CAROLINA DOMINGUES RIBEIRO AVALIAÇÃO DO CONSUMO DE GORDURA SATURADA E SÓDIO ENTRE ACADÊMICOS DA ÁREA DA SAÚDE DE UMA UNIVERSIDADE DE GUARAPUAVA – PR GUARAPUAVA 2010 CAROLINA DOMINGUES RIBEIRO AVALIAÇÃO DO CONSUMO DE GORDURA SATURADA E SÓDIO ENTRE ACADÊMICOS DA ÁREA DA SAÚDE DE UMA UNIVERSIDADE DE GUARAPUAVA – PR Trabalho de Conclusão de Curso a ser apresentado ao Departamento de Nutrição, da Universidade Estadual do Centro-Oeste (UNICENTRO), como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Nutrição. Orientador (a): Prof.(a) Ms. Marcela Komechen Brecailo GUARAPUAVA 2010 AVALIAÇÃO DO CONSUMO DE GORDURA SATURADA E SÓDIO ENTRE ACADÊMICOS DA ÁREA DA SAÚDE DE UMA UNIVERSIDADE DE GUARAPUAVA – PR Saturated fat and sodium consumption of students of Health area of an University in Guarapuava city, Paraná State RIBEIRO, Carolina Domingues1 BRECAILO, Marcela Komechen2 Resumo A alimentação e a nutrição constituem requisitos básicos para a promoção e a proteção da saúde. O consumo excessivo de sódio e gordura saturada está relacionado a diversas patologias, entre elas, hipertensão arterial, obesidade e hipercolesterolemia. O objetivo deste trabalho foi traçar o perfil do hábito e consumo de gordura saturada e sódio de acadêmicos por meio de aplicação do Questionário de Frequência Alimentar adaptado. A população foi de 120 estudantes, sendo 103 do gênero feminino e 17 do gênero masculino, matriculados na terceira série dos cursos de graduação de Nutrição, Educação Física, Fisioterapia, Enfermagem e Farmácia, contemplando todos os cursos da área da Saúde de uma Universidade do município de Guarapuava – Paraná. Foram realizadas análises estatísticas descritivas, com a finalidade de caracterizar os acadêmicos estudados. Para verificar possíveis diferenças entre os cinco cursos foram realizados os testes Anova e Tukey, e para verificar possível correlação entre as variáveis das quantidades de gordura saturada e de sódio realizouse o teste de Pearson. Os resultados mostraram que 92,5% (111/120) dos universitários apresentaram estado nutricional adequado. De maneira geral, a população apresentou um consumo de gordura saturada dentro do recomendado, e alto consumo de sódio. Foi verificada a alta frequência no consumo de extrato de tomate, margarina, chocolate, queijos amarelos, caldos concentrados, presunto e maionese. Finalmente, concluiu-se que é importante a adoção de estratégias educativas, voltadas especialmente a esse grupo, que dêem destaque à importância da alimentação e de um estilo de vida saudável. Palavras-Chave: estudantes, hábitos alimentares, gorduras na dieta, sódio. Abstract Food and nutrition constitute basic requirements for the health promotion and protection. The excessive consumption of sodium and saturated fat is related to several pathologies, among them, arterial high blood pressure, obesity and hypercholesterolemia. The objective of this research was to draw the profile of the academic’s habit and consumption of saturated fat and sodium through application of the Questionnaire of Food Frequency adapted. It was carried out by 120 students, being 103 female and 17 male, enrolled in the third grade of the Nutrition, Physical Education, Physiotherapy, Nursing and Pharmacy Graduation Courses, contemplating all the courses from de the Health area of an University located in Guarapuava city, Paraná State. Statistical descriptive analyses were carried out, with the finality of characterizing the studied academics. In order to check possible differences between five courses the tests Anova and Turkey were carried out, and to verify the possible correlation between the variables of the quantities of saturated fat and sodium, the Pearson test was carried. The results showed that 92.5% (111/120) of the university students presented an 1 2 Acadêmica do Curso de Nutrição da Universidade Estadual do Centro-Oeste – [email protected] Docente do Departamento de Nutrição da Universidade Estadual do Centro-Oeste – [email protected] appropriated nutritional state. In general, the population presented a consumption of saturated fat inside what it is recommended, and high consumption of sodium. The high frequency was checked in the consumption of tomato sauce, margarine, chocolate, yellow cheeses, concentrated broth, ham and mayonnaise. Finally, it was concluded that it is important the adoption of educative strategies, turned specially to this group, in which they should highlight the importance of healthy food and lifestyle. Key-words: students, food habits, dietary fats, sodium. Introdução A alimentação e a nutrição constituem requisitos básicos para a promoção e a proteção da saúde1. Uma das ações mais importantes para a promoção da saúde da população é o desenvolvimento de hábitos saudáveis, merecendo destaque as ações de promoção da alimentação saudável2. De acordo com Poulain3, a escolha alimentar tem grande relação com as regras impostas pela sociedade e também com a representação simbólica do alimento. Essas regras são definidas pelo modo de preparo dos alimentos, pela apresentação dos pratos e pelos rituais das refeições. Em relação aos universitários, o processo de escolha dos alimentos é influenciado por diversos fatores, entre eles a disponibilidade de tempo, recursos financeiros, lugar, variedade de alimentos e qualidade dos produtos oferecidos4. Estudos5,6,7 mostram que os jovens têm preferência por alimentos de alta densidade energética, porém pobre em nutrientes incentivados por propagandas e modismos que estimulam o consumo de tais alimentos8. De acordo com o Guia Alimentar para a População Brasileira o consumo de gorduras totais e de ácidos graxos saturados apresentam uma ordem crescente. Em contraste, a recomendação para ingestão de gorduras e óleos na alimentação pode variar de 15% a 30% da energia total, já a quantidade de gordura saturada não deve ultrapassar 10% do total de energia da dieta1. As gorduras saturadas aumentam o risco de dislipidemias, como também de doenças cardiovasculares, sendo que os fatores de risco mais comuns para tais doenças são os hábitos alimentares errôneos (dieta rica em calorias, gorduras saturadas, colesterol e sal), além do consumo excessivo de álcool, o tabagismo e o sedentarismo9. A gordura saturada possui, ainda, um grande efeito sobre o colesterol sérico, no sentido de aumentar seus níveis, sendo que esses só são satisfatoriamente controlados se houver diminuição no consumo de gorduras saturadas10. São várias as evidências que relacionam o consumo excessivo de sal ao desenvolvimento de doenças crônicas11. Nos países ocidentais, o consumo de sal é elevado tanto na preparação como na conservação dos alimentos. Além disso, há a utilização de realçadores de sabor, como por exemplo, o glutamato monossódico, que é um condimento bastante aceitável entre os jovens12. Não existe um limite para a adição do glutamato monossódico nos alimentos, sendo permitida pela Legislação Brasileira (Resolução RDC n. 1, de 2 de Janeiro de 2001, da ANVISA) adicionar a quantidade necessária (“quantum satis”) para dar o sabor esperado13. Assim, a maior parte das pessoas, e até mesmo as crianças, consomem níveis de sódio além de suas necessidades, ou seja, mais que 6g de sal diárias (2,4g de sódio). Esse consumo excessivo é uma das causas mais importantes de hipertensão arterial1, que é vista como um dos problemas da saúde pública de mais difícil controle. Outros fatores nutricionais também se associam à alta prevalência de hipertensão arterial, como o elevado consumo de álcool e o excesso de peso14. Os estudantes citam a preocupação com a saúde como um dos principais fatores formadores do hábito alimentar. Por outro lado, o estilo de vida adotado, especialmente após o ingresso na universidade, assim como os erros alimentares e o histórico de doenças na família, contribuem como fatores de risco à saúde dos universitários15. De acordo com Alves e Boog, 2007: Para os estudantes, “aproveitar” a vida universitária significa ter bom desempenho acadêmico, uma boa rede de relacionamentos, participar da vida cultural que a universidade potencialmente propicia, ou ainda, viver intensamente todas essas novidades juntas. Isso denota que prover e cuidar da alimentação não estão, a priori, incorporados a essa vida na universidade, como algo de importância e de valor16. Como muitos hábitos alimentares adquiridos por estudantes durante os anos cursados nas universidades continuam na idade adulta17, fica clara a importância da demonstração de uma dieta correta, bem como a eficácia da intervenção da educação nutricional na promoção da saúde da comunidade18. Dessa forma, esse trabalho teve como objetivo avaliar o consumo de gordura saturada e de sódio dos acadêmicos da área da saúde de uma universidade de Guarapuava-PR, a fim de verificar a adequação do consumo de tais nutrientes. Metodologia Tratou-se de um estudo transversal cujo grupo de estudo foi composto por acadêmicos da área da saúde, que estavam cursando a 3ª série no ano de 2010, em uma Universidade do município de Guarapuava, Paraná. O público-alvo escolhido foram alunos cursando a 3ª série pelo fato de estes já possuírem um conhecimento maior a respeito de hábitos alimentares saudáveis e práticas adequadas de atividade física. Os acadêmicos participantes foram dos cursos de Nutrição, Educação Física, Fisioterapia, Enfermagem e Farmácia, contemplando todos os cursos da área da Saúde da referida Universidade. Inicialmente, realizou-se um estudo piloto com os alunos da 2ª série do curso de Nutrição, em que se aplicou apenas o questionário de frequência alimentar. Os alimentos que obtiveram grande número de respostas para as opções “Nunca” e “1 vez por mês” foram excluídos do questionário original. Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (COMEP) (Anexo 1) da UNICENTRO, conforme ofício número 198/2009, e os participantes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) (Apêndice 1). O período da coleta de dados compreendeu os meses de março a agosto de 2010. Os hábitos alimentares e de vida dos universitários foram avaliados por meio de um questionário (Apêndice 2) que utilizava o método de auto-preenchimento, o qual foi explicado aos alunos, pelo responsável da pesquisa, para evitar ou esclarecer possíveis dúvidas. O questionário de frequência alimentar, utilizado para avaliar os hábitos alimentares dos universitários, continha alimentos com alta quantidade dos nutrientes estudados (gordura saturada e sódio) (Apêndice 3). Para tal escolha foi consultada a Tabela Brasileira de Composição de Alimentos – TACO19. Foram obtidos ainda dados de tabagismo, etilismo, sobrepeso e histórico de doenças crônicas familiares como, hipertensão, hipercolesterolemia, doenças cardiovasculares e diabetes, pois estas possuem alta relação com os nutrientes estudados. A estimativa da quantidade de gordura saturada obtida foi analisada comparativamente às recomendações propostas pelo Ministério da Saúde (MS)1, que não devem ser superiores a 10% do gasto energético total. Para tal cálculo, foram utilizadas as variáveis de peso, altura, idade e nível de atividade física, segundo fórmula sugerida pela Dietary Reference Intake (DRI)20. Os dados de peso e altura dos entrevistados foram obtidos de forma auto-referida, pelo fato de gerar menos custos ao pesquisador e menor tempo de execução do projeto. Estudos21,22 mostram que o peso e a altura referidos possuem alta concordância com os dados obtidos diretamente. A altura e peso auto-referidos são, portanto, uma alternativa interessante quando não se consegue esses dados por outros métodos. Quanto ao estado nutricional, os indivíduos com 20 anos ou mais foram classificados de acordo com os pontos de corte preconizados pela Organização Mundial da Saúde (WHO, 1995)23, em que IMC <18,5kg/m2 classifica baixo peso, IMC ≥18,5 e <25kg/m2 classifica eutrofia, IMC ≥25 e <30kg/m2 classifica sobrepeso e IMC ≥30kg/m2 classifica obesidade. Os adolescentes foram avaliados com o auxílio das curvas da Organização Mundial da Saúde (WHO, 2007)24 e classificados por meio dos pontos de corte preconizados por esta (WHO, 2008)25, de acordo com o gênero e a faixa etária, sendo considerada: Magreza acentuada < Percentil 0,1; Magreza ≥ Percentil 0,1 e < Percentil 3; Eutrofia ≥ Percentil 3 e ≤ Percentil 85; Sobrepeso > Percentil 85 e ≤ Percentil 97; Obesidade > Percentil 97 e ≤ Percentil 99,9; e Obesidade grave > Percentil 99,9. A estimativa da quantidade de sódio obtida foi analisada comparativamente às recomendações propostas pelas DRIs20, de acordo com a idade e gênero, sendo que essa recomendação varia de 1,5 gramas/dia a no máximo 2,3 gramas/dia para homens e mulheres entre 14 e 50 anos de idade. Portanto, os participantes foram classificados com consumo adequado aqueles que obtiveram quantidade de sódio de até 1,5 gramas/dia e com possibilidade de inadequação aqueles cujo consumo variou de 1,5 a 2,3g/dia. Os participantes que ultrapassaram o limite máximo tolerável (2,3g/dia) foram classificados como inadequados. Os dados do estudo foram tabulados com o auxílio do programa Excel® 2003. Inicialmente foram realizadas análises estatísticas descritivas, utilizando as medidas de tendência central (média e mediana) e medida de dispersão (desvio-padrão). Também se realizou análise estatística para verificar possíveis diferenças entre os cinco cursos por meio do teste Anova e teste Tukey; e possível associação entre as variáveis das quantidades de gordura saturada e sódio, por meio do teste de Pearson. Resultados e Discussão O estudo piloto realizado com os acadêmicos do 2° ano de Nutrição contou com um total de 35 questionários. Conforme os resultados, os alimentos excluídos do questionário de frequência foram mostarda, com 94% (33/35) das respostas “Nunca” e “1 vez por mês”, sopas de pacote (85%; 30/35), bebidas isotônicas (82%; 29/35), picles (82%; 29/35), palmito (80%; 28/35), azeitona (62%; 22/35), flocos de milho (62%; 22/35), sorvete de massa/palito (57%; 20/35) e o ketchup (54%; 19/35). No momento da pesquisa, as terceiras séries dos cinco cursos da área da Saúde da referida Universidade contavam com 159 estudantes. A população estudada compreendeu 120 indivíduos, sendo a perda de 24,53% do total da população. Os indivíduos estudados eram predominantemente do gênero feminino, representando 85,84% (n=103), e apenas 14,16% (n=17) do gênero masculino, como se observa na tabela 1. A idade variou entre 19 e 46 anos, com média de 20,68±2,92 anos. Tabela 1 – Distribuição dos indivíduos estudados de acordo com faixa etária, sexo e curso Adolescentes (<20 anos) Mulheres Homens Adultos (≥20 anos) Total Mulheres Homens n % n % n % n % n % Farmácia 5 4,17 1 0,83 12 10 2 1,67 20 16,67 Educação física 3 2,5 2 1,67 6 5 6 5 17 14,17 Nutrição 9 7,5 - - 19 15,83 - - 28 23,33 Enfermagem 11 9,16 - - 16 13,33 2 1,67 29 24,16 Fisioterapia 5 4,17 1 0,83 17 14,17 3 2,5 26 21,67 A idade dos acadêmicos e as variáveis antropométricas, utilizadas para cálculo do Índice de Massa Corporal (IMC), que corresponde a razão do peso atual (kg) pelo quadrado da estatura (m2), estão representadas na tabela 2. Tabela 2 – Valores médios e desvio-padrão das variáveis antropométricas Idade (anos) Peso (kg) Altura (m) IMC (kg/m2) Média 20,68 59,03 1,66 21,15 Desvio-padrão ±2,92 ±8,65 ±0,08 ±2,01 Mínimo 19 43 1,50 16,65 Máximo 46 84 1,92 26,95 Quanto ao estado nutricional, 5% (6/120) dos indivíduos apresentaram baixo peso; 92,5% (111/120) eutrofia; e 2,5% (3/120) sobrepeso. Observa-se, portanto, que a maioria dos indivíduos estudados apresentou estado nutricional adequado. Tal resultado assemelha-se ao encontrado em uma pesquisa realizada na cidade de São Mateus do Sul (PR), com 170 adolescentes, em que 84,1% dos indivíduos apresentavam-se dentro dos padrões de normalidade de IMC para idade26. Em outro estudo27, realizado em Piracicaba (SP), que avaliou o consumo alimentar e excesso de peso em 390 adolescentes, constatou-se que apenas 4,4% dos participantes apresentavam baixo peso, prevalência semelhante à encontrada no presente estudo. Comparando a porcentagem de sobrepeso entre os gêneros masculino e feminino, nota-se que esta foi maior entre os homens (66,67%) do que nas mulheres (33,33%). Igualmente ocorreu em um estudo28 realizado em Santa Catarina, com 862 universitários (501 do gênero masculino e 361 do gênero feminino), em que o sobrepeso foi mais elevado entre os homens, representando 16,9% (82/501) versus 6,9% (25/361) entre as mulheres. Por outro lado, sabe-se que a utilização do IMC como diagnóstico nutricional isolado pode fornecer resultados nem sempre fidedignos, principalmente quando se trata destes homens, uma vez que os acadêmicos que praticam atividade física podem apresentar maior quantidade de massa muscular, e não necessariamente sobrepeso. 1) Hábitos de vida Com relação aos hábitos de vida foi avaliado se os acadêmicos moravam sozinhos ou não, se praticavam atividade física, se eram tabagistas, se consumiam bebida alcoólica e se possuíam casos de doenças crônicas na família como, hipertensão, diabetes, doenças cardiovasculares, sobrepeso e hipercolesterolemia. Quarenta e oito (40%) acadêmicos residiam com amigos, 29,17% (35/120) moravam com os pais, 24,17% (29/120) moravam sozinhos e uma pequena parcela informou morar com cônjuge/namorado (5,83%). Quando questionados se praticavam atividade física, 50,83% (61/120) informaram que sim, sendo que deste total 39,34% (24/61) realizavam de 1 a 2 vezes por semana, 37,7% (23/61) de 3 a 4 vezes, 18,03% (11/61) de 4 a 5 vezes e apenas 3,28% (2/61) praticavam todos os dias. Resultado semelhante foi encontrado no estudo sobre o comportamento saudável entre adultos jovens no Brasil, realizado com 14.193 indivíduos, no qual a prática regular de atividade física foi mencionada por 46,4% da população29. Quanto ao tipo de atividade física, 45,9% (28/61) informaram realizar caminhada, acompanhada ou não de outros exercícios, 32,79% (20/61) praticavam atividade aeróbica e/ou musculação, 13,12% (8/61) jogavam vôlei e/ou futebol e 6,56% (4/61) faziam aulas de pilates e/ou ioga. O tempo da atividade física, quando praticada, foi dividido em 1 hora ou mais, e menos de 1 hora, sendo que os resultados encontrados foram de 72,13% (44/61) e 26,23% (16/61), respectivamente. De cada faceta supramencionada, uma pessoa (0,83%) não respondeu. Para o hábito de fumar, observou-se que apenas 5% (6/120) da população relataram ser fumantes, sendo que 83,33% (5/6) fumavam de 3 a 7 cigarros/dia e um indivíduo (16,67%) fumava 20 cigarros/dia. Um estudo transversal30, realizado com 871 pessoas de universidades públicas do estado de Pernambuco, sobre o nível de atividade física e tabagismo em universitários, concluiu que a prevalência de sedentarismo foi de 29,9% e de tabagismo 7,2%. Tal resultado difere ao da presente pesquisa quanto ao sedentarismo, no sentido de que aproximadamente o dobro (49,17%) dos acadêmicos informou ser sedentário. Com relação ao tabagismo, observam-se resultados semelhantes para estas duas populações universitárias. Em contraste ao hábito de fumar, 70% (84/120) dos acadêmicos afirmaram consumir algum tipo de bebida alcoólica. Desse total 60,7% (51/84) consumiam de 1 a 2 vezes por mês, 38,1% (32/84) de 1 a 3 vezes por semana e 1,2% (1/84) de 4 a 6 vezes por semana. Em um estudo comparativo de condutas de saúde entre universitários no início e no final do curso, realizado com 735 estudantes de ciências da saúde de duas universidades públicas do estado de Pernambuco, os resultados foram semelhantes, no qual 68,8% dos acadêmicos do primeiro semestre afirmaram consumir álcool e 83,3% do último semestre31. A diferença entre o hábito de sedentarismo, tabagismo e consumo de bebida alcoólica entre os cursos pode ser observada na figura 1. Fisioterapia 50 Enfermagem 12 69 Nutrição 4 54 Educação Física 12 Farmácia 69 0 6 66 32 77 45 0 5 80 50 Sedentarismo Tabagismo 100 150 Consumo de bebida alcoólica Figura 1 – Comparação do hábito de sedentarismo, tabagismo e consumo de bebida alcoólica entre os cursos, expressa em porcentagem A bebida mais consumida entre os universitários foi a cerveja, totalizando 47,62% (40/84) das respostas. Em segundo lugar apontam-se os destilados e fermentados, com 32,14% (27/84). Em terceiro, somente os destilados (8,33%), e por último, os fermentados (4,76%). Na questão, seis (7,15%) indivíduos não responderam o tipo de bebida consumida. A quantidade de bebida alcoólica ingerida variou de 1 a 5 copos, representando 33,33% (28/84) das respostas, e de 6 a 10 copos, com um total de 20,24% (17/84). Vinte e sete pessoas (32,14%) não responderam e 12 (14,29%) não souberam especificar a quantidade. Com relação ao histórico de doenças crônicas na família, apenas 10,83% (13/120) da população informou não possuir nenhum caso das doenças questionadas em suas famílias, a saber: hipertensão, diabetes, doenças cardiovasculares, sobrepeso e hipercolesterolemia. A grande maioria dos indivíduos, que responderam afirmativamente, informou possuir doenças associadas, ou seja, duas ou mais doenças, correspondendo a 62,5% (75/120) das respostas. Os que possuíam apenas uma doença entre os familiares, somaram-se 25% (30/120). Na figura 2 é possível observar a porcentagem de doenças associadas e de uma doença entre os familiares dos acadêmicos pesquisados. Figura 2 – Porcentagem de doenças associadas e de uma doença entre os familiares *A porcentagem foi calculada com o total de doenças associadas e de uma doença (n=105). ** Não foi possível especificar algumas associações de doenças na figura. A parcela da população que possuía todas as doenças pesquisadas representou 10% (12/120). Em ordem decrescente, tem-se como resultado a hipertensão com maior índice, correspondendo a 65% (78/120) das respostas. Em seguida, com 52,5% (63/120) dos casos, encontra-se o sobrepeso. A hipercolesterolemia situou-se em terceiro lugar, com 49,17% (59/120), seguido do diabetes com 40% (48/120), e por último as doenças cardiovasculares, que representaram 33,33% (40/120) das respostas. A porcentagem das doenças mencionadas acima corresponde ao número total de respostas, sendo que tais doenças podem ou não estarem associadas. Resultado semelhante foi encontrado em um estudo32, realizado com 103 pacientes atendidos em ambulatório de nutrição de uma Universidade de São Paulo, em que as frequências de hipertensão arterial e diabetes mellitus foram de 64,08% e 24,27%, respectivamente e 57,28% da amostra total confirmaram história familiar de evento cardiovascular. Segundo vários autores33,34,35,36, a prevalência da hipertensão no Brasil varia de 24,8 a 44,4%, porém de acordo os resultados da Campanha Nacional de Detecção de Hipertensão Arterial (CNDHA) de 20021, realizado com cerca de 31 milhões de pessoas, a prevalência não ultrapassa os 36%. Esses dados diferem do presente estudo, na qual a hipertensão representou mais da metade das respostas (65%). A síndrome metabólica (SM) é uma condição que tem forte relação com a dieta. Essa síndrome representa um conjunto de fatores de riscos que promovem o desenvolvimento de doenças cardiovasculares. Os componentes adotados para sua definição são: obesidade (principalmente a obesidade abdominal), níveis pressóricos elevados, distúrbios no metabolismo da glicose e hipertrigliceridemia e/ou baixos níveis de HDL colesterol. Fatores ambientais relacionados ao estilo de vida, como os maus hábitos dietéticos e o sedentarismo, que contribuem para o acúmulo de gordura na região abdominal, têm sido fortemente relacionados à fisiopatologia da SM37,38. Com relação ao presente estudo, a porcentagem da população que apresenta riscos para desenvolver a síndrome metabólica em algum estágio de suas vidas é de 35,83% (n=43), isto porque possuem casos na família de diabetes e/ou hipertensão e/ou hipercolesterolemia e/ou algum tipo de sobrepeso associadas a dois ou mais fatores. Quando relacionados tais fatores ao consumo de gordura saturada e sódio em excesso, tabagismo e sedentarismo os fatores de risco aumentam. 2) Hábitos alimentares Em relação aos hábitos alimentares, foram questionadas quantas refeições os indivíduos realizavam por dia, bem como o lugar e quais refeições eram realizadas, e se adicionavam sal à preparação pronta. Quanto ao número de refeições realizadas por dia, 5% (6/120) afirmaram fazer menos de três por dia, 60,83% (73/120) faziam de três a quatro refeições e 32,5% (39/120) realizavam cinco ou mais. Dois indivíduos (1,66%) não responderam. O desjejum não era realizado por 10% (12/120) dos pesquisados. Dentre os que faziam o desjejum, 93,52% (101/108) o realizavam prioritariamente em casa e 6,48% (7/108) em restaurante/lanchonete/faculdade. Admite-se que refeições feitas fora de casa apresentem maior teor de sódio. Por essa razão, a ingestão de sódio poderia estar subestimada principalmente nas grandes cidades, onde o hábito de fazer refeições fora do domicílio é mais comum39. O almoço e o jantar obtiveram resultados análogos, sendo que 80% (96/120) dos acadêmicos afirmaram almoçar principalmente em casa e 20% (24/120) em restaurante/ lanchonete/faculdade. Já 95,62% (109/114) jantam em casa; 2,63% (3/114) em restaurante/lanchonete/faculdade e 1,75% (2/114) no trabalho. Nenhum dos participantes informou não realização de almoço ou jantar. Em um estudo40 conduzido na cidade de Campinas (SP) com 100 universitários, foi observado resultado semelhante, em que 95% afirmaram realizar o almoço e 99% realizavam o jantar. Quinze por cento (18/120) da população estudada não realizavam outra refeição que não fosse o desjejum, almoço e jantar ao longo dia. Dentre os que realizavam outra refeição, 50,49% (51/101) afirmou realizá-la comumente em casa, 46,53% (47/101) em restaurante/ lanchonete/ faculdade e 2,97% (3/101) no trabalho. Ainda, dos entrevistados, 45,83% (55/120) afirmou não adicionar sal à preparação pronta, 12,5% (15/120) afirmaram adicionar sal na salada e na preparação e 41,67% (50/120) somente na salada. Resultado discordante foi encontrado no estudo que avaliou hábitos e práticas alimentares de hipertensos e diabéticos do município de Teixeiras (MG). De um total de 150 hipertensos, apenas 2,7% adicionavam sal às preparações prontas, e 3,3%, de um total de 30 diabéticos41. A porcentagem menor entre os hipertensos pode ser justificada pelo fato de que essa população recebe orientações a respeito de seus hábitos alimentares, incluindo sobre a adição de sal no prato. Neste mesmo estudo 20,20% dos hipertensos informaram evitar o sal, ao passo que apenas 6,6% dos diabéticos o faziam. Uma das principais causas para que tal condimento fosse evitado foi o medo de se tornar hipertenso ou a hipertensão arterial propriamente dita, representando 15,1% e 6,6% para hipertensos e diabéticos respectivamente41. 3) Frequência do consumo alimentar De maneira geral, a população apresentou um consumo de gordura saturada dentro do recomendado e alto consumo de sódio. Os alimentos consumidos com maior frequência entre a população estudada foram extrato de tomate, margarina, chocolate, queijos amarelos, caldos concentrados, presunto e maionese, sendo que os dados obtidos do consumo alimentar dos acadêmicos estão apresentados na tabela 3. Tabela 3 – Frequência alimentar expressa em porcentagem Frequência/ Alimento Nunca (%) 1-3 x/mês (%) 20 1 x/semana (%) 20,83 2-3 x/semana (%) 20 4-5 x/semana (%) 6,67 Diariamente (%) 15,84 1 x/mês (%) 7,5 8,33 Não responderam (%) 0,83 Presunto Salame, salsicha, lingüiça 18,33 31,67 26,67 15,83 6,67 - 0,83 - Cachorro quente 20,83 49,17 22,5 7,5 - - - - Bacon 41,66 25 20 4,17 5 2,5 - 1,67 Hambúrguer 29,17 30 19,17 12,5 7,5 - 0,83 0,83 Lanche com hambúrguer 29,17 33,33 24,17 9,17 3,33 - 0,83 Caldos concentrados 23,33 6,67 13,33 14,17 20,83 6,67 15 Biscoito de água e sal 25 10,83 9,17 16,67 14,17 10,83 8,33 5 Salgadinho “chips” 39,17 20,83 25,83 10 1,67 - - 2,5 Milho/ervilha enlatados 11,67 21,67 29,17 20,83 13,33 0,83 0,83 1,67 Macarrão instantâneo tipo “Miojo” 30 23,33 20 10,83 12,5 1,67 - 1,67 Chocolate 5,83 15 11,67 23,33 22,5 15 2,5 4,17 Maionese tipo “Hellmann’s” 19,17 11,67 15 11,67 22,5 13,33 5,83 0,83 Queijos amarelos 14,17 10,83 15 17,5 25 6,67 10,83 Extrato de tomate 3,33 7,5 16,67 23,33 31,67 9,17 7,5 0,83 Manteiga 60,83 10,83 4,17 5 7,5 3,33 6,67 1,67 Margarina 17,5 10 4,17 12,5 22,5 15 17,5 0,83 Biscoito recheado 22,5 20 20,83 15 17,5 2,5 1,67 - Realizando-se a análise estatística por meio do Teste de Pearson, observou-se uma moderada correlação positiva (r=0,66) entre o consumo de gordura saturada e de sódio entre os acadêmicos. Verificou-se que os indivíduos que consumiam maior quantidade de gordura saturada consumiam também maior quantidade de sódio, sendo essa afirmação válida em 43% da população (p=0,43). Com a aplicação do Teste Anova, foi verificado que havia diferença estatisticamente significativa no consumo de gordura saturada (p<0,05) e de sódio (p<0,05) entre os cursos. A fim de descobrir entre quais cursos essa diferença existia, foi realizado o Teste de Tukey. Constatou-se que tal diferença era significativa apenas entre os cursos de Nutrição e Fisioterapia, no sentido de que os acadêmicos do curso de Fisioterapia consumiam mais sódio e também mais gordura saturada quando comparados com os acadêmicos de Nutrição. O valor médio de gordura saturada ingerido pela população foi de 12,32±7,22g/dia e o de sódio de 1,84±1,26g/dia. O valor energético total (VET) dos acadêmicos representou um valor médio de 2361,59±310,3kcal/dia. Apenas 5,83% (7/120) da população consumiram valores de gordura saturada acima de 10% do VET, ou seja, de forma inadequada. O consumo médio de gordura saturada e sódio entre os cinco cursos pode ser observado na tabela 4. Tabela 4 – Média e desvio-padrão do consumo de gordura saturada e sódio Sódio (mg) Gordura Saturada (g) Média Desvio-padrão Média Desvio-padrão Farmácia 1958,47 ±1326,03 12,99 ±6,77 Educação física 1900,05 ±1505,41 11,43 ±6,90 Nutrição* 1202,94 ±864,76 8,87 ±5,45 Enfermagem 1810,89 ±1106,15 13,16 ±8,52 Fisioterapia* 2441,93 ±1326,94 15,15 ±6,77 * Diferença estatisticamente significativa (p<0,05) A ingestão de sódio da população estudada pode estar subestimada, uma vez que não foram quantificados os valores de sódio presente nas refeições prontas, nos alimentos in natura e nas refeições feitas pelos indivíduos fora do domicílio. Dessa forma, o real consumo de sódio pelos estudantes poderia ser mesmo maior do que aquele estimado neste estudo. Outro item a ser considerado é que o menor consumo de gordura saturada e de sódio pelos estudantes de Nutrição pode ser justificado pelo fato de que esses adquiriram informações ao longo da vida acadêmica, com possibilidade de mudança no comportamento alimentar. As principais fontes de gordura saturada são alimentos de origem animal (manteiga, banha, toucinho e carnes e seus derivados, leite e laticínios integrais), porém alguns óleos vegetais, como o óleo de coco, também são ricos nesse tipo de gordura1. No presente estudo os alimentos que contribuíram para o consumo de gordura saturada foram, em ordem decrescente, o biscoito recheado, seguido do lanche com hambúrguer, manteiga, cachorro quente, macarrão instantâneo, salgadinho “chips”, margarina, chocolate e os queijos amarelos. Na figura 3 é possível observar a frequência de consumo desses alimentos. <1 x semana 1-3 x semana Q ue ijo s am ar el os e a C ho co la t M ar ga rin La nc he B is co ito re ch ea do c/ ha m bú rg ue r M an te C ig ac a ho rr M o ac qu ar en rã te o in st an Sa tâ lg ne ad o in ho "c hi ps " 100% 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% 4-7 x semana Figura 3 – Distribuição percentual de frequência alimentar dos alimentos fontes de gordura saturada Um estudo37, voltado unicamente para a composição química de colesterol e da cadeia de ácidos graxos de alguns alimentos, teve como conclusão que, em relação à gordura saturada, a manteiga, a margarina, queijos tipo prato, amarelo e branco ultrapassam os 10% recomendados se forem consumidos 100g ou mais por dia. Em outro estudo, realizado na cidade de Bambuí (MG), com 546 indivíduos, o valor médio da porcentagem ingerida de gordura saturada em proporção das calorias totais, variou de 8,6±5,0% em mulheres que possuíam 4 anos ou menos de escolaridade, a 9,3 ± 3,3% em mulheres com 8 anos de estudo ou mais42. Comparado ao presente estudo, em que o valor médio das porcentagens representou 4,61±2,64% entre as mulheres, observa-se que o resultado foi aproximadamente a metade do mencionado no estudo acima. Alguns alimentos merecem atenção elevada ao serem consumidos, pois a gordura presente neles não é visível: a maioria dos bolos, tortas, biscoitos, chocolates, salgadinhos, pastéis – alimentos esses altamente consumidos pelos universitários18. Essas preparações levam muita gordura na formulação da massa, recheio e cobertura, e a gordura usada nesses alimentos é do tipo vegetal hidrogenada (gordura trans), que embora seja feita a partir de óleos vegetais, é tão ou mais prejudicial à saúde do que as gorduras saturadas1. Quando comparado o consumo de alguns alimentos citados acima com o presente estudo, pode-se observar que a ingestão foi elevada. O chocolate, por exemplo, correspondeu a 60,83% do consumo de 1 a 5 vezes por semana. Já o biscoito recheado e o biscoito de água e sal corresponderam juntos a 76,67% na mesma frequência. Estudos43,44 evidenciam que o consumo de dietas ricas em gorduras e insuficientes de frutas e verduras ainda é alto tanto nas regiões brasileiras mais economicamente desenvolvidas, como em países desenvolvidos e em desenvolvimento. Porém, deve-se levar em conta que os grãos refinados, açúcares e gorduras estão entre as fontes de energia alimentar de custo mais baixo, em contraste a legumes, hortaliças e frutas, que geralmente custam mais caro45. Em um estudo realizado na cidade de São Paulo, que observou o consumo de alimentos de risco e proteção para doenças cardiovasculares entre funcionários públicos, verificou-se que o consumo diário de alimentos de risco (boi, frango, embutidos, ovos, porco, margarinas, doces, gorduras, frituras e pizzas) é proporcionalmente maior entre indivíduos com nível de escolaridade fundamental e renda até três salários mínimos. Ao passo que o consumo diário de hortaliças cruas, frutas, azeite, cereais integrais e consumo semanal de peixes foi maior entre os indivíduos com nível de escolaridade superior e entre os que possuem renda familiar superior a seis salários mínimos46. Com relação ao sódio, constatou-se que 51,67% (62/120) da população estudada consumiam quantidades provavelmente adequadas desse mineral (<1,5g/dia). Os acadêmicos com possibilidade de inadequação no consumo (>1,5 a 2,3g/dia) somaram 48,33% (58/120), sendo que desse total, 53,45% (31/58) ultrapassaram o valor máximo recomendado (>2,3g/dia). À medida que este valor aumenta sobre a quantidade tolerável, os sintomas de excesso do micronutriente se agravam. A média de consumo foi maior entre os homens, com 2,31±1,64g/dia versus 1,76±1,17g/dia entre as mulheres. Godoy et al. (2006)47 apresentaram resultados semelhantes no estudo que avaliou o índice de qualidade da dieta (IQD) de 437 adolescentes. Os indivíduos do sexo feminino apresentaram uma pontuação maior no IQD no componente sódio (6,36 do sexo feminino e 4,58 do sexo masculino), ou seja, as meninas consumiram menos desse componente. Levando em conta o conjunto dos domicílios brasileiros, verifica-se que cerca de três quartos do sódio disponível para consumo provêm da aquisição de sal de cozinha. O restante de sódio disponível para consumo deriva da obtenção de alimentos in natura ou alimentos processados sem adição de sal e de refeições prontas48. Dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2002-200349 indicam, por meio das despesas com aquisição de sal para consumo do domicílio, uma média estimada de 9,6g/pessoa/dia. Neste índice não está considerado o sal consumido nas refeições fora de casa. Esse consumo excessivo é uma das causas mais importantes de hipertensão arterial em todo o país1. Outros fatores nutricionais também se associam à alta prevalência de hipertensão arterial. Dentre esses fatores estão o elevado consumo de álcool e o excesso de peso. Para pessoas que estão com excesso de peso uma perda de 4,5kg pode reduzir significativamente a pressão arterial. A hipertensão é comum também em pessoas que sofrem de alcoolismo, e aparentemente ela é causada pelo abuso do álcool, levando ao desenvolvimento de doenças cardiovasculares14. De acordo com o Intersalt Study (1996)50, uma diminuição de 2,2g por dia na ingestão de sódio pode estar associada a uma diferença de 3 a 6mmHg na pressão sistólica. O seguimento de uma dieta saudável baseada nos princípios da dieta DASH (Dietary Approaches to Stop Hypertension), rica em frutas, vegetais, produtos lácteos pobres em gorduras e associada a um consumo restrito de sódio (<5,8g NaCl/dia), reduz a pressão arterial nos pacientes hipertensos. Um estudo realizado com 810 indivíduos pré-hipertensos3 ou hipertensos em estágio 14 e que não faziam uso de anti-hipertensivos, comprovou que a dieta DASH, juntamente com modificações no estilo de vida, promoveu uma redução significativa da pressão arterial quando comparada com uma dieta apenas com redução de sal51. Uma das justificativas para o alto consumo de sódio na presente pesquisa é que esse consumo seja exemplo do hábito familiar dos universitários. Dessa forma, os estudantes provavelmente possuem dois fatores de risco: hereditariedade, devido à alta prevalência da hipertensão na família dos pesquisados, e alto consumo de sódio, que podem estar corelacionados ao hábito familiar. Triches e Giuliani52 afirmam que o sucesso da mudança de hábitos alimentares de um indivíduo é fruto de ações integradas que envolvam famílias, escolas, comunidades e indústria alimentícia. O envolvimento da família contribui, ainda, de forma positiva, na adesão ao processo de mudança, bem como no alcance dos resultados esperados53,54. De acordo com os achados do presente estudo, observa-se que: (1) consumo inadequado de sódio foi encontrado em 48,33% da população; (2) quase metade (49,17%) dos universitários informou serem sedentários; (3) a hipertensão foi a doença de maior índice (65%) entre os familiares dos estudantes. Os resultados encontrados demonstram a 3 Pré-hipertensos: pressão sistólica (PS) variando de 120 a 139mmHg e/ou com pressão diastólica (PD) de 80 a 89mmHg. 4 Hipertensos em estágio 1: PS de 140 a 159mmHg e/ou PD de 90 a 99mmHg. importância da adoção de práticas regulares de atividade física e de hábitos alimentares saudáveis, sendo que a divulgação de mensagens sobre os benefícios de uma vida saudável no meio acadêmico é imprescindível. Considerações Finais O alto consumo de sódio pelos acadêmicos, somado à alta prevalência de doenças crônicas na família, o consumo de bebidas alcoólicas e um estilo de vida sedentária pode ser considerado preocupante, uma vez que os hábitos alimentares exercem influência não apenas no estado de saúde atual da pessoa, mas também pode determinar se o indivíduo desenvolverá ou não alguma doença no futuro. Portanto, reforça-se a necessidade de se investir preventivamente na educação nutricional dessa população, por meio de estratégias educativas que dêem destaque à importância da alimentação e de um estilo de vida saudável. Soma-se a isto o fato destes estudantes serem futuros profissionais da área da saúde, que transmitirão o conhecimento para a população, podendo influenciar na formação de hábitos alimentares adequados de forma positiva. Referências Bibliográficas 1. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Coordenação-Geral da Política de Alimentação e Nutrição. 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Este estudo não representa riscos à saúde dos participantes, sendo apenas uma coleta de dados. Você poderá obter todas as informações que quiser e poderá não participar do estudo. Pela sua participação no estudo, você não receberá nenhum valor em dinheiro, mas terá a garantia de que todas as despesas necessárias para a pesquisa não serão de sua responsabilidade. Eu, ________________________________________________, RG n°_____________ li o esclarecimento acima e compreendi a natureza e objetivo do estudo a qual fui convidado a participar. A explicação que recebi esclarece que não haverá riscos para os participantes. Eu entendi que sou livre para interromper minha participação a qualquer momento, sem justificar minha decisão. Sei que meu nome não será divulgado, que não terei despesas e não receberei dinheiro por participar do estudo. Eu concordo em participar do estudo. Guarapuava, __________de ________________ de 2010 Responsáveis pela pesquisa ___________________________ Prof ª Marcela K. Brecailo _________________________ Carolina Domingues Ribeiro Telefone para contato: 99657495 E-mail: [email protected] Horário para entrar em contato: 17:00 às 19:00h, de segunda à sexta-feira. Apêndice 2. Questionário para avaliação dos pesquisados QUESTIONÁRIO RESPONDER À CANETA Curso: __________________ Idade: ________ Peso: ________ Sexo: ( ) Feminino ( ) Masculino Altura: __________ Você mora? ( ) Sozinho ( ) Com os pais ( ) Com amigos ( ) Com cônjuge/namorado Você pratica atividade física? ( ) Não ( ) Sim Se sim, com que frequência? ( ) 1-2 x semana ( ) 3-4 x semana ( ) 4-5 x semana ( ) Todos os dias Qual o tipo de atividade física? ______________ Qual o tempo de duração? _______ Você fuma? ( ) Não ( ) Sim Quantos cigarros por dia? ________ Quantas vezes por semana você consome bebida alcoólica? ( ) Não consumo ( ) 1-2 x/mês ( ) 1-3 x semana ( ) 4-6 x semana Que tipo de bebida alcoólica? ___________________ Tem casos na sua família de? ( ) Hipertensão ( ) Sobrepeso Qual a quantidade? __________ ( ) Colesterol alto ( ) Diabetes Quantas refeições você faz por dia? ( ) Menos que 3 ( ) Todos os dias ( )3 ( )4 ( ) Doenças Cardiovasculares ( )5 ( )6 ( ) Mais que 6 Onde você realiza as refeições? • Café da manhã: ( ) Não faço ( ) Em casa ( ) Na faculdade ( ) Restaurante/Lanchonete ( ) Outro: ___________________ • Almoço: ( ) Não faço ( ) Restaurante/Lanchonete ( ) Em casa ( ) Outro: ___________________ • Jantar: ( ) Não faço ( ) Restaurante/Lanchonete ( ) Em casa ( ) Na faculdade ( ) Outro: ___________________ ( ) Na faculdade Além dessas, você faz outras refeições ao longo do dia? ( ) Não ( ) Sim Se sim, onde? ( ) Em casa ( ) Na faculdade ( ) Restaurante/Lanchonete ( ) Outro: _____________ Você adiciona sal no prato? ( ) Não adiciono ( ) Somente na salada ( ) Na salada e na comida Com que frequência você consome? Alimento Quantidade Presunto Salame, salsicha, linguiça Cachorro quente Bacon Hambúrguer Lanche c/ hamburguer Caldos concentrados (carne, galinha, picanha...) Biscoito de água e sal Salgadinho “chips” Milho/ervilha enlatados Macarrão instantâneo tipo “Miojo” Chocolate Maionese tipo “Hellmann´s” Queijos amarelos Extrato de tomate Manteiga Margarina Bolacha recheada ( ) 1 fatia ( ) 2 fatias ( ) 3 fatias ( ) + de 3 ( ) 1 un ( ) 2 un ( ) 3 un ( ) + de 3 un ( ) 1 un ( ) 2 un ( ) 3 un ( ) + de 3 un ( ) 1 colher ( ) 2 col ( ) 3 ou + col ( ) 1 un ( ) 2 un ( ) 3 un ( ) + de 3 un ( ) 1 un ( ) 2 un ( ) 3 un ( ) + de 3 un ( ) 1 un por preparação ( ) 2 ou + un por preparação ( ) 1-3 ( ) 4-5 ( ) 1 pacote ( ) 2 pacotes ( ) 3 ou + pacotes ( ) 1 colher ( ) 2 col ( ) 3 ou + col ( ) 1 a 2 un ( ) 3 ou + un ( ) 1 a 2 un ( ) 3 ou + un ( ) 1 colher ( ) 2 col ( ) 3 ou + col ( ) 1 fatia ( ) 2 fatias ( ) 3 fatias ( ) 3 ou + fatias ( ) 1 col por preparação ( ) 2 ou + col por preparação ( ) 1 colher ( ) 2 col ( ) 3 ou + col ( ) 1 colher ( ) 2 col ( ) 3 ou + col ( ) 1-4 ( ) 5-9 ( ) Pacote inteiro Nunca 1 x/mês Frequência de consumo 1-3 1 2-3 x/mês x/semana x/semana 4-5 x/semana Diariamente Apêndice 3. Quantidade de gordura saturada e sódio dos alimentos contidos no questionário de frequência alimentar Alimento Medida caseira Quantidade Gordura Saturada (g) Sódio (mg) Presunto 1 fatia média 15g 0,15 155,62 Salame/ Salsicha/ Linguiça MÉDIA 1 fatia média 1 unidade 1 gomo 5g 42g 60g 0,6 2 3,9 2,16 102,2 497 859,2 486,1 Cachorro quente: Pão de cachorro quente Salsicha Maionese Ketchup Mostarda TOTAL 1 unidade 2 unidades 2 colheres de sopa 1 colher de sopa 1 colher de sopa 50g 84g 54g 20g 20g 0,3 4 3,6 0 0 7,9 203 994 540 216,6 120 2073,6 Bacon 1 colher de sopa 15g 2,5 113 Hambúrguer 1 unidade 56g 4,2 440,3 Lanche com hambúrguer: Pão de hambúrguer Hambúrguer Maionese Queijo mussarela Ketchup TOTAL 1 unidade 1 unidade 2 colheres de sopa 2 fatias médias 1 colher de sopa 50g 56g 54g 40g 20g 0,3 4,2 3,6 5,3 0 13,4 273 440,3 540 282,6 216,6 1752,5 Caldo concentrado 1 unidade 10,5g 1,63 1956,6 Biscoito água e sal 1 unidade padrão 5g 0,23 52,83 Salgadinho “chips” 1 pacote 55g 4,84 543,4 Milho/ Ervilha MÉDIA 1 colher de sopa 1 colher de sopa 24g 27g 0 0 0 65,5 116,3 90,9 Macarrão instantâneo tipo “Miojo” 1 unidade comercial 85g 6 1851 Chocolate 1 unidade 16g 2,8 6,3 Maionese tipo “Hellmann’s” 1 colher de sopa 27g 1,8 270 Queijo amarelo 1 fatia média 20g 2,65 141,3 Extrato de tomate 1 colher de sopa 20g 0 86,6 Manteiga 1 colher de sopa 19g 9,12 171 Margarina 1 colher de sopa 19g 4,37 114 Biscoito recheado 1 unidade padrão 10g 1,07 25 Anexo 1. Carta de Aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa (COMEP)