A EVOLUÇÃO DA ENFERMAGEM HALENE MATURANA ENFERMAGEM BRASILEIRA ● INTEGRANTE DO SISTEMA QUE SE EXPANDIU EM TODAS PARTES DO MUNDO COMO ENFERMAGEM MODERNA, QUE SURGIU NA INGLATERRA IMPLANTADO POR FLORENCE EM 1860. ● A ENFERMAGEM NIGHTINGAELEANA FOI ESTRUTURADA DENTRO DOS SEGUINTES PRINCÍPIOS: ♦ FORMAÇÃO EM ESCOLA PRÓPRIA DIRIGIDA POR ENFERMEIRAS ♦ SELEÇÃO RIGOROSA DE ALUNAS DOTADAS DE VALORES MORAIS, FÍSICOS, INTELECTUAIS E DE APTIDÃO PROFISSIONAL. ♦ ENSINO METÓDICO, COM FUNDAMENTAÇÃO DE ANATOMIA, FISIOLOGIA; FORMAÇÃO NA FORMA DE INTERNATO. FUNDAMENTAR ÀS ALUNAS PARA OS CUIDADOS AOS ENFERMOS E NECESSITADOS ASSIM COMO PARA A MANUTENÇÃO ADMINISTRATIVA DO ESPAÇO HOSPITALAR ENFERMEIRAS PARA O TRABALHO MANUAL (AS NURSES, ORIGINÁRIAS DAS CAMADAS POBRES DA SOCIEDADE) ENFERMEIRAS PARA O TRABALHO INTELECTUAL – ENSINO E ADMINISTRAÇÃO HOSPITALAR E DE CUIDADO E DIFUSÃO DO SISTEMA DOS PRINCIPIOS NIGHTINGALEANOS (AS LADY- NURSES). NAS AMÉRICAS PARTICULARMENTE NA AMÉRICA LATINA, ATÉ O SÉCULO XIX O CUIDADO COMO A ASSISTÊNCIA AOS ENFERMOS ERA PRATICADO PELAS: FAMÍLIAS (EM ÂMBITO DOMICILIAR), CURANDEIROS E PARTEIRAS) NAS GRANDES CIDADES PELAS ORDENS RELIGIOSAS E INSTITUIÇÕES FILANTRÓPICAS. NA REALIDADE BRASILEIRA A ENFERMAGEM TEM SUAS RAIZES HISTÓRICAS LIGADAS À ENFERMAGEM NORTE - AMERICANA E ESTÁ LIGADA AO MOVIMENTO SANITARISTA . SURGIU NAS PRIMEIRAS DÉCADAS DO SÉCULO XX NO CONTEXTO DA POLITICA GOVERNAMENTAL DE INDUSTRIALIZAÇÃO, URBANISMO E LIBERAÇÃO PORTUÁRIA PARA EXPORTAÇÃO E IMPORTAÇÃO. NESTA ÉPOCA A SITUAÇÃO DE SAÚDE ERA MUITO DESFAVORÁVEL. CONDIÇÕES DESFAVORÁVEIS DE SANEAMENTO BÁSICO, ENDEMIAS EM GERAL, MALÁRIA, TUBERCULOSE, HANSENÍASE E AS DOENÇAS MENTAIS. ALGUNS PERSONAGENS QUE SE DESTACARAM NA ASSISTÊNCIA À SAÚDE NO PERÍODO COLONIAL FORAM O PADRE ANCHIETA, JESUÍTA, E O FRANCISCANO FREI FABIANO. ESTA ASSISTÊNCIA PRESTADA PELOS JESUÍTAS E PELAS IRMÃS DA CARIDADE ERA NOS HOSPITAIS E NAS SANTAS CASAS. PRIMEIRAS ESCOLAS PARA FORMAÇÃO DE PESSOAL DE ENFERMAGEM 1.- ESCOLA ALFREDO PINTO: CRIADA EM 1890, COMO ESCOLA PROFISSIONAL DE ENFERMEIRAS E ENFERMEIROS; PELA NECESSIDADE DE PESSOAL NO ATENDIMENTO AOS DOENTES NO HOSPÍCIO NACIONAL DE ALIENADOS (HOSPICIO PEDRO II). ESTA ESCOLA FOI FUNDADA SOB O MOLDE FRANCÊS. OS ESTUDANTES ERAM FORMADOS PELOS MÉDICOS DA INSTITUIÇÃO. SÓ FOI ATÉ 1959 QUE A ESCOLA É EQUIPARADA E ENQUADRADA NA LEGISLAÇÃO QUE NORTEAVA O ENSINO NO BRASIL. 2.- ESCOLA DA CRUZ VERMELHA: CRIADA EM 1916. A CRUZ VERMELHA, (1908) SE REPRODUZ NOS DIVERSOS PAÍSES DO MUNDO SEU CARÁTER ERA NOTAMENTE CARITATIVO. A ESCOLA NASCE SUBORDINADA AO MINISTÉRIO DA GUERRA 3.- ESCOLA DE ENFERMAGEM ANNA NERY SURGE NO BRASIL EM 1922, COMO ESCOLA DE ENFERMEIRAS E SERVIÇO DE ENFERMEIRAS DO DEPARTAMENTO NACIONAL DE SAÚDE PÚBLICA (DNSP). EM 1923 INICIOU-SE O CURSO . É UM MARCO FUNDAMENTAL NA HISTÓRIA DA ESTRUTURAÇÃO DA ENFERMAGEM COMO PROFISSÃO. EM 1926 A ESCOLA DO DEPARTAMENTO NACIONAL DE SAÚDE PÚBLICA PASSOU A SE CHAMAR ESCOLA DE ENFERMEIRAS S. ANNA NERY, E O CURSO PASSOU A TER UMA DURAÇÃO DE 2 ANOS E OITO MESES. EM 1931 SE CONSOLIDA O EXERCÍCIO PROFISSIONAL DA ENFERMAGEM NO BRASIL, NOS NOVOS MOLDES, TORNANDO A PARTIR DE ENTÃO, A ESCOLA DE ENFERMEIRAS ANNA NERY EM ESCOLA-PADRÃO, EM RELAÇÃO À QUAL AS ESCOLAS QUE FORMAM ENFERMEIRAS DIPLOMADAS NO PASÍS DEVEM SER EQUIPAR PARA CONSEGUIR O PODER LEGAL DE EMITIR DIPLOMAS. ANO DE CRIAÇÃO E MOVIMENTOS DAS ESCOLAS DE ENFERMAGEM 1890 CRIAÇÃO DA ESCOLA PROFISSIONAL DE ENFERMEIROS E ENFERMEIRAS – ALFREDO PINTO. 1916 CRIAÇÃO DA ESCOLA PRÁTICA DE ENFERMEIRAS DA CRUZ VERMELHA BRASILEIRA 1923 CRIAÇÃO DA ESCOLA DE ENFERMEIRAS DO DEPARTAMENTO DE SAÚDE PÚBLICA (EEDNSP). 1926 MUDANÇA DE NOME DE EEDNSP PARA ESCOLA DE ENFERMIRAS D. ANNA NERY (EEDAN) 1931 OFICIALIZAÇÃO E PADRONIZAÇÃO DE ENSINO DE ENFERMAGEM VIA EEDAN Enfermagem na década de 30/40 e 50 As enfermeiras formadas pela Escola Anna Nery após sua absorção no Departamento Nacional de Saúde Pública, são também absorvidas nos Estados para o ensino nas escolas de formação de enfermeiros e auxiliares de enfermagem. Inicialmente os cursos de formação de auxiliares tinha a duração de 3 meses, e, eram ministrados nos próprios hospitais ou eram cursos de até 18 meses ministrados em escolas especiais, anexas às escolas de formação de enfermeiras; eram preparados para executar os cuidados e tarefas delegadas de cunho manual, sob supervisão da enfermeira. A partir de 1936, foi criado o primeiro curso de auxiliares de enfermagem, por Lais Netto do Reis agregado à Escola Carlos Chagas (Belo Horizonte). A partir daí ficou instituída a formação de auxiliares de enfermagem com caráter permanente. A Lei n. 775 de 06/08/1949, institucionaliza definitivamente os critérios e o tempo de formação dos auxiliares de enfermagem; que ficou estabelecido em 18 meses (2 anos letivos) (Paixão, 1979). Nas décadas de 40/50 ocorre a expansão do sistema hospitalar, mudando o mercado de trabalho das enfermeiras; o cenário aponta para assistência hospitalar curativa, em detrimento da saúde pública. Nos anos 50 a participação da enfermagem nos cenários hospitalares tornou-se um ato consumado; mas a Lei 775/49, além de regular a criação dos cursos de auxiliares de enfermagem, trouxe algumas mudanças para o ensino de enfermagem no nível da graduação. Espaço curricular mais amplo é dado às disciplinas e experiências da assistência hospitalar, enquanto a saúde pública é colocada em plano secundário. Na prática, os enfermeiros são cada vez mais encarregados das atribuições administrativas e atividades educativas de preparo de pessoal (treinamento em serviço). Em 1943: 66% dos enfermeiros trabalhavam no campo da saúde pública e 9,5 no campo hospitalar. Em 1950: 49,4% dos enfermeiros trabalhavam no campo hospitalar e 17,9% no campo da saúde pública. Em 1955 é criada a Lei 2604 que procurou disciplinar o exercício de enfermagem no país.(Esse decreto substituiu ao Decreto 20.109 de 1931 (instrumento de equiparação das escolas e regulava o exercício de enfermagem no Brasil). Fontes: PIRES. Denise. Hegemonia médica na saúde e a enfermagem. Cortez Editora. São Paulo, 1989. MARTINS, T, et.al. Transformação histórica na assistência de enfermagem. Rev. Enfermagem Atual, 2003. PERÍODO COMPREENDIDO ENTRE 1950 E 1980 Neste período surge a lei 2604/55 que procurou disciplinar o exercício da enfermagem no país. Com o Decreto 50387/61 o exercício de enfermagem foi regulamentado e as funções de cada categoria na enfermagem. A enfermeira, além do exercício da enfermagem tem funções de administração, responsabilidade pelo ensino das escola de enfermagem e de auxiliares de enfermagem (Silva, 1979). O enfermeiro nessa época passa a ter o papel de controlar e distribuir as tarefas de enfermagem para as outras categorias – o monopólio do saber estava estabelecido. PERÍODO COMPREENDIDO ENTRE 1950 E 1980 Na década de 60 é criado na EEAN, o primeiro curso de técnico de enfermagem, desse modo surge uma nova categoria dentro da enfermagem. Na década de 70, (1972) emergem os primeiros cursos de pós graduação, com o objetivo de preparar docentes, pesquisadores para construir o corpo de conhecimentos e saberes para buscar autonomia. No período compreendido entre 1950 e 1980, aspectos políticos importantes influenciaram a saúde no Brasil: ● Crescimento da população previdenciária; PERIODO COMPREENDIDO ENTRE 1950 E 1980 A saúde publica vai perdendo sua importância, e surge gradativamente a atenção médica individual, devido a pressão do complexo médico hospitalar. Crise econômica financeira da Previdência (1966): é criado o Instituto Nacional da Previdência Social. As políticas de saúde passam a ser realizadas entre os grandes empresários e o Estado. Tecnificação e sofisticação do cuidado de enfermagem, devido a grande expansão da rede hospitalar privado – lucrativo. Criação em 1975 do Sistema Nacional de Saúde. PERIODO COMPREENDIDO ENTRE 1950 E 1980 Na enfermagem neste período ocorreu: A legitimação do saber da enfermagem pela categoria dos enfermeiros. Consolidação da enfermagem como nível superior. Afastamento do enfermeiro de seu objeto de trabalho que é o cuidado. Prática de enfermagem submissa ao poder médico. Grande ênfase a medicina curativa, ocorrendo hegemonia dos hospitais na assistência à saúde. 80% das diferentes categorias da enfermagem em 1974 concentravam-se na rede hospitalar. Na década de 80 ocorre no país mudanças políticas profundas, a classe operária cresce em ritmo progressivo e classe média proletariza-se, predominante devido a crise econômica pela qual o país atravessava. Nesse período, acontece a mobilização da enfermagem, que inserida no contexto social, busca o conhecimento científico, assim como fortalecer uma nova entidade de classe. Em março de 1986 acontece a VIII Conferência Nacional de Saúde, realizada em Brasília, com ampla participação da sociedade civil. Em 1988 temos a Assembléia Nacional Constituinte insere na Constituição Federal o Sistema Único de Saúde (SUS). A saúde é definida como um direito de todos e um dever do Estado (Brasil, 1998, p.133).