HIPERSUPERFÍCIES COM CURVATURA ESCALAR CONSTANTE E BORDO LIVRE EM Rn+1 JOSÉ MIGUEL MALACARNE Seja B um corpo convexo cujo bordo ∂B é uma hipersuperfície umbílica de Rn+1 . Consideremos M uma variedade n-dimensional suave, conexa, compacta, com bordo ∂M 6= ∅, e φ : M → Rn+1 uma imersão que aplica o interior de M no interior de B e o bordo de M sobre o bordo de B e que é suave inclusive no bordo ∂M . Tais imersões serão doravante denotadas por φ : M → B. Orientando uma tal configuração geométrica podemos definir uma função ângulo θ com que a imersão φ intersecta ∂B ao longo de ∂M . Nosso objetivo é caracterizar as imersões φ : M → B que tem curvatura escalar S2 (ou 2-curvatura) constante e intersectam ∂B em um ângulo θ constante ao longo do bordo ∂M como pontos críticos de um funcional adequado. Para isto, nossa estratégia consiste em associar a cada variação admissível Φt : M → B de φ a energia E(Φt ) = A1 (Φt ) − Θ(Φt ) − λ∂B V∂ (Φt ), onde A1 (Φt ) é a 1-área da imersão Φt , λ∂B é a constante de umbilicidade, Θ(Φt ) e V∂ (Φt ) denotam, respectivamente, o balanço da variação angular e o balanço do volume do bordo induzidos pela variação Φt sobre ∂M . As imersões φ : M → B que são E-estácionárias (isto é, aquelas para as quais d dt E(Φt )|t=0 = 0 para toda variação admissível Φt : M → B de φ que preserva volume) são caracterizadas por terem curvatura escalar S2 constante, intersectarem o bordo ∂B em um ângulo θ constante ao longo de cada componente conexa de ∂M e, além disso, cot(θ)hT1 ν, νi = 0 sobre ∂M , onde ν é o campo conormal exterior a ∂M e T1 = S1 I − A é a primeira transformação de Newton associada à segunda forma fundamental A de φ. A partir da fórmula da segunda variação da energia E obtemos uma forma do índice I associada a cada imersão E-estácionária φ : M → B. Definimos que uma tal quando I(f, f ) ≥ 0 para toda função suave f : M → R tal que R imersão é estável ∂f f dM = 0 e ∂ν = cot(θ)S1 f sobre ∂M . M Aplicando esta teoria ao caso em que B é um semi-espaço de Rn+1 demonstramos que as imersões φ : M → B que são estáveis são caracterizadas por serem hemisférios contidos no semi-espaço B e que intersectam o bordo ∂B ortogonalmente. Além disso, no caso em que B é uma bola unitária de Rn+1 demonstramos que os n-discos geodésicos em B com bordo em ∂B são estáveis, e também que as calotas esféricas em B com bordo ortogonal a ∂B são as únicas calotas esféricas em B com bordo em ∂B que são estáveis. Estes são alguns dos resultados obtidos no trabalho (ainda em andamento) conjunto com A. Gervásio Colares (UFC) e Jorge H. S. de Lira (UFC). Departamento de Matemática, Universidade Federal do Espírito Santo, 29075-910 Vitória-ES E-mail address: [email protected] 1