Federação Espírita Brasileira Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita PROGRAMA FUNDAMENTAL Módulo XII: Lei de Sociedade e Lei do Trabalho ROTEIRO 3 Necessidade Do Trabalho OBJETIVOS ESPECÍFICOS: •Justificar a necessidade do trabalho para o ser humano. •Explicar como solucionar o problema da miséria social. O trabalho é lei da Natureza, por isso mesmo que constitui uma necessidade, e a civilização obriga o homem a trabalhar mais, porque lhe aumenta as necessidades e os gozos. O livro dos espíritos, questão 674. O trabalho se impõe ao ser humano como uma necessidade porque é um [...] meio de aperfeiçoamento da sua inteligência. Sem o trabalho, o homem permaneceria sempre na infância, quanto à inteligência. Por isso é que seu alimento, sua segurança e seu bemestar dependem do seu trabalho e da sua atividade. Ao extremamente fraco do corpo outorgou Deus a inteligência, em compensação. Mas é sempre um trabalho. O livro dos espíritos, questão 676. O trabalho, entendido como lei da Natureza, [...] é das maiores bênçãos de Deus no campo das horas. Em suas dádivas de realização para o bem, o triste se reconforta, o ignorante aprende, o doente se refaz, o criminoso se regenera. XAVIER, Francisco Cândido. Voltei. Pelo Espírito Jacob. 23. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2003. Cap. 20 (Retorno à tarefa), p. 189. É [...] o guia na descoberta de nossas possibilidades divinas, no processo evolutivo do aperfeiçoamento universal. Nele [...] a alma edifica a própria casa, cria valores para a ascensão sublime. XAVIER, Francisco Cândido. Reportagens de além-túmulo. Pelo Espírito Humberto de Campos. 5. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1974. Cap. 20 (O valor do trabalho), p. 144. Os Espíritos Orientadores nos esclarecem que o trabalho do homem [...] visa duplo fim: a conservação do corpo e o desenvolvimento da faculdade de pensar, o que também é uma necessidade e o eleva acima de si mesmo. O livro dos espíritos. Questão 677, p. 369. O trabalho, em tese, para o ser em processo de evolução, configura-se sob três aspectos principais: material, espiritual, moral. Através do trabalho material, propriamente dito, dignifica-se o homem no cumprimento dos deveres para consigo mesmo, para com a família que Deus lhe confiou, para com a sociedade de que participa. Pelo trabalho espiritual, exerce a fraternidade com o próximo e aperfeiçoa-se no conhecimento transcendente da alma imortal. No campo da atividade moral, lutará, simultaneamente, por adquirir qualidades elevadas, ou, se for o caso, por sublimar aquelas com que já se sente aquinhoado. PERALVA, Martins. Estudando o evangelho. 7. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1996. Cap. 3 (Renovação), p. 3233. Os conflitos sociais não resolvidos, ou incorretamente administrados, podem gerar uma situação de pobreza generalizada, e todas as suas conseqüências calamitosas. Os espíritas, sabemos que as desigualdades sociais existentes no Planeta estão vinculadas a dois pontos fundamentais: a manifestação da lei de causa e efeito e a visão materialista da vida. Não podem os homens ser felizes, se não viverem em paz, isto é, se não os animar um sentimento de benevolência, de indulgência e de condescendência recíprocas; numa palavra: enquanto procurarem esmagar-se uns aos outros. A caridade e a fraternidade resumem todas as condições e todos os deveres sociais; uma e outra, porém, pressupõem a abnegação. Ora, a abnegação é incompatível com o egoísmo e o orgulho; logo, com esses vícios, não é possível a verdadeira fraternidade, nem, por conseguinte, igualdade, nem liberdade, dado que o egoísta e o orgulhoso querem tudo para si. Eles serão sempre os vermes roedores de todas as instituições progressistas; enquanto dominarem, ruirão aos seus golpes os mais generosos sistemas sociais, os mais sabiamente combinados. É belo, sem dúvida, proclamar-se o reinado da fraternidade, mas, para que fazê-lo, se uma causa destrutiva existe? É edificar em terreno movediço; o mesmo fora decretar a saúde numa região malsã. Em tal região, para que os homens passem bem, não bastará se mandem médicos, pois que estes morrerão como os outros; insta destruir as causas da insalubridade. Para que os homens vivam na Terra como irmãos, não basta se lhes dêem lições de moral; importa destruir as causas de antagonismo, atacar a raiz do mal: o orgulho e o egoísmo. Obras póstumas. Primeira Parte, item: O egoísmo e o orgulho, p. 250-251. O Espiritismo nos apresenta uma solução para o problema da miséria social, expressa nas seguintes palavras de Allan Kardec: Liberdade, igualdade, fraternidade. Estas três palavras constituem, por si sós, o programa de toda uma ordem social que realizaria o mais absoluto progresso da Humanidade, se os princípios que elas exprimem pudessem receber integral aplicação [...]. A fraternidade, na rigorosa acepção do termo, resume os deveres dos homens, uns para com os outros. Significa: devotamento, abnegação, tolerância, benevolência, indulgência. É, por excelência, a caridade evangélica e a aplicação da máxima: Proceder para com os outros, como queríamos que os outros procedessem para conosco. O oposto do egoísmo [...]. Considerada do ponto de vista da sua importância para a realização da felicidade social, a fraternidade está na primeira linha: é a base. Sem ela, não poderiam existir a igualdade, nem a liberdade séria. A igualdade decorre da fraternidade e a liberdade é conseqüência das duas outras. Com efeito, suponhamos uma sociedade de homens bastante desinteressados, bastante bons e benévolos para viverem fraternalmente [...]. Num povo de irmãos, a igualdade será conseqüência de seus sentimentos, da maneira de procederem, e se estabelecerá pela força mesma das coisas. Qual, porém, o inimigo da igualdade? O orgulho, que faz queira o homem ter em toda parte a primazia e o domínio [...]. A liberdade [...] é filha da fraternidade e da igualdade [...]. Os homens que vivam como irmãos, com direitos iguais, animados do sentimento de benevolência recíproca, praticarão entre si a justiça, não procurarão causar danos uns aos outros e nada, por conseguinte, terão que temer uns dos outros. A liberdade nenhum perigo oferecerá, porque ninguém pensará abusar dela em prejuízo de seus semelhantes. [...]. Obras póstumas. Primeira Parte, item: O egoísmo e o orgulho, Item: Liberdade, igualdade, fraternidade, p. 260-262. CONCLUSÃO: O trabalho (...) é lei da Natureza, mediante a qual o homem forja o próprio progresso, desenvolvendo as possibilidades do meio ambiente em que se situa, ampliando os recursos de preservação da vida, por meio das suas necessidades imediatas na comunidade social onde vive.(...) FRANCO, Divaldo Pereira. Estudos Espíritas. Pelo Espírito Joanna de Ângelis. FEB, 1995. 6 ed. Capítulo 11 (Trabalho), p. 91. (...) A caridade e a fraternidade resumem todas as condições e todos os deveres sociais; uma e outra, porém, pressupõem a abnegação.(...) KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo. Tradução de Guillon Ribeiro. 126.ed. Rio de Janeiro: FEB, 2006. cap.16, p.250 -251.