EDMILSON DE NOVAIS SILVA PROPOSTA DE UM MODELO PARA ESCOLHA DE SOLUÇÕES DE GERENCIAMENTO EM AMBIENTES CRÍTICOS UTILIZANDO MÉTODO AHP FACULDADE DE TECNOLOGIA DE SÃO PAULO Pós–graduação em Análise e Projetos de Sistemas São Paulo 2009 i EDMILSON DE NOVAIS SILVA PROPOSTA DE UM MODELO PARA ESCOLHA DE SOLUÇÕES DE GERENCIAMENTO EM AMBIENTES CRÍTICOS UTILIZANDO MÉTODO AHP Monografia apresentada à FATEC SP, como requisito para obtenção do título de especialista em Tecnologia de Análise e Projeto de Sistemas. Orientador: Prof. Dr. Marcelo Duduchi São Paulo 2009 ii EDMILSON DE NOVAIS SILVA PROPOSTA DE UM MODELO PARA ESCOLHA DE SOLUÇÕES DE GERENCIAMENTO EM AMBIENTES CRÍTICOS UTILIZANDO MÉTODO AHP Monografia apresentado à FATEC-SP como requisito para obtenção do título de especialista do Curso de Pós-graduação em Análise e Projetos de Sistemas. Prof. Dr. Marcelo Duduchi Orientador Prof. Kazuo Watanabe Professor da cadeira de Metodologia Científica iii DEDICATÓRIA Dedico este trabalho a minha namorada Vanessa Almeida, pela compreensão nos momentos difíceis, auxílio e companheirismo por todos esses anos. iv AGRADECIMENTOS Agradeço aos meus pais pelo frequente apoio para continuar estudando cada vez mais. Agradeço também aos meus colegas de trabalho, Júlio Moraes, Luiz Paulo, Hernani Eduardo, Rafael Nunes, Eriksen Paixão, Willian e Mateus Rodrigues. Ao Orientador Prof. Dr. Marcelo Duduchi pela paciência e presteza na orientação e incentivo que tornou possível a conclusão desta monografia. As(os) demais professoras(es) da FATEC-SP pelas informações passadas através das aulas que foram, de fato, fundamentais para este trabalho, e pela paciência em ouvir e me auxiliar nos momentos de dúvida. E finalmente aos amigos Sérgio Rosa, João Cassino, Luiz Fuzaro e Priscila Delpapa, pela confiança depositada no meu trabalho. v SUMÁRIO Lista de figuras ......................................................................................................................... vi Lista de tabelas ........................................................................................................................ vii Resumo ................................................................................................................................... viii Abstract ..................................................................................................................................... ix Introdução ...................................................................................................................................1 1 Tomada de decisão e metodologia AHP ...........................................................................3 1.1 Estrutura do processo de tomada de decisão .....................................................................4 1.2 Método multicritério .........................................................................................................5 1.3 Alguns métodos existentes ................................................................................................7 1.4 Metodologia multicritério AHP ........................................................................................8 1.5 Críticas ao método ...........................................................................................................10 1.6 Modelos e métodos..........................................................................................................11 1.7 Processo de modelagem ..................................................................................................11 1.7.1 Modelos e seus tipos ...................................................................................................12 1.7.2 Criação de modelos ....................................................................................................13 2 Tomada de decisão nas empresas ....................................................................................15 2.1 Estratégia e decisão na organização ................................................................................17 2.2 A decisão, o gestor e seu comportamento .......................................................................18 2.3 Modelos e empresas ........................................................................................................19 3 Dinâmica atual de decisão nas empresas.........................................................................20 3.1 A empresa e seu ambiente ...............................................................................................20 3.2 Demanda para tomada de decisão ...................................................................................21 3.3 Processo e problema na escolha de software (Monitoração) ..........................................21 3.4 Processo e problema na escolha de software (NetFlow) .................................................28 4 Modelo proposto para tomanda de decisão baseado no AHP .........................................34 4.1 Aplicação do ahp para software de monitoração.............................................................34 5 Análise dos resultados .....................................................................................................49 5.1 Aspectos positivos ...........................................................................................................49 5.2 Aspectos negativos ..........................................................................................................50 Conclusão .................................................................................................................................51 Apêndice ...................................................................................................................................53 Referências ...............................................................................................................................54 vi LISTA DE FIGURAS Figura 1: Processo de modelagem ............................................................................................12 Figura 2: Identidade Organizacional ........................................................................................16 Figura 3: Funções Gerenciais ...................................................................................................18 Figura 4: Clico do PDCA .........................................................................................................23 Figura 5: PDCA, Visão macro do processo – Monitoração .....................................................24 Figura 6: PDCA, Visão macro do processo – NetFlow. ...........................................................31 Figura 7: Diagrama hierárquico ................................................................................................35 Figura 8: Estrutura hierárquica com os respectivos resultados do AHP...................................48 vii LISTA DE TABELAS Tabela 1: Risco nas decisões. .....................................................................................................5 Tabela 2: Passos do Método AHP. .............................................................................................9 Tabela 3: Escala Fundamental de Números Absolutos ..............................................................9 Tabela 4: Critérios para escolha de software de monitoração. .................................................22 Tabela 5: Comparação entre critérios e alternativas de softwares – Monitoração. ..................26 Tabela 6: Critérios para escolha de software de NetFlow. .......................................................30 Tabela 7: Comparação entre critérios e alternativas de softwares – NetFlow. .........................32 Tabela 8: Matriz de comparação dos critérios: Licença. ..........................................................36 Tabela 9: Matriz de comparação dos critérios: Flexível. ..........................................................36 Tabela 10: Matriz de comparação dos critérios: Part. no mercado. ..........................................37 Tabela 11: Matriz de comparação dos critérios: Custo.............................................................37 Tabela 12: Matriz de comparação dos critérios: Suporte. ........................................................37 Tabela 13: Matriz de comparação dos critérios: Usabilidade. ..................................................37 Tabela 14: Matriz de comparação dos critérios: Funcionalidade. ............................................38 Tabela 15: Matriz de comparação dos critérios: Segurança. ....................................................38 Tabela 16 e 16.1: Matriz normalizada dos critérios: Licença. ..................................................38 Tabela 17 e 17.1: Matriz normalizada dos critérios: Flexível. .................................................39 Tabela 18 e 18.1: Matriz normalizada dos critérios: Part. no mercado. ...................................39 Tabela 19 e 19.1: Matriz normalizada dos critérios: Custo. .....................................................39 Tabela 20 e 20.1: Matriz normalizada dos critérios: Suporte. ..................................................40 Tabela 21 e 21.1: Matriz normalizada dos critérios: Usabilidade. ...........................................40 Tabela 22 e 22.1: Matriz normalizada dos critérios: Funcionalidade. ......................................40 Tabela 23 e 23.1: Matriz normalizada dos critérios: Segurança. ..............................................41 Tabela 24: Matriz de cálculo da média: Licença. .....................................................................41 Tabela 25: Matriz de cálculo da média: Flexível......................................................................41 Tabela 26: Matriz de cálculo da média: Part. no mercado........................................................42 Tabela 27: Matriz de cálculo da média: Custo. ........................................................................42 Tabela 28: Matriz de cálculo da média: Suporte. .....................................................................42 Tabela 29: Matriz de cálculo da média: Usabilidade. ...............................................................42 Tabela 30: Matriz de cálculo da média: Funcionalidade. .........................................................43 Tabela 31: Matriz de cálculo da média: Segurança. .................................................................43 Tabela 32: Matriz de prioridades ..............................................................................................43 Tabela 33: Matriz principal de comparação dos critérios com soma. ......................................44 Tabela 34: Matriz principal de comparação dos critérios: Normalizada. .................................45 Tabela 35: Matriz principal de comparação dos critérios: Média. ...........................................45 Tabela 36: Cálculo do resultado. ..............................................................................................46 viii RESUMO SILVA, Edmilson de Novais, PROPOSTA DE UM MODELO PARA ESCOLHA DE SOLUÇÕES DE GERENCIAMENTO EM AMBIENTES CRÍTICOS UTILIZANDO MÉTODO AHP. Monografia apresentada à FATEC SP, Programa de Pós-graduação em Análise e Projetos de Sistemas, São Paulo, 2009. O processo de tomada de decisão para a escolha de um novo software, na maioria das vezes, pode apresentar inúmeros riscos às instituições. Empresas públicas e privadas dependem de licitações ou argumentos bem definidos para tal, e nem sempre conseguem tomar a decisão sem se deixar levar por questões culturais ou afinidades. Escolher um software para ambientes críticos se torna uma tarefa mais complexa, à medida que se pondera os riscos financeiros e impactos na implantação. Tal decisão pode determinar o sucesso ou insucesso de uma determinada área ou até mesmo inviabilizar um projeto. Muitas empresas não conseguem definir ao certo o que realmente precisam, não possuem um processo claro e bem determinado contemplando features e requisitos para o novo software ou até mesmo um objetivo delimitado. O presente trabalho utiliza métodos multicritérios, mais precisamente a metodologia AHP, na construção um modelo hierárquico para trabalhar o processo de escolha da solução de software, além de fornecer subsídios para argumentação, validação e justificativas claras da escolha adotada. Palavras-chave: Software, Data Center, hosting, hierarquia, metodologia, modelo, decisão, método, critério, missão crítica, gerenciamento. ix ABSTRACT SILVA, Edmilson de Novais, PROPOSAL OF A TEMPLATE FOR CHOOSING MANAGMENT SOLUTIONS IN CRITICAL ENVIRONMENTS UTILIZING AHP METHOD. Monograph presented to FATEC SP, Post-graduation Program in System Projects and Analysis, São Paulo, 2009. The process of taking decisions when choosing a new software, most of the times, may implicate in several risks for the institutions. Public and private companies depend on competitions and good reasons when doing it, and not always are able to take decisions without bein influencedp by cultural issues and affinities. Choosing a software for critical environments becomes a even more complex task when you ponder financial risks and implementation impacts. Such decision can determine success or failure of a specific area or even make impossible a project. Many companies are not able to define surely what they really need, they do not have a clear and well designed process regarding features and requirements for the new software, neither a delimited objective. The present work uses multicriterial methods, precisely the AHP methodology, in the construction of a hierarchic template to work the process of choosing a software solution, besides providing subsidies for clear argumentation, validation and justification of the adopted choice. Key-words: Software, Data Center, hosting, hierarchy, methodology, template, decision, method, criteria, critical mission, managment. 1 INTRODUÇÃO O AHP (Analytical Hierarchy Process) é um método criado por Thomas L. Saaty (1980), na década de 70 e usado na avaliação de soluções estratégicas, auxiliando, inclusive, na justificativa da escolha. A escolha de um software é uma decisão estratégica, devendo ser analisada as funcionalidades, viabilidades e benefícios ao ambiente de tecnologia da informação, sendo necessário um modelo que auxilie na avaliação dessas soluções e justificativa do melhor e mais adequado ao ambiente crítico em estudo. A decisão equivocada pode trazer problemas técnicos, administrativos e financeiros para a empresa, sendo de suma importância justificar como o processo de avaliação de softwares, atenda a demanda através de uma forma justa, conceitual e ética. Diante da adoção de alguns Data Centers1 por soluções de software sem critérios ou processos previamente definidos, o objetivo deste trabalho monográfico consiste em estudar o modelo desenvolvido pela empresa Cobra Tecnologia S.A., que instalou um ambiente crítico completo, bem como seus processos de escolha software. Por meio do estudo supracitado e a baseando-se no processo de tomada de decisão multicritério AHP, buscou-se desenvolver um modelo que possa auxiliar os gestores de ambientes críticos na escolha de soluções de software que realmente atendam as expectativas do ambiente. Esse modelo propõe tornar o processo de escolha de software transparente e claro para os membros envolvidos no processo, auxiliar gestores para tomada de decisão, fornecendo subsídios para justificar suas decisões, amenizando o desgaste durante o processo de tomada 1 Data Centers: Grandes centros de processamento de dados. 2 de decisão e proporcionar um amplo nível de detalhe do processo, bem como o uso racional dos fatores custos e tempo. Durante o desenvolvimento deste trabalho, foram demandados conhecimentos de teoria da decisão, modelos e método multicritério, que se incluí o método AHP, ambientes de Data Centers e Hosting, bem como, soluções e conceitos para gerenciamento desses ambientes críticos, além de experiência na implementação de soluções para gerenciamento de ambientes críticos, visando viabilizar a simulação. Este trabalho está disposto da seguinte forma: No capítulo 1, define-se conceitualmente decisão e suas teorias, os métodos multicritérios, focando a metodologia AHP. No capítulo 2, se descreve o modelo de tomada de decisão utilizado pelas empresas. O capítulo 3 expõe, na prática, o estudo da dinâmica atual na escolha de software adotada pela empresa Cobra Tecnologia S.A.. No capítulo 4, propõe-se um modelo, através da implementação da metodologia AHP, para apoiar o processo de tomada de decisão na escolha de softwares de ambientes críticos. No capítulo 5, consta a análise dos resultados obtidos através do uso do modelo proposto. 3 1 TOMADA DE DECISÃO E METODOLOGIA AHP Os seres humanos tomam decisões em todos os momentos da vida. É notável que decisões como pegar o caminho “X” ou “Y” para se chegar ao trabalho é menos expressivo, além do baixo risco, quando comparado com a decisão do executivo em implementar a solução “A” ou “B” de BI2 em sua empresa. Gomes (2007) define a decisão como o processo que resulta na escolha de uma ou mais alternativas que se propõem a resolver um problema. A tomada de decisão sofre grande influência dos aspectos culturais do gestor como, questões ideológicas, conhecimento tácito ou até mesmo explícito, afinidade por uma das alternativas etc., sendo tomadas em reuniões ou até mesmo individualmente. A necessidade da decisão, geralmente é apresentada, quando se tem um problema a ser resolvido, e que precisa de uma ação que seja a longo ou curto prazo. Existem outros fatores que influenciam diretamente na tomada de decisão, como questões lógicas, o fator tempo utilizado para aplicação do conhecimento tácito ou dentro dos padrões de atualidade, os costumes de um determinado ambiente de trabalho ou equipe, quanto ao nível de necessidade ou até mesmo a posição do tomador de decisão dentro do processo. Sobre a decisão propriamente, Chiavenato (1997), define como a seleção de uma opção dentre as disponíveis para tratar uma ação. Pode-se através da decisão, definir o curso de determinado projeto, ou seja, tenta-se imaginar a situação a ser decidida, utilizando cada alternativa disponível tentando enxergando o futuro, bem como aspectos positivos e negativos. 2 Business intelligence – Conceito de software que se dá na captura, análise e organização das informações para auxílio na gestão da organização. 4 1.1 ESTRUTURA DO PROCESSO DE TOMADA DE DECISÃO Dentro das empresas, quanto à escolha de software, os processos decisórios são concebidos por poucas pessoas. Normalmente, o gestor da área juntamente com alguns membros técnicos avaliam os produtos ofertados no mercado e decidem. Porém, dentro do processo mais estruturado, pode-se dizer que existem: Os tomadores de decisão propriamente ditos, além de serem os responsáveis, determinam ao final a ação decidida. O agente de decisão realiza uma avaliação mais profunda através de cálculos, probabilidades, valores, etc. O analista possui um conhecimento mais direcionado de tomada de decisão e administrando o processo, o problema, recomendando e modelando a decisão, Gomes (2007). É importante lembrar que esses papéis podem ser representados por uma ou mais pessoas. Três etapas definem o processo decisório: Encontrar o problema, definir os fatores para auxiliar na escolha de uma alternativa, e suas consequências. Segundo Pereira e Fonseca (2009), o problema é localizado quando se existe um “desvio”, ou seja, quando o que de fato esta acontecendo não condiz com o que queremos e depende basicamente da percepção humana, podendo ser complexos, muitos fatores podem interferir ou alterar nossa percepção, como estereótipos e no contexto perceptivo ou o desenvolvimento pessoal, intelectual, emocional e físico. Quanto à direção da escolha as informações disponíveis e confiáveis para avaliação e tomada da decisão estão diretamente ligadas com o sucesso e com a maior qualidade da mesma. O controle da informação é o item de maior valor na sociedade contemporânea (Drucker, 1990), podendo definir a opção no momento mais oportuno. Sendo assim, a informação correta deve estar disponível a todo o momento para os agentes, analistas e 5 tomadores de decisão, o que nem sempre acontece. Atualmente os sistemas de informações têm como foco a transformação das informações em conhecimento nas organizações. As consequências da decisão podem ser avaliadas pelos níveis “certeza” e “risco” do processo. Optar pela ação “A” do processo a ser implantado no módulo do sistema financeiro, ou seja, quando a opção “A” é consenso, garante a certeza na tomada de decisão. Quando existem dúvidas, o processo se torna mais delicado e complexo. Para Pereira e Fonseca (2009), pode-se confundir certeza com verdade, sendo que a verdade está relacionada à credibilidade e certeza a evidência e convicção. Decisões são tomadas em cenários de incertezas, na maioria das vezes, e sempre com um risco a se assumir. A grande tarefa do tomador de decisão visa minimizar ou tornar esse risco nulo. Porém, dependem de fatores como viabilidade e autonomia, conforme demonstrado na Tabela 1. Tabela 1: Risco nas decisões. Fonte: Adaptado de PEREIRA e FONSECA, 2009, pag. 54. Viabilidade P o d e r ------ Baixo Alto Alto Risco elevado Risco nulo Baixo Risco total Risco pequeno 1.2 MÉTODO MULTICRITÉRIO Para abordar o método AHP (Saaty, 1980), é fundamental conhecer os métodos multicritérios, pois, a AHP está inserida neste grupo. Além disso, também se trata de um processo da tomada de decisão. Gomes (2007) explana que os métodos multicritérios são amplamente utilizados através da seleção, ordenação, classificação e do detalhamento descritivo das opções de 6 decisão. Podem ser utilizados para classificar as alternativas de decisão, e posteriormente aproveitando as mais adequadas, para aplicação de outro método, sabendo que os métodos utilizados devem partir do mesmo princípio estrutural. Os métodos multicritérios, provêm de natureza técnica e se ajustam perfeitamente no processo decisório em ambientes extremamente complexos. Sua forma de estruturação do problema, analiticamente, bem como o uso dos métodos, aumenta a possibilidade de optar pela solução mais aderente e satisfatória. Existem vários métodos multicritérios atualmente. Eles surgiram no fim da década de 60, através de Roy, e durante a década de 70 com Keeney, Raiffa apud Gomes, 2007, p. 24, e Saaty (1977), sendo Saaty o criador do modelo de Análise Hierárquica. Esses métodos multicritérios supradescritos, segundo Gomes, Araya e Carignano (2004), considera as seguintes questões: Existem conflitos entre os critérios da tomada de decisão e o problema; As alternativas, bem como os critérios, não são claros, assim como a escolha, que é uma opção relacionada a um ou mais critérios e não são compreendidas; Alternativas e critérios podem estar interligados, sendo dependentes ou implicando de alguma forma nos outros; A decisão é dada por pessoas que tem visões divergentes e conflitantes; Os problemas e suas restrições não são definidos a contento, possibilitando o questionamento do que é restrição ou critério; Possui critérios quantificáveis, sendo o resto juízo de valor efetivo em uma escala; Esta escala para um critério é cardinal, verbal ou ordinal. 7 1.3 ALGUNS MÉTODOS EXISTENTES Dentre os métodos multicritérios para tomada de decisão, Gomes (2007), elenca 7 como principais, entre eles o AHP. Cita a Escola holandesa do apoio multicritério à decisão que desenvolveu vários métodos multicritérios tendo como maior foco a economia regional, urbana e gestão ambiente. Segue uma breve descrição de alguns destes métodos: Método Electre: Elimination et Choix Traduisant la Réalité, é formado com base no primeiro método criado por Bernard Roy (1969), trabalha com problemas de classificação ordenada de alternativas. É bastante flexível pelo fato de aceitar comparações de suas alternativas ou opções, utilizando-se de pesos dos critérios das decisões. Existem variantes desse método que são Electre I, IS, II, III, IV e TRI. Método Prométhée: Também conhecido por Preference Ranking Organization Method for Enrichment Evaluation, possui 4 derivações e seus pioneiros são Jean-Pierre Brans, Macrecshal e Vicje apud Gomes, 2007, p. 32. Utiliza o enfoque construtivo, visando resolver problemas que envolvem ordenação. Emprega comparações binárias nas alternativas para comparar os critérios, sendo bastante simples sua aplicação. MAUT: O Multiattribute Utility Theory, prevê que cada alternativa do processo de decisão é composta por uma lista de atributos. Além de um método, é caracterizado como teoria, possibilitando uma fundamentação sólida no processo de decisão. Método Todim: Se resume na ordenação e seleção das opções disponíveis. Tendo como base na Teoria dos Prospectos, faz comparações com pares dos critérios e da decisão, sendo que alguns autores citam sua formação com base nos métodos AHP e Electre. Método Macbeth: Método multicritério de tomada de decisão que utiliza um recurso para restringir pesos na Análise Envoltória de Dados, comparando a eficiência otimizada com eficiência das unidades. 8 Análise verbal de decisões: Criado e utilizado na Rússia, proporciona um sistema de análise e apoio a tomada de decisão baseado em fatores verbais, contrapondo os quantitativos como o AHP. 1.4 METODOLOGIA MULTICRITÉRIO AHP O AHP (Analytic Hierarchy Process) foi um dos pioneiros na proposta de solucionar problemas no processo decisório multicritério. Criado em 1970 pelo Prof. Ph. D. Thomas L. Saaty teve sua primeira versão chamada de método de priorização de autovalor. Tem como foco o cruzamento direto e indireto das alternativas e objetiva a tomada de decisão através de critérios quantitativos e qualitativos (Gomes, 2007) além de propiciar avaliação pela ótica da subjetividade humana. O Decision Support Systems Resources (DSS, 2005) descreve o AHP como sendo uma aproximação para tomada de decisão, levando em conta a estrutura multicritério hierarquizada e avaliando o nível de importância dos critérios, comparando as alternativas para cada critério estabelecido e ordenando-as utilizando uma espécie de ranking. Assim como o método Totim, o AHP se aplica através de passos, avaliando os critérios, par a par, validando o nível de necessidade de cada alternativa relacionada aos critérios do processo de tomada de decisão. Por meio da análise desta matriz de critérios busca obter o nível das alternativas relacionado aos critérios de decisão, diminuindo as falhas. Esse método tem sua aplicabilidade normalmente centrada na resolução de problemas extremamente complexos, de alto risco e de longo prazo que se utilizem do feeling dos tomadores de decisão, embora seja também possível sua utilização em decisões menos complexas. Segundo Saaty (2008), para se tomar uma decisão organizada é preciso 9 estabelecer prioridades e decompor o processo de decisão. A tabela 2 detalha os passos do método. Tabela 2: Passos do Método AHP. Fonte: Adaptado de SAATY, 2008. Item Descrição 1 Detalhar o problema através dos relacionamentos dos critérios e alternativas hierarquicamente. 2 Criar matriz de comparação par a par, utilizando o resultado do item 1. 3 Através do conhecimento tácito sobre o problema em questão, realizar comparação das alternativas utilizando a escala proposta por Saaty. 4 Atribuir pesos nas alternativas e critérios se baseando na hierarquia já estabelecida. 5 Analisar e calcular a relação de coerência, validando a posição do gestor se está correto ou se sua decisão pode estar errada. 6 Calcular e construir a escala de valores com alternativas ordenadas. Saaty (1991) propõe na tabela 2, item 3, realizar a comparação utilizando uma escala de 1 a 9 que é citado por Gomes (2007), e segue na tabela 3. Tabela 3: Escala Fundamental de Números Absolutos Fonte: Int. J. Services Sciences, Vol. 1, No. 1, pp.86 (Saaty, 2008.) 10 Como esse método utiliza em sua base uma serie de cálculos matemáticos, foi construído um software que facilita o seu uso, o Expert Choice©, que aplica os conceitos do AHP, sendo o sistema oficial do método. 1.5 CRÍTICAS AO MÉTODO Existem aversões a metodologia AHP proposta pelo professor Saaty, além de aspectos questionáveis no método. Criticas quando a conversão da escala verbal para numérica, pois as escolhas utilizadas nesta escala sofrem com o processo de conversão, julgamentos que podem não traduzir a realidade dos fatos. Eles também criticam a inconsistência na escala fundamental de números absolutos, pois induz o agente de decisão a escolhas que podem não ser exatamente corretas. Criticas são colocadas quanto ao significado das respostas às questões, com relação ao peso dado a cada critério, pois não existem análises envolvendo as escalas e algumas alternativas podem impactar no resultado, ou seja, na ordem das mesmas. Os julgamentos também podem ser muitos, facilitando a presença de redundância, bem como as noções que deveriam ser dadas como comuns existentes no método, não são totalmente aceitas como um comportamento racional. Mesmo com as aversões ao método, todos reconhecem seu valor dentre os métodos multicritérios, fornecendo subsídios para a construção de modelos hierárquicos que justifiquem a utilização do mesmo. A estrutura proposta por Saaty para a problemática através de um modelo matemático, além de ser uma das mais utilizadas nos Estados Unidos, foi fundamental para o surgimento de novos métodos, além da condução da tomada de decisões complexas. 11 Por conta das críticas, surgiram métodos baseados no AHP puro, como o AHP multiaplicativo, o AHO referenciado e o AHP B-G. 1.6 MODELOS E MÉTODOS Modelos são exemplos ou templates definidos, que podem ser seguidos para se atingir algum objetivo, simplificando um processo maior. Modelos científicos são representações matemáticas do mundo real, sejam processos ou procedimentos. O termo métodos, que se originou do grego méthodos, são regras básicas ou procedimentos lógicos que são utilizados para atingir um determinado objetivo. Métodos científicos consistem em caracterizar qualitativamente, levantar as hipóteses com base na caracterização, realizar as previsões das hipóteses logicamente e realizar os experimentos testando os passos anteriores. A metodologia pode ser definida como os estudos sistêmicos e lógicos de uma pesquisa através das suposições e técnicas ou, como alguns autores definem o estudo dos métodos. 1.7 PROCESSO DE MODELAGEM Moore e Weatherford, (2005) definem o processo de modelagem em duas partes, sendo o mundo real e o mundo simbólico conforme a figura 1. 12 Figura 1: Processo de modelagem Fonte: Adaptado de MOORE e WEATHERFORD, 2005 2005.. No mundo real existe existem m situaç situações ões gerenciais gerenciais onde são tomadas as decisões. Já no mundo simbólico existe um modelo que que, após estudo e análise conduz a resultados resultados.. Através do do processo processo de de abstração, abstração, é possível se construir um modelo, que utiliza utiliza os os resultados resultados obtidos obtidos ee interpretados interpretados para para se se tomar a decisão. É importante saber que um modelo modelo eficaz eficaz éé aquele aquele que, quando utiliz utilizado, ado, resolve o problema no processo decisório. Os Os modelos modelos existem para tornar simples a realidade, sendo possível, através através do dos dos seus resultados, atender as as demandas demandas com coerência, estando disponível para uso sempre que houver necessidade em algum processo. 1.7.1 Modelos e seus tipos Ainda se segundo gundo M Moore oore e W Weatherford eatherford, eatherford, (2005 (2005), ), pode pode--se se trabalhar com 3 tipos de modelos existentes: Os físicos, analógicos e simbólicos. Os Os físicos físicos podem podem ser resumidos em projetos de prédios, de cidades ou nos nos modelos modelos da da aviação, utilizad utilizado oo basicamente basicamente por engenheiros. São tangíveis, simples de entender, porém porém complicados de se aplicar e alterar. 13 Os analógicos são apresentados através de grupos de relações por meios diferentes, porém análogos. São intangíveis, complicados para se entender, mas simples em sua aplicação e alteração. Como exemplo, tem-se o marcador de velocidade de uma motocicleta. Já os modelos simbólicos são abstratos e quantitativos, apresentados por modelos matemáticos não tendo relação física ou análoga. Também são intangíveis, porém complicados para entender, aplicar e alterar. Como exemplos os modelos de simulação ou de planilha. Os modelos de decisão se enquadram no grupo dos modelos simbólicos onde variáveis, que são os critérios e alternativas, representam o processo de tomada de decisão. 1.7.2 Criação de Modelos Para se construir um modelo, é necessário conhecer tecnicamente o assunto em questão e organizar a situação gerencial, entendendo profundamente o problema. Logo é preciso se basear também em um método para medir o resultado e lidar com fatos que sejam racionalmente possíveis. Sendo assim, podemos tratar os modelos em 3 fases: Conhecer o ambiente, entendendo os sintomas e o problema a ser resolvido, representar seletivamente e criar de fato o modelo (simbólico). O estudo e avaliação do ambiente nem sempre é uma tarefa realizada pelos analistas, sendo muitas vezes ignoradas ou tratadas como irrelevantes. Deve-se nesta fase esquecer questões pessoais ou culturais, como exemplo, e trabalhar com os aspectos relevantes (sintomas e problemas). Sendo assim, conhecer o ambiente e modelo é fundamental para o sucesso. Na fase de formulação, são elencados e definidos as situações, objetivos e variáveis de decisão, sendo necessário alguns cuidados, pois nem sempre pode ser possível definir 14 corretamente os objetivos ou até mesmo traçar os possíveis resultados sem erros. Aqui também são contemplados o levantamento dos insumos e dos produtos do modelo, sendo assim ainda não se tem uma lógica definida. Nos insumos, devem ser levantados os fatores (variáveis), controláveis e não controláveis. Já quanto aos produtos, pode-se medir o desempenho (funções objetivas) e variáveis de consequências. Já com todo o processo de formatação e formulação concluído, é possível iniciar o desenvolvimento do modelo. Assim, com o modelo pronto é possível analisar, gerar os resultados, interpretar e validar se as informações utilizadas foram corretas para, posteriormente, utilizar o modelo. 15 2 TOMADA DE DECISÃO NAS EMPRESAS Como foi discutido no capítulo 1, a tomada de decisão conceitualmente sofre influência de fatores como o conhecimento adquirido ao longo da vida (tácito), ou até mesmo explícito. Durante algum tempo, as decisões eram tomadas pelos mais altos níveis da pirâmide gerencial, que tinham total controle sobre os processos e operações. Neste conceito, não existem conflitos, pois as decisões podem ser impostas, muitas vezes, privilegiando necessidades pessoais acima das empresariais, lembrando que os ambientes eram pequenos, logo, sem alto nível de complexidade. No cenário atual, as mudanças de paradigma impuseram outros focos, estruturas, modelos e inclusive a tomada de decisão, que passou de somente racional para ser incrementada com psicologia, biologia e sistemática, como foco na qualidade, produtividade e no cliente (Pereira & Fonseca, 2009). Dentro da organização, é necessário trabalhar com a participação dos colaboradores dentro dos processos, inclusive na tomada de decisão. A participação de ambos os lados, decisor e colaborador, devem estar focadas na qualidade, produtividade e no atendimento ao cliente, estabelecendo uma relação de “troca”. A figura 2 ilustra a identidade da organização considerando as questões cultural, fundamental e de manifestação. 16 Figura 2: Identidade Organizacional Fonte: Pereira Pereira e Fonseca Fonseca, onseca, 2009 (p.165). (p.165) A figura 2 mo mostra stra stra como os fatores políticos e estruturais, bem como as manifestações manifestações do ser humano interagem e podem influenciar na identidade da organização, sendo refletida dentro dos processos decisórios. Dento Dento do do modelo modelo contemporâneo, é incrementado o papel do cliente cliente no no processo, processo, abrangendo aspectos externos a empresa, ficando como ação interna a decisão do gestor e participação participação do empregador, junto com o papel do cliente adquirindo adquirindo o produto ou até investindo através de ações no mercado de cartas e capitais. A A leitura leitura do do contexto, contexto, bem como do ambiente de fato, que é aa organização, organização, éé fundamental para entender a empresa e viabilizar a decisão. Segundo P Pereira ereira e F Fonseca onseca (2009), existe existem m nas empresas vozes exteriores e difusas difusas.. As exteriores estão relacionadas às necessidades do cliente, como agilidade, bons preços e As qualidade. qualidade. As difusas estão relacionadas à compilação e compreensão das informações tanto 17 internas quanto externas a empresas, como questões culturais, de tecnologia da informação e leis. 2.1 ESTRATÉGIA E DECISÃO NA ORGANIZAÇÃO Decisões são tomadas em todos os instantes, ou seja, decisões onde o gestor determina questões de sua rotina de trabalho, as planejadas, podendo ser mais estruturadas sejam de curto, longo ou médio prazo e decisões imediatista, que não são previsíveis e surgem de repente. Decisões de alta complexidade e riscos normalmente são tomadas em situações de incertezas, podendo tornar os resultados destorcidos e o não atingindo das metas. Questões humanas como percepções, feelings ou intuições são muito utilizadas nesses momentos. Esse tipo de decisão gera desconforto, pressões exageradas em todos os níveis envolvidos, insatisfação, ou até mesmo posicionamento indevido por parte dos gestores, sendo quase sempre dolorosa e marcante. Outro tipo de decisão nas empresas são as rotineiras. Decisões ligeiramente de baixo risco, simples e sem grande expressão, tomadas todos os dias. Esse tipo de processo pode estar apoiado em normatizações, procedimentos, diretrizes etc., sendo documentadas e solidamente estabelecidas na organização. Um exemplo é o desenvolvimento de um processo licitatório de uma empresa pública de TI, para aquisição de mouses de computadores. Não é extremamente significante para sua atividade fim tal decisão, mas além de atender as necessidades do ambiente, deve estar em conformidade com a Lei n° 6.666/93 que é a lei para licitações, segundo Gomes (2007). Esse processo de escolher alguma alternativa para solucionar um problema, também pode ser chamado de intervenções ou micro-intervenções que acontecem somente no dia-a- 18 dia. dia. Atualmente Atualmente contamos contamos com gestores em todos os níveis da organização organização tomando tomando decisões decisões estratégicas, que alteram a organização, sejam decisões do dia dia--aa--dia dia ou não, tornando o perfil do profissional muito mais macro e diversificado. Ainda P Pere ereira ereira e F Fonseca onseca (2009), descreve o processo de tomada de decisão nas empresas empresas relacionada relacionada com a estrutura da organização em 5 pressupostos pressupostos básicos básicos. básicos. Que o tamanho tamanho seja fundamental, administração flexível e dividindo as burocracias burocracias, burocracias, ser racional é essencial essencial,, ddeter eter eter a informação é crucial para decisões corretas no tempo certo certo,, uum m modelo funcional, lógica e funcionalidade na estrutura e a relação é comportamental, para manter a qualidade e bom funcionamento da organização. 2.2 A DECISÃO, O GESTOR E SEU COMPORTAMENTO Todos Todos são são gestores, gestores, sejam de macro decisões com um grande impacto impacto dentro dentro das das empresas empresas ou ou decisões decisões relacionadas relacionadas a pagar a conta de energia elétrica. elétrica. Portanto, Portanto, para para se se estruturar estruturar o processo de decisão, é necessário trabalhar algumas características. características. As fu funções nções nções gerenciais gerenciais são composto por 4 partes, controle, planejamento, organização organização e direção conforme figura 3. Figura 3: Funções Gerenciais Fonte: Adaptado de PEREIRA e FONSECA, 2009 2009.. 19 O gestor deve trabalhar conforme o ciclo descrito na figura 3. Dentre suas funções, podemos elencar alguns elementos imprescindíveis para se tomar decisões. O planejamento é um desses elementos que determina as tarefas, estratégias, ações e estabelece processos e procedimentos para se atingir o objetivo, visualizando as tendências futuras. Atualmente, planejar se torna uma tarefa quase que impossível, pois as mudanças constantes e o mundo globalizado tornam esta tarefa delicada e complexa. A Organização está relacionada a atividades e trabalhos para distribuir e dimensionar os recursos humanos e físicos disponíveis, além de normatizar e acompanhar os processos. Coordenar de fato é chefiar tomando decisões. Dirigir as pessoas estimulando e coordenando os trabalhos em grupo, que determina a competência quanto ao exercício do comando. Dentre as características de um decisor, não se pode esquecer-se da direção, onde a liderança é exercida em relação aos seus subordinados e demais envolvidos, tratando as relações, motivando, integrando e seu comprometimento com o trabalho. 2.3 MODELOS E EMPRESAS Os modelos podem ser utilizados em todos os níveis da empresa, porém de formas diferentes. Nos níveis mais altos através de resultados que não são decisões formatadas, auxiliando na estratégia e no processo de planejamento da empresa. Já nos outros níveis são recebidos como decisões ou recomendações para tal. Dentro das empresas os modelos podem ser utilizados para ofertar uma ideia aos envolvidos ou para organizar departamentos e processos. Modelos forçam a demonstração nítida dos objetivos, identificando e registrando as decisões e administrando variáveis, além de auxiliar no processo de avaliação através de uma análise lógica. 20 3 DINÂMICA ATUAL DE DECISÃO NAS EMPRESAS A tomada de decisão nas empresas pode ser determinada através de vários fatores, como culturais, éticos dentre outros já citados anteriormente no capítulo 1. Para que seja compreendida a dinâmica utilizada pelas empresas, foi realizado um estudo da tomada de decisão na escolha de software de monitoração da empresa Cobra Tecnologia S.A. Para atender seu ambiente de missão crítica. O processo estudado é exatamente o mesmo processo de tomada de decisão pelo qual este trabalho monográfico se propõe a desenvolver um modelo. 3.1 A EMPRESA E SEU AMBIENTE A Cobra Tecnologia S.A., antiga Computadores e Sistemas Brasileiros Ltda, teve sua fundação na década de 70, pelas empresas E.E. Eletrônica, o BNDE e a inglesa Ferrant. Foi uma das primeiras empresas a produzir tecnologia genuinamente brasileira. Atualmente a empresa faz parte do grupo do Banco do Brasil sendo seu braço tecnológico, especializada em automação bancária, desenvolvimento de software, hosting, entre outras atividades da área de TI. Oferta ao mercado software como serviço, hospedagem de máquinas e equipamentos nas modalidades dedication e colocation, bem como a implantação total de sistemas para municípios. O Data Center da Cobra possuí uma estrutura em expansão contínua, pois é mantida para comportar os serviços básicos e escalável conforme a captação de clientes. Sua infraestrutura elétrica, de arrefecimento e segurança é robusta e com ampla capacidade de utilização. 21 3.2 DEMANDA PARA TOMADA DE DECISÃO A Cobra Tecnologia possui atualmente uma robusta solução para monitorar seu ambiente no que diz respeito a sistemas, servidores e ativos de rede. Essa necessidade foi gerada devido ao seu novo ambiente ainda não possuir um sistema de monitoração para o ambiente crítico. Através de um procedimento que auxiliou na escolha dos softwares, foi finalizado o processo de tomada de decisão, avaliando cada uma das alternativas possíveis, estabelecendo alguns critérios. Depois da avaliação da demanda, determinou-se que dois softwares seriam necessários para o ambiente, sendo o primeiro para atender ao ambiente de monitoração de servidores e ativos de rede e o segundo para atender ao protocolo NetFlow. 3.3 PROCESSO E PROBLEMA NA ESCOLHA DE SOFTWARE (MONITORAÇÃO) Esta empresa adota o direcionamento do Governo Federal que se resume a inserir em seus processos de escolha de software sistemas abertos, ou como são popularmente conhecidos, software Livre. Softwares Livres, segundo a Free Software Foundation (2009), podem ser considerados sistemas de computares que o utilizador pode usar, copiar, estudar e redistribuir sem nenhuma restrição como pagamento de licenças ou a não possibilidade de visualização da codificação. Os analistas realizaram uma prospecção em busca de uma solução que já tivesse algum nível de aceitação, que não gerasse alto custo a se ajuste e demanda. O sistema deverá contemplar cerca de 50 hosts3, com o objetivo de atender a 2 ambientes, o Data Center em si e uma parte do ambiente Cobra/Banco do Brasil. 3 Host: Qualquer ativo de rede como computadores (servidores), roteadores, firewalls etc. 22 A equipe de operação é capacitada, mas acostumada com as soluções proprietárias da Sun Microsystems, solução tal que não poderia mais ser utilizada devido à falta de licenças de software. Como não existia nenhuma metodologia ou regra a ser seguida, foi utilizado um procedimento que visava atender todos os requisitos colocados na demanda recebida, os requisitos do Data Center e alguns relacionados ao corpo técnico da empresa. Através da busca, limitou-se em 3 soluções para estudo que no caso foram: Zabbix, Nagios e Hyperic. Os critérios a serem atendidos estão contidos na tabela 4: Tabela 4: Critérios para escolha de software de monitoração. Criado pelo autor. Item Descrição 1 Regido pela Licença GPL, versões 2 ou 3 ou compatível. 2 Fácil aprendizado e configuração (instalação e manuseio). 3 Dispor de recursos como envio de e-mail e SMS. 4 Propiciar proatividade na detecção de incidentes. 5 Trabalhar conceitos das práticas do ITIL. 6 Emissão de relatórios e possibilidade de customização. 7 Ser totalmente interoperável (agentes nativos). 8 Autenticação por usuários. 9 Recursos de auditoria via logs tanto de alteração na aplicação quanto dos incidentes. 10 Possibilidade de permissionamentos dos usuários. 11 Web-Based (Interface de Administração e visualização). 12 Possibilitar centralização dos dados (ITIL). 13 Trabalhar com RRDTool (Round Robin Database Tool). 14 Trabalhar com SNMP (Simple Network Management Protocol); 15 Sem custos com licenças e possibilidade de implementação pela Cobra (Não contratação de mão de obra especializada). 16 Possibilitar criação de ações para a retomada de serviços sem intervenção humana. 17 Utilizar recursos remotos para execução de scripts. 18 Evolução ativa da comunidade de Software Livre. 19 Se possível, obter empresa especializada mantendo o sistema. 20 Desejável nível de utilização no mundo. 23 Com os critérios determinados, já se tornou possível saber quais features do software serão serão básicos básicos para para continuar continuar no processo de avaliação. O próximo passo passo foi foi analisar analisar mais mais aa fundo fundo as as aplicações aplicações e para isso, foi utilizado como base o conceito do do PDCA PDCA ((Pain, (Pain, Do, Check and Act Act). ). A figura 4 ilustra este ciclo. Figura 4: Clico do PDCA Fonte: Fonte: Diniz, Diniz, Roberto. Processo Decisório em Tecnologia da Informação, Informação, Moderna, Moderna, pp.08 (Diniz (Diniz Diniz,, 2008). O O Ciclo Ciclo PDCA PDCA é amplamente utilizado nas áreas tecnológicas com com oo objetivo objetivo de de auxiliar no processo decisório para o atendimento das metas. Para descrever m melhor elhor o processo, a figura 5 provê uma visão mais detalhada das atividades atividades ee procedimentos procedimentos realizados tendo como base o PDCA supracitado supracitado ee exemplificado exemplificado 24 (figura (figura 44))... Esse Esse processo processo garante organização, planejamento e sem burocratizar os os trabalhos, trabalhos, detalhando cada etapa a ser realizada. Tal processo está descrito na figura 5. Figura 5: PDCA, Visão macro do processo – Monitoração Fonte: Imagem criada pelo autor. 25 Algumas fases são extremamente importantes nesse processo de avaliação. Além da avaliação técnica, alguns pontos foram levados em consideração nesse processo de avaliação, e são os seguintes: Participação dos usuários: Observar minuciosamente as colocações dos envolvidos (utilizadores do sistema). Avaliação de engenharia de software: Com o objetivo de conhecer as vantagens e vulnerabilidades da linguagem utilizada no desenvolvimento da aplicação, bem como a arquitetura do sistema, base de dados e todos os aspectos técnicos. Documentação e treinamento: Os colaboradores envolvidos participaram de uma semana de treinamento para conhecer todas as funcionalidades que seriam utilizadas e familiarização, além de receber documentos desenvolvidos pela empresa da solução escolhida. Com esse procedimento, foi possível realizar todas as fases do PDCA conforme definido e obter o resultado do software que mais se ajusta ao negócio. A princípio, esse processo apresenta-se o mais simples e lógico na decisão da escolha de um software, porém sem avaliação minuciosa que resulta em custos desnecessários ao negócio. Além disso, o processo de avaliação visa obter um software que atenda o NOC4 da empresa na atividade de missão critica que tenha o menor custo e impacto sendo ele livre ou proprietário. Foi desenvolvida a tabela 5, que compara os sistemas prospectados, que tem por objetivo demonstrar com mais clareza o que motivou a tomada de decisão sendo apresentada ao nível estratégico da pirâmide. 4 NOC: Network Operation Center – Departamento onde os analistas de operação monitoram os ambientes. 26 Tabela 5: Comparação entre critérios e alternativas de softwares – Monitoração. Fonte: Criado pelo autor. Tabela comparativa entre as soluções prospectadas Requisito Nagios Hyperic Zabbix Licença GPL 2 ou 3 ou compatível GPLv2 GPLv2 GPLv2 Nível de dificuldade para manuseio Textual Recursos como envio de E-mail e SMS E-mail Sim Sim Proatividade na detecção de incidentes Sim Sim Sim Poucos Sim Sim Sim (PHP) Sim (Java) Sim (PHP) Interoperável (agentes nativos) Sim Sim Sim Autenticação por usuários Não Sim Sim Auditoria de alteração na aplicação quanto dos incidentes Sim Sim Sim Permissionamentos dos usuários Não Sim Sim Visualização Sim Sim Centralização dos dados (ITIL) Sim Sim Sim RRDTools (Round Robin Database Tools) Sim Não Sim SNMP (Simple Network Management Protocol) Sim Sim Sim Sem custo de licença/possível de implementar (empresa) Sim Sim Sim Ações para a retomada serviços automaticamente Sim (Plugin) Sim Sim Recursos remotos para execução de scripts Sim (Plugin) Sim Sim Sim Sim Sim Comunidade Spring Sour. Zabbix SIA. Amplo Amplo Amplo Conceitos das práticas do ITIL Relatórios e possibilidade de customização Web-Based (Interface de Administração e visualização) Evolução ativa da comunidade de Software Livre Empresa especializada mantenedora do sistema Desejável nível de utilização no mundo Web-Based Web-Based 27 Dentre os 3 (três), softwares prospectados, Zabbix, Nagios e Hyperic, bem como através dos estudos e comparações descritos, foi tomada a decisão e o software que mais se ajusta as necessidades do Data Center da empresa é o Zabbix. Além de atender a todos os requisitos funcionais descritos pelos operadores do Data Center, bem como as demandas, passou por todos os testes e fases descritos no PDCA supradescrito. Testes simples feitos após a primeira implementação, favoreceu uma proatividade quase que em 100% dos eventos tendo por base o primeiro mês de implantação. A customização de Itens e Triggers propiciaram a criação de rotinas com o objetivo de acionar a execução de scripts diretamente nos servidores. Esse recurso tornou possível o reinício de serviços que eventualmente sofriam eventos, sem a necessidade de intervenção humana. O número de chamados diminuiu significativamente, pois quando surgia um novo evento, os analistas eram acionados e imediatamente providências eram tomadas com o objetivo de sanar o problema. Muitas vezes o cliente nem toma ciência do problema, pois a solução é quase que na sequência do fato ocorrido. Os clientes, de maneira geral, ganharam mais transparência no que diz respeito às evidências de monitoração. O Zabbix, através de seus relatórios, mapas e gráficos, possibilitaram aos clientes um relatório unificado que é gerado através da compilação dos dados de monitoração, estatísticas e até mesmo com cópia das telas. A monitoração através do protocolo SNMP, disponibilizou aos operadores do Data Center informações em tempo real do status do hardware, como exemplo, podemos citar 3 discos de um volume RAID5 nível 5. Antes só era possível saber do evento quando se ouvisse 5 RAID: (Redundant Array of Independent Drives) conjunto de discos configurados visando redundância. 28 o beep do servidor informando o erro, mas hoje o sistema já disponibiliza a informação em tempo real. Outro ponto importante a ressaltar é a curva de aprendizado dos colaboradores. Esses operadores, pelo fato de estarem lidando com uma aplicação Web-Based e após um treinamento ministrado pelo colaborador que prospectou a ferramenta, já manipulavam as operações básicas do sistema e após 2 meses dominavam a ferramenta por completo. Atualmente o Data Center Cobra conta com 3 servidores Zabbix dentro do ambiente. Dois para monitoração do ambiente de gerencia e backend (um para servidores e outro para os ativos de rede), e outro para a monitoração do ambiente DMZ (servidores e ativos de rede). No servidor de aplicação, a solução é composta por Apache, PHP e PHP GD2 dentre outros módulos. Já o backend e composto pelo SGBD6 MySQL7. Tal solução é mais utilizada na monitoração de servidores e aplicações (Em alguns casos monitoram também ativos de rede). 3.4 PROCESSO E PROBLEMA NA ESCOLHA DE SOFTWARE (NETFLOW) O Data Center, em uma ocasião posterior, passou por um processo de expansão quanto aos elementos que compunham toda sua infra-estrutura de rede. Tal processo fomentou a necessidade da aquisição de softwares dos mais variados, sendo que na maior parte, do fabricante dos equipamentos que estavam sendo adquiridos (Cisco Systems). A função desse sistema é realizar a monitoração as atividades da rede mantendo um padrão de segurança para o ambiente crítico. Um dos softwares desta lista é um interpretador do protocolo NetFlow, que tem por finalidade básica receber os fluxos exportados pelos elementos de rede, analisar e gerar 6 7 SGBD: Sistema Gerencial de Banco de Dados. MYSQL: Um dos mais populares SGBD's Livres. 29 gráficos. Este padrão está disponível em vários elementos de rede ofertados no mercado, bem como nas plataformas abertas como o Fprobe e Nprobe. O NetFlow é protocolo utilizado no monitoramento do tráfego de rede que identificam os fluxos de tráfego IP dos elementos de uma rede e através desta exportação, pode ser coletado por um software e analisado. Este é sistema delicado, pois é através dele que será possível medir a quantidade de banda que está sendo utilizada por um cliente, contabilizar e gerir a banda de Internet, avaliar a produtividade da rede etc. Conforme definição da Cisco System para o NetFlow “A network flow has been defined in many ways. The traditional Cisco definition is to use a 7-tuple key, where a flow is defined as a unidirectional sequence of packets all sharing all of the following 7 values: 1. Source IP address 2.Destination IP address 3.Source port for UDP or TCP, 0 for other protocols 4.Destination port for UDP or TCP, type and code for ICMP, or 0 for other protocols 5.IP protocol 6.Ingress interface 7.IP Type of Service” (Cisco System, Inc. NetFlow Solution Documentation. Version 3. San Jose: Cisco System, inc, 2008.) Esta descrição detalha exatamente como funciona e qual o conteúdo de um pacote NetFlow enviado por um elemento. Vale também salientar que estes softwares, a princípio, serão utilizados somente para monitoração dos fluxos. 30 Depois da pesquisa para levantar os possíveis softwares foi limitado em 2 (dois), o NFSen e Cisco NetFlow. Para geração de gráficos e monitoração dos links, foi utilizado o mesmo processo para escolha do software de monitoração supradescrito. Portanto, a tabela 6 descreve os critérios e alternativas a serem atendidas. Tabela 6: Critérios para escolha de software de NetFlow. Fonte: Criado pelo autor. Item Descrição 1 Ser instalado sobre Solaris ou GNU/Linux – Unix Like; 2 Geração de gráficos e emissão de relatórios; 3 Autenticação por usuários; 4 Possibilidade de permissionamentos dos usuários; 5 Web-Based (Interface de Administração e visualização); 6 Monitorar anomalias, uso e produtividade da rede; 7 Trabalhar com Trap SNMP (Simple Network Management Protocol); 8 Análise de impacto das novas implementações; 9 Disponibilizar dados das 7 tuples do NetFlow; 10 Discriminar fluxo por protocolo; 11 Ser utilizado por empresas de grande porte (muitas empresas); 12 Contabilizar número de pacotes e flows. O processo de escolha foi o mesmo utilizado para o software de monitoração de servidores e ativos de rede, seguindo o ciclo do PDCA. A figura 6 demonstra esta aplicação para o software de NetFlow. 31 Figura 6: PDCA, Visão macro do processo – NetFlow. Fonte: Imagem criada pelo autor autor.. Neste Neste caso caso também também se aplica a questão não técnica para o processo processo de de decisão, decisão, levando levando em em consideração consideração a participação dos usuários, avaliação de engenharia engenharia de de software, software, 32 documentação e treinamento, como descrito no item 3.4 para a escolha do software de monitoração (Zabbix). Tabela 7: Comparação entre critérios e alternativas de softwares – NetFlow. Fonte: Criado pelo autor. Tabela comparativa entre as soluções prospectadas Requisito NFSen Cisco NetFlow Sim Sim Poucos Sim Autenticação por usuários Não Sim Possibilidade de permissionamentos dos usuários Não Sim Web-Based (Interface de Administração e visualização) Sim Sim Monitorar anomalias, uso e produtividade da rede Sim Sim Trabalhar com Trap SNMP (Simple Network Management Protocol) Sim Sim Análise de impacto das novas implementações Sim Sim Disponibilizar dados das 7 tuples do NetFlow Sim Sim Discriminar fluxo por protocolo Sim Sim Nível de utilização nas empresas Pequeno Grande Sim Sim Ser instalado sobre Solaris ou GNU/Linux – Unix Like Geração de gráficos e emissão de relatórios Contabilizar número de pacotes e flows Dentre os 2 (dois), softwares prospectados, NFSen e Cisco NetFlow, através dos estudos e análises descritas e critérios estabelecidos na tabela 7, foi escolhida a solução Cisco NetFlow. Os dois softwares tinham suas vantagens e desvantagens particulares. O fato do NFSen ser Software Livre e ter custo de licença igual a zero, torna o mesmo um bom 33 argumento para tal decisão, mas não o decisivo. O Cisco NetFlow é simples de instalar e operar, tanto nos aspectos de manutenção quanto em sua usabilidade. Pelo fato do NfSen ainda se tratar de um projeto prematuro e embora não tenha sido levado em consideração durante o processo decisório, um dos fatores decisivos para a escolha do software Cisco NetFlow, se dá pelo fato da solução de software, Cisco NefFlow, bem como o hardware já em operação terem origem da mesma empresa, proporcionando um funcionamento harmônico e eficiente entre os elementos (hardware, protocolo, aplicação). Outro elemento é a robustez do sistema. O Cisco NetFlow tem tela para login, vários tipos de gráficos e formas de manipular os dados do protocolo (7 tuplas). Atende ao quesito de sistemas operacionais, pois pode ser instalado sobre Solaris, dentre outros não menos importantes. Foi observado que a saída dos dados é armazenada em arquivos organizados em uma estrutura de diretórios fácil e intuitiva, o que não ocorre no NfSen. O Gerador de relatório do “Collector Cisco” produz informações on-demand, em horários e datas precisos, com base nas saídas do coletor e nas regras e filtros especificados pelo usuário. Já o NfSen não atende 4 quesitos da tabela 7. O suporte aos dados gerados pelo protocolo BGP também são infinitamente mais precisos quando gerados pelo “Collector Cisco”. 34 4 MODELO PROPOSTO PARA TOMANDA DE DECISÃO BASEADO NO AHP Neste capítulo, será descrito um modelo tendo como base a metodologia AHP proposta por Saaty. Para tanto, será aplicado o método, utilizando como exemplo um dos processos realizados pela empresa Cobra Tecnologia S.A., o processo de escolha de software de monitoração. 4.1 APLICAÇÃO DO AHP PARA SOFTWARE DE MONITORAÇÃO No método AHP, é preciso aplicar os passos descritos no capítulo 1, tabela 2. a) Detalhamento do problema e relacionamentos; A definição do problema já foi levantada no capítulo 3, item 3.3, bem como os critérios elencados na tabela 4. As alternativas possíveis para este problema são os softwares Zabbix, (2009), Nagios, (2009) e Hyperic, (2009). Em caráter complementar também seguem detalhadamente critérios e alternativas na tabela 5. Ainda é necessário hierarquizar o problema, os critérios e alternativas. Para tanto, temse 20 critérios estabelecidos que precisam se tornar no máximo 8. Os 20 critérios foram transformados em sub-critérios e foram criados 8 grupos de critérios que Saaty trata como Objetivos e Sub-Objetivos que segue na figura 7. 35 Figura 7: Diagrama hierárquico Com o processo já hierarquizado e reduzido, pois é aconselhável trabalhar com no máximo 9 critérios, é possível dar continuidade com a segunda parte da aplicação do método AHP proposto por Saaty. 36 b) Matriz de comparação par-a-par; Buscando coerência, na tabela de comparação par-a-par um lado é recíproco ao outro, sendo que obter os valores de importância entre os critérios, ao relacionar o critério A com o critério B, de um lado tem-se os valores “3” e “7” e do outro “1/3” e “1/7” respectivamente. A tabela 8 demonstra tal comparação onde o critério Hyperic é comparado com ele mesmo o valor é “1”, ou seja, de igual importância. Já quando comparado ao Zabbix, seu valor é ½ e na comparação inversa é “2”, pois o Zabbix é de maior importância neste quesito. O próximo passo é criar as matrizes de comparação por critério validando a preferência entre uma alternativa e outra. Tabela 8: Matriz de comparação dos critérios: Licença. Matriz de comparação dos critérios: Licença Requisito Hyperic Zabbix Nagius Hyperic 1 1/2 2 Zabbix 2 1 1/2 Nagius 1/2 2 1 Tabela 9: Matriz de comparação dos critérios: Flexível. Matriz de comparação dos critérios: Flexível Requisito Hyperic Zabbix Nagius Hyperic 1 1/5 8 Zabbix 5 1 9 Nagius 1/8 1/9 1 37 Tabela 10: Matriz de comparação dos critérios: Part. no mercado. Matriz de comparação dos critérios: Part. no mercado Requisito Hyperic Zabbix Nagius Hyperic 1 1/7 1/7 Zabbix 7 1 6 Nagius 7 1/6 1 Tabela 11: Matriz de comparação dos critérios: Custo. Matriz de comparação dos critérios: Custo Requisito Hyperic Zabbix Nagius Hyperic 1 1/8 1/7 Zabbix 8 1 1/4 Nagius 7 4 1 Tabela 12: Matriz de comparação dos critérios: Suporte. Matriz de comparação dos critérios: Suporte Requisito Hyperic Zabbix Nagius Hyperic 1 1/6 1/6 Zabbix 6 1 5 Nagius 6 1/5 1 Tabela 13: Matriz de comparação dos critérios: Usabilidade. Matriz de comparação dos critérios: Usabilidade Requisito Hyperic Zabbix Nagius Hyperic 1 1/4 7 Zabbix 4 1 9 Nagius 1/7 1/9 1 38 Tabela 14: Matriz de comparação dos critérios: Funcionalidade. Matriz de comparação dos critérios: Funcionalidade Requisito Hyperic Zabbix Nagius Hyperic 1 1/6 1/2 Zabbix 6 1 9 Nagius 2 1/9 1 Tabela 15: Matriz de comparação dos critérios: Segurança. Matriz de comparação dos critérios: Segurança Requisito Hyperic Zabbix Nagius Hyperic 1 3 7 Zabbix 1/3 1 7 Nagius 1/7 1/7 1 c) Normalizar as matrizes criadas; Objetiva-se resultado igual a “1.000” através da soma de todos os elementos da coluna e depois a divisão de cada elemento da tabela pela soma de sua coluna. Na tabela 16, os elementos das colunas são somados, (1,000+2,000+0,500)=3,500, depois dividido o resultado pelo elemento (1,000/3.500)=0.286 e somado a coluna obtida, tabela 16.1, (0,286+0,571+0,143)=1,000. Tabela 16 e 16.1: Matriz normalizada dos critérios: Licença. Matriz normalizada: Licença Requisito Hyperic Zabbix Nagius Hyperic 1,000 0,500 2,000 Zabbix 2,000 1,000 Nagius 0,500 3,500 Soma = Matriz normalizada: Licença Requisito Hyperic Zabbix Nagius Hyperic 0,286 0,143 0,571 0,500 Zabbix 0,571 0,286 0,143 2,000 1,000 Nagius 0,143 0,571 0,286 3,500 3,500 1,000 1,000 1,000 Normal. = 39 Tabela 17 e 17.1: Matriz normalizada dos critérios: Flexível. Matriz normalizada: Flexível Requisito Hyperic Zabbix Nagius Hyperic 1,000 0,200 8,000 Zabbix 5,000 1,000 Nagius 0,125 6,125 Soma = Matriz normalizada: Flexível Requisito Hyperic Zabbix Nagius Hyperic 0,1633 0,152555 0,444 9,000 Zabbix 0,8163 0,762776 0,500 0,111 1,000 Nagius 0,0204 0,084668 0,056 1,311 18,000 1,000 1,000 1,000 Normal. = Tabela 18 e 18.1: Matriz normalizada dos critérios: Part. no mercado. Matriz normalizada: Part. no Mercado Requisito Matriz normalizada: Part. no Mercado Hyperic Zabbix Nagius Requisito Hyperic 1,000 0,143 0,143 Zabbix 7,000 1,000 Nagius 7,000 15,000 Soma = Hyperic Zabbix Nagius Hyperic 0,066666667 0,109 0,020 6,000 Zabbix 0,466666667 0,763 0,840 0,167 1,000 Nagius 0,466666667 0,128 0,140 1,310 7,143 Normal. = 1,000 1,000 1,000 Tabela 19 e 19.1: Matriz normalizada dos critérios: Custo. Matriz normalizada: Custo Requisito Hyperic Zabbix Nagius Hyperic 1,000 0,125 0,143 Zabbix 8,000 1,000 Nagius 7,000 16,000 Soma = Matriz normalizada: Custo Requisito Hyperic Zabbix Nagius Hyperic 0,0625 0,024 0,102656 0,250 Zabbix 0,5000 0,195 0,179469 4,000 1,000 Nagius 0,4375 0,781 0,717875 5,125 1,393 1,000 1,000 1,000 Normal. = 40 Tabela 20 e 20.1: Matriz normalizada dos critérios: Suporte. Matriz normalizada: Suporte Requisito Hyperic Zabbix Nagius Hyperic 1,000 0,167 0,167 Zabbix 6,000 1,000 Nagius 6,000 13,000 Soma = Matriz normalizada: Suporte Requisito Hyperic Zabbix Nagius Hyperic 0,077 0,122 0,027 5,000 Zabbix 0,4615 0,732 0,811 0,200 1,000 Nagius 0,4615 0,146 0,162 1,367 6,167 1,000 1,000 1,000 Normal. = Tabela 21 e 21.1: Matriz normalizada dos critérios: Usabilidade. Matriz normalizada: Usabilidade Requisito Hyperic Zabbix Nagius Hyperic 1,000 0,250 7,000 Zabbix 4,000 1,000 Nagius 0,143 5,143 Soma = Matriz normalizada: Usabilidade Requisito Hyperic Zabbix Nagius Hyperic 0,194 0,184 0,412 9,000 Zabbix 0,778 0,735 0,529 0,111 1,000 Nagius 0,028 0,081 0,059 1,361 17,000 1,000 1,000 1,000 Normal. = Tabela 22 e 22.1: Matriz normalizada dos critérios: Funcionalidade. Matriz normalizada: Funcionalidade Requisito Hyperic Zabbix Nagius Hyperic 1,000 0,167 0,500 Zabbix 6,000 1,000 Nagius 2,000 9,000 Soma = Matriz normalizada: Funcionalidade Requisito Hyperic Zabbix Nagius Hyperic 0,111 0,13067 0,048 9,000 Zabbix 0,667 0,78247 0,857 0,111 1,000 Nagius 0,222 0,08686 0,095 1,278 10,500 1,000 1,000 1,000 Normal. = 41 Tabela 23 e 23.1: Matriz normalizada dos critérios: Segurança. Matriz normalizada: Segurança Requisito Hyperic Zabbix Nagius Hyperic 1,000 3,000 7,000 Zabbix 0,333 1,000 Nagius 0,143 1,476 Soma = Matriz normalizada: Segurança Requisito Hyperic Zabbix Nagius Hyperic 0,677 0,724 0,466666667 7,000 Zabbix 0,226 0,241 0,466666667 0,143 1,000 Nagius 0,097 0,035 0,066666667 4,143 15,000 1,000 1,000 1,000 Normal. = d) Calcular a média dos critérios; Neste passo é necessário obter a média dos critérios já normalizados. Para tanto, tirar à média simples aritmética de cada linha, obtendo um vetor de um critério. Conforme tabela 24, calcular a média aritmética (0,286+0,143+0,571)= 0,333333. Tabela 24: Matriz de cálculo da média: Licença. Matriz de cálculo da média: Licença Requisito Hyperic Zabbix Nagius Média Hyperic 0,286 0,143 0,571 0,333333 Zabbix 0,571 0,286 0,143 0,333333 Nagius 0,143 0,571 0,286 0,333333 Tabela 25: Matriz de cálculo da média: Flexível. Matriz de cálculo da média: Flexível Requisito Hyperic Zabbix Nagius Média Hyperic 0,1633 0,152555 0,444 0,25329 Zabbix 0,8163 0,762776 0,500 0,69303 Nagius 0,0204 0,084668 0,056 0,05369 42 Tabela 26: Matriz de cálculo da média: Part. no mercado. Matriz de cálculo da média: Part. no Mercado Requisito Hyperic Zabbix Nagius Média Hyperic 0,066666667 0,109 0,020 0,06522 Zabbix 0,466666667 0,763 0,840 0,68989 Nagius 0,466666667 0,128 0,140 0,24489 Tabela 27: Matriz de cálculo da média: Custo. Matriz de cálculo da média: Custo Requisito Hyperic Zabbix Nagius Média Hyperic 0,0625 0,024 0,102656 0,06305 Zabbix 0,5000 0,195 0,179469 0,29149 Nagius 0,4375 0,781 0,717875 0,64546 Tabela 28: Matriz de cálculo da média: Suporte. Matriz de cálculo da média: Suporte Requisito Hyperic Zabbix Nagius Média Hyperic 0,077 0,122 0,027 0,07533 Zabbix 0,4615 0,732 0,811 0,66817 Nagius 0,4615 0,146 0,162 0,25650 Tabela 29: Matriz de cálculo da média: Usabilidade. Matriz de cálculo da média: Usabilidade Requisito Hyperic Zabbix Nagius Média Hyperic 0,194 0,184 0,412 0,26333 Zabbix 0,778 0,735 0,529 0,68065 Nagius 0,028 0,081 0,059 0,05600 43 Tabela 30: Matriz de cálculo da média: Funcionalidade. Matriz de cálculo da média: Funcionalidade Requisito Hyperic Zabbix Nagius Média Hyperic 0,111 0,13067 0,048 0,09656 Zabbix 0,667 0,78247 0,857 0,76882 Nagius 0,222 0,08686 0,095 0,13462 Tabela 31: Matriz de cálculo da média: Segurança. Matriz de cálculo da média: Segurança Requisito Hyperic Zabbix Nagius Média Hyperic 0,677 0,724 0,466666667 0,62256 Zabbix 0,226 0,241 0,466666667 0,31122 Nagius 0,097 0,035 0,066666667 0,06622 e) Criar matriz de prioridade; Após obter o resultado dos vetores, é possível construir a matriz de prioridade. Para tanto utiliza-se os dados do passo anterior onde nas linhas se tem as alternativas e nas colunas os critérios. A tabela de prioridades nada mais é do que a reorganização dos resultados da obtidos nas matrizes de cálculo da média. Tabela 32: Matriz de prioridades Matriz de prioridades Licença Flexível Part. no Mercado Custo Suporte Usabili_ dade Funciona_ Segurança lidade Hyperic 0,333333 0,25329 0,06522 0,06305 0,07533 0,26333 0,09656 0,62256 Zabbix 0,333333 0,69303 0,68989 0,29149 0,66817 0,68065 0,76882 0,31122 Nagius 0,333333 0,05369 0,24489 0,64546 0,25650 0,05600 0,13462 0,06622 44 f) Criar matriz de comparação; Neste passo é necessário construir a matriz de comparação dos critérios e criar as mesmas matrizes estabelecidas anteriormente para comparação. Com isso, obtém-se um vetor com a média das preferências por critério. Tabela 33: Matriz principal de comparação dos critérios com soma. Matriz principal de comparação dos critérios com soma Requisito A B C D E F G H A – Licença 1 9 5 1/4 1/7 1/5 1/9 1/7 B – Flexível 1/9 1 6 7 4 3 5 1/5 C – Part. no mercado 1/5 1/6 1 1/7 1/7 1/9 1/6 1/8 D – Custo 4 1/7 7 1 4 1/8 1/9 1/7 E – Suporte 7 1/4 9 1/4 1 1/7 1/7 1/8 F – Usabilidade 5 1/3 9 9 7 1 1/5 1/5 G – Funcionalidades 9 1/5 6 9 7 5 1 3 H – Segurança 7 5 8 7 8 5 1/3 1 7,065 4,936 Soma = 33,311 16,090 51,000 33,640 31,2857 14,579 45 Tabela 34: Matriz principal de comparação dos critérios: Normalizada. Matriz principal de comparação dos critérios: Normalizada Requisito A B C D G H A – Licença 0,03002 0,559 0,098 0,007 0,00457 0,0137 0,0157 0,0289 B – Flexível 0,00334 0,062 0,118 0,208 0,12785 0,2058 0,7077 0,0405 C – Part. mercado 0,00600 0,010 0,020 0,004 0,00457 0,0076 0,0236 0,0253 D – Custo 0,12008 0,009 0,137 0,030 0,12785 0,0086 0,0157 0,0289 E – Suporte 0,21014 0,016 0,176 0,007 0,03196 0,0098 0,0202 0,0253 F – Usabilidade 0,15010 0,021 0,176 0,268 0,22375 0,0686 0,0283 0,0405 G – Funcionalidades 0,27018 0,012 0,118 0,268 0,22375 0,3430 0,1415 0,6078 H – Segurança 0,21014 0,311 0,157 0,208 0,25571 0,3430 0,0472 0,2026 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 Normalizado = E F 1,000 1,000 Tabela 35: Matriz principal de comparação dos critérios: Média. Matriz principal de comparação dos critérios: Média Requisito A B C D E F G H Média A – Licença 0,03002 0,559 0,098 0,007 0,00457 0,0137 0,0157 0,0289 0,09461 B – Flexível 0,00334 0,062 0,118 0,208 0,12785 0,2058 0,7077 0,0405 0,18415 C – Part. Merc. 0,00600 0,010 0,020 0,004 0,00457 0,0076 0,0236 0,0253 0,01263 D – Custo 0,12008 0,009 0,137 0,030 0,12785 0,0086 0,0157 0,0289 0,05964 E – Suporte 0,21014 0,016 0,176 0,007 0,03196 0,0098 0,0202 0,0253 0,06205 F – Usabilidade 0,15010 0,021 0,176 0,268 0,22375 0,0686 0,0283 0,0405 0,12203 G – Funcion. 0,27018 0,012 0,118 0,268 0,22375 0,3430 0,1415 0,6078 0,24803 H – Segurança 0,21014 0,311 0,157 0,208 0,25571 0,3430 0,0472 0,2026 0,21683 46 g) Cálculo dos resultados; Para se obter o resultado final, é necessário multiplicar os dados resultantes da matriz disposta na tabela 32 pela matriz da tabela 35. O resultado é um vetor com os dados conclusivos por cada alternativa através da média ponderada. Tabela 36: Cálculo do resultado. Resultado da matriz de prioridades Resultado da matriz de comparação dos critérios Hyperic Zabbix Nagius Média A – Licença 0,333333 0,333333 0,333333 0,09461 B – Flexível 0,25329 0,69303 0,05369 0,18415 C – Part. Merc. 0,06522 0,68989 0,24489 0,01263 D – Custo 0,06305 0,29149 0,64546 0,05964 E – Suporte 0,07533 0,66817 0,25650 0,06205 F – Usabilidade 0,26333 0,68065 0,05600 0,12203 G – Funcion. 0,09656 0,76882 0,13462 0,24803 H – Segurança 0,62256 0,31122 0,06622 0,21683 Resultado = 0,27851 0,56795 0,15351 ---------- Na tabela 36, o resultado para a alternativa Hyperic, foi obtido e é exemplificado como referência através do seguinte cálculo: ((0,333333*0,09461)+(0,25329*0,18415)+(0,06522*0,01263)+(0,06305*0,05964)+ (0,07533*0,06205)+(0,26333*0,12203)+(0,09656*0,24803)+(0,62256*0,21683)) = 0,27851 Com esse resultado, obtém-se os valores de 27,85% para o software Hyperic, 15,35% para o software Nagius e 56,78% para o software Zabbix. 47 Ainda é possível calcular a coerência em relação a todas as matrizes desenvolvidas, porém não se aplica neste caso, pois existe a necessidade de obter dimensões iguais nas matrizes, sendo neste modelo uma matriz de “3x8”, onde não é aplicável. Como exemplo uma matriz de “6x6” caberia tal aplicação. O diagrama da figura 8 mostra mais claramente todo o processo decisório, onde é possível visualizar a porcentagem por cada critério envolvido, inclusive por resultado final. 48 Figura 8: Estrutura hierárquica com os respectivos resultados do AHP 49 5 ANÁLISE DOS RESULTADOS Mediante os estudos de teoria da decisão, decisão nas empresas, a dinâmica de decisão utilizada pela empresa Cobra Tecnologia S.A. e implementação do AHP em um dos processos estudados formatando um modelo, já se obtém dados consistentes para avaliar aspectos negativos e positivos deste estudo. Uma avaliação obtida através deste trabalho, quanto ao resultado da aplicabilidade do método AHP, sendo o resultado entre as 3 alternativas possíveis e 8 critérios definidos com base nos sub-critérios iniciais, está relacionada a escolha da empresa Cobra Tecnologia durante seu processo decisório e sua comprovação através do método AHP. 5.1 ASPECTOS POSITIVOS Um dos principais aspectos observados através dos estudos é a formatação bem definida durante todo o processo do AHP de uma justificativa do processo de escolha. Mesmo sabendo que é preciso levar em conta a utilização da escala fundamental proposta por Saaty, que é utilizada tendo como base o julgamento do tomador de decisão, o fato de avaliar a relação entre as alternativas e um determinado critério, torna possível justificar com mais propriedade e por diversos aspectos a decisão aos membros das cadeiras táticas e estratégicas da empresa. Através da hierarquização do processo estruturado de decisões complexas e estruturação do problema, é possível obter um modelo simples, de fácil compreensão e melhor avaliação, tornando menos complexa a etapa de avaliação. 50 O método também possibilita através do uso da escala fundamental e dos pesos atribuídos, modificá-los para que sejam visualizados os impactos destas mudanças no processo decisório facilmente. Outro ponto importante é a disseminação na empresa da decisão com outros colaboradores do processo, possibilitar auditórias através das documentações geradas além da segurança dos setores públicos quanto às analises do TCU na administração. 5.2 ASPECTOS NEGATIVOS A implementação do método não é algo muito simples. São muitos cálculos que dificultam sua aplicabilidade por qualquer pessoa. Uma possível alternativa ao processo maçante do AHP, pode ser a utilização de algum software que aplique os conceitos do método. O Expert Choice©, é um exemplo que pode facilitar bastante neste processo. Embora as críticas demonstradas no item 1.5, não se pode deixar de citar que mesmo com sua ampla reputação e utilização, além de ser um dos métodos multicritérios mais aceitos nos Estados Unidos, o AHP perde prestígio dentro da comunidade acadêmica mundial, pois propaganda negativa gera grande impacto na reputação. 51 CONCLUSÃO Com base na pesquisa realizada e na aplicação do método estudado neste trabalho, concluí-se que durante o processo de tomada de decisão em ambientes críticos existe a necessidade de se justificar a escolha realizada. A aplicação do método AHP, possibilita não só essa justificativa, mas o prestigio de se utilizar um método reconhecido mundialmente. Foi possível observar que mesmo através da utilização deste método, o tomador de decisão pode ser influenciado a favorecer uma determinada alternativa, sendo necessário ética durante o processo de avaliação. O método AHP se comportou como esperado, tornando possível e viável sua aplicação no processo de tomada de decisão para softwares de ambientes críticos. O resultado obtido através da aplicação do método, sendo este o software Zabbix como a melhor alternativa entre as outras, está em conformidade com o processo de decisão conduzido pela empresa Cobra Tecnologia S.A. Contudo, utilizando esta metodologia e através da avaliação dos critérios técnicos, demonstrou-se um aumento da probabilidade de sucesso na escolha de softwares para ambientes críticos. O conhecimento do negócio técnico individual e extremamente necessário, pois ele torna possível aplicar as técnicas do método AHP, na construção das matrizes utilizando a escala fundamental proposta por Saaty. Tendo em vista o estudo realizado, o método se aplica na tomada de decisão para softwares de ambientes críticos, mas demonstrou ser possível sua aplicação na escolha de qualquer tipo de software. Porém é importante validar, aplicando o modelo em outros tipos de decisões com outros focos para validação, antes de tomar a decisão de fato. 52 Considera-se que o objetivo deste trabalho, o de “estudar a metodologia de apoio à tomada de decisão multicritério, AHP, e aplicá-la na escolha da melhor alternativa de emprego” tenha sido atingido. 53 APÊNDICE Este glossário de termos tem a finalidade auxiliar na interpretação deste trabalho. Termo Definição Exemplo Software Programa de computador. OpenCalc Data Center Centro de processamento de dados. Hierarquia Distribuição ordenada dos poderes na Estratégico, empresa. operacional Alternativa Processo mental de julgamento. Critério Base para que coisas comparadas e julgadas. Missão crítica Disponibilidade de um software onde sua Sistema de caixa de um parada ocasiona grandes perdas. supermercado. Gerenciamento Controlar alguma tarefa ou processo. possam tático e Qual carro comprar: Fiat ou GM. ser 54 REFERÊNCIAS BEN, Fernando. Utilização do método AHP em decisões de investimento ambiental. Fortaleza: XXVI ENEGEP UCS/UFRGS, 2006. BETENCOURT, P. R. B.; BORENSTEIN, D. Desenvolvimento de um modelo de decisão com múltiplos critérios para a justificativa de investimentos em TI. In: Anais. Salvador: ENANPAD, 2002. CHIAVENATO, I. Introdução à Teoria da Administração. 5 ed. São Paulo: Makron Books, 1997. CISCO SYSTEM, Inc. NetFlow Solution Documentation. Version 3. San Jose: Cisco System, inc, 2008. DINIZ, R. Processo decisório em tecnologia da informação. Rio de Janeiro: Ciência Moderrna, 2008. DRUCKER, P. O Gerente Eficaz. 1˚ Edição. Rio de Janeiro: LTC, 1990. GOMES, L. F. A. M. Teoria da Decisão. São Paulo: Thomson Learning, 2007. GOMES, L. F. A. M.; ARAYA, M. C. G.; CARAGNANO, C. Tomada de decisões em cenários complexos: introdução aos métodos discretos do apoio multicritério à decisão. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2004. MOORE, J. H.; WEATHERFORD, L. R. Tomada de decisão em administração com planilhas eletrônicas. 6 ed. Porto Alegre: Bookman, 2005. PEREIRA, M. J. L. De B.; FONSECA, J. G. M. Faces da Decisão: Abordagem sistêmica do processo decisório. Rio de Janeiro: LTC, 2009. SAATY, T. L. Decision making with the analytic hierarchy process. Volume 1, Number 1. Pittsburgh: Int. J. Services Sciences, 2008. 55 SNEVELY, R. Enterprise Data Center Design and Methodology. São Paulo: Pearson, 2002. FREE SOFTWARE Foundation, Inc. (1996) GNU Project. Disponível em <http://www.gnu.org/philosophy/free-sw.html> Acesso em 23 nov. 2008. HYPERIC, Inc. (2009) HQ Documentation. Disponível em <http://support.hyperic.com/display/DOC/HQ+Documentation> Acesso em 23 nov. 2008. DECISION SUPPORT SYSTEMS Resource. Hierarchy Process (2005) What is the Analytical (AHP)? Disponível em <http://dssresources.com/faq/index.php?action=artikel&id=57> Acesso em 23 nov. 2008. NAGIUS. (2009) Nagios 3.x documentation. 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