XIV Encontro Nacional de Ensino de Química (XIV ENEQ) EX O ensino de óxido-redução a partir de uma atividade experimental envolvendo medicamentos comerciais. Carla Cristina Alves Mendes1 (IC), Dornelles Gaspar de Sousa1 (IC), Fabrícia de Souza Tavares1 (IC), Raphael Ribeiro França1 (IC), Sandra Cristina Marque z Araújo 1 (PQ). * [email protected] 1 Instituto Luterano de Ensino Superior de Itumbiara (ILES/ULBRA), Av. Beira Rio nº1001, Bairro Nova Aurora, Itumbiara – Goiás Cep: 75.523-200 Palavras Chave: prática, ensino/aprendizagem. Introdução O ensino de química nas escolas freqüentemente é descontextualizado, sem relação com o dia-a-dia do aluno, baseado na memorização de fórmulas, nomes e tabelas, não contribuindo em nada para o desenvolvimento das habilidades e competências desejáveis no Ensino Médio e fazendo com que os alunos adquiram certa resistência ao aprendizado Químico1 . A utilização da experimentação torna-se, portanto, essencial, pois através dela o aluno poderá desenvolver uma aprendizagem significativa e construir um conhecimento articulado com a realidade, facilitando a aprendizagem2 . Partindo disso, o seguinte trabalho relata uma aula prática com materiais de baixo custo desenvolvida na 2ª série do Ensino Médio, referente ao ensino de reações de óxido-redução, utilizando como tema norteador a oxidação do íon ferro presente em medicamentos para a anemia. Metodologia Após uma explicação prévia aos alunos sobre o conteúdo de reações de óxido-redução, feita nas aulas anteriores, realizou-se a aula prática com o medicamento Sulferrol®. Utilizou-se duas horas/aula para a realização do experimento e discussão do experimento. Para finalizar essa atividade prática foi pedido aos alunos que fizessem um relatório sobre a mesma e entregassem na próxima aula. Resultados e Discussão Durante a realização da aula prática ficou evidente a curiosidade e o interesse dos alunos em entender o que estava acontecendo nas etapas do experimento. As etapas foram: dissolução do sulfato ferroso, oxidação do íon ferro e a precipitação desse íon, sendo que a oxidação teve uma maior ênfase por se tratar do conteúdo químico que estava sendo estudado. As mudanças de cor que evidenciavam essa oxidação foram de grande estímulo para a argumentação dos alunos, possibilitando que a professora os incentivasse a entender como isso aconteceria no nosso organismo ao tomarmos o UFPR – 21 a 24 de julho de 2008 remédio, partindo dos conhecimentos que já haviam adquirido. Durante a realização do experimento, o professor orientou os grupos e os acompanhou, tirando as duvidas que iam surgindo, mas sem adiantar os resultados. Se os alunos não têm esse direcionamento, a aprendizagem é comprometida, pois o experimento passa a ser uma receita a ser reproduzida, sem a reflexão e observação adequadas ao momento. De acordo com o relato dos alunos, a aula fez com que compreendessem o significado da reação de óxido-redução, o porquê e pra que ela serve, o que contribuiu para um aprendizado mais eficaz do conteúdo. Isso é muito importante, pois se sabe que esse conceito normalmente é ensinado sem grande finalidade, enfocando só a montagem das equações, relacionando-o de forma muito superficial com a vivência do aluno. Após a análise do relatório da experiência e com a aula posterior, percebeu-se que os alunos estavam assimilando bem melhor o conteúdo, apresentando uma facilidade significativa no desenvolvimento das atividades propostas pela professora. Conclusões A utilização da experimentação possibilitou ao aluno perceber que o conteúdo químico teórico está presente no seu dia -a-dia, podendo aplicá-lo até para resolver problemas comuns à sociedade. Essa atividade trouxe um também um benefício singular: a construção do conhecimento pelo próprio aluno. Além disso, a prática promoveu a participação conjunta de todos os alunos, a interdisciplinaridade, e conseqüentemente, o prazer em conhecer/aprender. ____________________ 1 BERNARDELLI, M.S. Encantar para ensinar – um procedimento alternativo para o ensino de química. Disponível em:http://www.centroreichiano.com.br/artigos/anais/Marlize%20S pagolla%20Bernardelli.pdf>. Acesso em 20 mar. 2008. 2 ARAGÃO, R. M. R.; SCHNETZLER, P. R. (Orgs.). Ensino de ciências:fundamentos e abordagens. Capes/Unimep, 2000.