---- SESSÃO ORDINÁRIA NÚMERO QUATRO ----------------- ACTA NÚMERO DOZE ------------------------------- Aos sete dias do mês de Julho de dois mil e dez, nesta cidade de Estarreja e Salão Nobre dos Paços do Concelho, pelas vinte e uma horas, reuniu a Assembleia Municipal de Estarreja em sessão ordinária (2ª reunião), sob a Presidência do Dr. Paulo Marco Braga, Presidente da Assembleia Municipal. --------------------------------------------- Estiveram Presidente da seguintes presentes, Câmara, Vereadores: o Abílio Rosa Senhor Silveira Maria Lopes Vicee os Simão, Diamantino Manuel Sabina, Fernando Manuel Mendonça de Matos e Manuel Pinho Ferreira.-------------------------------------- Apresentaram justifi- cação para a respectiva falta, considerada aceite pela Mesa, Municipal: Margarida os seguintes Pedro Manuel Granjeio membros Martins Feliciano da Vaz Marques Assembleia (PS), Vaz Ana (PS), Américo Rodrigues Soares (CDU) e Carolina Augusta Pinho (PS), substituídos por Arlindo Martins Dias de Andrade, Rosa Isabel Monteiro Lopes, António Matos Almeida e Francisco Manuel Leite da Silva, respectivamente.--------------- Aberta a sessão e 1 após cumprimentos aos presentes, o Senhor Presidente da Assembleia Municipal deu início aos trabalhos.----------------------- 3.2.- Discussão e votação do Projecto de Regulamento Municipal de Inspecção e Manutenção de Ascensores, Monta-Cargas, Escadas Mecânicas e Tapetes Rolantes.----------------------------------- Diamantino Sabina (Vereador das Freguesias)faz uma pequena introdução – E refere que o regulamento já foi aprovado em 2004, estando agora em causa apenas a justificação económica–financeira das taxas. ------------------------------------------ Não havendo inscrições, passou-se à votação, tendo o mesmo sido aprovado, por maioria, com 17 votos a favor e 7 abstenções.------------------------ 3.3.- Discussão e votação do Projecto de Regulamento de Utilização e Serviços Prestados no Centro de Interpretação Ambiental – BIORIA.----------- Carlos Albérico Alves (Coligação PSD/PP) – A minha curta intervenção tem dois objectivos fundamentais. Por um lado transmitir as recomendações que a Comissão Permanente, reunida em 25 de Junho entendeu fazer à Câmara Muni- 2 cipal e, por outro, dar conta da posição da Coligação acerca do assunto em discussão neste ponto da ordem do dia. Efectivamente, a Comissão Permanente reunida em 25 de Junho, decidiu recomendar à Câmara Municipal que em futuras revisões do Regulamento de Utilização e Serviços Prestados no Centro de Interpretação ambiental – BIORIA, se isente as crianças até 5 anos da taxa referente a visitas guiadas, de forma a criar hábitos no contacto com a Natureza em geral e com o BIORIA em particular. Por outro lado, embora saibamos que este regulamento foi aprovado em Reunião de Câmara em 22 de Abril, já depois do competente processo de discussão pública, e que só entretanto foi inaugurada e disponibilizada a viatura eléctrica de apoio, gostaríamos de saber como, e de que forma, serão definidas as regras de utilização da mesma e as taxas associadas à sua utilização pelos futuros utilizadores. Agora apenas e só na qualidade de membro da coligação PSD/PP, gostaria também de fazer outras sugestões adicionais para uma futura Revisão do Regulamento. Embora saibamos que cada vez mais os Municípios têm de encontrar receitas que paguem os serviços que prestam (donde não é fácil reduzir valores das 3 diversas taxas), entendemos que será de estender os descontos previstos no n.º 4 do art.º 14.º (associados a portadores de cartão jovem Municipal e Cartão Sénior Municipal), também às visitas guiadas e não apenas na compra de artigos de divulgação. Por outro lado, parece-nos que o preçário, no que concerne à aquisição de artigos de divulgação, é excessivo. Efectivamente, o preço elevado dos artigos não incentiva a sua aquisição, aconselhando-se que venham a ser revistos em baixa, tanto mais que, julgamos, as receitas que se obterão serão residuais no orçamento do Município. Assim, sugerimos que oportunamente a CM analise pormenorizadamente as receitas provenientes da aplicação das taxas que agora se aprovam, equacionando-se então se não se justificará a correcção dos respectivos preços.----------------------------- Pelas vinte e uma horas e seis minutos entraram Pedro Matos, Carlos Victor Figueira e o Vereador Fernando Mendonça Matos.------------------------ Em resposta, à Intervenção de Carlos Albérico, o Vereador Prof. João Alegria, responde, referindo que a Câmara vai ter atenção ao sugeri- 4 do.------- Passou-se de seguida à votação, tendo sido aprovado, por maioria, com 18 votos a favor e oito abstenções.----------------------------------------- 3.4.- Aprovação da proposta de Alteração ao Plano de Pormenor da Quinta do Outeiro (PPQO).----- Diamantino Sabina (Vereador das Freguesias): Leu algumas notas do Dr. Granja – relativas ao Objecto da alteração do Plano de Pormenor da Quinta do Outeiro: Objectivo 1 - A necessidade de se proceder a uma pequena alteração funcional com incidência em 3 parcelas designados por “D1”; “D2” e “D3” no P.P. e por lotes 22; 23; 24 no Loteamento respectivo, designadamente “alargar/substituir” de forma criteriosa, o âmbito funcional dos usos aí admitidos (“Equipamentos”) a outras actividades (Comércio, Serviços e pequena Indústria compatível com o tecido urbano), de acordo com lista do CAE-Rev 3 anexa à proposta. Objectivo 2 - A rectificação das alturas de fachada e das áreas de implantação das Parcelas do tipo A. Objectivo 3 - Dar uma maior “Flexibilidade” às Tipologias de habitação prevista, no “Quadro de Disposições Urbanísticas por Parcela”.------------------------------------- 5 Passou de seguida a fundamentar: - Objectivo 1 As três parcelas em causa aprovadas, apenas com a especificidade funcional de “equipamento” (social, educacional, cultural de carácter privado), não se adaptaram às intenções programáticas inicialmente previstas manifestando actualmente para uma a área do “rigidez” Plano, de usos permitidos, que se torna obstáculo da sua concretização. À época dos primeiros estudos do Plano, para o local era marcante a falta de espaços de “equipamentos” condignos para as muitas Associações de carácter cultural; desportivo; recreativo, existentes na Freguesia. Esta premissa integrava a intenção de propor no Plano uma maior diversidade de programa funcional de modo que o tecido urbano daí resultante se tornasse por princípio rico e variado no inter-relacionamento de actividades económicas, culturais e de lazer envolta em habitação de média baixa densidade com carácter urbano. Daí, esta categoria de espaço ter sido excessivamente acautelada no plano. Hoje já tal não se verifica. Com efeito, com a evolução da dinâmica socioeconómica, a procura destes espaços urbanos foi-se encaminhando para novos segmentos/tipolo-gias de uso, nomeadamente fun- 6 ções de serviços, comércio e/ou pequena indústria, cenário que a conclusão das obras de urbanização do loteamento entretanto promovido e a respectiva colocação dos lotes no mercado, tornou ainda, mais clara. A dinâmica social e económica com o desenvolvimento do centro da Freguesia através de áreas comerciais/serviços em simbiose com habitacionais, resultantes de planos recentes, a par de projectos de desenvolvimento sectorial, rede viária, indústria, educação, serviços sedimentarão e fortalecerão mais o tecido urbano. Objectivo 2 - A morfologia urbana proposta no PP, definindo dois quarteirões de habitação enqua- drando um espaço intermédio com o uso de praça, pressupunha a caracterização, o mais rigorosa possível, do desenho das volumetrias edificadas resultante da construção nas várias parcelas. Um dos elementos de desenho que compõem / estruturam estes volumes é a definição da linha superior (remate) da fachada conseguida por 4 grupos de 4 edifícios (A1; A4), (A6; A9), (A10, A13) e (A15, A18). No quadro das disposições urbanísticas por parcela, os valores soleira” e fachada” (que referentes “implantação” foi e às “cotas de “altura máxima de erradamente assinalada como 7 cércea) apresentam valores definidos no sentido de garantir esse alinhamento superior das fachadas dos edifícios por grupos de quatro. Com a evolução dos projectos de execução e consequente obra de urbanização houve a necessidade de se redefinir o perfil longitudinal dos arruamentos justificado pela racionalidade dos traçados das redes de infra-estruturas de drenagem de águas residuais e pluviais. Com a obra de urbanização terminada, é agora possível e necessário obter as cotas reais das soleiras dos edifícios a construir nos vários lotes, sendo consequentemente necessário proceder à rectificação dos valores em altura da fachada, para se obter o resultado anteriormente previsto de alinhamento horizontal superior das mesmas, independentemente da inclinação do arruamento. As premissas desta alteração do PP fazem-se corresponder á actual legislação, considerando já, os conceitos técnicos fixados no recente Decreto. Regulamentar n.º 9/2009 de 29 de Maio como as expressões a aplicar no novo quadro de disposições urbanísticas por parcela. Objectivo 3 - No “Quadro de Disposições Urbanísticas por Parcela” vigor, há da Planta uma nota de que Implantação refere as do PP, em Tipologias 8 expressas como “indicativas”. Contudo para uma maior flexibilização e melhor especificação/rigor de aplicação propõe-se acrescentar a esta nota a seguinte informação: 2T2=1T4=1T1+1T3. Assim, sem se alterar/aumentar o número de fogos, nem o número de quartos no conjunto das destas habitações, pretende-se com esta regra mínima, melhorar o programa ajustando-o à realidade local. Esta proposta vem, concretamente, corrigir a especificação dos edifícios envolventes da Praça designados como B1 e B2 com 17+17 habitações T2. Tal como se encontra actualmente definido, apesar de “indicativa”, esta especificação considera-se demasiado rígida, excessiva na sua monotonia e incerta quanto à sua aplicabilidade. Não contendo nenhuma transformação do conjunto, quer quanto ao número e áreas de habitações, quer quanto ao número de habitantes previstos, considera-se que a flexibilidade proposta permitirá uma atitude mais apropriada e adaptada à realidade concreta.------------------------------------------- Pelas vinte e uma horas e quinze minutos entraram Adolfo Figueiredo Vidal e o Vereador Manuel Pinho Ferreira.--------------------------- 9 ---- José Artur de Pinho (Presidente da JF Avanca): – A intervenção é para chamar a atenção. O projecto tem 30 anos e perdeu-se muito tempo. A legislação por vezes é dura mas politicamente foi feito de forma lenta. Esta alteração vai permitir que o promotor possa fazer alterações e como acho que os promotores já foram penalizados o suficiente, é bom que se faça algo para os ajudar.----------- Pelas vinte e uma horas e vinte e cinco minutos entrou o Vereador Abílio Silveira.--------------- Não havendo mais intervenções sobre este ponto, procedeu-se à votação, tendo o mesmo sido aprovado, por unanimidade dos presentes.------------ 3.5.- Contratação de empréstimo excepcionado de longo prazo, para financiamento de diver- sos investimentos inscritos no PPI - 2010, conforme proposta da Câmara Municipal.------------------------ Adolfo Vidal (Coligação PSD/PP)- “Contracção de Empréstimo Excepcionado de Longo Prazo para Financiamento de Diversos Investimentos inscritos no PPI – 2010”. O empréstimo é conseguido a uma taxa mais favorável à que a República Portuguesa tem conseguido, o que é motivo de regozijo. Deliberação de Câmara financiar a 10 execução das empreitadas dos 3 Centros Escolares objecto de Candidatura aprovada ao MaisCen- tro/QREN: - Ampliação EB Pardilhó; - Ampliação EB Padre Donaciano Abreu Freire, Beduído; - Construção EBI+JI Sul do Concelho, Salreu. Importará talvez explicar um pouco à Assembleia como funciona o processo do financiamento dos Centros Escolares (1º Ciclo e Pré-Escolar); 1.Previamente à candidatura ao QREN, aprovação por parte de GEPE do ME do Estudo Prévio de cada uma das operações; nesta ocasião é feita a estimativa dos custos elegíveis (por exemplo, 100.000 € p/ sala de aula, …); 1. Elaboração e submissão da candidatura ao QREN; 3. Após aprovação e assinatura do Contrato de Financiamento, desde que exista despesa, ela pode de imediato ser sujeita a pedidos de pagamento por parte da autarquia. Em termos financeiros o desenvolvimento das operações para os Centros Escolares é o seguinte: Comparticipa- Compartici- Investimento Comparticipa- Comparticipa- ção Comunitá- ção CM Estar- ria (FEDER) reja 645.126,59€ 329.870,96€ (66,5%) (33,5%) 747.792,78€ 697.981,63€ (51,7%) (48,3%) Investimento ção Comunitá- pação ria (FEDER) CM Estarreja 654.126,59€ 280.339,96€ (70%) (30%) 747.792,78€ 320.482,62€ (70%) (30%) elegível Total* Ampli ação EB 934.466,55€ 983.997,55€ Pardilhó Ampli 1.068.275,40€ ação 1.445.774,41€ 11 EB Pde. D.A.F reire Construção 1.448,884,30€ 620.950,42€ (70%) (30%) 2.069.834,72€ EBI 1.448.884,30€ 2.151.115,70€ (40,25%) (59,75%) 2.841.803,67€ 3.187.968,29€ 3.600.000,00€ Salreu 4.072.576,67€ 2.841.803,67€ 1.230.773,00€ 6.029.771,96€ Valor para procedimento (Concurso Público ou Ajuste Directo ao abrigo das medidas excepcionais de Contratação) + Aquisição de Terrenos O valor do empréstimo é de 75% da Comparticipação da Câmara Resumindo: Na construção dos Centros Escolares para o 1º Ciclo e Pré-Escolar, o financiamento é feito recorrendo a fundos comunitários (FEDER), sendo que a comparticipação nacional é integralmente assumida pelas autarquias. O Estado ou o Governo Português comparticipam com ZERO! Mais: A comparticipação FEDER é colocada (pelo Governo em sede de regulamento especifico) apenas em termos do valor elegível resultante da aplicação dos valores de referência; acontece que na prática os valores, principalmente quando há “mais construção” aumentam substancialmente e quando à partida se pensava que o valor total de investimento era de cerca de 4 M€, na realidade ele é de 6M€ e esse diferencial é integralmente suportado pelas Autarquias. Quando o PS diz que a Coligação quer 12 “(…)à viva força que os estarrejenses julguem que quem vai reconstruir as escolas é a Câmara (…)” e que quem as vai fazer “(…) é o Governo”, é preciso dizer que tal não corresponde à verdade.------------- António Matos Almeida (CDU) – Refere que sendo um empréstimo para obras de Educação não se vai votar contra, porque a Educação é fundamental. Além de que a Escola a Sul do Concelho foi já referida no programa eleitoral do seu partido. Daí que não votaremos contra.---------------------------- Passou-se de seguida à votação, tendo sido aprovada por maioria, com 19 votos a favor e 8 abstenções.------------------------------------------ De seguida o Grupo Parlamentar do PS apresentou uma declaração de voto:------------------------- Guilherme Pinho Ferreira (PS) - Declaração de Voto do PS na contratação de empréstimo excepcionado de longo prazo: - 1. De acordo com a legislação e regulamentação em vigor, ou seja, a Lei nº 169/99 de 18 de Setembro, alterada pela Lei nº 5-A/2002 de 11 de Janeiro e o Regimento da Assembleia Municipal de Estarreja (RAME), são competências da Assembleia Municipal aprovar ou autorizar a contratação de empréstimos de acordo 13 com a lei ( alínea d), do n.º 2 do artigo 53º da Lei já referida e alínea d), do nº 2 do artigo 2º do RAME nos mesmos termos); - 2. No entanto, estabelece a lei supra citada, no nº 7 do art. 53º, bem como no nº 7 do artigo 2º do RAME que o pedido de autorização para a contratação empréstimos a apresentar pela CM serão riamente acompanhados de obrigato- de: a. Informação sobre as condições praticadas, em pelo menos, integradas três no instituições mesmo grupo de crédito bancário); b. (não Mapa demonstrativo da capacidade legal e económica de endividamento do município; - 3. Tendo em conta que o pedido de autorização não veio acompanhado pelos restantes documentos, há clara violação da legislação em vigor. Contudo, pretendemos afirmar o seguinte: - 1. Reconhecemos o esforço do Governo na renovação e adequação do Parque Escolar em todo o território nacional, do qual Estarreja não é excepção. É fundamental dotar a escola pública de todas as condições de um Estado moderno, que tem como principais objectivos de modernização, as qualificações dos cidadãos. Por isso, o investimento público no parque escolar é importante, até porque é um instrumento ao serviço do cresci- 14 mento económico; 2. Lamentando que a Câmara Municipal de Estarreja tenha de se submeter à contratação de empréstimos excepcionais, previstos na lei, para suprir a falta de meios próprios para a realização da parte do investimento que lhe está atribuída, em virtude de ter já atingido os limites de endividamento previstos. Isto implica que a actividade da Câmara se encontre altamente comprometida para os próximos anos, podendo apenas participar em investimentos que sejam comparticipados que por este financiamento investimento europeu; -3. Realçando importantíssimo para o município tenha que levar a CM de Estarreja a assumir novos compromissos financeiros para os próximos 20 anos, que acumulam aos já existentes, alargando o já extenso passivo da Câmara Municipal de Estarreja em cerca de um milhão de euros, - O Grupo Municipal do Partido Socialista na Assembleia Municipal de Estarreja abstêm-se.------------------------------------- António Manuel Valente de Sousa (Coligação PSD/PP):– Refere que a sua abstenção tem como objectivo um protesto social, relativamente à Freguesia de Fermelã, uma vez que não está ainda convencido dos benefícios de uma escola integrada 15 em crianças tão pequenas, não achando que esta seja uma boa solução. ----------------------------------- O Presidente da Mesa questiona se alguém se opõe a que os quatro pontos sejam aprovados em minuta. E, dado que ninguém se opôs, os mesmos foram aprovados, em minuta, por unanimidade, para efeitos de execução imediata. ---------------------- Inexistindo mais assuntos a analisar ou decidir, o Senhor Presidente da Assembleia Municipal deu por encerrados os trabalhos, eram vinte e uma horas e trinta e cinco minutos. -------------------- Para constar e para os devidos efeitos, se lavrou a presente acta que, depois de submetida a aprovação da Assembleia, vai ser assinada pelos membros da Mesa. -------------------------------- _________________________________________________ 16