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9 de fevereiro de 2015
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A legalização é boa ou má para a economia?
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Especialistas discutem os benefícios econômicos da imigração e de uma possível
reforma imigratória
30/1/2015
DA REDAÇÃO (com Forbes) - No começo do mês, a Câmara passou uma medida que retira recursos
para as ordens executivas imigratórias do presidente Obama que visam suspender a deportação de
milhões de imigrantes indocumentados com filhos americanos.
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A medida também afeta uma ordem de 2012 que protege imigrantes ilegais que chegaram ainda
crianças nos Estados Unidos.
À parte as disputas politicas, o verdadeiro debate está no aspecto econômico da questão. Em outras
palavras, é mais caro manter os imigrantes ilegais no país ou deportá-los?
"Sabemos que a taxa de desemprego é maior que a reportada e os salários estão baixos em grande
parte por causa da imigração ilegal", diz Ira Mehlman, diretor para a mídia da Federation for American
Immigration Reform, grupo que se opõe às ordens executivas. "Nossa visão é de que a reforma
imigratória deve reforçar nossas fronteiras e limitar a imigração a um nível não-discriminatório",
conclui.
Mas esse tipo de abordagem é míope, diz Ediberto Román, professor de Direito na Florida International
University.
"Os ativistas conservadores são sempre alarmistas a respeito do impacto negativos dos imigrantes
indocumentados na economia americana", diz Román, autor de um livro sobre imigração lançado no
ano passado. Ele diz que não há nenhuma base para comprovar o que eles dizem.
Aqui vão alguns prós e contras da reforma imigratória, em números.
ARGUMENTOS A FAVOR DO CAMINHO DA CIDADANIA:
No seu website, a Casa Branca afirma que até 2023 a economia americana vai perder cerca de $80
bilhões por não abrir aos estimados 11 milhões de trabalhadores ilegais nos Estados Unidos um
caminho para a cidadania.
O país também sofrerá com um déficit adicional de $40 bilhões nos próximos dez anos. E durante a
mesma década, o Social Security vai perder cerca de $50 bilhões.
"As ordens executivas do presidente são um reconhecimento tardio dos fatos", diz Joseph Lake, analista
do grupo de estudos econômicos Economist Intelligence Unit. "A maioria dos imigrantes
indocumentados estão de tal forma envolvidos no ‘American Way of Life’ que é impossível dissociá-los",
diz ainda Lake.
De acordo com um estudo de 2013 pelo grupo de ação social Center for American Progress, se os
indocumentados que estão atualmente nos EUA se legalizassem o aumento cumulativo do PIB em dez
anos seria de $832 bilhões. Enquanto isso, o aumento cumulativo da renda dos americanos nos
mesmos dez anos seria de $470 bilhões, de acordo com o relatório.
"Trazer as pessoas para a legalidade e emitir autorizações de trabalho temporárias traria um benefício
substancial para a economia", afirma Dennis Hoffman, diretor do L. William Seidman Research Institute
da W.P. Carey School of Business da Universidade do Arizona.
ARGUMENTOS CONTRÁRIOS
Um estudo feito em 2014 pelo Center for Immigration Studies, grupo que luta por leis imigratórias mais
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rigorosas, concluiu que em New Hampshire a maioria das vagas de emprego criadas foram para
imigrantes em vez de nativos.
E, de acordo com um relatório de 2011 da FAIR, os imigrantes indocumentados custam para o governo
federal e para os estaduais cerca de $113 bilhões por ano em programas sociais. O relatório alega que
os imigrantes usam mais os serviços sociais que os nativos americanos. "Quanto mais imigrantes ilegais
tivermos usufruindo da nossa assistência social, maior será a sangria na nossa economia", diz Ron
Washburn, professor de estudos legais da Universidade de Bryant.
A reforma é necessária, pensa David Fiorenza, da Villanova School of Business, apenas se ela retirar os
estados do vermelho. "Estados como a Califórnia, por exemplo, sofrerão uma pressão maior sobre o
seu orçamento por causa da prestação de serviços a indocumentados", diz.
Um outro aspecto que põe lenha no fogo do debate imigratório é a carência de mão de obra nos
Estados Unidos.
"Minha preocupação é de que o país se torne mais dependente da chegada de mão de obra imigrante
que da natural criação de mão de obra nativa para suprir as necessidades de trabalho", diz Scott
Clemons, estrategista-chefe para investimentos da Brown Brothers Herriman.
"Estamos pegando mão de obra emprestada de outros países", diz Clemons.
As indústrias de alta tecnologia reclamam que os EUA não permitem a entrada de imigrantes legais com
vistos H1-B em número suficiente.
"Todos, pequenas e grandes companhias, buscam pelos talentos estrangeiros", diz Matt Faustman, CEO
da UpCounse, empresa que presta serviços lagais para empresas.
A escassez de mão de obra também afeta indústrias que precisam de trabalhadores menos
especializados. Fazendeiros da Califórnia têm reclamando que não conseguem trabalhadores
suficientes para a colheita, e quem trabalha no campo luta por benfícios, como horas-extras e seguro
saúde.
"Se quisermos mais trabalhadores rurais por aqui precisamos organizá-los melhor", diz Fariboz Ghadar,
diretor fundador para estudos econômicos globais na Smeal School Business, da Universidade de Penn
State. "Eles pagam impostos e contribuem para a economia, mas nem sempre conseguem seus
benefícios", completa.
Organizações importantes, como a Câmara de Comércio Americana, clamam pela reforma, alegando
que os imigrantes são benéficos para a economia. A Câmara apoia um difícil mas "justo processo para
os indocumentados que vivem aqui em direção à legalidade."
"Precisamos de mais clareza nas nossas políticas imigratórias", diz Brown Brothers, da Harriman’s
Clemons. "Democratas e republicanos concordam que o processo imigratório atual é tortuoso e
inaceitável."
Há um número, por fim, que lobistas e políticos devem sempre contemplar no debate sobre a reforma
imigratória: os especialistas dizem que a remoção de 11 milhões de indocumentados pode custar
$8,318 por indivíduo.
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