MAPEAMENTO DOS GENES HLA DE CLASSE II CONFIRMA ALELOS DE SUSCETIBILIDADE E DE
RESISTÊNCIA AINDA NÃO DESCRITOS NO PÊNFIGO ENDÊMICO BRASILEIRO
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Autores
Instituição
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Maria José Brochado , Daniela F Nascimento , Neifi H Saloum Deghaide , Eduardo Antonio Donadi ,
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Ana Maria Roselino
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HCRP - FMRP - USP - Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Rib. Preto (Av Bandeirantes,
3900 Monte Alegre)
Resumo
OBJETIVOS
Pênfigos são dermatoses bolhosas autoimunes, caracterizados pela produção de autoanticorpos contra
desmogleínas, proteínas responsáveis pela adesão dos queratinócitos. As formas clínicas mais comuns são: pênfigo
foliáceo (PF), que acomete exclusivamente a pele, e pênfigo vulgar (PV), que afeta pele e mucosas. O PF é
endêmico no Brasil, sobretudo na região nordeste (NE) do estado de São Paulo (ESP). A partir de 1990, a incidência
do PV ultrapassa a do PF nessa região. Fatores distintos genéticos e ambientais têm sido implicados à
suscetibilidade ao PF e PV. Genes do sistema do complexo principal de histocompatibilidade (MHC) têm sido
associados aos pênfigos, particularmente genes HLA de classe II –DR e –DQ. O objetivo deste estudo foi determinar
a associação dos genes HLA de classe II à suscetibilidade ou à resistência ao PF e PV em pacientes moradores da
região NE do ESP.
MÉTODOS
Genes HLA de classe II foram tipificados pelo método PCR-SSOP utilizando-se kits LABType. As frequências alélicas
e a análise comparativa entre os grupos foram determinadas pelo teste exato de Fisher e Odds ratio. Valores de p
RESULTADOS
O grupo pênfigo foi constituído por 169 pacientes [86 com PF (50 mulheres e 36 homens) e 83 com PV (58 mulheres
e 25 homens)], e o grupo controle, por 1.592 indivíduos saudáveis [643 mulheres e 949 homens] oriundos da mesma
região do estudo. Com relação à frequência, observou-se que os alelos: (i) HLA- DRB1 *01:01, *01:02 e *16:01 foram
associados à suscetibilidade ao PF; enquanto que *04:02, *08:04 e *14:01 ao PV. Os alelos *11:01 e *11:04 foram
associados à resistência ao PF, e *07:01 e *13:01 à resistência a ambas formas clínicas; (ii) HLA- DQA1 *01, *01:02
e *01:07 foram associados ao PF, enquanto que *03:01 ao PV. Os alelos *05 e *02:01 foram associados à resistência
ao PF, e a ambos os pênfigos, respectivamente; (iii) HLA-DQB1*03:02 foi relacionado à suscetibilidade aos pênfigos,
e *05:03 somente ao PV. Em contraste, os alelos *03:01, e *02:01 e *06:02 foram associados à resistência ao PF e
PV, respectivamente, enquanto *02:02 e *06:03 conferiram resistência a ambos os pênfigos.
CONCLUSÃO
Vários alelos determinados nesse estudo guardam correspondência com aqueles descritos na literatura. Entretanto,
associações dos alelos descritos a seguir representam dados inéditos na população brasileira: (i) HLA- DQA1
*01,*01:02 e*01:07 foram associados à suscetibilidade ao PF; e HLA-DRB1*14:01 e HLA-DQA1*03:01, ao PV; (ii)
HLA-DQA1*05 e HLA-DQB1*03:01 estiveram associados à resistência ao PF, e HLA-DRB1*07:01, e HLA-DQB1
*02:01 e *06:02, à resistência ao PV; (iii) HLA-DQB1*03:02 foi relacionado à suscetibilidade, e HLA-DRB1*13:01 e
HLA- DQB1 *02:02 e *06:03, à resistência a ambas formas clínicas de pênfigos. O aumento da incidência do PV,
aliado aos resultados do item (iii), podem sugerir que o PV pode representar forma clínica oriunda do PF em relação
aos alelos HLA de classe II.
Palavras-chaves: Pênfigos, HLA, genes
Agência de Fomento: FAPESP - Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo
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mapeamento dos genes hla de classe ii confirma