Escola Estadual de Educação Profissional Dona Creusa do Carmo Rocha DISCIPLINA: Filosofia PROFESSOR: Jean Carlos 2º TURMA: ALUNO: ATIVIDADE: Revisão 3º Bimestre DATA: ___/___/___ Nº: 01 – Qual é o centro da filosofia kantiana? De onde partem suas investigações? O ser humano, como ser dotado de razão e liberdade, é o centro da filosofia kantiana. Seus estudos partem da investigação sobre as condições nas quais se dão o conhecimento, realizando um exame crítico da razão, contido em sua obra mais célebre, Crítica da razão pura. 02 – Uma das questões mais importantes do pensamento de Kant é o problema do conhecimento, a questão do saber. Na Crítica da razão pura, ele distingue duas forma básicas do ato de conhecer, quais são? Explique-as Conhecimento empírico (a posteriori) – aquele que se refere aos dados fornecidos pelos sentidos, isto é, que é posterior à experiência. Por exemplo, para fazer a afirmação “Este livro tem a capa verde”, foi necessário ter primeiro a experiência de ver o livro e assim conhecer a sua cor; portanto, trata-se de um conhecimento posterior à experiência; Conhecimento puro (a priori) – aquele que não depende de qualquer dados dos sentidos, ou seja, que é anterior à experiência, nascendo puramente de uma operação racional. Exemplo: a afirmação (juízo) “Duas linhas paralelas jamais se encontram no espaço” não se refere a esta ou aquela linha paralela, mas a todas. Constitui, assim, um conhecimento universal. Além disso, é uma afirmação que, para ser válida, não depende de nenhuma condição específica. Trata-se, portanto, de um conhecimento necessário. 03 – 01 – Segundo Kant: a) O juízo sintético a posteriori não expressa um conhecimento necessário e universal e o juízo sintético a priori sim. b) O juízo analítico conduz a conhecimentos novos. Essas afirmações estão corretas? Por quê? Crie exemplos de juízos que justifiquem suas respostas. Sobre o item “a)” pode-se dizer que está correto, porque o juízo sintético a posteriori origina-se e depende da experiência: portanto, não é universal nem necessário (exemplo: a mesa é redonda); já o juízo sintético a priori depende apenas de uma operação lógica e é verdadeiro sempre, sendo, portanto, necessário e universal (exemplo: a soma dos anglos internos do triângulo é igual a 180º). Sobre o item “b)” pode-se dizer que está incorreto, porque o juízo analítico é um juízo em que o predicado já está contido no sujeito, ou seja, é um juízo que serve apenas para aclarar ou recordar algo que já se sabe, razão pela qual não conduz a conhecimentos novos (exemplo: o triângulo tem três lados; o ser humano é mortal). 04 – Não podemos conhecer o ser em si, apenas o ser para nós. Justifique essa afirmação. Essa afirmação está fundada na teoria das formas a priori de Kant. O filósofo concluiu que existem no ser humano estruturas que possibilitam a experiência sensível (as formas a priori da sensibilidade) e determinam o conhecimento (as formas a priori do entendimento). As primeiras definem como os nossos sentidos percebem e representam a realidade: sempre no tempo e no espaço. As segundas determinam como o nosso entendimento organiza esses dados captados: sempre de acordo com certas categorias existentes a priori no entendimento, tais como os conceitos de causa, necessidade, relação e outros. Isso implica que o que conhecemos é determinado a priori por nós, por nossas estruturas próprias, o que quer dizer que não podemos saber como são as coisa em si (independentes de nós), somente o que elas são para nós, ou seja, como aparecem para nós (fenômenos) 05 – Em que sentido a revolução causada por Kant no âmbito da filosofia pode ser comparada à causada por Copérnico na astronomia? A revolução causada por ambos é análoga, no sentido de que ambos mudaram o paradigma de discussão, as pressuposições básicas vigentes em cada um de seus âmbitos de investigação. Copérnico mudou o centro do sistema de planetas (da Terra para o Sol) para poder explicar o movimento dos astros. Kant trocou a polarização em que se baseava a discussão epistemológica de então (sujeito-objeto, razão-experiência) por uma nova relação que ele propôs entre esses dois pólos. 06 – Em que sentido a revolução causada por Kant no âmbito da filosofia pode ser comparada à causada por Copérnico na astronomia? A revolução causada por ambos é análoga, no sentido de que ambos mudaram o paradigma de discussão, as pressuposições básicas vigentes em cada um de seus âmbitos de investigação. Copérnico mudou o centro do sistema de planetas (da Terra para o Sol) para poder explicar o movimento dos astros. Kant trocou a polarização em que se baseava a discussão epistemológica de então (sujeito-objeto, razão-experiência) por uma nova relação que ele propôs entre esses dois pólos. 07 – Defina, caracterize e contextualize a doutrina filosófica do positivismo. Positivismo é a designação da doutrina criada por Augusto Comte, fundada na extrema valorização do método científico das ciências positivas (isto é, baseadas nos fatos e na experiência) e na recusa das discussões metafísicas. O positivismo caracteriza-se por apresentar um tom geral de confiança nos benefícios da industrialização, bem como por um otimismo em relação ao progresso capitalista, guiado pela técnica e pela ciência. Refletiu, no plano filosófico, o entusiasmo burguês pelo progresso capitalista e pelo desenvolvimento técnico-industrial de seu tempo (segunda metade do século XIX). 08 – Explique os principais compromissos do positivismo, formulados por Comte. O que procuravam negar? Os principais compromissos seriam: os compromissos com a realidade (pesquisa de fatos concretos, acessíveis à nossa inteligência); a utilidade (aperfeiçoamento individual e coletivo do ser humano); a certeza (conhecimentos capazes de estabelecer a harmonia lógica na mente do próprio indivíduo e a comunhão em toda a espécie humana); a precisão (conhecimentos que se opõem ao vago, baseados em enunciados rigorosos, sem ambigüidades); a organização (sistematização do conhecimento humano); a relatividade (aceitação de que os conhecimentos científicos sejam relativos). Quase todos esses compromissos ou princípios opunham-se às especulações metafísicas (busca das causas primeiras e últimas dos seres). 09 – “O cientista virou um mito. E todo mito é perigoso, porque ele induz o comportamento e inibe o pensamento”(Rubem Alves). O que significa dizer que “o cientista virou um mito”? Como o mito do cientista pode induzir o comportamento? E inibir o pensamento? Exemplifique. Rubem Alves afirma que o cientista virou um mito porque, apesar de a análise epistemológica ter relativizado o conhecimento científico em relação a outros tipos de conhecimento e jogado luz sobre o processo de conhecer, que não depende exclusivamente da atividade lógica, a sociedade em geral ignora essa informação e o cientista ainda tem muito poder sobre as pessoas. Esse poder está fundado no fato de que, por serem os cientistas uma classe especializada no que se crê ser o “saber correto”, nossa cultura aceita que as pessoas abdiquem de pensar por si próprias e se limitem a fazer o que eles mandam. Ou seja, é um mito que inibe o pensamento dos indivíduos em geral e os leva a se comportar da maneira que os cientistas determinam como adequada. 10 – Discorra sobre os seguintes mitos a respeito da ciência: a) Superioridade; Trata-se do problema da oposição extremada entre o senso comum (saber sem fundamentação) e ciência (saber fundamentado), que, a partir do positivismo, levou à valorização exagerada do saber científico em detrimento de outras formas de conhecimento, como o mito, a religião, a arte e até a filosofia. Desse modo, a ciência passou a ser vista como um tipo de conhecimento superior. b) Correção; Trata-se do problema de entender o conhecimento científico como o modo de pensar correto, até mesmo perfeito ou absoluto. A maioria das pessoas não se dá conta de que não é bem assim. Não há certezas absolutas em relação à validade de nenhuma teoria científica; elas são transitórias, o que já derruba esse mito, pois o que é certo, perfeito, não deveria ser substituído ou aperfeiçoado. c) Neutralidade Trata-se do problema de entender a ciência como algo à parte da sociedade e dos seres humanos, guiada apenas pela razão, que sabe ser neutra, imparcial. Mas sabemos que a produção científica e tecnológica se insere no conjunto dos interesses das sociedades e, freqüentemente, é direcionada por verbas e financiamentos vinculados aos objetivos dos grupos que exercem poder social. Assim, o conhecimento científico não é neutro, e muito menos sua aplicação. 11 – Em que sentido a revolução causada por Kant no âmbito da filosofia pode ser comparada à causada por Copérnico na astronomia? A revolução causada por ambos é análoga, no sentido de que ambos mudaram o paradigma de discussão, as pressuposições básicas vigentes em cada um de seus âmbitos de investigação. Copérnico mudou o centro do sistema de planetas (da Terra para o Sol) para poder explicar o movimento dos astros. Kant trocou a polarização em que se baseava a discussão epistemológica de então (sujeito-objeto, razão-experiência) por uma nova relação que ele propôs entre esses dois pólos. 12 – Dê a definição de: razão instrumental e razão crítica. A razão instrumental é a razão técnico-científica, que faz das ciências e das técnicas não um meio de liberação dos seres humanos, mas um meio de intimidação, medo, terror e desespero. Ao contrário, a razão crítica é aquela que analisa e interpreta os limites e os perigos do pensamento instrumental e afirma que as mudanças sociais, políticas e culturais só se realizarão verdadeiramente se tiverem como finalidade a emancipação do gênero humano e não as idéias de controle e domínio técnico-científico sobre a Natureza, a sociedade e a cultura. 13 – De acordo com as idéias de Adorno e Horkheimer, qual é a definição de indústria cultural? Indústria cultural é o termo difundido por Adorno e Horkheimer para designar a indústria da diversão de massa, veiculada pela televisão, cinema, rádio, revistas, jornais, músicas, propagandas etc. Através da indústria cultural e da diversão se obteria a homogeneização dos comportamentos, a massificação das pessoas. 14 – Em que difere o pensamento de Benjamin do de Adorno e Horkheimer? O pensamento de Benjamin distingue-se do de Adorno e Horkheimer por sua postura mais otimista em relação à indústria cultural. Destaca o fato de que, mediante as técnicas de reprodução (discos, reprografia e processos semelhantes), a arte se tornaria acessível a todos. Enquanto Adorno e Horkheimer entendiam que a cultura veiculada pelos meios de comunicação de massa não permitiria que as classes assalariadas assumissem uma posição crítica em relação à realidade, Benjamin acreditava que a arte dirigida às massas poderia servir como instrumento de politização. 15 – Marcuse defende que o adiamento do princípio do prazer para atender ao princípio da realidade não é uma condição necessária da vida social, como entendia Freud. Analise e comente essa afirmação. Marcuse considerava que Freud tinha razão ao diagnosticar que a história social do ser humano é a história de sua repressão, do combate ao ivre prazer em prol do trabalho, do adiamento do princípio do prazer para atender ao princípio da realidade. Mas Marcuse discordava do psicanalista quando este dizia que, sem essa renúncia ao prazer, a vida social seria impossível. Para Marcuse, as imposições repressivas são, antes, produtos de uma organização histórico-social específica. Para ele, seria possível uma civilização menos repressiva com o desenvolvimento tecnológico, que criaria condições para a libertação quanto à obrigação do trabalho e a conseqüente ampliação do tempo livre. Mas essa libertação só ocorrerá, segundo ele, se houver a intervenção do ser humano para reorientar a trajetória histórica possibilitada por esse desenvolvimento. 16 – Habermas exprime uma visão mais otimista que os demais teóricos da Escola de Frankfurt em relação a três questões: a razão, a verdade e a democracia. Discorra sobre cada uma delas. De fato, para Habermas, o potencial para a racionalização do mundo ainda não estaria esgotado, e sua teoria da ação comunicativa expressa essa confiança. Nela, ele propõe um novo conceito de razão: a razão dialógica, que brota do diálogo e da argumentação entre os agentes interessados em uma determinada situação, isto é, da ação comunicativa, do uso da linguagem como meio de conseguir o consenso. O conceito de razão dialógica afeta o conceito de verdade, que não seria mais a adequação do pensamento à realidade, e sim o fruto da ação comunicativa. A verdade seria intersubjetiva, pois surgiria do diálogo entre os indivíduos. Nesse diálogo se aplicariam algumas regras, como a não contradição, a clareza de argumentação e a falta de constrangimentos de ordem social. Razão e Verdade assim entendidas fortalecem então a importância da democracia, pois se torna necessária uma ação social que fortaleça as estruturas capazes de promover as condições de liberdade e de não constrangimento, imprescindíveis ao diálogo. O diálogo, então, exigirá o aperfeiçoamento da democracia e conduzirá a ele. 17 – Explique: a) O significado do termo pós-moderno; O termo pós-moderno designa o fim do projeto da modernidade, ou seja, a falência historicamente constatada de que a razão possa favorecer a emancipação humana, e se aplica a um grupo de intelectuais que têm em comum essa crítica ao projeto da modernidade. b) As características principais da filosofia pós-moderna De forma sintética, a filosofia pós-moderna caracteriza-se da seguinte forma: 1 - por um ceticismo teórico e prático; 2 – por se aproximar do irracionalismo, devido a sua crítica ao desenvolvimento da razão no mundo moderno; 3 – por estar próxima do anti-humanismo (abandono do sujeito), no entendimento de que a ação humana está submetida aos mecanismos de controle derivados da estrutura socioeconômica. Mas é possível discorrer mais amplamente sobre diversos pontos em comum das filosofias pós-modernas, como: sua denúncia dos diversos aspectos da vida social, principalmente aqueles em que a “racionalização” levou à opressão e ao controle das pessoas, o fato de que isso se faz de forma fragmentária, refletindo a pluralidade cultural e a diversidade das pessoas etc. 18 – “Por dominação eu não entendo o fato de uma dominação global de um sobre os outros, ou de um grupo sobre o outro, mas as múltiplas formas de dominação que se podem exercer na sociedade”. Quais são as múltiplas formas de dominação a que se refere Foucault nessa afirmação, explicitadas por ele na microfísica do poder e na genealogia do poder? A microfísica do poder é uma análise que expressa a idéia de que, a partir do século XVIII, o poder fragmentou-se em micropoderes, tornando-se muito mais eficaz, porque a disciplina social passou a ser interiorizada e cumprida pro uma rede imensa de pessoas, como pais, porteiros, enfermeiros, professores, secretárias etc. Assim, na vida cotidiana, segundo o filósofo, esbarramos mais nos guardiões dos micropoderes do que nos detentores dos macropoderes. Já na genealogia do poder, Foucault caracteriza a sociedade contemporânea como uma sociedade disciplinar, na qual prevalece a produção de práticas disciplinares de vigilância e controle constantes, que se estendem a todos os âmbitos da vida dos indivíduos e de diversas formas. Uma das formas mais eficientes se dá, segundo ele, pelos discursos e práticas científicas. Assumindo a face do saber, o poder atingiria os indivíduos em seu corpo, em seu comportamento e em seus sentimentos.