DF RURAL Informativo do Sistema FAPE-DF - Federação da Agricultura e Pecuária do Distrito Federal e Serviço Nacional de Aprendizagem Rural no Distrito Federal Ano 1 - Nº 7 - Maio 2008 EDITORIAL O A urgência em acelerar a união dos produtores rurais do Distrito Federal s recentes aumentos de preços dos alimentos no mundo, resultantes da emergência de grandes massas consumidoras, principalmente dos paises asiáticos, põe o Brasil no epicentro do problema, devido às suas potencialidades como grande produtor de alimentos, fibras e bio-energia. Sem dúvida alguma, o Brasil é hoje o único pais que, a curto prazo, tem potencial para resolver, em grande parte, a crise mundial de alimentos. Facilmente poderá duplicar a área de plantio atual de 47 milhões de ha, usando 50 milhões de ha de pastagens subaproveitadas. Segundo analistas do assunto, esta providência, aliada ao aumento da produtividade por ganhos tecnológicos, possibilitaria chegar-se à produção de 350 milhões de toneladas de grãos, ante a atual produção de 140 milhões de toneladas. É claro que este salto na produção só será possível se houver a necessária infraestrutura (ainda precária no país) e recursos suficientes para financiamento da produção, em termos quantitativos, e taxa de juros compatível com a atividade. Apesar de toda a perspectiva favorável ao aumento da produção de alimentos no país, pelas razões já mencionadas, muitos obstáculos ainda persistem, o que poderá prejudicar seriamente o aproveitamento de tão auspiciosa oportunidade para o agro-negócio brasileiro. Ainda persistem os resquícios do viés ideológico, objetivando incompatibilizar o chamado agronegócio com a agricultura familiar, como se fossem antagônicas e não complementares. Vale lembrar as últimas declarações do Ministro do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel, noticiada recentemente pela mídia em que afirma não fazer distinção entre pequena, média e grande propriedade, pois o agronegócio é de todos. Esta assertiva denota uma sadia mudança, reconhecendo que o agronegócio engloba a agricultura familiar e a chamada agricultura coFederal, além de enfrentar os obstáculos apontados mercial. Certamente, outros por todo o país, têm ainda a prejudicá-los o crucial fatores podem prejudicar problema de regularizaa nossa competitividade na produção de alimentos ção de suas terras que se arrasta, indefinidamente, para que o Brasil aproveite impedindo-lhes o acesso a excelente oportunidade ao crédito rural, indispendo momento. Destacam-se sável às suas atividades os problemas de sanidade produtivas. animal e vegetal que preciFiz estas considerações sam ser urgentemente reRenato Simplício Lopes Presidente da Fape-DF para chamar a atenção dos solvidos, o forte esquema e do Senar-DF nossos produtores rurais protecionista de subsídios que a única saída honrosa, e tarifas de importação nos países ricos, o aumento do preço eficaz e legítima para resolver os impasses retro-mencionados e aproveitar as do petróleo e o conseqüente aumento oportunidades que se vislumbram no cedos custos de insumos agrícolas, espenário mundial da agricultura seria uma cialmente fertilizantes e defensivos. união total dos produtores, grandes, méAinda como fator restritivo, vale dios e pequenos, associações de classe, lembrar a insegurança dos produtores cooperativas e lideranças rurais em torrurais pelas sucessivas invasões de terno da entidade reconhecida como única ras feitas ao arrepio das leis e questões representante da categoria legalmente burocráticas que muitas vezes travam constituída. o desenvolvimento das atividades produtivas rurais. A Fape-DF, Federação da AgriO Distrito Federal, localizado na cultura e Pecuária do Distrito Federal, que congrega 10 sindicatos e é o fórum região Centro-Oeste do país, a mais proapropriado para discussões e decisões missora para expansão da área agricultádos produtores rurais de Brasília, atuvel, com invejáveis vantagens comparativas, tem grande responsabilidade para ando permanentemente na defesa dos dar exemplo de eficácia nesta importante direitos dos produtores e seus interesses econômico-sociais. questão abordada neste editorial. Conclamo os nossos produtores a Por ser capital da República, tem se unirem mais em torno da Fape-DF, grande visibilidade nos cenários nacional e internacional. Sede de embaixadas tornando-se sócios do sindicato do seu das mais importantes nações do muninteresse específico. Vamos transformar o Distrito Fedo, com excelentes meios de comunideral no maior centro do agronegócio cação, uma boa distribuição fundiária, do país, no maior exemplo de represede da Embrapa, grande responsável por viabilizar a agricultura tropical mais sentação classista patronal rural e, por desenvolvida do mundo, produtores e meio de parcerias com o Sebrae, órgãos governamentais e privados, com o poempresários desenvolvidos e sensíveis der legislativo local e Federal e demais às novas tecnologias, e acrescente-se um governo local dinâmico e pró-ativo, setores produtivos para conclamar: Brasília é exemplo de união de tem tudo para deslanchar um programa exemplar na atual conjuntura. empresários, trabalhadores e governo, produzindo e respeitando as responsaPara que este desiderato seja atinbilidades sociais e ambientais. gido, os produtores rurais do Distrito SINDICATOS Sindiorgânicos realizará seminários E m 27 de dezembro de 2007, o Governo baixou o Decreto Nº6.323 que regulamenta a Lei 10.831 de 23 de dezembro de 2003 que regula a produção, o beneficiamento, a embalagem, o transporte e a renda de produtos orgânicos no Brasil. O Sindiorgânicos, juntamente com o Sebrae-DF, a Fundação Mokiti Okada e a Embrapa, realizará seminários sobre o processo tecnológico da produção orgânica, destinados aos demais sindicatos. O presidente do sindicato Moacyr Pereira fala que o objetivo da realização desses seminários é para que os sindicatos possam analisar as tecnologias, possibilidades de mercado e principalmente a utilização das tecnologias da produção de orgânicos. “O mercado de produtos orgânicos está crescendo muito; hoje já existe tecnologia orgânica para a produção de mel, carnes como o de ovinos, caprinos e suínos, avicultura em geral, grãos, horticultura e fruticultura”, enfatiza Pereira. Sindicato aposta na qualificação profissional O Sindicato de Bovinos, Bubalinos e Eqüídeos do DF realizará em maio, em parceria com o Senar/AR-DF o primeiro curso de equitação básica. Segundo Geraldo Borges, vice-presidente do sindicato, antes de aprender a domar um cavalo, é essencial que se aprenda a montar no animal. “A tendência é que o curso de Equitação Básica passe a ser um pré-requisito para o curso de Doma Racional de Eqüideos”, informa Borges. Nos meses de março e abril, foram realizados cursos de manejo de bovinos de leite e a 4ª turma de inse- Sindisuínos realizará, a partir de maio, o projeto de Boas Práticas Agropecuárias – PPA e de Boas Práticas de Fabricação das granjas e indústrias – PPF. Segundo o gestor executivo do sindicato, Douglas Mello, a idéia é estabelecer requisitos, padrões, tanto para as granjas quanto para os frigoríficos - parceiros do sindicato. “O consumidor hoje não quer só o produto final, mas quer saber sua origem, se é O Sindiaves/Aviplac não está medindo esforços para conscientizar os criadores de frango da importância de se adequar à Portaria 56 baixada em dezembro de 2007 pelo Ministério da Agricultura. A Portaria 56 visa controlar a influenza aviária (gripe do frango) e a doença de New Castle. Entre as medidas a serem adotadas pelo criador, conforme a Portaria, destacam-se: cercar a granja com telas de 1,5 m com objetivo de impedir a entrada de outros animais e pessoas estranhas na área comum dos aviários; fechar as unidades aviárias com tela anti-pássaro; instalar arco de desinfecção; fazer blindagem das nascentes ou outras fontes de água. Segundo o diretor técnico da Aviplac e atual representante do Sindiaves no Comitê sanitário do Programa Nacional de Sanidade Avícola, Donizeth Mariano, o Brasil é um país livre de influenza aviária e livre de New Castle nos plantéis comerciais. Turma dos cursos de manejo de bovinos de leite e inseminação artificial em bovinos minação artificial em bovinos, também oferecidos pelo Senar/AR-DF. Mais informações do curso de equitação básica: 61 - 9831-1800. Sindisuínos investe na qualidade dos produtos O Normativos exigem mais controle sanitário ambientalmente responsável, ele quer ter a segurança alimentar”, informa Mello. O programa está sendo desenvolvido em parceria com o Sebrae-DF, dentro do PAS - Programa de Alimento Seguro e em paralelo será contratada uma entidade certificadora que irá chancelar o PPA e o PPF agregando valor ao selo. “O selo terá valor local, nacional e mundial”, completa Mello. A segurança sanitária é fundamental para o bom desempenho da avicultura “Além da orientação aos criadores o sindicato tem trabalhado junto aos bancos e às empresas para conseguir empréstimos para a adequação das granjas, uma vez que é alto o investimento,” comenta Mariano. Em 2003, o país passou a ser o maior exportador mundial de frango em volume, e em 2004 tornou-se também o maior exportador em faturamento. “Temos que trabalhar para manter essa condição de mercado”, enfatiza Donizeth. GERAL Parlamentares europeus se reúnem com a CNA R eduzir a tensão entre Brasil e União Européia (UE), por meio de um diálogo franco, é a expectativa do vice-presidente Executivo da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil - CNA, Pio Guerra, após visita de delegação de parlamentares europeus dia 28 de abril à sede da entidade, em Brasília. Para ele, este “conhecimento mútuo de dificuldades” foi o primeiro passo para melhorar o relacionamento. “É preciso conhecer questões particulares para saber por que declarações, como as feitas por irlandeses, causam reações no Brasil”, disse Guerra. Ele lembrou que o Brasil não tem uma legislação comercial e uma organização moderna que proteja a produção agropecuária. 2 DF RURAL - Maio 2008 Dirigentes da CNA apresentam a parlamentares europeus o controle da carne brasileira Para o primeiro vice-presidente da CNA, Renato Simplício, o diálogo sobre as dificuldades de cada país pode ajudar a entender, por exemplo, o aumento do preço dos alimentos no mercado internacional. O aumento de renda fez com que a demanda crescesse mais que a oferta”, completa Simplício. Liderada pelo deputado Neil Parish, presidente da Comissão de Agricultura e Desenvolvimento Rural do Parlamento Europeu, a comitiva da UE foi questionada por representantes dos produtores rurais durante a reunião. As críticas feitas à sanidade animal no Brasil, apesar das ocorrências de aftosa e da doença da vaca louca na UE, e a possível motivação econômica dos obstáculos impostos à importação de carne brasileira foram questões apresentadas pelo presidente do Fórum Nacional Permanente de Pecuária de Corte da CNA, Antenor Nogueira. DESTAQUE Agrobrasília apresenta a agricultura mais produtiva do Brasil O Centro-Oeste é considerado hoje, por muitos especialistas, a nova fronteira agrícola brasileira. Para alcançar este status, a região passou por muitas transformações, principalmente em relação à sua capacidade de produção. Ninguém que se aventurou por essas paragens há 40 anos encontrou aqui terras agricultáveis. Mais de 15 mil pessoas visitaram a Agrobrasília 2008 Pelo contrário, é sabido que o produtores rurais vindos da região Sul solo avermelhado era sinônimo com um grande conhecimento de agride terra imprópria para o plantio. cultura; de outro, dezenas de pesquiDois fatos foram estratégicos para sadores ávidos por colocar em prática a mudança dessa realidade inóspita: a o que aprenderam nas universidades. criação do Plano de Assentamento DiA partir dessas condições, o Distrito rigido do Distrito Federal - PAD-DF e Federal se transformou no maior laa fundação da Embrapa. De um lado, boratório a céu aberto da agricultura brasileira e se destaca hoje pelo recorde de produtividade em lavouras como de milho, feijão e trigo. Depois de 30 anos de parceria entre a pesquisa e a prática no campo, a região do PAD-DF, a 65 km do centro da Capital Federal, mostrou toda a sua tecnologia em uma feira agrícola, a Agrobrasília, a primeira feira do Planalto Central voltada exclusivamente para a difusão de tecnologias agrícolas e negócios. A Fape-DF, desde o início, apoiou essa idéia por acreditar na importância da difusão da tecnologia para o desenvolvimento do agronegócio brasileiro. Desde o início, abriu suas portas para ouvir os idealizadores da Agrobrasília. Todos os sindicatos filiados a Fape-DF marcaram presença no evento quando puderam demonstrar e comercializar seus produtos e serviços. Estandes da Fape e dos sindicatos: oportunidade de negócio na Agrobrasília Fape reúne produtores para discutir titularização das terras O s produtores rurais do DF participaram de Assembléia realizada pela Fape-DF, no dia 12 de abril, durante a Agrobrasília. O momento, considerado propício à discussão da titularização definitiva das terras públicas rurais, foi marcado pela presença expressiva de produtores que queriam ouvir da Fape-DF, o que vem sendo feito. Entre os assuntos discutidos durante a assembléia destacaram-se os objetos de Arrendamento e/ou Concessão de Uso, cuja ocupação atual vem sendo considerada irregular pelo Ministério Público e Tribunal de Contas do DF, ocasionando insegurança aos produtores, retração de atendimento creditício pelos bancos e redução de novos investimentos no setor. A Fape-DF informou que vem negociando com o Governo, a Terracap, o Ministério Público e Tribunal de Contas o modelo de regularização que vem sendo proposto e admitido por esses Órgãos e defendendo o interesse EXPEDIENTE DF RURAL - Informativo do Sistema FAPE-DF Tiragem: 2.000 exemplares Federação da Agricultura e Pecuária do Distrito Federal SEP/Sul Qd. 709/908 - Bloco D - salas 1/6 - Cep: 70390-089 Brasília - DF - Fone: (61) 3242-9600 - Fax: (61) 3443-2944 E-mail: [email protected] Presidente: Renato Simplício Lopes Vices-presidentes: Antônio Mazurek, Élson Cascão Diretores: Bernadete Passos Andraus, Egydio Aldino Bonato, Natal Gomes da Silva, Roberto Mesquita Melo, Tamim Teixeira Mattar Superintendente: Mansueto Lunardi Sindicatos filiados Sindicato Rural do Distrito Federal - SRDF Presidente: Luiz Vicente Ghesti Produtores decidem em assembléia os rumos da negociação da regularização das terras dos produtores, buscando preservar e assegurar os seus direitos adquiridos. Produtores criam fundo A Fape-DF nomeou uma comissão formada por 6 produtores rurais para acompanhar o processo de licitação das terras rurais que se encontra no Tribunal de Contas da União. Na primeira reunião do grupo, que aconteceu no final de março, foi decidido por criar um fundo para arrecadar recursos que serão usados nas despesas de assessoria jurídica nos questionamentos em discussão Sindicato dos Apicultores do DF - Sindiapis Presidente: Nilo da Silva Macedo Sindicato dos Criadores de Avestruz do DF - Sindiavestruz Presidente: Wite Franco Villela Sindicato dos Criadores de Bovinos, Bubalinos e Eqüídeos do DF - SCDF Presidente: Paulo Horta Barbosa da Silva Sindicato dos Avicultores do DF - Sindiaves Presidente: Luiz Gonzaga Rodrigues Lopes Sindicato dos Floricultores, Fruticultores e Horticultores do DF Sindfhort Presidente: Antonio Expedito Ribeiro Sindicato dos Produtores Orgânicos do DF - Sindiorgânicos Presidente: Moacyr Pereira Lima Sindicato de Turismo Rural e Ecológico do DF - Ruraltur Presidente: Marcelo Vivas Côrte Imperial Sindicato dos Suinocultores do DF - Sindisuínos Presidente: Alexandre Cenci pelo Tribunal de Contas da União para regularizar as terras rurais do DF. A contribuição será de R$1,00 por hectare – R$ 100,00 no mínimo. “Este momento pede a união dos produtores rurais, momento para se filiar aos seus sindicatos”, comenta o diretor de relações sindicais Tamim Mattar. O sistema Fape-DF têm cerca de 1.100 produtores filiados, número ainda pequeno se comparado aos cerca de 15 mil produtores existentes no Distrito Federal. O edital licitado pela Terracap foi suspenso pelo Tribunal de Contas da União em 28 de fevereiro de 2008, onde 13 itens foram questionados pelo órgão. O recurso feito pela Terracap em 10 de abril, em que é justificado, argumentado e aceito em alguns itens seguindo as observações do Tribunal de Contas. No momento, é aguardada a nova posição do Tribunal de Contas – e, sendo aceitos na íntegra os recursos oferecidos pela Terracap, o edital irá a público pela 3ª vez. Sindicados dos Criadores de Ovinos e Caprinos do DF- SINCCO Presidente: Carlos Alberto Bastos Reis Serviço Nacional de Aprendizagem Rural - Distrito Federal SHCS CR 506 Bloco A - Entrada 59 - Cep: 70.350.515 - Brasília - DF Fone: (61) 3242-6646/3244-7639 - Fax: (61) 3244-3512 E-mail: [email protected] Conselho Administrativo Presidente: Renato Simplício Lopes Superintendente: Febiani Lopes Dias Informativo DF RURAL Coordenação: Lydia Costa - Conrerp 771 - 6ª Região - DF Produção e diagramação: Vincere Editora - (61) 3039-1258 Jornalista responsável: Guida Gorga - MTb - 8000/36/79 - RS Estagiária: Carmem Amaral E-mail: [email protected] Impressão: Gráfica Exitus Maio 2008 - DF RURAL 3 INFORME TÉCNICO A arte de conservar e transformar alimentos Paulo Donizeth nasceu em 1968 na cidade goiana de Anápolis. Um conhecedor da agroindústria, além de sua formação como técnico da área, especializou-se no Instituto Tecnológico de Alimentos – ITAU, em Campinas-SP, em processamento de carnes. Em 1980, desembarcou na cidade brasiliense e, em 2002, conheceu o Senar-DF do qual passou a ser instrutor até os dias atuais. DF Rural: Quais os cursos que o senhor ministra no Senar-DF? Em primeiro lugar gostaria de falar da satisfação em ser instrutor do Senar-DF. É gratificante saber que estou fazendo algo para mudar a realidade da comunidade rural. Os cursos que ministro são de Derivados do Leite, Embutidos e Defumados, Transformação e Conservação de Alimentos Vegetais, Boas Práticas de Manipulação (BPFs) e Segurança Alimentar (PAS). DF Rural: Qual a importância desses cursos para a comunidade rural? Melhorar o aproveitamento, o rendimento custo beneficio, despertar sempre a consciência do (PAS) Programa Alimento Seguro e os cuidados higiênicos. Paulo Donizeth: “Em 16 horas de curso o participante aprende as técnicas de processamento e aproveitamento de alimentos.” DF Rural: O que o aluno aprende nos cursos? No primeiro momento, abordamos os cuidados de manipulação, higiene do manipulador e segurança alimentar. Além de passar todos os métodos técnicos de cada curso (treinamento) proposta – conservação, embalagens e validade. DF Rural: Quais experiências vividas que mais o realizaram como instrutor? Existem várias, mas o que mais me desperta e gratifica como cidadão e instrutor é o participante perceber o quanto se pode aproveitar e reaproveitar os alimentos no processamento. Olhar à sua volta e se dar conta da importância de evitar o desperdício, pois existem no mundo milhares de pessoas passando fome. ACONTECE Agricultura Orgânica A agricultura orgânica se baseia na aplicação da Agroecologia, em termos bem práticos, a não utilização de adubos químicos e agrotóxicos. Durante o curso, é mostrado como é possível trabalhar dentro da propriedade corrigindo a fertilidade do solo de forma natural, seja usando adubação verde, realizando compostagem e biofertilizantes. Segundo o instrutor Paulo Azevedo, do Senar-DF, a adubação orgânica auxilia na capacidade de retenção de água do solo, contribuindo para que a planta tenha maior resistência à seca além de criar um ambiente adequado para o favorecimento de micro-organismos – e esses no solo garantem a bioestrutura do solo. Um dos participantes do curso, Francisco Correa, fala que na propriedade já se trabalhava com a agricultura orgânica mas não eram utilizadas as técnicas corretas. “Estávamos tendo prejuízo na colheita porque muitas plantas morriam pelo excesso de adubo ou o uso inadequado”, comenta Correa. Última pesquisa da Agência Nacional de Vigilância Sanitária - Anvisa mostra que o tomate, a alface e o morango são os alimentos campeões com resíduos de agrotóxicos. SENAR EM AÇÃO Arrecadação do Senar O Senar/AR-DF tem como objetivo organizar, administrar e executar, em todo o Distrito Federal, a formação profissional rural e a promoção social das pessoas que atuam no meio rural. A principal fonte de receita do Senar advém da contribuição mensal compulsória, recolhida à Secretaria da Receita Federal do Brasil por meio da Guia da Previdência Social – GPS, conforme Lei 10.256/01. Quem contribui para o Senar Produtor rural, pessoa física ou jurídica; consórcio simplificado de produtores rurais; FIQUE POR DENTRO Cursos para o mês de maio Curso Floricultura Panificação Jardinagem Aplicação defensivos Cult. plantas medicinais Doma racional Local Gama Sobradinho São Sebastião Paranoá Paranoá Planaltina Data 19 a 21 27 a 29 19 a 30 19 a 24 19 a 21 19 a 23 Outros cursos programados Agricultura Orgânica Meliponicultura Casqueamento Associativismo Artesanato em Pedraria Irrigação e Drenagem Derivados do Leite Cestaria e Trançado Culinária Rural Nutrição de Bovinos 4 Informática Tratorista Agrícola Avicultura Postura Apicultura Artesanato em Sucata Ferrageamento Aproveitamento de Retalho Informática Minhocultura Ferro e Cimento DF RURAL - Maio 2008 agroindústria, cooperativas de produtores rurais; prestador de mão-de-obra rural – pessoa jurídica; sindicato, federação e confederação patronais rurais e como sub-rogadas; empresas optantes pelo “SIMPLES”; entidades filantrópicas e órgãos do poder público. O recolhimento é feito na Guia da Previdência Social, onde, no campo descrito terceiros, deve ser indicado o código do Senar. O percentual é variável, sendo, na comercialização da produção rural, 0,2% da receita bruta para produtor rural pessoa física e 0,25%, para produtor rural pessoa jurídica; 2.5% sobre a folha de pagamento. Nova metodologia do Programa Agrinho D e 19 a 21 de maio, consultores do SenarPR irão repassar a nova metodologia de ensino do Programa Agrinho para representantes do Senar–DF, Ibama, Sebrae e coordenadores das escolas públicas do DF. Entre os assuntos a serem abordados destacam-se: apresentação do programa e sua metodologia; aprendizagem colaborativa; a pedagogia da transmissão e a sala de aula interativa; a metodologia de projetos - o processo de aprender a aprender; mídia educação - linguagens, cultura, prática pedagógica; Internet - uso responsável, possibilidades e aplicações; comunidade de aprendizagem e redes sociais. Composto orgânico preparado à base de palha de capim e esterco de gado, enriquecido com calcário e fósforo Inclusão digital Começar do zero, aprender como ligar o computador corretamente, conhecer o programa de textos - word, o programa de planilhas e suas ferramentas – excel, aprender a realizar pesquisas na internet e como passar e receber e-mails é o que objetiva o curso de informática básica realizado pelo Senar/AR-DF. Hoje, grande parte dos trabalhos depende do uso desta tecnologia, inclusive, na área rural. Segundo o instrutor de informática, Alexandre Malafaia, não conhecer como o Windows funciona significa não conseguir usar maquinários mais modernos, como o GPS existente em quase todas as máquinas agrícolas. Participantes do curso de informática no Núcleo Rural Córrego Barreiro, em São Sebastião