ENCONTRO TERAPÊUTICO PRINCÍPIOS • ULTRAPASSAR A IDEIA DE CURA; • RELAÇÕES TERAPÊUTICAS COMO RELAÇÕES DE PODER A ORIGEM DO SER VIVO • “São os novos conhecimentos biológicos, físicos e cósmicos que nos indicam que o humano não é apenas o resultado de uma evolução biológica. De um lado, ele traz consigo as irmãsmães dos primeiros seres celulares, surgidos talvez há três bilhões de anos; do outro, suas células são constituídas de macromoléculas, constituídas de átomos, entre eles o carbono, ele próprio produzido pela colusão entre três núcleos de hélio num Sol anterior ao nosso; e as partículas constitutivas desses átomos nasceram nos primórdios do Universo. Isso significa que, em nossa singularidade humana, trazemos conosco toda a história do Universo, com suas características físicas, químicas, biológicas. Somos filhos do Universo. Mas, ao mesmo tempo, somos separados por nossa cultura, nossa mente e nossa consciência” (MORIN, 2010, p. 207). • FAZEMOS PARTE DE UM MESMO UNIVERSO; • A METAMORFOSE E A TRANSFORMAÇÃO TEM SIDO A REGRA A NÃO A EXCEÇÃO; • SAÚDE COMO PROCESSO-METAMORFOSE QUE TRANSFORMA CONSTANTEMENTE, AUMENTANDO A POTÊNCIA DE AGIR (SPINOZA); • A INTERVENÇÃO TERAPÊUTICA IMPLICA AMPLIAR AS POSSIBILIDADES DE EXISTÊNCIA, ATRAVÉS DESSE PROCESSO-METAMORFOSE; • COMO SE DÁ A PRÁTICA DO CUIDADO NOS CAPS, UBS, AMBULATÓRIOS, HOSPITAIS? • COMO SUPERAR AS RESPOSTAS PRÉFORMADAS BASEADAS NAS NECESSIDADES PRODUZIDAS PELO PARADIGMA TRADICIONAL? • ESTRATÉGIA DE “SUSPENSÃO” DOS CONHECIMENTOS E REPERTÓRIOS TÉCNICOS PARA VIABILIZAR UM ENCONTRO TRANSFORMADOR. • CABIDE IMAGINÁRIO –UTILIZAR OS CONHECIMENTOS, AO INVÉS DE SERMOS UTILIZADOS POR ELES. • NOVA ESCUTA E PRODUÇÃO DE NOVAS REALIDADES; • RESPOSTAS DIFERENTES PRODUZEM DEMANDAS DIFERENTES; • CONCEITO DE SAÚDE COMO INTENSIDADE DE VIDA: O CONSIDERADO DOENTE PODE TER MAIS SAÚDE QUE O CONSIDERADO NORMAL; • PROJETO TERAPÊUTICO COMO PROJETO DE VIDA; • COLOCAR A DOENÇA ENTRE PARÊNTESIS; • ENCONTRO COMO MÚTUA TRANSFORMAÇÃO: A TRANSFORMAÇÃO DO USUÁRIO DEPENDE DA TRANSFORMAÇÃO DO TERAPEUTA; • AS RELAÇÕES DE PODER SERIAM ENTÃO O PANO DE FUNDO DAS MUDANÇAS TERAPÊUTICAS; • SINTONIA NECESSÁRIA, SENDO O CONFRONTO ENTRE A POTÊNCIA DE AGIR DO USUÁRIO E A DO PROFISSIONAL A ENERGIA QUE PRODUZ NOVAS REALIDADES; • PRODUÇÃO DE REALIDADES FLEXÍVEIS, QUE SE MOVIMENTAM: TRANSFORMAÇÃO DAS CONDIÇÕES CONCRETAS DE VIDA, NOVOS CONHECIMENTOS, NOVAS EXPERIÊNCIAS, NOVOS VALORES; CONSTRUÇÃO COMPARTILHADA DE NOVAS REALIDADES; • SE O SOFRIMENTO TEM UMA DIMENSÃO RELACIONAL, QUE O CO-PRODUZ, É POSSÍVEL PRODUZIR OUTROS PERCURSOS PARA AO SOFRIMENTO; • DESAFIO DE TER COMO LUGAR DAS INTERVENÇÕES TERAPÊUTICAS O CONTEXTO REAL DE VIDA DOS USUÁRIOS; • SUPERAR ALGUNS MITOS SOBRE O TERRITÓRIO DE EXISTÊNCIA: VAZIO DE RECURSOS, DESERTO DE RELAÇÕES, APENAS VIOLÊNCIA, INCERTEZA E INSEGURANÇA; • PROGRAMAS DE ATIVIDADES PROTOCOLARES PODEM AFASTAR O CONTATO COM AS CONTRADIÇÕES E A REALIDADE DE VIDA DOS USUÁRIOS; • LIBERDADE E EXPERIMENTAÇÃO:INSTITUIÇÃO INVENTADA – NOVO OBJETO COMPLEXO – NOVAS RESPOSTAS QUE DIALOGUEM • As respostas institucionais do paradigma psiquiátrico tradicional, adequadas à noção de doença, não são apropriadas ao novo objeto, qual seja a “existênciasofrimento em sua relação com o corpo social” (ROTELLI, 1990). São tão pouco adequadas como seria um metro para medir um líquido, uma lente para ver toda a galáxia, ou uma caixa para conter um rio (ROTELLI, 1994: 61). O problema será, portanto, não a doença, mas a emancipação; não a restituição da saúde, mas a invenção de saúde; não a reparação, mas a reprodução social, processos de singularização e ressingularização. O desafio é desinstitucionalizar as cenas que geram a violência e a exclusão, fazendo borbulhar possibilidades novas (id., ibid.: 62). • Depois de ter descartado “a solução-cura” se descobriu que cuidar significa ocupar-se, aqui e agora, de fazer com que se transformem os modos de viver e sentir o sofrimento do “paciente” e que, ao mesmo tempo, se transforme sua vida concreta e cotidiana, que alimenta este sofrimento. (ROTELLI, DE LEONARDIS, MAURI, 1990, p. 33). • “Concretamente se transformam os modos nos quais as pessoas são tratadas (ou não tratadas) para transformar o seu sofrimento, porque a terapia não é mais entendida como a perseguição da solução-cura, mas como um conjunto complexo, e também cotidiano e elementar, de estratégias indiretas e mediatas que enfrentam o problema em questão através de um percurso crítico sobre os modos de ser do próprio tratamento” (Ibid.: 29). • QUESTÕES: - COMO SE DÁ O DIÁLOGO COM OS USUÁRIOS? (ACESSO, PTI, AÇÕES NO TERRITÓRIO) - COMO SE DÁ O DIÁLOGO E O TRABALHO EM EQUIPE (FLEXIBILIDADE x CRISTALIZAÇÃO; INTERDISCIPLINARIDADE; PRODUÇÃO COLETIVA x ISOLAMENTO) - COMO SE DÁ A INTERLOCUÇÃO E O TRABALHO CONJUNTO ENTRE AS UNIDADES?(TRABALHO CONJUNTO X ENCAMINHAMENTO, MATRICIAMENTO X TRABALHO FOCADO NA ESPECIALIDADE)