09-07-2014 | Imobiliário
Tiragem: 34442
Pág: 2
País: Portugal
Cores: Cor
Period.: Semanal
Área: 13,67 x 24,17 cm²
Âmbito: Informação Geral
Corte: 1 de 1
Economia portuguesa
pede um olhar mais global
sobre o nosso imobiliário
Q
Luís Lima
uando o mercado
imobiliário português
vivia essencialmente da compra e da
venda de imóveis em
transações apoiadas por contratos
de crédito, a segurança das instituições que emprestavam o dinheiro
residia nas garantias previamente
apresentadas, na maior parte dos
casos pela via das hipotecas dos
próprios imóveis transacionados.
Menos garantias tinham, nesse
tempo, os poucos proprietários de
imóveis que apostavam no arrendamento urbano. O risco de verem as
respectivas propriedades literalmente ocupadas por inquilinos que não
pagavam renda e que assim ficavam
meses e anos até que a lenta máquina da Justiça atuasse era um risco
muito elevado.
Com a mudança de paradigma verificado no mercado imobiliário português, onde a procura de casas no
mercado do arrendamento urbano
tende a superar (e em algumas localizações já supera) a procura para comprar, os potenciais investidores, mesmo considerando as alterações verificadas, exigem outra segurança para
voltarem a investir neste segmento.
Tantas vezes sonhado e preconizado, o seguro de rendas como garantia
para os proprietários dispostos a colocar bens imobiliário do mercado de
arrendamento urbano é uma necessidade indispensável para relançar
este sector tão importante para as
populações e para a Economia portuguesa, até pelo contributo que pode
dar para recuperação de muito emprego perdido.
Numa recente audiência com o Senhor Ministro do Ambiente, Ordenamento do Território e Energia, Eng.
Jorge Moreira da Silva, tive a oportunidade de defender o lançamento de
um seguro com estas características
a par de outras propostas elaboradas
pela Comissão de Monitorização da
Reforma do Arrendamento Urbano,
a que tem a honra de pertencer, bem
como a própria defesa do trabalho
desenvolvido pela comissão.
Não me canso de dizer que os
ajustes que a Lei do Arrendamento Urbano em vigor poderá precisar
para a estabilidade do sector, muito podem beneficiar do esforço de
aproximação entre todas as partes
que é constantemente praticado na
Comissão de Monitorização.
É nesta sede que mais aprofundadamente é possível debater propostas concretas que sejam exequíveis
e contribuem para um melhor aproveitamento das potencialidades do
arrendamento urbano em Portugal,
um mercado cheio de cumplicidades
para com a reabilitação urbana e para com o Turismo residencial
A evidente confiança que alguns
investidores estrangeiros têm crescentemente demonstrado pelas virtualidades do nosso mercado imobiliário pode até contagiar a procura
interna, movimento, por exemplo,
algumas poupanças ainda existentes
e que sendo corretamente aplicadas
podem assumir-se como um complemento importante aos rendimentos
de alguns investidores nacionais
Para que estas hipóteses ganhem
forma não bastará desenhar seguros
de rendas eficazes. É preciso também
olhar de forma mais realista para o
imobiliário como fonte de receita fiscal, reequacionando situações injustas como são as das exageradas maisvalias ou até o cenário de uma dupla
tributação que se configura quando
pagamentos impostos sobre as rendas em sede de IRS ou na taxa liberatória, sem qualquer contrapartida na
hora de pagar o Imposto Municipal
sobre Imóveis (IMI).”
Presidente da CIMLOP
Confederação da Construção
e do Imobiliário de Língua Oficial
Portuguesa
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Economia portuguesa pede um olhar mais global sobre o nosso