Jornal da
Ano 14 – edição nº 86 – maio 2007
FEBRASGO
Jornal da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia
Medicina Responsável:
Quando o trabalho
voluntário faz a diferença
Personagem
Yvonne Capuano,
diretora do Ciesp
Institucional
Conheça o novo
Portal Febrasgo
Lazer
Colecionismo:
terapia médica
CONTRACEPÇÃO EM BAIXA DOSE
(1,2)
desogestrel 150 mcg
etinilestradiol 20 mcg
Eficácia contraceptiva
Índice de Pearl de 0,07
Índice de Pearl de 0,05
589 Mulheres avaliadas durante
3 anos (19.095 ciclos) (3)
Formulação com
Gestodeno
(3,4)
1.684 mulheres avaliadas por um período de
6 meses, num total de 25.970 ciclos. (4)
Bom Controle de Ciclo
Formulação com
(5,6)
Baixa Incidência de Efeitos Adversos
Desogestrel
(3,7)
GINECOLOGIA
DIMINUT (gestodeno e etinilestradiol) - USO ADULTO - COMPOSIÇÃO E APRESENTAÇÕES: Cada comprimido contém: Gestodeno 0,075 mg. Etinilestradiol 0,020 mg. Cartucho contendo 1 ou 3 cartelas com 21 comprimidos revestidos. INDICAÇÕES: Contracepção. CONTRA-INDICAÇÕES Gravidez, distúrbios graves da função hepática; história prévia ou atual de tumores hepáticos, antecedente de
icterícia idiopática ou prurido intenso durante a gravidez; síndromes de Dubin-Johnson e de Rotor; processos tromboembólicos ou antecedentes (ex.: apoplexia, infarto do miocárdio); fibrilação atrial; diabetes graves com alterações vasculares; anemia falciforme; tumores hormônio-dependentes do útero ou da mama ou suspeita dos mesmos; endometriose; distúrbios do metabolismo lipídico; antecedentes de
herpes gravídico; sangramento genital anormal de causa indeterminada, otosclerose agravada durante a gravidez. Uso durante a lactação: Fica a critério médico a conveniência do uso de Diminut (gestodeno e etinilestradiol) durante o período de lactação. Os contraceptivos orais administrados no período pós-parto podem interferir com a lactação diminuindo a quantidade e a qualidade do leite secretado.
Pequenas quantidades dos componentes hormonais são excretados no leite de lactantes. PRECAUÇÕES: Recomenda-se a interrupção do tratamento contraceptivo com Diminut (gestodeno e etinilestradiol) nos seguintes casos: Aparecimento pela primeira vez de cefaléias semelhantes às da enxaqueca, ou cefaléias com freqüência e intensidade fora do habitual; repentinas perturbações visuais ou auditivas;
sinais precursores de tromboflebites ou de tromboembolias; angina de peito; cirurgias eletivas (6 semanas antes da data prevista); imobilização forçada (acidentes etc); aparecimento de icterícia; hepatite; prurido generalizado; aumento de ataques epilépticos; aumento considerável da pressão arterial e gravidez. Vômito ou diarréia podem diminuir a eficácia dos contraceptivos orais. ATENÇÃO: O risco de
trombose arterial (derrame cerebral, infarto do miocárdio) associado ao uso de contraceptivos orais combinados, aumenta com a idade e o fumo intenso. Por esta razão, mulheres acima de 35 anos que utilizam contraceptivos orais devem ser rigorosamente advertidas a não fumar. ADVERTÊNCIAS: Antes de iniciar o tratamento deve ser realizado exame clínico, que incluirá, entre outros, medida de pressão
arterial, pesquisa da glicosúria e, se necessário, hepatograma, além de minucioso exame ginecológico, incluindo mamas e citologia cervical oncológica. A possibilidade de gestação deve ser excluída. Em tratamento prolongado recomenda-se controle médico semestral. Durante o tratamento com esteróides sexuais, têm-se observado, algumas vezes, alterações hepáticas benignas e, muito mais raramente,
também malignas, que em casos isolados podem provocar hemorragias intra-abdominais perigosas. Deve-se informar ao médico sobre quaisquer queixas abdominais altas, não habituais, que não cedam espontaneamente em curto espaço de tempo, pois pode ser necessário interromper a administração. Mulheres com diabetes, hipertensão arterial, varizes, otosclerose, esclerose múltipla, epilepsia, porfiria,
tetania, coréia menor, antecedentes de flebite ou tendência para diabetes devem manter-se sob cuidadosa vigilância médica. Com relação à trombose arterial, seu risco relativo parece aumentar quando, concomitantemente, existem outros fatores, tais como tabagismo, idade mais avançada, hipertensão arterial, hipercolesterolemia, obesidade, diabetes, pré-eclampsia, tratamento contraceptivo combinado
prolongado por vários anos. O tratamento deverá ser imediatamente interrompido caso apareçam algum dos seguintes sintomas: dores de cabeça do tipo enxaqueca em pacientes que nunca tiveram este sintoma; dores de cabeça freqüentes com intensidade fora do habitual; perturbações repentinas dos sentidos (por exemplo: de visão, da audição); dores não-habituais nas pernas ou inchaços não-habituais
nos braços ou pernas; dores do tipo pontada ao respirar ou tosse sem motivo aparente; sensação de dor e aperto no peito; icterícia; coceira no corpo todo; aumento de crises epilépticas; aumento significativo da pressão sangüínea; depressão grave; dores ou inchaço não-habituais no abdômen que não desapareçam em curto espaço de tempo; gravidez. Em qualquer destas circunstâncias o médico deverá ser
informado. A medicação também deverá ser suspensa em caso de cirurgias programadas (6 semanas antes da data prevista) ou imobilização forçada, decorrente, por exemplo, de acidentes ou operações. INFORME AO SEU MÉDICO SE ESTIVER TOMANDO OUTRO MEDICAMENTO. INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS Barbitúricos, fenilbutazona, hidantoína, rifampicina, primidona, carbamazepina,
griseofulvina, que são indutores de enzimas hepáticas podem reduzir o efeito contraceptivo. As necessidades de medicamentos hipoglicemiantes orais ou insulina podem ser alteradas, como resultado do efeito da tolerância à glicose. Antibióticos incluindo ampicilina e tetraciclina podem reduzir a eficácia dos contraceptivos orais por causar alterações da flora intestinal. Mulheres recebendo indutores de enzimas
hepáticas ou antibióticos de amplo espectro devem utilizar concomitantemente métodos contraceptivos de barreira (por ex.: diafragma mais espermicida ou preservativo masculino). Interação com testes laboratoriais: O uso de contraceptivos orais pode influenciar no resultado de alguns testes laboratoriais, incluindo parâmetros bioquímicos hepáticos, da tireóide, adrenal e função renal, níveis plasmáticos de
proteínas de ligação e fração lipídio/lipoprotéica, parâmetros do metabolismo de carboidratos e parâmetros de coagulação e fibrinólise. REAÇÕES ADVERSAS: Cefaléia, distúrbios gástricos, náuseas, tensão mamária, sangramentos intermediários, alterações do peso ou da libido, estados depressivos e cloasma. Em casos isolados, diminuição da tolerância ao uso de lentes de contato. POSOLOGIA E MODO
DE USAR: No primeiro ciclo ingerir um comprimido por dia durante 21 dias consecutivos, sempre no mesmo horário, iniciando no primeiro dia de sangramento. Nos ciclos subseqüentes deverá ser observado um intervalo de 7 dias entre o último comprimido do ciclo que termina e o primeiro comprimido do ciclo que se inicia. Se não ocorrer o sangramento por privação neste intervalo, o tratamento não deverá ser
continuado até que seja excluída a possibilidade de gravidez. Diminut (gestodeno e etinilestradiol) é eficaz a partir do 1º dia de tratamento, se os comprimidos forem tomados a partir do 1º dia do ciclo, como descrito. Pode ocorrer em casos isolados, sangramento por disrupção e “spotting”, principalmente durante os 3 primeiros meses de utilização de Diminut (gestodeno e etinilestradiol), que, geralmente, cessa
espontaneamente. A paciente deve, entretanto, continuar o tratamento com Diminut (gestodeno e etinilestradiol) em caso de sangramento irregular. Caso o sangramento persista ou recorra, diagnóstico apropriado, incluindo curetagem, faz-se necessário para excluir causas orgânicas. Devem ser também investigados os sangramentos irregulares quando ocorrerem em vários ciclos consecutivos ou pela
primeira vez após prolongado uso de Diminut (gestodeno e etinilestradiol). Se a paciente esquecer de tomar um comprimido no horário habitual, deve tomá-lo no período de 12 horas subseqüentes. Se o comprimido esquecido não for tomado dentro de 12 horas, a paciente deverá tomá-lo assim que se lembrar e os comprimidos seguintes no horário habitual. Nos casos em que houver transcorrido mais de 12
horas, a proteção contraceptiva pode estar reduzida neste ciclo, devendo ser empregados, adicionalmente, métodos contraceptivos de barreira (por ex.: diafragma mais espermicida ou preservativo masculino) até o final do ciclo. Não devem ser utilizados os métodos de ritmo (tabelinha) e da temperatura. Na troca de outro contraceptivo oral para Diminut (gestodeno e etinilestradiol) o início do tratamento deve
ser feito no primeiro dia que ocorrer sangramento por privação, após a ingestão do último comprimido ativo do contraceptivo anterior. Diminut (gestodeno e etinilestradiol) pode ser prescrito durante o período pós-parto ou pós-abortamento, tão logo ocorra a primeira menstruação após o ciclo normal. Diminut (gestodeno e etinilestradiol) não deve ser iniciado antes do primeiro ciclo menstrual normal pós-aborto.
Quando, por razões médicas, outra gravidez for contra-indicada, o tratamento com Diminut (gestodeno e etinilestradiol) deve ser iniciado no 12° dia após o parto (nunca antes do 7° dia) ou no 5° dia após o abortamento, no mais tardar. Deve-se considerar que a administração de contraceptivos orais no período imediatamente após o parto ou abortamento aumenta o risco de ocorrência de doenças
tromboembólicas. Se ocorrerem vômitos ou diarréia dentro de 3 a 4 horas após a ingestão de Diminut (gestodeno e etinilestradiol), as substâncias ativas podem não ter sido absorvidas adequadamente. Porém, deve-se continuar o tratamento a fim de evitar sangramento prematuro por privação, e, adicionalmente, usar um método contraceptivo não-hormonal, com exceção dos métodos de ritmo (tabelinha) e da
temperatura, até o final do ciclo. Se a disfunção gastrintestinal for prolongada, deve-se considerar a mudança para outro método de contracepção. SUPERDOSAGEM: A superdosagem pode causar náuseas e vômitos e em algumas mulheres pode ocorrer sangramento por supressão. Pode-se considerar que os procedimentos usuais de lavagem gástrica e os tratamentos de suporte sejam adequados para os
casos de superdosagem. Não têm sido relatados efeitos graves na ingestão aguda de grandes doses orais por crianças. VENDA SOB PRESCRIÇÃO MÉDICA. "AO PERSISTIREM OS SINTOMAS, O MÉDICO DEVERÁ SER CONSULTADO" .Reg. MS nº 1.0033.0084. Farmacêutica Responsável: Dra. Cintia Delphino de Andrade - CRF - SP nº 25125. LIBBS FARMACÊUTICA LTDA. Rua Raul Pompéia, 1071.
São Paulo - SP - CEP 05025-011. CNPJ: 61.230.314/0001-75. INDÚSTRIA BRASILEIRA. Serviço de Atendimento LIBBS 08000-135044. [email protected]. MINIAN (desogestrel/etinilestradiol) - USO ADULTO - COMPOSIÇÃO E APRESENTAÇÃO: Cada comprimido contém: Desogestrel 150 mcg. Etinilestradiol 20 mcg. Cartucho contendo 1cartela com 21 comprimidos. INDICAÇÕES: Contracepção
oral. CONTRA-INDICAÇÕES: MINIAN (desogestrel/ etinilestradiol) é contra-indicado durante a gravidez. MINIAN (desogestrel/ etinilestradiol) não deve ser usado na presença das seguintes condições: histórico de distúrbios cerebrovasculares ou cardiovasculares especialmente em pacientes tabagistas (tromboflebite, desordens tromboembólicas); história prévia ou atual de neoplasia estrógeno-dependente
(câncer da mama, câncer do endométrio); sangramento vaginal anormal de origem não diagnosticada; distúrbios do metabolismo lipídico; hipertensão grave; diabete grave com alterações vasculares; distúrbios graves da função hepática, icterícia colestática; histórico de tumores hepáticos, Síndrome de Dubin Johnson e de Rotor. PRECAUÇÕES: MINIAN (desogestrel/ etinilestradiol) pode afetar a quantidade e
a qualidade do leite materno. Pequenas quantidades dos componentes ativos podem ser excretados no leite materno. O risco-benefício do uso de MINIAN (desogestrel/etinilestradiol) deverá ser considerado quando existirem os seguintes problemas médicos: asma, insuficiência cardíaca, epilepsia, enxaquecas, insuficiência renal, histórico familiar de câncer de mama, diabetes meilitus, histórico ou presença de
cálculos na vesícula biliar, insuficiência hepática, hipercalemia, hiperlipidemia, hipertensão, histórico de icterícia durante a gravidez, cirurgia prevista, depressão, tuberculose, veias varicosas extensas. MINIAN (desogestrel/etinilestradiol), quando tomado de acordo com as instruções de uso, proporciona um meio bastante seguro de prevenir a concepção e a probabilidade de ocorrência de gravidez é mínima. No
entanto, a confiabilidade dos anticoncepcionais orais pode ser reduzida quando: os comprimidos não são tomados de acordo com as instruções de uso, como por exemplo, esquecimento da ingestão de um ou mais comprimidos; ocorrerem distúrbios gastrintestinais como diarréia e/ou vômito dentro de até 4 horas após a ingestão do comprimido; administração concomitante de outros medicamentos (vide item
interações medicamentosas). Se não ocorrer sangramento de privação e nenhuma das circunstâncias mencionadas acima estiverem presentes, a gravidez será altamente improvável e o uso de anticoncepcional oral pode ser continuado. Se, no entanto, qualquer uma dessas eventualidades ocorrer, deve-se interromper a ingestão dos comprimidos e excluir-se a presença de gravidez antes de retomar ao uso
do anticoncepcional oral. INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS: O uso concomitante de MINIAN (desogestrel/etinilestradiol) com rifampicina pode reduzir sua eficácia e aumentar a incidência de sangramentos e irregularidades menstruais. De forma menos intensa, estes efeitos ocorrem também quando se utiliza MINIAN (desogestrel/etinilestradiol) com barbitúricos, fenilbutazona, fenitoina sódica,
carbamazepina, griseofülvina, ampicilina e tetraciclina. INTERAÇÕES COM TESTES DE LABORATÓRIO Alguns testes de função hepática e endócrina podem ser afetados pelos contraceptivos orais: aumento de protrombina e de fatores VII, VIII e IX; aumento da TBG e redução da captação de T3 livre; hormônios sexuais ligados à proteínas elevados; HDL-C e triglicérides aumentados; diminuição da
tolerância à glicose e níveis de folatos séricos deprimidos. ADVERTÊNCIAS: Antes de iniciar o tratamento deve ser realizado exame clínico, que incluirá, entre outros, medida de pressão arterial, pesquisa da glicosúria e, se necessário, hepatograma, além de minucioso exame ginecológico, incluindo mamas e citologia cervical oncológica. A possibilidade de gestação deve ser excluída. Em tratamento prolongado
recomenda-se controle médico semestral. Durante o tratamento com esteróides sexuais, têm-se observado, algumas vezes, alterações hepáticas benignas e, muito mais raramente, também malignas, que em casos isolados podem provocar hemorragias intra-abdominais perigosas. Deve-se informar ao médico quaisquer queixas abdominais altas, não habituais, que não cedam espontaneamente em curto
espaço de tempo, pois pode ser necessário interromper a administração. Mulheres com diabetes, hipertensão arterial, varizes, otosclerose, esclerose múltipla, epilepsia, porfíria, tetania, coreia menor, antecedentes de flebite ou tendência para diabetes devem manter-se sob cuidadosa vigilância médica. Com relação à trombose arterial, seu risco relativo parece aumentar quando, concomitantemente, existem
outros fatores, tais como tabagismo, idade mais avançada, hipertensão arterial, hipercolesterolemia, obesidade, diabetes, pré-eclampsia, tratamento contraceptivo combinado prolongado por vários anos. O tratamento deverá ser imediatamente interrompido caso apareçam alguns dos seguintes sintomas: dores de cabeça do tipo enxaqueca em pacientes que nunca tiveram este sintoma; dores de cabeça
frequentes com intensidade fora do habitual; perturbações repentinas dos sentidos (por exemplo: de visão, da audição); dores não-habituais nas pernas ou inchaços não-habituais nos braços ou pernas; dores do tipo pontada ao respirar ou tosse sem motivo aparente; sensação de dor e aperto no peito; icterícia; coceira no corpo todo; aumento de crises epilépticas; aumento significativo da pressão sangüínea;
depressão grave; dores ou inchaço não-habituais no abdómen que não desapareçam em curto espaço de tempo; gravidez. Em quaisquer destas circunstâncias o médico deverá ser informado. A medicação também deverá ser suspensa em caso de cirurgias programadas (6 semanas antes da data prevista) ou imobilização forçada, decorrente, por exemplo, de acidentes ou operações. INFORME AO SEU
MÉDICO SE ESTIVER TOMANDO OUTRO MEDICAMENTO. REAÇÕES ADVERSAS: Caso ocorram sinais de processos tromboembólicos (dor abdominal repentina, severa ou contínua, cefaléia severa ou repentina, perda de coordenação, dor no peito, dor nas pernas, respiração ofegante inexplicada, alterações repentinas da visão, fraqueza) deve-se suspender a medicação e informar o médico. Podem
ocorrer também distúrbios gástricos, tensão mamária, sangramentos intermenstruais, alterações do peso ou da libido, estado depressivo e cloasma. POSOLOGIA: No primeiro ciclo ingerir um comprimido por dia durante 21 dias consecutivos, sempre no mesmo horário, iniciando no primeiro dia de sangramento. Nos ciclos subsequentes deverá ser observado um intervalo de 7 dias entre o último comprimido do
ciclo que termina e o primeiro comprimido do ciclo que se inicia. Se não ocorrer o sangramento por privação neste intervalo, o tratamento não deverá ser continuado até que seja excluída a possibilidade de gravidez. MINIAN (desogestrel/etinilestradiol) é eficaz a partir do l ° dia de tratamento, se os comprimidos forem tomados a partir do 1° dia do ciclo, como descrito. Pode ocorrer em casos isolados,
sangramento intermenstrual, principalmente durante os 3 primeiros meses de utilização de MINIAN (desogestrel/ etinilestradiol), que, geralmente, cessa espontaneamente. A paciente deve, entretanto, continuar o tratamento com MINIAN (desogestrel/etinilestradiol) em caso de sangramento irregular. Caso o sangramento persista ou recorra, diagnóstico apropriado, faz-se necessário para excluir causas
orgânicas. Devem ser também investigados os sangramentos irregulares quando ocorrerem em vários ciclos consecutivos ou pela primeira vez após prolongado uso de MINIAN (desogestrel/etinilestradiol). Se a paciente esquecer de tomar um comprimido no horário habitual, deve toma-lo no período de 12 horas subsequentes. Se o comprimido esquecido não for tomado dentro de 12 horas, a paciente deverá
toma-lo juntamente com o comprimido subsequente no horário habitual. Nos casos em que houver transcorrido mais de 12 horas, a proteção contraceptiva pode estar reduzida neste ciclo, devendo ser empregados, adicionalmente, métodos contraceptivos de barreira (por ex.: diafragma mais espermicida ou preservativo masculino) até o final do ciclo. Não devem ser utilizados os métodos de ritmo (tabelinha) e
da temperatura. Na troca de outro contraceptivo oral para MINIAN (desogestrel/etinilestradiol) o início do tratamento deve ser feito no primeiro dia que ocorrer sangramento por privação, após a ingestão do último comprimido ativo do contraceptivo anterior. MINIAN (desogestrel/etinilestradiol) pode ser prescrito durante o período pós-parto ou pós-abortamento, tão logo ocorra a primeira menstruação após o ciclo
normal. MINIAN (desogestrel/etinilestradiol) não deve ser iniciado antes do primeiro ciclo menstrual normal pós-aborto. Quando, por razões médicas, outra gravidez for contra-indicada, o tratamento com MINIAN (desogestrel/etinilestradiol) deve ser iniciado no 12° dia após o parto (nunca antes do 7° dia) ou no 5° dia após o abortamento, no mais tardar. Deve-se considerar que a administração de contraceptivos
orais no período imediatamente após o parto ou abortamento aumenta o risco de ocorrência de doenças tromboembólicas. Se ocorrerem vómitos ou diarreia dentro de 3 a 4 horas após a ingestão de MINIAN (desogestrel/ etinilestradiol), as substâncias ativas podem não ter sido absorvidas adequadamente. Porém, deve-se continuar o tratamento a fim de evitar sangramento prematuro por privação, e,
adicionalmente, usar um método contraceptivo não-hormonal, com exceção dos métodos de ritmo (tabelinha) e da temperatura, até o final do ciclo. Se a disfunção gastrintestinal for prolongada, deve-se considerar a mudança para outro método de contracepção. SUPERDOSAGEM: A superdosagem pode causar náuseas e vómitos e em algumas mulheres pode ocorrer sangramento por supressão. Pode-se
considerar que os procedimentos usuais de lavagem gástrica e os tratamentos de suporte sejam adequados para os casos de superdosagem. Não têm sido relatados efeitos graves na ingestão aguda de grandes doses orais por crianças. VENDA SOB PRESCRIÇÃO MÉDICA. "AO PERSISTIREM OS SINTOMAS, O MÉDICO DEVERÁ SER CONSULTADO". Reg. MS nº 1.0033.0098. Farmacêutica
Responsável: Dra. Cintia Delphino de Andrade - CRF - SP nº 25125. LIBBS FARMACÊUTICA LTDA. Rua Raul Pompéia, 1071. São Paulo - SP - CEP 05025-011. CNPJ: 61.230.314/0001-75. INDÚSTRIA BRASILEIRA. Serviço de Atendimento LIBBS 08000-135044. Referências Bibliográficas: (1) DIMINUT®. São Paulo: Libbs Farmacêutica Ltda. Bula do medicamento. (2) MINIAN. São Paulo: Libbs
Farmacêutica Ltda. Bula do medicamento. (3) DUSTERBERG, B. et al. A three-year clinical investigation into efficacy, cycle control and tolerability of a new low-dose monophasic oral contraceptive containing gestodene. Gynecol. Endocrinol., v. 10, n. 1, p. 33-9, 1996. (4) LAMMERS, P.; op ten BERG, M. Phase III clinical trial with a new oral contraceptive containing 150 micrograms desogestrel and 20
micrograms ethinylestradiol. Acta Obstet. Gynecol. Scand., v. 70, n. 6, p.497-500, 1991. (5) BARACAT, E.C. et al. Avaliação da tolerabilidade e do controle de ciclo de dois contraceptivos orais de baixa dose: estudo comparativo aberto. Rev. Bras. Ginecol. Obstet., v.20, n.5, p.273-280, 1998. (6) VAN KETS, H.E. Belgian trial of an oral contraceptive containing 0.150 mg desogestrel and 0.020 mg ethinylestradiol.
Acta Obstet. Gynecol. Scand. Suppl., v.144, p.13-17, 1987. (7) BASSOL, S. et al. Latin american experience with two low-dose oral contraceptives containing 30 microg ethinylestradiol/75 microg gestodene and 20 microg ethinylestradiol/150 microg desogestrel. Contraception, v. 62, n.3, p. 131-5, 2000.
II
Jornal da FEBRASGO – maio 2007
GINECOLOGIA
E d i to r i a l
Modernização e responsabilidade social
A
Febrasgo está alterando seu site para o formato de portal, com o objetivo de oferecer inúmeras
opções aos usuários e agregar vários links, serviços, chats, além de servir como porta de entrada
para a navegação na internet.
Pretende-se que o Portal contenha os artigos das revistas Femina, RBGO, do Jornal da Febrasgo,
além do conteúdo atualizado dos Manuais das Comissões Científicas da Febrasgo, e dos Cursos de Educação Médica Continuada, inclusive valendo créditos para a renovação do título de
especialista.
Nilson Roberto de Melo
Faz-se mister dispor nesse espaço o conteúdo das principais revistas científicas da área médica e da
tocoginecologia, para que o sócio da nossa federação possa se atualizar de maneira rápida e adequada, sem necessitar procurar conteúdo científico em outros locais.
Presidente
Algumas áreas do portal, como a científica, serão acessíveis apenas aos sócios em dia com a
anuidade. O portal também vai trazer uma agenda de congressos, jornadas, simpósios, cursos,
além de informação sobre datas e instruções para inscrição em concursos. Pretende-se ainda
realizar chats sobre discussões de temas que possam suscitar dúvidas ou que sejam de interesse
do médico.
Outro tópico importante abordado nesta edição versa sobre a responsabilidade social da comunidade médica, que não diferencia raça, nacionalidade ou religião, e que, portanto, sem preconceitos ou distinções, mobiliza pessoas e recursos em prol de pessoas necessitadas, tratando-as com
solidariedade e respeito.
Essa filantropia pode ser feita de várias maneiras, como na criação de cumplicidade com pacientes
e familiares ou na cooperação com os diferentes grupos profissionais da área de saúde da instituição
visitada. Com isso, é possível amenizar o sofrimento dos que precisam de atendimento, além de
resgatar a auto-estima e valorizar a dignidade na vida destas pessoas.
Projetos como os Doutores da Alegria visam a resgatar a auto-estima de crianças hospitalizadas por
meio do bom humor e da alegria. Contribuem para o conforto, o bem-estar e a humanização do ambiente hospitalar, transformando o medo, a dor e a angústia em momentos de maior tranqüilidade
aos pacientes atendidos, assim como às suas famílias.
A prestação de serviços voluntários tem valor inestimável e requer esforço, tempo, interesse pessoal, amor
e dedicação ao próximo, contribuindo para que no futuro tenhamos um mundo mais humano.
Febrasgo
www.febrasgo.org.br • [email protected] • (11) 5573-4919
Presidente: Nilson Roberto de Melo; Secretário-executivo: Francisco Eduardo Prota; Secretário-executivo adjunto: Vera Lúcia Mota da Fonseca; Tesoureiro:
Ricardo José de Oliveira e Silva; Tesoureiro adjunto: Mariângela Badalotti; Vice-presidente da Região Norte: Pedro Celeste Noleto e Silva; Vice-presidente da
Região Nordeste: Francisco Edson de Lucena Feitosa; Vice-presidente da Região Centro-Oeste: João Bosco Machado da Silveira; Vice-presidente da Região
Sudeste: Cláudia Navarro Duarte Lemos; Vice-presidente da Região Sul: Almir Antonio Urbanetz; Assessor da presidência: Etelvino de Souza Trindade.
Jornal da Febrasgo
Editor: Nicolau D’Amico Filho
Redação: [email protected]
Produção Editorial
Zeppelini Editorial: www.zeppelini.com.br • [email protected] • (11) 6978-6686
Jornalista responsável: Elaine Iorio – MTB: 43.306/SP
Assistente de redação: Paula Craveiro – MTB: 39.316/SP
Jornal da FEBRASGO – maio 2007
Pílulas
Projeto aprimora qualidade dos
serviços de mamografia
Confemel assina Declaração de São Paulo
Entre os dias 25 e 27 de abril, lideranças médicas da
América Latina e do Caribe reuniram-se em São Paulo,
na sede da Associação Médica Brasileira (AMB), para a
realização da assembléia geral da Confederação Médica Latinoamericana e do Caribe (Confemel).
No dia 16 de abril, em Porto Alegre (RS), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), em parceria com o
Instituto do Câncer (Inca), o Colégio Brasileiro de Radiologia e o Instituto Avon, lançou o projeto piloto de Garantia de Qualidade dos Serviços de Mamografia do SUS.
O objetivo do projeto é melhorar a qualidade técnica dos
serviços de mamografia no país, por meio de capacitação
de agentes e elaboração de material informativo dirigido
aos profissionais de saúde que trabalham nesta área.
O grupo debateu os problemas dos sistemas de saúde
das duas regiões e apresentou uma série de propostas
de ações que visam ao adequado exercício da medicina e melhores condições de atendimento aos cidadãos.
Em nota oficial, a Confemel faz uma análise crítica da
rede de saúde da AL/Caribe e registra um voto de protesto contra o presidente Hugo Chávez, que tenta passar para o controle estatal venezuelano todas as clínicas
médicas, em um atentado à autonomia profissional.
O coordenador do projeto na Anvisa, João Henrique Campos, afirma que a iniciativa poderá reduzir a mortalidade de
mulheres com câncer de mama. “A qualidade da imagem
aumenta o acesso, porque, com a melhoria, os erros são minimizados e a necessidade de repetir exames diminui. Com
isso, mais mulheres têm acesso às mamografias”, explica.
Além disso, os membros da confederação, presidida pelo
médico brasileiro Marco Antônio Becker (CFM-RS), assinaram a Declaração de São Paulo, que foi entregue no
início do mês de maio aos organismos internacionais da
Organização das Nações Unidas (ONU), em Genebra, na
Suíça, pelo presidente do Conselho Federal de Medicina,
dr. Édson Andrade, e também ao foro internacional da
Associação Médica Mundial, em Berlim, na Alemanha.
Além de Porto Alegre, o projeto-piloto será desenvolvido
no Estado da Paraíba e nas capitais Belo Horizonte (MG)
e Goiânia (GO). A partir dessas experiências, será possível
estabelecer uma estratégia de expansão nacional.
www.anvisa.gov.br
www.cbr.org.br
www.inca.gov.br
www.institutoavon.org.br
www.saude.sp.gov.br
www.cremesp.org.br
Ricardo Giusti/PMPA
A carta apresenta denúncias sobre o desprestígio dos profissionais dessas regiões em relação às condições de trabalho
e remuneração; a prática ilegal da medicina permitida por
alguns governos, que a “patrocinam e permitem, quando
autorizam o ingresso de médicos formados no exterior, sem
efetuar a revalidação do título de forma legal, de acordo com o
ordenamento jurídico de cada país”; a proliferação de faculdades de medicina; o desvio de verbas da saúde para outras finalidades; entre outros temas relevantes à prática profissional.
Divulgação
www.confemel.com
Da esq. Para a dir.: Lírio Cipriani, diretor-executivo do Instituo Avon;
Pedro Gus, secretário municipal da Saúde; Isabela Fogaça, primeiradama de Porto Alegre; Luiz Antonio Santini, diretor-geral do Inca;
Dakir Duarte, representante do Colégio Brasileiro de Radiologia; e
João Henrique Campos, coordenador do projeto na Anvisa
Reunidos na sede da AMB, em abril, membros da Confemel definem pontos da Declaração de São Paulo
FMUSP alerta sobre riscos da auto-hemoterapia
Preocupada com as possíveis conseqüências da auto-hemoterapia para o organismo humano, inclusive acarretando risco de
morte ao paciente, a Faculdade de Medicina da Universidade
de São Paulo (FMUSP) divulgou recentemente um alerta público sobre os perigos dessa prática.
Entre os benefícios apontados pelos profissionais que a aplicam,
estão a cura de várias doenças, entre elas, o câncer e a Aids. Entretanto, a FMUSP, aliada às entidades médicas, organismos governamentais e à comunidade científica, não reconhece essa terapia
Jornal da FEBRASGO – maio 2007
como uma prática médica e adverte que a mesma não possui fundamentos científicos, podendo, inclusive, provocar efeitos colaterais de graves conseqüências, como infecção generalizada.
A fim de evitar complicações à saúde da população, a Anvisa
e o Conselho Federal de Medicina (CFM) proibiram o procedimento no país.
www.anvisa.gov.br
www.fm.usp.br
www.portalmedico.org.br
Capa
Medicina responsável
Responsabilidade social, filantropia, caridade, altruísmo.
Não importa o nome que se dá. O importante mesmo é o significado da boa
ação na vida das pessoas, tanto das que recebem quanto das que oferecem
por Juliana de Souza
Voluntários do programa Doutores da Alegria
N
a área médica, as práticas sociais são muito importantes, já que há vidas em jogo. No Brasil, a cada dia aumenta o número
de médicos e instituições que ajudam a população por meio do voluntariado, do atendimento gratuito, da participação em
projetos, de campanhas de saúde, além de muitas outras ações em prol do bem-estar público. Sem pedir nada em troca, esses
profissionais arregaçam as mangas e contribuem com milhares de pessoas todos os dias e em todas as regiões do país.
Há dois anos, a ex-jogadora da seleção brasileira de basquetebol Janeth Arcain solicitou o apoio do laboratório Delboni Auriemo
Medicina Diagnóstica, para os exames dos atletas mirins do Centro de Formação Esportiva que criou, o CFE Janeth. Em 2006,
28 crianças foram submetidas a exames clínicos nas unidades da rede e, em 2007, 45 atletas mirins já foram examinados. De acordo com Daniel Coundry, gestor de Negócios do laboratório, é uma satisfação para a empresa ser parceira de uma entidade séria,
sem fins lucrativos, que tem como objetivo cuidar de quem será o futuro do país. “Ficamos honrados em fazer parte de ações que
levam conforto, alegria e informações sobre saúde para quem ainda depende da sociedade civil”, completa ele.
Jornal da FEBRASGO – maio 2007
Outra ação especial que o laboratório Delboni Auriemo pratica é o Dia de Fazer a Diferença, em que voluntários – médicos, enfermeiras, recepcionistas, familiares e terceiros – se
unem para fazer a diferença na vida da comunidade, com a
realização de diversos projetos sociais em centenas de cidades. No ano passado, 120 voluntários contribuíram para
que 400 crianças e idosos fossem beneficiados com exames,
palestras educacionais sobre saúde e atividades de lazer. “É
a ação do voluntário protagonista da transformação social”,
conclui a gestora de Negócio do Sistema Integrado de Gestão, Josélia Lupo.
Em janeiro de 1880, ainda no tempo do Império, São Paulo
ganhou uma das primeiras instituições de saúde pública do
estado: o Instituto de Infectologia Emílio Ribas. Por meio da
contribuição da população paulista, que doou parte do dinheiro para a sua construção, o instituto foi criado com o objetivo
de isolar e tratar pacientes portadores de doenças infecciosas.
Hoje, é referência internacional no atendimento a esses e a
outros tipos de enfermidades, principalmente a Aids.
Após 126 anos, foi oficializada juridicamente a Associação
do Voluntariado do Instituto de Infectologia Emílio Ribas
(VER), que atua há mais de três anos no desenvolvimento
de projetos de apoio aos pacientes usuários do hospital. Sua
missão é “acolher e estimular o desenvolvimento cultural, social, psicológico, físico e afetivo dos pacientes internados ou
em atendimento ambulatorial, visando ao fortalecimento da
auto-estima, à conscientização da cidadania e à otimização
do tratamento médico por meio da melhora global da qualidade de vida”. O VER opera em diversas áreas, como na
disseminação do conhecimento por meio do programa de Leitura Solidária, em que voluntários lêem histórias e interagem
com crianças, adolescentes e adultos que recebem medicação
mensalmente, proporcionando momentos alegres e que fazem
a diferença no dia-a-dia.
Outra atuação da associação tem apoio direto da Secretaria de Educação e da Secretaria de Saúde. Três professoras oferecem acompanhamento pedagógico às crianças internadas, para que não percam
a continuidade dos estudos. Os voluntários desenvolvem atividades lúdicas para essas crianças e adolescentes, como brincadeiras,
jogos e acesso a computador, amenizando o período de internação.
“Como profissional, me sinto recompensada pela união de forças
que atingimos em nossos propósitos. Sou voluntária de coração e
tenho plena convicção de que oferecer carinho, o calor de um abraço, vale muito”, diz a presidente do VER, Glória Brunetti.
Ela conta que, para fazer parte do VER, os voluntários passam
por entrevistas e seis meses de treinamento, tudo isso para ter
segurança do seu papel no processo. “Esse é um dos grandes diferenciais que tem tornado o VER bem-sucedido”, argumenta.
Cuidando das mulheres
São vários os projetos no Brasil voltados para a saúde da mulher. Um
deles é desenvolvido pelo Hospital Sírio Libanês (HSL), que investe
constantemente em equipamentos e modernização de unidades da
rede pública de saúde. No ano passado, o HSL investiu R$ 1,5 milhão na aquisição de modernos equipamentos de ultra-som e outros
materiais, reforma e adequação das salas de exame ginecológico e
na contratação de profissionais para quatro unidades definidas pela
Secretaria de Saúde: Butantã, Itaim Bibi, Centro e Vila Antônio.
De acordo com o diretor de Filantropia da Sociedade Beneficente
de Senhoras – Hospital Sírio-Libanês, Gonzalo Vecina, a parceria
com a Rede Pública Municipal (São Paulo) foi iniciada em 2003.
O hospital buscou se integrar à rede pública para complementar
a atenção à população atendida pelo SUS. “A estratégia de se
integrar às demandas da rede municipal visa ao aperfeiçoamento
dos recursos aplicados em filantropia, ao mesmo tempo em que
aumenta o alcance dos projetos para a população menos favorecida economicamente”, ressalta o diretor. Os projetos de filantropia do HSL envolvem quase três mil funcionários e favorecem
mais de 70 mil pessoas por ano.
Entre as ações de responsabilidade social do Hospital Samaritano está o Projeto AMA – Atendimento Multi Assistencial,
que desde o ano 2000 beneficia crianças carentes com atendimento médico e odontológico gratuitos. Para as mães e avós
das crianças cadastradas no programa, o AMA criou, em 2002,
a Semana de Ginecologia – com foco na prevenção do câncer
ginecológico e mamário. As mulheres fazem todos os exames
necessários e, se detectado algum problema, elas são encaminhadas para intervenções cirúrgicas realizadas gratuitamente
no próprio Samaritano.
No VER, os voluntários atuam em diversas áreas
Jornal da FEBRASGO – maio 2007
A filantropia no Hospital Samaritano faz parte dos valores da
instituição desde a fundação, em dezembro de 1890, e está presente até hoje. Voluntários doam um pouco de si e dedicam seu
tempo em benefício dos pacientes, geralmente pessoas de comunidades menos favorecidas da sociedade.
É um movimento organizado que mobiliza vários setores e beneficia diversos públicos, entre colaboradores, clientes e comunidade, além de exercer papel importante para o bem-estar da
população, acolhendo pessoas de qualquer credo, raça ou nacionalidade, sem distinções ou preconceitos.
Links
O AMA promove palestras de educação em saúde
www.bigapplecircus.org
www.delboniauriemo.com.br
www.doutoresdaalegria.com.br
www.emilioribas.sp.gov.br
www.fmabc.br
http://janeth9.terra.com.br
www.hospitalsiriolibanes.org.br
www.nsl.com.br
www.samaritano.com.br
www.versocial.org.br
O engraçado é que é sério
A história do grupo mais famoso do Brasil, que se dedica a levar
alegria a crianças hospitalizadas, seus pais e profissionais de saúde,
começou com Michael Christensen, um palhaço norte-americano,
diretor do Big Apple Circus, de Nova Iorque.
Durante uma comemoração em um hospital daquela cidade, Christensen pediu para visitar crianças internadas que não puderam participar do evento. Improvisando, substituiu as imagens da internação
por outras alegres e engraçadas. Essa foi a semente da Clown Care
Unit, grupo de artistas especialmente treinados para levar alegria a
crianças internadas em hospitais nova-iorquinos.
Inspirados nesse grupo, alunos dos cursos da área de saúde da Faculdade de Medicina do ABC (FMABC), localizada no ABC paulista,
criaram um projeto com o objetivo de melhorar o ambiente hospitalar por meio da humanização dos setores de saúde com o uso
da arte lúdica do palhaço. O Sorrir é Viver foi formado em março
de 2005 e, desde então, leva alegria e conforto para pacientes de
instituições de saúde, como a Casa de Apoio às Crianças com Câncer, o Hospital Municipal Márcia/Maria Braido, os ambulatórios da
FMABC e o Hospital Municipal de Santo André.
Em 1988, Wellington Nogueira passou a integrar a trupe americana.
Ao voltar para o Brasil, em 1991, resolveu tentar aqui um projeto
parecido, enquanto ex-colegas faziam o mesmo na França (Le Rire
Medecin) e Alemanha (Die Klown Doktoren). Os preparativos deram
um trabalho danado, mas valeu a pena: em setembro daquele ano,
em uma luminosa iniciativa do Hospital e Maternidade Nossa Senhora de Lourdes, em São Paulo (hoje Hospital da Criança), teve início o
programa Doutores da Alegria. A organização da sociedade civil sem
fins lucrativos realiza cerca de 50 mil visitas por ano a crianças internadas em hospitais de São Paulo, Rio de Janeiro e Recife.
O grupo tem características próprias, já que foi totalmente idealizado e é formado por alunos de medicina que, além de envolverem
professores e doutores da faculdade, proporcionando estrutura
psicológica e cientifica, envolvem também estrutura artística, com
ensinamentos de técnicas circenses e teatrais. É um trabalho com
características tanto médica e científica quanto voluntária, já que
possui uma grande carga horária durante a semana, repleta de atuações e sem nenhum fim lucrativo. “É impressionante que com o
uso da arte e da simplicidade humana conseguimos fazer tão bem
e atingir objetivos tão grandes”, diz o coordenador de extensão do
projeto, André Valente.
Doutores da Alegria
Sorrir é Viver
Jornal da FEBRASGO – maio 2007
Institucional
Portal Febrasgo
é a nova ferramenta
oferecida aos
associados
Federação disponibiliza mais serviços e facilidades aos
médicos de todo o Brasil por meio de novo espaço na internet
por Jaqueline Januzzi
O
associado da Febrasgo tem agora mais uma facilidade no seu
dia-a-dia. A associação acaba de criar o Portal Febrasgo, que
será lançado oficialmente no mês de junho. A criação desse
espaço, segundo o dr. Francisco Eduardo Prota, secretário-executivo da Febrasgo, surgiu dentro do processo de reestruturação
e modernização da entidade. “Percebemos a necessidade de ter
uma ferramenta moderna e eficaz de informação e atualização
para o associado, disponível em todo território nacional”.
Para essa nova fase de interação entre a Febrasgo e seus associados, serão muito importantes os vários diferenciais que o Portal
apresenta em relação ao site atual. O primeiro deles está logo no
primeiro acesso do usuário. O médico associado deverá digitar
seu login – que é composto de seu Estado de origem e número
do CRM (RJ14977, por exemplo) – e, em seguida, criará uma
senha pessoal. Com esses dados, ele terá acesso a todo o conteúdo
do Portal, com informações restritas apenas aos associados.
Na página principal (home), os usuários vão encontrar as notícias
mais importantes da área médica, assim como links para eventos,
congressos e concursos. A principal diferença, à primeira vista, está
no visual do Portal. O layout é diferenciado, com ícones e links dispostos de forma a facilitarem a visualização e a compreensão.
Temas que antes apareciam separados no antigo site foram agrupados sob um mesmo ícone. Por exemplo, “Institucional” agora abriga
“Associações”, “Histórico”, “Diretoria” e “Estatuto Social”. O resultado, para o usuário, é uma página mais dinâmica, organizada e interativa, com capacidade para uma maior quantidade de informações.
O principal público-alvo do Portal são os associados da Febrasgo.
No entanto, o espaço também poderá ser acessado por médicos
não-associados, empresas e visitantes de uma maneira geral, que
Jornal da FEBRASGO – maio 2007
queiram obter informações sobre a federação e sobre assuntos relacionados à área médica.
Para o associado da Febrasgo, a vantagem é ter acesso a áreas
restritas de Cadastro, Documentos e Publicações, além de todas
aquelas vinculadas à Educação Médica Continuada. O conteúdo
relacionado à Educação Médica Continuada, desenvolvido pelas
diferentes comissões da Febrasgo, será disponibilizado para os
associados em diferentes formatos: aulas formais, manuais, apresentações, textos e vídeos que vão possibilitar ao associado o acesso ao material educacional atualizado.
Todas as ferramentas disponíveis no site atual continuarão a
existir no Portal, acrescidas de outras facilidades, como espaços para inserção de vídeos e links médicos, educação médica
continuada e publicações. Futuramente, esse sistema permitirá
que as próprias federadas possam, por meio de login e senha
específicos, atualizar suas informações, como pagamento de
anuidades, on-line.
Novidades e diferenciais
facilitam a vida do usuário
O atual site da Febrasgo foi criado pelo dr. Sérgio Ramos, em
2001. “O desafio foi grande”, diz Ramos. “Passamos de 20 visitas diárias para mais de 3.000 atuais”.
Para o dr. Prota, a contribuição de dr. Ramos foi fundamental,
tanto é que a maior parte das informações do portal ainda são de
sua autoria. “O dr. Sérgio Ramos continuará nos assessorando no
novo portal”, conta.
Uma das novidades a que o associado terá acesso, por exemplo, é
a possibilidade de hospedar uma home page pessoal, com suas informações básicas, no próprio Portal Febrasgo, que contará com
uma listagem dessas páginas.
Manoel de Assis, desenvolvedor do Portal da Febrasgo, afirma
que, além de oferecer melhores serviços aos associados, o Portal,
diferentemente do site, integra as informações em um banco de
dados, tornando possível, por exemplo, que o próprio associado
atualize seus dados cadastrais on-line, sem a necessidade de preencher uma ficha, como acontecia antes.
Outra novidade do Portal é o sistema de buscas. Essa ferramenta
possibilita que qualquer assunto disponível na página seja encontrado e o resultado ainda traz links com pesquisa bibliográfica em sites externos.
O “Fale Conosco” é o espaço de promoção da interatividade entre
o associado e a Febrasgo, por meio do qual será possível entrar
em contato com a Presidência e a Secretaria da federação. Essa
interatividade vai além: no campo “Outros Assuntos” o associado pode enviar questionamentos, receber seu feedback e ainda
consultar respostas recebidas pelos demais usuários a respeito de
assuntos que podem ser de seu interesse.
Espaço será importante ferramenta de contato
Os planos para aumentar a interatividade entre associação e associados inclui ainda um chat, em que serão apresentadas conferências e debates de líderes de opinião a respeito de assuntos da área
médica e de interesse geral dos usuários. Além disso, o espaço
arquivará todos os vídeos já apresentados para que se possa acessá-los a qualquer momento.
Para o dr. João Pedro Junqueira Caetano, presidente da Associação de Ginecologistas e Obstetras de Minas Gerais (Sogimig), a
criação do Portal Febrasgo é uma ótima iniciativa, pois tanto o
site quanto o Portal podem ser uma ferramenta importante no
acesso ao conteúdo científico, como manuais, consentimento e
revistas. Ele ainda completa com uma sugestão: “Seria uma
bela prestação aos associados se a Febrasgo disponibilizasse
em seu espaço o Portal da Capes, para consulta de revistas
científicas, e restringisse o acesso a associados que estejam
em dia com o pagamento da entidade, para que seja justo
com aqueles que contribuem corretamente”.
Segundo o dr. Prota, além de oferecer serviços e facilidades
aos associados, e do retorno financeiro oferecido por meio
da comercialização de espaços publicitários nas áreas abertas e restritas do sites, o objetivo é que o Portal seja uma
ferramenta para estimular ginecologistas e obstetras que
ainda não fazem parte da Febrasgo a se associar, para que
assim possam desfrutar de todas as vantagens que a federação oferece a seus usuários.
Como fazer seu primeiro acesso:
• O endereço eletrônico do Portal Febrasgo é www.febrasgo.org.br
• Na página inicial, clique no link “Registro”.
• Para se registrar, é necessário criar um login, que deve ser a sigla do
estado ao qual o usuário está associado mais o número do CRM.
• O associado também precisará informar nome, sobrenome e um
endereço de e-mail.
• O próximo passo é a criação de uma senha, que vai ser utilizada em
todas as vezes que o associado visitar o Portal.
• Para os próximos acessos, basta utilizar a opção login, que permite
o acesso do associado ao conteúdo restrito do Portal Febrasgo.
O que você encontra no Portal Febrasgo:
• Informações sobre a federação: Histórico, Diretoria, Estatuto Social.
• Informações sobre as sociedades federadas.
• Espaço para cadastro.
Silvio Gurgel (Mecano Estúdio)
• Agenda.
• Dados sobre concursos.
• Documentos: Fichas Clínicas, Projeto Diretrizes, Consentimento
Informado.
• Publicações: Femina, RBGO, Jornal da Febrasgo, Manuais.
• Fale Conosco: Presidência, Secretaria, Outros.
• Chat.
• Principais notícias da área médica.
Para o dr. Prota, Portal
também atrairá novos
associados
Portal Febrasgo
www.febrasgo.org.br
Jornal da FEBRASGO – maio 2007
Pe r s o n a g e m
Mais humanização, menos mercantilismo
Diretora de Responsabilidade Social do Ciesp diz que a medicina perdeu a dimensão humanitária e
social que tinha décadas atrás
por Luciano Guimarães
O
capitalismo selvagem e desmesurado dos anos de 1990 e
deste começo de século pode novamente estar se fechando
em si, como uma ilha. A história está repleta de exemplos
de momentos em que a humanidade lutou apenas para ganhar
dinheiro: a quebra da Bolsa de Nova York, em 1929; o pós 2ª
Guerra; e a atualidade. O outros de preocupação com a qualidade de vida: os anos de 1970 do slogan “paz e amor” e os anos de
1980 do ativismo pelo fim da fome no mundo e da possibilidade
de uma 3ª Guerra. Parece que em breve inauguraremos um novo
ciclo, voltado à preocupação com o ser humano.
A história é cíclica, isto é, se repete. Com a medicina também
é assim, mas ao seu modo. Se há 20, 30 ou 40 anos o serviço
público tinha qualidade e os médicos eram bem mais próximos
de seus pacientes, hoje, acontece o contrário. Mas, felizmente, há
uma corrente que cresce a cada dia, que organiza e participa de
ações para humanizar a medicina. O objetivo é fazer o paciente
se sentir bem atendido, feliz e, acima de tudo, mais do que um
simples nome em um prontuário.
Faz parte desse movimento pela humanização da medicina a
médica Yvonne Capuano, diretora de Responsabilidade Social do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp)
e de Ações Comunitárias da Associação Paulista de Medicina
(APM) e membro do Conselho Consultivo do Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE) e da Associação de Assistência à
Criança Deficiente (AACD).
Yvonne é uma ativista pela humanização da medicina e dos procedimentos médicos, a fim de trazer bem-estar aos pacientes e de
mostrar aos profissionais da saúde que é possível deixar de lado a
impessoalidade e a frieza no atendimento médico.
Jornal da Febrasgo: A medicina está conseguindo melhorar sua relação com a sociedade, no tocante às ações de responsabilidade social?
Yvonne Capuano: Creio que tem havido grandes esforços
nesse sentido, mas ainda há um longo trajeto a percorrer. A
medicina, numa visão compartilhada pelos profissionais da
área e pela própria sociedade, foi durante muito tempo equiparada a um sacerdócio. Nas últimas décadas, graças à extrema mercantilização que caracterizou os empreendimentos
voltados para a saúde e ao aviltamento dos salários dos médicos, perdeu-se de vista a dimensão humanitária e social do
exercício da medicina.
A medicina, numa visão compartilhada
pelos profissionais da área e pela
própria sociedade, foi durante muito
tempo equiparada a um sacerdócio
Jornal da FEBRASGO – maio 2007
Antes de qualquer coisa, o médico
tem de olhar para o paciente.
Em outras palavras, o médico
deve considerá-lo na sua individualidade
JF: Como humanizar o contato entre médico e paciente?
JF: Como funciona o Projeto Educacional Capuano?
Yvonne: Antes de qualquer coisa, o médico tem de olhar para o
paciente. Em outras palavras, o médico deve considerá-lo na sua individualidade. Não basta preencher fichas, encaminhar para exames,
ler resultados fornecidos por laboratórios e prescrever medicamentos. Cada indivíduo é um universo distinto, marcado por determinações genéticas, sociais, culturais, psicológicas. Suas reações diferem
das que, em situação análoga, se verificam em outro paciente.
Yvonne: O PEC, de natureza filantrópica, teve início em
1988, por meio de um convênio com a extinta Fundação Educar. Trabalhando com jovens e adultos, sem distinção de raça,
religião e posicionamento político-partidário, dedicou-se à
alfabetização de integrantes do quadro funcional da empresa
Clock, antiga propriedade da minha família, situada no bairro da Mooca.
JF: Quais os cuidados que os profissionais ou mesmo as organizações médicas devem ter para atuar no Terceiro Setor?
Quando a empresa foi vendida, em 1993, a escola foi preservada e, em função de intensa demanda, aberta a todos os
interessados da região. No começo contava apenas com uma
sala de aula, no refeitório da fábrica. O espaço foi depois ampliado, passando a dispor de três salas que comportavam classes de alfabetização e de 1ª à 4ª séries. Hoje, para o ensino
supletivo de 1º e 2º graus, para cursos livres de línguas e para
o Programa Aberto da Terceira Idade (Pati), existem 10 salas
de aula, cantina, pátio e dependências onde funcionam biblioteca e videoteca.
Yvonne: A idoneidade de tais organizações tem de ser investigada, antes de qualquer iniciativa de apoio. Num país como o
nosso, em que a corrupção viceja solta, todo cuidado é pouco.
JF: Como é possível para as entidades dissociar ações com intenções humanitárias das que visam apenas o marketing?
Yvonne: A preocupação excessiva com a divulgação é um sinal
de alerta. Nem sempre é fácil distinguir as ações que correspondem às demandas por transparência das que, por meio de propaganda, apenas camuflam sua inoperância. É lamentável que isso
ocorra, sobretudo por parte de profissionais que endossam um
código de ética tão rígido quanto o dos médicos.
JF: Que projetos a senhora pode apontar como exemplos de sucesso? Como vê os profissionais que doam parte do seu tempo clinicando em entidades?
Yvonne: Acho bastante louváveis. Se cada um dedicasse parcela
de seu tempo a trabalhos comunitários, o mundo seria bem melhor. Na escola que venho mantendo há anos – o Projeto Educacional Capuano (PEC) –, procuro dar assistência médica e odontológica aos alunos, sempre com resultados muito positivos.
Dentre os projetos que desenvolvo atualmente, gostaria de mencionar, no âmbito do CIEE, o estágio para estudantes de medicina.
Dele fazem parte diretores de algumas faculdades de São Paulo,
além do apoio da Universidade Estadual Paulista e do Conselho
Regional de Medicina (CRM-SP), entre outras entidades. Já contamos com 200 estagiários em serviços de saúde, sem contato direto com pacientes. Faço parte ainda do Se Toque – Instituto de
Desenvolvimento Social, criado pela dra. Mônica Allende Serra,
que prevê inúmeras ações na área médica, e do movimento Mulheres da Verdade, voltado para a área social e para a cidadania.
Nem sempre é fácil distinguir as ações
que correspondem às demandas por
transparência das que, por meio de propaganda,
apenas camuflam sua inoperância
JF: Como é possível melhorar a saúde pública no Brasil?
Yvonne: Respondo com uma pergunta: até que ponto o poder
público assume, de fato, a competência que lhe foi atribuída pela
Constituição de 1988 quanto à saúde? A política municipalista
do SUS cumpriu à risca a pauta de que foi incumbida, isto é, a
descentralização gestionária dos serviços de saúde. Não questiono essa fórmula, apesar de acompanhar o ritmo sensivelmente
mais lento dos repasses necessários ao exercício de funções delegadas. Sou muito mais pessimista quanto ao modelo do chamado
Estado mínimo, transferindo para as organizações sociais responsabilidades e recursos do poder público.
JF: Que diferenças tem a medicina de hoje com a de 20-30 anos
atrás, em relação à qualidade do serviço público?
Yvonne: Como a ciência evoluiu, hoje dispomos de aparelhos que oferecem um diagnóstico cada vez mais preciso das
diferentes patologias. Os medicamentos, por sua vez, apresentam um grau de eficácia jamais alcançado anteriormente.
Os serviços médicos, com todas as deficiências que conhecemos, também são hoje mais acessíveis. Do ponto de vista
qualitativo, no entanto, a medicina deixa muito a desejar,
seja pela formação deficiente oferecida pelos cursos superiores, seja pela ausência de um sentido mais humanitário
da profissão.
Respondo com uma pergunta: até que
ponto o poder público assume, de fato, a
competência que lhe foi atribuída pela
Constituição de 1988 quanto à saúde?
Jornal da FEBRASGO – maio 2007
L a ze r
Colecionismo
Uma paixão que preserva o passado para o futuro
por Paula Craveiro
Antropofagia (1929), de Tarsila do Amaral
C
erta vez, um filósofo alemão chamado Walter Benjamin afirmou que a arte de colecionar dizia respeito ao desejo pela
vida, pela permanência, pela imortalidade. “Bem-aventurado o colecionador! Pois dentro dele se domiciliaram espíritos ou
geniozinhos que fazem com que, para o colecionador, a posse seja
a mais íntima relação que se pode ter com as coisas: não são as
coisas que vivem dentro do colecionador; é ele que vive dentro
das coisas”.
Fazer uma coleção, segundo Benjamin, independente do artigo
que se coleciona, é uma maneira de tentar se apossar do mundo:
não se possui apenas um objeto, mas todo um emaranhado de
significados, práticas e vivências a ele intimamente relacionados.
Assim, o ato de colecionar é, ainda, um meio de apoderar-se do
passado e da memória.
Para o ginecologista José Nemirovsky, falecido em 1987, colecionar representava mais do que o simples anseio de preservar
o passado. Significava vivenciar bem de perto uma paixão, incorporá-la ao seu cotidiano. Ele foi considerado o proprietário
do maior acervo particular de obras de arte do Brasil – posteriormente transformado na Fundação Nemirovsky, em exposição
permanente na Pinacoteca do Estado de São Paulo.
Sua extensa e valiosa coleção foi iniciada em 1958, com a aquisição de um busto de madeira que, então, era atribuído ao artista
mineiro Aleijadinho. Porém, após algumas análises do material,
descobriu-se que não tinha qualquer relação com a cidade de
Ouro Preto, onde vivia o artista. Mas, por ser uma peça muito
bonita, acabou sendo a primeira do acervo.
A Fundação Nemirovsky reúne em média 200 obras de arte, entre
elas algumas das obras-primas do modernismo brasileiro, como
Carnaval em Madureira (1924) e Antropofagia (1929) – avaliada em
US$ 3 milhões –, de Tarsila do Amaral; Bordel (1940) e Mulheres
na janela (1926), de Di Cavalcanti; Mogi das Cruzes (1935) e Fachada (1970), de Alfredo Volpi, além de obras de Cândido Portinari,
Anita Malfatti, Ismael Nery, Victor Brecheret, Lasar Segall, Lygia
Clark, Chagall, Léger, Braque e Grosz, e tantos outros.
Outro exemplo de colecionador bem-sucedido e portador de
uma coletânea bastante representativa é o cirurgião vascular e
professor titular da Faculdade Santa Casa de São Paulo, Roberto
Augusto Caffaro, que desde 1985 coleciona canetas-tinteiro, fabricadas antes da Segunda Guerra Mundial (1938-1944). Atual-
10
Jornal da FEBRASGO – maio 2007
mente, ele possui mais de 3.000 canetas de diversas marcas. Mas
o destaque fica para sua coleção de cerca de 460 canetas Montblanc, a verdadeira paixão do médico. Isso, claro, sem contar as
outras peças que estão aguardando algum tipo de reparo.
O interesse por canetas começou na época de estudante, quando
seu padrinho o presenteou com uma caneta-tinteiro, uma Parker 21, em sua formatura do ginásio. A maneira de escrever,
os traços e o design da caneta cativaram o jovem, a ponto de
torná-lo um dos maiores colecionadores de Montblanc do mundo – ou melhor, o maior colecionador, tendo sido nomeado Mr.
Montblanc durante o evento Pen Show, realizado em 1992, em
Chicago (EUA).
A paixão de Caffaro por esses pequenos objetos, com cerca de
14 centímetros, é tão forte que, em 1989, criou o Pen Club do
Brasil, uma associação que reúne mais de 300 colecionadores de
canetas antigas na América Latina.
Quanto ao valor de seu acervo, o médico é cauteloso e prefere não
revelar cifras. Mas conta que, dentre suas peças favoritas, está
uma Montblanc Marble número 12, fabricada em 1922. “Após
participar de um evento promovido pela Montblanc aqui no Brasil, em 1994, recebi o telefonema de uma senhora dizendo que
o pai dela, um médico, queria que sua caneta ficasse em minha
coleção. Ele era professor de psiquiatria da Faculdade de Medicina da Universidade de Taubaté e ficou sabendo sobre a minha
coleção porque seus colegas haviam sido meus professores”, conta. “É a minha caneta mais rara”.
Para o oftalmologista Marcelo Martins Ferreira Junior, do Rio
de Janeiro, a coleção não teve início em razão de um gosto ou
paixão. Tudo começou como uma brincadeira, uma tentativa de
descontrair e relaxar seus pacientes, principalmente as crianças,
durante as consultas e exames. Para isso, em 1995, Ferreira teve a
idéia de decorar seu consultório com alguns pares de óculos diferentes, que há tempos estavam guardados em uma estante de seu
pai, também oftalmologista, junto a outros brinquedos. Ao todo,
eram sete pares. No mesmo ano, após uma viagem aos EUA,
retornou trazendo outros 20 óculos exóticos. A partir daí, a brincadeira foi adquirindo um novo tom, tornando-se um hobby.
No início de 2007, a divertida coleção chegou aos 1.100 óculos, comprados tanto no Brasil e no exterior, quanto doados por
clientes e amigos. Alguns deles, inclusive, foram confeccionados
pelo próprio oftalmologista e sua família. Para se ter uma idéia,
a história foi levada tão a sério que, em 2003, Ferreira montou
uma oficina em sua casa destinada à montagem de óculos que
conta, ainda, com a ajuda de uma artesã, responsável pela criação
de novos modelos exclusivos.
além de ter sido presidente do Círculo Gaúcho de Orquidófilos.
Por seu conhecimento e dedicação, Souza chegou, inclusive, a ser
homenageado pela Sociedade Recreio Gramadense, da qual recebeu o Troféu Dr. Carlos Nelz, prêmio instituído em 2004 para
homenagear orquidófilos que se destacam no cultivo, pesquisa e
divulgação de orquídeas.
Fugindo um pouco ao padrão de colecionar objetos, o ginecologista Sergio Luiz Amoretty Souza, que reside em Porto Alegre (RS), é
detentor de uma das mais vastas coleções (ou cultura) de orquídeas
do país. Há cerca de 40 anos, o médico se dedica às orquídeas de
espécie Cattlea Intermedia, sendo um dos maiores conhecedores do
assunto e estudioso das normas de julgamento. Sua coleção é tão
vasta que não é possível determinar ao certo o número de mudas.
Sua paixão por orquídeas sempre foi grande, o que o levou a fundar a Sociedade Orquidófila do Rio Grande do Norte, em 1992,
da qual foi presidente durante a época em que morou na região,
Divulgação
“Todos os óculos da minha coleção têm uma história em particular.
Mas algo que me agrada muito é o contato direto e diário que tenho
com eles, pois os óculos ficam constantemente expostos nas paredes
de minha sala de exames e no terraço da clínica”, diz o médico. Marcelo Ferreira destaca ainda que a coleção é uma espécie de terapia
ocupacional. “Como qualquer tipo de coleção, ela não tem fim. E
como meus filhos já me acompanham e a apreciam, no futuro eles
poderão dar continuidade a este hobby que tanto me fascina”.
Marcelo Ferreira exibe sua coleção de óculos exóticos
Links
www.colecaodeoculos.com.br
www.penshow.com.br
26 a 28 de setembro
40º
Local: Centro de Convenções Ulysses Guimarães
Realização: SGOB
Tel.: 55(61)3245-3681 Fax: 55(61)3245-4530
www.sgob.com.br Jornal da FEBRASGO – maio 2007 11
Zeppelini
Congresso de Ginecologia
e Obstetrícia de Brasília
Serviços
Livros
Agenda
AGOSTO
3a5
15ª Jornada Sogirgs - Região
do Mercosul
Local: Sant´ana do Livramento (RS)
Realização: Sogirgs
www.sogirgs.org.br
[email protected]
Tel.: (51)3339-3609
8 a 10
1º Encontro de Oncologia do Centro
de Terapia Oncológica de Petrópolis
(CTO) e 1º Encontro dos Ex-Alunos do
Prof. Paulo Belfort
Local: Itaivapa, Petrópolis (RJ)
Realização: Instituto Roy Hertz
[email protected]
[email protected]
8 a 10
13º Congresso Brasileiro de NTG
Local: Itaivapa, Petrópolis (RJ)
Realização: Instituto Roy Hertz
[email protected]
[email protected]
16 a 18
12ª Congresso Paulista de Obstetrícia
e Ginecologia
Local: São Paulo (SP)
Realização: Sogesp
www.sogesp.com.br/congresso
Tel.: (11)3884-7100
17 e 18
Seminário Especializado Obstetrícia
Local: Associação Médica de Brasília
Realização: Sgob
www.sgob.com.br
[email protected]
Tel.: (61)3245-3681
23 a 25
3º Congresso Catarinense
de Ginecologia e Obstetrícia
Local: Joinville (SC)
Realização: Sogisc
[email protected]
Tel.: (48)3231-0318
15 e 17
20ª Jornada de Ginecologia e
Obstetrícia do Rio Grande do Norte
Local: Sogorn
Realização: Sogorn
[email protected]
Tel.: (84)3221-5523
23 a 25
6º Congresso Brasileiro
de Reprodução Assistida
Local: Centro de Convenções Ulysses
Guimarães – Brasília (DF)
Realização: A&C eventos
www.aeceventos.com.br/sbra
Tel.: (61)3245-3959
15 a 18
33ª Jornada Goiana de Ginecologia
e Obstetrícia
Local: Centro de Convenções de Goiânia
Realização: Sggo
www.sggo.com.br
[email protected]
[email protected]
Tel.: (62)3285-4607
24 e 25
4ª Jornada Sogimig de GO
de Muriaé
Local: Muriaé (MG)
Realização: Sogimig
www.sogimig.org.br
[email protected]
Tel.: (31)3274-2452
16 a 18
10º Congresso Norte-Nordeste
de Reprodução Humana
26ª Jornada Paraibana de Ginecologia
e Obstetrícia
Local: Hotel Tambau
Realização: Sogopa
[email protected]
Tel.: (83)3244-5555
29/8 a 1/9
22ª Jornada de Ginecologia
e Obstetrícia de Mato Grosso do Sul
Local: Centro de Convenções
Arquiteto Rubens Gil de Camillo
Realização: Sogomat-sul
www.sogomatsul.org.br
[email protected]
Tel.: (67)3321-8209
Sites
Livro aborda prática da
ginecologia em consultório
O Manual de Ginecologia de Consultório (506
págs., R$ 159,90), de Patrícia De Rossi, Ricardo
Muniz Ribeiro e Edmund Chada Bacarat, foi desenvolvido com o objetivo de ser uma obra de referência sintética e abrangente. Pode ser usado também para consulta
durante a residência médica e internato, oferecendo respostas rápidas e completas para as dúvidas diárias.
Além dos temas mais habituais de um consultório, o manual
inclui seções de mastologia, uroginecologia, oncologia, planejamento familiar, métodos hormonais, climatério, infância e adolescência, infecções genitais e urgências em ginecologia. Lançada pela Editora Atheneu, a obra traz ainda um capítulo exclusivo
sobre medicamentos utilizados em ginecologia, que aborda todas as drogas de uso comum com seu nome genérico e comercial, apresentações e posologia, agrupadas em categorias.
www.atheneu.com.br
[email protected]
0800-267-753
Dicionário traz 15 mil
verbetes médicos
A Editora Yendis acaba de lançar a segunda
edição do Compacto Dicionário Ilustrado de Saúde
(1.044 págs., R$ 45). Ao todo, são 15 mil verbetes e uma tabela
com mais de 800 medicamentos freqüentemente receitados
aqui no Brasil, incluindo nome comercial e indicação. Com uma
abordagem direta e concisa, o dicionário é um item importante
àqueles que se encontram envolvidos com os serviços de
saúde, pois uniformiza a comunicação entre eles.
A segunda edição conta com novos verbetes, ilustrações e
definições bem estruturadas. A proposta dos autores Carlos
Roberto Lyra da Silva, Dirce Laplaca Viana e Roberto Carlos
Lyra da Silva é aprimorar o conhecimento, tornando o léxico
indispensável à atividade diária de diversos profissionais.
www.yendis.com.br
[email protected]
(11) 4224-9400
The American College of Obstetricians and Gynecologists
Sociedade Portuguesa de Menopausa
www.acog.com
www.spmenopausa.pt
Página que oferece informações sobre legislação, formação
médica e residência, publicações e agenda de encontros e seminários. Parte do conteúdo está disponível em espanhol.
Esse site disponibiliza informações gerais sobre menopausa,
além de artigos especializados e resumos de simpósios, sugestões de publicações e notícias relacionadas ao tema.
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Jornal da FEBRASGO – maio 2007
Novo Sabonete Íntimo Carefree®
cucumber
O cuidado natural para
a intimidade feminina
Exclusiva fórmula a base de ingredientes naturais
(glicerina e extrato de melaleuca)
Mantém o pH da área íntima balanceado (1)
Mantém o grau de hidratação da genitália feminina
e não prejudica a proteção natural pelo uso repetido (2/3)
Ajuda a prevenir coceiras, irritações e
É natural usar
*Limitado até o fim do estoque - 18.000 amostras
possíveis odores (4)
Ligue para o nosso Serviço de Atendimento ao Profissional
(0800 702 3522) para receber uma amostra do produto*.
(1) O pH normal da vagina encontra-se entre 4,0 e 4.5. Carefree® Natural Fresh possui um pH de 4,5 similar ao pH vaginal. [“Teste de Suavidade” conduzido no Centro Manila de Testes da Pele da J&J Asia Pacific,
Philippines, através de metodologia de Lavagens repetidas do braço.]
• Baseado nos resultados do Teste de Suavidade, a literatura médica permite dizer que quando o pH
da pele é desbalanceado, a pele se torna mais vulnerável a flora transitória. [Fonte: Yosipovitch, G. e
Maibach, H.I. “Skin Surface pH: A Protective Acid Mantle”, Vol 111, 1996]. Portanto, manter o pH normal
da pele estimula a flora natural a prevalecer e por este motivo fortalece o sistema de defesa contra
patologias.
(2) Estudos clínicos realizados na Ásia com a supervisão de ginecologistas testaram Carefree® Natural Fresh em relação a sabonetes em barra convencionais. Foram selecionados 2 grupos de mulheres
saudáveis por 2 semanas de uso. Os resultados mostraram um potencial efeito de proteção e tratamento
de Carefree® Natural Fresh contra reações adversas. Isto se deve à ocorrência de baixo número de irritação vulvo-perineal entre mulheres durante o período de duas semanas de uso do produto. [Estudo
Clínico CJG-WH-05-27].
(3) O Teste de Sensibilização de Draize Modificado em Humanos, realizado com Carefree® Natural Fresh
mostrou que o produto não induziu sensibilização dérmica em 201 pessoas submetidas à experiência em,
sendo portanto uma formulação delicada. [Teste de Sensibilização de Draize Modificado em Humanos
conduzido no Harrison Research Laboratories, Inc. NJ, USA].
(4) Carefree® Natural Fresh contém surfactantes, reconhecidos por sua propriedade de remover substâncias
hidrofílicas e hidrofóbicas da superfície da área vaginal (lipídios da pele, sangue, tecido descamado,
fluídos, etc...), o que ajuda a prevenir o odor vaginal através da redução da chance de microorganismos
patológicos agirem nos substratos para produzir subprodutos que apresentem odor. [Fonte: Handbook of
Cosmetic Microbiology, D.S. Orth, 1993, p116 e 311].
Apresentação: bisnaga com 150 ml
Ingredientes: Água; Polisorbato-20; Glicerina; Lauril Eter Sulfato de Sódio; Lauroanfoacetato de Sódio; PEG150 Diestearato; Ácido Cítrico; Lauril Betaína; Laurato de Glicerila; Laurato de Sorbitan; Fragrância; Óleo
de melaleuca (Melaleuca alternifolia); Metilcloroisotiazolinona/Metilisotiazolinona.
Indicação: Carefree® Sabonete Íntimo foi especialmente desenvolvido para cuidar diariamente da higiene feminina íntima, pois mantém o pH balanceado e ajuda a prevenir coceiras, irritações e possíveis
odores.
Modo de uso: Coloque uma pequena quantidade na palma da mão e aplique delicadamente na área
íntima até fazer espuma. Enxágüe bem.
Precauções: Aplicar somente nos órgãos genitais externos. Não use se tiver sensibilidade aos componentes da fórmula. Em caso de irritação, suspenda o uso e procure orientação médica. O excesso de uso
do produto pode ser fonte de irritação genital. Não ingerir. Em caso de contato com os olhos, enxágüe
abundantemente com água.
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Medicina Responsável: