Jornal da Ano 14 – edição nº 86 – maio 2007 FEBRASGO Jornal da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia Medicina Responsável: Quando o trabalho voluntário faz a diferença Personagem Yvonne Capuano, diretora do Ciesp Institucional Conheça o novo Portal Febrasgo Lazer Colecionismo: terapia médica CONTRACEPÇÃO EM BAIXA DOSE (1,2) desogestrel 150 mcg etinilestradiol 20 mcg Eficácia contraceptiva Índice de Pearl de 0,07 Índice de Pearl de 0,05 589 Mulheres avaliadas durante 3 anos (19.095 ciclos) (3) Formulação com Gestodeno (3,4) 1.684 mulheres avaliadas por um período de 6 meses, num total de 25.970 ciclos. (4) Bom Controle de Ciclo Formulação com (5,6) Baixa Incidência de Efeitos Adversos Desogestrel (3,7) GINECOLOGIA DIMINUT (gestodeno e etinilestradiol) - USO ADULTO - COMPOSIÇÃO E APRESENTAÇÕES: Cada comprimido contém: Gestodeno 0,075 mg. Etinilestradiol 0,020 mg. Cartucho contendo 1 ou 3 cartelas com 21 comprimidos revestidos. INDICAÇÕES: Contracepção. CONTRA-INDICAÇÕES Gravidez, distúrbios graves da função hepática; história prévia ou atual de tumores hepáticos, antecedente de icterícia idiopática ou prurido intenso durante a gravidez; síndromes de Dubin-Johnson e de Rotor; processos tromboembólicos ou antecedentes (ex.: apoplexia, infarto do miocárdio); fibrilação atrial; diabetes graves com alterações vasculares; anemia falciforme; tumores hormônio-dependentes do útero ou da mama ou suspeita dos mesmos; endometriose; distúrbios do metabolismo lipídico; antecedentes de herpes gravídico; sangramento genital anormal de causa indeterminada, otosclerose agravada durante a gravidez. Uso durante a lactação: Fica a critério médico a conveniência do uso de Diminut (gestodeno e etinilestradiol) durante o período de lactação. Os contraceptivos orais administrados no período pós-parto podem interferir com a lactação diminuindo a quantidade e a qualidade do leite secretado. Pequenas quantidades dos componentes hormonais são excretados no leite de lactantes. PRECAUÇÕES: Recomenda-se a interrupção do tratamento contraceptivo com Diminut (gestodeno e etinilestradiol) nos seguintes casos: Aparecimento pela primeira vez de cefaléias semelhantes às da enxaqueca, ou cefaléias com freqüência e intensidade fora do habitual; repentinas perturbações visuais ou auditivas; sinais precursores de tromboflebites ou de tromboembolias; angina de peito; cirurgias eletivas (6 semanas antes da data prevista); imobilização forçada (acidentes etc); aparecimento de icterícia; hepatite; prurido generalizado; aumento de ataques epilépticos; aumento considerável da pressão arterial e gravidez. Vômito ou diarréia podem diminuir a eficácia dos contraceptivos orais. ATENÇÃO: O risco de trombose arterial (derrame cerebral, infarto do miocárdio) associado ao uso de contraceptivos orais combinados, aumenta com a idade e o fumo intenso. Por esta razão, mulheres acima de 35 anos que utilizam contraceptivos orais devem ser rigorosamente advertidas a não fumar. ADVERTÊNCIAS: Antes de iniciar o tratamento deve ser realizado exame clínico, que incluirá, entre outros, medida de pressão arterial, pesquisa da glicosúria e, se necessário, hepatograma, além de minucioso exame ginecológico, incluindo mamas e citologia cervical oncológica. A possibilidade de gestação deve ser excluída. Em tratamento prolongado recomenda-se controle médico semestral. Durante o tratamento com esteróides sexuais, têm-se observado, algumas vezes, alterações hepáticas benignas e, muito mais raramente, também malignas, que em casos isolados podem provocar hemorragias intra-abdominais perigosas. Deve-se informar ao médico sobre quaisquer queixas abdominais altas, não habituais, que não cedam espontaneamente em curto espaço de tempo, pois pode ser necessário interromper a administração. Mulheres com diabetes, hipertensão arterial, varizes, otosclerose, esclerose múltipla, epilepsia, porfiria, tetania, coréia menor, antecedentes de flebite ou tendência para diabetes devem manter-se sob cuidadosa vigilância médica. Com relação à trombose arterial, seu risco relativo parece aumentar quando, concomitantemente, existem outros fatores, tais como tabagismo, idade mais avançada, hipertensão arterial, hipercolesterolemia, obesidade, diabetes, pré-eclampsia, tratamento contraceptivo combinado prolongado por vários anos. O tratamento deverá ser imediatamente interrompido caso apareçam algum dos seguintes sintomas: dores de cabeça do tipo enxaqueca em pacientes que nunca tiveram este sintoma; dores de cabeça freqüentes com intensidade fora do habitual; perturbações repentinas dos sentidos (por exemplo: de visão, da audição); dores não-habituais nas pernas ou inchaços não-habituais nos braços ou pernas; dores do tipo pontada ao respirar ou tosse sem motivo aparente; sensação de dor e aperto no peito; icterícia; coceira no corpo todo; aumento de crises epilépticas; aumento significativo da pressão sangüínea; depressão grave; dores ou inchaço não-habituais no abdômen que não desapareçam em curto espaço de tempo; gravidez. Em qualquer destas circunstâncias o médico deverá ser informado. A medicação também deverá ser suspensa em caso de cirurgias programadas (6 semanas antes da data prevista) ou imobilização forçada, decorrente, por exemplo, de acidentes ou operações. INFORME AO SEU MÉDICO SE ESTIVER TOMANDO OUTRO MEDICAMENTO. INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS Barbitúricos, fenilbutazona, hidantoína, rifampicina, primidona, carbamazepina, griseofulvina, que são indutores de enzimas hepáticas podem reduzir o efeito contraceptivo. As necessidades de medicamentos hipoglicemiantes orais ou insulina podem ser alteradas, como resultado do efeito da tolerância à glicose. Antibióticos incluindo ampicilina e tetraciclina podem reduzir a eficácia dos contraceptivos orais por causar alterações da flora intestinal. Mulheres recebendo indutores de enzimas hepáticas ou antibióticos de amplo espectro devem utilizar concomitantemente métodos contraceptivos de barreira (por ex.: diafragma mais espermicida ou preservativo masculino). Interação com testes laboratoriais: O uso de contraceptivos orais pode influenciar no resultado de alguns testes laboratoriais, incluindo parâmetros bioquímicos hepáticos, da tireóide, adrenal e função renal, níveis plasmáticos de proteínas de ligação e fração lipídio/lipoprotéica, parâmetros do metabolismo de carboidratos e parâmetros de coagulação e fibrinólise. REAÇÕES ADVERSAS: Cefaléia, distúrbios gástricos, náuseas, tensão mamária, sangramentos intermediários, alterações do peso ou da libido, estados depressivos e cloasma. Em casos isolados, diminuição da tolerância ao uso de lentes de contato. POSOLOGIA E MODO DE USAR: No primeiro ciclo ingerir um comprimido por dia durante 21 dias consecutivos, sempre no mesmo horário, iniciando no primeiro dia de sangramento. Nos ciclos subseqüentes deverá ser observado um intervalo de 7 dias entre o último comprimido do ciclo que termina e o primeiro comprimido do ciclo que se inicia. Se não ocorrer o sangramento por privação neste intervalo, o tratamento não deverá ser continuado até que seja excluída a possibilidade de gravidez. Diminut (gestodeno e etinilestradiol) é eficaz a partir do 1º dia de tratamento, se os comprimidos forem tomados a partir do 1º dia do ciclo, como descrito. Pode ocorrer em casos isolados, sangramento por disrupção e “spotting”, principalmente durante os 3 primeiros meses de utilização de Diminut (gestodeno e etinilestradiol), que, geralmente, cessa espontaneamente. A paciente deve, entretanto, continuar o tratamento com Diminut (gestodeno e etinilestradiol) em caso de sangramento irregular. Caso o sangramento persista ou recorra, diagnóstico apropriado, incluindo curetagem, faz-se necessário para excluir causas orgânicas. Devem ser também investigados os sangramentos irregulares quando ocorrerem em vários ciclos consecutivos ou pela primeira vez após prolongado uso de Diminut (gestodeno e etinilestradiol). Se a paciente esquecer de tomar um comprimido no horário habitual, deve tomá-lo no período de 12 horas subseqüentes. Se o comprimido esquecido não for tomado dentro de 12 horas, a paciente deverá tomá-lo assim que se lembrar e os comprimidos seguintes no horário habitual. Nos casos em que houver transcorrido mais de 12 horas, a proteção contraceptiva pode estar reduzida neste ciclo, devendo ser empregados, adicionalmente, métodos contraceptivos de barreira (por ex.: diafragma mais espermicida ou preservativo masculino) até o final do ciclo. Não devem ser utilizados os métodos de ritmo (tabelinha) e da temperatura. Na troca de outro contraceptivo oral para Diminut (gestodeno e etinilestradiol) o início do tratamento deve ser feito no primeiro dia que ocorrer sangramento por privação, após a ingestão do último comprimido ativo do contraceptivo anterior. Diminut (gestodeno e etinilestradiol) pode ser prescrito durante o período pós-parto ou pós-abortamento, tão logo ocorra a primeira menstruação após o ciclo normal. Diminut (gestodeno e etinilestradiol) não deve ser iniciado antes do primeiro ciclo menstrual normal pós-aborto. Quando, por razões médicas, outra gravidez for contra-indicada, o tratamento com Diminut (gestodeno e etinilestradiol) deve ser iniciado no 12° dia após o parto (nunca antes do 7° dia) ou no 5° dia após o abortamento, no mais tardar. Deve-se considerar que a administração de contraceptivos orais no período imediatamente após o parto ou abortamento aumenta o risco de ocorrência de doenças tromboembólicas. Se ocorrerem vômitos ou diarréia dentro de 3 a 4 horas após a ingestão de Diminut (gestodeno e etinilestradiol), as substâncias ativas podem não ter sido absorvidas adequadamente. Porém, deve-se continuar o tratamento a fim de evitar sangramento prematuro por privação, e, adicionalmente, usar um método contraceptivo não-hormonal, com exceção dos métodos de ritmo (tabelinha) e da temperatura, até o final do ciclo. Se a disfunção gastrintestinal for prolongada, deve-se considerar a mudança para outro método de contracepção. SUPERDOSAGEM: A superdosagem pode causar náuseas e vômitos e em algumas mulheres pode ocorrer sangramento por supressão. Pode-se considerar que os procedimentos usuais de lavagem gástrica e os tratamentos de suporte sejam adequados para os casos de superdosagem. Não têm sido relatados efeitos graves na ingestão aguda de grandes doses orais por crianças. VENDA SOB PRESCRIÇÃO MÉDICA. "AO PERSISTIREM OS SINTOMAS, O MÉDICO DEVERÁ SER CONSULTADO" .Reg. MS nº 1.0033.0084. Farmacêutica Responsável: Dra. Cintia Delphino de Andrade - CRF - SP nº 25125. LIBBS FARMACÊUTICA LTDA. Rua Raul Pompéia, 1071. São Paulo - SP - CEP 05025-011. CNPJ: 61.230.314/0001-75. INDÚSTRIA BRASILEIRA. Serviço de Atendimento LIBBS 08000-135044. [email protected]. MINIAN (desogestrel/etinilestradiol) - USO ADULTO - COMPOSIÇÃO E APRESENTAÇÃO: Cada comprimido contém: Desogestrel 150 mcg. Etinilestradiol 20 mcg. Cartucho contendo 1cartela com 21 comprimidos. INDICAÇÕES: Contracepção oral. CONTRA-INDICAÇÕES: MINIAN (desogestrel/ etinilestradiol) é contra-indicado durante a gravidez. MINIAN (desogestrel/ etinilestradiol) não deve ser usado na presença das seguintes condições: histórico de distúrbios cerebrovasculares ou cardiovasculares especialmente em pacientes tabagistas (tromboflebite, desordens tromboembólicas); história prévia ou atual de neoplasia estrógeno-dependente (câncer da mama, câncer do endométrio); sangramento vaginal anormal de origem não diagnosticada; distúrbios do metabolismo lipídico; hipertensão grave; diabete grave com alterações vasculares; distúrbios graves da função hepática, icterícia colestática; histórico de tumores hepáticos, Síndrome de Dubin Johnson e de Rotor. PRECAUÇÕES: MINIAN (desogestrel/ etinilestradiol) pode afetar a quantidade e a qualidade do leite materno. Pequenas quantidades dos componentes ativos podem ser excretados no leite materno. O risco-benefício do uso de MINIAN (desogestrel/etinilestradiol) deverá ser considerado quando existirem os seguintes problemas médicos: asma, insuficiência cardíaca, epilepsia, enxaquecas, insuficiência renal, histórico familiar de câncer de mama, diabetes meilitus, histórico ou presença de cálculos na vesícula biliar, insuficiência hepática, hipercalemia, hiperlipidemia, hipertensão, histórico de icterícia durante a gravidez, cirurgia prevista, depressão, tuberculose, veias varicosas extensas. MINIAN (desogestrel/etinilestradiol), quando tomado de acordo com as instruções de uso, proporciona um meio bastante seguro de prevenir a concepção e a probabilidade de ocorrência de gravidez é mínima. No entanto, a confiabilidade dos anticoncepcionais orais pode ser reduzida quando: os comprimidos não são tomados de acordo com as instruções de uso, como por exemplo, esquecimento da ingestão de um ou mais comprimidos; ocorrerem distúrbios gastrintestinais como diarréia e/ou vômito dentro de até 4 horas após a ingestão do comprimido; administração concomitante de outros medicamentos (vide item interações medicamentosas). Se não ocorrer sangramento de privação e nenhuma das circunstâncias mencionadas acima estiverem presentes, a gravidez será altamente improvável e o uso de anticoncepcional oral pode ser continuado. Se, no entanto, qualquer uma dessas eventualidades ocorrer, deve-se interromper a ingestão dos comprimidos e excluir-se a presença de gravidez antes de retomar ao uso do anticoncepcional oral. INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS: O uso concomitante de MINIAN (desogestrel/etinilestradiol) com rifampicina pode reduzir sua eficácia e aumentar a incidência de sangramentos e irregularidades menstruais. De forma menos intensa, estes efeitos ocorrem também quando se utiliza MINIAN (desogestrel/etinilestradiol) com barbitúricos, fenilbutazona, fenitoina sódica, carbamazepina, griseofülvina, ampicilina e tetraciclina. INTERAÇÕES COM TESTES DE LABORATÓRIO Alguns testes de função hepática e endócrina podem ser afetados pelos contraceptivos orais: aumento de protrombina e de fatores VII, VIII e IX; aumento da TBG e redução da captação de T3 livre; hormônios sexuais ligados à proteínas elevados; HDL-C e triglicérides aumentados; diminuição da tolerância à glicose e níveis de folatos séricos deprimidos. ADVERTÊNCIAS: Antes de iniciar o tratamento deve ser realizado exame clínico, que incluirá, entre outros, medida de pressão arterial, pesquisa da glicosúria e, se necessário, hepatograma, além de minucioso exame ginecológico, incluindo mamas e citologia cervical oncológica. A possibilidade de gestação deve ser excluída. Em tratamento prolongado recomenda-se controle médico semestral. Durante o tratamento com esteróides sexuais, têm-se observado, algumas vezes, alterações hepáticas benignas e, muito mais raramente, também malignas, que em casos isolados podem provocar hemorragias intra-abdominais perigosas. Deve-se informar ao médico quaisquer queixas abdominais altas, não habituais, que não cedam espontaneamente em curto espaço de tempo, pois pode ser necessário interromper a administração. Mulheres com diabetes, hipertensão arterial, varizes, otosclerose, esclerose múltipla, epilepsia, porfíria, tetania, coreia menor, antecedentes de flebite ou tendência para diabetes devem manter-se sob cuidadosa vigilância médica. Com relação à trombose arterial, seu risco relativo parece aumentar quando, concomitantemente, existem outros fatores, tais como tabagismo, idade mais avançada, hipertensão arterial, hipercolesterolemia, obesidade, diabetes, pré-eclampsia, tratamento contraceptivo combinado prolongado por vários anos. O tratamento deverá ser imediatamente interrompido caso apareçam alguns dos seguintes sintomas: dores de cabeça do tipo enxaqueca em pacientes que nunca tiveram este sintoma; dores de cabeça frequentes com intensidade fora do habitual; perturbações repentinas dos sentidos (por exemplo: de visão, da audição); dores não-habituais nas pernas ou inchaços não-habituais nos braços ou pernas; dores do tipo pontada ao respirar ou tosse sem motivo aparente; sensação de dor e aperto no peito; icterícia; coceira no corpo todo; aumento de crises epilépticas; aumento significativo da pressão sangüínea; depressão grave; dores ou inchaço não-habituais no abdómen que não desapareçam em curto espaço de tempo; gravidez. Em quaisquer destas circunstâncias o médico deverá ser informado. A medicação também deverá ser suspensa em caso de cirurgias programadas (6 semanas antes da data prevista) ou imobilização forçada, decorrente, por exemplo, de acidentes ou operações. INFORME AO SEU MÉDICO SE ESTIVER TOMANDO OUTRO MEDICAMENTO. REAÇÕES ADVERSAS: Caso ocorram sinais de processos tromboembólicos (dor abdominal repentina, severa ou contínua, cefaléia severa ou repentina, perda de coordenação, dor no peito, dor nas pernas, respiração ofegante inexplicada, alterações repentinas da visão, fraqueza) deve-se suspender a medicação e informar o médico. Podem ocorrer também distúrbios gástricos, tensão mamária, sangramentos intermenstruais, alterações do peso ou da libido, estado depressivo e cloasma. POSOLOGIA: No primeiro ciclo ingerir um comprimido por dia durante 21 dias consecutivos, sempre no mesmo horário, iniciando no primeiro dia de sangramento. Nos ciclos subsequentes deverá ser observado um intervalo de 7 dias entre o último comprimido do ciclo que termina e o primeiro comprimido do ciclo que se inicia. Se não ocorrer o sangramento por privação neste intervalo, o tratamento não deverá ser continuado até que seja excluída a possibilidade de gravidez. MINIAN (desogestrel/etinilestradiol) é eficaz a partir do l ° dia de tratamento, se os comprimidos forem tomados a partir do 1° dia do ciclo, como descrito. Pode ocorrer em casos isolados, sangramento intermenstrual, principalmente durante os 3 primeiros meses de utilização de MINIAN (desogestrel/ etinilestradiol), que, geralmente, cessa espontaneamente. A paciente deve, entretanto, continuar o tratamento com MINIAN (desogestrel/etinilestradiol) em caso de sangramento irregular. Caso o sangramento persista ou recorra, diagnóstico apropriado, faz-se necessário para excluir causas orgânicas. Devem ser também investigados os sangramentos irregulares quando ocorrerem em vários ciclos consecutivos ou pela primeira vez após prolongado uso de MINIAN (desogestrel/etinilestradiol). Se a paciente esquecer de tomar um comprimido no horário habitual, deve toma-lo no período de 12 horas subsequentes. Se o comprimido esquecido não for tomado dentro de 12 horas, a paciente deverá toma-lo juntamente com o comprimido subsequente no horário habitual. Nos casos em que houver transcorrido mais de 12 horas, a proteção contraceptiva pode estar reduzida neste ciclo, devendo ser empregados, adicionalmente, métodos contraceptivos de barreira (por ex.: diafragma mais espermicida ou preservativo masculino) até o final do ciclo. Não devem ser utilizados os métodos de ritmo (tabelinha) e da temperatura. Na troca de outro contraceptivo oral para MINIAN (desogestrel/etinilestradiol) o início do tratamento deve ser feito no primeiro dia que ocorrer sangramento por privação, após a ingestão do último comprimido ativo do contraceptivo anterior. MINIAN (desogestrel/etinilestradiol) pode ser prescrito durante o período pós-parto ou pós-abortamento, tão logo ocorra a primeira menstruação após o ciclo normal. MINIAN (desogestrel/etinilestradiol) não deve ser iniciado antes do primeiro ciclo menstrual normal pós-aborto. Quando, por razões médicas, outra gravidez for contra-indicada, o tratamento com MINIAN (desogestrel/etinilestradiol) deve ser iniciado no 12° dia após o parto (nunca antes do 7° dia) ou no 5° dia após o abortamento, no mais tardar. Deve-se considerar que a administração de contraceptivos orais no período imediatamente após o parto ou abortamento aumenta o risco de ocorrência de doenças tromboembólicas. Se ocorrerem vómitos ou diarreia dentro de 3 a 4 horas após a ingestão de MINIAN (desogestrel/ etinilestradiol), as substâncias ativas podem não ter sido absorvidas adequadamente. Porém, deve-se continuar o tratamento a fim de evitar sangramento prematuro por privação, e, adicionalmente, usar um método contraceptivo não-hormonal, com exceção dos métodos de ritmo (tabelinha) e da temperatura, até o final do ciclo. Se a disfunção gastrintestinal for prolongada, deve-se considerar a mudança para outro método de contracepção. SUPERDOSAGEM: A superdosagem pode causar náuseas e vómitos e em algumas mulheres pode ocorrer sangramento por supressão. Pode-se considerar que os procedimentos usuais de lavagem gástrica e os tratamentos de suporte sejam adequados para os casos de superdosagem. Não têm sido relatados efeitos graves na ingestão aguda de grandes doses orais por crianças. VENDA SOB PRESCRIÇÃO MÉDICA. "AO PERSISTIREM OS SINTOMAS, O MÉDICO DEVERÁ SER CONSULTADO". Reg. MS nº 1.0033.0098. Farmacêutica Responsável: Dra. Cintia Delphino de Andrade - CRF - SP nº 25125. LIBBS FARMACÊUTICA LTDA. Rua Raul Pompéia, 1071. São Paulo - SP - CEP 05025-011. CNPJ: 61.230.314/0001-75. INDÚSTRIA BRASILEIRA. Serviço de Atendimento LIBBS 08000-135044. Referências Bibliográficas: (1) DIMINUT®. São Paulo: Libbs Farmacêutica Ltda. Bula do medicamento. (2) MINIAN. São Paulo: Libbs Farmacêutica Ltda. Bula do medicamento. (3) DUSTERBERG, B. et al. A three-year clinical investigation into efficacy, cycle control and tolerability of a new low-dose monophasic oral contraceptive containing gestodene. Gynecol. Endocrinol., v. 10, n. 1, p. 33-9, 1996. (4) LAMMERS, P.; op ten BERG, M. Phase III clinical trial with a new oral contraceptive containing 150 micrograms desogestrel and 20 micrograms ethinylestradiol. Acta Obstet. Gynecol. Scand., v. 70, n. 6, p.497-500, 1991. (5) BARACAT, E.C. et al. Avaliação da tolerabilidade e do controle de ciclo de dois contraceptivos orais de baixa dose: estudo comparativo aberto. Rev. Bras. Ginecol. Obstet., v.20, n.5, p.273-280, 1998. (6) VAN KETS, H.E. Belgian trial of an oral contraceptive containing 0.150 mg desogestrel and 0.020 mg ethinylestradiol. Acta Obstet. Gynecol. Scand. Suppl., v.144, p.13-17, 1987. (7) BASSOL, S. et al. Latin american experience with two low-dose oral contraceptives containing 30 microg ethinylestradiol/75 microg gestodene and 20 microg ethinylestradiol/150 microg desogestrel. Contraception, v. 62, n.3, p. 131-5, 2000. II Jornal da FEBRASGO – maio 2007 GINECOLOGIA E d i to r i a l Modernização e responsabilidade social A Febrasgo está alterando seu site para o formato de portal, com o objetivo de oferecer inúmeras opções aos usuários e agregar vários links, serviços, chats, além de servir como porta de entrada para a navegação na internet. Pretende-se que o Portal contenha os artigos das revistas Femina, RBGO, do Jornal da Febrasgo, além do conteúdo atualizado dos Manuais das Comissões Científicas da Febrasgo, e dos Cursos de Educação Médica Continuada, inclusive valendo créditos para a renovação do título de especialista. Nilson Roberto de Melo Faz-se mister dispor nesse espaço o conteúdo das principais revistas científicas da área médica e da tocoginecologia, para que o sócio da nossa federação possa se atualizar de maneira rápida e adequada, sem necessitar procurar conteúdo científico em outros locais. Presidente Algumas áreas do portal, como a científica, serão acessíveis apenas aos sócios em dia com a anuidade. O portal também vai trazer uma agenda de congressos, jornadas, simpósios, cursos, além de informação sobre datas e instruções para inscrição em concursos. Pretende-se ainda realizar chats sobre discussões de temas que possam suscitar dúvidas ou que sejam de interesse do médico. Outro tópico importante abordado nesta edição versa sobre a responsabilidade social da comunidade médica, que não diferencia raça, nacionalidade ou religião, e que, portanto, sem preconceitos ou distinções, mobiliza pessoas e recursos em prol de pessoas necessitadas, tratando-as com solidariedade e respeito. Essa filantropia pode ser feita de várias maneiras, como na criação de cumplicidade com pacientes e familiares ou na cooperação com os diferentes grupos profissionais da área de saúde da instituição visitada. Com isso, é possível amenizar o sofrimento dos que precisam de atendimento, além de resgatar a auto-estima e valorizar a dignidade na vida destas pessoas. Projetos como os Doutores da Alegria visam a resgatar a auto-estima de crianças hospitalizadas por meio do bom humor e da alegria. Contribuem para o conforto, o bem-estar e a humanização do ambiente hospitalar, transformando o medo, a dor e a angústia em momentos de maior tranqüilidade aos pacientes atendidos, assim como às suas famílias. A prestação de serviços voluntários tem valor inestimável e requer esforço, tempo, interesse pessoal, amor e dedicação ao próximo, contribuindo para que no futuro tenhamos um mundo mais humano. Febrasgo www.febrasgo.org.br • [email protected] • (11) 5573-4919 Presidente: Nilson Roberto de Melo; Secretário-executivo: Francisco Eduardo Prota; Secretário-executivo adjunto: Vera Lúcia Mota da Fonseca; Tesoureiro: Ricardo José de Oliveira e Silva; Tesoureiro adjunto: Mariângela Badalotti; Vice-presidente da Região Norte: Pedro Celeste Noleto e Silva; Vice-presidente da Região Nordeste: Francisco Edson de Lucena Feitosa; Vice-presidente da Região Centro-Oeste: João Bosco Machado da Silveira; Vice-presidente da Região Sudeste: Cláudia Navarro Duarte Lemos; Vice-presidente da Região Sul: Almir Antonio Urbanetz; Assessor da presidência: Etelvino de Souza Trindade. Jornal da Febrasgo Editor: Nicolau D’Amico Filho Redação: [email protected] Produção Editorial Zeppelini Editorial: www.zeppelini.com.br • [email protected] • (11) 6978-6686 Jornalista responsável: Elaine Iorio – MTB: 43.306/SP Assistente de redação: Paula Craveiro – MTB: 39.316/SP Jornal da FEBRASGO – maio 2007 Pílulas Projeto aprimora qualidade dos serviços de mamografia Confemel assina Declaração de São Paulo Entre os dias 25 e 27 de abril, lideranças médicas da América Latina e do Caribe reuniram-se em São Paulo, na sede da Associação Médica Brasileira (AMB), para a realização da assembléia geral da Confederação Médica Latinoamericana e do Caribe (Confemel). No dia 16 de abril, em Porto Alegre (RS), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), em parceria com o Instituto do Câncer (Inca), o Colégio Brasileiro de Radiologia e o Instituto Avon, lançou o projeto piloto de Garantia de Qualidade dos Serviços de Mamografia do SUS. O objetivo do projeto é melhorar a qualidade técnica dos serviços de mamografia no país, por meio de capacitação de agentes e elaboração de material informativo dirigido aos profissionais de saúde que trabalham nesta área. O grupo debateu os problemas dos sistemas de saúde das duas regiões e apresentou uma série de propostas de ações que visam ao adequado exercício da medicina e melhores condições de atendimento aos cidadãos. Em nota oficial, a Confemel faz uma análise crítica da rede de saúde da AL/Caribe e registra um voto de protesto contra o presidente Hugo Chávez, que tenta passar para o controle estatal venezuelano todas as clínicas médicas, em um atentado à autonomia profissional. O coordenador do projeto na Anvisa, João Henrique Campos, afirma que a iniciativa poderá reduzir a mortalidade de mulheres com câncer de mama. “A qualidade da imagem aumenta o acesso, porque, com a melhoria, os erros são minimizados e a necessidade de repetir exames diminui. Com isso, mais mulheres têm acesso às mamografias”, explica. Além disso, os membros da confederação, presidida pelo médico brasileiro Marco Antônio Becker (CFM-RS), assinaram a Declaração de São Paulo, que foi entregue no início do mês de maio aos organismos internacionais da Organização das Nações Unidas (ONU), em Genebra, na Suíça, pelo presidente do Conselho Federal de Medicina, dr. Édson Andrade, e também ao foro internacional da Associação Médica Mundial, em Berlim, na Alemanha. Além de Porto Alegre, o projeto-piloto será desenvolvido no Estado da Paraíba e nas capitais Belo Horizonte (MG) e Goiânia (GO). A partir dessas experiências, será possível estabelecer uma estratégia de expansão nacional. www.anvisa.gov.br www.cbr.org.br www.inca.gov.br www.institutoavon.org.br www.saude.sp.gov.br www.cremesp.org.br Ricardo Giusti/PMPA A carta apresenta denúncias sobre o desprestígio dos profissionais dessas regiões em relação às condições de trabalho e remuneração; a prática ilegal da medicina permitida por alguns governos, que a “patrocinam e permitem, quando autorizam o ingresso de médicos formados no exterior, sem efetuar a revalidação do título de forma legal, de acordo com o ordenamento jurídico de cada país”; a proliferação de faculdades de medicina; o desvio de verbas da saúde para outras finalidades; entre outros temas relevantes à prática profissional. Divulgação www.confemel.com Da esq. Para a dir.: Lírio Cipriani, diretor-executivo do Instituo Avon; Pedro Gus, secretário municipal da Saúde; Isabela Fogaça, primeiradama de Porto Alegre; Luiz Antonio Santini, diretor-geral do Inca; Dakir Duarte, representante do Colégio Brasileiro de Radiologia; e João Henrique Campos, coordenador do projeto na Anvisa Reunidos na sede da AMB, em abril, membros da Confemel definem pontos da Declaração de São Paulo FMUSP alerta sobre riscos da auto-hemoterapia Preocupada com as possíveis conseqüências da auto-hemoterapia para o organismo humano, inclusive acarretando risco de morte ao paciente, a Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) divulgou recentemente um alerta público sobre os perigos dessa prática. Entre os benefícios apontados pelos profissionais que a aplicam, estão a cura de várias doenças, entre elas, o câncer e a Aids. Entretanto, a FMUSP, aliada às entidades médicas, organismos governamentais e à comunidade científica, não reconhece essa terapia Jornal da FEBRASGO – maio 2007 como uma prática médica e adverte que a mesma não possui fundamentos científicos, podendo, inclusive, provocar efeitos colaterais de graves conseqüências, como infecção generalizada. A fim de evitar complicações à saúde da população, a Anvisa e o Conselho Federal de Medicina (CFM) proibiram o procedimento no país. www.anvisa.gov.br www.fm.usp.br www.portalmedico.org.br Capa Medicina responsável Responsabilidade social, filantropia, caridade, altruísmo. Não importa o nome que se dá. O importante mesmo é o significado da boa ação na vida das pessoas, tanto das que recebem quanto das que oferecem por Juliana de Souza Voluntários do programa Doutores da Alegria N a área médica, as práticas sociais são muito importantes, já que há vidas em jogo. No Brasil, a cada dia aumenta o número de médicos e instituições que ajudam a população por meio do voluntariado, do atendimento gratuito, da participação em projetos, de campanhas de saúde, além de muitas outras ações em prol do bem-estar público. Sem pedir nada em troca, esses profissionais arregaçam as mangas e contribuem com milhares de pessoas todos os dias e em todas as regiões do país. Há dois anos, a ex-jogadora da seleção brasileira de basquetebol Janeth Arcain solicitou o apoio do laboratório Delboni Auriemo Medicina Diagnóstica, para os exames dos atletas mirins do Centro de Formação Esportiva que criou, o CFE Janeth. Em 2006, 28 crianças foram submetidas a exames clínicos nas unidades da rede e, em 2007, 45 atletas mirins já foram examinados. De acordo com Daniel Coundry, gestor de Negócios do laboratório, é uma satisfação para a empresa ser parceira de uma entidade séria, sem fins lucrativos, que tem como objetivo cuidar de quem será o futuro do país. “Ficamos honrados em fazer parte de ações que levam conforto, alegria e informações sobre saúde para quem ainda depende da sociedade civil”, completa ele. Jornal da FEBRASGO – maio 2007 Outra ação especial que o laboratório Delboni Auriemo pratica é o Dia de Fazer a Diferença, em que voluntários – médicos, enfermeiras, recepcionistas, familiares e terceiros – se unem para fazer a diferença na vida da comunidade, com a realização de diversos projetos sociais em centenas de cidades. No ano passado, 120 voluntários contribuíram para que 400 crianças e idosos fossem beneficiados com exames, palestras educacionais sobre saúde e atividades de lazer. “É a ação do voluntário protagonista da transformação social”, conclui a gestora de Negócio do Sistema Integrado de Gestão, Josélia Lupo. Em janeiro de 1880, ainda no tempo do Império, São Paulo ganhou uma das primeiras instituições de saúde pública do estado: o Instituto de Infectologia Emílio Ribas. Por meio da contribuição da população paulista, que doou parte do dinheiro para a sua construção, o instituto foi criado com o objetivo de isolar e tratar pacientes portadores de doenças infecciosas. Hoje, é referência internacional no atendimento a esses e a outros tipos de enfermidades, principalmente a Aids. Após 126 anos, foi oficializada juridicamente a Associação do Voluntariado do Instituto de Infectologia Emílio Ribas (VER), que atua há mais de três anos no desenvolvimento de projetos de apoio aos pacientes usuários do hospital. Sua missão é “acolher e estimular o desenvolvimento cultural, social, psicológico, físico e afetivo dos pacientes internados ou em atendimento ambulatorial, visando ao fortalecimento da auto-estima, à conscientização da cidadania e à otimização do tratamento médico por meio da melhora global da qualidade de vida”. O VER opera em diversas áreas, como na disseminação do conhecimento por meio do programa de Leitura Solidária, em que voluntários lêem histórias e interagem com crianças, adolescentes e adultos que recebem medicação mensalmente, proporcionando momentos alegres e que fazem a diferença no dia-a-dia. Outra atuação da associação tem apoio direto da Secretaria de Educação e da Secretaria de Saúde. Três professoras oferecem acompanhamento pedagógico às crianças internadas, para que não percam a continuidade dos estudos. Os voluntários desenvolvem atividades lúdicas para essas crianças e adolescentes, como brincadeiras, jogos e acesso a computador, amenizando o período de internação. “Como profissional, me sinto recompensada pela união de forças que atingimos em nossos propósitos. Sou voluntária de coração e tenho plena convicção de que oferecer carinho, o calor de um abraço, vale muito”, diz a presidente do VER, Glória Brunetti. Ela conta que, para fazer parte do VER, os voluntários passam por entrevistas e seis meses de treinamento, tudo isso para ter segurança do seu papel no processo. “Esse é um dos grandes diferenciais que tem tornado o VER bem-sucedido”, argumenta. Cuidando das mulheres São vários os projetos no Brasil voltados para a saúde da mulher. Um deles é desenvolvido pelo Hospital Sírio Libanês (HSL), que investe constantemente em equipamentos e modernização de unidades da rede pública de saúde. No ano passado, o HSL investiu R$ 1,5 milhão na aquisição de modernos equipamentos de ultra-som e outros materiais, reforma e adequação das salas de exame ginecológico e na contratação de profissionais para quatro unidades definidas pela Secretaria de Saúde: Butantã, Itaim Bibi, Centro e Vila Antônio. De acordo com o diretor de Filantropia da Sociedade Beneficente de Senhoras – Hospital Sírio-Libanês, Gonzalo Vecina, a parceria com a Rede Pública Municipal (São Paulo) foi iniciada em 2003. O hospital buscou se integrar à rede pública para complementar a atenção à população atendida pelo SUS. “A estratégia de se integrar às demandas da rede municipal visa ao aperfeiçoamento dos recursos aplicados em filantropia, ao mesmo tempo em que aumenta o alcance dos projetos para a população menos favorecida economicamente”, ressalta o diretor. Os projetos de filantropia do HSL envolvem quase três mil funcionários e favorecem mais de 70 mil pessoas por ano. Entre as ações de responsabilidade social do Hospital Samaritano está o Projeto AMA – Atendimento Multi Assistencial, que desde o ano 2000 beneficia crianças carentes com atendimento médico e odontológico gratuitos. Para as mães e avós das crianças cadastradas no programa, o AMA criou, em 2002, a Semana de Ginecologia – com foco na prevenção do câncer ginecológico e mamário. As mulheres fazem todos os exames necessários e, se detectado algum problema, elas são encaminhadas para intervenções cirúrgicas realizadas gratuitamente no próprio Samaritano. No VER, os voluntários atuam em diversas áreas Jornal da FEBRASGO – maio 2007 A filantropia no Hospital Samaritano faz parte dos valores da instituição desde a fundação, em dezembro de 1890, e está presente até hoje. Voluntários doam um pouco de si e dedicam seu tempo em benefício dos pacientes, geralmente pessoas de comunidades menos favorecidas da sociedade. É um movimento organizado que mobiliza vários setores e beneficia diversos públicos, entre colaboradores, clientes e comunidade, além de exercer papel importante para o bem-estar da população, acolhendo pessoas de qualquer credo, raça ou nacionalidade, sem distinções ou preconceitos. Links O AMA promove palestras de educação em saúde www.bigapplecircus.org www.delboniauriemo.com.br www.doutoresdaalegria.com.br www.emilioribas.sp.gov.br www.fmabc.br http://janeth9.terra.com.br www.hospitalsiriolibanes.org.br www.nsl.com.br www.samaritano.com.br www.versocial.org.br O engraçado é que é sério A história do grupo mais famoso do Brasil, que se dedica a levar alegria a crianças hospitalizadas, seus pais e profissionais de saúde, começou com Michael Christensen, um palhaço norte-americano, diretor do Big Apple Circus, de Nova Iorque. Durante uma comemoração em um hospital daquela cidade, Christensen pediu para visitar crianças internadas que não puderam participar do evento. Improvisando, substituiu as imagens da internação por outras alegres e engraçadas. Essa foi a semente da Clown Care Unit, grupo de artistas especialmente treinados para levar alegria a crianças internadas em hospitais nova-iorquinos. Inspirados nesse grupo, alunos dos cursos da área de saúde da Faculdade de Medicina do ABC (FMABC), localizada no ABC paulista, criaram um projeto com o objetivo de melhorar o ambiente hospitalar por meio da humanização dos setores de saúde com o uso da arte lúdica do palhaço. O Sorrir é Viver foi formado em março de 2005 e, desde então, leva alegria e conforto para pacientes de instituições de saúde, como a Casa de Apoio às Crianças com Câncer, o Hospital Municipal Márcia/Maria Braido, os ambulatórios da FMABC e o Hospital Municipal de Santo André. Em 1988, Wellington Nogueira passou a integrar a trupe americana. Ao voltar para o Brasil, em 1991, resolveu tentar aqui um projeto parecido, enquanto ex-colegas faziam o mesmo na França (Le Rire Medecin) e Alemanha (Die Klown Doktoren). Os preparativos deram um trabalho danado, mas valeu a pena: em setembro daquele ano, em uma luminosa iniciativa do Hospital e Maternidade Nossa Senhora de Lourdes, em São Paulo (hoje Hospital da Criança), teve início o programa Doutores da Alegria. A organização da sociedade civil sem fins lucrativos realiza cerca de 50 mil visitas por ano a crianças internadas em hospitais de São Paulo, Rio de Janeiro e Recife. O grupo tem características próprias, já que foi totalmente idealizado e é formado por alunos de medicina que, além de envolverem professores e doutores da faculdade, proporcionando estrutura psicológica e cientifica, envolvem também estrutura artística, com ensinamentos de técnicas circenses e teatrais. É um trabalho com características tanto médica e científica quanto voluntária, já que possui uma grande carga horária durante a semana, repleta de atuações e sem nenhum fim lucrativo. “É impressionante que com o uso da arte e da simplicidade humana conseguimos fazer tão bem e atingir objetivos tão grandes”, diz o coordenador de extensão do projeto, André Valente. Doutores da Alegria Sorrir é Viver Jornal da FEBRASGO – maio 2007 Institucional Portal Febrasgo é a nova ferramenta oferecida aos associados Federação disponibiliza mais serviços e facilidades aos médicos de todo o Brasil por meio de novo espaço na internet por Jaqueline Januzzi O associado da Febrasgo tem agora mais uma facilidade no seu dia-a-dia. A associação acaba de criar o Portal Febrasgo, que será lançado oficialmente no mês de junho. A criação desse espaço, segundo o dr. Francisco Eduardo Prota, secretário-executivo da Febrasgo, surgiu dentro do processo de reestruturação e modernização da entidade. “Percebemos a necessidade de ter uma ferramenta moderna e eficaz de informação e atualização para o associado, disponível em todo território nacional”. Para essa nova fase de interação entre a Febrasgo e seus associados, serão muito importantes os vários diferenciais que o Portal apresenta em relação ao site atual. O primeiro deles está logo no primeiro acesso do usuário. O médico associado deverá digitar seu login – que é composto de seu Estado de origem e número do CRM (RJ14977, por exemplo) – e, em seguida, criará uma senha pessoal. Com esses dados, ele terá acesso a todo o conteúdo do Portal, com informações restritas apenas aos associados. Na página principal (home), os usuários vão encontrar as notícias mais importantes da área médica, assim como links para eventos, congressos e concursos. A principal diferença, à primeira vista, está no visual do Portal. O layout é diferenciado, com ícones e links dispostos de forma a facilitarem a visualização e a compreensão. Temas que antes apareciam separados no antigo site foram agrupados sob um mesmo ícone. Por exemplo, “Institucional” agora abriga “Associações”, “Histórico”, “Diretoria” e “Estatuto Social”. O resultado, para o usuário, é uma página mais dinâmica, organizada e interativa, com capacidade para uma maior quantidade de informações. O principal público-alvo do Portal são os associados da Febrasgo. No entanto, o espaço também poderá ser acessado por médicos não-associados, empresas e visitantes de uma maneira geral, que Jornal da FEBRASGO – maio 2007 queiram obter informações sobre a federação e sobre assuntos relacionados à área médica. Para o associado da Febrasgo, a vantagem é ter acesso a áreas restritas de Cadastro, Documentos e Publicações, além de todas aquelas vinculadas à Educação Médica Continuada. O conteúdo relacionado à Educação Médica Continuada, desenvolvido pelas diferentes comissões da Febrasgo, será disponibilizado para os associados em diferentes formatos: aulas formais, manuais, apresentações, textos e vídeos que vão possibilitar ao associado o acesso ao material educacional atualizado. Todas as ferramentas disponíveis no site atual continuarão a existir no Portal, acrescidas de outras facilidades, como espaços para inserção de vídeos e links médicos, educação médica continuada e publicações. Futuramente, esse sistema permitirá que as próprias federadas possam, por meio de login e senha específicos, atualizar suas informações, como pagamento de anuidades, on-line. Novidades e diferenciais facilitam a vida do usuário O atual site da Febrasgo foi criado pelo dr. Sérgio Ramos, em 2001. “O desafio foi grande”, diz Ramos. “Passamos de 20 visitas diárias para mais de 3.000 atuais”. Para o dr. Prota, a contribuição de dr. Ramos foi fundamental, tanto é que a maior parte das informações do portal ainda são de sua autoria. “O dr. Sérgio Ramos continuará nos assessorando no novo portal”, conta. Uma das novidades a que o associado terá acesso, por exemplo, é a possibilidade de hospedar uma home page pessoal, com suas informações básicas, no próprio Portal Febrasgo, que contará com uma listagem dessas páginas. Manoel de Assis, desenvolvedor do Portal da Febrasgo, afirma que, além de oferecer melhores serviços aos associados, o Portal, diferentemente do site, integra as informações em um banco de dados, tornando possível, por exemplo, que o próprio associado atualize seus dados cadastrais on-line, sem a necessidade de preencher uma ficha, como acontecia antes. Outra novidade do Portal é o sistema de buscas. Essa ferramenta possibilita que qualquer assunto disponível na página seja encontrado e o resultado ainda traz links com pesquisa bibliográfica em sites externos. O “Fale Conosco” é o espaço de promoção da interatividade entre o associado e a Febrasgo, por meio do qual será possível entrar em contato com a Presidência e a Secretaria da federação. Essa interatividade vai além: no campo “Outros Assuntos” o associado pode enviar questionamentos, receber seu feedback e ainda consultar respostas recebidas pelos demais usuários a respeito de assuntos que podem ser de seu interesse. Espaço será importante ferramenta de contato Os planos para aumentar a interatividade entre associação e associados inclui ainda um chat, em que serão apresentadas conferências e debates de líderes de opinião a respeito de assuntos da área médica e de interesse geral dos usuários. Além disso, o espaço arquivará todos os vídeos já apresentados para que se possa acessá-los a qualquer momento. Para o dr. João Pedro Junqueira Caetano, presidente da Associação de Ginecologistas e Obstetras de Minas Gerais (Sogimig), a criação do Portal Febrasgo é uma ótima iniciativa, pois tanto o site quanto o Portal podem ser uma ferramenta importante no acesso ao conteúdo científico, como manuais, consentimento e revistas. Ele ainda completa com uma sugestão: “Seria uma bela prestação aos associados se a Febrasgo disponibilizasse em seu espaço o Portal da Capes, para consulta de revistas científicas, e restringisse o acesso a associados que estejam em dia com o pagamento da entidade, para que seja justo com aqueles que contribuem corretamente”. Segundo o dr. Prota, além de oferecer serviços e facilidades aos associados, e do retorno financeiro oferecido por meio da comercialização de espaços publicitários nas áreas abertas e restritas do sites, o objetivo é que o Portal seja uma ferramenta para estimular ginecologistas e obstetras que ainda não fazem parte da Febrasgo a se associar, para que assim possam desfrutar de todas as vantagens que a federação oferece a seus usuários. Como fazer seu primeiro acesso: • O endereço eletrônico do Portal Febrasgo é www.febrasgo.org.br • Na página inicial, clique no link “Registro”. • Para se registrar, é necessário criar um login, que deve ser a sigla do estado ao qual o usuário está associado mais o número do CRM. • O associado também precisará informar nome, sobrenome e um endereço de e-mail. • O próximo passo é a criação de uma senha, que vai ser utilizada em todas as vezes que o associado visitar o Portal. • Para os próximos acessos, basta utilizar a opção login, que permite o acesso do associado ao conteúdo restrito do Portal Febrasgo. O que você encontra no Portal Febrasgo: • Informações sobre a federação: Histórico, Diretoria, Estatuto Social. • Informações sobre as sociedades federadas. • Espaço para cadastro. Silvio Gurgel (Mecano Estúdio) • Agenda. • Dados sobre concursos. • Documentos: Fichas Clínicas, Projeto Diretrizes, Consentimento Informado. • Publicações: Femina, RBGO, Jornal da Febrasgo, Manuais. • Fale Conosco: Presidência, Secretaria, Outros. • Chat. • Principais notícias da área médica. Para o dr. Prota, Portal também atrairá novos associados Portal Febrasgo www.febrasgo.org.br Jornal da FEBRASGO – maio 2007 Pe r s o n a g e m Mais humanização, menos mercantilismo Diretora de Responsabilidade Social do Ciesp diz que a medicina perdeu a dimensão humanitária e social que tinha décadas atrás por Luciano Guimarães O capitalismo selvagem e desmesurado dos anos de 1990 e deste começo de século pode novamente estar se fechando em si, como uma ilha. A história está repleta de exemplos de momentos em que a humanidade lutou apenas para ganhar dinheiro: a quebra da Bolsa de Nova York, em 1929; o pós 2ª Guerra; e a atualidade. O outros de preocupação com a qualidade de vida: os anos de 1970 do slogan “paz e amor” e os anos de 1980 do ativismo pelo fim da fome no mundo e da possibilidade de uma 3ª Guerra. Parece que em breve inauguraremos um novo ciclo, voltado à preocupação com o ser humano. A história é cíclica, isto é, se repete. Com a medicina também é assim, mas ao seu modo. Se há 20, 30 ou 40 anos o serviço público tinha qualidade e os médicos eram bem mais próximos de seus pacientes, hoje, acontece o contrário. Mas, felizmente, há uma corrente que cresce a cada dia, que organiza e participa de ações para humanizar a medicina. O objetivo é fazer o paciente se sentir bem atendido, feliz e, acima de tudo, mais do que um simples nome em um prontuário. Faz parte desse movimento pela humanização da medicina a médica Yvonne Capuano, diretora de Responsabilidade Social do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) e de Ações Comunitárias da Associação Paulista de Medicina (APM) e membro do Conselho Consultivo do Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE) e da Associação de Assistência à Criança Deficiente (AACD). Yvonne é uma ativista pela humanização da medicina e dos procedimentos médicos, a fim de trazer bem-estar aos pacientes e de mostrar aos profissionais da saúde que é possível deixar de lado a impessoalidade e a frieza no atendimento médico. Jornal da Febrasgo: A medicina está conseguindo melhorar sua relação com a sociedade, no tocante às ações de responsabilidade social? Yvonne Capuano: Creio que tem havido grandes esforços nesse sentido, mas ainda há um longo trajeto a percorrer. A medicina, numa visão compartilhada pelos profissionais da área e pela própria sociedade, foi durante muito tempo equiparada a um sacerdócio. Nas últimas décadas, graças à extrema mercantilização que caracterizou os empreendimentos voltados para a saúde e ao aviltamento dos salários dos médicos, perdeu-se de vista a dimensão humanitária e social do exercício da medicina. A medicina, numa visão compartilhada pelos profissionais da área e pela própria sociedade, foi durante muito tempo equiparada a um sacerdócio Jornal da FEBRASGO – maio 2007 Antes de qualquer coisa, o médico tem de olhar para o paciente. Em outras palavras, o médico deve considerá-lo na sua individualidade JF: Como humanizar o contato entre médico e paciente? JF: Como funciona o Projeto Educacional Capuano? Yvonne: Antes de qualquer coisa, o médico tem de olhar para o paciente. Em outras palavras, o médico deve considerá-lo na sua individualidade. Não basta preencher fichas, encaminhar para exames, ler resultados fornecidos por laboratórios e prescrever medicamentos. Cada indivíduo é um universo distinto, marcado por determinações genéticas, sociais, culturais, psicológicas. Suas reações diferem das que, em situação análoga, se verificam em outro paciente. Yvonne: O PEC, de natureza filantrópica, teve início em 1988, por meio de um convênio com a extinta Fundação Educar. Trabalhando com jovens e adultos, sem distinção de raça, religião e posicionamento político-partidário, dedicou-se à alfabetização de integrantes do quadro funcional da empresa Clock, antiga propriedade da minha família, situada no bairro da Mooca. JF: Quais os cuidados que os profissionais ou mesmo as organizações médicas devem ter para atuar no Terceiro Setor? Quando a empresa foi vendida, em 1993, a escola foi preservada e, em função de intensa demanda, aberta a todos os interessados da região. No começo contava apenas com uma sala de aula, no refeitório da fábrica. O espaço foi depois ampliado, passando a dispor de três salas que comportavam classes de alfabetização e de 1ª à 4ª séries. Hoje, para o ensino supletivo de 1º e 2º graus, para cursos livres de línguas e para o Programa Aberto da Terceira Idade (Pati), existem 10 salas de aula, cantina, pátio e dependências onde funcionam biblioteca e videoteca. Yvonne: A idoneidade de tais organizações tem de ser investigada, antes de qualquer iniciativa de apoio. Num país como o nosso, em que a corrupção viceja solta, todo cuidado é pouco. JF: Como é possível para as entidades dissociar ações com intenções humanitárias das que visam apenas o marketing? Yvonne: A preocupação excessiva com a divulgação é um sinal de alerta. Nem sempre é fácil distinguir as ações que correspondem às demandas por transparência das que, por meio de propaganda, apenas camuflam sua inoperância. É lamentável que isso ocorra, sobretudo por parte de profissionais que endossam um código de ética tão rígido quanto o dos médicos. JF: Que projetos a senhora pode apontar como exemplos de sucesso? Como vê os profissionais que doam parte do seu tempo clinicando em entidades? Yvonne: Acho bastante louváveis. Se cada um dedicasse parcela de seu tempo a trabalhos comunitários, o mundo seria bem melhor. Na escola que venho mantendo há anos – o Projeto Educacional Capuano (PEC) –, procuro dar assistência médica e odontológica aos alunos, sempre com resultados muito positivos. Dentre os projetos que desenvolvo atualmente, gostaria de mencionar, no âmbito do CIEE, o estágio para estudantes de medicina. Dele fazem parte diretores de algumas faculdades de São Paulo, além do apoio da Universidade Estadual Paulista e do Conselho Regional de Medicina (CRM-SP), entre outras entidades. Já contamos com 200 estagiários em serviços de saúde, sem contato direto com pacientes. Faço parte ainda do Se Toque – Instituto de Desenvolvimento Social, criado pela dra. Mônica Allende Serra, que prevê inúmeras ações na área médica, e do movimento Mulheres da Verdade, voltado para a área social e para a cidadania. Nem sempre é fácil distinguir as ações que correspondem às demandas por transparência das que, por meio de propaganda, apenas camuflam sua inoperância JF: Como é possível melhorar a saúde pública no Brasil? Yvonne: Respondo com uma pergunta: até que ponto o poder público assume, de fato, a competência que lhe foi atribuída pela Constituição de 1988 quanto à saúde? A política municipalista do SUS cumpriu à risca a pauta de que foi incumbida, isto é, a descentralização gestionária dos serviços de saúde. Não questiono essa fórmula, apesar de acompanhar o ritmo sensivelmente mais lento dos repasses necessários ao exercício de funções delegadas. Sou muito mais pessimista quanto ao modelo do chamado Estado mínimo, transferindo para as organizações sociais responsabilidades e recursos do poder público. JF: Que diferenças tem a medicina de hoje com a de 20-30 anos atrás, em relação à qualidade do serviço público? Yvonne: Como a ciência evoluiu, hoje dispomos de aparelhos que oferecem um diagnóstico cada vez mais preciso das diferentes patologias. Os medicamentos, por sua vez, apresentam um grau de eficácia jamais alcançado anteriormente. Os serviços médicos, com todas as deficiências que conhecemos, também são hoje mais acessíveis. Do ponto de vista qualitativo, no entanto, a medicina deixa muito a desejar, seja pela formação deficiente oferecida pelos cursos superiores, seja pela ausência de um sentido mais humanitário da profissão. Respondo com uma pergunta: até que ponto o poder público assume, de fato, a competência que lhe foi atribuída pela Constituição de 1988 quanto à saúde? Jornal da FEBRASGO – maio 2007 L a ze r Colecionismo Uma paixão que preserva o passado para o futuro por Paula Craveiro Antropofagia (1929), de Tarsila do Amaral C erta vez, um filósofo alemão chamado Walter Benjamin afirmou que a arte de colecionar dizia respeito ao desejo pela vida, pela permanência, pela imortalidade. “Bem-aventurado o colecionador! Pois dentro dele se domiciliaram espíritos ou geniozinhos que fazem com que, para o colecionador, a posse seja a mais íntima relação que se pode ter com as coisas: não são as coisas que vivem dentro do colecionador; é ele que vive dentro das coisas”. Fazer uma coleção, segundo Benjamin, independente do artigo que se coleciona, é uma maneira de tentar se apossar do mundo: não se possui apenas um objeto, mas todo um emaranhado de significados, práticas e vivências a ele intimamente relacionados. Assim, o ato de colecionar é, ainda, um meio de apoderar-se do passado e da memória. Para o ginecologista José Nemirovsky, falecido em 1987, colecionar representava mais do que o simples anseio de preservar o passado. Significava vivenciar bem de perto uma paixão, incorporá-la ao seu cotidiano. Ele foi considerado o proprietário do maior acervo particular de obras de arte do Brasil – posteriormente transformado na Fundação Nemirovsky, em exposição permanente na Pinacoteca do Estado de São Paulo. Sua extensa e valiosa coleção foi iniciada em 1958, com a aquisição de um busto de madeira que, então, era atribuído ao artista mineiro Aleijadinho. Porém, após algumas análises do material, descobriu-se que não tinha qualquer relação com a cidade de Ouro Preto, onde vivia o artista. Mas, por ser uma peça muito bonita, acabou sendo a primeira do acervo. A Fundação Nemirovsky reúne em média 200 obras de arte, entre elas algumas das obras-primas do modernismo brasileiro, como Carnaval em Madureira (1924) e Antropofagia (1929) – avaliada em US$ 3 milhões –, de Tarsila do Amaral; Bordel (1940) e Mulheres na janela (1926), de Di Cavalcanti; Mogi das Cruzes (1935) e Fachada (1970), de Alfredo Volpi, além de obras de Cândido Portinari, Anita Malfatti, Ismael Nery, Victor Brecheret, Lasar Segall, Lygia Clark, Chagall, Léger, Braque e Grosz, e tantos outros. Outro exemplo de colecionador bem-sucedido e portador de uma coletânea bastante representativa é o cirurgião vascular e professor titular da Faculdade Santa Casa de São Paulo, Roberto Augusto Caffaro, que desde 1985 coleciona canetas-tinteiro, fabricadas antes da Segunda Guerra Mundial (1938-1944). Atual- 10 Jornal da FEBRASGO – maio 2007 mente, ele possui mais de 3.000 canetas de diversas marcas. Mas o destaque fica para sua coleção de cerca de 460 canetas Montblanc, a verdadeira paixão do médico. Isso, claro, sem contar as outras peças que estão aguardando algum tipo de reparo. O interesse por canetas começou na época de estudante, quando seu padrinho o presenteou com uma caneta-tinteiro, uma Parker 21, em sua formatura do ginásio. A maneira de escrever, os traços e o design da caneta cativaram o jovem, a ponto de torná-lo um dos maiores colecionadores de Montblanc do mundo – ou melhor, o maior colecionador, tendo sido nomeado Mr. Montblanc durante o evento Pen Show, realizado em 1992, em Chicago (EUA). A paixão de Caffaro por esses pequenos objetos, com cerca de 14 centímetros, é tão forte que, em 1989, criou o Pen Club do Brasil, uma associação que reúne mais de 300 colecionadores de canetas antigas na América Latina. Quanto ao valor de seu acervo, o médico é cauteloso e prefere não revelar cifras. Mas conta que, dentre suas peças favoritas, está uma Montblanc Marble número 12, fabricada em 1922. “Após participar de um evento promovido pela Montblanc aqui no Brasil, em 1994, recebi o telefonema de uma senhora dizendo que o pai dela, um médico, queria que sua caneta ficasse em minha coleção. Ele era professor de psiquiatria da Faculdade de Medicina da Universidade de Taubaté e ficou sabendo sobre a minha coleção porque seus colegas haviam sido meus professores”, conta. “É a minha caneta mais rara”. Para o oftalmologista Marcelo Martins Ferreira Junior, do Rio de Janeiro, a coleção não teve início em razão de um gosto ou paixão. Tudo começou como uma brincadeira, uma tentativa de descontrair e relaxar seus pacientes, principalmente as crianças, durante as consultas e exames. Para isso, em 1995, Ferreira teve a idéia de decorar seu consultório com alguns pares de óculos diferentes, que há tempos estavam guardados em uma estante de seu pai, também oftalmologista, junto a outros brinquedos. Ao todo, eram sete pares. No mesmo ano, após uma viagem aos EUA, retornou trazendo outros 20 óculos exóticos. A partir daí, a brincadeira foi adquirindo um novo tom, tornando-se um hobby. No início de 2007, a divertida coleção chegou aos 1.100 óculos, comprados tanto no Brasil e no exterior, quanto doados por clientes e amigos. Alguns deles, inclusive, foram confeccionados pelo próprio oftalmologista e sua família. Para se ter uma idéia, a história foi levada tão a sério que, em 2003, Ferreira montou uma oficina em sua casa destinada à montagem de óculos que conta, ainda, com a ajuda de uma artesã, responsável pela criação de novos modelos exclusivos. além de ter sido presidente do Círculo Gaúcho de Orquidófilos. Por seu conhecimento e dedicação, Souza chegou, inclusive, a ser homenageado pela Sociedade Recreio Gramadense, da qual recebeu o Troféu Dr. Carlos Nelz, prêmio instituído em 2004 para homenagear orquidófilos que se destacam no cultivo, pesquisa e divulgação de orquídeas. Fugindo um pouco ao padrão de colecionar objetos, o ginecologista Sergio Luiz Amoretty Souza, que reside em Porto Alegre (RS), é detentor de uma das mais vastas coleções (ou cultura) de orquídeas do país. Há cerca de 40 anos, o médico se dedica às orquídeas de espécie Cattlea Intermedia, sendo um dos maiores conhecedores do assunto e estudioso das normas de julgamento. Sua coleção é tão vasta que não é possível determinar ao certo o número de mudas. Sua paixão por orquídeas sempre foi grande, o que o levou a fundar a Sociedade Orquidófila do Rio Grande do Norte, em 1992, da qual foi presidente durante a época em que morou na região, Divulgação “Todos os óculos da minha coleção têm uma história em particular. Mas algo que me agrada muito é o contato direto e diário que tenho com eles, pois os óculos ficam constantemente expostos nas paredes de minha sala de exames e no terraço da clínica”, diz o médico. Marcelo Ferreira destaca ainda que a coleção é uma espécie de terapia ocupacional. “Como qualquer tipo de coleção, ela não tem fim. E como meus filhos já me acompanham e a apreciam, no futuro eles poderão dar continuidade a este hobby que tanto me fascina”. Marcelo Ferreira exibe sua coleção de óculos exóticos Links www.colecaodeoculos.com.br www.penshow.com.br 26 a 28 de setembro 40º Local: Centro de Convenções Ulysses Guimarães Realização: SGOB Tel.: 55(61)3245-3681 Fax: 55(61)3245-4530 www.sgob.com.br Jornal da FEBRASGO – maio 2007 11 Zeppelini Congresso de Ginecologia e Obstetrícia de Brasília Serviços Livros Agenda AGOSTO 3a5 15ª Jornada Sogirgs - Região do Mercosul Local: Sant´ana do Livramento (RS) Realização: Sogirgs www.sogirgs.org.br [email protected] Tel.: (51)3339-3609 8 a 10 1º Encontro de Oncologia do Centro de Terapia Oncológica de Petrópolis (CTO) e 1º Encontro dos Ex-Alunos do Prof. Paulo Belfort Local: Itaivapa, Petrópolis (RJ) Realização: Instituto Roy Hertz [email protected] [email protected] 8 a 10 13º Congresso Brasileiro de NTG Local: Itaivapa, Petrópolis (RJ) Realização: Instituto Roy Hertz [email protected] [email protected] 16 a 18 12ª Congresso Paulista de Obstetrícia e Ginecologia Local: São Paulo (SP) Realização: Sogesp www.sogesp.com.br/congresso Tel.: (11)3884-7100 17 e 18 Seminário Especializado Obstetrícia Local: Associação Médica de Brasília Realização: Sgob www.sgob.com.br [email protected] Tel.: (61)3245-3681 23 a 25 3º Congresso Catarinense de Ginecologia e Obstetrícia Local: Joinville (SC) Realização: Sogisc [email protected] Tel.: (48)3231-0318 15 e 17 20ª Jornada de Ginecologia e Obstetrícia do Rio Grande do Norte Local: Sogorn Realização: Sogorn [email protected] Tel.: (84)3221-5523 23 a 25 6º Congresso Brasileiro de Reprodução Assistida Local: Centro de Convenções Ulysses Guimarães – Brasília (DF) Realização: A&C eventos www.aeceventos.com.br/sbra Tel.: (61)3245-3959 15 a 18 33ª Jornada Goiana de Ginecologia e Obstetrícia Local: Centro de Convenções de Goiânia Realização: Sggo www.sggo.com.br [email protected] [email protected] Tel.: (62)3285-4607 24 e 25 4ª Jornada Sogimig de GO de Muriaé Local: Muriaé (MG) Realização: Sogimig www.sogimig.org.br [email protected] Tel.: (31)3274-2452 16 a 18 10º Congresso Norte-Nordeste de Reprodução Humana 26ª Jornada Paraibana de Ginecologia e Obstetrícia Local: Hotel Tambau Realização: Sogopa [email protected] Tel.: (83)3244-5555 29/8 a 1/9 22ª Jornada de Ginecologia e Obstetrícia de Mato Grosso do Sul Local: Centro de Convenções Arquiteto Rubens Gil de Camillo Realização: Sogomat-sul www.sogomatsul.org.br [email protected] Tel.: (67)3321-8209 Sites Livro aborda prática da ginecologia em consultório O Manual de Ginecologia de Consultório (506 págs., R$ 159,90), de Patrícia De Rossi, Ricardo Muniz Ribeiro e Edmund Chada Bacarat, foi desenvolvido com o objetivo de ser uma obra de referência sintética e abrangente. Pode ser usado também para consulta durante a residência médica e internato, oferecendo respostas rápidas e completas para as dúvidas diárias. Além dos temas mais habituais de um consultório, o manual inclui seções de mastologia, uroginecologia, oncologia, planejamento familiar, métodos hormonais, climatério, infância e adolescência, infecções genitais e urgências em ginecologia. Lançada pela Editora Atheneu, a obra traz ainda um capítulo exclusivo sobre medicamentos utilizados em ginecologia, que aborda todas as drogas de uso comum com seu nome genérico e comercial, apresentações e posologia, agrupadas em categorias. www.atheneu.com.br [email protected] 0800-267-753 Dicionário traz 15 mil verbetes médicos A Editora Yendis acaba de lançar a segunda edição do Compacto Dicionário Ilustrado de Saúde (1.044 págs., R$ 45). Ao todo, são 15 mil verbetes e uma tabela com mais de 800 medicamentos freqüentemente receitados aqui no Brasil, incluindo nome comercial e indicação. Com uma abordagem direta e concisa, o dicionário é um item importante àqueles que se encontram envolvidos com os serviços de saúde, pois uniformiza a comunicação entre eles. A segunda edição conta com novos verbetes, ilustrações e definições bem estruturadas. A proposta dos autores Carlos Roberto Lyra da Silva, Dirce Laplaca Viana e Roberto Carlos Lyra da Silva é aprimorar o conhecimento, tornando o léxico indispensável à atividade diária de diversos profissionais. www.yendis.com.br [email protected] (11) 4224-9400 The American College of Obstetricians and Gynecologists Sociedade Portuguesa de Menopausa www.acog.com www.spmenopausa.pt Página que oferece informações sobre legislação, formação médica e residência, publicações e agenda de encontros e seminários. Parte do conteúdo está disponível em espanhol. Esse site disponibiliza informações gerais sobre menopausa, além de artigos especializados e resumos de simpósios, sugestões de publicações e notícias relacionadas ao tema. 12 Jornal da FEBRASGO – maio 2007 Novo Sabonete Íntimo Carefree® cucumber O cuidado natural para a intimidade feminina Exclusiva fórmula a base de ingredientes naturais (glicerina e extrato de melaleuca) Mantém o pH da área íntima balanceado (1) Mantém o grau de hidratação da genitália feminina e não prejudica a proteção natural pelo uso repetido (2/3) Ajuda a prevenir coceiras, irritações e É natural usar *Limitado até o fim do estoque - 18.000 amostras possíveis odores (4) Ligue para o nosso Serviço de Atendimento ao Profissional (0800 702 3522) para receber uma amostra do produto*. (1) O pH normal da vagina encontra-se entre 4,0 e 4.5. Carefree® Natural Fresh possui um pH de 4,5 similar ao pH vaginal. [“Teste de Suavidade” conduzido no Centro Manila de Testes da Pele da J&J Asia Pacific, Philippines, através de metodologia de Lavagens repetidas do braço.] • Baseado nos resultados do Teste de Suavidade, a literatura médica permite dizer que quando o pH da pele é desbalanceado, a pele se torna mais vulnerável a flora transitória. [Fonte: Yosipovitch, G. e Maibach, H.I. “Skin Surface pH: A Protective Acid Mantle”, Vol 111, 1996]. Portanto, manter o pH normal da pele estimula a flora natural a prevalecer e por este motivo fortalece o sistema de defesa contra patologias. (2) Estudos clínicos realizados na Ásia com a supervisão de ginecologistas testaram Carefree® Natural Fresh em relação a sabonetes em barra convencionais. Foram selecionados 2 grupos de mulheres saudáveis por 2 semanas de uso. Os resultados mostraram um potencial efeito de proteção e tratamento de Carefree® Natural Fresh contra reações adversas. Isto se deve à ocorrência de baixo número de irritação vulvo-perineal entre mulheres durante o período de duas semanas de uso do produto. [Estudo Clínico CJG-WH-05-27]. (3) O Teste de Sensibilização de Draize Modificado em Humanos, realizado com Carefree® Natural Fresh mostrou que o produto não induziu sensibilização dérmica em 201 pessoas submetidas à experiência em, sendo portanto uma formulação delicada. [Teste de Sensibilização de Draize Modificado em Humanos conduzido no Harrison Research Laboratories, Inc. NJ, USA]. (4) Carefree® Natural Fresh contém surfactantes, reconhecidos por sua propriedade de remover substâncias hidrofílicas e hidrofóbicas da superfície da área vaginal (lipídios da pele, sangue, tecido descamado, fluídos, etc...), o que ajuda a prevenir o odor vaginal através da redução da chance de microorganismos patológicos agirem nos substratos para produzir subprodutos que apresentem odor. [Fonte: Handbook of Cosmetic Microbiology, D.S. Orth, 1993, p116 e 311]. Apresentação: bisnaga com 150 ml Ingredientes: Água; Polisorbato-20; Glicerina; Lauril Eter Sulfato de Sódio; Lauroanfoacetato de Sódio; PEG150 Diestearato; Ácido Cítrico; Lauril Betaína; Laurato de Glicerila; Laurato de Sorbitan; Fragrância; Óleo de melaleuca (Melaleuca alternifolia); Metilcloroisotiazolinona/Metilisotiazolinona. Indicação: Carefree® Sabonete Íntimo foi especialmente desenvolvido para cuidar diariamente da higiene feminina íntima, pois mantém o pH balanceado e ajuda a prevenir coceiras, irritações e possíveis odores. Modo de uso: Coloque uma pequena quantidade na palma da mão e aplique delicadamente na área íntima até fazer espuma. Enxágüe bem. Precauções: Aplicar somente nos órgãos genitais externos. Não use se tiver sensibilidade aos componentes da fórmula. Em caso de irritação, suspenda o uso e procure orientação médica. O excesso de uso do produto pode ser fonte de irritação genital. Não ingerir. Em caso de contato com os olhos, enxágüe abundantemente com água.