MUDANÇAS CLIMÁTICAS E DESASTRES
NATURAIS
- Lições da Região Serrana para o Alerta,
Respostas e Prevenção de Riscos
Carlos Machado de Freitas (ENSP/FIOCRUZ)
Carlos Machado de Freitas
Uma das Funções Essenciais da Saúde Pública
(OPAS, 2002) é:
REDUÇÃO DO IMPACTO DAS EMERGÊNCIAS E
DESASTRES EM SAÚDE
Carlos Machado de Freitas
Para a Redução do Impacto das Emergências e Desastres
em Saúde são previstas as seguintes ações:
1) o desenvolvimento de políticas, o planejamento e a
realização de ações de prevenção, mitigação,
preparação, resposta e reabilitação para reduzir o
impacto dos desastres sobre a saúde pública
2) um enfoque integral com relação aos danos e a origem
de todas ou cada uma das emergências ou desastres
possíveis na realidade do país
3) a participação de todo o sistema de saúde e a mais
ampla colaboração intersetorial e interinstitucional na
redução do impacto de emergências ou desastres
Carlos Machado de Freitas
ANO DE 2005 – DOIS MARCOS INTERNACIONAIS PARA A
PREPARAÇÃO E RESPOSTA
•
Regulamento Sanitário Internacional (OMS)
•
Marco de Ação de Hyogo (EIRD)
Carlos Machado de Freitas
PRESSUPOSTOS PARA O DIAGNÓSTICO DAS
CAPACIDADES DE ALERTA, RESPOSTAS E PREVENÇÃO
•
Marco de ação internacional (Hyogo e RSI) &
Proposições de políticas públicas nacionais (CNSA,
CNDCAH, CNMA)
•
Marco legal (Leis, Decretos e Portarias) setores saúde,
defesa civil e meio ambiente (sobreposições e
ausências)
Carlos Machado de Freitas
Carlos Machado de Freitas
• Aproximadamente 60% dos serviços dos ecossistemas
estão sendo degradados ou utilizados de modo
insustentável, com custos difíceis de estimar, mas
crescentes.
• Existem evidências estabelecidas, ainda que
incompletas, de que estas mudanças vem aumentando
as chances de mudanças não-lineares nos ecossistemas,
o que inclui a aceleração de mudanças abruptas e
irreverssíveis
Carlos Machado de Freitas
Estas mudanças trazem consigo o potencial de
importantes conseqüências para os seres humanos
• doenças emergentes e reemergentes
• alterações abruptas da qualidade da água
• colapso na produção de alimentos
• mudanças no clima regional e global
Carlos Machado de Freitas
Carlos Machado de Freitas
As mudanças climáticas e seus efeitos se
caracterizam por:
• globais em escala;
• potencial de impactos à longo prazo;
• serem complexos;
• possuirem alto grau de variabilidade e incertezas;
• envolver diferentes organizações e valores;
• envolver diferentes interesses (sociais e
econômicos) em jogo;
• exigirem decisões sob condições de urgência
Carlos Machado de Freitas
Questões para refletirmos sobre as lições
que podemos aprender dos desastres para o
alerta, respostas e prevenção
Carlos Machado de Freitas
Quadro 1 - Causas das enchentes






Mudanças climáticas
Aquecimento global
Chuvas intensas e localizadas
Furacões e ciclones
Monsões
Derretimento intensivo de
neve e geleiras
 Tsunamis
Causas atribuídas aos
fenômenos e eventos
“naturais”
 Descarte inadequado de lixo
 Intensificação da agricultura
 Construções de barragens e
hidrelétricas
 Desmatamento e erosão do
solo
Causas
atribuídas
as
atividades humanas
Carlos Machado de Freitas
As causas do desastre na Região Serrana segundo o
relatório do CEPED/SC
o intervalo entre os eventos está diminuindo, e entre os
fatores que contribuem para o risco de desastres
aponta-se:
• Ocupação das margens de rios e córregos;
• Modos de construção inadequados para regiões de
encosta;
• Problemas de drenagem de água;
• Acúmulo de lixo nas encostas e desmatamento;
• Urbanização e falta de terrenos próprios para
ocupação em áreas seguras
Carlos Machado de Freitas
Carlos Machado de Freitas
Quadro 5 – Respostas sociais às enchentes
 Monitoramento do clima e previsão
meteorológica acopladas a um sistema de
alerta eficaz
 Monitoramento da vulnerabilidade em
relação as condições de saneamento, saúde
e de ocupação em áreas de risco acopladas
a políticas e ações de planejamento sobre o
uso e ocupação do solo
 Estruturação de sistemas de monitoramento
e vigilância sobre os as enchentes
(eventos), áreas e grupos vulneráveis, e
suas conseqüências para a saúde,
permitindo aprendizado contínuo para a
preparação e respostas as necessidades de
saúde pós-enchentes (curto, médio e longo
prazos)
Monitoramento
socioambiental
e vigilância em
saúde
como
instrumentos
para prevenção
e melhoria das
respostas
Carlos Machado de Freitas
Quadro 5 – Respostas sociais às enchentes (continua)
Capacidade de
 Avaliação das necessidades de evacuações
avaliações
das áreas acoplada a organização de abrigos
rápidas das
e alojamentos temporários imediatamente
áreas afetadas
no período pós-enchente e de casas
para identificar
temporárias para os que perderam suas
impactos,
habitações
riscos e
 Avaliação do sistema de abastecimento de
necessidades
água e da qualidade da mesma acoplado ao
sociais,
rápido tratamento e fornecimento de água
ambientais e
potável para população
de saúde da
 Avaliação das áreas em que o sistema de
população
coleta e disposição do lixo, bem como de
afetada (1)
coleta e tratamento de esgoto foram mais
afetados acoplado a ações rápidas de coleta
e disposição do lixo, reparo do sistema de
coleta e tratamento de esgoto e enterro de
animais mortos
Carlos Machado de Freitas
Quadro 5 – Respostas sociais às enchentes (continua)
 Avaliação dos alimentos disponíveis e e
descarte dos contaminados acoplada a
distribuição de mantimentos, utensílios de
cozinha e alimentos para os desalojados,
bem como higienização dos mesmos
 Avaliação do impacto sobre serviços
fundamentais para as crianças como
creches e escolas acoplada ao
restabelecimento rápido dos mesmos
Capacidade de
avaliações
rápidas das
áreas afetadas
para identificar
impactos,
riscos e
necessidades
sociais,
ambientais e
de saúde da
população
afetada (2)
Carlos Machado de Freitas




Quadro 5 – Respostas sociais às enchentes (continuação)
Capacidade de
respostas do setor
Controle de vetores de hospedeiros de
saúde (vigilância
doenças, do nível individual ao coletivo
em saúde, controle
Intensificação das ações de vigilância
de hospedeiros e
em saúde da exposição da população
vetores de
aos riscos de doenças e dos efeitos
doenças,
sobre a saúde
vacinações,
Vacinação rápida para o risco de
atenção e cuidado,
doenças para a população nas áreas
educação e
afetadas
conscientização
Provisão de serviços (tendas de saúde,
em relação aos
hospitais de campanha, laboratórios) e
riscos e problemas
de saúde) (3)
pessoal de saúde (médicos,
enfermeiras, terapeutas, técnicos de
laboratório) extras nas áreas afetadas
Carlos Machado de Freitas
Quadro 5 – Respostas sociais às enchentes (continuação)
Capacidade de
respostas do
 Ações de cuidados e apoio psicosocial
setor saúde
às populações afetadas para prevenir
(vigilância em
e monitorar os efeitos de longo prazo
saúde, controle
dos Transtornos do Estresse Pós
de hospedeiros e
Traumático
vetores de
 Programas de educação em desastres
doenças,
e saúde para a população (riscos das
vacinações,
enchentes, alertas, evacuações,
atenção e
potenciais impactos sobre a saúde,
cuidado,
primeiros socorros e ressuscitação,
educação e
ações necessárias para prevenir
conscientização
em relação aos
doenças)
riscos e
problemas de
saúde) (4)
Carlos Machado de Freitas
Quadro 5 – Respostas sociais às enchentes (continuação)
Capacidade de
respostas do
 Programas de treinamento para
setor saúde
profissionais de saúde de áreas
(vigilância em
vulneráveis ou afetadas, com ênfase
saúde, controle
em primeiros socorros, tratamento e
de hospedeiros e
prevenção de doenças relacionadas
vetores de
às enchentes
doenças,
vacinações,
 Medidas estruturais de reparos e
atenção e
reconstrução de instalações e vias de
cuidado,
comunicação, assim como de
educação e
habitações
conscientização
em relação aos
riscos e
problemas de
saúde) (5)
Carlos Machado de Freitas
Quadro 5 – Respostas sociais às enchentes (continuação)
Capacidade de
respostas do
 Planejamento de ações conjuntas e
setor saúde
coordenadas do setor saúde com
(vigilância em
outros setores governamentais
saúde, controle
(defesa civil, meio ambiente, forças
de hospedeiros e
armadas, agricultura, comunicação,
vetores de
transportes, polícia, etc) e em
doenças,
diferentes níveis (municipais,
vacinações,
estaduais e federais), além de
atenção e
empresas privadas (comunicação,
cuidado,
transportes, etc.) e organizações
educação e
não-governamentais
conscientização
em relação aos
riscos e
problemas de
saúde) (6)
Carlos Machado de Freitas
Para a Redução do Impacto dos Desastres em Saúde são
previstas as seguintes ações:
1) o desenvolvimento de políticas, o planejamento e a
realização de ações de prevenção, mitigação,
preparação, resposta e reabilitação para reduzir o
impacto dos desastres sobre a saúde pública
2) um enfoque integral com relação aos danos e a origem
de todas ou cada uma das emergências ou desastres
possíveis na realidade do país
3) a participação de todo o sistema de saúde e a mais
ampla colaboração intersetorial e interinstitucional na
redução do impacto de emergências ou desastres
Carlos Machado de Freitas
PRESSUPOSTOS PARA O DIAGNÓSTICO DAS
CAPACIDADES DE ALERTA, RESPOSTAS E PREVENÇÃO
1) Período posterior aos eventos e desastres
•
Gestão de Emergências ou de Desastres
Avaliações e constituição de uma memória coletiva
sobre esta gestão, quando o planejamento e
preparação são colocados em prática e confrontados
com complexidade e incertezas que suplantam
capacidade de previsão e, muitas vezes, de alerta e
respostas)
Carlos Machado de Freitas
PRESSUPOSTOS PARA O DIAGNÓSTICO DAS
CAPACIDADES DE ALERTA, RESPOSTAS E PREVENÇÃO
O desastre é, por definição, um evento em que a
normalidade é alterada e o funcionamento da
sociedade e de suas instituições sofre não somente
uma mudança quantitativa, mas também qualitativa e
que exige que o alerta e preparação de respostas das
fases pré-eventos possam lidar com a complexidade e
incertezas que o evento gera para as respostas em
situações reais
Carlos Machado de Freitas
PRESSUPOSTOS PARA O DIAGNÓSTICO DAS
CAPACIDADES DE ALERTA, RESPOSTAS E PREVENÇÃO
O objetivo das respostas nos desastres é reduzir os
danos gerados e controlar os riscos futuros para que as
perdas e danos não aumentem. A gestão de
emergências ou de desastres é sempre a gestão do
risco novo (mesmo quando conhecido), evitando um
segundo desastre que poderá ocorrer ou não em
função da capacidade de conexão entre a preparação e
resposta formalizada e planejada responder de modo
adaptativo as situações reais, bem como do tempo de
recuperação
Carlos Machado de Freitas
Obrigado e bom dia para todos
Carlos Machado de Freitas
[email protected]
Carlos Machado de Freitas
Download

Quadro 5 – Respostas sociais às enchentes (continuação)