ID: 59856885 01-06-2015 Tiragem: 35000 Pág: 12 País: Portugal Cores: Cor Period.: Mensal Área: 19,66 x 27,94 cm² Âmbito: Saúde e Educação Corte: 1 de 2 Jovens de todo o país simularam julgamentos Semana Justiça para Tod@s O primeiro ciclo de ações do projeto Justiça para Tod@s, promovido pelo IPAV, terminou na Semana Justiça para Tod@s, onde mais de 130 equipas de jovens se deslocaram a vários Tribunais, ao longo do território nacional, para simularem julgamentos de casos de Direitos Humanos. Cada equipa de jovens simulou um julgamento, representando todos os papéis de um caso relacionado com direitos humanos, com a exceção do Juiz que foi real e presidiu às simulações. As simulações decorreram nos Tribunais das comarcas de zona das equipas. A semana Justiça para Tod@s teve lugar entre 11 e 15 de Maio, mas na verdade e devido ao elevado número de equipas participantes, as simulações extenderam-se até final de maio. Ao longo deste período foram realizadas simulações de julgamentos de casos de direitos humanos em vários Tribunais, Escolas, Projetos do Programa Escolhas e Centros Educativos ao longo do País. Justiça para Tod@s é um projeto de promoção de valores democráticos através da educação para a justiça e os direitos humanos. No âmbito do projeto são realizadas ações de sensibilização, divulgação, workshops e jogos de simulação - role-play games - de casos nos Tribunais ao longo de todo o território nacional. O projeto é dirigido a jovens estudantes, jovens do Programa Escolhas e jovens dos Centros Educativos, entre os 12 e os 25 anos. Neste primeiro ciclo de ações, que iniciou em Setembro de 2014 e terminou na Semana Justiça para Tod@s, estiveram envolvidos mais de 2500 jovens. De iniciativa do IPAV - Instituto Padre António Vieira, o Justiça para Tod@s é cofinanciado pelo Programa Cidadania Ativa e conta com o apoio do Centro de Estudos Judiciários, Centro de Investigação Interdisciplinar de Direitos Humanos da Universidade do Minho, Alto Comissariado para as Migrações/Programa Escolhas, Escola Superior de Educação Paula Frassineti, Direção Geral de Reinserção e Serviços Prisionais, Abreu Advogados, Associação de Apoio à Vitima, Forum Estudante e Público na Escola. O Programa Cidadania Ativa é um instrumento de apoio às Organizações Não Governamentais (ONG), em vigor entre 2013 e 2016 e financiado pelo Mecanismo Financeiro do Espaço Económico Europeu (EEA Grants). A sua gestão está a cargo da Fundação Calouste Gulbenkian. Fernando Pinto, professor de Psicologia na escola Eça de Queirós Este projeto permite que os alunos, para além das informações que recolham através dos manuais, através daquelas aulas mais clássicas, possam aprender participando diretamente, simulando de forma mais real aquilo que são os acontecimentos que fazem parte do corpo de conhecimentos que estão a estudar. Neste caso tem a ver com a lei, com a cidadania e com aquilo que é a nossa participação numa sociedade enquanto sujeitos portadores de direitos e deveres. Este programa permite que eles, através de uma experiência muito vivida, se vão empenhando, vão encontrando etapas novas no processo de desenvolvimento que este projeto tem. Tudo isso contribui para uma formação bem integral, ID: 59856885 01-06-2015 bem assimilada através da experiência direta daquilo que de outra forma seriam, se calhar, conhecimentos com alguma sensaboria teórica e com uma capacidade para penetrar neles, enquanto aprendizagem, muito mais reduzida. Carla Câmara, juíza de Direito na Instância Central Cível de Lisboa Correu lindamente eles estão todos de parabéns, foi uma simulação brilhante, todos os papéis foram assumidos com muita seriedade foi fascinante ver como se tinham empenhado e como tinham o domínio do processo e como conseguiam intervir nos seus tempos. Com algum nervosismo inicial mas eu própria estava nervosa e faço julgamento todos os dias - não faço estes mas faço dos outros, dos reais - portanto compreendo o nervosismo que eles tinham. Houve aqui um investimento e muito trabalho e acho que foi de facto uma mais-valia. Este projeto é uma mais-valia para nós, nós somos juízes muito conscientes de que trabalhamos para o cidadão e o sistema de justiça tem que ser um sistema participado, quanto mais intervierem todos neste sistema melhor nós conseguimos desempenhar o nosso papel. Nós trabalhamos para eles, para os cidadãos e trabalhamos para que possam também fazer desta casa de justiça a sua casa. Tiragem: 35000 Pág: 13 País: Portugal Cores: Cor Period.: Mensal Área: 18,15 x 11,85 cm² Âmbito: Saúde e Educação Corte: 2 de 2 Samuel Santos, estudante Senti um pouco de nervosismo mas também um pouco de excitação por fazer este trabalho até porque eu gosto, é uma área que eu quero seguir. Quero ser Comissário da República e este projeto foi uma coisa que eu pude vivenciar para ver se eu tinha a certeza ou se não se era o caminho que queria seguir. Com o julgamento aprendi, primeiramente, a igualdade. Mesmo que uma pessoa esteja a ser acusada, sem termos a certeza, ele tem que ser obrigatoriamente tratado como igual à testemunha porque pode ou não ser verdade. O que aprendi foi que ali no tribunal devemos sempre ser verdadeiros.