► A ESTRUTURAÇÃO ARGUMENTATIVA Compreender um texto é muito mais que juntar palavras, frases. É depreender da leitura seu sentido maior, ultrapassando sua superfície. Uma boa maneira de se interpretar um texto é buscar nele suas principais idéias, observando como foram estruturadas na argumentação. Inicialmente, deparamo-nos com o TEMA sobre o qual repousa a discussão do texto. Caracteriza-se, portanto, por ser o assunto, o motivo da argumentação. Eis aí a diferença entre tema e tese. A TESE caracteriza-se por ser a tomada de posição do autor em relação ao tema e aparece, em um texto padrão, no 1º parágrafo. Será ela não só a idéia central do 1º parágrafo, ou INTRODUÇÃO, mas do texto em sua totalidade, o qual terá como compromisso desenvolver argumentos que a comprovem. Nos parágrafos seguintes – que estruturarão o DESENVOLVIMENTO – observa-se a presença dos TÓPICOS FRASAIS, que são os argumentos centrais de cada parágrafo. Serão eles desenvolvidos das mais variadas formas: apresentação de relações de causa e efeito, utilização de exemplos, comparações, analogias, dados estatísticos, testemunhos de autoridade etc. Por fim, o último parágrafo, ou CONCLUSÂO, surge no texto representando a retomada da tese. É neste momento que, em geral, o autor externa suas opiniões, críticas, ou ainda sugestões sobre a discussão desenvolvida em sua dissertação, finalizando-se, assim, o ciclo textual. Questões de Estruturação Argumentativa ►Enunciados mais comuns: “O texto se estrutura...”; “Os argumentos do autor se fundamentam em...”; “Ao se distribuir o texto adequadamente em parágrafos...”; “O parágrafo que expressa a idéia geral do texto...”; “No texto, o autor defende sobretudo a tese de que...”; “O tema do texto é...”; Texto 01 Individualistas e comportados. E daí? Cientistas sociais e filósofos de inúmeras correntes garantem: a geração de 90 é ambígua. Explica-se: os adolescentes dessa época buscam o bem-estar individual mas também consideram o conceito “viver dignamente” como um direito da humanidade. Só que eles não pretendem se fatigar nas lutas sociais, nem se sentem atraídos por bandeiras políticas ou cartilhas ideológicas. Em uma pesquisa recente na França, o item “justiça social” foi classificado como um dos menos importantes por moças e rapazes na faixa dos 14 aos 17 anos. Imediatamente, a geração que ouve Madonna, diverte-se com Steven Spielberg e devora sanduíches passou a ser chamada de “novos individualistas”. O filósofo e escritor francês Laurent Joffrin, autor do livro Um Toque de Juventude, celebra com otimismo os “moralistas de blue jeans”: “eles não são apáticos como se supõe. Seus interesses vão além do prazer imediato e da pura distração”, explica Joffrin. Mais cético, seu colega Alain Finkelkraut acredita que os jovens dos anos 90 se apóiam 1 em relacionamentos superficiais e valores distorcidos. “Comportam-se como se a vida fosse um grande videoclip...”, lamenta. Enquanto os intelectuais batem boca, os ingleses que cresceram ouvindo a balada conservadora de Margaret Thatcher hoje insistem que a vida comportada é muito melhor. Em uma pesquisa da revista Look Now, moças e rapazes de 15 a 24 anos confessam gostar de boas roupas, querem ser vistos como pessoas sensíveis e responsáveis, pretendem ter uma carreira sólida e fazer fortuna. Desnecessário dizer que a Dama de Ferro adorou os resultados da pesquisa. Laura Greenholg. Socieadade dos poetas vivos. In: Elle, ago/1990. p. 35 (com adaptações) I) Aplicando conhecimentos acerca de tipologia, estrutura e organização de um texto em parágrafos, julgue os itens a seguir, segundo as idéias desenvolvidas no texto. 1) O texto é essencialmente dissertativo, podendo ser distribuído em parágrafos, dos quais o introdutório iria até “cartilhas ideológicas”. 2) O primeiro período contempla a idéia geral do texto, resgatando na palavra “ambígua” o comportamento da juventude: apático e superficial. 3) Na linha 6, inicia-se uma passagem narrativa que se estende até “lamenta” e que conta a rotina da juventude francesa da época. 4) A pesquisa relativa aos ingleses, cujos resultados aparecem a partir do antepenúltimo período do texto, agradou a liderança conservadora porque mostra que os jovens britânicos são idealistas, consumistas, alienados e ambiciosos. 5) Ao se distribuir adequadamente em parágrafos, faltaria um fechamento que resgatasse a idéia básica desenvolvida no texto e desse caráter conclusivo ao título proposto. Texto 02 Sancha ergueu a cabeça e olhou para mim com tanto prazer que eu graças às relações dela e Capitu, não se me daria beijá-la na testa. Entretanto, os olhos de Sancha não convidavam a expansões fraternais, pareciam quentes e intimativos, diziam outra cousa, e não tardou que se afastassem da janela, onde eu fiquei olhando para o mar, pensativo. A noite era clara. Dali mesmo busquei os olhos de Sancha, ao pé do piano; encontrei-os em caminho. Pararam os quatro e ficaram diante uns dos outros, uns esperando que os outros passassem, mas nenhuns passavam. Tal se dá na rua entre dous teimosos. A cautela desligou-nos; eu tornei a voltar-me para fora. E assim posto entrei a cavar na memória se alguma vez olhara para ela com a mesma expressão, e fiquei incerto. Tive uma certeza só, é que um dia pensei nela, como se pensa na bela desconhecida que passa; mas então dar-se-ia que ela adivinhando... Talvez o simples pensamento me transluzisse cá fora, e ela me fugisse outrora irritada ou acanhada, e agora por um movimento invencível... Invencível; esta palavra foi como uma bênção de padre à missa, que a gente recebe e repete em si mesma. - O mar amanhã está de desafiar a gente, disse-me a voz de Escobar, ao pé de mim. - Você entra no mar amanhã? 2 - Tenho entrado com mares maiores, muito maiores. Você não imagina o que é um bom mar em hora bravia. É preciso nadar bem, como eu, e ter estes pulmões, disse ele batendo no peito, e estes braços; apalpa. Apalpei-lhe os braços, como se fossem os de Sancha. Custa-me esta confissão, mas não posso suprimi-la; era jarretar a verdade. Não só os apalpei com essa ideia, mas ainda senti outra cousa; achei-os mais grossos e fortes que os meus, e tive-lhes inveja; acresce que sabiam nadar. Quando saímos, tornei a falar com os olhos à dona da casa. A mão dela apertou muito a minha, e demorou-se mais que de costume. A modéstia pedia então, como agora, que eu visse naquele gesto de Sancha uma sanção ao projeto do marido e um agradecimento. Assim devia ser, mas o fluido particular que me correu todo o corpo desviou de mim a conclusão que deixo escrita. Senti ainda os dedos de Sancha entre os meus, apertando uns aos outros. Foi um instante de vertigem e de pecado. Passou depressa no relógio do tempo; quando cheguei o relógio ao ouvido trabalhavam só os minutos da virtude e da razão. - ...Uma senhora deliciosíssima, concluiu José Dias um discurso que vinha fazendo. - Deliciosíssima! repeti com algum ardor, que moderei logo, emendando-me: Realmente, uma bela noite! - Como devem ser todas as daquela casa, continuou o agregado. Cá fora, não; cá fora o mar está zangado; escute. Ouvia-se o mar forte, - como já se ouvia de casa, - a ressaca era grande e, a distância, viam-se crescer as ondas. Capitu e prima Justina, que iam adiante, detiveramse numa das voltas da praia, e fomos conversando os quatro; mas eu conversava mal. Não havia meio de esquecer inteiramente a mão de Sancha nem os olhos que trocamos. Agora achava-lhes isto, agora aquilo. Os instantes do Diabo intercalavam-se nos minutos de Deus, e o relógio foi assim marcando alternativamente a minha perdição e a minha salvação. José Dias despediu-se de nós à porta. Prima Justina dormiu em nossa casa; iria embora, no dia seguinte, depois do almoço e da missa. Eu recolhi-me ao meu gabinete, onde me demorei mais que de costume. [...] Sinceramente, eu achava-me mal entre um amigo e a atração. A timidez pode ser que fosse outra causa daquela crise; não é só o céu que dá as nossas virtudes, a timidez também, não contando o acaso, mas o acaso é um mero acidente; a melhor origem delas é o céu. Entretanto, como a timidez vem do céu, que nos dá a compleição, a virtude, filha dela, é, genealogicamente, o mesmo sangue celestial. Assim refletiria, se pudesse; mas a princípio vaguei à toa. Paixão não era nem inclinação. Capricho seria ou quê? Ao fim de vinte minutos era nada, inteiramente nada. (...) (ASSIS, Joaquim Maria Machado, Dom Casmurro. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1992) (DPE – CEPUERJ –2010) I) A opção em que o recurso destacado denota a modalização de certeza é: a) “...Sinceramente, eu achava-me mal entre um amigo e a atração...” b) “...e o relógio foi assim marcando alternativamente a minha perdição e a minha salvação...” c) “...Não havia meio de esquecer inteiramente a mão de Sancha nem os olhos que trocamos...” d) “...A modéstia pedia então, como agora, que eu visse naquele gesto de Sancha uma sanção ao projeto do marido...” 3 Texto 03 Os muros nas favelas e a segregação social Sob o argumento da proteção ambiental, 13 comunidades, 11 delas localizadas na Zona Sul da cidade do Rio de Janeiro, serão cercadas por muros de 3,4 metros de altura, em média. É mais que óbvio para todos a importância que proteger a Mata Atlântica tem nos dias atuais. É claro que o poder público deve se apropriar dessa pauta a fim de resolver problemáticas como as do desmatamento. Entretanto, ao analisarmos a eficácia e a legitimidade desse projeto, podem-se concluir alguns equívocos, que contribuem para a formação de limites sociais, e não ecológicos. Tomando como referência a formação desses limites sociais, pode-se aferir a exasperação dos conflitos entre os moradores dessas comunidades e os moradores de classe média, já que a sensação de “segurança” é relacionada diretamente à construção do muro, que, por sua vez, pode aprofundar diversos estigmas que são projetados à população das favelas. Quando um muro é construído para separar pessoas, nenhuma outra questão está colocada, a não ser a produção de segregação social e espacial. Não podemos esquecer as políticas de sanitarização do século 19, que contribuíram para a visão da pobreza como doença, sujeira e outras coisas mais. Essas políticas, além de moverem os moradores de baixa renda para locais distantes, no caso os subúrbios, estão diretamente relacionadas ao empreendedorismo imobiliário cujo público alvo era as elites emergentes. A inquietação com o crescimento das favelas deve ter como centro o combate à pobreza, o acesso a direitos e uma política habitacional adequada. Não deve, de forma alguma, ser tratada de forma imediatista, expressando assim o caráter eleitoreiro de nossas políticas públicas. Além do mais, todas as pesquisas relacionadas ao tema nunca contam com a participação de associações de moradores e plebiscitos que são realizados nas comunidades. (http://oglobo.com/opiniao/mat/2010/05/26/os-muros-nas-favelas-a-segregaçao-social916696630.asp) (DPE – CEPUERJ –2010) I) A alternativa em que a oração sublinhada exerce função modalizadora é: a) “...É claro que o poder público deve se apropriar dessa pauta...” b) “...É mais que óbvio para todos a importância que proteger a Mata Atlântica tem nos dias atuais...” c) “...Entretanto, ao analisarmos a eficácia e a legitimidade desse projeto, podem-se concluir alguns equívocos...” d) “...Tomando como referência a formação desses limites sociais, pode-se aferir a exasperação dos conflitos entre os moradores...” COESÃO E COERÊNCIA Diante de um texto bem construído, percebemos que as informações não se colocam de forma caótica entre si – pelo contrário, um texto de qualidade apresenta suas informações interligadas, conectadas. A essa conexão dá-se o nome de COESÃO. A coesão textual é o resultado da realização de recursos 4 semânticos, por meio dos quais uma informação do texto se conecta à outra. O conceito de coesão textual está, portanto, relacionado aos elementos que estabelecem ligações lingüísticas na superfície do texto. Por outro lado, para que um texto faça sentido, faz-se necessário que as informações se encaixem de modo que a mensagem não se torne desconexa, ilógica. A essa correlação entre os conceitos de um texto dá-se o nome de COERÊNCIA. Enquanto a coesão se relaciona aos elementos explícitos no texto, a coerência cuida do seu sentido, do seu aspecto conceitual. Assim, teríamos... Coesão → Elementos de ligação explícitos no texto. → Superfície Textual Coerência → Conexão harmônica entre as informações do texto →Lógica Textual Para que um texto seja de fato um texto - para que ele apresente textualidade é preciso que ele alie coesão a coerência. A utilização de elementos coesivos fornece ao texto clareza e maior legibilidade e contribui para que ele se torne mais facilmente compreendido pelo leitor. Daí ser a coesão tão desejável à produção de um texto coerente. Desta forma, seria possível se construir um texto coerente sem coesão, um texto cujas informações produzam sentido, mas que não se concatenem por meio de articuladores textuais: João estudou bastante. Passou em 1º lugar. Da mesma maneira, pode-se ter um texto que apresente que apresente conectivos mal utilizados, incapazes de produzir lógica, concatenação entre seus enunciados – um texto com coesão e sem coerência: João estudou bastante. O Brasil precisa progredir na questão tributária. Entretanto, para que se conquiste a TEXTUALIDADE, é necessário que o texto apresente não um emaranhado caótico de informações, mas uma articulação lógica entre seus enunciados: João estudou bastante. Portanto, passou em 1º lugar. Texto 04 I) As opções a seguir, na seqüência apresentada, constituem um texto adaptado do jornal Gazeta Mercantil de 20/3/2008. Assinale aquela que apresenta a tese argumentativa do texto. 5 a) Os 204,9 mil empregos abertos em fevereiro representam a melhor avaliação do desempenho da economia real no Brasil. b) Segundo os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados do Ministério do Trabalho e Emprego, essa abertura de postos é o novo recorde para o mês de fevereiro da série histórica, iniciada em 1992. c) Vale lembrar que, no primeiro bimestre, acumularam-se 347,9 mil novas vagas, o que significa aumento de 37% em relação ao mesmo período do ano passado. d) Só os postos abertos no mês passado já superam em 16% o recorde anterior de fevereiro de 2006 e mostram que oemprego formal cresceu 38% em relação a 2007 e avançou 0,70% em relação a janeiro deste ano. e) Com as vagas abertas em fevereiro, o estoque de empregos formais da economia brasileira cresceu 0,7%, alcançando 29,3 milhões de postos de trabalho. Texto 05 A crescente escassez de profissionais qualificados no mercado de trabalho doméstico está obrigando a Companhia Vale do Rio Doce a lançar uma campanha global de recrutamento para arregimentar pessoal especializado nos EUA, na Inglaterra, na Austrália e no Canadá. A previsão é de 62 mil contratações nos próximos cinco anos. O Estado de S.Paulo, 21/3/2008 (com adaptações). I) Assinale a opção que constitui continuação coesa e coerente para o fragmento de texto acima. a) Essa disputa se tornou tão acirrada que elevou o nível médio salarial. Um soldador, por exemplo, hoje tem um ordenado inicial entre R$ 1,2 mil e R$ 2,1 mil. Nas escolas do SESI e do SENAC, os formandos são disputados pelos empregadores. b) Essa é a iniciativa mais audaciosa já tomada por uma empresa brasileira em matéria de oferta de emprego, e é mais uma das conseqüências da globalização da economia. c) Entretanto, com o extraordinário crescimento da produção industrial chinesa, nos últimos anos, o preço das commodities no mercado internacional disparou, o que abriu caminho para a expansão dos setores de mineração, siderurgia, petróleo e equipamentos de transporte pesado. d) Desde então, as empresas mais competitivas desses setores criaram milhares de novos postos de trabalho e, de forma cada vez mais agressiva, vêm disputando trabalhadores preparados para ocupá-los. e) Todas essas empresas vêm publicando anúncios em inglês, em busca de profissionais qualificados de nível técnico superior. As empresas também vêm contratando trabalhadores aposentados e procurando atrair profissionais qualificados da PETROBRAS. Há cinco anos, sob o comando de George W. Bush, os Estados Unidos da América (EUA) invadiam o Iraque. Já se mostrou à exaustão que a aventura foi 6 uma catástrofe humanitária e um fracasso político que encalacrou o Pentágono numa ocupação militar sem perspectiva de solução. Verifica-se, agora, que foi também um desastre financeiro. Folha de S.Paulo, 20/3/2008 (com adaptações). II) Assinale a opção em que o fragmento constitui continuação coesa e coerente para o texto acima. a) Entretanto, Joseph Stiglitz, Prêmio Nobel de Economia, calcula que a empreitada poderá sair por assombrosos US$ 4 trilhões ou mais, dependendo de quanto tempo a ocupação durar. b) Mas, agora que o país se encontra numa situação de déficit fiscal, a conta da guerra contribui para a crescente desvalorização da moeda norte-americana, num movimento que dificulta o combate à crise de crédito nos EUA e agrava suas repercussões globais. c) Às vésperas da invasão, a Casa Branca estimava que gastaria algo entre US$ 50 bilhões e US$ 60 bilhões para derrubar Saddam Hussein e instalar um novo governo no país. Hoje, a conta está em US$ 600 bilhões e continua subindo. d) Avaliações mais conservadoras, como a do Escritório de Orçamento do Congresso, órgão que municia o Poder Legislativo com informações técnicas, concluem que a ocupação não atingirá efetivamente a economia norteamericana. e) Portanto, nada indica que o próximo presidente dos EUA terá condições de colocar um fim rápido à aventura. Fala-se em retirar as tropas até o fim de 2009. Isso, é claro, no melhor cenário. E o problema é que, no Iraque, o melhor cenário nunca se materializa. Texto 06 O conflito do Tibete, que se arrasta desde o século 13, requer solução pacífica pautada pelo signo da não-violência. Invadida pela China em 1950, a província luta pela autonomia há cinco décadas. Pequim resiste. Além de constante desrespeito aos direitos humanos, procede ao que o dalai-lama denomina “genocídio cultural” — sistemático esmagamento das tradições da região. Com o controle dos meios de comunicação, as autoridades chinesas exercem violenta censura à informação e à livre circulação de pessoas. A tevê só mostra imagens liberadas pelos administradores locais. O mesmo ocorre com as notícias e certos sítios da Internet. Jornalistas e turistas encontram as fronteiras fechadas. Torna-se difícil, assim, avaliar as dimensões e as conseqüências dos protestos que eclodiram recentemente. Pequim soma 13 mortos. Os tibetanos falam em mais de 100 e de centenas de prisões de dissidentes. Suspeita-se, com razão, do incremento da repressão. Correio Braziliense, 20/3/2008 (com adaptações). I) Assinale a opção que apresenta as idéias principais do texto acima. a) Pequim controla os tibetanos, que vivem sob censura, sem possibilidade de livre circulação em sua própria região. 7 b) A tevê só mostra imagens liberadas pelos administradores locais, e as fronteiras estão fechadas para turistas e jornalistas. c) Para Pequim, houve treze mortos nos conflitos recentes; para os tibetanos, houve mais de cem mortos e centenas de prisões de dissidentes. d) A China procede a um genocídio cultural no Tibete, quando esmaga as tradições da região. e) Embora haja controle dos meios de comunicação e das fronteiras, suspeita-se do aumento da repressão no Tibete, que luta pela autonomia, pois é ocupado pela China há mais de cinqüenta anos. Texto 07 Assinale a opção que constitui continuação coesa e coerente para o texto abaixo: Até aqui o governo se dedicou a expor seu ponto de vista e começou a mover suas pedras no tabuleiro, a partir de sua opção pela prioridade sul-americana e do Mercosul. Estabeleceu, em seguida, uma série de pontes e alianças possíveis com a África e a Ásia, como aconteceu com o G21, na reunião de Cancun da OMC, e como está acontecendo nas negociações do G3, com a África do Sul e com a Índia. Ou ainda, como vem ocorrendo nas novas parcerias tecnológicas com a Ucrânia, a Rússia, a China, ou com os projetos infra-estruturais com a Venezuela, a Bolívia, o Peru e a Argentina. a) Não há dúvida, porquanto, de que essas principais disputas giraram em torno das divergências econômicas entre os Estados Unidos e o Brasil, em particular as negociações da OMC, FMI e ALCA. b) O que se vê é a afirmação de uma nova política externa, ativa, presente, baseada no interesse nacional brasileiro e na afinidade histórica e territorial do Brasil com o resto da América do Sul, bem como na sua afinidade de interesses com os demais grandes países em desenvolvimento. c) E do outro lado, naquele momento, estarão os grupos econômicos e as forças sociais, intelectuais e políticas que sempre lutaram por um projeto de desenvolvimento para o Brasil. d) E aqui, não há como se enganar sobre as forças que esta batalha despertava, dentro e fora do governo: de um lado estarão, como sempre estiveram, os grupos de interesse que defendem uma relação subserviente com os Estados Unidos, em troca de uma acesso mais favorecido ao mercado interno americano. e) Orientando-se pelos interesses nacionais do povo e não apenas pelos interesses imediatos e particulares do seu agrobusiness, e dos seus grupos financeiros defendidos e acobertados pela retórica diletante e pela política escandalosamente subserviente dos “diplomatas descalços”. Texto 08 I) Marque a opção que não completa, de forma lógica e gramaticalmente coesa, o trecho fornecido: 8 Todo ano, nessa época, São Paulo festeja o Santo Gennaro, padroeiro dos napolitanos. A rua San Gennaro é pequena e apresenta riscos para os frequentadores das atividades. Em virtude disso, a) as barracas ficarão espalhadas pelas ruas adjacentes. b) a assessoria da prefeitura entrou em entendimentos com a comunidade do bairro visando à transferência do local. c) recomenda-se aos pais que a presença de crianças na festa não ultrapasse as 21 horas. d) os festeiros definiram, para este ano, a realização dos festejos na Rua San Gennaro. Texto 09 I) Em relação ao texto abaixo, responda a questão seguinte: Um dos mais respeitados colégios particulares da cidade de São Paulo está fechando suas portas por causa da briga crônica entre pais de alunos e donos de escolas em torno das mensalidades escolares. Assinale a alternativa que contém uma consequência do fato relatado: a) Duas escolas se prontificaram a admitir os alunos da escola extinta. Uma delas está contratando parte do seu corpo docente. b) A interferência do governo na fixação dos índices de reajuste das mensalidades escolares é consequência do “lobby” bem sucedido dos proprietários das escolas privadas junto ao MEC. c) O triste desfecho desse fato é emblemático da situação da educação brasileira. d) Dois meses depois que o governo federal liberou os preços das mensalidades escolares, a Justiça de São Paulo decidiu que os reajustes voltam a ser controlados, não podendo exceder os índices mensais de inflação. e) O Sindicato dos Professores de São Paulo realizou um levantamento segundo o qual esta é a escola que melhor remunera os professores. Texto 10 (INMETRO – CESPE/2010) De onde vem essa cegueira eterna que nos faz lidar com o novo usando os velhos padrões? Estamos reduzindo as possibilidades de nossa vida e limitando o potencial de nossa obra pela dificuldade de nos abrirmos verdadeiramente para o horizonte mais amplo do novo. Os padrões que formatam nosso olhar sobre a existência também criam uma cortina de fumaça que nos ilude e confunde nossas percepções. A forma como enxergamos a realidade é que a modela. Vivemos dentro dos limites do nosso olhar, de nossa percepção. Cada um de nós 9 criou uma lente, uma forma de ver a realidade, ou o que a ciência chamou de paradigma. Essa formatação não é a verdade — é apenas um modelo pessoal da verdade. Sendo assim, é preciso que estejamos atentos à possibilidade de ver outras formas, outros modelos de mundo. Planeta, set./2010, p. 58 (com adaptações). QUESTÃO 3 I) Considerando-se as relações de coesão do texto, assinale a opção em que as expressões apresentadas retomam a mesma ideia. A) “nossa vida” (R.3) e “o horizonte” (R.5) B) “realidade” (R.8) e “verdade” (R.12) C) “uma lente” (R.10) e “paradigma” (R.11) D) “Essa formatação” (R.11) e “outros modelos de mundo” (R.14) E) “cegueira eterna” (R.1) e “velhos padrões” (R.2) Texto 11 I) Os trechos a seguir constituem um texto, mas estão desordenados. Ordeneos nos parênteses e aponte a opção correta: ( ) A aguda crise social desdobrou-se, então, em quatro vertentes de alternativa política: o fascismo italiano, o nazismo alemão, a social democracia sueca e o New Deal norte-americano. ( ) O desemprego é uma tragédia social com profundas implicações políticas. ( ) Um dado dessa natureza é importante, pois estabelece a conexão entre a crise social e o efeito político-eleitoral. ( ) A esmagadora maioria dos eleitores nas últimas eleições apontava esse fenômeno como o mais grave problema do país. ( ) Tal conexão apareceu pela primeira vez na História, claramente, há mais de 70 anos, nos principais países capitalistas, na Grande Depressão. a) 5, 1, 3, 2, 4 b) 3, 5, 1, 4, 2 c) 2, 4, 3, 5, 1 d) 4, 1, 3, 5, 2 e) 2, 1, 4 5, 3 10