definições. “Cada uma dessas cinco ligações entre imagens cinematográficas e elementos gráficos se definiu em convenções específicas que permitiam sua identificação e leitura com agilidade” (MUSSER, 1994). Os três tipos de interferências citadas acima são encontrados entre os créditos finais e iniciais dos filmes, ou seja, qualquer tipo de tipografia encontrada no filme se enquadra em uma das três classificações citadas. Para Marie (1995), os “intertítulos de fala são configurações inseridas sobre as imagens filmadas, os intertítulos narrativos são inseridos entre as imagens filmadas e a tipografia endógena são configurações inseridas no filme”. 4.5.1 Créditos de abertura Os créditos iniciais ou de abertura informam a quem o filme pertencia. Nos anos seguintes incorporaram o título, o elenco, a equipe da obra, os prólogos textuais e davam avisos ao espectador. Mostra geralmente o nome da produtora, o nome do filme, nome dos atores principais, diretor, fotografia, e podem variar, pois mostram mais informações que os outros. Em relação a filmes, a primeira cena é a sua primeira sequência, mas nem sempre é nela que os créditos aparecem. Os créditos de abertura são para Musser (1994) “uma informação a quem o filme pertence usando símbolos gráficos ao cenário (...). Desde os primeiros filmes produzidos há algum tipo de crédito”. Para Tietzmann (2005), “estudar com detalhes as cenas de abertura, abre-se a possibilidade de, a partir do design, realizar trabalhos que façam análises estéticas, culturais e ideológicas sobre determinados filmes”. 41 Figura 27: Créditos iniciais de “Prenda-me se for Capaz” (Steven Spielberg, 2002) Fonte: Acervo pessoal 4.5.2 Intertítulos de fala Os intertítulos de fala apenas pontuavam a parte gestual das cenas com palavras (diálogos). Elas ainda existem, mas hoje em dia foram substituídos pelas legendas de fala que são “essenciais à distribuição internacional de produtos audiovisuais” (TIETZMANN, 2005). As legendas continuam a cumprir o papel dos intertítulos presentes no cinema dos primeiros anos, e com a evolução dos créditos, agora podem aparecer sem interromper o andamento do filme, por serem sobrepostas a imagem. Figura 28: Cena de “Velozes e Furiosos 4” (Justin Lin, 2009) Fonte: santanatech.spaces.live.com 4.5.3 Intertítulos narrativos Já os intertítulos narrativos acrescentavam informações que a seqüência de imagens teria trabalho para comunicar. Eles lembram que estamos em “Los Angeles, 2005” ou que estamos “Dois anos depois”. Em filmes como “A Linha Geral” (Sergei Eisenstein, 1929) esquemas aparecem em intertítulos para mostrar o progresso da agricultura soviética. “Continuam, de forma graficamente mais ou menos sofisticada, a colaborar com a leitura dos filmes” (TIETZMANN, 2005). 42 Figura 29: Intertítulo narrativo em “Velozes e Furiosos 4” (Justin Lin, 2009) Fonte: santanatech.spaces.live.com 4.5.4 Tipografia endógena São palavras e textos gráficos que fazem parte do cenário de um filme, como por exemplo, o nome de uma loja, textos em etiquetas, bilhetes e até telas de computador. É a única interferência tipográfica que pode assumir o papel de qualquer uma das outras quatro existentes. Temos como exemplo os créditos finais pichados na parede do filme “Amor Sublime Amor” (Robert Wise, 1961), ou o título inicial em neon de um bar no filme “Escola do Rock” (Richard Linklater, 2004). Figura 30: Tipografia endógena do filme “Escola do Rock” (Richard Linklater, 2004) Fonte: ilustradanocinema.folha.blog.uol.com.br 4.5.5 Os créditos finais Até alguns anos, os créditos finais se resumiam ao simples “The End”. Mas o fortalecimento dos sindicatos e “o final do reinado dos grandes estúdios no mercado americano na década de 1960, os créditos finais passaram a listar todos os envolvidos na realização da obra. Um longa-metragem tem em sua equipe facilmente centenas de pessoas” (TIETZMANN, 2005). 43 Figura 31: Créditos finais do filme “Romeu e Julieta” (Baz Luhrmann, 1996) Fonte: Acervo pessoal Para Baines e Haslam (2002) “a velocidade da movimentação dos caracteres deve ser determinada pela habilidade de leitura dos espectadores. Um dos exemplos mais antigos de textos em movimento em tela são os créditos finais dos filmes, que são, por convenção, deslocados lentamente de baixo para cima”. 44 5 TIPOGRAFIA 5.1 História Priscila Farias (1998) define tipografia como “universalmente neutra, compreensível e funcional”. Já Lucy Niemeyer (2002) define tipografia como "um ofício que trata dos atributos visuais da linguagem escrita". O objetivo de um texto é “de transmitir uma mensagem do modo mais eficaz possível, gerando no leitor destinatário significações pretendida pelo destinador” (Niemeyer, 2002). Essas letras possuem variações de acordo com a sua família podendo ser em itálico e negrito, por exemplo. Elas são as principais ferramentas de comunicação e para isso deve-se fazer uma escolha adequada dos tipos para a composição e a relação do layout de texto com os elementos da página. A mensagem tem que ser transmitida de maneira rápida e eficiente, sem que a atenção do leitor se perca ou que a mensagem não seja entendida claramente, pois "a tipografia também serve como meio de expressão" (Farias, 1998). “Para funcionar bem na comunicação, a mensagem impressa requer causar impacto. Os tipógrafos profissionais têm uma grande responsabilidade no resultado desse processo” (Niemeyer, 2002). "... se você tem uma determinada informação ou um texto manuscrito e precisa darlhe um formato impresso com uma mensagem clara que possa ser lida sem problema, isso é tipografia. Mas essa definição tem o defeito de ser muito curta. Tipografia pode ser também algo que não precisa ser lido. Se você gosta de transformar partes dessa informação em algo mais interessante, pode fazer algo ilegível, para que o leitor descubra a resposta. Isso também é possível, e isso também é tipografia. Escrita à mão é tipografia. Fazer letras à mão também é tipografia” (WEINGART, 2000) Para Weingart, a tipografia pode ser um texto tanto legível quanto ilegível, independente da informação que você quer passar. Uma mesma mensagem pode ser passada utilizando duas formas de escrita diferentes por exemplo. O título de um filme por ser escrito utilizando uma fonte sem serifa, ou pode-se também criar uma fonte um pouco mais ilegível, dando a entender no seu desenho do que se trata o filme. Desde a invenção da escrita cuneiforme dos Sumérios em 3150 a.C. até Gutenberg com sua impressão de tipos móveis em 1450, a tipografia sempre acompanhou as diferentes expressões culturais do homem e implementou as trocas comerciais. O foco comercial da tipografia começou a partir da Revolução Industrial, pois foi fundamental para o desenvolvimento da propaganda. Aliando estética e espírito crítico, a tipografia ainda influenciou movimentos artísticos como o Dadaísmo, Futurismo, Construtivismo e a escola Bauhaus. 45 Figura 32 – Dadaísmo Fonte: suzeargollo.wordpress.com Figura 34 – Construtivismo Russo (Rico Lins) Fonte: construtivismorussobr.blogspot.com 5.2 Características Cada família tipográfica guarda em seu desenho características essenciais, podendo variar no tamanho, forma, peso, contraste, inclinação, estrutura, largura e traço. Ela possui os sinais alfabéticos que são caracteres maiúsculos e minúsculos, e os para-alfabéticos que são os sinais de pontuação. Figura 34 – Família tipográfica Swift, 1985 Fonte: www.linotype.com Como a tipografia é usada em aplicações impressas, ela também pode ser usada em CRTs (cathode ray tubes). São telas de televisão e de monitor as quais irradiam a luz. Isso determina que a tipografia seja diferente entre o material impresso e CRTs por causa dos "efeitos da mensagem sobre o olho do leitor" (Niemeyer, 2002). "Com o surgimento da imprensa de Gutenberg em 1456, as letras, antes manuscritas por monges em livros artesanais, começam a ganhar características mais neutras, cuneiformes e gradativamente foram perdendo seu aspecto manuscrito. A sagração da neutralidade na tipografia ocorreu na Suíça, durante o movimento que ficou conhecido como "estilo internacional", na década de 1950, com o surgimento da fonte Helvetica" (HOLLIS, 2000). 46 Entre as espécies de caracteres no alfabeto latino, Niemeyer, em seu livro, define as doze principais, porém para este trabalho usaremos apenas sete: - Maiúsculas ou caixa alta (A, B, C, D; E...) - Minúsculas ou caixa baixa (a, b, c, d, e...); - Ditongos que são maiúsculas ou minúsculas unidas (ei, ai, oi, iu, eu, ou, au...); - Acentos gráficos (´, `, ^, ~); - Algarismos que podem ser ou não alinhados pela linha de base (I, II, III, IV, V...); - Sinais de pontuação (!, ?, .) ; - Símbolos de operações matemáticas (+, -, x, ÷, ±); Horn (1977) avalia os caracteres quanto ao seu valor, textura, cor, orientação, tamanho, localização no espaço bidimensional e tridimensional, movimento, espessura e iluminação. Há também a classificação tipográfica Vox/ATypI, que foi feita originalmente por Maximilien Vox em 1954, que divide os tipos em sete grandes classes, também divididas em subclasses, como romanos, lineares, incisos, manuais, manuscritos, góticos e os não latinos. Já os elementos tipográficos em sua estrutura podem ser divididos em linha de base, linha central, ascendente, descendente, caixa alta, caixa baixa, altura de x, cabeça ou ápice, serifa, barriga, haste, montante ou trave, base, barra e bojo. Na busca por maior legibilidade e simplificação, Francis Thibedeau em meados do século XVIII estabeleceu características para as principais famílias de letras. Como exemplo, temos a romana antiga que proporciona um descanso visual; a romana moderna que é esteticamente agradável e melhorou a legibilidade das letras; a egípcia (ou serifa grossa) que possui uniformidade nas hastes e serifas retangulares; a sem serifa que possui poucas variações, mas não aconselhável em textos longos; e a cursiva que possui hastes e serifas livres fazendo com que se torne a mais ilegível de todas. Figura 35 Exemplo de características tipográficas Fonte: Acervo pessoal 47 Em relação ao alinhamento de texto em uma página, podemos organizá-lo de maneira justificada, justificada a direita, justificada a esquerda, centralizada e assimétrica. Outros critérios que influenciam a escolha dos tipos para compor um texto legível são a força dos traços e a sua posição, a inclinação das letras (redondo, negrito, fraco, itálico) e a largura dos caracteres (expandido, condensado, normal, estreito). "Palavras compostas apenas com letras maiúsculas são consideravelmente menos legíveis do que palavras compostas em caixa baixa" (Farias, 1998). “Fatores externos aos tipos em si também devem ser levados em conta na escolha das fontes, como a cor dos caracteres, a cor do papel ou do (...) e o tipo de impressão ou de suporte utilizado, que pode impedir o uso de corpos menores ou com traços fortes e próximos” (ROCHA, 2008). 5.3 Tipografia do século XV ao XX Depois que Gutenberg inventou os caracteres móveis no começo do século XV, é criado um estilo de fonte gótico. A partir daí, novos tipógrafos foram surgindo em vários períodos entre os séculos XV e XX, como por exemplo, o renascimento, barroco, classicismo, historicismo, Arts and Crafts entre outros. 5.3.1 Renascimento No renascimento, Gutenberg usava o desenho de um tipo que imitava a escritura manual. Em 1465, os italianos aperfeiçoaram esse desenho e criaram o primeiro tipo de letra romano baseado na tipografia da antiguidade romana. Os principais tipógrafos dessa época foram Nicolas Jenson e Aldus Manutius. Mais tarde Claude Garamond cria seu próprio tipo baseado nas letras usadas na cidade de Veneza. Figura 36: Exemplo de tipo romano Fonte: www.linotype.com Figura 37: Família Garamond Fonte: www.linotype.com 48 5.3.2 Barroco A tipografia na época barroca possuía formas arredondadas e riqueza nos seus detalhes. Na Inglaterra as principais famílias tipográficas foram a Caslon criada em 1772 por William Caslon, e a Baskerville criada por John Baskerville em 1757. Figura 38: Família Caslon Fonte: www.linotype.com Figura 39: Família Baskerville Fonte: www.linotype.com 5.3.3 Classicismo Nesse período, as letras começaram a ter traços mais estilizados e os traços finos davam elegâncias aos tipos. Bodoni, Didot e Walbaum são os tipógrafos da época. Figura 40: Família Bodoni Fonte: www.linotype.com Figura 41: Família Didot Fonte: www.linotype.com 5.3.4 Historicismo Esse período utiliza ornamentos e formas góticas e barrocas. Os textos são decorados e com até três dimensões de volumes. Figura 42: Tipografia do Historicismo. Fonte: http://www.designup.pro.br 49 5.3.5 Arts and Crafts Este movimento foi criado em contraposição ao historicismo. Ele defendia o livro artesanal e belo na era industrial, e além dos tipos, o papel e as ilustrações também eram importantes. Possui rica ornamentação e conceitos de legibilidade. O grande nome do Arts and Crafts foi William Morris. Figura 43: Iniciais de William Morris. Fonte: Acervo pessoal 5.3.6 Futurismo O futurismo surge no início do século XX querendo romper as estruturas tradicionais. Surge uma tipografia de símbolos e os já existentes são reduzidos e misturados entre romanos, serifas redondas e quadradas. Figura 44: Tipografia futurista. Fonte: http://budita.files.wordpress.com 5.3.7. Construtivismo Nesse estilo, os textos eram escritos alinhados à direita e justificados. Buscava um contraste de formas usando maiúsculas, barras e linhas em branco e preto. O tipógrafo austríaco Jan Tschichold escreveu uma síntese de todas as propostas de funcionalidade no livro “A nova Tipografia”. 50 Figura 45: Cartaz do construtivismo russo Fonte: construtivismorussobr.blogspot.com Figura 46: Cartaz de Jan Tschichold Fonte: construtivismorussobr.blogspot.com 5.3.8. Tipografia elementar Esse tipo de desenho é baseado em formas claras, e foi a época em que as tipografia com serifa não foi mais utilizada. Há clareza nos ornamentos e nesse período Paul Renner cria a família Futura. Figura 47: Família Futura. Fonte: www.linotype.com 5.3.9 Art decó Estilo francês com uma caligrafia inconfundível apreciados por jornais e revistas. A tipografia possuía alfabetos abstratos e o tipo mais característico foi o criado por Morris Benton, a Broadway. Figura 48: Estilo tipográfico criado por Morris Benton. Fonte: www.identifont.com 5.3.10 Tipografia tradicional Quando começaram a ser produzidos uma tipografia tradicional e mais simples, os professores da Bauhaus Gropius, Moholy-Nagy, Bayer e Mies van der Rohe começam a ser perseguidos, e em 1932 Morison cria a família Times New Roman. 51 Figura 49: Família Times New Roman. Fonte: www.linotype.com 5.3.11 Estilo Internacional Esse movimento que surgiu nos anos 50 na Suíça mistura o construtivismo e a tipografia elementar. Defende letras sem serifa, páginas modulares e a utilização do preto e branco. Surgem as famílias Univers de Adrian Frutiger em 1954 e a Helvetica de Max Miedinger em 1957. Figura 50: Família Univers Fonte: www.linotype.com Figura 51: Família Helvetica Fonte: www.linotype.com 5.3.12 Pop art A pop art mistura a tipografia com grafismos urbanos, cultura popular e história em quadrinhos. A moda, as capas de discos e os cartazes ganharam novas formas mais desenhadas em um estilo Art Nouveau. Nos anos 70 a fotocomposição estabelece novos parâmetros com vários recursos à disposição onde os textos desafiam a legibilidade. Figura 52: Pop art Fonte: Acervo pessoal 5.3.13 New wave Assim surge o new wave, um movimento que busca a inversão do tipo, blocos de textos escalonados ou irregulares, espaçamentos diferentes e letras sublinhadas. 52 Figura 53: New wave Fonte: Acervo pessoal 5.4 Tipografia pós-moderna Junto com o avanço da tipografia, houve um avanço também por parte do design gráfico. A tipografia começava a ser chamada de “pós-moderna”, pois tinha “nascido do embate das influências dos experimentalismos das décadas precedentes, somado aos avanços tecnológicos ligados à área do design gráfico” (Farias, 1998). Os tipos foram cedendo lugar ao digital, onde designers especializados na sua criação começaram a criar suas fontes no computador. O uso da informática no design gráfico e a impressão ajudaram na evolução da história da tipografia. A tipografia digital ajuda a desenhar e a redesenhar melhor os caracteres com mais fidelidade do que o método utilizado anteriormente. Essas famílias tipográficas agora estão disponíveis no computador, fazendo com que tenhamos acesso a um acervo tipográfico gigantesco. Os métodos mais avançados de desenho de tipografia permitem criar facilmente fontes de diferentes tamanhos e inclinações, e os problemas da falta de qualidade na impressão foram superados com “a tecnologia a laser e a programação Postscript” (MORENO, 2008). A empresa Apple lançou um sistema de fontes chamado True Type que foi baseado em definições matemáticas das letras. Isso permite que as fontes possam ser usadas em diferentes tamanhos, similares aos vetores. Moreno (2008) cita as principais famílias tipográficas incluídas num sistema operacional. Temos a Abadi MT Condensed Light, Arial, Arial Black, Book Antiqua, Calisto MT, Century Gothic, Comic Sans MS, Copperplate Gothic Bold, Courier New, Georgia, Impact, Lucida Console, Lucida Handwriting Italic, Lucida Sans, Marlett, News Gothic MT. OCR A Extended, Symbol, Tahoma, Times New Roman, Trebuchet MS, Verdana, Webdings, Westminster e Wingdings. 53 6 ELABORAÇÃO DA ANÁLISE DOS CRÉDITOS CINEMATOGRÁFICOS Para a elaboração de uma proposta de classificação da tipografia presente nos créditos, foi analisado o material de pesquisa que apresentavam propostas de análise. Dentre eles podemos citar Mijksenaar (1997) que propõe três distinções das categorias de informação visual em variáveis de apresentação gráfica. Essas variáveis podem ser diferenciadoras, hierárquicas e de suporte. Variáveis diferenciadoras tratam do contraste do corpo do texto, cor, ilustração, coluna, texturas, tipos e imagens diferentes. Já as hierárquicas tratam do posicionamento, tamanho e peso da tipografia, entrelinha, título do texto e diferentes larguras das colunas em relação à página. As variáveis de suporte envolvem ênfase e acentuação em áreas de cor ou sombreado, linhas, caixas e estilos de texto. Já Twyman (1982) distingue dois aspectos da linguagem gráfica verbal (LGV): os aspectos intrínsecos que tratam “o conjunto de caracteres de um sistema e suas particularidades” (Aragão e Coutinho, 2006) como, por exemplo, o itálico, negrito, maiúscula, tamanho e estilo da letra. Os aspectos extrínsecos tratam as “diferentes formas que podem ser aplicadas aos caracteres ou ao conjunto de caracteres, como controlar o espaço entre eles ou mudar a cor” (Aragão e Coutinho, 2006). Além desses aspectos, Twyman (1982) também divide as mensagens recebidas em dois canais: o visual e o auditivo. Para Marie (1995), existem três tipos de configurações em relação às imagens. As configurações sobre as imagens que são produzidas separadamente, as configurações entre as imagens que também são produzidas separadamente, mas sem sobreposição; e por fim as configurações no filme que fazem parte da paisagem e podem ser classificadas em intencionais (quando há a intenção de gerar significado) e em não intencionais (imagens captadas aleatoriamente pela câmera). Halliday (2001) reconhece três tipos distintos chamados de metafunções: a função ideacional que cria representações, a interpessoal que produz a interação entre o escritor e o leitor, e a textual que arranja elementos em tipos específicos de textos. Kress e Leeuwen (1996) adotaram Halliday, porém com outra terminologia: padrão de representação que trata dos elementos e das diferentes maneiras como eles estão relacionados, padrão de interação que lida com a relação entre produtor, observador e objeto representado, e por fim o padrão de composição que analisa recursos de composição, como a relação direita esquerda entre imagem e texto. O padrão de representação é dividido em duas estruturas: narrativas que representam os participantes fazendo algo para alguém ou com ele mesmo; e conceituais que representam o participante em termos de classificação, analítico e simbólico. 54 Woolman e Bellantoni (2000) elaboraram um modelo de classificação dos créditos baseando-se em três critérios principais: espaço, tipografia e tempo. O espaço é analisado quanto ao frame, sua estrutura e cores utilizadas. A tipografia quanto ao seu significado, suas características, forma, suporte, e a animação utilizada; e por fim, o tempo é analisado pelo movimento da tipografia e a sequência utilizada. Gosha (2005) ao elaborar seus critérios, modificou a matriz proposta por Woolman e Bellantoni (2000). Esse novo modelo de matriz mostra efeitos e procedimentos muito comuns ao universo das pós-produções. A quantidade de categorias, efeitos e nuances dão ao pesquisador informações precisas sobre o uso da tipografia. São ao todo onze categorias de observação somente no aspecto formal. Cada aspecto tem suas variáveis podendo atingir até sete níveis de observação (GOSHA, 2005). Essa proposta propõe uma maneira de classificar a existência ou não de movimento na tipografia. Quando há esse movimento, ele pode ser classificado de ordem física (observa as variações de estilo, modo cromático e densidade), ótica (observa enquadramento, movimento, contraste e efeitos) ou ambos, e se ele se dá de forma organizada, aleatória, simultânea ou assíncrona. Uma tipografia, principalmente no caso das letras gráficas, é um elemento rico em significados, muitas vezes determinados por fatores relativos à época, geografia, técnicas de reprodução, e com isso carregam em si informação além daquela transmitida textualmente (GOSHA, 2005). 6.1 Proposta de classificação Para a elaboração de uma proposta de classificação dos créditos de filmes, baseouse nos autores Woolman e Bellantoni (2000). Essa proposta foi modificada para que a tipografia fosse analisada em um conjunto, ou seja, essa proposta analisa o crédito como um todo, e não somente o nome do filme e/ou o nome da produtora. A proposta elaborada pela autora poderá ser utilizada para classificar os cinco tipos de interferências tipográficas, porém para este trabalho analisaremos somente os créditos iniciais e finais, pois são através deles que as informações básicas sobre o filme são passadas ao espectador, como por exemplo, o nome do filme, da produtora, e da equipe que compõe a produção do filme. Este novo método analisa os créditos da seguinte maneira: os créditos iniciais e finais do filme serão analisados separadamente, considerando a hipótese de um filme não ter crédito inicial ou final, e de eles não terem semelhanças. A partir desse material, o crédito será analisado em três aspectos: quanto ao seu tempo, espaço e tipografia utilizada. 55 6.1.1 Tempo Em relação ao tempo, os critérios foram estabelecidos da seguinte maneira: 1. Movimento a. Direção i. Horizontal: quando há movimento horizontal ii. Vertical: quando há movimento vertical iii. Esquerda – Direita: sentido esquerda – direita iv. Direita – Esquerda: sentido direita – esquerda v. Cima – Baixo: de cima para baixo vi. Baixo – Cima: de baixo para cima vii. Circular: movimento circular viii. Especial: movimento especial b. Rotação i. Plana: rotação das palavras ii. Especial: rotação da tipografia c. Proximidade i. Palavras: palavras se aproximam ii. Kerning: letras se aproximam iii. Sequencial: a proximidade forma um conjunto d. Afastamento i. Palavras: palavras se afastam ii. Kerning: letras se afastam iii. Sequencial: se afastam em sequência e. Camadas i. Opaca: imagem chapada sobreposta ii. Translúcida: efeito ótico de sombra iii. Transparente: tipografia transparente 2. Sequência a. Estrutura i. Linear: sequência de movimentos ii. Não linear: sequência aleatória b. Justaposição i. Camada: a camada sobrepõe a tipografia ou a imagem ii. Sequencial: há uma sequência de sobreposição iii. Simultânea: sobrepõe parte da tela e mostra um fundo 56 c. Hierarquia i. Domínio do áudio: domínio do som ii. Domínio da imagem: domínio da imagem iii. Domínio da tipografia: domínio da escrita d. Transição i. Corte: há um corte entre uma imagem e outra ii. Fade: uma imagem surge quando a outra desaparece iii. Dissolução: a imagem se dissolve iv. Especial: transição especial das imagens v. Rotação: rotação de uma imagem para aparecer outra vi. Blur especial: a imagem desfoca para que outra apareça vii. Zoom especial: afastamento ou aproximação da imagem e. Duração i. Plano curto: o tempo de uma imagem para outra é curto ii. Plano longo: o tempo de uma imagem para outra é longo 6.1.2 Espaço Em relação ao espaço, os critérios estabelecidos são: 1. Cor a. Tratamento i. Luminosidade: se há luminosidade na imagem ii. Saturação: cor chapada iii. Contraste letra/fundo: se há contraste da tipografia com o fundo iv. Brilho: se a imagem possui brilho b. Mistura i. Sólida: mistura de cores chapadas ii. Gradiente: mistura gradiente das cores c. Temperatura i. Fria: cores frias ii. Quente: cores quentes iii. Preto e branco: fundo preto e tipografia em branco (e vice versa) d. Classificação (modo) i. Primária: presença de cores primárias ii. Secundária: presença de cores secundárias iii. Terciária: presença de cores terciárias 57 2. Quadro a. Formato i. Horizontal: formato horizontal na tela ii. Vertical: formato vertical na tela iii. Diagonal: formato diagonal na tela b. Composição: se o quadro possui uma composição c. Superfície i. Plana: tipografia 2D ii. Linear: tipografia 3D d. Escala: se há uma escala da tipografia utilizada na tela e. Malha (grid): as palavras possuem alinhamento e organização f. Máscara: simula na tela uma máscara geométrica ou orgânica 3. Plano a. Estrutura i. Ponto: se existe um ponto que indica a posição na tela ii. Plano: uma linha que se move à outra e forma um plano iii. Linha: o movimento de um ponto que cria uma linha iv. Volume: um plano que se move em direção ao outro criando volume v. Imagem: se a estrutura forma uma imagem b. Representação espacial i. Ponto de fuga: se existe um ponto de fuga ii. Sistema cartesiano: se o ponto de fuga é perpendicular ao eixo x, y ou z c. Movimentação de câmera i. Zoom: se existe zoom ii. Panorâmica: Se o quadro possui uma panorâmica da imagem iii. Travelling: se a câmera acompanha a tipografia 6.1.3 Tipografia E por último, em relação à tipografia: 1. Significado a. Interpretação: se a tipografia interpreta um áudio (uma narração) ou o assunto do filme b. Entonação: Se há entonação de uma palavra utilizando áudio 58 2. Características a. Família i. Serifa: Presença de fonte com serifa ii. Sem serifa: Presença de fonte sem serifa iii. Manuscrita: Presença de fonte manuscrita iv. Fantasia: Presença de fonte fantasia v. Pixel: Presença de fonte pixelada b. Peso i. Light: Uso de fonte com peso light ii. Regular: Uso de fonte com peso regular iii. Bold: Uso de fonte em negrito c. Caixa i. Alta: Presença de caixa alta ii. Baixa: Presença de caixa baixa iii. Inicial maiúscula: Presença de palavras com inicial maiúscula d. Corpo e escala: Se a tipografia possui uma escala na tela e. Espaçamento i. Kerning: Se os espaços entre os pares de letras estão ajustados ii. Tracking: Se os espaços entre as letras das palavras estão ajustados iii. Entrelinha: Espaçamento entre as linhas estão ajustados f. Estilo i. Romano: Tipografia de estilo romano ii. Itálico: Utilização da tipografia em itálico g. Preenchimento i. Sólido: Tipografia de preenchimento sólido ii. Negativo: Preenchimento da tipografia utilizando negativo iii. Contorno: Preenchimento da tipografia utilizando contorno 3. Forma a. Distorção i. Desfoque: Se existe desfoque da palavra ii. Dissolução: Se a palavra sofre dissolução iii. Ondulação: Se a palavra sofre ondulação iv. Fragmentação: Se a palavra é fragmentada b. Elaboração i. Subtração: Subtração da palavra através de uma forma 59 ii. Extensão: Extensão da palavra iii. Repetição: Repetição de formas ou de palavras c. Dimensão i. Sombra: Se a tipografia possui sombra ii. Simulação de superfície: Se a tipografia simula uma superfície iii. Extrusão: Se existe extrusão nas palavras (utilizando imagem ou tipografia) iv. Profundidade de campo: Se a tipografia possui profundidade d. Alinhamento i. Esquerda: Tipografia alinhada à esquerda ii. Direita: Tipografia alinhada à direita iii. Centralizada: Tipografia centralizada iv. Especial: Alinhamento da tipografia especial (formas geométricas ou orgânicas) 4. Suporte a. Linha: Se o suporte da palavra é uma linha b. Símbolo: Se o suporte da palavra é um símbolo c. Forma: Se o suporte da palavra é uma forma d. Imagem: Se o suporte da palavra é uma imagem e. Áudio: Se o suporte da palavra é um áudio (se acompanha um áudio) 5. Animação a. Sem câmera: Animação sem movimentação de câmera b. Linear: Animação da tipografia de forma linear c. Stopmotion: Animação por stopmotion d. Digital: Utilização da animação digital 6. Luz a. Brilho i. Interna: Se há um brilho na parte interna da tipografia ii. Externa: Se há um brilho na parte externa da tipografia b. Direção i. Plana: Se a direção da luz é plana ii. Local: Se a direção da luz é local c. Contraste: Se a luz possui contraste com o fundo 60 A estrutura da análise consiste em uma tabela que será utilizada para analisar tanto o crédito inicial como o crédito final. Durante a análise, quando houver a presença dos itens presentes na tabela, ele será preenchido com o número 1 (um). Cada filme terá duas tabelas, uma para o crédito inicial e outra para o crédito final Após esta análise, será possível ter uma visão de como o crédito foi elaborado, se o crédito inicial tem semelhança com o crédito final em relação à tipografia, entre outros. TEMPO Sim - 1 Horizontal Vertical Esquerda - Direita Direção Direita - Esquerda Cima - Baixo Baixo - Cima Circular Especial Movimento Rotação Plana Especial Palavras Proximidade Kerning Sequencial Palavras Afastamento Kerning Sequencial Opaca Camadas Translúcida Transparente Estrutura Linear Não linear Camada Justaposição Sequencial Simultânea Domínio do áudio Hierarquia Domínio da imagem Domínio do tipo Sequência Corte Fade Dissolução Transição Especial Rotação Blur especial Zoom especial Duração Plano curto Plano longo Tabela 1: Tabela de análise em relação ao Tempo. 61 ESPAÇO Sim - 1 Luminosidade Tratamento Saturação Contraste letra/fundo Brilho Mistura Cor Sólida Gradiente Fria Temperatura Quente PB Primária Classificação (modo) Secundária Terciária Horizontal Formato Vertical Diagonal Composição Quadro Superfície / Plana Linear Escala / Malha (grid) / Máscara / Ponto Plano Estrutura Linha Volume Imagem Plano Rep. Espacial Ponto de fuga Sist. cartesiano Zoom Mov. de câmera Panorâmica Travelling Tabela 2: Tabela de análise em relação ao Espaço. 62 TIPOGRAFIA Sim - 1 Interpretação / Entonação / Significado Serifa Sem serifa Família Manuscrita Fantasia Pixel Light Peso Regular Bold Alta Características Caixa Baixa Inicial maiúscula Corpo e escala / Kerning Espaçamento Tracking Entrelinha Romano Estilo Itálico Sólido Preenchimento Negativo Contorno Compressão Desfoque Distorção Dissolução Ondulação Fragmentação Subtração Elaboração Extensão Repetição Forma Sombra Simulação da Superfície Dimensão Extrusão Profun. de campo Esquerda Direita Alinhamento Centralizado Especial 63 Suporte Animação Linha / Símbolo / Forma / Imagem / Áudio / Sem câmera / Linear / Stopmotion / Digital / Interna Brilho Externa Luz Plana Direção Local Contraste / Tabela 3: Tabela de análise em relação à Tipografia. 64 7 MATERIAL DE ANÁLISE Como o cinema pode ser dividido em quatro fases (mudo, sonoro, moderno e pósmoderno), foram selecionados quatro filmes de cada fase, montando assim uma estrutura com dezesseis filmes. Além disso, durante a pesquisa sobre produção de filmes, concluiu-se que dentre todos os gêneros existentes, há uma maior produção (e divulgação) de certos gêneros de filmes que podem ser agrupados em estilos. Abaixo segue um exemplo e sua estrutura: FASES DO CINEMA LISTA DE FILMES até 1930 1930 a 1950 1951 a 1980 1981 em diante filme 1 filme 1 filme 1 filme 1 filme 2 filme 2 filme 2 filme 2 filme 3 filme 3 filme 3 filme 3 filme 4 filme 4 filme 4 filme 4 Sendo assim, para completar o material de análise, os gêneros foram agrupados em cinco estilos: animação 2D e 3D; aventura, drama e ação; comédia, romance e comédia romântica, ficção científica, e por último terror e suspense. Com base nesses estilos, totalizamos oitenta filmes para a análise, sendo dezesseis de cada estilo. 7.1 Lista de Filmes A escolha dos filmes foi baseada em sites específicos de cinema, que fazem uma pontuação dos melhores filmes de cada década por meio de votação via internet; além é claro de divulgarem a bilheteria do primeiro final de semana de exibição do filme nos cinemas. Os filmes estão agrupados conforme seu gênero, e possuem uma informação básica: nome em português seguido do nome original, nome do(s) diretor (es), produtora, ano de lançamento, país em que foi produzido e se ele é um curta, média ou longa metragem. Segue abaixo a lista dos oitenta filmes selecionados para análise, agrupados nos cinco estilos já definidos. 7.1.1 Filmes de Animação 2D e 3D 01 – Humorous Phases of Funny Faces (James Blackton, 1906) 02 – Procurando Nemo (Winsor McCay, 1909) 03 – Gertie, a Dinossauro (Winsor McCay, 1914) 04 – As Aventuras do Príncipe Achmed (Lotte Reiniger, 1926) 05 – A Branca de Neve e os Sete Anões (David Hand, 1937) 65 06 – O Gato em Maus Lençóis (Hanna & Barbera, 1940) 07 – A Face de Fuerhrer (Jack Kinney, 1942) 08 – O diário do Jerry (Hanna & Barbera, 1949) 09 – Cinderela (Clyde Geromini, 1950) 10 – A Dama e o Vagabundo (Clyde Geromini, 1955) 11 – O Gato Acima e o Rato Abaixo (Chuck Jones, 1964) 12 – Yellow Submarine (George Dunning, 1968) 13 – A Bela e a Fera (Gary Trousdale, 1991) 14 – Procurando Nemo (Andrew Stanton, 2003) 15 – Os Incríveis (Brad Bird, 2004) 16 – Carros (John Lasseter, 2006) 7.1.2 Filmes de Aventura, Drama e Ação 01 – Cabiria (Giovanni Pastrone, 1914) 02 – O Naufrágio do Lusitânia (Winsor McCay, 1918) 03 – O Cantor de Jazz (Alan Crosland, 1927) 04 – A Paixão de Joana D’Arc (Carl Theodor Dreyer, 1928) 05 – E o Vento Levou (Victor Fleming, 1939) 06 – O Mágico de Oz (Victor Fleming, 1939) 07 – Pacto de Sangue (Billy Wilder, 1944) 08 – Um Corpo que Cai (Alfred Hitchcock, 1958) 09 – Intriga Internacional (Alfred Hitchcock, 1959) 10 – O Poderoso Chefão (Francis Ford Copolla, 1972) 11 – Os Embalos de Sábado à Noite (John Badham, 1977) 12 – A Lagoa Azul (Randal Kleiser, 1980) 13 – Gladiador (Ridley Scott, 2000) 14 – Triple xXx (Rob Cohen, 2002) 15 – Mais Velozes Mais Furiosos (John Singleton, 2003) 16 – Johnny e June (James Mangold, 2005) 7.1.3 Filmes de Comédia, Romance e Comédia Romântica 01 – Lírio Partido (D. W. Griffith, 1919) 02 – O Homem Mosca (Fred Newmeyer, 1923) 03 – Em Busca do Ouro (Charles Chaplin, 1925) 04 – O Circo (Charles Chaplin, 1928) 05 – Tempos Modernos (Charles Chaplin, 1931) 66 06 – Aconteceu Naquela Noite (Frank Capora, 1934) 07 – Casablanca(Michael Curtis, 1942) 08 – A Fortaleza (Jules White, 1949) 09 – Cantando na Chuva (Gene Kelly, 1952) 10 – O Corinthiano (Milton Amaral, 1967) 11 – Grease – Nos Tempos da Brilhantina (Randal Kleiser, 1978) 12 – Flashdance – Em Ritmo de Embalo (Adrian Lyne, 1983) 13 – Uma Linda Mulher (Garry Marshall, 1990) 14 – Titanic (James Cameron, 1994) 15 – Romeu e Julieta (Baz Luhrmann, 1996) 16 – Mais Estranho que a Ficção (Marc Foster, 2006) 7.1.4 Filmes de Ficção Científica 01 – Aelita – A Rainha de Marte (Yakov Protazanov, 1924) 02 – O Mundo Perdido (Harry Hoyt, 1925) 03 – Paris Adormecida (René Clair, 1925) 04 – Metrópolis (Fritz Lang, 1927) 05 – Frankenstein (James Whale, 1931) 06 – O Médico e o Monstro (Rouben Mamoulian, 1931) 07 – King Kong (Merian C. Cooper, 1933) 08 – O Filho do Frankenstein (Rowland V. Lee, 1939) 09 – 2001 – Uma Odisséia no Espaço (Stanley Kubrick, 1968) 10 – Laranja Mecânica (Stanley Kubrick, 1971) 11 – Guerra nas Estrelas – Uma Nova Esperança (George Lucas, 1977) 12 – Superman – O Filme (Richard Donner, 1978) 13 – Matrix (Andy Wachowski, 1999) 14 – Homem Aranha (Sam Raimi, 2002) 15 – O Homem de Ferro (Jon Favreau, 2008) 16 – Presságio (Alex Proyas, 2009) 7.1.5 Filmes de Terror e Suspense 01 – O Gabinete do Doutor Caligari (Robert Wiene, 1919) 02 – Nosferatu (F.W. Murnau, 1922) 03 – Fausto (F.W. Murnau, 1926) 04 – Um Cão Andaluz (Luis Bruñuel, 1929) 05 – Drácula (Todd Browning, 1931) 67 06 – M, o Vampiro de Dusseldorf (Carl Theodor Dreyer, 1931) 07 – Criaturas (Todd Browning, 1932) 08 – O Filho do Drácula (Robert Siodmak, 1943) 09 – A Múmia (Terence Fisher, 1959) 10 – Psicose (Alfred Hitchcock, 1960) 11 – Tubarão (Steven Spielberg, 1975) 12 – Carrie, a Estranha (Brian de Palma, 1976) 13 – Thriller (John Landis, 1984) 14 – O Guarda Costas (Mick Jackson, 1992) 15 – Ghosts (Steven Spielberg, 1996) 16 – Perfume – A História de um assassino (Tom Tykwer, 2006) 7.2 Organização dos filmes Para uma maior organização das informações, os estilos foram numerados da seguinte maneira: I – Animação 2D e 3D II – Aventura, Drama e Ação III – Comédia e Romance IV – Ficção Científica V – Terror e Suspense Os quatro períodos do cinema também foram organizados. Os filmes do cinema antigo são aqueles produzidos desde a primeira exibição de um filme em 1898 até o ano de 1950. A partir de 1951, os filmes produzidos fazem parte do cinema novo. Assim, temos a seguinte classificação: AM – filmes do cinema antigo e mudo; AS – filmes do cinema antigo e sonoro; NM – filmes do cinema novo e moderno; NPM – filmes do cinema novo e pós-moderno 68 Sendo assim, os filmes foram organizados utilizando o seguinte código: I (Animação 2D e 3D) antigo novo PERÍODO mudo CÓDIGO I AM 1 I AM 2 I AM 3 sonoro I AM 4 I AS 1 I AS 2 I AS 3 moderno I AS 4 I NM 1 I NM 2 I NM 3 pós-moderno I NM 4 I NPM 1 I NPM 2 I NPM 3 I NPM 4 II (Aventura, Drama e Ação) antigo novo PERÍODO mudo CÓDIGO II AM 1 II AM 2 II AM 3 sonoro II AM 4 II AS 1 II AS 2 II AS 3 moderno II AS 4 II NM 1 II NM 2 II NM 3 pós-moderno II NM 4 II NPM 1 II NPM 2 II NPM 3 II NPM 4 III (Comédia e Romance) antigo novo PERÍODO mudo CÓDIGO III AM 1 III AM 2 I AM 3 sonoro III AM 4 III AS 1 III AS 2 III AS 3 moderno III AS 4 III NM 1 III NM 2 III NM 3 pós-moderno III NM 4 III NPM 1 III NPM 2 III NPM 3 III NPM 4 IV (Ficção Científica) antigo novo PERÍODO mudo CÓDIGO IV AM 1 IV AM 2 IV AM 3 sonoro IV AM 4 IV AS 1 IV AS 2 IV AS 3 moderno IV AS 4 IV NM 1 IV NM 2 IV NM 3 pós-moderno IV NM 4 IV NPM 1 IV NPM 2 IV NPM 3 IV NPM 4 V (Terror e Suspense) antigo novo PERÍODO mudo CÓDIGO V AM 1 V AM 2 V AM 3 sonoro V AM 4 V AS 1 V AS 2 V AS 3 moderno V AS 4 V NM 1 V NM 2 V NM 3 pós-moderno V NM 4 V NPM 1 V NPM 2 V NPM 3 V NPM 4 69 8 ANÁLISE DOS FILMES UTILIZANDO NOVO MÉTODO Depois da escolha dos filmes e da elaboração de um método de análise dos créditos, foram feitos testes com um filme de cada estilo. Os filmes foram selecionados aleatoriamente, porém todos do cinema pós-moderno. Segue abaixo as informações dos cinco filmes selecionados para a análise. Estilo Filme Código I Carros (Cars) I NPM 4 II Mais Velozes Mais Furiosos (2 Fast 2 Furious) II NPM 3 III Mais Estranho que a Ficção (Stranger Than Fiction) III NPM 4 IV Homem Aranha (Spider Man) IV NPM 2 V Thriller V NPM 1 Além do vídeo dos créditos iniciais e finais, a análise foi baseada nos frames dos créditos onde a tipografia aparece. O vídeo dos créditos permite analisar o tempo e o espaço, já os frames ajudam na análise da tipografia utilizada nos filmes. Nas imagens seguintes, podemos ver os frames dos cinco filmes selecionados para análise. Como os filmes possuem estilos diferentes, podemos notar que há diferenças na forma de usar a tipografia, no uso das cores, entre outros aspectos. 8.1 Créditos do filme Carros 8.1.1 Imagens dos créditos iniciais e finais Figura 54: Créditos iniciais de “Carros” (John Lasseter, 2005) 70 Figura 55: Créditos finais de “Carros” (John Lasseter, 2005) 8.1.2 Análise dos Créditos Iniciais de “Carros” (2005) TEMPO Sim - 1 Horizontal Vertical Esquerda - Direita Direção 1 Direita - Esquerda Cima - Baixo 1 Baixo - Cima Movimento Rotação Circular 1 Especial 1 Plana 1 Especial Palavras Proximidade Kerning Sequencial 1 Palavras Afastamento Kerning Sequencial Opaca Camadas Translúcida Transparente 1 71 Estrutura Linear 1 Não linear Camada Justaposição Sequencial Simultânea 1 Domínio do áudio Hierarquia Domínio da imagem 1 Domínio do tipo Sequência Corte 1 Fade Dissolução Transição Especial Rotação Blur especial Zoom especial Duração Plano curto 1 Plano longo 12 Tabela 4: Tempo – Créditos iniciais de “Carros” (2005) ESPAÇO Sim - 1 Luminosidade Tratamento Saturação 1 Contraste letra/fundo Brilho Mistura Cor Sólida Gradiente Fria Temperatura Classificação (modo) Quente 1 PB 1 Primária 1 Secundária Terciária Horizontal Formato 1 Vertical Diagonal Composição Quadro Superfície / Plana 1 Linear Escala / Malha (grid) / 1 Máscara / 1 72 Ponto Plano Linha Estrutura 1 Volume Imagem Plano Ponto de fuga Rep. Espacial 1 Sist. cartesiano Zoom Mov. de câmera 1 Panorâmica Travelling 11 Tabela 5: Espaço – Créditos iniciais de “Carros” (2005) TIPOGRAFIA Significado Interpretação Entonação Sim - 1 / 1 / Serifa 1 Sem serifa Família Manuscrita 1 Fantasia Pixel Light Peso Regular 1 Bold Alta Características Caixa Corpo e escala 1 Baixa Inicial maiúscula 1 / 1 Kerning Espaçamento Tracking Entrelinha Estilo Romano Itálico Sólido Preenchimento Negativo Contorno 1 73 Compressão Desfoque Distorção Dissolução Ondulação Fragmentação Subtração Elaboração Extensão Repetição Forma Sombra Dimensão 1 Simulação da Superfície Extrusão Profun. de campo Esquerda Alinhamento Direita Centralizado 1 Especial Suporte Animação Linha / Símbolo / Forma / Imagem / Áudio / Sem câmera / Linear / Stopmotion / Digital / Brilho Luz Direção Contraste 1 1 1 Interna Externa Plana Local / 13 Tabela 6: Tipografia – Créditos iniciais de “Carros” (2005) 74 8.1.3 Tabela de análise dos Créditos Finais do filme Carros (2005) TEMPO Sim - 1 Horizontal Vertical Esquerda - Direita Direção Direita - Esquerda Cima - Baixo Baixo - Cima 1 Circular Especial Movimento Rotação Plana Especial Palavras Proximidade Kerning Sequencial Palavras Afastamento Kerning Sequencial Opaca Camadas 1 Translúcida Transparente Estrutura Linear 1 Não linear Camada Justaposição Hierarquia Sequencial Simultânea 1 Domínio do áudio 1 Domínio da imagem Domínio do tipo Sequência Corte Fade Dissolução Transição Especial Rotação Blur especial Zoom especial Duração Plano curto 1 Plano longo 6 Tabela 7: Tempo – Créditos finais de “Carros” (2005) 75 ESPAÇO Sim - 1 Luminosidade Tratamento Saturação 1 Contraste letra/fundo 1 Brilho Mistura Cor Sólida 1 Gradiente Fria Temperatura Quente 1 PB Classificação (modo) Primária 1 Secundária 1 Terciária Horizontal Formato 1 Vertical Diagonal Composição Quadro Superfície / 1 Plana 1 Linear Escala / Malha (grid) / 1 Máscara / 1 Ponto Plano Estrutura 1 Linha Volume Imagem Plano Rep. Espacial Ponto de fuga Sist. cartesiano Zoom Mov. de câmera Panorâmica Travelling 12 Tabela 8: Espaço – Créditos finais de “Carros” (2005) 76 TIPOGRAFIA Significado Sim - 1 Interpretação / Entonação / Serifa Sem serifa Família 1 Manuscrita Fantasia Pixel Light Peso Características Caixa Regular 1 Bold 1 Alta 1 Baixa Inicial maiúscula Corpo e escala / Espaçamento Tracking 1 Kerning Entrelinha Estilo Romano Sólido Preenchimento 1 Itálico 1 Negativo Contorno Compressão Desfoque Distorção Dissolução Ondulação Fragmentação Subtração Elaboração Extensão Repetição Forma Sombra Dimensão Simulação da Superfície 1 Extrusão Profun. de campo Esquerda Alinhamento Direita Centralizado 1 Especial Suporte Linha / Símbolo / Forma / Imagem / Áudio / 1 77 Animação Sem câmera / 1 Linear / 1 Stopmotion / Digital / Brilho Luz Direção Contraste 1 Interna Externa Plana Local / 13 Tabela 9: Espaço – Créditos finais de “Carros” (2005) Os créditos iniciais do filme “Carros” (2005) começam mostrando o personagem principal da animação, onde no próprio personagem percebemos uma interferência tipográfica que podemos classificar como uma tipografia endógena, que serve para ajudar o espectador a entender o filme. O nome do personagem principal aparece e após isso, surgem placas com dizeres sobre onde se passa o filme, classificados como intertítulos narrativos. E logo após cenas iniciais, aparece o nome do filme em itálico, fonte manuscrita e em caixa alta. Tanto um intertítulo de fala, como um intertítulo narrativo e/ou uma tipografia endógena, podem compor um crédito inicial ou final. Como um crédito inicial é a parte inicial do filme onde aparecem o nome da produtora, dos atores e o nome do filme, qualquer interferência tipográfica pode compor esta parte. Um crédito inicial pode começar mostrando o nome do país onde ocorre o filme, uma placa indicando o local ou até mesmo uma legenda. Isso vai depender de qual mensagem o filme quer passar ao espectador no seu início para maior compreensão da obra. Já os créditos finais seguem o modo clássico: palavras que se deslocam lentamente de baixo para cima, sem nenhum outro tipo de animação ou efeito. O filme possui muitas cores, e podemos perceber isso nos créditos finais. Eles utilizam uma tipografia simples sem serifa, em caixa alta, e em quatro cores: azul, verde, amarelo e rosa 78 8.2 Créditos do filme Mais Velozes Mais Furiosos (2003) 8.2.1 Imagens dos créditos iniciais e finais Figura 56: Créditos iniciais de “Mais Velozes Mais Furiosos” (John Singleton, 2003) Figura 57: Créditos finais de “Mais Velozes Mais Furiosos” (John Singleton, 2003) 79 8.2.2 Tabela de análise dos Créditos Iniciais do filme Mais Velozes Mais Furiosos (2003) TEMPO Sim - 1 Horizontal 1 Vertical Direção Esquerda - Direita 1 Direita - Esquerda 1 Cima - Baixo Baixo - Cima Movimento Rotação Circular 1 Especial 1 Plana 1 Especial Palavras Proximidade Kerning Sequencial Palavras Afastamento Kerning Sequencial Opaca Camadas Translúcida Transparente Estrutura Linear Não linear 1 Camada Justaposição Sequencial Simultânea Domínio do áudio Hierarquia 1 Domínio da imagem Domínio do tipo Sequência Corte Fade Dissolução Transição Especial 1 Rotação Blur especial Zoom especial Duração Plano curto 1 Plano longo 10 Tabela 10: Tempo – Créditos iniciais de “Mais Velozes Mais Furiosos” (2003) 80 ESPAÇO Sim - 1 Luminosidade Tratamento Mistura Cor 1 Saturação Contraste letra/fundo 1 Brilho 1 Sólida Gradiente 1 Fria Temperatura Classificação (modo) Formato Quente 1 PB 1 Primária 1 Secundária Terciária 1 Horizontal 1 Vertical Diagonal Composição Quadro Superfície / 1 Plana 1 Linear Escala / Malha (grid) / Máscara / 1 Ponto Plano Estrutura 1 Linha Volume Imagem Plano Rep. Espacial 1 Ponto de fuga Sist. cartesiano Zoom Mov. de câmera Panorâmica Travelling 14 Tabela 11: Espaço – Créditos iniciais de “Mais Velozes Mais Furiosos” (2003) 81 TIPOGRAFIA Significado Sim - 1 Interpretação / Entonação / 1 Serifa Sem serifa Família 1 Manuscrita Fantasia Pixel Light Peso Regular 1 Bold Alta Características Caixa 1 Baixa Inicial maiúscula Corpo e escala / Espaçamento Tracking 1 Kerning Entrelinha Estilo Preenchimento Romano Itálico 1 Sólido 1 Negativo Contorno Compressão 1 Desfoque Distorção Dissolução Ondulação Fragmentação Subtração Elaboração 1 Extensão Repetição Forma Sombra Dimensão Simulação da Superfície 1 Extrusão Profun. de campo Esquerda Alinhamento Direita Centralizado 1 Especial Suporte Linha / Símbolo / Forma / Imagem / Áudio / 1 82 Animação Sem câmera / Linear / Stopmotion / Digital / Interna Brilho Luz Direção Externa 1 Plana 1 Local Contraste / 1 15 Tabela 12: Tipografia – Créditos iniciais de “Mais Velozes Mais Furiosos” (2003) 8.2.3 Tabela de análise dos Créditos Finais do filme Mais Velozes Mais Furiosos (2003) TEMPO Sim - 1 Horizontal 1 Vertical Esquerda - Direita Direção Direita - Esquerda Cima - Baixo Baixo - Cima Circular Especial Movimento Rotação Plana Especial Palavras Proximidade Kerning Sequencial Palavras Afastamento Camadas Kerning Sequencial 1 Opaca 1 Translúcida Transparente 83 Estrutura Linear 1 Não linear Camada Justaposição Sequencial Simultânea Domínio do áudio Hierarquia Domínio da imagem 1 Domínio do tipo Corte Sequência Fade Dissolução Transição 1 Especial Rotação Blur especial 1 Zoom especial Duração Plano curto Plano longo 7 Tabela 13: Tempo – Créditos finais de “Mais Velozes Mais Furiosos” (2003) ESPAÇO Sim - 1 Luminosidade Tratamento Contraste letra/fundo Brilho Mistura Cor 1 Saturação 1 Sólida Gradiente 1 Fria Temperatura Quente 1 PB Classificação (modo) Formato Primária 1 Secundária 1 Terciária 1 Horizontal 1 Vertical Diagonal Composição Quadro Superfície / 1 Plana 1 Linear Escala / 1 Malha (grid) / 1 Máscara / 84 Ponto Plano 1 Linha Estrutura Volume Imagem Plano Rep. Espacial Ponto de fuga Sist. cartesiano Zoom Mov. de câmera 1 Panorâmica Travelling 14 Tabela 14: Espaço – Créditos finais de “Mais Velozes Mais Furiosos” (2003) TIPOGRAFIA Significado Sim - 1 Interpretação / Entonação / Serifa Sem serifa Família 1 Manuscrita Fantasia Pixel Light Peso Regular 1 Bold Alta Características Caixa 1 Baixa Inicial maiúscula Corpo e escala / 1 Kerning Espaçamento Tracking Entrelinha Estilo Preenchimento Romano Itálico 1 Sólido 1 Negativo Contorno 85 Compressão Distorção Desfoque 1 Dissolução 1 Ondulação Fragmentação Subtração Elaboração Forma Dimensão Extensão Repetição 1 Sombra 1 Simulação da Superfície Extrusão Profun. de campo 1 Esquerda Alinhamento Direita Centralizado 1 Especial Suporte Animação Linha / Símbolo / Forma / Imagem / Áudio / Sem câmera / Linear / Stopmotion / Digital / Brilho Luz Direção Contraste 1 1 1 Interna Externa 1 Plana 1 Local / 1 18 Tabela 15: Tipografia – Créditos finais de “Mais Velozes Mais Furiosos” (2003) Analisando os resultados obtidos, podemos perceber que o filme “Mais Velozes Mais Furiosos” (2003), utilizam um conjunto de características presentes tanto nos créditos iniciais quanto nos finais. A tipografia em itálico maiúsculo, mesmas cores, mesmo estilo de animação dos títulos, e também a forma com que o nome da produtora se molda ao estilo do filme nos créditos iniciais. Já os créditos finais mostram uma animação de uma corrida de carros, onde os nomes da equipe de produção surgem em neon, caixa alta e itálico. A tipografia é refletida nos carros, porém a animação não acompanha nem o filme e nem o áudio. 86 8.3 Créditos do filme Mais Estranho que a Ficção (2006) 8.3.1 Imagens dos créditos iniciais e finais Figura 58: Créditos iniciais de “Mais Estranho que a Ficção” (Marc Foster, 2006) Figura 59: Créditos finais de “Mais Estranho que a Ficção” (Marc Foster, 2006) 87 8.3.2 Tabela de análise dos Créditos Iniciais do filme Mais Estranho que a Ficção (2006) TEMPO Direção Movimento Rotação Sim - 1 Horizontal 1 Vertical 1 Esquerda - Direita 1 Direita - Esquerda 1 Cima - Baixo 1 Baixo - Cima 1 Circular 1 Especial 1 Plana 1 Especial Palavras Proximidade Kerning Sequencial 1 Palavras Afastamento Kerning Sequencial Opaca Camadas Translúcida Transparente Estrutura Linear Não linear Camada Justaposição 1 1 Sequencial Simultânea Domínio do áudio Hierarquia 1 Domínio da imagem Domínio do tipo Sequência Corte 1 Fade Dissolução Transição Especial 1 Rotação 1 Blur especial Zoom especial Duração Plano curto Plano longo 1 17 Tabela 16: Tempo – Créditos iniciais de “Mais Estranho que a Ficção” (2006) 88 ESPAÇO Sim - 1 Luminosidade Tratamento Saturação Contraste letra/fundo 1 Brilho Mistura Cor Sólida 1 Gradiente Fria Temperatura Quente PB 1 Primária Classificação (modo) Secundária Terciária Formato Composição Quadro Superfície Horizontal 1 Vertical 1 Diagonal 1 / 1 Plana 1 Linear Escala / 1 Malha (grid) / 1 Máscara / 1 Ponto Plano Estrutura 1 Linha Volume Plano Rep. Espacial Imagem 1 Ponto de fuga 1 Sist. cartesiano Zoom Mov. de câmera Panorâmica Travelling 14 Tabela 17: Espaço – Créditos iniciais de “Mais Estranho que a Ficção” (2006) 89 TIPOGRAFIA Significado Sim - 1 Interpretação / Entonação / 1 Serifa Sem serifa Família 1 Manuscrita Fantasia Pixel Light Peso Regular 1 Bold Alta Características Caixa 1 Baixa Inicial maiúscula Corpo e escala / Espaçamento Tracking 1 Kerning Estilo Entrelinha 1 Romano 1 Itálico Sólido Preenchimento 1 Negativo Contorno Compressão Desfoque Distorção Dissolução Ondulação Fragmentação Subtração Elaboração Extensão Repetição Forma 1 Sombra Dimensão Simulação da Superfície 1 Extrusão Profun. de campo Esquerda Alinhamento Suporte Direita Centralizado 1 Especial 1 Linha / Símbolo / Forma / Imagem / Áudio / 1 90 Animação Sem câmera / Linear / Stopmotion / Digital / Brilho Luz Direção Contraste 1 1 Interna Externa Plana Local / 15 Tabela 18: Tipografia – Créditos iniciais de “Mais Estranho que a Ficção” (2006) 8.3.3 Tabela de análise dos Créditos Finais do filme Mais Estranho que a Ficção (2006) TEMPO Sim - 1 Horizontal 1 Vertical Direção Esquerda - Direita 1 Direita - Esquerda 1 Cima - Baixo 1 Baixo - Cima 1 Circular Especial Movimento Rotação Plana Especial 1 Palavras Proximidade Kerning Sequencial Palavras Afastamento Kerning Sequencial Opaca Camadas 1 Translúcida Transparente 1 91 Estrutura Justaposição Linear Não linear 1 Camada 1 Sequencial Simultânea Domínio do áudio Hierarquia Domínio da imagem Domínio do tipo 1 Corte Sequência Fade Dissolução Transição Especial 1 Rotação Blur especial Zoom especial Duração Plano curto 1 Plano longo 13 Tabela 19: Tempo– Créditos finais de “Mais Estranho que a Ficção” (2006) ESPAÇO Sim - 1 Luminosidade Tratamento Saturação Contraste letra/fundo 1 Brilho Mistura Cor Sólida 1 Gradiente Fria Temperatura Quente PB 1 Primária Classificação (modo) Secundária Terciária Horizontal Formato Composição Quadro Superfície 1 Vertical Diagonal 1 / 1 Plana 1 Linear Escala / Malha (grid) / 1 Máscara / 1 92 Ponto Plano Linha Estrutura Volume Imagem Plano 1 Ponto de fuga Rep. Espacial Sist. cartesiano 1 Zoom Mov. de câmera Panorâmica Travelling 1 12 Tabela 20: Espaço– Créditos finais de “Mais Estranho que a Ficção” (2006) TIPOGRAFIA Significado Sim - 1 Interpretação / Entonação / Família Serifa 1 Sem serifa 1 Manuscrita Fantasia Pixel Light Peso Características Caixa Regular 1 Bold 1 Alta 1 Baixa Inicial maiúscula Corpo e escala / Kerning Espaçamento Estilo Tracking Entrelinha 1 Romano 1 Itálico Sólido Preenchimento Negativo Contorno 1 93 Compressão Desfoque Distorção Dissolução Ondulação Fragmentação Subtração Elaboração 1 Extensão Repetição Forma 1 Sombra Dimensão Simulação da Superfície 1 Extrusão Profun. de campo Alinhamento Suporte Animação Esquerda 1 Direita 1 Centralizado 1 Especial 1 Linha / Símbolo / Forma / Imagem / Áudio / Sem câmera / Linear / Stopmotion / Digital / Brilho Luz Direção Contraste 1 1 1 Interna Externa Plana Local / 18 Tabela 21: Tipografia – Créditos finais de “Mais Estranho que a Ficção” (2006) O filme “Mais Estranho que a Ficção” (2006), utiliza uma animação nos créditos iniciais pouco comuns em filmes. Podemos dizer que os créditos iniciais ajudam na compreensão do filme utilizando intertítulos de fala, explicando não só através de imagens e áudio, mas também da tipografia para entender como é a rotina do personagem principal do filme, e de como ele se comporta em algumas ocasiões. Já os créditos finais mostram os nomes de toda a equipe usando a mesma animação dos créditos iniciais. A animação não é linear, utilizam cores nas imagens de fundo, e a tipografia na cor branca (mesma cor utilizada nos créditos iniciais) com preenchimento negativo. 94 8.4 Créditos do filme Homem Aranha (2002) 8.4.1 Imagens dos créditos iniciais e finais Figura 60: Créditos iniciais de “Homem Aranha” (Sam Raimi, 2002) Figura 61: Créditos finais de “Homem Aranha” (Sam Raimi, 2002) 95 8.4.2 Tabela de análise dos Créditos Iniciais do filme Homem Aranha (2002) TEMPO Sim - 1 Horizontal 1 Vertical Esquerda - Direita 1 Direita - Esquerda 1 Direção Cima - Baixo Baixo - Cima Circular 1 Especial 1 Plana 1 Especial 1 Rotação Movimento Palavras Proximidade Kerning 1 Sequencial Palavras Afastamento 1 Kerning Sequencial Opaca Camadas 1 Translúcida Transparente Linear Estrutura Justaposição Não linear 1 Camada 1 Sequencial Simultânea Domínio do áudio Hierarquia Sequência Domínio da imagem Domínio do tipo 1 Corte Fade Dissolução Transição Especial 1 Rotação Blur especial Zoom especial 1 96 Plano curto Sequência 1 Duração Plano longo 16 Tabela 22: Tempo – Créditos iniciais de “Homem Aranha” (2002) ESPAÇO Sim - 1 Luminosidade Tratamento Saturação Contraste letra/fundo 1 Brilho Mistura Cor Sólida 1 Gradiente Fria Temperatura Classificação (modo) Quente 1 PB 1 Primária 1 Secundária Terciária Horizontal Formato Composição Quadro Superfície Vertical Diagonal 1 / 1 Plana 1 Linear Escala / Malha (grid) / Máscara 1 / 1 Ponto Plano Estrutura Linha Volume Plano Rep. Espacial Imagem 1 Ponto de fuga 1 Sist. cartesiano Zoom Mov. de câmera Panorâmica Travelling 1 13 Tabela 23: Espaço – Créditos iniciais de “Homem Aranha” (2002) 97 TIPOGRAFIA Significado Sim - 1 Interpretação / Entonação / Serifa 1 Sem serifa Família Manuscrita Fantasia Pixel Light Peso Características Caixa Regular 1 Bold 1 Alta 1 Baixa Inicial maiúscula Corpo e escala / Espaçamento Tracking Kerning Estilo Preenchimento 1 Entrelinha 1 Romano 1 Itálico 1 Sólido 1 Negativo Contorno Compressão Desfoque Distorção Dissolução Ondulação Fragmentação 1 Subtração Elaboração Extensão 1 Repetição Forma Sombra Dimensão 1 Simulação da Superfície Extrusão Profun. de campo Esquerda Alinhamento Suporte Direita Centralizado 1 Especial 1 Linha / Símbolo / Forma / Imagem / Áudio / 1 98 Animação Sem câmera / Linear / Stopmotion / Digital / Brilho Luz Direção Contraste 1 Interna Externa Plana Local / 16 Tabela 24: Tipografia – Créditos iniciais de “Homem Aranha” (2002) 8.4.3 Tabela de análise dos Créditos Finais do filme Homem Aranha (2002) TEMPO Sim - 1 Horizontal 1 Vertical Esquerda - Direita Direção Direita - Esquerda Cima - Baixo Baixo - Cima 1 Circular Especial Movimento Rotação Plana Especial Palavras Proximidade Kerning Sequencial Palavras Afastamento Kerning Sequencial Opaca Camadas 1 Translúcida Transparente Estrutura Linear Não linear 1 Camada Sequência Justaposição Sequencial Simultânea Domínio do áudio Hierarquia Domínio da imagem Domínio do tipo 1 99 Corte Fade Dissolução Transição Especial Rotação Sequência Blur especial Zoom especial Duração Plano curto 1 Plano longo 6 Tabela 25: Tempo – Créditos finais de “Homem Aranha” (2002) ESPAÇO Sim - 1 Luminosidade Tratamento Saturação Contraste letra/fundo 1 Brilho Mistura Cor Sólida 1 Gradiente Fria Temperatura Quente PB 1 Primária Classificação (modo) Secundária Terciária Horizontal Formato 1 Vertical Diagonal Composição Quadro Superfície / 1 Plana 1 Linear Escala / Malha (grid) / Máscara / 1 100 Ponto Plano Estrutura Linha Volume Imagem Plano 1 Ponto de fuga Rep. Espacial Sist. cartesiano Zoom Mov. de câmera Panorâmica Travelling 8 Tabela 26: Espaço – Créditos finais de “Homem Aranha” (2002) TIPOGRAFIA Significado Interpretação Entonação Sim - 1 / / Serifa 1 Sem serifa Família Manuscrita Fantasia Pixel Light Peso Regular 1 Bold Alta Características Caixa Inicial maiúscula Corpo e escala 1 Baixa 1 / Kerning Espaçamento Tracking Entrelinha Estilo Preenchimento Romano Itálico 1 Sólido 1 Negativo Contorno 101 Compressão Desfoque Distorção Dissolução Ondulação Fragmentação Subtração Elaboração Extensão Repetição Forma Sombra Dimensão Simulação da Superfície 1 Extrusão Profun. de campo Esquerda Alinhamento Suporte Animação Centralizado 1 Especial 1 Linha / Símbolo / Forma / Imagem / Áudio / Sem câmera / Linear / Stopmotion / Digital / Brilho Luz Direita Direção Contraste 1 1 1 Interna Externa Plana Local / 12 Tabela 27: Tipografia – Créditos finais de “Homem Aranha” (2002) Os créditos iniciais do filme “Homem Aranha” (2002) utilizam uma animação não linear na tipografia. Nenhuma cena do filme é mostrada, porém os nomes dos atores principais e parte da equipe de produção são mostrados através de uma tipografia regular, e de caixa alta. Durante os créditos iniciais, teias de aranha vão surgindo servindo como base da tipografia. Já os créditos finais utilizam também teias de aranha como fundo, e é através dessas teias que as colunas dos nomes são alinhadas. A animação é lenta de baixo para cima, e ambos os créditos utilizam a cor branca e tipografia com serifa. 102 8.5 Créditos do filme Thriller (1984) 8.5.1 Imagens dos créditos iniciais e finais Figura 62: Créditos iniciais de “Thriller” (John Landis, 1984) Figura 63: Créditos finais de “Thriller” (John Landis, 1984) 103 8.5.2 Tabela de análise dos Créditos Iniciais do filme Thriller (1984) TEMPO Sim - 1 Horizontal Vertical Esquerda - Direita Direção Direita - Esquerda Cima - Baixo Baixo - Cima Circular Especial Movimento Rotação Plana Especial Palavras Proximidade Kerning Sequencial Palavras Afastamento Kerning Sequencial Opaca Camadas Translúcida Transparente Estrutura Linear 1 Não linear Camada Justaposição Sequencial Simultânea Domínio do áudio Hierarquia Domínio da imagem Domínio do tipo Sequência 1 Corte Fade 1 Dissolução Transição Especial Rotação Blur especial Zoom especial Duração Plano curto Plano longo 1 4 Tabela 28: Tempo – Créditos iniciais de “Thriller” (1984) 104 ESPAÇO Tratamento Sim - 1 Luminosidade 1 Saturação 1 Contraste letra/fundo 1 Brilho Mistura Cor Sólida 1 Gradiente 1 Fria Temperatura Classificação (modo) Quente 1 PB 1 Primária 1 Secundária Terciária Horizontal Formato 1 Vertical Diagonal Composição Quadro / Plana Superfície Linear Escala / Malha (grid) / Máscara / 1 1 Ponto Plano Estrutura Linha 1 Volume Imagem Plano Ponto de fuga Rep. Espacial Sist. cartesiano 1 Zoom Mov. de câmera Panorâmica Travelling 13 Tabela 29: Espaço – Créditos iniciais de “Thriller” (1984) TIPOGRAFIA Significado Sim - 1 Interpretação / Entonação / 1 105 Família Serifa 1 Sem serifa 1 Manuscrita Fantasia Pixel Light Peso Regular 1 Bold Alta Características Caixa Baixa Inicial maiúscula Corpo e escala 1 / Kerning Espaçamento Tracking Entrelinha Estilo Romano Itálico Sólido Preenchimento 1 1 Negativo Contorno Compressão Desfoque Distorção Dissolução Ondulação Fragmentação Subtração Elaboração Extensão Repetição Forma Sombra Dimensão Simulação da Superfície Extrusão Profun. de campo Esquerda Alinhamento Direita Centralizado 1 Especial Suporte Linha / Símbolo / Forma / Imagem / Áudio / 1 1 106 Animação Sem câmera / Linear / Stopmotion / Digital / Brilho Luz Direção Contraste 1 Interna 1 Externa 1 Plana Local 1 / 1 15 Tabela 30: Tipografia – Créditos iniciais de “Thriller” (1984) 8.5.3 Tabela de análise dos Créditos Finais do filme Thriller (1984) TEMPO Sim - 1 Horizontal Vertical Esquerda - Direita Direção Direita - Esquerda Cima - Baixo Baixo - Cima Circular Especial Movimento Rotação Plana Especial Palavras Proximidade Kerning Sequencial Palavras Afastamento Kerning Sequencial Opaca Camadas Translúcida Transparente 107 Estrutura Linear 1 Não linear Camada Justaposição Sequencial Simultânea Hierarquia Domínio do áudio 1 Domínio da imagem 1 Domínio do tipo Corte Sequência Fade 1 Dissolução Transição Especial Rotação Blur especial Zoom especial Duração Plano curto 1 Plano longo 5 Tabela 31: Tempo – Créditos finais de “Thriller” (1984) ESPAÇO Sim - 1 Luminosidade Tratamento Saturação 1 Contraste letra/fundo Brilho Mistura Cor Sólida Gradiente Fria Temperatura Quente PB 1 Primária Classificação (modo) Secundária Terciária Horizontal Formato 1 Vertical Diagonal Composição Quadro Superfície / Plana 1 Linear Escala / Malha (grid) / Máscara / 1 108 Ponto Plano Linha Estrutura 1 Volume Imagem Plano Ponto de fuga Rep. Espacial Sist. cartesiano Zoom Mov. de câmera Panorâmica Travelling 6 Tabela 32: Espaço – Créditos finais de “Thriller” (1984) TIPOGRAFIA Significado Sim - 1 Interpretação / Entonação / Serifa 1 Sem serifa Família Manuscrita Fantasia Pixel Light Peso Regular 1 Bold Alta Características Caixa Baixa Inicial maiúscula Corpo e escala 1 / Kerning Espaçamento Tracking Entrelinha Estilo Romano Itálico Sólido Preenchimento 1 Negativo Contorno 1 109 Compressão Desfoque Distorção Dissolução Ondulação Fragmentação Subtração Elaboração Extensão Repetição Forma Sombra Dimensão Simulação da Superfície Extrusão Profun. de campo Esquerda Alinhamento Direita Centralizado 1 Especial Suporte Animação Linha / Símbolo / Forma / Imagem / Áudio / Sem câmera / Linear / Stopmotion / Digital / Brilho Luz Direção Contraste 1 1 Interna Externa Plana Local / 8 Tabela 33: Tipografia – Créditos finais de “Thriller” (1984) O curta-metragem utiliza uma tipografia simples com iniciais maiúsculas, fonte com serifa e na cor branca. O nome do filme é a única parte de todo o crédito inicial e final que se diferencia tanto pela cor, quanto pela fonte utilizada e pela animação. O nome surge em vermelho representando o sangue, em itálico e a tipografia lembra riscos feitos com uma faca. É um estilo de crédito bem comum entre os filmes de terror e suspense, porém os créditos finais se diferenciam do tradicional. Os nomes da equipe de produção surgem na tela ao centro, em caixa alta, e o filme acaba junto com os créditos finais. 110 9 TABELA COM OS RESULTADOS Para melhor organização dos resultados obtidos na análise nos filmes selecionados, foi criada uma tabela para cada um dos cinco estilos de gêneros. Nessa tabela consta a somatória de cada crédito (inicial e final), a somatória que os itens Tempo, Espaço e Tipografia obtiveram tanto nos créditos iniciais como os finais, a somatória dos resultados de cada uma das quatro fases do cinema (mudo, sonoro, moderno e pós-moderno), e a somatória de cada estilo de gênero. Além das somatórias, foram também utilizadas as médias de cada resultado para facilitar o entendimento e comparar os resultados. As médias receberam nomenclaturas de acordo com as categorias da tabela. ME: média dos estilos; MCI: média dos créditos iniciais; MCF: média dos créditos finais; MFMU: média final do filme mudo; MFSO: média final do filme sonoro; MFMO: média final do filme moderno; MFPM: média final do filme pós-moderno; MCIMU: média dos créditos iniciais do filme mudo; MCISO: média dos créditos iniciais do filme sonoro; MCIMO: média dos créditos iniciais do filme moderno; MCIPM: média dos créditos iniciais do filme pós-moderno; MCFMU: média dos créditos finais do filme mudo; MCFSO: média dos créditos finais do filme sonoro; MCFMO: média dos créditos finais do filme moderno; MCIFM: média dos créditos finais do filme pós-moderno; MCITE: média dos créditos iniciais do item Tempo; MCIES: média dos créditos iniciais do item Espaço; MCITI: média dos créditos iniciais do item Tipografia; MCFTE: média dos créditos finais do item Tempo; MCFES: média dos créditos finais do item Espaço; MCFTI: média dos créditos finais do item Tipografia Segue abaixo as tabelas dos cinco estilos de gêneros e os resultados: 111 112 113 114 115 116 10 RESULTADOS Após avaliar todos os filmes, os resultados foram agrupados de acordo com os estilos, períodos do cinema e créditos iniciais e finais. As possibilidades para classificar estes resultados foram listadas e as que mais demonstram a evolução dos créditos cinematográficos foram selecionadas. 10.1 Classificação Abaixo seguem algumas das possibilidades de classificação dos resultados: * Comparar as cinco médias de cada estilo de gênero (ME); * Comparar os totais de crédito inicial e crédito final de um mesmo estilo (MCI com MCF); * Comparar as médias dos créditos iniciais e finais de todos os filmes mudos (MFMU); * Comparar as médias dos créditos iniciais e finais de todos os filmes sonoros (MFSO); * Comparar as médias dos créditos iniciais e finais de todos os filmes modernos (MFMO); * Comparar as médias dos créditos iniciais e finais de todos os filmes pós-modernos (MFPM); * Comparar os resultados de todos os créditos iniciais (MCI); * Comparar os resultados de todos os créditos finais (MCF); * Comparar os maiores resultados (soma total de cada filme) dos cinco estilos; * Comparar os menores resultados (soma total de cada filme) dos cinco estilos; * Comparar o maior resultado com menor resultado dos filmes mudos; * Comparar o maior resultado com menor resultado dos filmes sonoros; * Comparar o maior resultado com menor resultado dos filmes modernos; * Comparar o maior resultado com menor resultado dos filmes pós-modernos 117 11 SELEÇÃO DOS RESULTADOS Abaixo segue as possibilidades de classificação e as tabelas comentadas com os resultados: 11.1 Comparação das cinco médias de cada estilo de gênero (ME); Estilos de gêneros Médias Animação 2D e 3D 8,44 Aventura, Drama e Ação 7,82 Com., Rom. e Com. Romântica 8,28 Ficção Científica 8,06 Terror e Suspense 6,16 8,44 7,82 8,28 8,06 6,16 Tabela 34: Médias dos cinco estilos de gêneros. Considerando que o valor 3808 é o máximo que um estilo de gênero pode ter na somatória e média 39,67; podemos perceber através das médias que os créditos de filmes de terror e suspense utilizaram menos recursos tipográficos nos créditos iniciais e finais dos filmes e o estilo que mais utilizou esses recursos são os créditos de filmes de Animação 2D e 3D. Os créditos de filmes de Comédia, Romance e Comédia Romântica, e Ficção Científica obtiveram médias aproximadas, um pouco acima do resultado dos créditos de Aventura, Drama e Ação. Abaixo segue exemplo dos créditos finais do filme “Os Incríveis” (Brad Bird, 2000). O filme do período pós-moderno é dentre os filmes de animação, o que mais utiliza recursos tipográficos nos créditos iniciais e finais dos filmes. Figura 64: Frames dos créditos finais do filme “Os Incríveis” (Brad Bird, 2004) 118 11.2 Comparação dos totais de crédito inicial e final de um mesmo estilo (MCI com MCF); Estilos de gêneros MCI MCF Média Animação 2D e 3D 8,67 8,21 8,44 Aventura, Drama e Ação 8,17 7,48 7,83 Com., Rom. e Com. Romântica 9,38 7,19 8,29 Ficção Científica 8,79 7,33 8,06 Terror e Suspense 6,92 5,40 6,16 8,44 7,82 8,29 8,06 6,16 Tabela 35: Média dos créditos iniciais e finais de um mesmo estilo. Considerando que o máximo de média que um crédito (inicial ou final) pode ter de acordo com o modelo de análise é 29,75; podemos perceber que os créditos iniciais dos filmes de Comédia, Romance e Comédia Romântica são os que mais utilizam características da avaliação na tipografia. Em relação aos créditos finais, os filmes que mais utilizam a tipografia são os de Animação 2D e 3D. Comparando a média obtida através destes dois resultados, os filmes que mais exploram a tipografia são os de Animação 2D e 3D, e os que menos exploram (tanto nos créditos iniciais como nos finais) são os filmes de Terror e Suspense. Como exemplo do estilo Animação 2D e 3D, temos o filme “Carros” (John Lasseter, 2006) que utiliza nos créditos finais a tipografia em quatro cores, e alguns alinhamentos que sobrepõe cenas do filme. Figura 65: Frames dos créditos finais do filme “Carros” (John Lasseter, 2006) 119 11.3 Comparação das médias dos créditos iniciais e finais de todos os filmes mudos (MFMU); Estilos de gêneros Médias Animação 2D e 3D 5,79 Aventura, Drama e Ação 6,50 Com., Rom. e Com. Romântica 6,46 Ficção Científica 6,88 Terror e Suspense 5,71 6,50 6,46 6,88 5,79 5,71 Tabela 36: Médias dos resultados dos créditos iniciais e finais dos filmes mudos. Considerando os créditos dos vinte filmes escolhidos do cinema mudo produzidos até 1930 pertencentes aos cinco estilos de filmes, e 29,75 como o máximo de média que um período do cinema pode obter de acordo com o modelo de análise, o estilo que mais explora a tipografia nos créditos iniciais e finais são o de Ficção Científica com média 6,88. Os que menos exploram a tipografia são os filmes de Animação 2D e 3D e Terror e Suspense com média 5,71. Um dos filmes que mais contribuiu para o menor resultado do estilo Terror e Suspense foi o filme mudo “Nosferatu” (F. W. Murnau, 1922). Os créditos deste filme são os que menos utilizaram recursos tipográficos dentre os dezesseis escolhidos. Figura 66: Frames dos créditos iniciais do filme “Nosferatu” (F. W. Murnau, 1922) 120 11.4 Comparação das médias dos créditos iniciais e finais de todos os filmes sonoros (MFSO); Estilos de gêneros Médias Animação 2D e 3D 8 Aventura, Drama e Ação 7,54 Com., Rom. e Com. Romântica 7,67 Ficção Científica 8,42 Terror e Suspense 5,54 8 8,42 7,54 7,67 5,54 Tabela 37: Médias dos resultados dos créditos iniciais e finais dos filmes sonoros. Considerando a média máxima de 29,75; o estilo que mais utilizou características na tipografia dos créditos dos filmes sonoros de 1931 a 1950 foram os de Ficção Científica com 8,42. Os filmes de Animação 2D e 3D, Comédia, Romance e Comédia Romântica e Aventura, Drama e Ação obtiveram médias aproximadas. Já os filmes de Terror e Suspense obtiveram a menor média com 5,54. O filme “King Kong” (Merian C. Cooper, 1933) foi o filme sonoro que mais utilizou recursos tipográficos nos créditos de filmes de Ficção Científica. Figura 67: Frames dos créditos iniciais do filme “King Kong” (Merian C. Cooper, 1933) 121 11.5 Comparação das médias dos créditos iniciais e finais de todos os filmes modernos (MFMO); Estilos de gêneros Médias Animação 2D e 3D 8,33 Aventura, Drama e Ação 7,54 Com., Rom. e Com. Romântica 9,46 Ficção Científica 7,5 Terror e Suspense 6,58 9,46 8,33 7,54 7,5 6,58 Tabela 39: Médias dos resultados dos créditos iniciais e finais dos filmes modernos. Os filmes de Comédia, Romance e Comédia Romântica foram os que mais usaram a criatividade na tipografia dos créditos iniciais e finais dos filmes. Já os de Animação 2D e 3D obtiveram valor inferior, e após estão os filmes de Aventura. Drama e Ação. Ficção Científica obteve média menor comparado aos outros estilos. O filme do estilo Comédia, Romance e Comédia Romântica “Grease - Nos Tempos da Brilhantina” (Randal Kleiser, 1978) foi o filme que mais utilizou a tipografia de todos os filmes selecionados do período moderno do cinema. Figura 68: Frames dos créditos iniciais do filme “Grease - Nos Tempos da Brilhantina” (Randal Kleiser, 1978) 122 11.6 Comparação das médias dos créditos iniciais e finais de todos os filmes pós-modernos (MFPM); Estilos de gêneros Médias Animação 2D e 3D 11,63 Aventura, Drama e Ação 9,71 Com., Rom. e Com. Romântica 9,54 Ficção Científica 9,46 Terror e Suspense 6,79 11,63 9,71 9,54 9,46 6,79 Tabela 40: Médias dos resultados dos créditos iniciais e finais dos filmes pós-modernos. Dentre os vinte filmes selecionados do período pós-moderno produzidos após 1980, podemos dizer que os filmes do estilo Animação 2D e 3D utilizaram mais recursos da tipografia que os outros estilos selecionados para a análise. O resultado foi acima dos filmes de Aventura, Drama e Ação. Com resultados aproximados, temos os filmes de Comédia, Romance e Comédia Romântica e Ficção Científica. Por último ficaram os filmes de Terror e Suspense. O filme “Triple xXx” (Rob Cohen, 2002) foi o filme que mais possui características na tipografia utilizada nos créditos iniciais e finais dos filmes do estilo Aventura, Drama e Ação. Figura 69: Frames dos créditos finais do filme “Triple xXx” (Rob Cohen, 2002) 123 11.7 Comparar os resultados de todos os créditos iniciais (MCI); Estilos de gêneros Média Animação 2D e 3D 8,67 Aventura, Drama e Ação 8,17 Com., Rom. e Com. Romântica 9,38 Ficção Científica 8,79 Terror e Suspense 6,92 8,67 8,17 9,38 8,79 6,92 Tabela 41: Médias dos créditos iniciais. Considerando os resultados obtidos nos créditos iniciais dos oitenta filmes escolhidos e média máxima de 29,75, podemos perceber que os filmes de Comédia, Romance e Comédia Romântica pontuaram uma grande parte dos critérios estabelecidos para a avaliação dos créditos de filmes. As médias dos filmes de Animação 2D e 3D; Aventura, Drama e Ação; e Ficção Científica obtiveram médias aproximadas, e os filmes de Terror e Suspense são os que menos pontuaram em relação a tipografia dos créditos iniciais. O filme do estilo Terror e Suspense “Psicose” (Alfred Hitchcock, 1960) é um dos exemplos dos filmes que mais utilizaram características na tipografia nos créditos iniciais. Figura 70: Frames dos créditos iniciais do filme 124 11.8 Comparar os resultados de todos os créditos finais (MCF); Estilos de gêneros Média Animação 2D e 3D 8,21 Aventura, Drama e Ação 7,48 Com., Rom. e Com. Romântica 7,19 Ficção Científica 7,33 Terror e Suspense 5,40 8,21 7,48 7,19 7,33 5,4 Tabela 43: Média dos créditos finais. Em relação aos resultados que os cinco estilos de gêneros obtiveram nos créditos e a média máxima de 29,75; os filmes de Animação 2D e 3D somaram um maior número na classificação da tipografia utilizada nos créditos finais. Com médias aproximadas, ficaram os filmes de Aventura, Drama e Ação; Comédia, Romance e Comédia Romântica e Ficção Científica. Os filmes de Terror e Suspense obtiveram a menor média nos créditos finais. O filme do estilo Ficção Científica “Homem de Ferro” (Jon Favreau, 2008) é um dos que mais pontuam em relação ao modelo de análise nos créditos finais. Figura 71: Frames dos créditos finais do filme “Homem de Ferro” (Jon Favreau, 2008). 125 11.9 Comparação dos maiores resultados (soma total de cada filme) dos cinco estilos; Estilos de gêneros Total Animação 2D e 3D 114 Aventura, Drama e Ação 74 Com., Rom. e Com. Romântica 88 Ficção Científica 72 Terror e Suspense 49 114 88 74 72 49 Tabela 45: Maiores resultados obtidos em cada estilo. Considerando os oitenta filmes selecionados para análise, podemos dizer que o filme de Animação 2D e 3D “Os Incríveis” (Brad Bird, 2000) obteve 114 dos 238 itens do método de análise para créditos de filmes; e o filme “Mais Estranho que a Ficção” (Marc Foster, 2006) de Comédia, Romance e Comédia Romântica com somatória 88 “Triple xXx” (Rob Cohen, 2002) de Aventura, Drama e Ação obteve somatória 74, “Superman - O Filme” (Richard Donner, 1978) com somatória 72 do estilo Ficção Científica; e por último o filme “Thriller” (John Landis, 1984) do estilo Terror e Suspense. Figura 72: Frames dos créditos iniciais do filme “Superman - O Filme” (Richard Donner, 1978) 126 11.10 Comparação dos menores resultados (soma total de cada filme) dos cinco estilos; Estilos de gêneros Total Animação 2D e 3D 32 Aventura, Drama e Ação 18 Com., Rom. e Com. Romântica 35 Ficção Científica 23 Terror e Suspense 18 35 32 23 18 18 Tabela 46: Menores resultados obtidos em cada estilo. Já os filmes que menos utilizaram características na tipografia dos créditos iniciais e finais de filmes do estilo Comédia, Romance e Comédia Romântica foi “Lírio Partido” (D. W. Griffith, 1919) com somatória 35. No estilo Animação 2D e 3D, podemos citar dois filmes que obtiveram resultados iguais: “Humorous Phases of Funny Faces” (James Blackton, 1906) e “Little Nemo” (Winsor McCay, 1909) com somatória 32. No estilo Ficção Científica, com somatória 23 temos o filme “Laranja Mecânica” (Stanley Kubrick, 1971). Obtendo somatória 18, temos o filme “Pacto de Sangue” (Billy Wilder, 1944) de Aventura, Drama e Ação, e o filme “M, o Vampiro de Dusseldorf” (Carl Theodor Dreyer, 1931) de Terror e Suspense. Figura 73: Frames dos créditos iniciais do filme “Lírio Partido” (D. W. Griffith, 1919) 127 11.11 Comparação do maior resultado com menor resultado dos filmes mudos; Estilos de gêneros Maior Menor 52 ≠ Animação 2D e 3D 39 32 7 Aventura, Drama e Ação 40 34 6 Com., Rom. e Com. Romântica 45 35 10 Ficção Científica 52 33 19 Terror e Suspense 41 24 17 39 40 45 41 32 34 35 33 24 maior menor Tabela 47: Média dos maiores e menores resultados dos filmes mudos. Levando em conta os resultados dos filmes mudos, o estilo Ficção Científica é o que pontua mais com o filme “Metrópolis” (Fritz Lang, 1927). Já o estilo que menos pontua é o de Terror e Suspense “Nosferatu” (F. W. Murnau, 1922). Considerando a diferença entre o maior e o menor filme de cada estilo, a menor diferença está entre os filmes do estilo Aventura, Drama e Ação com 6 pontos, a qual está próxima da diferença do estilo Animação 2D e 3D com 7 pontos. A maior diferença está entre os filmes do estilo Ficção Científica com 19 pontos seguido pelo estilo Terror e Suspense com 17 pontos de diferença. O filme com menor resultado do estilo Aventura, Drama e Ação é o filme “Cabiria” (Giovanni Pastrone, 1914) com resultado 34. Figura 74: Frames dos créditos iniciais e finais do filme “Cabiria” (Giovanni Pastrone, 1914). 128 11.12 Comparação do maior resultado com menor resultado dos filmes sonoros; Estilos de gêneros Maior Menor ≠ Animação 2D e 3D 54 41 11 Aventura, Drama e Ação 49 39 10 Com., Rom. e Com. Romântica 51 43 8 Ficção Científica 66 39 27 Terror e Suspense 43 18 25 66 54 49 51 43 41 39 43 39 18 maior menor Tabela 48: Média dos maiores e menores resultados dos filmes sonoros. Em relação às médias dos filmes sonoros, o estilo que possui o filme com maior pontuação é o de Ficção Científica com o filme “King Kong” (Merian C. Cooper, 1933). Já o filme de Terror e Suspense “Criaturas” (Todd Browning, 1932) é o que menos pontuou em relação aos créditos iniciais e finais dos filmes sonoros. Sobre a diferença entre o maior e o menor filme sonoro, podemos perceber que a maior diferença está no estilo Ficção Científica com 27 pontos, e a menor diferença está no estilo Comédia, Romance e Comédia Romântica com apenas 8 pontos. Podemos citar como exemplo “Tempos Modernos” (Charles Chaplin, 1931) como o filme sonoro com menor pontuação do estilo Comédia, Romance e Comédia Romântica. Figura 75: Frames dos créditos iniciais do filme “Tempos Modernos” (Charles Chaplin, 1931). 129 11.13 Comparação do maior resultado com menor resultado dos filmes modernos; Estilos de gêneros Maior Menor ≠ Animação 2D e 3D 54 44 10 Aventura, Drama e Ação 50 39 11 Com., Rom. e Com. Romântica 73 47 26 Ficção Científica 72 23 39 Terror e Suspense 45 36 9 73 72 54 50 45 44 39 47 36 23 maior menor Tabela 49: Média dos maiores e menores resultados dos filmes modernos. De acordo com os resultados em relação aos filmes modernos escolhidos para análise, o filme que mais pontua é o de Comédia, Romance e Comédia Romântica “Grease – Nos Tempos da Brilhantina” (Randal Kleiser, 1978) próxima do resultado do maior filme do estilo Ficção Científica, e o que possui menor pontuação dos filmes modernos é o filme “Laranja Mecânica” (Stanley Kubrick, 1971) do estilo Ficção Científica. Em relação à diferença entre o maior e o menor filme, a menor diferença está entre os filmes do estilo Terror e Suspense com 9 pontos. Já a maior diferença está entre os filmes do estilo Ficção Científica com 39 pontos. Com diferenças aproximadas, estão os filmes do gênero Animação 2D e 3D com 10 pontos e Aventura, Drama e Ação com 11 pontos. Nos filmes modernos escolhidos do estilo Animação 2D e 3D, dois filmes pontuam 54 critérios da selecionados: “Cinderela” (Clyde Geromini, 1950) e “O Gato Acima e o rato Abaixo” (Chuck Jones, 1964). Figura 76: Frames dos créditos iniciais do filme “Cinderela” (Clyde Geromini, 1950). Figura 77: Frames dos créditos iniciais e finais do filme “O Gato Acima e o Rato Abaixo” (Chuck Jones, 1964). 130 11.14 Comparação do maior resultado com menor resultado dos filmes pósmodernos; Estilos de gêneros Maior Menor ≠ Animação 2D e 3D 114 48 66 Aventura, Drama e Ação 75 40 35 Com., Rom. e Com. Romântica 88 42 46 Ficção Científica 69 47 22 Terror e Suspense 49 36 13 114 88 75 69 49 maior 48 47 40 42 36 menor Tabela 50: Média dos maiores e menores resultados dos filmes pós-modernos. A maior pontuação dos vinte filmes pós-modernos escolhidos, é o filme “Os Incríveis” (Brad Bird, 2004) do estilo Animação 2D e 3D. O filme que menos pontua é o estilo Terror e Suspense com o filme “Thriller” (John Landis, 1984). Nas diferenças dos maiores para os menores resultados de cada filme em casa estilo de gênero, os estilos citados acima se repetem. Animação 2D e 3D além da maior pontuação, também possui a maior diferença com 66 pontos. O estilo Terror e Suspense possui o filme com menor pontuação e também a menor diferença com 13 pontos. A maior pontuação do estilo Terror e Suspense dos filmes pós-modernos escolhidos pertence ao filme “Carrie, a Estranha” (Brian de Palma, 1976). Figura 78: Frames dos créditos iniciais do filme “Carrie, a Estranha” (Brian de Palma, 1976). 131 12 RESULTADOS DE CADA ESTILO Depois de aplicado o método de análise nos oitenta filmes selecionados e o preenchimento das tabelas (Anexo 1), os filmes escolhidos foram analisados de acordo com os cinco estilos de gêneros estipulados anteriormente. 12.1 Animação 2D e 3D Dentre os três critérios de análise da tipografia (tempo, espaço e tipografia), os dezesseis filmes de animação 2D e 3D escolhidos possuem características semelhantes em relação aos créditos iniciais e finais. Todos possuem quanto ao tempo uma sequência linear, e somente o filme “Os Incríveis” (Brad Bird, 2004) possui no começo dos créditos finais uma estrutura não linear. A duração dos créditos varia de plano curto e longo, e há na maioria a presença de transição fade (alguns com corte, transição especial e dissolução). O domínio do áudio foi pontuado em 28 dos 32 créditos (considerando dois créditos de cada filme). A animação da tipografia aparece em dois dos 16 filmes selecionados: “Yellow Submarine” (George Dunning, 1968) e “A Bela e a Fera” (Gary Trousdale, 1991). A animação é a mesma nos créditos finais (direção de baixo para cima) e apesar de o cinema sonoro começar a partir de 1930, o primeiro filme de animação selecionado possui uma música de fundo nos créditos que é o filme “Humorous Phases of Funny Faces” (1906). No item espaço, dos 32 créditos, em 24 há a presença da tipografia em preto e branco. O formato utilizado no frame é horizontal, e o primeiro filme que utiliza cor nos créditos é “As Aventuras do Príncipe Achmed” (1926). Os filmes “Humorous Phases of Funny Faces” (1906), “Procurando Nemo” (Andrew Stanton, 2003) e “Os Incríveis” (Brad Bird, 2004) utilizam três tipos de alinhamento nos créditos: esquerda, direita e centralizado. Fontes com serifa, sem serifa e manuscrita, e o uso de peso regular foram pontuados em relação à tipografia. Em 25 dos 32 créditos há a presença de caixa alta e o significado da tipografia no item interpretação e entonação está presente nos filmes “Procurando Nemo” (Andrew Stanton, 2003), “Os Incríveis” (Brad Bird, 2004) e “Carros” (John Lasseter, 2006). A tipografia também aparece com preenchimento sólido, créditos finais com inicial maiúscula, e linha e imagem como suporte na tipografia de ambos os créditos. 12.2 Aventura, Drama e Ação Em relação à sequência da tipografia, a estrutura é linear em todos os créditos e possui duração variada entre plano curto e plano longo. Na hierarquia, há um domínio do áudio em 28 dos 32 créditos, e 25 entre os 32 de domínio da tipografia. A animação da tipografia ocorre em metade dos 32 créditos que vai desde o afastamento e proximidade de 132 palavras, direção de cima para baixo, de baixo para cima, da direita para a esquerda, da esquerda para a direita, direção horizontal, vertical e especial, proximidade por kerning e sequencial, entre outros. No filme “A Paixão de Joana D'Arc” (Carl Theodor Dreyer, 1928), o crédito final não possui a frase The End, mas na sequência utilizada, a transição da tipografia é especial. Já nos créditos finais do filme “Pacto de Sangue” (Billy Wilder, 1944), a frase The End aparece por cima da marca da produtora, e em “Um Corpo que Cai” (Alfred Hitchcock, 1958), a animação da produtora começa antes dos créditos finais. Há presença de grid no espaço utilizado pela tipografia nos créditos, formato horizontal, não há a presença de cores frias, cores quentes somente em cinco créditos e cor preto e branco presente em 29 dos 32 créditos. No filme “Mais Velozes Mais Furiosos” (John Singleton, 2003), a animação da produtora interage com a primeira cena do filme, e nos créditos finais de “Jhonny e June” (James Mangold, 2005), há uma mensagem sobre os personagens principais do filme antes de mostrar as pessoas que produziram o filme. A presença de fontes com serifa é encontrada em 23 créditos, e sem serifa em 17 créditos. A maioria dos créditos utiliza caixa alta tanto nos créditos iniciais como nos finais e 17 utilizam tipografia com inicial maiúscula. O alinhamento centralizado é utilizado por 30 dos 32 créditos, presença de fonte manuscrita, estilo romano, preenchimento sólido e quando há movimentação de câmera, ela acompanha somente a imagem de fundo e não a tipografia. O filme “Os Embalos de Sábado à Noite” (John Badham, 1977) utiliza a mesma fonte para os créditos iniciais e finais, e há entonação na tipografia no filme (John Singleton, 2003). 12.3 Comédia, Romance e Comédia Romântica Em relação ao tempo, os filmes de Comédia, Romance e Comédia Romântica possuem estrutura linear; plano curto e plano longo como duração; e corte, fade e transição especial na sequência. Dos 32 créditos, apenas 10 utilizam animação na tipografia, seja nos créditos iniciais como nos finais. No filme “Lírio Partido” (D. W. Griffith, 1919), o crédito final não possui som, em “O Homem Mosca” (Fred Newmeyer, 1923), há crédito final, porém a palavra The End não aparece, e o filme finaliza com uma fala. Já no filme “O Circo” (Charles Chaplin, 1928), o nome do filme aparece duas vezes no crédito inicial. Há o domínio do áudio em 30 dos 32 créditos, em 20 há o domínio da tipografia e em 18 o domínio da imagem. As cores preto e branco aparecem em 28 créditos, cores quentes nos créditos iniciais e finais do filme “Cantando na Chuva” (Gene Kelly, 1952), créditos 133 iniciais de “Grease - Nos Tempos da Brilhantina” (Randal Kleiser, 1978) e “Flashdance - Em Ritmo de Embalo” (Adrian Lyne, 1983), e nos créditos finais de “Uma Linda Mulher” (Garry Marshall, 1990) e “Romeu e Julieta” (Baz Luhrmann, 1996). O formato do frame no espaço é horizontal e possui uma linha como estrutura do plano. Estilo romano da tipografia, preenchimento sólido, linha como suporte, e a interpretação da tipografia como significado ocorre no filme “Mais Estranho que a Ficção” (Marc Foster, 2006). A grande maioria dos créditos apresenta alinhamento centralizado, 29 dos 32 utilizam caixa alta, 8 caixa baixa e 21 inicial maiúscula. Em 22 créditos podemos encontrar fontes com serifa e em 18 encontramos fontes sem serifa em ambos os créditos. 12.4 Ficção Científica Nos filmes de Ficção Científica encontramos plano curto e plano longo como duração dos créditos. Em relação à transição da tipografia, além da maioria possuir transição fade, também encontramos dissolução, corte, especial e blur. A estrutura linear está presente em quase todos os filmes, porém encontramos estrutura não linear nos créditos iniciais de “Superman - O Filme” (Richard Donner, 1978) e “Homem Aranha” (Sam Raimi, 2002), e nos créditos finais de “O Homem de Ferro” (Jon Favreau, 2008). A movimentação da tipografia pode ser encontrada em 15 dos 32 créditos e o primeiro filme dentre os 16 escolhidos que utiliza movimento de baixo para cima nos créditos é “Metrópolis” (Fritz Lang, 1927). A partir do filme “Guerra nas Estrelas - Uma Nova Esperança” (George Lucas, 1977), todos os escolhidos utilizam animação tanto nos créditos iniciais como nos finais. O domínio do áudio está presente em 28 dos 32 créditos, domínio da imagem em 11 e domínio da tipografia em 19. O formato do quadro no espaço é horizontal, possui grid e uma linha como estrutura. A cor quente está presente em cinco créditos e a cor fria em quatro. Dois filmes utilizam cor fria e cor quente em ambos os créditos: “Guerra nas Estrelas - Uma Nova Esperança” (George Lucas, 1977) e “Superman - O Filme” (Richard Donner, 1978). Todos os créditos utilizam as cores preto e branco, há a presença de estilo romano, linha como suporte da tipografia, 21 utilizam fontes com serifa e 19 fontes sem serifa. A grande maioria utiliza alinhamento centralizado e em cinco filmes encontramos alinhamento especial. Em 22 créditos encontramos caixa alta, em 8 caixa baixa e em 21 inicial maiúscula. A entonação como significado da tipografia pode ser encontrada em quatro créditos 134 iniciais: “Superman - O Filme” (Richard Donner, 1978), “Matrix” (Andy Wachowski, 1999), “O Homem de Ferro” (Jon Favreau, 2008) e “Presságio” (Alex Proyas, 2009). O filme “Paris Adormecida” (René Clair, 1925) é o filme que mais utiliza diversas fontes nos créditos. 12.5 Terror e Suspense Foram encontrados nos créditos iniciais e finais dos filmes de Terror e Suspense estrutura linear, transição especial, corte e fade; e plano curto e plano longo como duração dos créditos. Há movimentação da tipografia em 9 créditos e somente o filme “Criaturas” (Todd Browning, 1932) possui movimentação na tipografia nos créditos iniciais e finais. Os filmes “M, o Vampiro de Dusseldorf” (Carl Theodor Dreyer, 1931) e “Nosferatu” (F. W. Murnau, 1922) não possuem créditos finais, há a presença de grid em quase todos os créditos, linha como estrutura e nenhum deles utiliza cor fria. Cores quentes foram encontradas nos créditos iniciais de “A Múmia” (Terence Fisher, 1959), “Thriller” (John Landis, 1984) e “Perfume” (Tom Tykwer, 2006). Somente o filme “Carrie, a Estranha” (Brian de Palma, 1976) utiliza cores quentes em ambos os créditos. O estilo itálico é encontrado em alguns filmes, linha e imagem como suporte da tipografia, e animação sem câmera e linear. Em 29 dos 32 créditos encontramos domínio do áudio e da tipografia, e somente em 10 créditos encontramos domínio da imagem. Em 25 encontramos a presença das cores preto e branco, 11 utilizam fontes com serifa e 24 utilizam fontes sem serifa. De todos os créditos selecionados, 26 possuem caixa alta, 8 possuem caixa baixa e 22 inicial maiúscula. 28 créditos possuem alinhamento centralizado e 17 utilizam alinhamento especial. A entonação como significado da tipografia é encontrado somente no crédito inicial do filme “Thriller” (John Landis, 1984). 135 13 ANÁLISE FINAL Após todas as análises concluídas, foi escolhido um filme de cada estilo de gênero para uma análise final dos créditos iniciais e finais comparado ao enredo do filme. Foram escolhidos os filmes “Cinderela” (Clyde Geromini, 1950) do estilo Animação 2D e 3D, “Os Embalos de Sábado à Noite” (John Badham, 1977) do estilo Aventura, Drama e Ação, “Romeu e Julieta” (Baz Luhrmann, 1996) do estilo Comédia, Romance e Comédia Romântica, “Superman - O Filme” (Richard Donner, 1978) do estilo Ficção Científica e por último o filme “Ghosts” (Steven Spielberg, 1996) do estilo Terror e Suspense. 13.1 Cinderela (Clyde Geromini, 1950) O clássico filme da Disney conta a história de uma jovem que é feita de escrava pela madrasta. Um belo dia, essa jovem encontra uma fada e tem a chance de conhecer e conquistar seu grande amor. Figura 79: Frames dos créditos iniciais do filme “Cinderela” (Clyde Geromini, 1950) Figura 80: Frames dos créditos finais do filme “Cinderela” (Clyde Geromini, 1950) Após a análise dos créditos iniciais e finais de acordo com o método de análise, o filme infantil do gênero Animação 2D não utiliza animação na tipografia. Possui estrutura linear, domínio do áudio, transição fade e plano curto como duração no item Tempo em ambos os créditos. 136 Em relação ao Espaço, a cor possui uma mistura sólida, são utilizadas as cores preto e branco, além de cores frias e quentes. Encontramos cores primárias, secundárias e terciárias, formato do quadro horizontal, superfície plana, grid e a estrutura do plano é uma linha. Sobre a Tipografia utilizada nos créditos, são usadas fontes com serifa e manuscritas, peso regular, caixa alta e inicial maiúscula. O estilo romano é utilizado com preenchimento sólido, alinhamento centralizado, e o suporte da tipografia é uma linha e forma. O filme obteve a mesma pontuação nos créditos iniciais e finais: 4 pontos no item Tempo, 12 pontos no item Espaço e 10 pontos no item Tipografia. A música do crédito inicial é cativante. As cores utilizadas são agradáveis, os nomes das pessoas que trabalharam no filme aparecem em caixa alta e suas “funções” em inicial maiúscula. Nenhum frame é igual ao outro e a imagem muda de acordo com o frame. O título do filme possui desenhos na tipografia e se diferencia das demais fontes utilizadas nos créditos do filme. A tipografia é legível e apesar do uso de várias cores, há harmonia em cada frame. Os créditos finais do filme possuem semelhança com os créditos iniciais. As cores e as fontes utilizadas são as mesmas, e o crédito é plano curto. Nenhum personagem do filme aparece em nenhum dos créditos e em relação à produtora, nos créditos iniciais aparece a animação da Disney com o som original, o que não acontece nos créditos finais, pois a música escolhida termina junto com a mesma animação da Disney. 13.2 Os Embalos de Sábado à Noite (John Badham, 1977) Um dos filmes que marcou a era jovem do cinema traz John Travolta no papel de Tony Manero, um jovem que vive no Brooklin. Apesar de passar os finais de semana na discoteca, ele se prepara pra um concurso de dança enquanto vive uma crise amorosa. Figura 81: Frames dos créditos iniciais do filme “Os Embalos de Sábado à Noite” (John Badham, 1977) 137 Figura 82: Frames dos créditos finais do filme “Os Embalos de Sábado à Noite” (John Badham, 1977) Os créditos do filme possuem estrutura linear, domínio do áudio e do tipo, e domínio da imagem somente no crédito inicial. Plano curto e transição especial e fade foram selecionados quanto ao Tempo. Somente nos créditos finais é que existe movimentação da tipografia: de baixo para cima. Já em relação ao Espaço, ambos os créditos utilizam a cor vermelho, formato horizontal, superfície plana, grid e tem como estrutura um plano e uma linha. A fonte utilizada é a mesma em ambos os créditos, sem serifa, manuscrita, inicial maiúscula nos créditos finais, peso regular, caixa alta, estilo romano, preenchimento sólido, alinhamento centralizado e especial, e linha como suporte da tipografia. A animação dos créditos finais é sem câmera e linear. O crédito inicial começa após a exibição de algumas cenas do filme e os créditos aparecem centralizados por cima da imagem. O primeiro crédito que aparece é o nome do personagem principal do filme, John Travolta e é onde a música do grupo Bee Gees inicia. Os créditos não atrapalham a imagem de fundo, e apesar de existir falas durante o crédito, a música não se interrompe. O nome do filme aparece como um letreiro luminoso de uma boate, o que dá a entender do que se trata o filme. Nos créditos finais, a música de fundo também é do grupo Bee Gees e a única imagem do crédito é dos personagens principais do filme. Os créditos estão centralizados e alinhados a direita, nomes em caixa alta e função em inicial maiúscula. Após os nomes dos atores e atrizes, os nomes das outras pessoas que trabalharam na produção do filme são exibidos com a mesma música dos créditos iniciais. 138 13.3 Romeu e Julieta (Baz Luhrmann, 1996) Um dos filmes de grande bilheteria do cinema traz para os dias de hoje uma peça de Shakespeare. Em Verona Beach, vivem duas famílias se odeiam: os Capuleto e os Montéquio. Mas esse ódio não impede que Romeu Montéquio se apaixone por Julieta Capuleto, fazendo com que esse amor profundo gere trágicas conseqüências em virtude da rivalidade familiar. Figura 83: Frames dos créditos iniciais do filme “Romeu e Julieta” (Baz Luhrmann, 1996) Figura 84: Frames dos créditos finais do filme “Romeu e Julieta” (Baz Luhrmann, 1996) Apesar dos créditos iniciais e finais utilizarem a mesma fonte, a maneira como foi feito é diferente um do outro. Os créditos iniciais possuem proximidade de palavras, estrutura não linear, domínio da imagem, do áudio e da tipografia. A transição dos frames é através de corte, fade e transição especial, e plano curto. Já os créditos finais utilizam animação de baixo para cima, estrutura linear, domínio do áudio e da tipografia, transição fade e plano curto. Em relação ao espaço que a tipografia utiliza nos frames, a cor preto e branco aparece em ambos os créditos e somente o crédito final utiliza a cor vermelho. O formato é horizontal, superfície plana, malha e linha como estrutura. A tipografia utilizada nos créditos iniciais é variada. Fonte com serifa, sem serifa, peso light, regular e bold, caixa alta, baixa e inicial maiúscula, estilo romano, preenchimento sólido, desfoque como distorção e sombra na dimensão, alinhamento centralizado, linha como suporte e animação sem câmera. 139 Nos créditos finais, a tipografia é sem serifa, peso regular, caixa alta e inicial maiúscula, estilo romano, preenchimento sólido, alinhamento centralizado, linha como suporte e animação sem câmera e linear. O crédito inicial começa com uma apresentadora explicando que nas próximas duas horas, o espectador irá conhecer uma história trágica de amor. Após o primeiro crédito ser exibido, um dos personagens do filme narra o mesmo texto que a apresentadora usou como introdução do filme, porém com cenas da cidade em que o filme ocorre. Os personagens principais são apresentados após a narrativa. O crédito final não possui imagens, e utiliza uma música calma como fundo (ao contrário do crédito inicial). 13.4 Superman - O Filme (Richard Donner, 1978) Clark Kent trabalha como repórter em um jornal, e possui superpoderes que descobriu e escondeu durante anos. Mas uma situação inesperada acontece e sua amiga Lois Lane está agora em perigo, o que faz Clark revelar seus poderes usando a identidade de Superman. Figura 85: Frames dos créditos iniciais do filme “Superman – O Filme” (Richard Donner, 1978) Figura 86: Frames dos créditos finais do filme “Superman – O Filme” (Richard Donner, 1978) Os créditos iniciais pontuaram mais em relação aos créditos finais. Há movimentação da tipografia no sentido horizontal, vertical, de baixo para cima, especial, e proximidade e afastamento de palavras. Possui estrutura linear e não linear, domínio do áudio e da 140 tipografia, e a transição é especial, por dissolução e blur especial, com duração de plano curto. Nos créditos finais, há movimentação da tipografia de baixo para cima e de cima para baixo, e proximidade de palavras. A estrutura do crédito é linear, possui domínio do áudio e da tipografia, transição com corte, fade e dissolução, e plano curto e longo. Cores frias e quentes são usadas nos créditos iniciais e a cor preto e branco aparece somente nos crédito finais. O formato do quadro é horizontal, superfície plana, e linha e imagem como estrutura. Os créditos utilizam fontes com serifa e sem serifa, peso regular e caixa alta, estilo romano e preenchimento sólido, sombra como dimensão da tipografia e alinhamento centralizado e especial. A animação da tipografia é sem câmera e linear, e a luz é interna e com contraste. A tipografia do crédito inicial possui entonação como significado, porém a animação utilizada faz com que alguns nomes dos personagens não consigam ser lidos. A animação é rápida seguida do afastamento e/ou proximidade da palavra. O crédito e a música de fundo passa ao espectador que se trata de um filme de super herói que voa, mas o tempo de leitura dos nomes dos personagens é menor que o tempo da animação da tipografia. O crédito final utiliza a mesma música do crédito inicial, mas a animação da tipografia é diferente. Mesmo se deslocando de baixo para cima e utilizando iluminação, é possível a leitura do crédito final. 13.5 Ghosts (Steven Spielberg, 1996) Steven Spielberg é diretor do média metragem de terror e suspense “Ghosts” do cantor Michael Jackson. Figura 87: Frame do crédito inicial do filme “Ghosts” (Steven Spielberg, 1996) 141 Figura 88: Frames dos créditos finais do filme “Ghosts” (Steven Spielberg, 1996) O crédito inicial possui uma única informação textual: o nome do filme e do ator principal. Possui plano longo como duração, transição fade, domínio da imagem, do áudio e da tipografia, e estrutura linear. A cor utilizada é o branco, formato horizontal, superfície plana, grid, e plano como estrutura. A fonte utilizada é com serifa, peso regular e caixa alta, estilo romano e preenchimento sólido, alinhamento centralizado e linha como suporte. Os créditos finais possuem algumas cenas e mostram como foi feita a produção do filme. A movimentação da tipografia é de baixo para cima, estrutura linear, domínio da imagem e do áudio, transição fade e plano longo. Como no crédito inicial, a cor da tipografia é branco, possui formato horizontal, superfície plana, utiliza grid e plano como estrutura. A fonte utilizada é com serifa, peso regular, caixa alta e inicial maiúscula, estilo romano, preenchimento sólido, alinhamento centralizado, possui uma linha como suporte e a animação é sem câmera e linear. Apesar de o filme ser um média metragem, uma versão com tempo menor foi disponibilizada como videoclipe do cantor Michael Jackson. 142 14 CONSIDERAÇÕES FINAIS Esta monografia trata de um estudo da tipografia utilizada nos créditos de filmes de entretenimento. A criação de um método que analisa esses créditos permite conhecer melhor as características utilizadas na tipografia, os efeitos, se possui som e que tipo de fonte foi escolhida. Além disso, o método pode auxiliar na criação de novos créditos. Durante a pesquisa teórica sobre créditos de filmes, encontrou-se apenas materiais que analisam o título do filme. Os poucos livros publicados no assunto apenas mostram a evolução dos créditos e que tipo de animação foi utilizado para tal. Como a proposta do trabalho é analisar tipograficamente os créditos iniciais e finais dos filmes, sentiu-se a necessidade de criar um método que analise a tipografia em conjunto, ou seja, analisar todas as informações presentes nesses créditos não só frame a frame, mas, além disso, analisar que tipo de animação o crédito usa. Esse tipo de análise nos mostra quais as características utilizadas na tipografia, qual espaço ela ocupa na tela e que tipo de animação foi utilizado. Assim, pode-se analisar se há ligação com o filme, se a fonte utilizada no título é a mesma utilizada nos outros créditos do filme como, por exemplo, na tipografia endógena ou nos intertítulos narrativos. O trabalho não pretende verificar qual a fonte utilizada, mas como ela foi trabalhada e como é mostrada na tela. Assim, com os resultados obtidos de cada estilo podemos perceber que os filmes de animação 2D e 3D possuem mais características que os outros quatro estilos definidos, e que o que menos utiliza essas interferências são os filmes de terror e suspense. Os filmes de animação utilizam várias cores nos frames, sons, fontes coloridas, além de vários efeitos em relação à movimentação da tipografia. Como o público alvo dos filmes de animação são crianças, o uso de cores, de personagens interagindo com a tipografia e de vários efeitos, atrai mais a atenção das crianças ao filme. Ao contrário dos filmes de terror, que além de utilizar as cores preto e branco na maioria dos créditos, usam o vermelho para remeter sangue. Podemos perceber também a evolução dos créditos se compararmos os períodos do cinema, o som sincronizado com o crédito no cinema sonoro, as cores da tipografia nos filmes do cinema moderno, e os efeitos especiais nos créditos dos filmes pós-modernos. Essa evolução pode também ser percebida em relação aos estilos de gêneros. Analisar o tempo, o espaço e a tipografia nos permite verificar qual a mensagem que o crédito passa ao espectador, que tipo de informação ele transmite e se ele tem a ver com o conteúdo do filme. Alguns filmes utilizam fonte sem serifa para passar as informações básicas e no decorrer do filme não utilizam nenhuma interferência tipográfica. 143 Outras possuem características próprias do filme que são utilizadas nos intertítulos narrativos por exemplo. Algumas características do método de análise foram preenchidas em quase todos os filmes, como por exemplo, o uso de branco na tipografia, fontes sem serifa, uso de maiúsculas para os títulos dos filmes, uso de iniciais maiúsculas nos nomes dos personagens, deslocamento de baixo para cima nos créditos finais, uso de fade nos créditos iniciais, entre outros. Dentre os filmes selecionados, há aqueles que não possuem créditos iniciais e deixam as informações para os créditos finais, e vice versa. Todos mostram o nome da produtora usando a tipografia escolhida para o filme, mesmo quando seguido da própria animação da produtora, e após o nome do filme. Os créditos dos filmes de animação pósmodernos mostram os nomes dos personagens nos créditos finais, já os filmes de comédia, comédia romântica e romance mostram os nomes dos personagens nos créditos iniciais. 15 REFERÊNCIAS Agência Nacional do Cinema (ANCINE). Instrução Normativa nº 22. Disponível em http://www.ancine.gov.br/media/in_22_consolidada.pdf. Acesso em 24/04/2009. ARAGÃO, Isabella. Quando o cinema se torna gráfico – Um estudo sobre configurações gráficas em filmes contemporâneos. Revista Design em Foco, Universidade do Estado da Bahia, 2004. ARAÚJO, Inácio. Cinema – O Mundo em Movimento. Editora Scipione, São Paulo, 1995. 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