MIÍASE DA CAVIDADE BUCAL 151 MIÍASE DA CAVIDADE BUCAL * MYIASIS OF THE BUCCAL CAVITY Clóvis MARZOLA ** José Luiz FARIA DOS SANTOS *** Tito GHERS **** __________________________________________ * Monografia apresentada como parte dos requerimentos para conclusão do Curso de Especialização em Cirurgia e Traumatologia Buco Maxilo Facial promovido pela APCD regional de Bauru, São Paulo, Brasil. ** Professor Titular de Cirurgia da FOB-USP, Bauru, São Paulo, Brasil. Aposentado. Professor do Curso de Especialização e Residência e Orientador Adjunto da monografia. *** Autor da Monografia e concluinte do Curso de Especialização em Cirurgia e Traumatologia Buco Maxilo Facial. Especialista em Cirurgia e Traumatologia Buco Maxilo Facial. **** Professor de Cirurgia da Faculdade de Odontologia da Universidade de Campo Grande, Mato Grosso, Brasil. Orientador do trabalho. MIÍASE DA CAVIDADE BUCAL 152 RESUMO Dentre as muitas afecções que acometem a cavidade bucal, destaca-se a Miíase, que vem a ser a invasão de tecidos vivos por larvas de moscas, podendo ocorrer tanto nos animais como no homem, e em diversas partes do corpo humano como a cabeça, fossas nasais, ouvido e lesões ulceradas de pele. Tendo em vista que a miíase é um tipo de manifestação que pode acometer diversas partes do corpo humano e de animais e, mais especificamente, na cavidade bucal, procurou-se para melhor compreensão de todos os aspectos que a envolve uma divisão nos seguintes tópicos didáticos por excelência: 1. considerações gerais sobre as miíases; 2. a miíase da cavidade bucal; 3. sugestões para o tratamento e 4. apresentação de casos clínicos. ABSTRACT Amongst the much affection that competes the buccal cavity, it is distinguished Myiasis, that comes to be the fabric invasion livings creature for larvae of flies, being able to occur in such a way in the animals as in the man, and diverse parts of the human body as the head, fosses nasal, ear and ulcerates injuries of skin. In view of that myiasis is a type of manifestation that can occurred in diverse parts of the human body and animals and, more specifically, in the buccal cavity, it looked for better understanding of all the aspects that a division in the following didactic topics involves par excellence it: 1. general considerations on myiasis; 2. myiasis of the buccal cavity; 3. suggestions for treatment and 4. presentation of clinical cases. UNITERMOS: Miiase, Larvas, Cavidade bucal, Tratamento, Casos Clínicos. UNITERMS: Myiasis, Larvae, Buccal Cavity, Treatment, Clinical Cases. INTRODUÇÃO Dentre as muitas afecções que acometem a cavidade bucal, destaca-se a Miíase, que vem a ser a invasão de tecidos vivos por larvas de moscas (CRAIG; FAUST, 1947), podendo ocorrer tanto nos animais como no homem, e em diversas partes do corpo humano como a cabeça, fossas nasais, ouvido e lesões ulceradas de pele. Apesar dessa infestação ser relativamente rara na cavidade bucal, pode acontecer, principalmente na área rural e, mais particularmente em determinadas pessoas e em diversas situações. Podem manifestar-se também, em indivíduos portadores de enfermidades tais como a tetraplegia, debilidade mental, senilidade entre outras, fazendo que mantenham a boca constantemente aberta, ou ainda em indivíduos que adormecem com a boca aberta durante o dia, como acontece freqüentemente com os alcoólatras, sendo estes os elementos mais susceptíveis dessa contaminação. É muito freqüente nos animais, em particular nos bovinos, com uma incidência muito significativa nos rebanhos da região noroeste do Estado de São Paulo (BARROS, 1962), onde assume grande importância econômica devido à perfuração do humen de bezerros (ROCHA; VAZ, 1950). MIÍASE DA CAVIDADE BUCAL 153 A localização preferencial, todavia é a gengivo-alveolar dos incisivos de bezerros em período de lactação, e no umbigo desses animais recém-nascidos (ROCHA; VAZ, 1950). Casos humanos acham-se relatados na literatura quer internacional ou nacional, sendo, contudo a localização nas mucosas alveolares pouco comuns. Na língua e goteira laringo-faringe foi constatada a miíase (ROCHA; VAZ, 1950; ROCHA, 1953), assim como na abóbada palatina com extensão a diversos alvéolos dentais superiores (MELLO FILHO, 1937; GUIMARÃES; MARZOLA; OKAMOTO, 1963). Em dois adultos alcoólatras e numa criança débil mental, também, foram encontradas essas larvas (ANGOTTI, 1962). Foi verificada, também, na nasofaringe, chamando a atenção para o fato das lesões leishmanióticas constituírem um terreno propício para o depósito de ovos e larvas (PESSOA, 1951), ou mesmo nos lábios (PINTO, 1945). É imperioso, contudo, que além dessas ações profiláticas individuais seja promovida uma luta sistemática contra as moscas, em amplos e eficientes programas de Saúde Pública, principalmente nas zonas onde as miíases assumem um caráter de endemicidade. Considerando que embora a ocorrência da miíase seja rara na Odontologia, haja vista o pequeno número de trabalhos citados na literatura compulsada, seu conhecimento é importante para a eventualidade do profissional odontólogo se deparar na prática clínica, com um possível caso dessa infestação. Assim, nosso objetivo com este estudo, foi aquele de verificar sua ocorrência na literatura, bem como a apresentação de dois casos clínicos, cuja evolução foi comprovada através de documentação fotográfica, além da divulgação de outro caso que já havia sido anteriormente mostrado na literatura, pelo autor. Tendo em vista que a miíase é um tipo de manifestação que pode acometer diversas partes do corpo humano e de animais e, mais especificamente, na cavidade bucal, procurou-se para melhor compreensão de todos os aspectos que a envolve uma divisão nos seguintes tópicos didáticos por excelência: 1. Considerações gerais sobre as miíases. 2. A miíase da cavidade bucal. 3. Sugestões para o tratamento. 4. Apresentação de casos clínicos. CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE AS MIÍASES Este tipo de infestação do corpo humano e/ou de animais é produzida por larvas de dípteros (moscas varejeiras), que se apresentam com uma cor azulada ou verde, com um brilho metálico, causando a comumente chamada “bicheira”. O agente causal sempre foi a espécie Cochliomya homnivorax (COQUERE, 1858), exceto no caso de MELO FILHO (1937), originário de larvas da Lucilia macellaria. Quanto à produção de miíases, podem-se separar as larvas das moscas em três categorias de acordo com a biologia íntima das espécies. Na primeira categoria enquadram-se as denominadas larvas biontófagas, que são parasitas obrigatórias, que invadem a pele, orifícios naturais e cavidades, desenvolvendo-se às custas de tecidos vivos não necrosados, comprometendo o homem ou o animal parasitado (PATTON, 1921; PESSOA, 1951). Aqui, as espécies mais importantes são a Dermatobia hominis e o Oestrus ovis (PESSOA, 1951), pertencentes à família MIÍASE DA CAVIDADE BUCAL 154 Oestridae (PINTO, 1945) e a C. americana pertencendo à família Calliphoridae (PINTO, 1945). A segunda categoria compreende as larvas que invadem exclusivamente tecidos necrosados e, por nutrirem-se de tecidos em decomposição, são denominadas de necrobiontófagas. Raríssimas vezes essas larvas iniciam uma miíase como o agente causal primitivo, podendo, entretanto, aparecerem como saprófagas de feridas ou cavidades infestadas pelas espécies do grupo anterior e pertencem a esta categoria as larvas do gênero musca, lucilia, etc (PESSOA, 1951). Numa terceira categoria, as miíases podem ser acidentais, que compreendem numerosos dípteros, cujas larvas podem ser encontradas no organismo humano, geralmente no tubo gastrintestinal, podendo mais dificilmente, invadir a bexiga, uretra ou ainda atacar feridas necrosadas (PATTON, 1921). De um modo geral, os Myodarios calipteratos encerram as seguintes famílias de interesse médico-veterinário e, por extensão odontológica, para o Brasil: Oestridae, Gasterophilidae, Calliphoridae, Sarcophogidae e Anthomyidae. Algumas dessas famílias possuem gêneros, cujas espécies são mais prevalentes em algumas regiões e parasitam significativamente certos animais. O Oestrus ovis, por exemplo, é uma espécie cujas larvas são parasitas obrigatórias das cavidades nasais e seios frontais dos ovinos (PINTO, 1945). Os Oftalmomiiases são muito comuns na Rússia e, nas populações do norte da África e Palestina, sendo, entretanto raras no Oeste da Europa e nos Estados Unidos (CRAIG; FAUST, 1947). As espécies do gênero Wohlfahrtia são vivíparas e, também, muito importantes como produtoras de miíases, principalmente na Europa, África do Norte e América do Sul (GIORDANO, 1950). Depositam suas larvas em lesões da pele, nos seios nasais, olhos, meato auditivo externo e vagina (CRAIG; FAUST, 1947). No Brasil, ressaltam por sua importância como agente causal de doença, quer no homem como nos animais domésticos, as larvas da C. homnivorax (ROCHA; VAZ, 1950). O gênero Cochliomyia compreende duas espécies de interesse para o Brasil, o Cochliomyia homnivorax e a Cochliomyia macellaria (PINTO, 1945 e CARRERA, 1963). Embora a Cochliomyia homnivorax seja menos comum a C. macellaria é, entretanto, mais importante do que esta como infestadora do homem (CRAIG; FAUST, 1947; CARRERA, 1963). CRAIG; FAUST (1947) citando LAAKE; CUSHING; PARISH, afirmam ser difícil distinguir uma da outra, todavia, costuma-se comumente, estabelecer a distinção entre estas duas espécies de Cochliomyia pela análise diferencial do aspecto do hipopígio do macho e das traquéias posteriores da larva. Além disso, a C. homnivorax é a única espécie do gênero que possui a basicosta preta, sendo que as demais a possuem amarela (PINTO, 1945). ROCHA; VAZ (1950) e ROCHA (1953), estudando miíases cutâneos e porcos, cães e bovinos no Estado de São Paulo, produzidas pela C. homnivorax, demonstrou a possibilidade de se distinguir as duas espécies pelo exame da frontalia dos machos, não havendo, portanto, necessidade de se recorrer ao exame da genitália como referido anteriormente, para se estabelecer a referida distinção. A Cochliomyia homnivorax é uma califorínea com o tórax metálico, azul-esverdeado, com três faixas longitudinais negras e largas (PINTO, 1945; CRAIG; FAUST, 1947; GIORDANO, 1950). Essas larvas possuem um aspecto e forma semelhante ao da M. domestica, da qual se distingue por faixas de pequenos espinhos na borda anterior dos segmentos corporais. São habitantes das regiões MIÍASE DA CAVIDADE BUCAL 155 tropicais e subtropicais (VERONESI, 1964) do hemisfério ocidental, parasito obrigatório de animais de sangue quente e procriam-se na natureza somente em animais vivos. É uma espécie produtora de miíase no homem e nos animais na América, confundida durante muito tempo com a C. macellaria que não ocasiona a miíase (PINTO, 1945). Admite-se que a maioria das infestações humanas referidas como produzidas pela C. macellaria o sejam na verdade pela C. homnivorax (CRAIG; FAUST, 1947). A importância desta espécie como produtora de miíase no Brasil, em homens e animais domésticos ficou bem ressaltada por magníficos achados (ROCHA; VAZ, 1950; ROCHA, 1953). Nos Estados Unidos, CRAIG; FAUST (1947) citando KNIPLING; RAINWATER encontraram a C. homnivorax em 90% das 901 lesões produzidas por miíases em homens e animais no centro, oeste e sul. Citando ainda GREENWAY et al., descreveram miíases na vulva devido à Cochlomyia provavelmente desta espécie e CUSHING; PATTON, que registraram uma mortalidade de 8% em 179 casos por eles estudados. Para VERONESI (1964), as miíases são quadros patológicos cutâneos ou mucosos, causados por larvas de dípteros, sendo mais prevalentes nas zonas tropicais, em locais de condições carentes de higiene. O autor classifica as miíases em dois grupos: 1. Grupo I: 1. Miíases primárias: 1.1 miíase migratória causada por larvas do gênero Gasterophilus e Hypoderma, depositadas na pele de bovinos e eqüinos e, ocasionalmente no homem, sendo que a Hypoderma em algumas formas podem clinicamente ser confundidas com a dermatose serpinginosa (larvas migrans: bicho geográfico). 1.2 miíase furunculóide (berne) causada pela dermatóbia hominis. 2. Grupo II: 2. Miíases secundárias: 2.1 miíase das ulcerações produzidas por larvas da Callitroga macellaria (mosca varejeira), do gênero Lucilia e da família sarcophagidae. 2.2 miíase cavitária da cavidade nasal, conduto auditivo e mais raramente do globo ocular e vias urinárias, causadas por larvas da Callitroga hominivorax. 2.3 miíase intestinal, ocasionada pela ingestão de alimento ou bebida contaminada com ovos ou larvas de dípteros. Recomendando a remoção mecânica das larvas como terapêutica das miíases cavitárias, foi explicado que esta intervenção pode ser facilitada, empregando-se éter ou anestésico local, preconizando ainda uma injeção de cianureto de mercúrio (2 ml a 1% em dias alternados via intravenosa) (VERONESI, 1964). A miíase é uma enfermidade rara nos países temperados, mas relativamente prevalente nos climas quentes (PASSMORE; ROBSON, 1971). Relatam esses autores que as feridas abertas ou emanações fétidas dos orifícios naturais atraem muitas espécies e dípteros, induzindo as fêmeas fecundadas à ovoposição. Esclareceram ainda que o mal pode se localizar em lesões ulcerativas extensas nos tecidos cutâneos e subcutâneos, bem como na boca, nariz e órbita. Requer aproximadamente uma semana para que as larvas completem seu desenvolvimento, antes de atingir o estado pupar. As lesões e odores fétidos ao exercer um atrativo especial para as fêmeas fertilizadas podem causar sucessivas reinfestações, sobretudo em crianças MIÍASE DA CAVIDADE BUCAL 156 mal cuidadas, deficientes mentais, pessoas negligentes e de baixo índice socioeconômico. Citam ainda que os principais agentes transmissores do mal, são as espécies de dípteros verdes, a Callitroga e a Chrysomia. Para PESSOA (1972), as miíases endonasais são muito dolorosas, perfurando muitas vezes as paredes ósseas e chegando aos seios paranasais. Podem destruir, também, o palato, chegando secundariamente à boca. Nas miíases do conduto auditivo, observam-se supurações crônicas do ouvido, podendo inclusive alcançar as meninges e provocar a morte do paciente. As miíases bucais são geralmente lesões ulcerocrateriformes, ocorrendo com maior freqüência no palato. Normalmente são pouco dolorosas e pode-se observar a movimentação das larvas, sendo desta forma realizado o diagnóstico. A retirada das larvas deve ser realizada com uma pinça e, para aquelas alojadas mais profundamente, deve ser aplicada uma solução anestésica tópica superficial por pulverização (PESSOA, 1972). De acordo com a localização das larvas, as miíases são divididas nos seguintes grupos (GRINSPAN, 1973): 1. cutâneas; 2. cavitárias: nasais, oculares, auditivas, urinárias e bucais, e 3. intestinais. As miíases oculares são geralmente secundárias, provenientes das miíases nasais e do conduto auditivo e, quando não tratadas a tempo, chegam ao olho causando danos e, muitas vezes destruindo esse órgão. Recomenda-se a aplicação local de cloreto de héctica e butazolidina sistêmica em doses de 400 mg/dia durante 5 dias. A MIÍASE DA CAVIDADE BUCAL OU A ESTOMATOMIÍASE Clinicamente as miíases são classificadas de acordo com sua localização anatômica em cutâneas e cavitárias. As cavitárias são subdivididas de acordo com o tipo de cavidades infestadas em estomatomiíase, nasomiíase, oculomiíase, otomiíase, miíase intestinal, etc. (GIORDANO, 1950 e PESSOA, 1951). A sintomatologia bem como a gravidade das miíases cavitárias variam de acordo com a localização e o número de larvas, embora, via de regra, benigna, tendo sido observado um caso fatal com extensa destruição do couro cabeludo e da face (PINTO, 1945). Dentre as miíases cavitárias, são mais comuns as nasomiíases em zonas onde prevalece a Leishmaniose (PESSOA, 1951). Quanto às estomatomiíases, pode-se verificar pela literatura não serem muito comuns os casos humanos, devendo-se neste particular ressaltar alguns trabalhos (PINTO, 1945; ROCHA; VAZ, 1950; ROCHA, 1953 e GUIMARÃES; MARZOLA; OKAMOTO, 1963). CRAIG; FAUST (1947) citam um caso referido por GUNDSCHEFF de miíase produzida por duas larvas de Wohlfahrtia, magnífica nas papilas circunvaladas da língua de um homem búlgaro. Embora a miíase seja uma ocorrência rara na cavidade bucal, alguns relatos de casos têm sido observados na literatura. Assim, STRICKLAND (1929) comentou sobre um paciente que se apresentou com um dente indicado para a extração e, após sua remoção, foi constatado no local, um grande número de larvas, tendo sido efetuada sua retirada. Grande número, também, foi observado num paciente que se apresentou com uma inflamação gengival e odontalgia, sendo o dente MIÍASE DA CAVIDADE BUCAL 157 extraído e, após esse procedimento constatou-se tratar de uma miíase, sendo as larvas removidas, cessando assim todos os sintomas (ROY, 1934). Tratando de um paciente do gênero masculino que havia permanecido dois meses no Canal do Panamá, verificou-se que o mesmo apresentava péssima higiene bucal (SHIRA, 1944). O paciente queixava-se de dor aguda na gengiva acima dos incisivos superiores, e ao exame clínico mostrava uma inflamação localizada, com a gengiva destacada do periósteo e, no local podia-se notar a movimentação de larvas nos tecidos. O paciente relatava que tinha o hábito de dormir ao ar livre e do local foram retiradas 4 larvas em formato de parafuso, de aproximadamente 6 milímetros de comprimento e sem pelo. Para uma verificação mais detalhada, no dia seguinte o paciente foi novamente examinado sob anestesia local, sendo retiradas mais 2 larvas. Foram também retiradas 14 larvas de um paciente melanoderma residente no Oeste da África (GRENNAN, 1946), tendo ao exame clínico sido constatado que havia uma inflamação gengival antero-posterior e, por palatino. Também, inferiormente e por lingual verificou-se a mesma ocorrência com a gengiva inflamada e desinserida. Após a remoção das larvas, o autor recomendou líquido de Dakin para aplicação tópica durante 5 dias. No tratamento de uma criança com 9 anos de idade, comentou-se que a paciente na ocasião do exame apresentava-se febril e, da região palatina foram retiradas em dias consecutivos 10 larvas com 1 centímetro de comprimento. Num segundo caso, uma criança com 8 anos de idade apresentou uma miíase por palatino dos incisivos centrais e laterais superiores (PRATAP, 1959). Interessante caso humano de miíase produzida por larvas da C. homnivorax, localizada na zona gengival por vestibular na região de canino superior e por palatino na região de terceiro molar. As larvas foram retiradas com pinça, seguida de irrigação local com soro fisiológico. Os autores ainda advertem sobre a importância do diagnóstico e do tratamento dessas afecções (GUIMARÃES, MARZOLA; OKAMOTO, 1963). Outros casos de miíases na cavidade bucal foram apresentados, alguns com pequenas variações dos outros, mas todos destacando sua ocorrência, número de larvas removidas, diagnóstico e tratamento (PINTO, 1945; CRAIG; FAUST, 1947; ROCHA; VAZ, 1950; ROCHA, 1953; SIDHU, 1964; TORRES et al., 1974; MADEIRA et al., 1978/80; FRAIHA et al., 1979; ERFAN, 1980; KONSTANTINIDIS; ZAMANIS, 1987; ZELTSER; LUSTMANN, 1988; BOZZO et al., 1992 e NOVELLI et al., 1993). SUGESTÕES PARA O TRATAMENTO Quanto à terapêutica, postula-se que além das aplicações tópicas paliativas, a única verdadeiramente eficaz é a remoção cirúrgica (CRAIG; FAUST, 1947). Nas miíases cavitárias a preocupação fundamental é a remoção mecânica das larvas, evitando-se rompê-las no interior da cavidade, o que tornaria difícil a cicatrização posterior, seguindo-se obrigatoriamente uma lavagem com soro fisiológico e anti-séptico da lesão. A remoção das larvas é recomendada e, após esse procedimento devese irrigar a área afetada com solução de hipoclorito de sódio (STONES, 1929). MIÍASE DA CAVIDADE BUCAL 158 Como tratamento da miíase bucal, foi indicada a remoção mecânica das larvas com auxílio de uma solução anti-séptica e anestésico local, com posterior tratamento da lesão (SAMPAIO, 1964). Foi, também, sugerido para o tratamento das miíases a remoção mecânica das larvas empregando-se um anti-séptico local e posteriormente recomendado cuidadoso tratamento da área lesada (MORALES et al., 1971). Foi efetuada a remoção mecânica das larvas com irrigação no local com soro fisiológico e Tergentol a 10%, com resultados muito aceitáveis (GUIMARÃES; MARZOLA; OKAMOTO, 1963). Melhor que qualquer tipo de tratamento é a profilaxia destas afecções, que está diretamente relacionada ao modo de infestação (GIORDANO, 1950). Nas miíases cutâneas, tem-se que evitar a deposição pelas moscas, de ovos ou larvas sobre a pele. Nas cavitárias costuma-se ressaltar a constante vigilância individual, principalmente nos pacientes com otorreia, rinites, ulcerações, etc., a fim de evitar também, a deposição de larvas e ovos desses dípteros sobre as cavidades em estado patológico. Usa-se atualmente o medicamento Revectina – 6 mg (Ivermectina) na base de 6 mg de 8/8 h, até que o parasita venha a sucumbir ou 150 a 400 mg/kg/dia. Tem-se mostrado muito eficiente no tratamento das miiases. APRESENTAÇÃO DE CASOS CLÍNICOS Caso 1: Paciente: M. D. F. 30 anos de idade, melanoderma, gênero feminino, deu entrada na Clínica Cirúrgica da Faculdade de Odontologia de Araçatuba, queixando-se, segundo sua própria descrição, de feridas gengivais, contendo larvas que se moviam continuamente. Informava ainda, residir nas proximidades de um depósito de lixo da cidade, não tendo, porém moradia fixa. Este caso é apresentado mais como uma revisão histórica, tendo sido um dos primeiros casos de miíase verificado em humano e, registrado na literatura, entretanto sua publicação numa revista médica, “O HOSPITAL”, que hoje provavelmente não está mais indexada nos arquivos gerais, quase tendeu para um desaparecimento total da literatura, daí o porquê de sua nova apresentação (GUIMARÃES; MARZOLA; OKAMOTO, 1963). Sob o ponto de vista clínico geral, a paciente evidenciava um quadro de desnutrição crônica, com freqüentes tonturas e sinais patentes de anemia. Na anamnese revelou a paciente era uma alcoólatra inveterada. O exame clínico mostrou condições péssimas de higiene, principalmente no setor periodontal, e além dessas alterações de ordem traumática e inflamatória, foram constatadas duas lesões de tipo úlcero-crateriforme situadas na zona gengival dos caninos e molares da arcada superior. A lesão localizada logo acima do canino superior estendia-se desde a gengiva marginal até próximo ao sulco gengivo-labial (Figs. 1). Não sangrava, mostrando apenas um líquido amarelo brotando do fundo da lesão, juntamente com um grande número de corpos larvares que se moviam num verdadeiro “Ballet” de circunvoluções. Na região molar a lesão era profunda, assemelhando-se a uma verdadeira caverna, que na região palatina mostrava destruição de toda a espessura da mucosa num raio equivalente a 1 centímetro. Devido à profundidade da lesão, pensou-se inicialmente numa possível invasão do seio maxilar, entretanto pelo exame clínico e radiográfico procedido, não se demonstrou a referida invasão. As cadeias MIÍASE DA CAVIDADE BUCAL 159 linfáticas satélites não apresentavam alterações reacionais e o tratamento constituiu na remoção mecânica e cuidadosa das larvas, seguindo-se uma curetagem e irrigação do local com soluto fisiológico e Tergentol a 10%. As larvas foram pinçadas uma a uma, evitando-se sempre rompê-las no interior dos tecidos, o que possibilitaria a supuração e necrose das lesões. Convém salientar ainda que foi necessário um certo esforço para removê-las da lesão, devido à aderência das mesmas no tecido. Em seguida, foi receitada antibioticoterapia e analgésicos. Foram retiradas na operação 19 larvas que foram classificadas como sendo a C. homnivorax. São larvas brancas, formadas por 12 segmentos, circundadas por diminutos espinhos em disposição espiralar na face ventral, o que lhe empresta a denominação de “screw-worm” pelos autores americanos (GIORDANO, 1950), ou “mosca do verme parafuso” (CRAIG; FAUST, 1947). B A Figs. 1. – (A) Aspecto da miíase do caso 1, observada pela superfície vestibular, notando-se o grande número de larvas. (B) As larvas sendo retiradas da cavidade gengival no caso 1. Caso 2: Paciente G. S. do gênero feminino, com 33 anos de idade, portadora de paralisia cerebral associada a surdo-mudo e cegueira, com infestação de larvas na cavidade bucal (Figs. 2), provocando comunicação buco sinusal, foi atendida e tratada no Hospital Universitário da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul, em Campo Grande. A B MIÍASE DA CAVIDADE BUCAL 160 C Figs. 2 – (A) A miíase do caso 2 com a infestação de larvas na profundidade dos tecidos bucais provocando uma comunicação buco sinusal. (B) Após o descolamento dos tecidos atingidos e depois da remoção de centenas de larvas, como comprometimento da artéria palatina maior. (C) Larvas de 10 a 12 milímetros que foram removidas nos casos 2 e 3. A paciente queixava-se de forte sintomatologia dolorosa no palato, sendo as larvas removidas após descolamento dos tecidos da abóbada palatina, sendo que na remoção houve comprometimento da artéria palatina maior. A região foi corretamente irrigada com soluto fisiológico e Tergentol a 10%, podendo-se observar pelo pós-operatório de 15 dias a reparação tecidual com exceção da área com a comunicação buco sinusal. Também, verificou-se tratar de larvas da C. homnivorax, medindo aproximadamente 10 a 12 milímetros. DISCUSSÃO E COMENTÁRIOS A miíase é uma infestação de larvas, provocada pela ovoposição de fêmeas de dípteros fertilizadas, infestando tanto os animais quanto os homens, em diferentes localizações, inclusive na cabeça, ouvidos e fossas nasais (CRAIG; FAUST, 1947; GIORDANO, 1950; SAMPAIO, 1964; MADEIRA, 1978/80; MORALES, 1971 e PESSOA, 1972), sendo, entretanto, rara essa condição na cavidade bucal (STRICKLAND, 1929; ROY, 1934; SHIRA, 1944; PINTO, 1945; GRENNAN, 1946; CRAIG; FAUST, 1947; ROCHA; VAZ, 1950; ROCHA, 1953; PRATAP, 1959; GUIMARÃES; MARZOLA; OKAMOTO, 1963; SIDHU, 1964; TORRES et al., 1974; MADEIRA et al., 1978/80; FRAIHA et al., 1979; ERFAN, 1980; KONSTANTINIDIS; ZAMANIS, 1987; ZELTSER; LUSTMANN, 1988; BOZZO et al., 1992 e NOVELLI et al., 1993). A infestação é produzida por larvas de dípteros de cor azul ou verde de brilho metálico, cuja sinonímia Callitroga homnivorax, Callitroga americana, Cochliomya homnivorax (coquerel), vulgarmente identificadas como “moscas varejeiras”, acarretam o mal conhecido como “bicheira” (CARRERA, 1963; VERONESI, 1964 e MADEIRA et al., 1978/80). A Cochliomyia homnivorax deposita seus ovos em pequenas ninhadas na pele lesada ou intacta, alimenta-se de tecidos vivos, podendo penetrar mesmo em tegumentos íntegros (GIORDANO, 1950). O odor de sangue e de tecidos lesados atraem-na sendo a L. macellaria outra espécie deste gênero, sendo atraída também pelo odor alcoólico das pessoas em estado de embriaguez, confundida possivelmente com o último odor e, com o dos tecidos em decomposição. No tocante à patogenia das estomatomiíases, particularmente das miíases gengivais, parece que não só o alcoolismo, como também as lesões MIÍASE DA CAVIDADE BUCAL 161 periodontais avançadas, constituem fatores altamente significativos para sua determinação. O caso apresentado número 1, é sugestivo nesse particular, pois a paciente além de possuir lesões periodontais avançadas, era uma respiradora bucal, o que a obrigava manter a boca permanentemente semi-aberta. Esta última condição, aliada ao fato de residir nas imediações de um depósito de lixo da cidade e de ser uma alcoólatra inveterada, explica toda a etiopatogenia do processo em questão. As larvas da C. homnivorax são biontófagas como já foi observado anteriormente, daí o grave aspecto que evidenciam as miíases cavitárias provocadas por moscas dessa espécie. Uma vez depositados os ovos em tecidos animais, delas saem larvas em menos de um dia, invadem os tecidos, produzindo feridas deformantes supuradas e profundas (MELLO FILHO, 1937), como pode ser notado no caso número 2. A ocorrência de miíases da cavidade bucal é mais comum nos países tropicais, Índia (PRATAP, 1959), Brasil (GUIMARÃES; MARZOLA; OKAMOTO, 1963; MADEIRA et al., 1978/80 e BOZZO, 1992), Panamá (SHIRA, 1944), Irã (ERFAN, 1980), Israel (ZELTSER; LUSTMANN, 1988), sendo encontrado também, um caso na Grécia (KONSTANTINIDIS; ZAMANIS, 1987). O local mais comumente afetado na cavidade bucal são os dentes anteriores, incisivos centrais e laterais (GRENNAN, 1946; PRATAP, 1959; GUIMARÃES; MARZOLA; OKAMOTO, 1963; SIDHU, 1964 e MADEIRA et al., 1978/80). Nos casos tratados por SHIRA (1944) e por GRENNAN (1946), a gengiva encontrava-se desinserida do osso. A incidência maior de casos de miíases é durante o verão, quando os dípteros proliferam, infestando principalmente os pacientes com condições higiênicas deficientes, condições socioeconômicas de nível baixo (STONES, 1929; SHIRA, 1944; GRENNAN, 1946; GUIMARÃES; MARZOLA; OKAMOTO, 1963; VERONESI, 1964, PASSMORE; ROBSON, 1971; FARIA DOS SANTOS, J. L.; MARZOLA, C. e GHERSEL, T. et al., 1996). No entanto, indivíduos que têm o hábito de dormir ao ar livre durante o dia, sem um véu protetor e, com o hábito também de roncar (GUIMARÃES; MARZOLA; OKAMOTO, 1963 e NOVELLI et al., 1993), respirador bucal (GUIMARÃES; MARZOLA; OKAMOTO, 1963, ZELTER; LUSTMANN, 1988 e FARIA DOS SANTOS, J. L. e MARZOLA, C.; GHERSEL, T. et al., 1996), também, são mais susceptíveis às infestações. A má higiene bucal, lesões bucais, como emanações fétidas atraem as moscas que estão na busca de local apropriado para depositar seus ovos (SHIRA, 1944; GUIMARÃES; MARZOLA; OKAMOTO, 1963; SIDHU, 1964, PASSMORE; ROBSON, 1971 e FARIA DOS SANTOS, J. L.; MARZOLA, C.; GHERSEL, T. et al., 1996). As larvas necessitam de um período em torno de uma semana para atingir o estágio pupar, quando alcançam aproximadamente 10 milímetros (GUIMARÃES; MARZOLA; OKAMOTO, 1963; PASSMORE; ROBSON, 1971 e NOVELLI et al., 1993), sendo, também, encontradas larvas de 6 milímetros (SHIRA, 1944), podendo variar entre 5 a 8 milímetros (ZELTSER; LUSTMANN, 1988), passando de 2 a 3 milímetros para 10 a 12 milímetros num período de 8 dias (MADEIRA et al., 1978/80), tendo um aspecto fusiforme espiralado, semelhante a um parafuso sem pêlos (SHIRA, 1944; GUIMARÃES; MARZOLA; OKAMOTO, 1963 e MADEIRA et al., 1978/80) MIÍASE DA CAVIDADE BUCAL 162 Autores recomendam a remoção mecânica das larvas (GRENNAN, 1946; GUIMARÃES; MARZOLA; OKAMOTO, 1963; SIDHU, 1964; PATTON, 1971; KONSTANTINIDIS; ZAMANIS, 1987 e NOVELLI et al., 1993), associada ou não com o emprego de substâncias cáusticas (STONES, 1929; GRENNAN, 1946; SAMPAIO, 1964; SIDHAU, 1964; VERONESI, 1964; MORAES et al., 1971 e PESSOA, 1972), com uma solução de hipoclorito de sódio (STONES, 1929), cloreto de etila e butasolidina sistêmica (GRINSPAN, 1973) e, quando as larvas se encontram alojadas profundamente e/ou devido às condições psíquicas do paciente (debilidade mental), o uso de substâncias analgésicas é recomendado (GRINSPAN, 1973), além da irrigação do local com soluto fisiológico e Tergentol a 10% (GUIMARÃES; MARZOLA; OKAMOTO, 1963 e FARIA DOS SANTOS, J. L.; MARZOLA, C.; GHERSEL, T. et al., 1996), como pode ser verificado no caso número 2. Nos trabalhos consultados não foi encontrada referência alguma sobre lesões por miíases estritamente gengivais, a não ser no caso número 1, daí parecer oportuno advertir aos colegas que clinicam em regiões de intensa criação de gado, sobre a probabilidade de encontrarem semelhantes lesões. Esse número de trabalhos apresentados é insignificante perto da quantidade de casos que surgem constantemente em hospitais, mas que não são documentados convenientemente e publicados posteriormente, no sentido de alertar a classe odontológica. Existem muitos casos, porém poucos aqueles que se preocupam em apresentá-los à comunidade científica (GUIMARÃES; MARZOLA; OKAMOTO, 1963 e FARIA DOS SANTOS, J. L.; MARZOLA, C.; GHERSEL, T. et al., 1996). A grande maioria dos autores estudados lamenta a ausência no currículo odontológico da Disciplina de Parasitologia, o que vem a criar uma lamentável lacuna nos conhecimentos científicos dos profissionais, que ficam assim, obrigados a viver divorciados do grave problema das parasitoses, que no Brasil não raro, assumem um caráter endêmico. Entretanto, já há muitos anos, desde que foi encontrado o primeiro caso por nós observado e, novamente citado aqui, são realizadas observações constantes e especiais, sempre que possa ocorrer uma oportunidade. CONCLUSÕES Pela apresentação dos casos, assim como pela análise de toda a literatura compulsada, parece lícito concluir-se que: 1. A miíase bucal é uma afecção rara, predominante em população rural e, em pacientes com problemas mentais e senilidade entre outras que limitam os indivíduos, e/ou casos de alcoolismo, respiradores bucais, hábitos de roncar, que adormecem ao ar livre e com a boca aberta durante o dia. 2. A má higiene bucal, com lesões e odor fétido, atua como atrativo para as moscas fertilizadas depositarem seus ovos. 3. O diagnóstico dessa lesão é sempre clínico e o tratamento mais recomendado é a remoção mecânica das larvas, com irrigação com soro fisiológico e Tergentol a 10%. 4. O uso de anestesia é recomendado em casos de pacientes com problemas mentais e quando as larvas se encontrarem profundamente nos tecidos, muitas vezes comunicando-se com estruturas anatômicas importantes, como o seio maxilar e as fossas nasais. MIÍASE DA CAVIDADE BUCAL 163 5. A prevenção deve ser sempre recomendada através de curso, conferências e palestras, em locais onde se observa maior ocorrência dessas condições. REFERÊNCIAS * ANGOTTI, P. Comunicação pessoal, 1962. BARROS, H. M. Comunicação pessoa, 1962. BOZZO, L. et al., Oral myiasis caused by sarcophogidae in an extraction wound. Oral Surg. v. 74, n. 6, p. 733-5, 1992. CARRERA, M. Entomologia para você. São Paulo: Ed. USP, 1963, p. 217. CRAIG, C. 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Catarinense Odont. v. 5-7, p. 12-8, 1978/80. MANSON-BAHR, H. P. Manson’s tropical diseases. 13a ed. London: Ed. Cassel & Co. 1950. MELLO FILHO, R. B. Um caso incomum de infecção na mucosa bucal produzida pela “screw-worms” ou larva da Lucilia Macellaria. Rev. Odont. Moderna, v. 11, p. 73-4, 1937. MORAES, R. G. et al., Parasitologia Médica. Rio de Janeiro: Ed. Atheneo, 1971. NOVELLI, M. R. et al., Orofacial myiasis. Brit. J. oral Maxillofac. Surg. v. 31, p. 36-7, 1993. PASSMORE, R.; ROBSON, J. S. Tratado de enseñanza integrada de la Medicina. Barcelona: Ed. Científica Médica, 1971, p. 542. PATTON in MORAES, R. G. et al., 1971. PESSOA, S. B. Parasitologia médica. Rio de Janeiro: Ed. Atheneo, 1972, p. 943-7. PINTO, C. Zoo-parasitos de interesse médico e veterinário. 2a ed. Rio de Janeiro: Ed. Científica, 1945. ___________________________________ * De acordo com as normas da ABNT. o0o