Universidade do Sul de Santa Catarina Logística Internacional Disciplina na modalidade a distância 2a edição revista e atualizada Palhoça UnisulVirtual 2007 logistica_internacional.indb 1 18/6/2007 09:21:07 Créditos Unisul - Universidade do Sul de Santa Catarina UnisulVirtual - Educação Superior a Distância Campus UnisulVirtual Avenida dos Lagos, 41 Cidade Universitária Pedra Branca Palhoça – SC - 88137-100 Fone/fax: (48) 3279-1242 e 3279-1271 E-mail: [email protected] Site: www.virtual.unisul.br Reitor Unisul Gerson Luiz Joner da Silveira Vice-Reitor e Pró-Reitor Acadêmico Sebastião Salésio Heerdt Chefe de Gabinete da Reitoria Fabian Martins de Castro Pró-Reitor Administrativo Marcus Vinícius Anátoles da Silva Ferreira Campus Sul Diretor: Valter Alves Schmitz Neto Diretora adjunta: Alexandra Orsoni Campus Norte Diretor: Ailton Nazareno Soares Diretora adjunta: Cibele Schuelter Campus UnisulVirtual Diretor: João Vianney Diretora adjunta: Jucimara Roesler Equipe UnisulVirtual Administração Renato André Luz Valmir Venício Inácio Avaliação Institucional Dênia Falcão de Bittencourt Biblioteca Soraya Arruda Waltrick Capacitação e Apoio Pedagógico à Tutoria Angelita Marçal Flores (Coordenadora) Caroline Batista Enzo de Oliveira Moreira Patrícia Meneghel Vanessa Francine Corrêa logistica_internacional.indb 2 Coordenação dos Cursos Adriano Sérgio da Cunha Aloísio José Rodrigues Ana Luisa Mülbert Ana Paula Reusing Pacheco Charles Cesconetto Diva Marília Flemming Fabiano Ceretta Itamar Pedro Bevilaqua Janete Elza Felisbino Jucimara Roesler Lauro José Ballock Lívia da Cruz (Auxiliar) Luiz Guilherme Buchmann Figueiredo Luiz Otávio Botelho Lento Marcelo Cavalcanti Maria da Graça Poyer Maria de Fátima Martins (Auxiliar) Mauro Faccioni Filho Michelle D. Durieux Lopes Destri Moacir Fogaça Moacir Heerdt Nélio Herzmann Onei Tadeu Dutra Patrícia Alberton Raulino Jacó Brüning Rodrigo Nunes Lunardelli Simone Andréa de Castilho (Auxiliar) Criação e Reconhecimento de Cursos Diane Dal Mago Vanderlei Brasil Desenho Educacional Design Instrucional Daniela Erani Monteiro Will (Coordenadora) Carmen Maria Cipriani Pandini Carolina Hoeller da Silva Boeing Flávia Lumi Matuzawa Karla Leonora Dahse Nunes Leandro Kingeski Pacheco Ligia Maria Soufen Tumolo Márcia Loch Viviane Bastos Viviani Poyer Acessibilidade Vanessa de Andrade Manoel Avaliação da Aprendizagem Márcia Loch (Coordenadora) Cristina Klipp de Oliveira Silvana Denise Guimarães Design Gráfico Cristiano Neri Gonçalves Ribeiro (Coordenador) Adriana Ferreira dos Santos Alex Sandro Xavier Evandro Guedes Machado Fernando Roberto Dias Zimmermann Higor Ghisi Luciano Pedro Paulo Alves Teixeira Rafael Pessi Vilson Martins Filho Disciplinas a Distância Tade-Ane de Amorim Cátia Melissa Rodrigues Gerência Acadêmica Patrícia Alberton Gerência de Ensino Ana Paula Reusing Pacheco Logística de Encontros Presenciais Márcia Luz de Oliveira (Coordenadora) Aracelli Araldi Graciele Marinês Lindenmayr Letícia Cristina Barbosa Kênia Alexandra Costa Hermann Priscila Santos Alves Formatura e Eventos Jackson Schuelter Wiggers Logística de Materiais Jeferson Cassiano Almeida da Costa (Coordenador) José Carlos Teixeira Eduardo Kraus Monitoria e Suporte Rafael da Cunha Lara (coordenador) Adriana Silveira Andréia Drewes Caroline Mendonça Cristiano Dalazen Dyego Rachadel Edison Rodrigo Valim Francielle Arruda Gabriela Malinverni Barbieri Jonatas Collaço de Souza Josiane Conceição Leal Maria Eugênia Ferreira Celeghin Rachel Lopes C. Pinto Vinícius Maykot Serafim Produção Industrial e Suporte Arthur Emmanuel F. Silveira (coordenador) Francisco Asp Relacionamento com o Mercado Walter Félix Cardoso Júnior Secretaria de Ensino a Distância Karine Augusta Zanoni Albuquerque (Secretária de ensino) Ana Paula Pereira Andréa Luci Mandira Carla Cristina Sbardella Deise Marcelo Antunes Djeime Sammer Bortolotti Franciele da Silva Bruchado Grasiela Martins James Marcel Silva Ribeiro Jenniffer Camargo Lamuniê Souza Lauana de Lima Bezerra Liana Pamplona Marcelo José Soares Marcos Alcides Medeiros Junior Maria Isabel Aragon Olavo Lajús Priscilla Geovana Pagani Rosângela Mara Siegel Silvana Henrique Silva Vanilda Liordina Heerdt Vilmar Isaurino Vidal Secretária Executiva Viviane Schalata Martins Tecnologia Osmar de Oliveira Braz Júnior (Coordenador) Jefferson Amorin Oliveira Ricardo Alexandre Bianchini 18/6/2007 09:21:53 Apresentação Este livro didático corresponde à disciplina Logística Internacional. O material foi elaborado visando uma aprendizagem autônoma, abordando conteúdos especialmente selecionados e adotando uma linguagem que facilite seu estudo a distância. Por falar em distância, isso não significa que você estará sozinho. Não esqueça que sua caminhada nesta disciplina também será acompanhada constantemente pelo Sistema Tutorial da UnisulVirtual. Entre em contato sempre que sentir necessidade, seja por correio postal, fax, telefone, e-mail ou Espaço UnisulVirtual de Aprendizagem- EVA. Nossa equipe terá o maior prazer em atendê-lo, pois sua aprendizagem é o nosso principal objetivo. Bom estudo e sucesso! Equipe UnisulVirtual. logistica_internacional.indb 3 18/6/2007 09:21:54 logistica_internacional.indb 4 18/6/2007 09:21:54 Paulo Ricardo Guimarães de Paula Logística Internacional Livro didático Design Instrucional Carolina Hoeller da Silva Boeing 2a edição revista e atualizada Palhoça UnisulVirtual 2007 logistica_internacional.indb 5 18/6/2007 09:21:54 Copyright © U nisulVirtual 2007 N enhum a parte desta publicação pode ser reproduzida por qualquer m eio sem a prévia autorização desta instituição. Edição – Livro Didático Professoras Conteudistas Paulo Ricardo Guim arães de Paula Design Instrucional Carolina Hoeller da Silva Boeing ISBN 978-85-7817-026-4 Projeto Gráfico e Capa Equipe UnisulVirtual Diagram ação Vilson Martins Filho Revisão Ortográfica B2B 658.788 P34 Paula, Paulo Ricardo Guimarães de Logística internacional : livro didático / Paulo Ricardo Guimarães de Paula ; design instrucional Carolina Hoeller da Silva Boeing. – 2. ed. rev. e atual. – Palhoça : UnisulVirtual, 2007. 212 p. : il. ; 28 cm. Inclui bibliografia. ISBN 978-85-7817-026-4 1. Logística. 2. Transporte de mercadorias. I. Boeing, Carolina Hoeller da Silva. II. Título. Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca U niversitária da U nisul Sumário Apresentação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 03 Palavras do professor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 09 Plano de estudo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11 UNIDADE 1 – A infra-estrutura dos portos, aeroportos, rodovias e ferrovias brasileiras. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17 UNIDADE UNIDADE UNIDADE UNIDADE 2 3 4 5 – – – – O modal marítimo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57 O modal aéreo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 95 O modal rodoviário . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 131 Outros elementos importantes da Logística . . . . . . . . . . . 163 Para concluir o estudo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 197 Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 199 Sobre o professor conteudista . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 201 Respostas e comentários das atividades de auto-avaliação . . . . . . . . . . . . 203 logistica_internacional.indb 7 18/6/2007 09:21:55 logistica_internacional.indb 8 18/6/2007 09:21:55 Palavras do professor Caro estudante, Seja bem-vindo à disciplina de Logística Internacional! As empresas bem-sucedidas no comércio internacional são aquelas que não estão preocupadas somente com a oferta de bons produtos a preços competitivos, mas as que, além disso, têm no planejamento das operações de compra e venda um dos itens fundamentais. É no planejamento que a logística tem caráter essencial, desde questões relativas às embalagens, escolha da modalidade de transporte, centros de distribuição, etc. O termo logística, de origem grega está relacionado à lógica. Do francês tem origem na arte da guerra que trata do planejamento e da realização de armazenamento, transporte e distribuição. Atualmente, o termo tem se difundido nas mais diversas áreas, para que você pudesse ler o conteúdo desta obra, todo um departamento de logística tomou as providências para que este livro pudesse chegar às suas mãos. Com isso, os conteúdos a serem estudados nesta disciplina lhe proporcionarão os elementos fundamentais para viabilizar as trocas internacionais. Sendo que, a não observância de algum dos elementos descritos, poderá acarretar sérios prejuízos aos exportadores e importadores. Ao escrever este livro buscamos trazer a você um pouco da experiência que temos acumulado no gerenciamento de processos de importação e exportação, logistica_internacional.indb 9 18/6/2007 09:21:56 disponibilizando informações de caráter mais prático e usual no cotidiano das empresas relacionadas ao comércio exterior. Bons estudos e sucesso a todos! Prof. Paulo Ricardo Guimarães de Paula logistica_internacional.indb 10 18/6/2007 09:21:57 Plano de estudo Ementa O plano de estudos visa orientá-lo no desenvolvimento da Disciplina. Nele, você encontrará elementos que esclarecerão o contexto da Disciplina e sugerirão formas de organizar o seu tempo de estudos. O processo de ensino e aprendizagem na UnisulVirtual leva em conta instrumentos que se articulam e se complementam. Assim, a construção de competências se dá sobre a articulação de metodologias e por meio das diversas formas de ação/mediação. São elementos desse processo: o livro didático; o Espaço UnisulVirtual de Aprendizagem EVA; as atividades de avaliação (complementares, a distância e presenciais). Ementa da disciplina Seleção do Modal nacional e internacional. Procedimentos relativos à importação e exportação. Documentações necessárias, transportes entre o fornecedor e o terminal de embarque/desembarque. Atividades de manuseio / movimentação nos terminais. Parametrizações. Consolidação / desconsolidação de cargas. Fretes. Seguros. Câmbio Carga horária 60 horas/ aula – 4 créditos logistica_internacional.indb 11 18/6/2007 09:21:57 Universidade do Sul de Santa Catarina Objetivo(s) Propiciar ao aluno uma visão apronfundada da estrutura de logística portuária e aeroportuária brasileira, e as principais características dos modais de transporte mais utilizados internacionalmente, bem como, dos procedimentos para embarque, desembarque e liberação das cargas oriundas ou com destino ao exterior. Específicos Apresentar a estrutura e organização portuária e aeroportuária brasileira; Detalhar os elementos essenciais do transporte marítimo, aéreo e rodoviário, seus agentes, procedimentos de embarque e desembarque, frete, custos, etc.; Demonstrar os quesitos legais para a liberação das cargas junto ao Siscomex, bem como outros elementos relacionados à logística, como os centros de distribuição, embalagens, etc.; Estimular o acadêmico a desenvolver uma postura proativa em relação a sua colocação profissional. Conteúdo programático/objetivos Os objetivos de cada unidade definem o conjunto de conhecimentos que você deverá deter para o desenvolvimento de habilidades e competências necessárias a sua formação. Neste sentido, veja a seguir as unidades que compõem o Livro didático desta Disciplina, bem como os seus respectivos objetivos. Unidades de estudo: 5 12 logistica_internacional.indb 12 18/6/2007 09:21:57 Direito da Criança e do Adolescente Unidade 1: A infra-estrutura dos portos, aeroportos, rodovias e ferrovias brasileiras. Nesta unidade, você compreenderá como estão divididas as vias de transportes, nas suas diversas modalidades e qual a participação destas nas exportações e importações brasileiras. Irá conhecer a infra-estrutura portuária, aeroportuária, rodoviária e ferroviária nacional, bem como a participação percentual de cada uma delas no total de cargas exportadas e importadas no Brasil. Unidade 2: O modal marítimo O estudo desta unidade lhe propiciará a compreensão dos principais tipos de navios e contêineres utilizados no transporte internacional de carga, bem como o papel dos armadores e agentes de carga nos processos de importação e exportação. Também poderá compreender os elementos de custo que compõe o frete marítimo internacional, além de conhecer os procedimentos para embarque e desembarque das cargas na exportação e importação. Unidade 3: O modal aéreo Serão abordados nesta unidade os principais tipos de aviões, paletes e contêineres utilizados no transporte internacional de carga aérea, que irão compor os elementos de custo do frete aéreo internacional, bem como os custos relativos à armazenagem. Também nesta unidade você conhecerá o sistema de controle de carga área nacional- Mantra, além de compreender os procedimentos a serem seguidos por importadores e exportadores no embarque e desembarque das cargas aéreas. Unidade 4: O modal rodoviário Nesta unidade você irá conhecer os principais tipos de caminhões e legislação pertinente ao transporte internacional rodoviário, bem como o papel das transportadoras autorizadas a realizar o transporte internacional nos processos de importação e exportação. Poderá entender quais procedimentos para se obter cotações de frete rodoviário e compreender os elementos de custo que o compõe, incluindo armazenagem e movimentação das cargas. Também irá compreender os procedimentos para embarque e desembarque das cargas na exportação e importação. 13 logistica_internacional.indb 13 18/6/2007 09:21:58 Universidade do Sul de Santa Catarina Unidade 5: Outros elementos importantes da Logística O sucesso das operações de compra e venda internacional não está somente relacionado às questões de transporte e frete. Outros elementos são fundamentais e estratégicos, como a utilização de Centros de Distribuição no exterior, escolha do tipo de embalagem utilizada e quais exigências internacionais devem ser cumpridas em decorrência desta escolha. Nesta unidade, você irá conhecer os detalhes, custos e procedimentos relacionados a estes itens. Conhecerá também o novo sistema implementado junto ao Siscomex conhecido como Siscarga. Agenda de atividades/ Cronograma Verifique com atenção o EVA, organize-se para acessar periodicamente o espaço da Disciplina. O sucesso nos seus estudos depende da priorização do tempo para a leitura; da realização de análises e sínteses do conteúdo; e da interação com os seus colegas e tutor. Não perca os prazos das atividades. Registre no espaço a seguir as datas, com base no cronograma da disciplina disponibilizado no EVA. Use o quadro para agendar e programar as atividades relativas ao desenvolvimento da Disciplina. 14 logistica_internacional.indb 14 18/6/2007 09:21:58 Direito da Criança e do Adolescente Atividades Demais atividades (registro pessoal) 15 logistica_internacional.indb 15 18/6/2007 09:21:59 Universidade do Sul de Santa Catarina 16 logistica_internacional.indb 16 18/6/2007 09:21:59 UNIDADE 1 A infra-estrutura dos portos, aeroportos, rodovias e ferrovias brasileiras 1 Objetivos de aprendizagem Compreender como estão divididas as vias de transportes nas suas diversas modalidades e qual a participação das principais vias nas exportações e importações brasileiras. Conhecer a infra-estrutura portuária, aeroportuária, rodoviária e ferroviária naciona,l bem como a participação de cada uma delas no total de cargas exportadas e importadas no Brasil. Seções de estudo Seção 1 Modalidades de transporte internacional. Seção 2 Estrutura portuária brasileira. Seção 3 Estrutura aeroportuária brasileira. Seção 4 Estrutura rodoviária brasileira. Seção 5 Estrutura ferroviária brasileira. Seção 6 Porto Seco. logistica_internacional.indb 17 18/6/2007 09:21:59 Universidade do Sul de Santa Catarina Para início de estudo A logística do transporte internacional é fundamental para o sucesso nas operações de importação ou exportação. Dentro dos diversos elementos da logística, a definição da modalidade e via de transporte é um dos pontos básicos. Para a correta escolha, deverão ser observados critérios como: urgência da entrega, custos de transporte, localização geográfica do exportador e importador, segurança, etc. Quanto melhor a infra-estrutura de portos, aeroportos, rodovias e ferrovias de um país, mais facilmente ele comercializará seus produtos no mercado globalizado. Estruturas deficientes trazem aumento de custos, perdas de produção, atrasos na entrega e não raras vezes, inviabilizam as operações de compra e venda internacional. – Mas você sabe qual a infra-estrutura disponível no Brasil aos exportadores e importadores brasileiros? E qual a participação de cada uma delas na pauta de exportação e importação nacional? Estas questões serão certamente respondidas nesta unidade, sendo assim, mãos à obra e bons estudos! 18 logistica_internacional.indb 18 18/6/2007 09:22:00 Logística Internacional Seção 1 – Modalidades de transporte internacional Importadores e exportadores podem contar com diversas modalidades de transporte internacional para a movimentação das cargas entre os países, cada uma delas apresentando características próprias de custo, agilidade, segurança, etc. Atualmente, o transporte internacional é classificado em três modalidades: Terrestre; Aquaviário; Aéreo. É possível ainda realizar no transporte internacional uma combinação entre os modais de transporte, que se regido por um único contrato (conhecimento de embarque) dar-se-á o nome de Transporte Multimodal, ou seja, transportar uma mercadoria do seu ponto de origem até a entrega no destino final, por modalidades diferentes, utilizando somente um conhecimento de embarque. Se a combinação entre os modais for realizada através de mais de um conhecimento de embarque, tem-se então o Transporte Intermodal. Para conhecer a legislação que disciplina o Transporte Multimodal de cargas no Brasil, acesse o site https:// www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9611.htm e conheça a Lei Nº 9.611, de 19 de fevereiro de 1998. As modalidades de transportes, dividem-se em diversas vias sendo que, as principais são: Aérea; Ferroviária; Fluvial; Linhas de transmissão; Marítima; Meios próprios; Unidade 1 logistica_internacional.indb 19 19 18/6/2007 09:22:00 Universidade do Sul de Santa Catarina Postal; Rodoviária. A escolha da via de transporte correta pode significar o sucesso ou o fracasso na operação de compra e venda no mercado internacional e dependerá de fatores como: urgência na entrega; custos de transporte; disponibilidade e freqüência das rotas; acesso aos pontos de embarque e desembarque; características da carga, como: peso, volume, refrigeração, periculosidade, etc. Das diversas vias, o transporte marítimo corresponde à maioria da movimentação de carga pelo mundo, principalmente devido aos baixos custos e grande capacidade de carregamento em relação aos demais meios de transporte. Você sabia? No Brasil, em 2005, a movimentação total de carga nas exportações foi de aproximadamente 397 milhões de toneladas e nas importações, 93,7 milhões de toneladas. Fonte: Ministério do desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior Disponível em: <http://aliceweb.desenvolvimento. gov.br>. Acesso em: 30 ago. 2006. Do total das cargas exportadas pelo Brasil em 2005 (em peso), a participação dos principais meios de transporte, ficou assim distribuída: 20 logistica_internacional.indb 20 18/6/2007 09:22:00 Logística Internacional Quadro 1.1: Participação dos principais meios de transporte (2005). Via de transporte Marítima Fluvial Mil toneladas 377.928 11.704 Rodoviária 4.802 Meios próprios 1.632 Ferroviária 573 Aérea 308 Postal (outros) 13 Observe na figura 1.1 a relação percentual da participação das vias de transporte nas exportações brasileiras: Figura 1.1 – Participação das vias de transporte nas exportações brasileiras Fonte: Ministério do desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior. Disponível em: <http:// aliceweb.desenvolvimento.gov.br> . Acesso em: 30 ago. 2006. Já nas importações brasileiras em 2005, a distribuição em peso pelas vias de transporte registrou os seguintes valores: Unidade 1 logistica_internacional.indb 21 21 18/6/2007 09:22:00 Universidade do Sul de Santa Catarina Quadro 1.2: Distribuição em peso pelas vias de transporte (2005). Via de transporte Marítima Tubo-conduto Rodoviária Ferroviária Aérea Fluvial Lacustre + meios próprios + postal Mil toneladas 80.983 6.747 5.181 421 191 54 12 Observe na figura 1.2 a relação percentual da participação das vias de transporte nas importações brasileiras: Figura 1.2 – Participação das vias de transporte nas importações brasileiras Fonte: Ministério do desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior. Disponível em: <http:// aliceweb.desenvolvimento.gov.br>. Acesso em: 30 ago. 2006. A via de transporte conhecida como “Meios Próprios”, refere-se principalmente às aeronaves ou embarcações que entram ou saem do país por seus próprios meios. Ou seja, na exportação de um avião que saia do país voando, o transporte é realizado através do próprio produto (avião). 22 logistica_internacional.indb 22 18/6/2007 09:22:00 Logística Internacional Seção 2 - Estrutura portuária brasileira Com os dados da primeira seção, ficou evidente a importância da eficiência dos portos brasileiros como um dos elementos essenciais ao crescimento das exportações e importações, bem como ao desenvolvimento do país. Infelizmente a infra-estrutura portuária nacional há muitos anos vem sendo deixada em segundo plano (ou terceiro), quando se trata de investimentos governamentais e privados, apresentando como conseqüências, sérias limitações e deficiências que comprometem o desenvolvimento nacional. O sistema portuário nacional foi administrado durante grande parte de sua história, pelo governo federal, através da Empresa Brasileira de Portos S.A. – Portobrás. Com a extinção da Portobrás em 1990, uma nova gestão mais descentralizada foi aplicada aos portos, sendo administrados pelos estados e municípios. Esta nova gestão também mais privatista foi alicerçada juridicamente com a Lei de Modernização dos Portos (Lei 8.630) em fevereiro de 1993, atualizando então a legislação vigente da década de 30. Os avanços na modernização e eficiência dos portos brasileiros foram evidentes desde a criação desta nova legislação, contudo a estrutura portuária nacional ainda se apresenta deficitária se comparada com a produtividade dos principais portos dos países mais desenvolvidos. Para conhecer a Lei dos Portos na íntegra, acesse o site: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8630. htm Mesmo com o novo modelo de gestão mais privatista, o governo federal regulamenta e fiscaliza o setor portuário, principalmente por intermédio da Antaq, CAP e Companhias Docas. A Agência Nacional de Transportes Aquaviários – ANTAQ , criada em 2001 e vinculada ao Ministério dos Transportes, é uma entidade integrante da Unidade 1 logistica_internacional.indb 23 Para conhecer mais sobre a ANTAQ acesse o site: http://www.antaq.gov. br/Portal/Faq.htmPara conhecer mais sobre a ANTAQ acesse o site: http://www.antaq.gov. br/Portal/Faq.htm 23 18/6/2007 09:22:01 Universidade do Sul de Santa Catarina Administração Federal indireta, com personalidade jurídica de direito público, independência administrativa, autonomia financeira e funcional e mandato fi xo de seus dirigentes. Sua função principal está em regular e fiscalizar as atividades de prestação de serviços de transporte aquaviário e de exploração da infra-estrutura portuária e aquaviária, harmonizando os interesses do usuário com os das empresas prestadoras de serviço, preservando o interesse público. Os portos são supervisionados pelo Conselho de Autoridade Portuária - CAP, entidade sem personalidade jurídica, criado com o objetivo de regulamentar a exploração dos portos, sendo composto por representantes de todos os setores participantes da atividade portuária. Entre estes é possível citar: representantes do poder público federal, estadual e municipal (sede do porto), administradores dos portos, trabalhadores portuários e usuários (importadores/ exportadores). O CAP tem como principais funções: homologar horários de funcionamento e tarifas portuárias; aprovar o plano de desenvolvimento e de zoneamento portuário; promover a racionalização e a otimização das instalações; desenvolver mecanismos de atração de cargas; assegurar o cumprimento das normas de proteção ambiental; estimular a competitividade; estabelecer normas visando aumento da produtividade e a redução dos custos das operações portuárias. A administração dos portos brasileiros é realizada essencialmente pelas Companhias Docas, sociedades de economia mista, vinculadas ao Ministério dos Transportes. 24 logistica_internacional.indb 24 18/6/2007 09:22:01 Logística Internacional Também conhecida como autoridade portuária, tem as seguintes funções estabelecidas pela Lei dos Portos (Art. 33): fi xar os valores e arrecadar a tarifa portuária; fiscalizar a execução ou executar as obras de construção, reforma, ampliação, melhoramento e conservação das instalações portuárias, entre elas a infra-estrutura de proteção e de acesso aquaviário ao porto; organizar e regulamentar a guarda portuária, a fim de prover a vigilância e segurança do porto; autorizar, previamente ouvidas as demais autoridades do porto, a entrada e a saída, inclusive a atracação e desatracação, o fundeio e o tráfego de embarcação na área do porto, bem assim a movimentação de carga da referida embarcação, ressalvada a intervenção da autoridade marítima na movimentação considerada prioritária em situações de assistência e salvamento de embarcação; estabelecer o horário de funcionamento no porto, bem como as jornadas de trabalho no cais de uso público. A participação dos 10 principais portos nacionais no total de carga exportada pelo Brasil em 2005 (377,928 milhões de toneladas), ficou assim distribuída: Unidade 1 logistica_internacional.indb 25 25 18/6/2007 09:22:01 Universidade do Sul de Santa Catarina Quadro 1.3: Total de carga exportada (2005) pelos 10 principais portos. Porto Mil toneladas Vitória - ES 117,59 São Luis - MA 74,00 Rio de Janeiro - RJ (Sepetiba) 68,22 Santos - SP 42,48 Paranaguá - PR 20,11 Santarém - PA 8,27 Rio Grande - RS 7,17 Rio de Janeiro - RJ 6,63 São Francisco do Sul - SC 5,81 Macaé - RJ 4,78 Outros 22,88 Observe na figura 1.3 o percentual dos 10 principais portos brasileiros em termos de exportação de 2005: Figura 1.3 – 10 Principais portos brasileiros – Exportação (2005) Fonte: Ministério do desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior. Disponível em: <http:// aliceweb.desenvolvimento.gov.br>. Acesso em: 30 ago. 2006. 26 logistica_internacional.indb 26 18/6/2007 09:22:01 Logística Internacional Você sabia: que o porto de Vitória é na verdade, formado por um complexo de 9 portos? Visite o site: http://www.portodevitoria.com.br/complexo_ portuario.php e descubra! Já a participação dos 10 principais portos nacionais no total de carga importada pelo Brasil em 2005 (80,98 milhões de toneladas), apresentou os seguintes valores: Quadro 1.4: Total de carga importada (2005) pelos 10 principais portos. Porto Mil toneladas Santos - SP 15,19 Vitória - ES 13,78 Rio de Janeiro - RJ (Sepetiba) 10,88 Porto Alegre - RS 7,45 Paranaguá - PR 5,54 São Sebastião - SP 5,27 Aratu - BA 3,76 Rio Grande - RS 3,58 São Luis - MA 2,94 Rio de Janeiro - RJ 2,35 Outros 10,24 Observe na figura 1.4 o percentual dos 10 principais portos brasileiros em termos de importação de 2005: Figura 1.4 – 10 Principais portos brasileiros – Exportação (2005) Fonte: Ministério do desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior. Disponível em: <http:// aliceweb.desenvolvimento.gov.br>. Acesso em: 30 ago. 2006. Unidade 1 logistica_internacional.indb 27 27 18/6/2007 09:22:02 Universidade do Sul de Santa Catarina Para conhecer mais sobre o porto de Santos, acesse o site http://www.portodesantos.com Cada porto apresenta características próprias, que muitas vezes são decisivas para a escolha daquele que receberá ou enviará as cargas. As principais características de um porto são: Calado – o calado do porto define-se como a altura de água entre a superfície e o leito do rio ou mar. Influenciado pelas marés, determina muitas vezes o tamanho do navio que poderá operar no porto e qual a carga máxima que poderá carregar. Por isso, é alvo de constante vigilância e manutenção pelas autoridades portuárias. Quadro 1.5 – Calado (m) dos principais portos brasileiros e Singapura. O porto de Singapura é um dos maiores portos do mundo. Calado (m) Porto Mínimo Máximo Santos (SP) 5,0 13,5 Vitória (ES) 1,7 10,7 Rio de Janeiro (Sepetiba) 7,0 18,0 Singapura 9,0 16,0 Extensão do Cais – faixa portuária a beira d´água onde irão operar os guindastes, caminhões e onde se encontra a “muralha”- construção que permite a atracação dos navios. Quadro 1.6 – Cais (Km) dos principais portos brasileiros e Singapura. Porto Cais (Km) Santos (SP) 13,01 Vitória (ES) 2,73 Rio de Janeiro (Sepetiba) 0,81 Singapura 47,56 28 logistica_internacional.indb 28 18/6/2007 09:22:02 Logística Internacional Quadro 1.7 – Cais (Km) dos principais portos brasileiros e Singapura. Dica importante! Se você for capitão de navio não atraque o navio de frente com a muralha e sim de lado. Geralmente este tipo de operação é desastrosa. Figura 1.5 – Uso incorreto da muralha Fonte: Comércio Exterior – Prof. Paulo Ricardo. Disponível em: < http://www.despacho.com.br/ paulo/fundamentos/aula%202/semfreio/semfreio.htm>. Acesso em: 30 ago. 2006. Número de berços – faixas da muralha destinadas às atracações dos navios, dispondo de estrutura de carregamento, abastecimento de combustível, água, energia elétrica, etc. Quadro 1.7 – Quantidade de berços dos principais portos brasileiros e Singapura. Porto Berços Santos (SP) 64 Vitória (ES) 14 Rio de Janeiro (Sepetiba) 3 Singapura 191 Unidade 1 logistica_internacional.indb 29 29 18/6/2007 09:22:02 Universidade do Sul de Santa Catarina Acessos rodoviários e ferroviários – o fácil acesso aos portos através principalmente das vias rodoviárias e ferroviárias é essencial para a viabilidade das operações portuárias, notadamente com relação aos custos de transporte e agilidade. O cenário atual dos portos no Brasil é preocupante, senão desesperador. O mercado de transportes estima que haverá um colapso do sistema a partir de 2008, se medidas urgentes não forem tomadas. As taxas de ocupação dos portos, especialmente os da região sul e sudeste, giram em torno de 90% onde o ideal seria estar em 50%, permitindo a rápida operacionalização dos navios nos portos e evitando que estes aguardassem a vez para atracar. Vejam a situação do Porto de Itajaí – SC em 25 de setembro de 2006. Figura 1.6 – Porto de Itajaí - SC Fonte: CSP. Disponível em: <http://www.csp.com.br>. Acesso em: 25 sep. 2006. 30 logistica_internacional.indb 30 18/6/2007 09:22:03 Logística Internacional Na figura a seguir você poderá identificar os principais portos no Brasil, utilizados no transporte marítimo internacional e nacional. Figura 1.7 – Principais portos brasileiros Fonte: Ministério dos Transportes. Disponível em: <http://www.transportes.gov.br/bit/inportos. htm>. Acesso em: 30 ago. 2006. Principais portos no mundo Na América do Norte e Central há uma grande diversidade de portos, na figura a seguir, você poderá conhecer os mais importantes. Unidade 1 logistica_internacional.indb 31 31 18/6/2007 09:22:03 Universidade do Sul de Santa Catarina Figura 1.8 – Principais portos da América do Norte e Central Fonte: Da Vinci Comércio Exterior. Disponível em: < http://www.davincibrasil.com.br/portos/portos. htm>. Acesso em: 31 ago. 2006. 32 logistica_internacional.indb 32 18/6/2007 09:22:04 Logística Internacional Conheça os principais portos na América do Sul. Figura 1.9 – Principais portos da América do Sul Fonte: Da Vinci Comércio Exterior. Disponível em: < http://www.davincibrasil.com.br/portos/portos. htm>. Acesso em: 31 ago. 2006. Unidade 1 logistica_internacional.indb 33 33 18/6/2007 09:22:04 Universidade do Sul de Santa Catarina No continente africano os portos principais são: Figura 1.10 – Principais portos da África Fonte: Da Vinci Comércio Exterior. Disponível em: < http://www.davincibrasil.com.br/portos/portos. htm>. Acesso em: 31 ago. 2006. 34 logistica_internacional.indb 34 18/6/2007 09:22:04 Logística Internacional Na Europa há também uma diversidade muito grande de portos. Conheça a localização dos principais. Figura 1.11 – Principais portos da Europa Fonte: Da Vinci Comércio Exterior. Disponível em: < http://www.davincibrasil.com.br/portos/portos. htm>. Acesso em: 31 ago. 2006. Um dos países que mais tem investido na infra-estrutura portuária é a China. Conheça a localização dos principais portos neste país, no Oriente Médio e Índia. Unidade 1 logistica_internacional.indb 35 35 18/6/2007 09:22:04 Universidade do Sul de Santa Catarina Figura 1.12 – Principais portos do Oriente Médio, Índia e China Fonte: Da Vinci Comércio Exterior. Disponível em: < http://www.davincibrasil.com.br/portos/portos. htm>. Acesso em: 31 ago. 2006. 36 logistica_internacional.indb 36 18/6/2007 09:22:04 Logística Internacional Identifique os principais portos na Ásia e Oceania. Figura 1.13 – Principais portos da Ásia e Oceania Fonte: Da Vinci Comércio Exterior. Disponível em: < http://www.davincibrasil.com.br/portos/portos. htm>. Acesso em: 31 ago. 2006. Unidade 1 logistica_internacional.indb 37 37 18/6/2007 09:22:05 Universidade do Sul de Santa Catarina Seção 3 - Estrutura aeroportuária brasileira A administração, operação e exploração industrial e comercial da infra-estrutura aeroportuária brasileira estão a cargo da Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária – INFRAERO. A INFRAERO é uma empresa pública constituída em 1972, vinculada ao Ministério da Defesa, tem suas atividades normalizadas pela Agência Nacional de Aviação Civil – ANAC (antigo Departamento de Aviação Civil – DAC) e Departamento de Controle do Espaço Aéreo – DECEA. Atualmente a Infraero administra 67 aeroportos e 32 terminais de carga (TECA), que disponibilizam aos importadores e exportadores os serviços de armazenagem, manuseio e segurança das cargas, entre outros. Para a realização destes serviços, os principais terminais de carga dispõem de aparelhos de raio-x, balanças, câmaras frigoríficas, empilhadeiras, etc. Figura 1.14 – Terminais de Carga no Brasil Fonte: Infraero. Disponível em: <http://www.infraero.gov.br>. Acesso em: 08 sep. 2006. 38 logistica_internacional.indb 38 18/6/2007 09:22:05 Logística Internacional Além das atividades mencionadas, a Infraero disponibiliza também a possibilidade de instalação dentro da área aeroportuária, de indústrias voltadas à exportação, objetivando redução da carga tributária, armazenagem e transporte, conhecido como Aeroporto Industrial. Do total de cargas exportadas pelo Brasil em 2005 (308 mil toneladas) os principais aeroportos utilizados foram: Quadro 1.8 – Total exportado em 2005 (ton) pelos principais aeroportos nacionais. Aeroporto São Paulo Campinas Rio de Janeiro Salvador Santos Manaus Porto Alegre Recife Curitiba Fortaleza Outros Mil toneladas 133,00 74,27 67,58 9,57 8,25 5,16 2,60 2,28 1,58 1,46 2,48 Observe na figura a seguir o percentual de exportação dos 10 principais aeroportos brasileiros: Figura 1.15 – 10 Principais aeroportos brasileiros – Exportação (2005) Fonte: Ministério do desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior. Disponível em: <http:// Unidade 1 logistica_internacional.indb 39 39 18/6/2007 09:22:05 Universidade do Sul de Santa Catarina aliceweb.desenvolvimento.gov.br>. Acesso em: 30 ago. 2006. As importações em 2005 (191 mil toneladas) tiveram como principais aeroportos de entrada: Quadro 1.9 – Total importado em 2005 (ton) pelos principais aeroportos nacionais. Aeroporto Campinas São Paulo Manaus Rio de Janeiro Curitiba Porto Alegre Salvador Belo Horizonte Vitória Brasília Outros Mil toneladas 61,04 53,74 23,60 11,39 9,93 8,68 7,99 5,51 5,07 1,10 2,92 Observe na figura a seguir, o percentual de importação dos 10 principais aeroportos brasileiros: Figura 1.16 – 10 Principais aeroportos brasileiros – Importação (2005) Fonte: Ministério do desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior. Disponível em: <http:// aliceweb.desenvolvimento.gov.br>. Acesso em: 30 ago. 2006. 40 logistica_internacional.indb 40 18/6/2007 09:22:05 Logística Internacional Como você pode observar, o maior terminal em concentração de volume de carga do Brasil é o do Aeroporto Internacional de São Paulo/Guarulhos, que tem a seguinte infra-estrutura (Infraero, < http://www.infraero.gov.br>) Comprimento das pistas: 3.700m e 3.000m; Área total: 75.112m²; Área de Importação: 41.865m²; Área de Exportação: 22.887m²; Operação: importação e exportação, courier e carga nacional; Data de inauguração: 20/01/1985; Carga manipulada em 2004: 435 mil toneladas; Funcionamento: 24 horas. Para conhecer os detalhes dos Terminas de Carga da Infraero acesse o site: http://www.infraero.gov.br/hotsites/cargaaerea/bra/ terminais.php Seção 4 - Estrutura rodoviária brasileira Se os portos brasileiros estão com sérias dificuldades estruturais, pior ainda (infelizmente) está a malha viária nacional. Administrada em sua maioria pela federação, por intermédio do Ministério dos Transportes e Departamento Nacional de Infra-estrutura de Transportes – DNIT, tem também como administradores, os estados, municípios e setores privados. Nem mesmo com a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico – CIDE (conhecida como imposto sobre os combustíveis) criada com objetivo de ampliar os investimentos em estradas e infra-estrutura observou-se melhorias, Unidade 1 logistica_internacional.indb 41 41 18/6/2007 09:22:05 Universidade do Sul de Santa Catarina especialmente pelo fato de boa parte dos recursos arrecadados terem sido utilizados para outros fins. Além da falta de estradas, os profissionais do transporte rodoviário enfrentam diariamente estradas esburacadas, com má sinalização e sem nenhuma segurança, obrigando-os muitas vezes a viajarem sob escolta armada, encarecendo em muito os valores de frete. De acordo ao Ministério dos Transportes, o Brasil conta com 196.094 km de estradas pavimentadas e 1.413.382 km de estradas não-pavimentadas. As estradas pavimentadas por região, têm a seguinte distribuição: Figura 1.17 – Estradas pavimentadas por região Fonte: Ministério dos Transportes. Disponível em: <http://www.transportes.gov.br>. Acesso em: 08 sep. 2006. De acordo a pesquisa realizada pela Confederação Nacional do Transporte – CNT, em 2005 a malha rodoviária federal pavimentada e os principais trechos sob gestão estadual e sob administração terceirizada apresentaram os seguintes resultados: 42 logistica_internacional.indb 42 18/6/2007 09:22:05 Logística Internacional da malha rodoviária pesquisada, 28% dos quilômetros avaliados obtiveram a classificação Bom (17,0% ou 13.922 km) e Ótimo (11,0% ou 8.993 km). 54,6% da extensão pesquisada encontram-se com pavimento em estado Regular, Ruim ou Péssimo (44.733 Km); 60,7% da extensão pesquisada apresentam sinalização em estado inadequado (49.715 Km); 39,6% da extensão avaliada não possuem acostamento (32.474 Km); 8,5% da extensão pesquisada têm o acostamento tomado pelo mato (6.955 km); 10,1% da extensão avaliada não têm placas (8.304 km); 40,6% da extensão avaliada (33.309 km) não têm a presença de placas de limite de velocidade. – Você sabe quais são os 10 melhores corredores rodoviários brasileiros? 1º - Limeira (SP)/ São José do Rio Preto (SP); 2º - São Paulo (SP)/ Itaí (SP)/ Espírito Santo do Turvo (SP); 3º - São Paulo (SP)/ Limeira (SP); 4º - Sorocaba (SP)/ Cascata (SP)/ Mococa (SP); 5º - São Paulo (SP)/ Uberaba (MG); 6º - São Paulo (SP)/ Taubaté (SP); 7º - Araraquara (SP)/ São Carlos (SP)/ Franca (SP)/ Itirapuã (SP); 8º - Campinas (SP)/ Jacareí (SP); 9º - Engenheiro Miller (SP)/ Jupiá (SP); 10º - Piracicaba (SP)/ Mogi-Mirim (SP). – Agora que você já viu os melhores, observe quais os piores! Unidade 1 logistica_internacional.indb 43 43 18/6/2007 09:22:05 Universidade do Sul de Santa Catarina 1º - Maceió (AL)/ Salgueiro (PE); 2º - Araguaína (TO)/ Picos (PI); 3º - Posse (GO)/ Ilhéus (BA); 4º - Manaus (AM)/ Boa Vista (RR)/ Pacaraíma (RR); 5º - Maceió (AL)/ Paulo Afonso (BA); 6º - Curvelo (MG)/ Ibotirama (BA); 7º - Alta Floresta (MT)/ Cuiabá (MT); 8º - Salvador (BA)/ Paulo Afonso (BA); 9º - Teresina (PI)/ Barreiras (BA); 10º - Belém (PA)/ Guaraí (TO). Conheça as pesquisas realizadas pela CNT acessando o site: http://www.cnt.org.br/informacoes/pesquisas_ rodoviaria.asp Em 2005, do total de exportações realizadas através da via rodoviária (4,8 milhões de toneladas), os principais pontos de fronteira foram: Quadro 1.10 – 10 Principais pontos de fronteira - Exportação via rodoviária (2005). Fronteira Mil toneladas Uruguaiana – RS 2.137,49 Foz do Iguaçu – PR 921,60 Corumbá - MT 299,64 Chuí – RS 266,91 Dionísio Cerqueira - SC 223,61 São Borja - RS 215,54 Ponta Porã - MS 126,86 Jaguarão - RS 122,68 Guaira - PR 114,47 Santana do Livramento - RS 109,76 Fonte: Ministério do desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior. Disponível em: <http://aliceweb. desenvolvimento.gov.br>. Acesso em: 30 ago. 2006 44 logistica_internacional.indb 44 18/6/2007 09:22:06 Logística Internacional – Você já viajou pela BR-050 ou BR-101? Sabe o que estes números significam? No caso da BR-050, se você viajar por toda a rodovia, com certeza você passará em Brasília. As rodovias federais estão divididas em categorias de acordo as definições do Plano Nacional de Viação. São elas: Radiais - partem da Capital Federal em direção aos extremos do país. Nomenclatura: BR-0XX, ou seja, toda BR que tenha a numeração iniciada com “0” parte de Brasília. Figura 1.18 – Rodovias Radiais Fonte: Ministério dos Transportes Unidade 1 logistica_internacional.indb 45 45 18/6/2007 09:22:06 Universidade do Sul de Santa Catarina Longitudinais - cortam o país na direção Norte-Sul. Nomenclatura: BR-1XX Figura 1.19 – Rodovias Longitudinais Fonte: Ministério dos Transportes Transversais - cortam o país na direção Leste-Oeste. Nomenclatura: BR-2XX Figura 1.20 – Rodovias Transversais Fonte: Ministério dos Transportes 46 logistica_internacional.indb 46 18/6/2007 09:22:06 Logística Internacional Rodovias Diagonais - Noroeste-Sudeste ou NordesteSudoeste. Nomenclatura: BR-3XX Figura 1.21 – Rodovias Diagonais Fonte: Ministério dos Transportes Rodovias de Ligação - apresentam-se em qualquer direção, geralmente ligando rodovias federais, ou pelo menos uma rodovia federal a cidades ou pontos importantes ou ainda a nossas fronteiras internacionais. Nomenclatura: BR-4XX Para conhecer os detalhes da malha rodoviária brasileira (mapa) acesse o site: http://www.transportes.gov.br/bit/mapas/mapclick/ brs/RODCENTR.htm Unidade 1 logistica_internacional.indb 47 47 18/6/2007 09:22:06 Universidade do Sul de Santa Catarina Seção 5 - Estrutura ferroviária brasileira Na década de 50 o Governo Federal decidiu unificar a administração das 18 estradas de ferro que a ele pertenciam, totalizando naquela época 37.000 km de linhas férreas. Com isso, criou-se em 1957 a sociedade anônima Rede Ferroviária Federal S.A. - RFFSA, com a finalidade de administrar, explorar, conservar, reequipar, ampliar e melhorar o tráfego das estradas de ferro da União. Devido a uma queda dramática de investimentos no setor ferroviário, na década de 80, a RFFSA viu-se impossibilitada de gerar recursos para honrar com os compromissos da instituição, sendo liquidada em 1997 como parte do Programa Nacional de Desestatização. A inclusão da Rede Ferroviária Federal S.A. no Programa Nacional de Desestatização (Decreto n.º 473/92), propiciou o início da transferência de suas malhas para a iniciativa privada, através de concessões às empresas que podem desenvolver e explorar as ferrovias durante um período de 30 anos, prorrogáveis por mais 30. Observe a seguir quais são as principais empresas concessionárias: América Latina Logística – ALL: com 15 mil km de vias férreas, opera nos estados do Sul, e Argentina. Estrada de Ferro Carajás - EFC: concessão de 30 anos à Companhia Vale do Rio Doce, para a exploração de minério de ferro da Serra de Carajás – Pará. Extensão de 1.056 km. Ferrovia Centro-Atlântica S.A. - FCA: opera a Malha Centro-Leste, com extensão de 7.080 km. Ferrovia Norte Brasil - FERRONORTE S.A. : opera a região Norte e Centro-Oeste, especialmente Cuiabá e Alto Araguaia, com extensão de 5.228 km. Atualmente a malha ferroviária brasileira voltada para os serviços de transporte de carga conta com 28,5 mil quilômetros de extensão, cabendo à Agência Nacional de Transportes Terrestres – ANTT e Departamento Nacional de Infra- 48 logistica_internacional.indb 48 18/6/2007 09:22:06 Logística Internacional estrutura de Transportes – DNIT (ambos ligados ao Ministério dos Transportes) o planejamento e gerenciamento do sistema ferroviário. Além das dificuldades de investimentos no setor, o transporte ferroviário nacional, bem como o internacional (principalmente com os países do Mercosul) tem grandes dificuldades de integração, devido às diversas bitolas entre os trilhos que variam de 1,0 a 1,6 metros. Em média o custo do frete, cobrado pelas operadoras nas ferrovias, é 50% mais barato em relação ao transporte rodoviário. Além disso, as ferrovias oferecem rapidez e possibilitam a movimentação de grandes cargas. A alternativa ferroviária, de fato, é importante para operadores que lidam com matérias-primas como empresas petroquímicas, que além de perigosas são transportadas em grandes volumes, bem para as empresas que atuam no ramo de commodities. Você sabia? A maior linha ferroviária do mundo é a Transiberiana, que liga Moscou na Rússia a Beijing na China. São 10.000 km. Em 2005, do total de exportações realizadas através da via ferroviária (573 mil toneladas), destacam-se somente dois pontos de fronteira: Quadro 1.10 – Principais pontos de fronteira - Exportação via ferroviária (2005) Fronteira Mil toneladas Uruguaiana – RS 412,29 Corumbá - MT 160,48 Fonte: Ministério do desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior. Disponível em: <http://aliceweb. desenvolvimento.gov.br>. Acesso em: 01 sep. 2006 Unidade 1 logistica_internacional.indb 49 49 18/6/2007 09:22:06 Universidade do Sul de Santa Catarina Conheça abaixo a localização das principais ferrovias nacionais. Figura 1.22 – Principais Ferrovias Brasileiras Fonte: Ministério dos Transportes 50 logistica_internacional.indb 50 18/6/2007 09:22:07 Logística Internacional Seção 6 – Porto Seco Além das infra-estruturas portuárias é possível realizar os processos de desembaraço aduaneiro (importação ou exportação) através dos portos secos. Anteriormente denominados Estação Aduaneira de Interior – EADI, os portos secos são recintos alfandegados instalados na zona secundária do território aduaneiro sob regime de concessão ou permissão da Receita Federal. – Você sabe o que é realizado nos portos secos? Nos portos secos são realizadas operações de movimentação, armazenagem e despacho aduaneiro de importação ou exportação. Os diversos portos secos espalhados pelo território nacional auxiliam no “desafogamento” dos portos, dos pontos de fronteira e permitem que as operações de desembaraço (bem como de movimentação da carga) sejam feitas próximas às empresas importadoras ou exportadoras, como por exemplo, o porto de seco de Curitiba. De acordo com a Receita Federal, tem-se hoje no Brasil os seguintes portos secos em funcionamento: Estado de Goiás – 1 Estado do Mato Grosso -1 Estado de Mato Grosso do Sul - 1 Estado do Amazonas – 1 Estado do Pará – 1 Estado de Pernambuco - 1 Estado da Bahia - 2 Estado de Minas Gerais - 5 Unidade 1 logistica_internacional.indb 51 51 18/6/2007 09:22:30 Universidade do Sul de Santa Catarina Estado do Espírito Santo - 3 Estado do Rio de Janeiro - 3 Estado de São Paulo - 27 Estado do Paraná - 6 Estado de Santa Catarina - 2 Estado do Rio Grande do Sul - 8 – Você sabe quais são as vantagens nas operações com porto seco? Valor da armazenagem: por se tratarem de empresas privadas, os valores das taxas de armazenagem são mais facilmente negociados. Entreposto aduaneiro: neste tipo de operação a carga importada é armazenada, em regime de suspensão de impostos, permitindo que o importador realize a nacionalização dos produtos de forma fracionada. Por exemplo, se o importador entreposta uma carga com 100 toneladas (sem pagar os impostos) e libera 10 toneladas por mês, somente pagará os impostos a cada retirada de 10 toneladas. Depósito Alfandegado Certificado - DAC: nos processos de exportação, o exportador que depositar sua carga no porto seco em regime de DAC, pode considerar a carga como exportada sem que a mesma tenha saído do país. Com isso a empresa exportadora pode antecipar cambiais, melhorar o fluxo de caixa, cumprir quesitos de financiamento, etc. Para conhecer um pouco mais sobre o funcionamento de um porto seco, acesse: http:// www.multilog.com.br 52 logistica_internacional.indb 52 18/6/2007 09:22:32 Logística Internacional Síntese Nesta unidade você pôde compreender como as modalidades de transporte estão divididas nas diversas vias de transporte. Você pôde verificar que no Brasil (assim como em todos os países) a via de transporte internacional mais utilizada é a marítima, principalmente por apresentar menores custos de transporte e capacidade de movimentar cargas de grandes proporções. Pôde compreender também qual a infra-estrutura que exportadores e importadores têm disponível no Brasil para a realização das operações de compra e venda internacional, bem como a distribuição e localização dos principais pontos de fronteira no território nacional. Além disso, você verificou que embora se busque incessantemente a ampliação principalmente das exportações, uma séria barreira é a deficiência e falta de investimentos nos setores portuários, aeroportuários, rodoviários e ferroviários. Evidenciados pelos portos superlotados, estradas mal conservadas e quantidade ínfima de ferrovias num país de proporção continental. Agora siga para a próxima unidade, onde você estudará as particularidades da via de transporte marítima. Unidade 1 logistica_internacional.indb 53 53 18/6/2007 09:22:33 Universidade do Sul de Santa Catarina Atividades de auto-avaliação 1) Cite três características das vias de transporte marítima, aérea, rodoviária e ferroviária. 2) Pesquise qual a quantidade de carga transportada neste ano pelos portos de Santos, Paranaguá e Itajaí. 54 logistica_internacional.indb 54 18/6/2007 09:22:33 Logística Internacional 3) Analisando as informações desta unidade quais são as duas vias de transporte que merecem atenção e investimentos imediatos pelo governo e empresas nacionais. Justifique sua resposta. Unidade 1 logistica_internacional.indb 55 55 18/6/2007 09:22:33 Universidade do Sul de Santa Catarina Saiba mais Para complementar o estudo desta unidade, acesse os seguintes sites: Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior, disponível em: http://www.desenvolvimento.gov.br/ Ministério dos Transportes, disponível em: http://www. transportes.gov.br Lei dos portos, disponível em: http://www.despacho.com.br/ Paulo/legislacao/lei8630.htm Agência Nacional de Transportes Aquaviários, disponível em: http://www.antaq.gov.br Porto de Singapura, disponível em: http://www. singaporemaritimeportal.com/ 56 logistica_internacional.indb 56 18/6/2007 09:22:33 UNIDADE 2 O modal marítimo Objetivos de aprendizagem Conhecer os principais tipos de navios e contêineres utilizados no transporte internacional de carga, bem como o papel dos armadores e agentes de carga nos processos de importação e exportação. Compreender os elementos de custo que compõe o frete marítimo internacional e como solicitar cotações de frete. Conhecer os procedimentos para embarque e desembarque das cargas na exportação e importação. 2 Seções de estudo Seção 1 Navios e contêineres. Seção 2 Armadores e agentes de carga. Seção 3 Frete internacional. Seção 4 Custos e procedimentos na importação. Seção 5 Custos e procedimentos na exportação. logistica_internacional.indb 57 18/6/2007 09:22:34 Universidade do Sul de Santa Catarina Para início de estudo Você verificou na unidade anterior que o transporte marítimo é o de maior volume nas trocas internacionais. Nesta unidade ,você conhecerá quais tipos de navios e contêineres estão à disposição dos importadores e exportadores, bem como os agentes que interagem nos processos de cotação de frete, embarque e desembarque. O valor do frete é um dos pontos essenciais para o sucesso da operação de compra e venda no mercado internacional. – Mas você sabe como proceder para solicitar cotações de frete internacional e interpretar as propostas enviadas? Esta e outras questões serão esclarecidas nesta unidade. Você entenderá também os procedimentos a serem seguidos quando da chegada da carga no porto do importador ou no envio da carga pelo exportador e conhecerá os sistemas de controle informatizados do Brasil, como o Ce Mercante e NIC (Número de Identificação de Carga). Siga em frente e bons estudos! 58 logistica_internacional.indb 58 18/6/2007 09:22:35 Logística Internacional Seção 1 – Navios e contêineres A evolução dos navios de carga acompanha a própria evolução humana nos negócios internacionais e nacionais, desde os navios romanos impulsionados a remo aos navios que se moviam através dos ventos. Com a criação do motor a vapor (século XIX) os navios deixaram de depender da força humana ou condições climáticas, e estão cada vez mais diversificados e especializados nos diversos tipos de carga, com objetivo de minimizar os custos de transporte. Na era moderna os primeiros navios de carga transportavam os mais diversos gêneros de produtos, embalados em caixas, engradados, sacas, barris, etc. O carregamento e descarregamento destes navios são até hoje realizados através do içamento das cargas, utilizando-se de guindastes próprios do navio ou dos portos, e muita mão-de-obra. Estes navios são conhecidos como navios de carga geral e são caracterizados pela capacidade de carregamento em toneladas, conhecido como TPB (toneladas de porte bruto). Figura 2.1 – Navio N/M Amaralina (TPB 12.245) Fonte: Navios mercantes brasileiros. Disponível em: <http:// naviosmercantesbrasileiros.hpg.ig.com. br>. Acesso em: 30 sep. 2006. Unidade 2 logistica_internacional.indb 59 59 18/6/2007 09:22:35 Universidade do Sul de Santa Catarina Com o crescimento das trocas internacionais e a diversificação dos produtos, os navios de carga foram se “especializando” no transporte destes, foram criadas uma série de tipos diferentes de navios, como: Navios tanque, para transporte de petróleo e derivados; Navios gaseiros, destinados ao transporte de gases liquefeitos; Graneleiros, transportam em porões, grandes quantidades de carga a granel (milho, soja, minérios, etc.); Roll-on Roll-off, utilizados no transporte de automóveis, ônibus, caminhões, etc. Para as operações de carregamento e descarregamento, o navio dispõe de uma rampa que é lançada sobre o cais do porto. Figura 2.2 – Navio Perseus Leader Fonte: Transportes XXI. Disponível em: <http://transportes-xxi.net> . Acesso em: 30 sep. 2006. – Você sabia que a criação do contêiner revolucionou os transportes? Observe o texto a seguir: 60 logistica_internacional.indb 60 18/6/2007 09:22:36 Logística Internacional Imagine o seguinte cenário: década de 30, você está no porto e um de seus caminhões está aguardando para que sua carga de algodão seja carregada no navio de carga geral. Enquanto aguarda que os estivadores tirem do baú do caminhão, um a um os fardos, e os levem ao navio, tem uma idéia iluminada, tão fantástica quanto simples. Que idéia é essa? Pense um pouco (não vale ler adiante...) Teve alguma idéia? Não? Pois Malcom Maclean (o proprietário do caminhão) teve! Pensou que ao invés de carregar os fardos um a um, porque não carregar todo o baú diretamente para navio? Pronto! Estava criado o contêiner (do inglês container). Essa simples idéia revolucionou todo o transporte internacional, inclusive a vida do nosso personagem que fundou a Sealand Inc. e tornou-se uma grande empresa de transporte marítimo. Na década de 90 a Sealand foi comprada pela Maersk, que passou a chamar-se Maersk Sealand e é hoje um dos maiores armadores do mundo. Como conseqüência da criação do contêiner, criou-se então os navios porta-contêineres, especializados no transporte de carga conteinerizada. Você sabia? Atualmente, o maior navio porta-contêiner do mundo é o Emma Maersk, com 397 m de comprimento e capacidade para transporte de aproximadamente 11.000 contêineres de 20 pés (podendo transportar 1.000 contêineres de 40 pés, refrigerados). Unidade 2 logistica_internacional.indb 61 61 18/6/2007 09:22:36 Universidade do Sul de Santa Catarina Figura 2.3 – Navio Emma Maersk Fonte: Maersk Sealand Disponível em: <http://maersk.com> . Acesso em: 30 sep. 2006. Unitizar = reunir (cargas de diversas naturezas) num só volume, para fins de transporte. Fonte: Dicionário Aurélio O contêiner é o recipiente constituído de material resistente (especialmente ferro/aço) suficientemente forte para resistir ao uso constante e destinado à proporcionar o transporte de mercadorias unitizadas. – Você sabe quais são os principais tipos de contêineres? Observe a seguir: 20 PÉS – DRY Carregamento Máx: ~27 ton MEDIDAS INTERNAS (m / m3) Comp. Larg. Alt Cub. 5,90 2,34 2,39 33 62 logistica_internacional.indb 62 18/6/2007 09:22:36 Logística Internacional 20 PÉS – REEFER Carregamento Máx: ~20 ton MEDIDAS INTERNAS (m / m3) Comp. Larg. Alt Cub. 5,02 2,16 2,13 24 40 PÉS – DRY Carregamento Máx: ~27 ton MEDIDAS INTERNAS (m / m3) Comp. Larg. Alt Cub. 12,03 2,34 2,39 67 40 PÉS – HIGH CUBE Carregamento Máx: ~27 ton MEDIDAS INTERNAS (m / m3) Comp. Larg. Alt Cub. 12,03 2,34 2,69 76,3 40 PÉS – FLAT RACK Carregamento Máx: 40 ton MEDIDAS INTERNAS (m / m3) Comp. Larg. Alt 12,03 2,34 2,39 Unidade 2 logistica_internacional.indb 63 Cub. 63 18/6/2007 09:22:38 Universidade do Sul de Santa Catarina 20 PÉS – TANK Carregamento Máx: ~19 ton MEDIDAS INTERNAS (m / m3) Comp. Larg. Alt Cub. 5,90 2,34 2,39 33 40 PÉS – OPEN TOP Carregamento Máx: ~27 ton MEDIDAS INTERNAS (m / m3) Comp. Larg. Alt Cub. 12,03 2,34 2,39 67 20 PÉS – OPEN SIDE Carregamento Máx: ~27 ton MEDIDAS INTERNAS (m / m3) Comp. Larg. Alt Cub. 5,90 2,34 2,39 33 20 PÉS – VENTED Carregamento Máx: ~27 ton MEDIDAS INTERNAS (m / m3) Comp. Larg. Alt Cub. 5,90 2,34 2,39 33 Figura 2.4 – Principais tipos de contêineres Fonte: Comércio Exterior – Prof. Paulo Ricardo. Disponível em: <http://www.despacho.com.br/ Paulo/diversos/ctn/containers.htm>. Acesso em: 30 sep. 2006. 64 logistica_internacional.indb 64 18/6/2007 09:22:40 Logística Internacional Os contêineres têm numeração própria e no Brasil, como na maioria dos países, adotou-se a padronização européia, conhecida como ISO (International Standards Organization). A numeração é composta por 4 letras que identificam o proprietário, sendo a última dessas letras sempre o “U”, que tem a finalidade de indicar que o contêiner é registrado pelo BIC e 7 dígitos para indicar a numeração e série do contêiner. BIC - Bureau International des Containers. É uma associação formada pelos fabricantes e proprietários de contêineres com a finalidade de padronizar as siglas e as nacionalidades dos seus equipamentos. Figura 2.5 – Numeração contêiner de 20´ Fonte: Da Vinci Comércio Exterior. Disponível em: <http://www.davincibrasil.htm> . Acesso em: 30 sep. 2006. Unidade 2 logistica_internacional.indb 65 65 18/6/2007 09:22:40 Universidade do Sul de Santa Catarina Seção 2 – Armadores e agentes de carga Os proprietários dos navios são conhecidos como armadores (termo originário das embarcações à vela, em que armar tinha a ver com a armação dos mastros e vergas) que podem comercialmente explorar as embarcações ou afretá-las a terceiros. Dentre os maiores armadores do mundo temos: Maersk Sealand, MSC (Mediterranean Shipping Company) e CMA GGM. Na década de 80, os armadores preferiam não se dedicar a consolidar pequenas cargas e criou-se no mercado de transporte os NVOCC´s que afretavam espaços nos navios dos armadores e vendiam, com margem de lucro, estes espaços aos importadores e exportadores. A sigla NVOCC significa Non Vessel Operator Common Carrier ou, numa tradução literal, carregador que não é operador de navio. Com o tempo, os NVOCC´s começaram também a vender contêineres cheios para seus clientes e a emitir conhecimento de embarque (B/L) próprio, tornando-se de certa forma concorrentes dos próprios armadores. Além dos armadores e NVOCC´s encontra-se no mercado os Freight Forwarders que embora estivessem no princípio mais voltados aos serviços de consolidação de carga e desembaraço aduaneiro, passaram também a negociar fretes internacionais. – Mas você sabe o que é consolidar carga? Tecnicamente a consolidação consiste no agrupamento, por um agente de carga, de vários embarques de exportadores e importadores distintos, para um mesmo destino. Observe o seguinte exemplo: 66 logistica_internacional.indb 66 18/6/2007 09:22:41 Logística Internacional Sua empresa comprou 50 monitores para computador em Miami e contactou um agente de carga (NVOCC ou freight forwarder) para providenciar o carregamento do contêiner e o transporte internacional. Uma outra empresa, contactou o mesmo agente de carga para embarcar 20 pneus para caminhão, comprados também em Miami. Como os monitores e os pneus usam somente uma parte do volume do contêiner, o agente de carga irá oferecer às duas empresas uma tarifa de frete consolidado, ou seja, irá reunir em um único contêiner as duas cargas e enviará para um único destino no Brasil. Desta forma, cada cliente pagará somente o frete proporcional ao volume ou peso que utilizou do contêiner, viabilizando operações de pequena monta. Neste caso, o agente de carga irá providenciar a emissão de três conhecimentos de embarque. O primeiro é conhecido como “Master” e irá englobar todas as cargas consolidadas no contêiner. Os outros dois serão os conhecimentos “house” (ou filhote) um para cada importador, descrevendo os detalhes particulares de cada importação (dados do exportador, volume, carga, etc.). – Lembre-se que nos embarques consolidados, os importadores só tem acesso ao seu próprio conhecimento de embarque (house)! Não existe um modelo padrão para e emissão dos conhecimentos de embarque marítimos (B/L – Bill of Lading), ficando a cargo de cada armador ou NVOCC a criação de formulário próprio. No entanto, as informações elementares que deverão constar no B/L, são: Shipper – aquele que envia a carga, o exportador; B/L No. – número do B/L Consignee – aquele a quem está consignada a carga, o importador ou um banco do importador; Notify – aquele que deve ser notificado quando da chegada da carga no destino; Unidade 2 logistica_internacional.indb 67 67 18/6/2007 09:22:41 Universidade do Sul de Santa Catarina Ocean Vessel – nome do navio; Voy – número da viagem, como os navios fazem várias viagens na mesma rota, estas são numeradas para maior controle; Port of loading – porto de carregamento; Port of discharge – porto de descarregamento; Marks and numers – campo destinado à numeração do contêiner e nº do lacre; Number and king of packages – quantidade e tipo de embalagem; Description of goods – descrição da mercadoria; Gross weight – peso bruto da carga; Measurement – volume da carga; Freight and charges – valor do frete (collect ou prepaid); Number of original B/L – número de B/Ls originais emitidos (geralmente 3 vias originais); Place and date of B/L issued – local e data de embarque; Identifique no B/L abaixo os elementos citados anteriormente. Observe que no B/L a seguir o NVOCC é a empresa Odyssey e o armador é a CSAV. 68 logistica_internacional.indb 68 18/6/2007 09:22:41 Logística Internacional Figura 2.6 – Bill of Lading Fonte: Da Vinci Comércio Exterior Unidade 2 logistica_internacional.indb 69 69 18/6/2007 09:22:42 Universidade do Sul de Santa Catarina Você sabia? Algumas literaturas usam o termo Bill of Lading e Bill of Loading indiscriminadamente. Na verdade, o documento de embarque marítimo (B/L) é o Bill of Lading, “lading” é um termo náutico em inglês. A expressão Bill of Loading também existe, mas não se aplica ao B/L, equivale mais a uma lista de carregamento. Seção 3 – Frete internacional O custo do frete internacional marítimo é um dos elementos essenciais do processo de exportação ou importação. Valores mal negociados com os armadores ou seus agentes poderão significar a inviabilidade do processo de compra/venda. Observe na cotação de frete a seguir, os principais elementos que compõem o valor do frete internacional: POL (porto de carregamento): Lianyungang POD (porto de descarga): Itajaí - SC T/Time (transit time – tempo de viagem): 28 dias Freqüência: Semanal Frete: USD 2.000,00/cntr 20´dry Bunker: USD 200,00/cntr ISPS: USD 6,00/cntr PSS: USD 150,00/cntr 70 logistica_internacional.indb 70 18/6/2007 09:22:43 Logística Internacional Frete – o valor base do frete internacional depende de fatores como: tipo de contêiner utilizado, porto de origem e destino, freqüência, etc; Bunker (BAF)- valor incidente sobre o valor do frete, com fins de cobrir as despesas de combustível do navio; ISPS (International Ship and Port Security) – aprovado pela Organização Marítima Internacional – IMO com objetivo de aumentar a segurança dos portos, principalmente relacionado a ações terroristas, o ISPS Code é cobrado dos armadores que por sua vez, repassam aos clientes; PSS (Peak Season Surcharges) – sobretaxa cobrada pelos armadores quando transportam mercadorias de mercados em alta estação. Além destes (mais comuns), pode-se ainda citar: Taxa para volumes pesados (heavy lift charge): quando do transporte de cargas excessivamente pesadas que exijam condições especiais para embarque/desembarque ou acomodação no navio; Taxa para volumes com grandes dimensões (extra length charge): aplicado geralmente a mercadorias com comprimento superior a 12 metros; Sobretaxa de congestionamento (port congestion surchage): quando o armador irá carregar ou descarregar em portos onde existe demora na atracação dos navios; Fator de ajuste cambial - CAF (currency adjustment factor): utilizado para moedas que se desvalorizam sistematicamente em relação ao dólar norte-americano; War risk surcharge – cobrado pelos armadores quando a carga se destina/origina de países em guerra (ou em risco de). Os valores de frete internacional são negociados livremente com os armadores e agentes de carga, dividindo-se em dois principais blocos: cargas consolidadas e cargas não-consolidadas. Unidade 2 logistica_internacional.indb 71 71 18/6/2007 09:22:43 Universidade do Sul de Santa Catarina Cargas consolidadas – Se sua empresa está importando um equipamento com 500 K g de peso bruto e volume de 1m³, não é viável contratar todo o frete internacional de um contêiner, é aconselhável contratar somente a parte que a carga utilizará no contêiner. Não é mesmo? Este tipo de frete é conhecido como LCL (Less than Container Load), ou seja, menos que um contêiner carregado. Nesse caso, será cobrado o frete internacional pelo peso da carga, ou o volume que a mesma ocupará no contêiner, sendo aplicado o valor que resultar maior. Observe a seguir o exemplo de uma cotação de frete consolidado e como se calcula o valor do frete a ser pago: Sua empresa está importando um equipamento que pesa 4.000 kg e tem as seguintes dimensões: 2m x 2m x 2 m. Você recebeu a seguinte cotação de frete consolidado: Origem Itajaí e/ou São Fco do Sul /Brasil Destino Puerto Cabello/Venezuela Freqüência semanal Transit Time 12 dias Tipo de embarque LCL ISPS USD 4,00 (por ton ou m3) Frete Marítimo USD 68,00 (por ton ou m3) Bunker 28% frete a) Considerando o peso da carga, tem-se: ISPS = $ 4,00 x 4 (ton) $ 16,00 Frete marítimo = $ 68,00 x 4 (ton) $ 272,00 Bunker = 28 % x $ 272,00 $ 76,16 Total $ 364,16 72 logistica_internacional.indb 72 18/6/2007 09:22:43 Logística Internacional b) Considerando o volume: ISPS = $ 4,00 x 8 m³ $ 32,00 Frete marítimo = $ 68,00 x 8 m³ $ 544,00 Bunker = 28 % x $ 544,00 $ 152,32 Total $ 728,32 Neste caso o valor do frete a ser pago será de USD 728,32. Cargas não-consolidadas Quando todo o contêiner será utilizado para o transporte internacional, você deverá negociar o frete como FCL (Full Container Load), ou seja, todo contêiner carregado. Veja dois exemplos de cotação de frete FCL: Origem Itajaí e/ou São Fco do Sul /Brasil Destino Puerto Cabello/Venezuela Freqüência semanal Transit Time 12 dias Tipo de embarque 1 X 20’ Dry ISPS USD 20,00 Frete Marítimo USD 1.800,00 Bunker USD 350,00 Tipo de embarque 1 X 40’ Dry ISPS USD 20,00 Frete Marítimo USD 2.550,00 Bunker USD 560,00 Além das taxas mencionadas (que não são poucas...) será cobrado do exportador e importador o valor referente à capatazia, também conhecida como THC (Terminal Handling Charge). Unidade 2 logistica_internacional.indb 73 73 18/6/2007 09:22:43 Universidade do Sul de Santa Catarina A cobrança da capatazia refere-se a despesas que o armador tem com o carregamento e movimentação da carga no porto. Como é de praxe, os armadores repassam estas despesas aos importadores e exportadores, quer explicitamente na cotação de frete ou nela embutida. Este valor é cobrado por contêiner no caso de embarque FCL ou proporcional no caso de embarque LCL. Observe a seguir os exemplos: Origem Itajaí e/ou São Fco do Sul /Brasil Destino Puerto Cabello/Venezuela Freqüência semanal Transit Time 12 dias Tipo de embarque 1 X 20’ Dry Capatazia R$ 250,00 Tipo de embarque 1 X 40’ Dry Capatazia R$ 350,00 Tipo de embarque LCL Capatazia R$ 24,80 (ton ou m3) / min R$ 50,00 Fique atento se a carga ocupar boa parte do contêiner (tanto em peso, quanto em volume), pois pode ser que contratar o frete do contêiner consolidado seja mais caro que contratar o frete para todo o contêiner. 74 logistica_internacional.indb 74 18/6/2007 09:22:44 Logística Internacional Seção 4 - Custos e procedimentos na importação Para se obter as melhores tarifas de frete é importante que se façam cotações de preços com vários armadores ou agentes de carga. Deve-se estar atento não somente às tarifas, mas também as demais despesas como capatazia, bunker, etc. Para facilitar a análise das propostas, você pode solicitar que lhe enviem uma cotação com todas as despesas incluídas, o que se chama no mercado de cotação ALL IN. Para que o armador ou agente de carga possa lhe enviar a cotação de frete, será necessário que você informe os seguintes dados básicos: porto de origem; porto de destino; peso bruto da carga; volume total da carga; produto importado; quantidade e tamanho dos contêineres; se o frete será pré-pago pelo exportador ou pelo importador. Note abaixo outro exemplo de cotação de frete: POL SHANGHAI POD ITAJAI 20 DRY USD1450,00 ALL IN TTIME 30 DIAS FREE TIME 30 DIAS B/L FEE USD50,00 CAPATAZIAS R$330,00 / CTNER Unidade 2 logistica_internacional.indb 75 75 18/6/2007 09:22:44 Universidade do Sul de Santa Catarina Como se observa nesta cotação existe ainda os custos para a liberação do conhecimento de embarque (USD 50,00) que é cobrado pelo armador ou agente de carga para que possa liberar o B/L (Bill of Lading) ao importador. Após aprovação da proposta da cotação de frete, o importador deverá informar ao armador ou agente de carga, os dados do exportador e importador para que este possa providenciar o embarque no exterior. É importante também que seja solicitado ao armador ou agente, os dados do representante deles no porto de origem, para que o importador possa informar ao exportador quem irá contatá-lo para fazer o transporte. Realizado o embarque, o importador poderá acompanhar o trânsito de sua carga, por meio das páginas dos armadores, utilizando o número do B/L ou número do contêiner. Observe a seguir um exemplo do rastreamento pela página do armador CSAV (Compañía Sudamericana de Vapores). Figura 2.7 – Rastreamento de contêiner Fonte: CSAV. Disponível em: < http://www.csav.com> . Acesso em: 07 out. 2006 76 logistica_internacional.indb 76 18/6/2007 09:22:44 Logística Internacional Ao chegar a carga no porto brasileiro, a agência de transporte irá registrar o manifesto de carga junto ao Ministério dos Transportes através da internet utilizando o sistema conhecido como Mercante. Neste sistema será criado então o “CE Mercante”(número de identificação do Conhecimento de Embarque no sistema Mercante), um para cada B/L do manifesto que possibilitará ao importador fazer o pagamento do AFRMM. Embora não tenha base legal, os armadores e agentes de carga exigem que os pagamentos de frete e demais despesas estejam liquidados para que estes liberem o número do Ce Mercante ao importador, e também façam a liberação do B/L. Como se não bastassem as diversas taxas cobradas pelos armadores, o governo brasileiro também criou a sua. No caso das importações, incidirá ainda sobre o valor do frete, o AFRMM (Adicional do Frete para Renovação da Marinha Mercante) que é de 25% (é isso mesmo!) do valor do frete mais a capatazia. Veja no quadro a seguir, quanto se pagaria de AFRMM. Origem Itajaí e/ou São Fco do Sul /Brasil Destino Norfolk /Usa Tipo de embarque 1 X 20’ Dry Capatazia USD 200,00 Frete Marítimo (all in) USD 1.720,00 AFRMM = 25% * (200,00 + 1.720,00) = USD 480,00 O pagamento do AFRMM era realizado por meio de guia junto à rede bancária, no entanto para coibir fraudes, atualmente o pagamento desta taxa é informatizado. Para que o importador possa ter acesso ao sistema de pagamento, disponível na Internet, deve primeiramente estar cadastrado junto ao Ministério dos Transportes por intermédio do Departamento de Marinha Mercante – DMM. Após realizado o cadastro, o importador poderá acessar o sistema mercante, utilizando a mesma senha de acesso ao Siscomex. Unidade 2 logistica_internacional.indb 77 77 18/6/2007 09:22:44 Universidade do Sul de Santa Catarina Figura 2.8 – Sistema Mercante Fonte: Ministério dos transportes. Disponível em: < https://www.mercante.transportes.gov.br> . Acesso em: 07 out. 2006 Para conhecer na íntegra a lei sobre o AFRMM (Lei No 10.893, 13/07/2004) . Acesse o site: <http://www. planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2004/Lei/ L10.893.htm#art55i> Ainda para que o importador possa registrar a Declaração de Importação, será necessário que a carga esteja identificada pelo depositário da mercadoria sob controle aduaneiro junto ao Siscomex, através do Sistema Integrado de Gerência do Manifesto, do Trânsito e do Armazenamento – MANTRA (você verá mais detalhes na próxima unidade). Desta identificação criou-se o termo NIC (Número de Identificação de Carga). Na formação do NIC têm-se os seguintes elementos: Emissor Origem Destino Data Embarque Navio BL 78 logistica_internacional.indb 78 18/6/2007 09:22:44 Logística Internacional Emissor – código com 4 dígitos, identifica o emissor do conhecimento de embarque; 0139 ALIANÇA 0140 EVERGREEN 0158 NIPPON STEEL CORP. 0160 NIVER LINES Porto de origem – código com 3 dígitos; KOH KAOHSIUNG MIA MIAMI NYC NEW YORK SHA SHANGHAI Porto de destino – código com 3 dígitos; ITJ ITAJAI SSZ SANTOS PNG PARANAGUÁ SSA SALVADOR Data de embarque – 8 dígitos no formato DDMMAAAA; Navio – código da embarcação, com 7 dígitos; 8594487 EVER GENIUS 9152583 HANSA CALEDONIA 7351927 HELEN N 8118815 HELENA OLDENDORFF Unidade 2 logistica_internacional.indb 79 79 18/6/2007 09:22:45 Universidade do Sul de Santa Catarina B/L – número do conhecimento de embarque, com no máximo 11 dígitos. Considerando o B/L da seção 2, tem-se o seguinte NIC: CSVU SHA ITJ 15122005 9240328 ITJ05121443 A tabela com os códigos de agentes de carga, portos e navios é constantemente atualizada pela Receita Federal. Para consultá-la acesse: <http://www.receita.fazenda. gov.br/Grupo1/Aduana.asp> e clique no link presença de carga. Após a chegada do navio no porto, o importador deve providenciar a desova da carga e entrega do contêiner ao armador ou agente de carga, o mais rápido possível, evitando a cobrança por parte do armador da Demurrage. A Demurrage é uma “multa” diária pelo atraso na devolução do contêiner, normalmente o valor diário da multa varia entre USD 40,00 a USD 80,00. Para não correr riscos de atraso é importante que na cotação de frete você consiga um prazo razoável (Free Time) para devolução do contêiner. Além destes custos, o importador arcará também com os custos de armazenagem e despesas operacionais da carga no porto. Cada porto estabelece suas tarifas de armazenagem e demais atividades, veja abaixo alguns exemplos: Porto de Itajaí Quadro V - Serviços de Armazenagem Mercadorias importadas (ad valorem): Quadro 2.1 – Tarifa de armazenagem no Porto de Itajaí 1.1 - Até 10 dias de armazenagem ou fração 0,26% do valor CIF 1.2 - A partir do 11° dia, por dia ou fração 0,11% do valor CIF Fonte: Porto de Itajaí. Disponível em: <http://www.portodeitajai.com.br> 80 logistica_internacional.indb 80 18/6/2007 09:22:45 Logística Internacional Porto do Rio Grande Tabela III - Serviços de Armazenagem Taxas gerais: Quadro 2.2 – Tarifa de armazenagem no Porto do Rio Grande Mercadorias importadas, em armazém ou pátio alfandegado do porto: a) No primeiro período de 15 dias, por dia 0,04% do Cif b) No segundo período de 15 dias, por dia 0,07% do Cif c) Por dia subseqüente ao vencimento do segundo período 0,14% do Cif OBS: As mercadorias descritas neste quadro, após a sua nacionalização, terão um prazo de até 03(três) dias para a sua retirada das instalações da SUPRG, sem incidência de qualquer taxa nesse período Fonte: Porto de Rio Grande. Disponível em: <http://www.portoriogrande.com.br> Com os dados descritos anteriormente, qual o valor a se pagar de armazenagem nos dois portos se a carga ficou armazenada durante 20 dias? Considere que o valor CIF da carga é de R$ 40.000,00. Itajaí Até 10 dias de armazenagem 0,26% x 40.000,00 R$ 104,00 A partir do 11° dia, por dia 0,11% x 10 dias x 40.000,00 R$ 440,00 Total R$ 544,00 1º. Período de 15 dias 0,04% x 15 x 40.000,00 R$ 240,00 2º. Período de 15 dias 0,07% x 5 dias x 40.000,00 R$ 140,00 Total R$ 380,00 Rio Grande Em resumo, os procedimentos relativos ao transporte marítimo na importação são: Unidade 2 logistica_internacional.indb 81 81 18/6/2007 09:22:45 Universidade do Sul de Santa Catarina Seção 5 - Custos e procedimentos na exportação Assim como na importação, é essencial que o exportador realize cotações de frete com diversos armadores ou agentes de carga, para garantir as melhores tarifas e demais despesas. Para que se possa solicitar a cotação de frete, o exportador deverá informar ao armador ou agente de carga os mesmos dados da seção 4 (origem, destino, peso, etc.). Observe a seguir um exemplo de cotação de frete na exportação: Origem São Francisco/Brasil Destino Luanda/Angola Mercadoria Torres de transmissão Condição CFR Frequência Semanal Transit Time 14 dias direto Tipo de embarque 1 X 40’ High Cubic Capatazia R$ 300,00 / contêiner BL Fee USD 60,00 Frete Maritimo ALL IN USD 3.680,00 / contêiner Congestion* * Taxa de congestionamento dos portos USD 124,00 / contêiner 82 logistica_internacional.indb 82 18/6/2007 09:22:45 Logística Internacional Como você estudou na unidade 5 do livro de Comércio Exterior II, para que a carga possa embarcar no navio, é necessário que se faça uma reserva “de espaço” junto ao armador, esta reserva é conhecida como Reserva de Praça. As reservas podem ser solicitadas diretamente aos armadores ou aos seus representantes, os agentes de carga. Para que se possa fazer a reserva, é necessário informar ao agente de carga (ou armador) os detalhes da mercadoria a ser embarcada, principalmente: dados do exportador; dados do importador; porto de origem; porto de destino; volume total da carga; quantidade e tipo de contêineres; peso bruto e líquido; valor total da carga; incoterm negociado. De posse destes dados, o agente de carga lhe fornecerá um número relativo a sua reserva, este número e os dados do embarque consistem o que é conhecido como “Booking”. No booking deverá também estar estipulado o local para retirada do contêiner e prazos a serem cumpridos para a entrada do contêiner no porto e para a liberação alfandegária, além do prazo para apresentação do “espelho do B/L” e lista de carga. Observe o exemplo a seguir: Unidade 2 logistica_internacional.indb 83 83 18/6/2007 09:22:46 Universidade do Sul de Santa Catarina Número da reserva: RSAO-8TM6BG Exportador: DA VINCI Porto de embarque: Itajaí Destino final: Luanda Mercadoria: Torres de transmissão Quantidade: 1 x 40’ High Cubic Navio: YANTIAN Viagem: 2006/39 Armador: Clipper Shipping Line Eta: 30/9/2006 Dead lines Cut off:..............................: 26 de setembro de 2006 as 18:00 Hs Lista de carga e draft do BL:...............: 27 de setembro de 2006 as 12:00 Hs Gate in..............................: 28 de setembro de 2006 as 19:00 Hs Liberação.........................: 29 de setembro de 2006 as 12:00 Hs Terminal Rogério Philippi - Contato: Sr. Ed Carlos - Fone: 4732480404 Nesta reserva tem-se os seguintes elementos: Cut off – data-limite para retirada do contêiner no terminal. Lista de carga – preenchida pelo exportador (segundo modelo do armador), tem como função informar ao agente (ou armador) os dados do contêiner retirado no terminal de contêineres e a quantidade de carga colocada dentro dele. 84 logistica_internacional.indb 84 18/6/2007 09:22:46 Logística Internacional RELAÇÃO DOS CONTEINERES PARA EMBARQUE Armador: Clipper Shipping Line Exportador: Da Vinci Navio/vg: YANTIAN Telefone: 48 1234 5678 Nro. Conteiner Tipo Tara* 01 40’HC 4.650 TTNU-208806-1 Peso Bruto Peso Total** 20.200 24.650 Lacre*** Mercadoria CS1248789 Torres Trans. Porto Descarga Luanda 02 03 04 05 Figura 2.9 – Lista de Carga Fonte: Da Vinci Comércio Exterior * Tara é o peso do contêiner vazio. Draft do B/L – também preenchido pelo exportador ou seu representante, tem como função pré-preencher o B/L definitivo a ser impresso pelo armador ou agente. O Draft ou “espelho do B/L” é preenchido conforme modelo fornecido pelo armador, sendo que muitos armadores disponibilizam o preenchimento diretamente em suas páginas na Internet. ** Peso total da carga mais o peso do contêiner. *** No momento da retirada do contêiner do terminal, será fornecido à transportadora um lacre (seal em inglês), para após o carregamento, lacrar o contêiner. Observe a seguir um exemplo de “espelho do B/L”. Unidade 2 logistica_internacional.indb 85 85 18/6/2007 09:22:46 Universidade do Sul de Santa Catarina B/L DRAFT Shipper Booking Clipper Shipping Line Consignee Forwarding Notify Also Notify Port of Loading Vessel / Voyage Port of Discharge Place of Delivery Marks & Nos. Description of goods Total Gross Weight Total Net Weight Total Measurement Total Volumes DDE No. RE No. Figura 2.10 – Draft do Bill of Lading Fonte: Da Vinci Comércio Exterior 86 logistica_internacional.indb 86 18/6/2007 09:22:46 Logística Internacional No preenchimento do B/L pode-se ainda mencionar cláusulas de responsabilidade quanto aos custos e locais de ova e desova, segundo os seguintes termos: Quanto aos custos e ova e desova FCL - significa ova e desova por conta do exportador e o importador LCL - ova e desova da unidade pelo transportador, o armador. Assim, quatro conjuntos de siglas e serviços são possíveis: FCL/FCL - ova é por conta do exportador e a desova, do importador; FCL/LCL - ova é de conta do exportador e a desova, do armador; LCL/FCL - ova deve ser feita pelo armador e a desova, pelo importador; LCL/LCL - ova e desova serão de responsabilidade do armador. Você notou que as siglas FCL e LCL podem ter dois significados. Um com relação a carga consolidada ou não e outro quanto aos custo de ova/desova? Quanto ao local de Ova e Desova H – House P – Píer Unidade 2 logistica_internacional.indb 87 87 18/6/2007 09:22:47 Universidade do Sul de Santa Catarina Também podem formar quatro conjuntos: H/H - ova nos domínios do exportador e desova nos do importador; H/P – ova nos domínios do exportador e desova nos domínios do armador; P/H – ova nos domínios do armador e desova nos domínios do importador; P/P - ova e desova nos domínios do armador. Gate in – data e horário que os portões do porto estarão abertos para receber o contêiner relacionado a esta reserva. Como os portos brasileiros estão superlotados, a data do gate in é muito próxima a data de chegada do navio, evitando que a carga fique muitos dias dentro das instalações portuárias. Liberação – data-limite para a liberação da carga junto à Receita Federal. Se um dos prazos-limites (dead-lines) não forem cumpridos, sua carga corre sério risco de não embarcar no navio reservado, tendo que providenciar alteração ou novo booking e aguardar o próximo navio. Somente após a saída do navio do porto, o armador ou agente de carga emitirá o jogo de conhecimentos de embarque, que consistem em 3 vias originais e algumas cópias e encaminhará ao exportador, mediante pagamento do frete (se na fatura a negociação foi como CFR) e demais despesas. Quanto à armazenagem a ser paga na exportação, cada porto estipula tabela própria, mas de modo geral, observa-se que os custos são bastante reduzidos comparados à importação. Observe os exemplos a seguir: 88 logistica_internacional.indb 88 18/6/2007 09:22:47 Logística Internacional Porto de Itajaí Tabela V - Serviços de Armazenagem Por unidade de Contêiner cheio de mercadoria para exportação, cabotagem e nacionalizados, recebido nos pátios, por dia: 4.1 - Até 20’ R$ 0,84 4.2 - Acima de 20’ R$ 1,26 Tabela 2.3 – Tarifa de armazenagem no Porto de Itajaí Fonte: Porto de Itajaí. Disponível em: <http://www. portodeitajai.com.br> OBS: Estão isentas da armazenagem as exportações de carga conteinerizada, desde que o embarque seja feito até o 10° dia da entrada da carga no porto. No porto do Rio Grande as exportações estão isentas do pagamento da armazenagem se a carga ficar menos de 15 dias nas dependências do porto. Os procedimentos na exportação por via marítima, podem ser assim resumidos: Unidade 2 logistica_internacional.indb 89 89 18/6/2007 09:22:47 Universidade do Sul de Santa Catarina Síntese Nesta unidade você conheceu os principais tipos de navios e contêineres utilizados no transporte marítimo, bem como os agentes de transporte e suas formas de apresentação de propostas nas diversas cotações de frete internacional. Você pôde verificar que além da tarifa de frete, que pode ser consolidado ou não, há uma série de outras taxas e despesas pagas pelos importadores e exportadores que se não avaliadas corretamente podem representar prejuízos no processo de compra e venda. Com isso, foi possível compreender também que existe uma série de controles informatizados da carga importada, como o CE Mercante e o NIC (Número de Identificação de Carga) que possibilitam aos órgãos gestores e anuentes do Siscomex, o controle total sobre as cargas que entram no País, garantindo assim o recolhimento de todos os impostos e taxas devidos. Para finalizar, você conheceu os procedimentos a serem seguidos pelos exportadores para que a carga embarque no navio desejado, cumprindo os prazos para retirada dos contêineres, entrada no porto, liberação na Receita Federal, etc. Na próxima unidade você estudará os detalhes e procedimentos do modal aéreo e poderá estabelecer comparação com o modal marítimo, identificando vantagens e desvantagens de cada modal. 90 logistica_internacional.indb 90 18/6/2007 09:22:47 Logística Internacional Atividades de auto-avaliação 1) Um contêiner de 20 pés pode carregar em média cargas de até 27 toneladas. Os contêineres de 40 pés embora tenham o dobro do tamanho, também carregam em média 27 toneladas. Se os dois tem o mesmo limite de peso, quando é mais indicado utilizar um contêiner de 20´ e um de 40´? 2) Você está programando embarque de um equipamento, com 10 m de comprimento, 2m de largura e 2m de altura, pesando 15 toneladas. Qual o tipo de contêiner mais recomendado para este caso? Por quê? Unidade 2 logistica_internacional.indb 91 91 18/6/2007 09:22:47 Universidade do Sul de Santa Catarina 3) Sua empresa está importando um equipamento com as dados descritos a seguir, qual o valor total do frete e despesas a serem pagos ao agente de carga? Qual o valor a ser pago de Afrmm? Peso total: 5.000 kg Dimensões da carga: 3 x 2 x 2 m Cotação recebida: ISPS USD 4,00 (por ton ou m³) Frete Marítimo USD 68,00 (por ton ou m³) Bunker 28% frete BL Fee USD 50,00 Capatazia USD 12,00 (por ton ou m³) Total pelo peso (USD) Total pelo volume (USD) ISPS Frete Bunker B/L Capatazia Total 92 logistica_internacional.indb 92 18/6/2007 09:22:47 Logística Internacional 4) Identifique pela página da Receita Federal, os seguintes códigos utilizados no NIC. Armadores: CSAV CIA. SUD AMERICANA VAPORES - _____ MAERSK SEALAND - _____ NEDLLOYD LINES-LINJNEN BV - _____ Navios: CLIPPER CONWAY - ____________ EMMA OLDENDORFF - ____________ ROSA TUCANO - ____________ Porto de origem: HAMBURG - ________ HONG KONG - ________ VALPARAISO - ________ Porto de destino: SUAPE - ________ SEPETIBA - ________ VITORIA - ________ Unidade 2 logistica_internacional.indb 93 93 18/6/2007 09:22:48 Universidade do Sul de Santa Catarina Saiba mais Para saber mais sobre o assunto discutido nesta unidade, acesse os sites: Guia Marítimo - http://www.guiamaritimo.com.br/index. php?link=2 Organização Marítima Internacional – IMO - http://www.imo. org Regras de formação do número identificador da carga importada - Ato Declaratório COANA /COTEC nº 13, de 09 de Março de 1999 - http://www.receita.fazenda.gov.br/Legislacao/ AtosAnt2001/1999/ADCOANACOTEC1399.htm Tarifas do Porto de Itajaí - http://www.portoitajai.com.br/ tarifas/index.php Tarifas do Porto do Rio Grande - http://www.portoriogrande. com.br/pt/servicos/tarifas.php 94 logistica_internacional.indb 94 18/6/2007 09:22:48 UNIDADE 3 O modal aéreo Objetivos de aprendizagem Conhecer os principais tipos de aviões, paletes e contêineres utilizados no transporte internacional de carga aérea, bem como o papel das companhias aéreas e agentes de carga nos processos de importação e exportação. Compreender os elementos de custo que compõe o frete aéreo internacional e armazenagem, bem como solicitar cotações de frete. Analisar e identificar os elementos disponíveis no sistema Mantra aéreo. Conhecer os procedimentos para embarque e desembarque das cargas na exportação e importação. 3 Seções de estudo Seção 1 Aviões e contêineres. Seção 2 Companhias aéreas e agentes de carga. Seção 3 Frete internacional e Mantra. Seção 4 Custos e procedimentos na importação. Seção 5 Custos e procedimentos na exportação. logistica_internacional.indb 95 18/6/2007 09:22:48 Universidade do Sul de Santa Catarina Para início de estudo Embora o frete do transporte aéreo represente um valor muito maior comparativamente ao marítimo, tem uma série de vantagens como: agilidade, acesso a mercados difíceis de alcançar por outros meios de transporte, menor custo com embalagem, etc. No entanto, existem alguns questionamentos inevitáveis sobre o transporte aéreo, ou seja: Quais os tipos de aviões e contêineres utilizados no transporte internacional aéreo? Como é calculado o valor do frete internacional? Quais despesas serão cobradas dos exportadores e importadores? Estas e outras questões serão esclarecidas nesta unidade. Após a criação do Siscomex, os órgãos gestores do sistema vêm agregando outros programas para o controle das atividades relacionadas ao comércio exterior, fazendo com o que o Siscomex se torne um dos mais avançados (se não o mais avançado) sistemas de controle das importações e exportações no mundo. Um destes sistemas é o Sistema Integrado de Gerência do Manifesto, do Trânsito e do Armazenamento – MANTRA. Como analisar as informações nele contidas será objeto deste estudo. Lembre-se que todo importador e exportador tem urgência na liberação da carga importada/exportada, não somente pelas questões voltadas à comercialização dos produtos, mas também devido aos altos custos relativos à armazenagem e demais despesas pagas à Infraero. Você verá nesta unidade quanto isso pode representar no “bolso” destas empresas. Siga em frente e bons estudos! 96 logistica_internacional.indb 96 18/6/2007 09:22:48 Logística Internacional Seção 1 – Aviões e contêineres Nem mesmo nos dias mais inspirados, Santos Dumont poderia ter imaginado que aeronaves descendentes de seu 14 Bis (que pesava 160 kg) levariam cargas de até 600.000 kg por todos os continentes. Comparativamente ao transporte marítimo, o modal aéreo é mais vantajoso no que diz respeito à rapidez e necessidade de embalagens menos reforçadas. Em contrapartida tem menor capacidade de carga, e valor de frete muito mais elevado. Atualmente há uma grande diversidade de aeronaves para o transporte aéreo de cargas, desde os aviões desenvolvidos especificamente para o transporte (cargueiros) aos aviões de passageiros/cargas. Figura 3.1 – Avião Antonov An-225 (maior avião cargueiro do mundo) – Peso máximo de carga: 600 toneladas Fonte: Rede mundial de computadores. Disponível em: <http://paginas.terra.com.br/informatica/ faustini/antonov/> . Acesso em: 13 out. 2006. Unidade 3 logistica_internacional.indb 97 97 18/6/2007 09:22:48 Universidade do Sul de Santa Catarina Embora no transporte marítimo a distribuição das cargas e contêineres no navio também seja muito importante, nos aviões é essencial. O carregamento das cargas no avião deverá obedecer a rígidos critérios estabelecidos por entidades internacionais, de acordo com cada tipo de aeronave, com o intuito de manter sob estrito controle o centro de gravidade da aeronave. Entre a tripulação, cabe ao engenheiro de vôo verificar a condição da carga carregada, bem como sua distribuição nos compartimentos. Para que as cargas se mantenham estáveis dentro do avião, elas são dispostas em paletes (estrados) e contêineres padronizados que dispõe de dispositivos com travas para uma fi xação segura dentro dos compartimentos de carga. Se no momento da decolagem a carga não estiver bem fixada dentro dos compartimentos, a mesma irá se deslocar em direção à cauda do avião (termo aeronáutico conhecido como cabragem – tendência a erguer o nariz) dificultando ou impossibilitando a sustentação da aeronave. Os paletes utilizados no transporte aéreo são de material reutilizável e têm as seguintes características: Pallet P1 Peso Máximo: 6.804Kg Área Total (m): 3,18x2,24 Área Útil (m): 2,98x2,04 Pallet P6 Peso Máximo: 6.804Kg Área Total (m): 3,18x2,24 Área Útil (m): 2,98x2,04 98 logistica_internacional.indb 98 18/6/2007 09:22:50 Logística Internacional Pallet P7 Peso Máximo: 13.608 Kg Área Total (m): 6,06x2,44 Área Útil (m): 5,92x2,24 Pallet P9 Peso Máximo: 3.175 Kg Área Total (m): 3,18x1,53 Área Útil (m): 2,98x1,33 Pallet FQA Peso Máximo: 3.175 kg Área Total (m): 2,44 x 1,54 m Área Útil (m): 2,24 x 1,33 m Figura 3.2 – Pallets utilizados no transporte aéreo Fonte: Variglog. Disponível em: <http://www.variglog.com> . Acesso em: 13 out. 2006. Já os contêineres, também padronizados, podem apresentar as seguintes dimensões: Container LD2 Peso Máximo: 1.225 Kg Volume interno: 3,4m³ Unidade 3 logistica_internacional.indb 99 99 18/6/2007 09:22:50 Universidade do Sul de Santa Catarina Container LD3 Peso Máximo: 2.450 Kg Volume interno: 7,2m³ Container LD11/21 Peso Máximo: 3.175 Kg Volume interno: 7,2m³ Baias para Cavalos Peso Máximo: 2.670 Kg Área Útil (m): 2,7 m³ por cada compartimento 100 logistica_internacional.indb 100 18/6/2007 09:22:50 Logística Internacional Refrigerado Peso Máximo: 1.588 Kg Volume interno: 3,1 m³ Figura 3.3 – Contêineres utilizados no transporte aéreo Fonte: Variglog. Disponível em: <http://www.variglog.com> . Acesso em: 13 out. 2006. No Brasil, a maioria dos aeroportos não comporta a operação de aviões cargueiros, quer seja pela falta de infra-estrutura ou pelo volume de carga transportada, já que pequenos volumes inviabilizam as operações de carregamento e descarregamento. Utiliza-se então a estrutura dos maiores aeroportos do país para receber (ou enviar) as cargas através dos cargueiros e distribuir as mesmas juntamente com os aviões de passageiros, ou ainda por via rodoviária. Para que você entenda como funciona este processo, observe a seguir, os detalhes das aeronaves utilizadas nos aeroportos nacionais: Cargueiros Capacidadede Carga Compartimento de cargas Dianteiro Compartimento de cargas Traseiro Main Deck 70.000Kg com 453 m³ 5 pallets P1 5 pallets P1 23 pallets P1/P6 Unidade 3 logistica_internacional.indb 101 101 18/6/2007 09:22:51 Universidade do Sul de Santa Catarina Capacidadede Carga Compartimento de cargas Dianteiro Compartimento de cargas Traseiro Main Deck 16.000Kg com 96 m³ – – 8 pallets P1 Capacidadede Carga Compartimento de cargas Dianteiro Compartimento de cargas Traseiro Main Deck 23.000kg com 112 m³ – – 21 pallets P1 102 logistica_internacional.indb 102 18/6/2007 09:22:51 Logística Internacional Aviões de passageiros e cargas Aeronave Capacidade Carga Compartimento de cargas Dianteiro Compartimento de cargas Traseiro B737-300 2.000kg a 2.500kg com 10 a 12 m³ _ _ B737-500 1.500kg com 8 m³ – – B737-700 2.000kg a 2.500kg com 10 a 12 m³ – – B737-800 3.600kg com 19 m³ – – B767-300 18.900kg com 54 m³ 4 pallets P1 14 posições de contêineres LD2 B777-200 20.000kg com 86 m3 6 pallets P1/P6 14 posições de contêineres LD3 MD-11 26.500kg com 86 m3 6 pallets P1/P6 14 posições de contêineres LD3 Figura 3.4 – Aviões cargueiros Fonte: Variglog. Disponível em: <http://www.variglog.com> . Acesso em: 13 out. 2006. Seção 2 – Companhias aéreas e agentes de carga As empresas aéreas não podem evidentemente abranger todos os aeroportos espalhados pelo mundo para a coleta e entrega das cargas. Imagine a seguinte situação: sua empresa está importando um produto da Índia, mas a companhia aérea nacional não tem vôos para este destino, nem tampouco a empresa na Índia tem vôos para a sua cidade. Como então é possível fazer uma importação utilizando o transporte aéreo? Para viabilizar este tipo de operação, as companhias aéreas buscam a formação de alianças a fim de trocar cargas entre elas, atingindo assim os pontos mais remotos do globo. Unidade 3 logistica_internacional.indb 103 103 18/6/2007 09:22:51 Universidade do Sul de Santa Catarina Das alianças estabelecidas, uma das mais conhecidas é a Star Alliance que compreende exclusivamente companhias aéreas, com objetivos de estabelecer acordos de cooperação de logística, transporte de passageiros e programas de milhagens. Atualmente a Star Alliance atua em 842 aeroportos distribuídos em 152 países e é formada por 18 empresas: Air Canadá, Air New Zealand, Ana, Asiana Airlines, Austrian, BMI, Polish Airlines, Lufthansa, Scandinavian, Singapore, South African Airways, Spanair, Swiss Air, TAP, Thai, United, US Airways e Varig. Além da Star Alliance, há outra aliança de âmbito internacional, conhecida como International Air Transport AssociationIATA, que conta com uma vasta rede de associados, tanto de companhias aéreas, agentes de carga e de viagens/passagens. A IATA tem papel fundamental nas negociações para estabelecimento de tarifas padrões de frete, regulamenta e padroniza procedimentos de manuseio de carga (cargas gerais, carga perigosas e cargas perecíveis), documentos inerentes e passagens internacionais. As tarifas da IATA são publicadas em manuais próprios três vezes ao ano, mais conhecidos como TACT´s (The Air Cargo Tariff ). Os diversos manuais são identificados pela cor: Vermelho – tarifas aplicadas na América do Norte; Verde – tarifas aplicadas nos demais países; Laranja – manual de Manuseio de Cargas, além do Dangerous Goods Regulations para cargas consideradas perigosas. Veja um exemplo da tarifa IATA para cargas oriundas de New York – USA com destino a Florianópolis - SC: AIR RATES (USD) MIN - 45 Kg + 45 Kg até 100 Kg até 300 Kg até 1000 kg ( VARIG AIRLINES) JFK/FLN 185.00 8.00 7.50 4.50 3.10 2.90 A IATA hoje, por força de suas representadas, tornou-se uma associação padrão para o transporte, manuseio de cargas e passagens a nível mundial. 104 logistica_internacional.indb 104 18/6/2007 09:22:52 Logística Internacional Quanto aos agentes de carga, além do vínculo com a IATA, para que possam desempenhar legalmente suas funções deverão estar filiados à Agência Nacional de Aviação Civil - ANAC, cumprindo exigências relacionadas a instalações, frota, treinamento de pessoal, além de sistemas de emissão de documentos de embarque e acompanhamento. Mas qual a vantagem em se utilizar um agente de carga, se é possível deixar a carga diretamente na companhia aérea? Uma das vantagens em se utilizar um agente de carga no transporte está no serviço de consolidação de carga. Você pôde observar que as tarifas de carga aérea são inversamente proporcionais ao peso transportado. Na tabela acima, a tarifa de frete é USD 4,50/kg para transporte de até 100kg, todavia se a carga pesar até 1.000kg a tarifa será de USD 2,90/kg. Em outras palavras, quanto maior o peso da carga, menor o valor da tarifa por Kg. É nesta questão que a figura do agente de carga é mais evidenciada, pois além de ter um desconto especial sobre a tarifa IATA, pode consolidar (unir) cargas de diversas origens/destinos visando ampliar o peso da carga transportada, diminuindo assim a tarifa cobrada. Também o agente de carga (pelo menos um bom agente) o mantém informado durante o trânsito da carga e o auxilia na tramitação e liberação dos documentos de embarque. Assim como no transporte marítimo, no transporte aéreo consolidado será emitido um conhecimento de embarque “Master” ou Mawb (Master Airway Bill) e o “House” ou Hawb (House Airway Bill). Lembrando que um Mawb pode ter vários Hawb, um para cada importador/exportador. Os elementos essenciais no conhecimento de embarque aéreo constam de: Shipper – aquele que envia a carga, geralmente o exportador; Unidade 3 logistica_internacional.indb 105 105 18/6/2007 09:22:52 Universidade do Sul de Santa Catarina Hawb – número do conhecimento de embarque house (no modelo abaixo HWB-01522); Mawb – número do conhecimento de embarque master (no modelo abaixo 957-88366025); Consignee – aquele a quem está consignada a carga, o importador ou um banco do importador; Issuing carrier´s – dados do agente de carga; Airport of departure – porto de embarque; Currency – moeda utilizada no conhecimento de embarque; Declared value for carriage – valor declarado da carga para efeito de transporte; Obs: quando não declarado, utiliza-se a sigla NCV (no commercial value). Declared value for customs – valor declarado da carga para efeito de transporte; Airport of destination – aeroporto de destino; No. of pieces – número de volumes; Gross weight – peso bruto da carga; Chargeable weight – peso taxável (será analisado na unidade 3); Rate – tarifa de frete por kg; Nature of goods – descrição sumária da carga; Other charges – outros custos (será analisado na unidade 3); Total prepaid – total do frete pré-pago; Total collect – total do frete a ser pago; Date – data do embarque. 106 logistica_internacional.indb 106 18/6/2007 09:22:52 Logística Internacional Observe a seguir estes elementos no exemplo de conhecimento de embarque: Figura 3.5 – Air Waybill Fonte: Da Vinci Comércio Exterior Unidade 3 logistica_internacional.indb 107 107 18/6/2007 09:22:52 Universidade do Sul de Santa Catarina Nos embarques marítimos, os conhecimentos de embarque (B/L) não tem padrão definido, ficando a cargo de cada armador usar modelo próprio. Nos embarques aéreos, em função da IATA, os modelos são padronizados, como o exemplo anterior. Seção 3 - Frete internacional e Mantra Como os valores de fretes internacionais aéreos são muito mais elevados que os marítimos deve-se tomar atenção redobrada na cotação de frete, especialmente quanto ao peso e volume embarcado. Para que se possa fazer uma cotação de frete aéreo, é necessário informar ao agente de carga, essencialmente: aeroporto de origem; aeroporto de destino; valor da carga; incoterm negociado; peso bruto; volume ou dimensões da carga. Observe no quadro a seguir, um exemplo de cotação de frete enviado pelo agente de carga. Peso bruto: 265 kgs USD Coleta 68,00 Handling Fee 55,00 Airport Transfer 0,13 / kg 34,45 Frete aéreo 3,23 / kg ou 6.000 cm³ 855,95 Fuel Surcharge 0,60 / kg 159,00 Total 1.172,40 108 logistica_internacional.indb 108 18/6/2007 09:22:53 Logística Internacional Você pôde observar que a taxa de frete aéreo cobrada é de USD 3,23 por kg ou 6.000 cm³. – Mas você sabe a que se refere esses 6.000 cm³? Foi estabelecido pela IATA, que o frete internacional será obtido pela multiplicação da tarifa de frete e o peso bruto da carga ou o volume que a mesma ocupar (sempre o que for maior). Estabeleceu também que para efeito de comparação entre o peso bruto e o volume da carga, utilizar-se-á o fator 6.000 como divisor do valor da cubagem (peso taxável). Ou seja, para se obter o peso taxável, multiplica-se as dimensões da carga (em cm) e divide-se por 6.000. Desta forma está se “transformando” o volume da carga no equivalente em kg. Observe mais este exemplo: Considere os seguintes dados: peso total da carga: 100 kg quantidade de caixas: 20 cx dimensão de cada caixa: 60 x 50 x 30 cm tarifa de frete: USD 2,50 / kg ou 6.000 cm³ a) pelo peso da carga, o frete custaria: Frete = 2,50 x 100 = USD 250,00 b) pelo volume da carga, o frete custará: Peso taxável de cada caixa = 60 x 50 x 30 / 6000 = 15 kg Peso taxável total = 20 x 15 = 300 kg Frete = 2,50 x 300 = USD 750,00 Conclui-se que o frete a pagar será de USD 750,00. Além do frete, irá compor o custo total do transporte outras taxas inerentes a cada tipo de operação realizada na origem. Dentre elas pode-se citar: Unidade 3 logistica_internacional.indb 109 109 18/6/2007 09:22:53 Universidade do Sul de Santa Catarina Verifique na seção 2, os valores de cada uma destas taxas no Hawb. fuel surcharge – adicional de combustível; sec (security fee) – taxa de inspeção da carga; hand (handling) – manuseio do conhecimento de embarque; trf (transfer) – transferência da carga; ino (internal operations) – manuseio da carga dentro do depósito; inland freight – frete interno do depósito ao aeroporto; doc (document) – taxa de emissão do conhecimento de embarque; rpk (repackage) - reembalagem da carga (quando necessário). Você sabia? O SEC (security fee) – taxa de inspeção da carga, foi criado após o atentado de 11 de setembro nos Estados Unidos, como tentativa de proteção a futuros atentados. Você já estudou em outras disciplinas do curso que o Manifesto de Carta oficializa a entrada da carga no país. Nos processos de importação aérea o manifesto de carga é informatizado por intermédio de um sistema que faz parte do Siscomex, sistema este denominado “Sistema Integrado de Gerência do Manifesto, do Trânsito e do Armazenamento – MANTRA”. Os procedimentos a serem adotados no sistema MANTRA, foram disciplinados pela Instrução Normativa SRF no. 102 (20/12/94) na qual o acesso está restrito principalmente a SRF, por intermédio dos Auditores Fiscais do Tesouro Nacional – AFTN, transportadores, desconsolidadores de carga, depositários, administradores de aeroportos e empresas operadoras de remessas expressas, exportadores, importadores e despachantes aduaneiros. 110 logistica_internacional.indb 110 18/6/2007 09:22:54 Logística Internacional De acordo ao Art. 4º. desta instrução, a carga procedente do exterior será informada, no MANTRA, pelo transportador ou desconsolidador de carga, previamente à chegada do veículo transportador, mediante registro: da identificação de cada carga e do veículo; do tratamento imediato a ser dado à carga no aeroporto de chegada; da localização da carga, quando for o caso, no aeroporto de chegada; do recinto alfandegado, no caso de armazenamento de carga; da indicação, quando for o caso, de que se trata de embarque total, parcial ou final. A carga, ao chegar ao primeiro aeroporto brasileiro será registrada no Mantra segundo a seguinte ordem: transportador; depositário; auditor fiscal da RF. Veja a seguir a tela do MANTRA para o AWB da seção anterior. Unidade 3 logistica_internacional.indb 111 111 18/6/2007 09:22:54 Universidade do Sul de Santa Catarina Figura 3.6 – Mantra Fonte: Siscomex. Disponível em: < http://www.receita.fazenda.gov.br/aduana/siscomex/ acessosistemas.htm> . Acesso em: 11 nov. 2006. Da tela do MANTRA observe que se obtém grande volume de informações: Nº do conhecimento master: 957 8836 6025; Nº. do conhecimento house: 01522; Data de embarque: 03/10/06; Aeroportos de embarque e destino: Miami / Florianópolis; Consignatário: Mundi Importação Exportação; Valor e moeda do frete (prepaid ou collect): USD 1489,50; 112 logistica_internacional.indb 112 18/6/2007 09:22:54 Logística Internacional Quantidade de volumes: 02; Peso declarado no AWB: 326 Kg; Unidade da Receita Federal: 0925200 – Inspetoria da RF em Florianópolis – SC; Termo de entrada: 06001295-1 (termo de entrada lavrado quando da chegada do veículo); Recinto alfandegado – R.A.: 9951101 (código do recinto alfandegado dentro da Unidade da RF); Peso da carga aferido no destino: 340 Kg; Tipo de embalagem – Emb.: 05 (de acordo a tabela da Infraero); Quadro 3.1 – Códigos de embalagem - Infraero 01 Tambor de plástico 14 Engradado de madeira 02 Tambor de metal 15 Mala 03 Tambor de papelão 16 Container de plástico 04 Caixa de madeira 17 Urna funerária 05 Caixa de papelão 18 Caixa de metal 06 Caixa de isopor 19 Baú de metal 07 Saco plástico 20 Baú de madeira 08 Saco de aniagem 21 List. Van 09 Amarrado 22 Container 10 Envelope 23 Caixa de plástico 11 Pacote 24 Saco de lona 12 Peça 25 Caixa de plástico 13 Canudo 26 Diversos Fonte: Comércio Exterior Prof. Paulo Ricardo. Disponível em: < http://www.despacho.com.br/Paulo/ importacao/aula4/codigosinfraero.htm> . Acesso em: 29 out. 2006. Avarias: avarias segundo avaliação da Infraero, nesse caso avarias do tipo A, C, G (de acordo com a tabela da Infraero); Unidade 3 logistica_internacional.indb 113 113 18/6/2007 09:22:54 Universidade do Sul de Santa Catarina Quadro 3.2 – Códigos de avarias - Infraero A Dif. De peso B Lacre violado C Amassado D Vazamento E Quebrado F Rasgado G Refitado H Furado I Aberto J Molhado K Despregado L Repregado M Indícios de violação N Riscado O Outros Fonte: Comércio Exterior Prof. Paulo Ricardo. Disponível em: < http://www.despacho.com.br/Paulo/importacao/aula4/codigosinfraero.htm> . Acesso em: 29 out. 2006. Responsáveis pelos lançamentos dos dados no sistema: Companhia aérea (registrar e encerrar), Infraero (armazena a carga e identifica as avarias), Companhia aérea (avalizar) e auditor fiscal da RF (visar). O acesso ao sistema Mantra pode ser realizado através da internet no endereço: <http://www. receita.fazenda.gov.br/aduana/siscomex/ acessosistemas.htm> A senha de acesso ao sistema é a mesma utilizada pelos importadores, exportadores e despachantes aduaneiros para acesso ao Siscomex. 114 logistica_internacional.indb 114 18/6/2007 09:22:55 Logística Internacional Seção 4 - Custos e procedimentos na importação Conforme você pôde verificar na seção anterior o importador dever estar atento não somente às tarifas de frete, mas também às demais taxas cobradas pelo agente de carga ou companhia aérea. Deve também atentar para o volume da carga, solicitando ao exportador que utilize embalagens otimizadas (tanto quanto possível, para garantir a segurança do produto) para a carga a ser transportada, evitando-se assim “espaços vazios” dentro das embalagens. Além dos custos com o frete aéreo e demais despesas do AWB, o importador deverá pagar também à companhia aérea ou agente de carga o valor de USD 20,00 para entrega do AWB além dos valores cobrados pela Infraero. Após liberação da carga pela Receita Federal, o importador deverá pagar à Infraero (Portaria No. 219/GC-5, 27/03/01): Armazenagem: cobrada por períodos conforme tabela a seguir: Tabela 3.4 – Custos Infraero PERÍODOS DE ARMAZENAGEM PERCENTUAL SOBRE O VALOR CIP 1o - Até 5 dias úteis 1,0 % 2o - De 6 a 10 dias úteis 1,5 % o 3 - De 11 a 20 dias úteis 3,0 % o Para cada 10 dias úteis ou fração, além do 3 período, até a retirada da mercadoria + 1,5 % Fonte: Infraero. Disponível em: < http://www.infraero.gov.br> . Acesso em: 29 out. 2006. Capatazia: tarifa devida pela movimentação e manuseio da carga no recinto do Terminal de Carga Aérea TECA US$ 0,015 / Kg Valor mínimo: USD 5,00 Capatazia Unidade 3 logistica_internacional.indb 115 115 18/6/2007 09:22:55 Universidade do Sul de Santa Catarina Adicional de Tarifa Aeroportuária - ATAERO, criado pela Lei no 7.920, de 12 de dezembro de 1989, com percentual estipulado em 50% sobre as Tarifas Aeroportuárias de Armazenagem e de Capatazia. Ao contrário dos portos brasileiros, que estabelecem taxas diferenciadas de armazenagem, o transporte aéreo tem uma tabela padrão utilizada pela Infraero em todos os aeroportos nacionais. Observe o exemplo no quadro a seguir: Em um processo de importação, qual o valor total a ser desembolsado pelo importador para a liberação do AWB e pagamento à Infraero? Tente fazer os cálculos antes de verificar a resposta a seguir. Obs.: Não vale espiar... Valor CIP da carga: USD 10.000,00 Peso bruto total: 300 Kg Período de armazenagem: 4 dias USD Liberação AWB Armazenagem Capatazia Ataero Total Veja o resultado: USD Liberação AWB 20,00 Armazenagem 100,00 Capatazia 5,00* Ataero 52,50 Total 177,50 116 logistica_internacional.indb 116 18/6/2007 09:22:55 Logística Internacional * Lembre que o valor mínimo é de USD 5,00 e não (300 x 0,015 = USD 4,50). E se o período de armazenagem for de 7 dias úteis, qual o valor total? USD Liberação AWB Armazenagem Capatazia Ataero Total Nesse caso, a armazenagem deve ser calculada com a taxa de 1,5%. Ou seja: USD Liberação AWB 20,00 Armazenagem 150,00 Capatazia 5,00 Ataero 77,50 Total 252,50 Note que por 3 dias a mais no tempo de liberação, houve um aumento de 42,25 % no valor total a ser pago. Por esse motivo a logística de liberação da carga aérea deve ser otimizada ao extremo evitando elevação dos custos. Modelo de demonstrativo de valores e guia para pagamento à Infraero: tabela 1 – armazenagem aplicada à importação; tabela 2 – capatazia; adic. tarifário – adicional de tarifa aeroportuária. Unidade 3 logistica_internacional.indb 117 117 18/6/2007 09:22:56 Universidade do Sul de Santa Catarina Figura 3.7 – Cobrança despesas Infraero Fonte: Da Vinci Comércio Exterior Você sabia? Em 2005, o valor arrecadado pela Infraero em armazenagem e capatazia foi de aproximadamente R$ 388.215.000,00. Fonte: Infraero Disponível em: <http://www.infraero.gov.br> Você pôde observar nos dados do MANTRA da seção 3, que foram constatadas várias avarias na carga quando esta chegou a Florianópolis. – Você sabe o que deve fazer o importador nesse caso? Uma das opções é solicitar uma vistoria aduaneira junto à Receita Federal, com intuito de analisar a real condição da carga e apurar responsabilidades. Como a avaliação das avarias tem caráter subjetivo, muitas vezes a Infraero tende a ser rigorosa no levantamento das avarias, principalmente devido a mesma ter interesse em transferir ao importador o julgamento e a responsabilidade da ação a ser tomada para a liberação da carga. 118 logistica_internacional.indb 118 18/6/2007 09:22:56 Logística Internacional Também é muito comum avarias de peso, tendo em vista as diferenças de balanças na origem e destino. Desta forma se o importador decidir liberar a carga com avarias, deverá apresentar à Receita Federal um termo desistindo da vistoria aduaneira. Observe o exemplo a seguir: “Pelo presente Termo de Desistência de Vistoria, na forma do artigo 586 do Regulamento Aduaneiro, aprovado pelo Decreto Nº. 4.543, de 26/12/02, vem o importador, por intermédio de seu representante legal, solicitar a dispensa da realização de vistoria aduaneira na(s) mercadoria(s) acobertada(s) pela Declaração de Importação referida acima, da qual declara assumir a responsabilidade pelo ônus decorrentes da tal desistência.” Caso o importador tenha optado pela não contratação de seguro internacional, no transporte aéreo as companhias aéreas garantem o pagamento de até USD 20,00 / Kg caso a mercadoria seja extraviada ou danificada. Fonte: LEI Nº 7.565, DE 19 DE DEZEMBRO DE 1986. Disponível em: <http:// www.planalto.gov.br> O conhecimento de embarque aéreo é emitido em 12 vias, mas para liberação da carga junto à Receita Federal somente a via 2 pode ser utilizada! Unidade 3 logistica_internacional.indb 119 119 18/6/2007 09:22:56 Universidade do Sul de Santa Catarina Os procedimentos para importação via aérea podem ser assim resumidos: Seção 5 - Custos e procedimentos na exportação O exportador também deverá pagar à Infraero pela armazenagem, capatazia e Ataero da carga exportada, de acordo a Portaria Nº. 219/GC-5 (27/03/01) - tabela 6 que estabelece: Armazenagem e capatazia: na exportação, a armazenagem e capatazia são cobradas com aplicação de uma única tabela conforme abaixo: 120 logistica_internacional.indb 120 18/6/2007 09:22:56 Logística Internacional Quadro 3.5 - Custos Infraero PERÍODOS DE ARMAZENAGEM SOBRE O PESO BRUTO 1º - 4 (quatro) dias úteis US$ 0.02 / Kg 2º - Para cada 2 (dois) dias úteis ou fração, além do 1º (primeiro) período, até a retirada da carga + US$ 0.02 / Kg OBS. : 1) Tarifa mínima de US$ 2.00 (dois dólares) no TECA de origem. 2) Os valores são cumulativos a partir do 2º período Fonte: Infraero. Disponível em: < http://www.infraero.gov.br> . Acesso em: 29 out. 2006 Adicional de Tarifa Aeroportuária - ATAERO, criado pela Lei no 7.920, de 12 de dezembro de 1989, com percentual estipulado em 50% sobre as Tarifas Aeroportuárias de Armazenagem. Como exemplo considere os seguintes dados: Peso bruto da carga: 65 Kg Taxa de câmbio: USD/R$ 2,20 – Você sabe qual o valor a pagar à Infraero se a carga ficar armazenada durante 3 dias? E se ficar armazenada durante 5 dias úteis? 3 dias Cálculo R$ Armazenagem = 65 x 0,02 = USD 1,30 => Mínimo = USD 2,00 4,40 Ataero 50% da armazenagem 2,20 Total 6,60 5 dias úteis Cálculo R$ Armazenagem = 65 x 0,02 = USD 1,30 (1º. período) = 65 x 0,02 = USD 1,30 (2º. período) Total = USD 2,60 5,72 Ataero 50% da armazenagem 2,86 Total 8,58 Unidade 3 logistica_internacional.indb 121 121 18/6/2007 09:22:56 Universidade do Sul de Santa Catarina Para que fique mais claro, observe o modelo de demonstrativo de valores e guia para pagamento à Infraero: tabela 6 – armazenagem aplicada à exportação adic. tarifário – adicional de tarifa aeroportuária Figura 3.8 – Cobrança despesas Infraero Fonte: Da Vinci Comércio Exterior A embalagem a ser utilizada também é de suma importância no transporte internacional aéreo, pois o exportador deverá buscar a embalagem mais robusta possível a fim de proteger a carga sem, no entanto, esquecer que o peso (ou volume) da embalagem pagará a mesma tarifa de frete que o produto. As embalagens podem ser constituídas dos mais diversos materiais como o papelão, madeira, plástico, fibra, etc. Ao dispor as embalagens nos estrados (paletes) o exportador pode utilizar de filmes encolhíveis (shrink) ou estiráveis (stretch), bem como pelo uso de fitas plásticas ou de metal. Ao definir as embalagens das mercadorias é necessário notar que elas podem ser afetadas pelos movimentos de embarque, desembarque e transporte, das mais diversas maneiras. No transporte internacional aéreo, ela poderá sofrer variações climáticas, vibrações, etc. 122 logistica_internacional.indb 122 18/6/2007 09:22:57 Logística Internacional Para facilitar a vistoria aduaneira tanto no embarque quanto no desembarque, bem como pelo importador, a marcação dos volumes é essencial, sendo muito comum o uso de etiquetas com o nome do exportador e ou importador, além do número do volume e total de volumes. Exportações Brasil Import Company – England Number: 04 / 15 Dim. 30 x 30 x 30 cm Para que a carga possa dar entrada no Terminal de Carga da Infraero será ainda necessário etiquetar os volumes conforme modelo a seguir: Figura 3.9 – Etiqueta para embarque áereo Fonte: Raf International Ltda. Unidade 3 logistica_internacional.indb 123 123 18/6/2007 09:22:57 Universidade do Sul de Santa Catarina É importante também que o exportador analise com muito critério o tipo de embalagem e procedimentos tomados para o carregamento da carga, pois não há dúvidas de que se a carga chegar em más condições no destino, por causa de embalagem inadequada, a imagem da empresa exportadora estará comprometida. Para que se tomem os devidos cuidados no manuseio da carga, pode-se ainda afi xar às embalagens etiquetas com informações a serem observadas pelas transportadoras e carregadores. Figura 3.10 – Etiquetas de alerta Fonte: Embrae. Disponível em: <http://www.embraer.com.br> . Acesso em: 29 out. 2006. 124 logistica_internacional.indb 124 18/6/2007 09:22:57 Logística Internacional A emissão do conhecimento de embarque na exportação fica a cargo do agente de carga ou companhia aérea, e será necessário informar, principalmente: dados do exportador; dados do importador; origem; destino; peso bruto total; quantidade de volumes; volume (m³) da carga; descrição da mercadoria. Os procedimentos para exportação via aérea podem ser assim resumidos: Unidade 3 logistica_internacional.indb 125 125 18/6/2007 09:22:58 Universidade do Sul de Santa Catarina Síntese Nesta unidade, você conheceu os principais tipos de aviões, paletes e contêineres utilizados no transporte aéreo, bem como os agentes de transporte e como estes apresentam suas propostas nas diversas cotações de frete internacional. Você pôde verificar que além da tarifa de frete, que pode ser consolidado ou não, há uma série de outras taxas e despesas pagas pelos importadores e exportadores que se não avaliadas corretamente podem representar prejuízos no processo de compra e venda, especialmente no que diz respeito ao pagamento do frete pelo volume da carga (peso taxável). É importante que você compreenda também que existe uma série de controles informatizados da carga importada, por meio do sistema MANTRA que possibilitam às companhias aéreas e aos órgãos gestores do Siscomex o controle total sobre as cargas entrantes no País, garantindo assim o recolhimento de todos os impostos e taxas devidos, bem como o controle sobre avarias que a carga possa ter sofrido durante o transporte internacional. Os procedimentos a serem seguidos pelos exportadores especialmente quanto à utilização de embalagem adequada e etiquetagem para que a carga atraque no terminal de carga, seja liberada pela Receita Federal e embarque no avião, é outro fator fundamental no processo de importação e exportação. Além disso, você pôde verificar que existe uma necessidade de liberar a carga de importação ou exportação o mais rapidamente possível, para se evitar pagamentos adicionais relativos aos custos de armazenagem aeroportuários. Na próxima unidade você conhecerá os procedimentos, custos e características do modal rodoviário. 126 logistica_internacional.indb 126 18/6/2007 09:22:58 Logística Internacional Atividades de auto-avaliação 1) Preencha os campos a seguir com relação ao AWB da seção 2. Aeroporto de embarque:_____________________________________ Moeda do frete:___________________________________________ Aeroporto de destino:_______________________________________ Quantidade de volumes:_____________________________________ Peso bruto da carga:________________________________________ Peso taxável: _____________________________________________ Tarifa de frete: ____________________________________________ Valor total do frete: _________________________________________ Data de embarque: _________________________________________ 2) Considerando a cotação de frete de USD 4,0 / Kg ou 6.000 cm3, qual o valor do frete a pagar se a carga a ser importada pesa 200 Kg e está embalada em uma caixa de dimensões 2,0 x 1,2 x 1,0 m? Frete (peso da carga) Frete (peso taxável) 3) Com os dados do Mantra abaixo, identifique: Data de embarque: _________________________________________ Aeroporto de embarque e destino: _____________________________ Nº do Awb: _______________________________________________ Nº do Hawb: ______________________________________________ Quantidade de volumes: ____________________________________ Valor e moeda do frete internacional: ___________________________ Termo de entrada: _________________________________________ Unidade 3 logistica_internacional.indb 127 127 18/6/2007 09:22:58 Universidade do Sul de Santa Catarina Tipo de embalagem: _______________________________________ Tipo de avaria: ____________________________________________ SISCOMEX – MANTRA IMPORTACAO ------------------------AWB 020 1211 0770 SITUACAO DA CARGA 042 2546 2587 ---------------------------- IK DE 27/10/2006 AEROPORTOS = NY / FLN NC=> : PREP CONSIGNAT BANCO DO BRASIL VOL.3 FRETE: COLL 590,00 PESO 130 COD. MOEDA FRETE USD URF – 0925200 – AEROPORTO INTERNACIONAL HERCILIO LUZ INF 31/10/2006 AS 02:16 TERMO: 01001156-0 CHEGADA 31/10/2006 VOL. 3 ARMAZENAMENTO R.A. 9951101 VOL. 3 EMB= 19 PESO 130K ARM= F5 AVARIAS = D G J F 31/10/2006 – 08:28 CPF REGISTRADO 31/10/2006 – 12:33 CPF ENCERRADO 31/10/2006 – 21:43 CPF AVALIZADO 31/10/2006 – 21:43 AFRF VISADO ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– PF3 – MENU ANTERIOR PF6 – SAIDA PF7 – VOLTA PF8/ ENTER - CONTINUA 4) Qual o valor a ser pago à Infraero em um processo de importação, com os seguintes dados: Valor CIP da carga: USD 20.000,00 Peso bruto total: 600 Kg Período de armazenagem: 12 dias úteis USD Armazenagem Capatazia Ataero Total 128 logistica_internacional.indb 128 18/6/2007 09:22:58 Logística Internacional Saiba mais Para saber mais sobre o assunto discutido nesta unidade, acesse os sites: IATA: https://www.iata.org.br/ Infraero: http://www.infraero.gov.br Instrução Normativa SRF nº 102 (20/12/94): http://www. receita.fazenda.gov.br/Legislacao/ins/Ant2001/Ant1997/1994/ insrf10294.htm Star Alliance: http://www.staralliance.com.br/home.html Unidade 3 logistica_internacional.indb 129 129 18/6/2007 09:22:59 logistica_internacional.indb 130 18/6/2007 09:22:59 UNIDADE 4 O modal rodoviário Objetivos de aprendizagem 4 Conhecer os principais tipos de caminhões e legislação pertinente ao transporte internacional rodoviário, bem como o papel das transportadoras autorizadas a realizar o transporte internacional nos processos de importação e exportação. Verificar como proceder para se obter cotações de frete rodoviário e compreender os elementos de custo que o compõe. Identificar os custos de armazenagem e movimentação das cargas nos pontos de fronteira do Brasil (Porto Seco), além de analisar e determinar como se procede com a presença de carga por meio do Número de Identificação de Carga (NIC) junto ao Siscomex. Conhecer os procedimentos para embarque e desembarque das cargas na exportação e importação. Seções de estudo Seção 1 Caminhões. Seção 2 Transportadoras. Seção 3 Frete internacional e Mantra. Seção 4 Custos e procedimentos na importação. Seção 5 Custos e procedimentos na exportação. logistica_internacional.indb 131 18/6/2007 09:22:59 Universidade do Sul de Santa Catarina Para início de estudo O Brasil possui uma grande malha viária, além de diversos pontos de fronteira com os países vizinhos. Estes elementos fazem com que o transporte rodoviário se destaque entre as demais modalidades. Há então à disposição de importadores e exportadores uma diversidade muito grande de caminhões para a realização do transporte internacional. Quais os tipos de caminhões e como é calculado o valor do frete internacional, além de outras despesas cobradas dos exportadores e importadores, serão questões a serem esclarecidas nesta unidade. Além dos custos de transporte, importadores e exportadores arcarão também com as despesas de armazenagem e movimentação da carga nos pontos de fronteira. Qual o custo disso e quais os elementos envolvidos serão esclarecidos também nesta unidade. Embora ainda existam meios de transporte mais baratos, o modal rodoviário traz algumas vantagens, como facilidade no carregamento, possibilidade de acesso a locais remotos (tanto na origem quanto no destino) e rapidez no processo de liberação aduaneira. Bons estudos! 132 logistica_internacional.indb 132 18/6/2007 09:22:59 Logística Internacional Seção 1 – Caminhões O transporte rodoviário no Brasil ocupa lugar de destaque notadamente no que diz respeito às cargas transportadas dentro do território nacional. Já no transporte internacional, o percentual de participação é pequeno em relação aos demais meios de transporte, contudo o transporte por caminhões tem as seguintes vantagens: maior flexibilidade; possibilidade do transporte porta a porta; maior oferta de veículos e vias. Além da falta de investimento nas rodovias nacionais, muitas empresas transportadoras também são responsáveis pela má qualidade das estradas, utilizando caminhões inadequados para a carga transportada, em contradição ao Código de Trânsito Brasileiro (Lei 9.503 / 97). A Agência Nacional de Transportes Terrestres – ANTT, em conjunto com o Conselho Nacional de Trânsito – Contran, estabelecem o peso máximo permitido para cada tipo de caminhão, considerando-se o número de eixos. Nesse sentido, exportadores e importadores têm a disposição uma diversidade muito grande de caminhões, porém a escolha dependerá de fatores como: peso, volume, características da carga, etc. Há estudos em andamento para padronizar os tipos de caminhões que circulam em nossas rodovias pois os termos comumente utilizados no mercado não são claros, como é o caso dos caminhões “toco”, “trucado” ou cavalinho. Descrevemos alguns desses tipos a seguir: Caminhão Toco Entende-se por caminhão toco aquele que utiliza somente um eixo na carroceria. Embora as carrocerias possam se apresentar nos mais diversos tamanhos, é muito comum ser utilizado carrocerias baú (nesse casso, com dimensões semelhantes a um contêiner de 20 pés) e carrocerias abertas (para cobertura com lona). Unidade 4 logistica_internacional.indb 133 133 18/6/2007 09:22:59 Universidade do Sul de Santa Catarina O peso bruto máximo permitido pelo Contran para este tipo de caminhão é de 16.000 kg (considerando o peso do caminhão). Figura 4.1 – Caminhão toco Fonte: Mercedes-Benz. Disponível em: < http://www.mercedes-benz.com.br > . Acesso em: 03 nov. 2006. Você sabia? A Tara do caminhão refere-se ao peso próprio do veículo, acrescido dos pesos da carroçaria e equipamento, do combustível, das ferramentas e acessórios, da roda sobressalente, do extintor de incêndio e do fluído de arrefecimento, expresso em quilogramas. Fonte: Detran Ceará. Disponível em: <http://www.detran. ce.gov.br >. Acesso em: 03 nov. 2006. Caminhão Trucado O termo trucado refere-se à utilização de um segundo eixo, que pode ser na carroceria ou no próprio caminhão (cavalinho). O peso bruto admissível para estes caminhões está em 23.000 kg. Veja alguns exemplos nas figuras que seguem: 134 logistica_internacional.indb 134 18/6/2007 09:22:59 Logística Internacional Figura 4.2 – Caminhão com carroceria trucada Fonte: Scania. Disponível em: < http://www.scania.com.br > . Acesso em: 03 nov. 2006. Figura 4.3 – Caminhão com cavalinho trucado Fonte: Scania. Disponível em: < http://www.scania.com.br > . Acesso em: 03 nov. 2006. Unidade 4 logistica_internacional.indb 135 135 18/6/2007 09:23:00 Universidade do Sul de Santa Catarina Caminhão Porta-contêiner Nesses caminhões a carroceria consiste basicamente do chassi, adaptado para o carregamento de contêineres (principalmente de 20 e 40 pés) onde há encaixes para a fi xação do contêiner ao caminhão, conforme mostra a próxima ilustração: Figura 4.4 – Caminhão porta-contêiner Fonte: Scania. Disponível em: < http://www.scania.com.br > . Acesso em: 03 nov. 2006. Caminhão Baú e Graneleiro Os caminhões (cavalinho) podem ainda ser acoplados a carretas do tipo baú (dos mais diversos tamanhos) ou a carretas graneleiras (para principalmente o transporte de grãos), como pode ser verificado nas figuras seguintes: 136 logistica_internacional.indb 136 18/6/2007 09:23:03 Logística Internacional Figura 4.5 – Carreta graneleira Fonte: Trevo Carretas. Disponível em: < http://www.trevocarretas.com.br >. Acesso em: 03 nov. 2006. Figura 4.6 – Carreta baú Fonte: Trevo Carretas. Disponível em: < http://www.trevocarretas.com.br >. Acesso em: 03 nov. 2006. De acordo a Resolução Nr. 12 de 1998 do Contran, o limite máximo de peso bruto total nas superfícies das vias públicas é de quarenta e cinco toneladas (45t). O quadro que segue apresenta esta distribuição: Unidade 4 logistica_internacional.indb 137 137 18/6/2007 09:23:05 Universidade do Sul de Santa Catarina Figura Tipo de Caminhão Peso Bruto máximo Toco 16.000 kg Truck 23.000 kg Carreta 2 eixos 33.000 kg Carreta Baú 41.500 kg Carreta 3 eixos 41.500 kg Carreta Cavalo Trucado 45.000 kg Carreta Cavalo Trucado Baú 45.000 kg Figura 4.7 – Peso máximo por tipo de caminhão Fonte: Guia de Logística. Disponível em: < http://www.guiadelogistica.com.br/medidas.htm> . Acesso em: 03 nov. 2006. É importante ressaltar que o que causa a deterioração das rodovias não é o peso bruto total e sim o peso por eixo e que as Seguradoras não cobrem acidentes de caminhões que tenham excesso de peso. Seção 2 – Transportadoras No transporte rodoviário, para que as cargas transportadas internacionalmente possam circular entre os países, são necessários dois elementos: 1 – Acordo assinado entre os países interessados no transporte internacional de cargas; 2 – Habilitação da empresa transportadora autorizada a operar no transporte rodoviário internacional. 138 logistica_internacional.indb 138 18/6/2007 09:23:13 Logística Internacional Você sabia? O decreto Nº 99.704, (20/11/90) dispõe sobre a execução no Brasil do Acordo sobre Transporte Internacional Terrestre, entre o Brasil, a Argentina, a Bolívia, o Chile, o Paraguai, o Peru e o Uruguai. Para que as transportadoras nacionais possam fazer o transporte de carga entre os países, deverão primeiramente estar autorizadas pela Agência Nacional de Transportes Terrestres – ANTT, segundo Resolução 1.474 de 31/05/06. A esta autorização deu-se o nome de Licença Originária (também conhecida no mercado como Permission). Para que a transportadora possa obter a Licença Originária (que tem validade de 10 anos) será necessário comprovar (Resolução 1.474 de 31/05/06, Art. 4º.): I - ser constituída nos termos da legislação brasileira; II - ser proprietária de uma frota que tenha capacidade de transporte dinâmica total mínima de 80 (oitenta) toneladas, a qual poderá ser composta por equipamentos do tipo trator com semi-reboque, caminhões com reboque ou veículos do tipo caminhão simples; e, III - possuir infra-estrutura composta de escritório e meios de comunicação adequados. Devido às exigências legais são poucas as empresas de transporte que obtém a Licença Originária. Por isso, antes de fazer suas cotações de frete rodoviário certifique-se que a transportadora escolhida está apta a fazer este tipo de transporte. É possível consultar as empresas habilitadas diretamente da página da ANTT. Para isso acesse: https://appweb.antt.gov.br/ scff/conCadastro.asp Unidade 4 logistica_internacional.indb 139 139 18/6/2007 09:23:14 Universidade do Sul de Santa Catarina Figura 4.8 – Consulta cadastro empresas brasileiras Fonte: Agência Nacional de Transportes Terrestres. Disponível em: <https://appweb.antt.gov.br/scff/ conCadastro.asp > . Acesso em: 03 nov. 2006. Diferentemente dos transportes marítimo e aéreo, no transporte rodoviário não é comum a negociação do frete internacional ser realizado por agentes de carga e sim diretamente com a transportadora. Também não é utilizada a emissão de conhecimentos de embarque “master” (carga consolidada) sendo emitido um conhecimento único a cada exportador. O conhecimento de transporte rodoviário também conhecido por RWB (Road Way Bill) ou CRT (Conhecimento de Transporte Internacional por Rodovia) é emitido em três vias originais e geralmente mais oito cópias, contendo principalmente: nome e endereço do remetente; nome e endereço do destinatário, consignatário e notificado; local de emissão; 140 logistica_internacional.indb 140 18/6/2007 09:23:15 Logística Internacional local de entrega; descrição da mercadoria transportada; peso bruto e volume total da carga; valor da mercadoria; valor do frete; número do conhecimento, no formato: AA.XXXX.Y Y Y Y Y AA = corresponde ao país de partida da operação de transporte XXXX = certificado de idoneidade outorgado pela autoridade de transporte YYYYY = número seqüencial da empresa transportadora, em ordem crescente. data do conhecimento de embarque. Você sabia? O “Documento de Idoneidade ou Licença Originária” é a autorização para realizar transporte internacional terrestre, outorgada pelo país com jurisdição sobre a empresa que preencha os requisitos estipulados no Acordo Sobre Transporte Internacional Terrestre - ATIT, nos acordos internacionais de transporte rodoviário de cargas, e na legislação brasileira. Fonte: Agência Nacional de Transportes Terrestres – Resolução Nr. 21 (28/03/02).Disponível em: <http:// www.antt.gov.br/resolucoes/00100/resolucao021_ 2003.htm>. Acesso em 11 nov. 2006. Procure identificar estes elementos no exemplo abaixo: Unidade 4 logistica_internacional.indb 141 141 18/6/2007 09:23:17 Universidade do Sul de Santa Catarina Figura 4.9 – Conhecimento de embarque rodoviário Fonte: Da Vinci Comércio Exterior 142 logistica_internacional.indb 142 18/6/2007 09:23:18 Logística Internacional As vias originais do CRT terão a seguinte destinação impressa no rodapé do formulário: A) primeiro original – destinado ao remetente; B) segundo original - acompanha a mercadoria; C) terceiro original – destinado ao transportador; Além do conhecimento de embarque, no transporte rodoviário para os países integrantes do Mercosul, será emitido também o Manifesto Internacional de Carga Rodoviária (MIC/DTA) em cumprimento à exigência legal, Instrução Normativa DPRF Nº 56 de 23/08/91. O MIC/DTA é um formulário que combina o Manifesto de Carga com o Trânsito Aduaneiro, com ele o desembaraço aduaneiro é agilizado sem a necessidade de vistoria de carga em fronteira, mas apenas a conferência do lacre com o qual o veículo deve efetuar todo o percurso previsto. Permite também que o desembaraço aduaneiro e o pagamento de impostos de importação ocorram no destino final e não no local de cruzamento da fronteira. Veja abaixo o MIC/DTA para o conhecimento de embarque acima. Unidade 4 logistica_internacional.indb 143 143 18/6/2007 09:23:19 Universidade do Sul de Santa Catarina Figura 4.10 – Conhecimento de embarque rodoviário Fonte: Da Vinci Comércio Exterior 144 logistica_internacional.indb 144 18/6/2007 09:23:19 Logística Internacional Seção 3 – Frete Internacional e Mantra Na cotação do frete internacional rodoviário os elementos que irão compor o valor do frete estão relacionados principalmente ao peso, volume e valor da carga (para efeitos de seguro). Você já sabe que o valor do frete dependerá do peso ou volume da carga, o que for maior. Para que se possa fazer uma cotação de frete rodoviário, é necessário informar à transportadora, essencialmente: local de coleta; local de destino; valor da carga; incoterm (condição de venda) negociado; peso bruto; quantidade de volumes; volume ou dimensões da carga. Note o seguinte exemplo de cotação de frete enviado pela transportadora, para carga consolidada. Origem: Blumenau – SC Destino: Assunção – Paraguai Valor do frete: USD 225,00 / ton / m³ Percebe-se que o frete será cobrado por tonelada transportada ou por volume (m³), o que for maior. Com isso, cabe a pergunta: qual será o valor do frete se a carga tem as seguintes características? Quantidade de caixas: 30 cx Peso bruto de cada caixa: 45 Kg Dimensões de cada caixa: 50 x 50 x 50 cm Teremos a seguinte operação: Unidade 4 logistica_internacional.indb 145 145 18/6/2007 09:23:20 Universidade do Sul de Santa Catarina Frete considerando-se o peso Frete considerando-se o volume Peso bruto total = 30 cx. x 45 kg Peso bruto total = 1.350,00 kg = 1,35 ton Frete = 225,00 x 1,35 = USD 303,75 Volume unitário = 0,5 x 0,5 x 0,5 = 0,125 m³ Volume total = 30 x 0,125 = 3,75 m³ Frete = 225,00 x 3,75 = USD 843,75 E a partir disso conclui-se que o frete a pagar será de USD 843,75. Da mesma forma que nas vias de transporte marítima e aérea, a carga transportada por via rodoviária deverá ser identificada pelo depositário da mercadoria sob controle aduaneiro junto ao Siscomex, por intermédio do Sistema Integrado de Gerência do Manifesto, do Trânsito e do Armazenamento – MANTRA. A esta identificação deu-se o nome de Número de Identificação de Carga – NIC e tem a seguinte configuração no transporte rodoviário: Ano Código ISO Nr. Certificado Nr. Conhecimento Onde: Ano – 4 dígitos, com o ano de emissão do conhecimento de embarque; Código Iso – código alfabético ISO com 2 dígitos, conforme IN SNT/DpRF 58/91. Correspondente ao país de partida da operação de transporte internacional. Nr. Certificado – 5 dígitos, código com o nº do certificado de idoneidade outorgado pela autoridade de transporte. Nr. Conhecimento – 5 dígitos, número do conhecimento de embarque. – Com estes dados, qual será o NIC para o conhecimento de transporte rodoviário da seção anterior? Tente montar o NIC com auxilio da tabela a seguir (não vale espiar a resposta...). 146 logistica_internacional.indb 146 18/6/2007 09:23:20 Logística Internacional Ano Código ISO Nr. Certificado Nr. Conhecimento Conseguiu? Verifique: Ano Código ISO Nr. Certificado Nr. Conhecimento 2006 AR 01451 03583 Se não conseguiu, veja passo a passo: Ano – 4 dígitos com o ano da data do embarque, nesse caso: 2006; Código Iso: 2 dígitos com o país de partida da carga, nesse caso: AR (Argentina); Nr. certificado: 5 dígitos, com nº do certificado de idoneidade da empresa, nesse caso o número da empresa tem somente 4 dígitos (1451) com isso completa-se com um zero à esquerda, ou seja: 01451; Nr. do conhecimento: 5 dígitos, ou seja: 03583. Mas onde utilizar o NIC rodoviário? A identificação de carga será indispensável no momento de liberação da carga importada junto à Receita Federal por meio da Declaração de Importação no Siscomex. Conheça abaixo a tela da Declaração de Importação onde o NIC é utilizado: Unidade 4 logistica_internacional.indb 147 147 18/6/2007 09:23:20 Universidade do Sul de Santa Catarina Figura 4.11 – Declaração de Importação - Transporte Fonte: Siscomex Importação Seção 4 – Custos e procedimentos na importação No transporte rodoviário não é comum a atuação de agentes de carga na logística, sendo este papel desempenhado diretamente pela transportadora ou suas filiais e representantes. Por isso, contrariamente aos embarques realizados pelas vias marítima ou aérea, não há despesas a serem pagas com agentes de carga, nem tampouco há despesas a pagar com a liberação do conhecimento de carga (CRT). Assim como nos portos, os custos em fronteira com armazenagem e movimentação da carga variam dentro do território nacional, havendo variações significativas nos valores 148 logistica_internacional.indb 148 18/6/2007 09:23:20 Logística Internacional cobrados pelos portos secos. Como os procedimentos de liberação em fronteira são muito ágeis é comum a cobrança da armazenagem e demais despesas serem realizadas por períodos de horas ao invés de dias, como no transporte marítimo e aéreo. Veja a tabela abaixo aplicada pela Eadi Sul em Uruguaiana – RS. EADI Sul Portos Secos de Jaguarão, Sant’Ana do Livramento e Uruguaiana. Contrato de Concessão 01/2003 - Homologação Tarifária SRRF 10 (16/11/2004) . 1 - Armazenagem de Mercadorias – Importação 0,134% do valor CIF da mercadoria (período de 10 dias ou fração) 2 - Movimentação de Mercadorias – Importação Mercadoria Paletizada – R$ 6,11 por m3 Mercadoria Não-Paletizada – R$ 9,17 por m3 Mercadoria Conteinerizada – R$ 9,17 por m3 Veículos com até 10t de capacidade – R$ 2,75 Veículos com capacidade entre 10t e 25t – R$ 4,89 Veículos com capacidade maior que 25t – R$ 10,50 3 - Estadias – Importação 4 - Pesagem Importação- R$ 9,19 por veículo. Condições gerais Tarifa de armazenagem sofrerá acréscimo de 100% após o 1º período (10 dias); Serão considerados, a título de faturamento, os maiores valores auferidos nas tarifas de armazenagem e movimentações, respectivamente % sobre CIF e, m3 ou toneladas; Estadia será cobrada em períodos de 6 horas; Está autorizada contratualmente, a cobrança em dobro das tarifas de armazenagem, movimentação, estadia e pesagem, quando se tratar de mercadorias tóxicas, Unidade 4 logistica_internacional.indb 149 149 18/6/2007 09:23:21 Universidade do Sul de Santa Catarina odorantes, inflamáveis, corrosivas e outras consideradas perigosas ou nocivas à saúde pela legislação pertinente, bem como, produtos frágeis e de difícil manipulação. Quanto deverá pagar à Eadi Sul, o importador que realizar um processo de importação via rodoviária com as seguintes características: Valor CIF da carga: R$ 17.500,00 Peso da carga: 25,5 ton Volume da carga: 4 m³ Embalagem: caixas de papelão (não paletizada) Data de chegada na Eadi: 23/10/2006, horário 11:57 Data de saída da Eadi: 31/10/2006, horário 13:58 1 – Armazenagem Armazenagem = 0,134 % x valor CIF Armazenagem = R$ 23,45 2 – Movimentação Movimentação = R$ 9,17 (carga não paletizada) x metragem cúbica da carga Movimentação = 9,17 x 4,0 Movimentação = R$ 36,68 Importante observar que conforme as condições gerais da Eadi Sul será cobrado somente o valor maior entre a armazenagem e movimentação. Nesse exemplo será cobrado somente o valor da movimentação. 150 logistica_internacional.indb 150 18/6/2007 09:23:21 Logística Internacional 3 – Estadias Para se calcular o valor da estadia, primeiramente deve-se obter a quantidade de período de 6 horas que a carga ficou armazenada, visto que a tabela da Eadi Sul (Condições Gerais) estabelece o período de cobrança a cada 6 horas. Para facilitar calcule primeiro a quantidade de dias completos que a carga ficou armazenada e depois acrescente os períodos restantes. Entrada: 23/10/2006 às 11:57h Se a saída ocorre-se no dia 31/10/2006 às 11:57h, ter-seia um total exato de 8 dias; Como a carga saiu no dia 31/10/2006 às 13:58h, entre 11:57h e 13:58h iniciou-se um novo período de 6 horas; Com isso o período total foi de: Período (dias completos) = 8 dias x (4 períodos de 6 horas) = 32 Período (adicional) = 1 Período Total = 33 A estadia cobrada será: Estadia = 33 x R$ 10,50 (veículo de capacidade maior de 25 ton) Estadia = R$ 346,50 4 – Pesagem Cobrada por caminhão = R$ 9,19 por pesagem Pesagem = R$ 9,19 Com isso, o total a ser pago será de R$ 392,37, veja a nota de prestação de serviços da Eadi Sul, para o exemplo acima. Unidade 4 logistica_internacional.indb 151 151 18/6/2007 09:23:21 Universidade do Sul de Santa Catarina Figura 4.12 – Nota fiscal prestação de serviços – Eadi Sul Fonte: Da Vinci Comércio Exterior Você sabia? O tempo para liberação das cargas importadas via terrestre pela Receita Federal é o mais ágil de todos os meios de transporte. Em Uruguaiana a liberação da carga parametrizada no canal verde leva em torno de 30 min; no canal amarelo em até 8 horas e no canal vermelho em torno de 2 dias. Como mencionado, as tarifas entre os portos secos são variáveis, veja outro exemplo do Banrisul Armazéns Gerais SA situado na cidade de Canoas – RS. Períodos de 10 dias a) Armazenagem: 0,08% sobre CIF 152 logistica_internacional.indb 152 18/6/2007 09:23:21 Logística Internacional b) Movimentação para carga e descarga (cobrado na entrada e na saída) Tipo Valor Avulsa (não paletizada) R$ 2,21 por tonelada Paletizada R$ 1,66 por tonelada Conteineirizada R$ 2,21 por tonelada c) Pesagem: R$ 10,00 Acesse a página do Banrisul Armazéns Gerais (http://www. bagergs.com.br)e calcule quais os custos que o importador terá com armazenagem e demais despesas, utilizando os dados do exemplo anterior. Siga o link: Tarifas > Importação Comum DAP (Depósito Alfandegado Público) > Simulador de cálculos. O resultado encontrado deve ser de R$ 136,71. Veja: Figura 4.13 – Tarifas - Porto Seco Fonte: Banrisul Armazéns Gerais - Canoas. Disponível em: <http://www.bagergs.com.br> . Acesso em: 15 nov. 2006. Unidade 4 logistica_internacional.indb 153 153 18/6/2007 09:23:22 Universidade do Sul de Santa Catarina Como os procedimentos de liberação da carga são muito rápidos (em comparação com os demais meios de transporte) é importante que todos os documentos estejam em conformidade com a legislação e de preferência nas mãos dos representantes da empresa nos pontos de fronteira, antes da chegada do caminhão. Ao chegar na fronteira, na maioria dos casos, a carga fica sobre o caminhão aguardando a liberação da mesma pela Receita Federal. Se, contudo houver problemas com a documentação ou a parametrização cair no canal vermelho a carga é descarregada nos armazéns alfandegados e aguardará a liberação. Esta medida é essencial, pois evitará que o caminhão fique parado aguardando a liberação, o que acarreta custos adicionais ao importador, especialmente nos valores de diárias cobradas pelas transportadoras. Você sabia? As transportadoras não podem deixar os caminhões parados, pois é sua principal “ferramenta” de trabalho. Caminhão parado deixa de gerar renda e este prejuízo é repassado ao importador, que pode variar em média de R$ 100,00 a R$ 200,00 por dia. Para haver a desova do caminhão é necessário entrar com pedido (requerimento) junto ao porto seco, anexando cópia do conhecimento de embarque, fatura comercial e packing list (romaneio). Seria lógico pensar que os procedimentos a serem tomados para a liberação da carga fossem padronizados em todo o território nacional, visto que se trata de procedimentos junto à Receita Federalo . Infelizmente o que se observa na prática é que o FEDERAL tem entendimentos MUNICIPAIS. Em Uruguaiana, fronteira da Argentina com Brasil os procedimentos a serem seguidos são: Canal verde: apresenta-se para a Receita Federal: 2 vias da Declaração de Importação e guia do pagamento do ICMS. Para o porto seco: Conhecimento de embarque (CRT), MIC/DTA e Nota Fiscal; 154 logistica_internacional.indb 154 18/6/2007 09:23:23 Logística Internacional No amarelo e vermelho apresenta-se à RF os documentos originais (CRT, MIC/DTA, Fatura Comercial, Certificado de Origem (se houver) e Packing List). Seção 5 – Custos e procedimentos na exportação Também nas exportações serão cobradas despesas de armazenagem e taxas de movimentação da carga nos pontos de fronteira. Veja a tabela da Eadi Sul em Uruguaiana – RS. EADI Sul Portos Secos de Jaguarão, Sant’Ana do Livramento e Uruguaiana. Contrato de Concessão 01/2003 - Homologação Tarifária SRRF 10 (16/11/2004). 1 - Armazenagem de Mercadorias – Exportação 2 - Movimentação de Mercadorias- Exportação 3 - Estadias – Exportação 4- Pesagem 0,404% do valor FOB da mercadoria, período de 30 dias ou fração; R$ 9,32 por m3 ou fração; R$ 18,65 por m2 ou fração. Mercadoria Paletizada – R$ 6,09 por m3 ou R$ 2,02 por t. Mercadoria Não-Paletizada – R$ 9,14 por m3 ou R$ 3,04 por t Mercadoria Conteinerizada – R$ 9,14 por m3 ou R$ 3,04 por t. Veículos com até 10t de capacidade – R$ 2,74 Veículos com capacidade entre 10t e 25t – R$ 4,88 Veículos com capacidade maior que 25t – R$ 10,47 Exportação- R$ 9,16 por veículo. Condições gerais Tarifas de armazenagem sofrerão acréscimo de 100% após o 1º período (30 dias); Serão considerados, a título de faturamento, os maiores valores auferidos nas tarifas de armazenagem e movimentações, respectivamente % sobre CIF ou m2 e, m3 ou toneladas; Unidade 4 logistica_internacional.indb 155 155 18/6/2007 09:23:23 Universidade do Sul de Santa Catarina As tarifas de movimentações sofrerão acréscimo de 100% no caso de operações realizadas fora do horário comercial, que é das 08:00 às 20:00 horas de 2ª a 6ª feira e, das 08:00 às 14:00 horas aos sábados; Estadia será cobrada em períodos de 6 horas; Está autorizada contratualmente, a cobrança em dobro das tarifas de armazenagem, movimentação, estadia e pesagem, quando se tratar de mercadorias tóxicas, odorantes, inflamáveis, corrosivas e outras consideradas perigosas ou nocivas à saúde pela legislação pertinente, bem como produtos frágeis e de difícil manipulação. No transporte rodoviário, o conhecimento de embarque é preenchido pela transportadora segundo orientações do exportador. Para tanto é necessário informar à transportadora os detalhes quanto aos dados do importador, exportador, detalhes da carga, responsabilidade pelo pagamento do frete, etc. Para que estas informações sejam transmitidas à transportadora com menor grau de erro é recomendável enviar o documento conhecido como Ordem de Embarque. Na ordem de embarque o exportador poderá mencionar todos os detalhes da carga, origem, destino, etc. Veja um exemplo de ordem de embarque: 156 logistica_internacional.indb 156 18/6/2007 09:23:23 Logística Internacional Figura 4.14 – Ordem de embarque Fonte: Da Vinci Comércio Exterior Unidade 4 logistica_internacional.indb 157 157 18/6/2007 09:23:23 Universidade do Sul de Santa Catarina Das condições de venda (Incoterms), no transporte rodoviário se verá com muita freqüência a utilização dos incoterms EXW, FCA e DAF. Nos primeiros fica a cargo do importador indicar qual transportadora fará o transporte internacional, embora seja muito comum o importador solicitar ao exportador que realize a cotação de frete com empresas conhecidas do exportador. Já na condição de venda DAF, o exportador está responsável pela chegada da mercadoria no ponto de fronteira estabelecido nas negociações. Ao chegar à fronteira a carga deverá ser liberada (desembaraçada) junto à Receita Federal para poder seguir viagem ao exterior. Nesse caso será necessário entregar à RF: MIC/DTA, CRT, Fatura Comercial e Nota Fiscal, Registro de Exportação e Declaração de Despacho de Exportação. Pode -se então resumir os procedimentos de exportação por via rodoviária com os seguintes elementos: 158 logistica_internacional.indb 158 18/6/2007 09:23:24 Logística Internacional Síntese Nesta unidade você conheceu os principais tipos de caminhões utilizados no transporte rodoviário, bem como a legislação vigente que regulamenta a circulação destes veículos nas rodovias nacionais e internacionais. Pôde entender que a culpa da situação precária de nossas estradas não é somente dos governantes, mas também de empresas que não respeitam os limites máximos de peso (por eixo) transportado. Verificou como proceder para se obter cotações de frete e quais elementos irão compor o frete internacional. Compreendeu também que existe um controle informatizado da carga importada, por intermédio do sistema Mantra Rodoviário que possibilita às transportadoras e aos órgãos gestores do Siscomex o controle total sobre as cargas entrantes no País. Pôde também analisar o Conhecimento de Embarque Rodoviário (CRT) e compreender os procedimentos a serem seguidos pelos exportadores e importadores quando da liberação da carga junto à Receita Federal. Verificou também a necessidade de liberar a carga de importação ou exportação o mais rapidamente possível, evitando pagamentos adicionais relativos aos custos de armazenagem, movimentação e pesagem. Unidade 4 logistica_internacional.indb 159 159 18/6/2007 09:23:24 Universidade do Sul de Santa Catarina Atividades de auto-avaliação 1) Sempre que receber uma cotação de frete internacional rodoviário é importante ter certeza que a empresa está habilitada para prestar este serviço. Consulte 5 empresas habilitadas ao transporte internacional no estado do RS. 2) Qual será o valor do frete internacional rodoviário se a carga tem as seguintes características abaixo e a cotação de frete é de USD 240,00 / ton / m³ . Quantidade de caixas: 60 cx Peso bruto de cada caixa: 50 Kg Dimensões de cada caixa: 20 x 30 x 50 cm Frete considerando-se o peso Frete considerando-se o volume 160 logistica_internacional.indb 160 18/6/2007 09:23:25 Logística Internacional 3) Qual o Número de Identificação de Carga (NIC) se o conhecimento de embarque tem o seguinte número: UR.963214589; emitido em 15/11/2006. Ano Código ISO Nr. Certificado Nr. Conhecimento 4) Pesquise na internet pelo menos 5 vantagens do transporte rodoviário internacional sobre os demais meios de transporte. Unidade 4 logistica_internacional.indb 161 161 18/6/2007 09:23:25 Universidade do Sul de Santa Catarina Saiba mais Para complementar o estudo desta unidade, acesse os seguintes sites: Agência Nacional de Transportes Terrestres <http://www.antt.gov.br > Acesso em: 01 dez. 2006 Código de Trânsito Brasileiro - Lei nº 9.503, 23.9.1997 <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9503.htm> Acesso em: 01 dez. 2006 Decreto Nº 99.704, (20.11.90)- Dispõe sobre a execução no Brasil do Acordo sobre Transporte Internacional Terrestre, entre o Brasil, a Argentina, a Bolívia, o Chile, o Paraguai, o Peru e o Uruguai. <http://www.antt.gov.br/legislacao/internacional/ Dec99704-90-AcordoTIT.pdf> Acesso em: 01 dez. 2006. Limite de peso para veículos que transitem por vias terrestres <http://www.antt.gov.br/legislacao/internacional/ ResCONTRAN12-98.pdf> Acesso em: 01 dez. 2006. 162 logistica_internacional.indb 162 18/6/2007 09:23:25 UNIDADE 5 Outros elementos importantes da logística 5 Objetivos de aprendizagem Conhecer os detalhes, vantagens e custos de se estabelecer um ponto de distribuição (estoque) no mercado exterior, atingindo pequenas e médias empresas. Verificar a legislação internacional e nacional vigente sobre as exigências quanto à exportação de produtos embalados em caixas (ou suportes) que utilizem madeira e como proceder para se obter os certificados internacionais exigidos pelos países que colocaram em prática esta legislação. Conhecer o novo sistema de controle de carga a ser implementado no Siscomex, conhecido como Siscarga. Identificar qual a relação da parametrização nos processos de importação e exportação com os procedimentos logísticos a serem observados pelas empresas que atuam no comércio internacional. Seções de estudo Seção 1 Centros de distribuição. Seção 2 Embalagens de madeira – NIMF 15. Seção 3 Siscarga. Seção 4 Parametrizações. logistica_internacional.indb 163 18/6/2007 09:23:25 Universidade do Sul de Santa Catarina Para início de estudo A logística internacional não se resume somente às questões relacionadas ao transporte, questões estratégicas de armazenagem e pontos de distribuição, bem como aspectos relativos às embalagens utilizadas, também são integrantes desta matéria. A possibilidade de estabelecer um centro de distribuição no exterior era restrita às grandes empresas que tinham possibilidade de investimento com estrutura e divulgação dos seus produtos no mercado exterior, firmando parcerias com distribuidores e também realizando vendas às pequenas empresas no varejo. Com intuito de “abrir estas portas” às pequenas e médias empresas exportadoras nacionais, a Agência de Promoção de Exportações e Investimentos – APEX está criando Centros de Distribuição em mercados potencialmente favoráveis às empresas nacionais. Nesta unidade, você verá os detalhes de como as empresas podem se estabelecer no exterior com baixo investimento. Além da busca de mercado, aprimoramento da qualidade dos produtos, redução de custos, importadores e exportadores deverão estar atentos também às embalagens utilizadas no transporte internacional. Lembre-se que o Sistema de Comércio Exterior Brasileiro Siscomex é um dos sistemas mais desenvolvidos no mundo para o controle e fiscalização do comércio internacional. Em uma de suas funções a parametrização determinará quais procedimentos logísticos deverão ser tomados pelas empresas envolvidas nas exportações e importações. Este sistema está em constante evolução e num futuro breve será integrada uma nova função para o controle das cargas importadas e exportadas pela via marítima. Esta é a última unidade desta disciplina, siga em frente e bons estudos! 164 logistica_internacional.indb 164 18/6/2007 09:23:26 Logística Internacional Seção 1 - Centros de distribuição Você pôde verificar nas unidades anteriores que os processos de compra e venda no mercado internacional envolvem uma série de custos aos importadores e exportadores. Este fator leva as empresas a buscarem concretizar negociações com quantidades ou valores os mais elevados possíveis, buscando “diluir” os custos fi xos no montante comprado. Por outro lado, esta linha de ação acaba também dificultando as vendas no comércio exterior, pois o universo de empresas que compram os produtos que necessitam (em grande volume) é principalmente restrito às grandes corporações ou a distribuidores. Mas como viabilizar então, negociações em pequenas quantidades ou valores? A solução para esta questão está sendo desenvolvida pela APEXBrasil na criação dos Centros de Distribuição - CD. – Mas você sabe o que é a APEX-Brasil? A Agência de Promoção de Exportações e Investimentos - APEX-Brasil é um Serviço Social Autônomo, que visa promover a exportação de bens e serviços e a imagem do Brasil no exterior. Através de parcerias com o poder público e organizações privadas, busca inserir novas empresas exportadoras no mercado internacional, ampliando e diversificando mercados para os produtos brasileiros. Unidade 5 logistica_internacional.indb 165 165 18/6/2007 09:23:26 Universidade do Sul de Santa Catarina Criada em novembro de 1997 por Decreto Presidencial, a APEX funcionou como uma Gerência Especial do Sebrae Nacional até 6 de fevereiro de 2003. Nesta data, passou a ser denominada APEX-Brasil, constituindo-se em um Serviço Social Autônomo ligado ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Dessa forma, a Agência ganhou autonomia, passando a desempenhar, no Governo Federal, a função de coordenar e executar a política de promoção do país. O seu principal objetivo é o de inserir mais empresas no mercado internacional e diversificar a pauta dos produtos exportados, aumentar o volume vendido e abrir novos mercados, além de consolidar os atuais. Com essa estratégia, está sendo possível gerar mais renda e empregos diretos nas empresas nacionais. Ao implementar a política de promoção comercial das exportações, a APEX-Brasil atende não só à complexidade da economia brasileira, mas também ao alto grau de sofisticação da comercialização de bens e serviços nos mercados globalizados. Isso está sendo feito, entre outras iniciativas, por meio da preparação das empresas para exportar. Adequar os produtos brasileiros ao mercado internacional e realizar ações de marketing no exterior é fundamental para divulgar e consolidar a Marca Brasil. Fonte: http://www.apexbrasil.com.br/. Acesso em: 20 nov. 2006. Um dos projetos mais recentes da APEX são os Centros de Distribuição que buscam reduzir a distância entre os exportadores brasileiros e os clientes no exterior. Localizados atualmente em Dubai, Frankfurt, Lisboa, Miami e Varsóvia, colocam a disposição das empresas brasileiras estruturas como estoque, showroom e escritórios. Nestes projetos a APEX cria a infra-estrutura no país estrategicamente escolhido e loca os espaços às empresas brasileiras previamente aprovadas segundo critérios da APEX. 166 logistica_internacional.indb 166 18/6/2007 09:23:26 Logística Internacional As empresas poderão permanecer nas instalações dos Centros de Distribuição por um período de 12 a 18 meses, tempo suficiente para que estas adquiram experiência para se estabelecerem no mercado. No entanto, existem algumas dificuldades dos exportadores brasileiros com possíveis soluções e oportunidades que os Centros de Distribuição podem proporcionar, observe a seguir: Principais dificuldades identificar empresas com capacidade de compra em grande volume, visando diluir os custos de exportação (despesas portuárias, frete internacional, etc); demonstrar os produtos aos clientes em potencial; exigência dos distribuidores quanto à exclusividade do mercado; vendas em pequenos volumes ou valores; custos elevados para manter uma estrutura própria de distribuição no país-alvo; tempo de entrega dos produtos, pois cada vez mais as empresas compradoras dão preferência a compras menores e entregas mais rápidas, visando diminuir também o custo de estoque; identificar rapidamente as tendências do mercado comprador e adaptar os produtos para atender tal necessidade; custos elevados para manter-se em contato direto com os clientes; custos com intermediários ou agentes de venda; incerteza quanto à viabilidade de criar uma estrutura própria no mercado-alvo; dificuldade ao acesso de informações legais relacionadas a exigências quanto às características do produto e formas de comercialização no mercado exterior; Unidade 5 logistica_internacional.indb 167 167 18/6/2007 09:23:26 Universidade do Sul de Santa Catarina acompanhamento da qualidade do produto (em que condições) que chega ao cliente; comprovação de eventuais defeitos no produto ao chegar ao cliente e como prestar assistência técnica. Oportunidades com o uso dos centros de distribuição as empresas podem manter um estoque no mercado-alvo e realizar vendas em pequenas quantidades ou valores; convidar os clientes no exterior a visitar os produtos no showroom ou até mesmo no estoque do CD; liberdade para negociar com clientes concorrentes entre si no mercado-alvo; custos reduzidos na estrutura de distribuição no mercado-alvo; atendimento e entrega imediata dos produtos aos clientes; com a empresa instalada no exterior, facilmente se obtém informações sobre as tendências e necessidades do mercado, possibilitando ações rápidas e garantido a satisfação e, conseqüentemente maior fidelização do cliente; contato direto com o cliente, embora a tecnologia tenha aproximado e facilitado muito os contatos entre as empresas, ainda o “olho no olho” facilita muito as negociações; as negociações podem ser realizadas diretamente com clientes, eliminando-se atravessadores; após a experiência no CD, a empresa terá elementos que possibilitarão avaliar a viabilidade de criar estrutura própria no exterior; acesso facilitado às informações legais e de mercado para adequação dos produtos exportados; 168 logistica_internacional.indb 168 18/6/2007 09:23:26 Logística Internacional com o material depositado nos CDs, as empresas nacionais podem acompanhar em que condições os mesmos chegam no estoque (após o manuseio da carga nos portos e transporte internacional) e em que condições chegarão para o cliente; no caso do cliente identificar possíveis falhas no produto, a comprovação destes é facilmente confirmada, além de poder prestar serviços de assistência técnica e treinamento (se for o caso). Atualmente a Apex disponibiliza a seguinte estrutura nos países em que atua: Dubai 556 m² de espaço de armazenagem; apoio operacional para viabilizar o recebimento, armazenamento e despacho de mercadorias; liberação da mercadoria no porto; escritórios com telefone, fax e Internet; suporte na seleção e contratação de serviços (advogados, contadores, freight forwarders); apoio para a organização de eventos promocionais nas dependências do CD; apoio para a formulação e execução de ações de penetração no mercado, com suporte da área de Inteligência Comercial da APEX-Brasil, entre outros pontos. Frankfurt 1.500 m² de espaço de armazenagem; escritórios e salas de reunião; showroom de produtos; apoio operacional no recebimento, armazenamento e despacho de mercadorias; liberação da mercadoria no porto; Unidade 5 logistica_internacional.indb 169 169 18/6/2007 09:23:26 Universidade do Sul de Santa Catarina suporte na seleção e contratação de serviços (advogados, contadores, freight forwarders); utilização dos escritórios da APEX-Brasil mediante agendamento prévio; apoio na organização de eventos no CD; apoio da área de Inteligência Comercial da APEX-Brasil. Figura 5.1 – Instalações do CD em Frankfurt Fonte: Apex- Brasil. Disponível em: <http://www.apexbrasil.com.br> Lisboa 2.000 m² de espaço de armazenagem; escritórios e salas de reunião; showroom de produtos; proximidade ao aeroporto (15 minutos). 170 logistica_internacional.indb 170 18/6/2007 09:23:27 Logística Internacional Miami 1000 m² de depósito em área alfandegada, de alta segurança, na Miami Free Zone (Zona Franca de Miami); área de escritórios; salas de reunião para encontros com compradores; showroom de produtos brasileiros; apoio operacional da APEX-USA Inc. para viabilizar o recebimento, armazenamento e despacho de mercadorias; liberação da mercadoria no porto (quando a mercadoria segue para o CD não internada); utilização dos escritórios da APEX-Brasil mediante agendamento prévio, incluindo eventuais despesas com telefone, fax e Internet; suporte na seleção e contratação de serviços em Miami (advogados, contadores, freight forwarders); apoio para organização de eventos promocionais nas dependências da Miami Free Zone; apoio para a formulação e execução de ações de penetração no mercado americano, com apoio da área de Inteligência Comercial da APEX-Brasil. Varsóvia 900 m² de espaço de armazenagem; escritórios e salas de reunião; showroom de produtos; apoio operacional no recebimento, armazenamento e despacho de mercadorias; liberação da mercadoria no porto; suporte na seleção e contratação de serviços (advogados, contadores, freight forwarders); Unidade 5 logistica_internacional.indb 171 171 18/6/2007 09:23:29 Universidade do Sul de Santa Catarina utilização dos escritórios da APEX-Brasil mediante agendamento prévio; apoio na organização de eventos no CD; apoio da área de Inteligência Comercial da APEX-Brasil. Você sabia? Para participação em cada Centro de Distribuição, é necessário o pagamento de Taxa de Adesão no valor médio de € 350,00 além de valor mensal que depende de cada local onde está instalado o CD, na Europa o valor médio é de € 650,00. A mensalidade garante ao participante: apoio operacional no recebimento, armazenamento e despacho de mercadorias; suporte na seleção e contratação de prestadores de serviço (advogados, contadores, freight forwarders); apoio para organização de eventos promocionais nas dependências do CD; apoio para a formulação e execução de ações de penetração no mercado; seguro da mercadoria nas instalações do CD; utilização de escritórios de apoio no Centro de Distribuição; utilização de telefone, fax, internet, computadores e serviço de secretaria. Quanto à armazenagem, os custos serão proporcionais ao espaço contratado. Foram estabelecidos três modelos à escolha do exportador, de acordo com as especificações de cada setor produtivo, respeitando assim a peculiaridade de cada produto armazenado. Os modelos são: 172 logistica_internacional.indb 172 18/6/2007 09:23:29 Logística Internacional a) armazenagem cobrada por peso: custos fi xados em € 0,06 (na Europa) por quilograma; b) por palete: € 20.00 por palete, com as seguintes dimensões: 1,00m de largura, 1,20m de comprimento e 1,80 de altura; c) por volume: € 8,00 por metro cúbico. A apuração do valor a pagar referente à armazenagem se dará cumulativamente: a) na entrada da mercadoria; b) na saída da mercadoria; c) a cada mês que a mercadoria estiver no armazém. Caso a mercadoria seja armazenada num período menor que um mês, o custo será proporcional aos dias utilizados. Considerando que a carga tenha 1.000 Kg, ficou armazenada no Centro de Distribuição por 30 dias e se a empresa contratou armazenagem pelo peso, terá os seguintes custos de armazenagem: a) na entrada: € 60,00 b) na saída: € 60,00 c) no período de 1 mês: € 60,00 Total a pagar: € 180,00 Conheça mais detalhes dos Centros de Distribuição através do endereço eletrônico da Apex-Brasil. Acesse: <http://www. apexbrasil.com.br>. Unidade 5 logistica_internacional.indb 173 173 18/6/2007 09:23:30 Universidade do Sul de Santa Catarina Seção 2 – Embalagens de madeira – NIMF 15 Como você verificou, grande parte da carga transportada mundialmente é pela via marítima e esta por sua vez, tem seu maior volume por meio do transporte de contêineres. Para facilitar o carregamento (ovação) e descarregamento (desova) das cargas nos contêineres utiliza-se mais comumente paletes de madeira. Figura 5.2 – Paletes de madeira Fonte: JPS Pallets. Disponível em: <http://www.pallets.oi.com.br> Acesso em: 20 nov. 2006 Com a utilização dos paletes de madeira e com o aumento das trocas internacionais, um novo problema surgiu. Juntamente com a madeira utilizada nos paletes, embalagens e suportes, estavam sendo transportados insetos e parasitas de um país para outro, afetando o meio ambiente, que muitas vezes não tem defesa natural contra o inseto “intruso”. 174 logistica_internacional.indb 174 18/6/2007 09:23:30 Logística Internacional Com intuito de sanar este problema, as Nações Unidas através da FAO (Food and Agriculture Organization) órgão responsável pelas questões fitossanitárias internacionais estabeleceu a Norma Internacional de Medidas Fitossanitárias – NIMF 15. Através da NIMF15 os países que internalizaram esta norma deverão cumprir as exigências fitossanitárias nos processos de importação e exportação, quando a carga utilizar madeira como embalagem ou suporte. Um exemplo de infestação por animais em um habitat sem defesas é o caso dos coelhos na Austrália. Levados pelos ingleses, os coelhos não tem inimigos naturais e infestam as lavouras australianas, causando grande prejuízo à economia e ao meio ambiente. Todos os países da Organização Mundial do Comércio – OMC estão cientes e concordaram oficialmente com as regras estabelecidas pela NIMF15, embora nem todos tenham colocado a norma em prática. No Brasil a NIMF15 foi oficialmente aplicada a partir da Instrução Normativa do Ministério da Agricultura Nº 4 de 06/01/04, que posteriormente sofreu alterações. Atualmente a legislação que trata do tema encontra-se na Instrução Normativa Nº 36 de 10/11/06. Esta normativa estabelece na Seção II da IN 36: Fiscalização de embalagens e suportes de madeira 1. Considerações gerais As Embalagens e Suportes de Madeira, nas situações em que vierem apenas acondicionando e protegendo outros materiais, não são classificadas como mercadoria, não têm valor comercial e nem são enquadrados nas NCMs. Apenas nos casos em que a partida seja formada somente por embalagens ou suportes de madeira, constituindo assim uma transação comercial, estas serão tratadas como mercadoria, enquadradas em NCM e tendo que atender os requisitos fitossanitários do país de destino. Unidade 5 logistica_internacional.indb 175 175 18/6/2007 09:23:32 Universidade do Sul de Santa Catarina A Norma Internacional de Medida Fitossanitária - NIMF nº 15, da FAO, estabelece diretrizes para a certificação fitossanitária de embalagens, suportes e material de acomodação confeccionados em madeira não-processada e utilizados no comércio internacional para o acondicionamento de mercadorias de qualquer natureza. Tendo como foco principal as pragas florestais de interesse agrícola e a condição excepcional das embalagens e suportes de madeira que circulam no mercado internacional na sua veiculação e disseminação, a NIMF nº 15 apresenta recomendações e orientações quanto ao estabelecimento de medidas fitossanitárias, com vistas ao manejo do risco dessas pragas. Estão isentas das exigências de Certificação Fitossanitária ou da Certificação de Tratamento, as embalagens, suportes e material de acomodação constituídos de outros materiais que não de madeira (papelões, fibras, plásticos, etc.) e os constituídos na sua totalidade, de madeira industrializada ou processada, a exemplo de compensados, aglomerados de partículas ou de fibras orientadas, contraplacados, folhas, painéis, chapas, pranchas e outras peças de madeira que no processo de fabricação, foram submetidas ao calor, colagem e pressão. Por solicitação do exportador, para fiscalização específica das embalagens ou suportes de madeira, ou quando a Fiscalização Federal Agropecuária for demandada a fiscalizar mercadoria que requeira de certificação oficial e a mesma esteja acondicionada em embalagens ou suportes de madeira, estas deverão ser fiscalizadas para verificação do cumprimento da regulamentação específica em vigor no país destino. 2. Documentação exigida a) Requerimento para Fiscalização em formulário específico; 176 logistica_internacional.indb 176 18/6/2007 09:23:32 Logística Internacional b) Cópia do Conhecimento ou Manifesto de carga; c) Certificado de Tratamento, para ser chancelado ou para emissão do Certificado Fitossanitário, se exigido pelo país importador. Nesse caso, apresentar comprovante de comunicação de tratamento. 3. Procedimentos a) Para os países que internalizaram a NIMF nº 15, da FAO: Unidade 5 logistica_internacional.indb 177 177 18/6/2007 09:23:32 Universidade do Sul de Santa Catarina As exportações brasileiras deverão atender às exigências desses países, mediante a utilização de embalagens e suportes de madeira tratados por empresas credenciadas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e identificadas com a marca da IPPC (International Plant Protection Convention), conforme ilustração a seguir, em que o espaço preenchido pelos caracteres XX - 000 – YY deverá conter, nesta seqüência: (XX) a sigla do país, de acordo com as normas ISO (BR, de Brasil, por exemplo); (000) a codificação (número do credenciamento) da empresa que realizou o tratamento e (YY) o tipo de tratamento a que a embalagem, suporte ou material de acomodação foi submetido: HT (Tratamento Térmico), KD-HT (Tratamento Térmico à base de Secagem em Estufa - Kiln Drying) ou MB (Fumigação com Brometo de Metila). Poderá ser admitida a utilização de embalagens tratadas em outros países, desde que estas não tenham sofrido qualquer alteração ou substituição de peças, estejam devidamente marcadas com a marca internacional e isentas de pragas ou indícios de pragas. Verificação documental; Verificação da marca indicativa do tratamento fitossanitário (IPPC), impressa nas embalagens e suportes de madeira, que acondicionam as mercadorias; Inspeção física das embalagens e suportes de madeira; Constatados problemas na marca da certificação ou detectada a presença ou danos de pragas ou casca nas embalagens e suportes de madeira será determinado no próprio requerimento, o retorno do material para novo tratamento ou substituição das embalagens, com a emissão do Termo de Ocorrência, sendo uma via 178 logistica_internacional.indb 178 18/6/2007 09:23:33 Logística Internacional encaminhada ao setor competente do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento para providências junto à empresa que realizou o tratamento; Para as partidas conformes, o FFA fará o despacho em campo próprio no Requerimento; Em situações de trânsito aduaneiro especial, nos casos em que embalagens e suportes de madeira transitem em território brasileiro e na reexportação pelos pontos de egresso, as embalagens e suportes de madeira identificados com códigos (marcas) de outro país não necessitam passar por novo tratamento, desde que os componentes das embalagens e suportes não sejam substituídos no Brasil e estejam em boas condições fitossanitárias. b) Para os países que não internalizaram a NIMF 15, da FAO: Deverão ser atendidas as exigências específicas da ONPF do país importador. Verificação documental; O exame das embalagens é realizado macroscopicamente no ato da inspeção/fiscalização, observando a existência de sinais que indiquem a presença de insetos vivos; Para as partidas conformes, o FFA fará o despacho em campo próprio no Requerimento e emitirá, se for exigido, o Certificado Fitossanitário ou chancelará o Certificado de Tratamento; Constatado indícios ou a presença de pragas, será emitido o Termo de Ocorrência e determinado o tratamento fitossanitário ou troca da embalagem. Com o aumento gradativo da aplicação desta norma pelos países, importadores e exportadores devem preocupar-se não somente com as questões comerciais, legais e operacionais relativas aos produtos, mas também estarem atentos às embalagens utilizadas pelos mesmos. Unidade 5 logistica_internacional.indb 179 179 18/6/2007 09:23:33 Universidade do Sul de Santa Catarina Na prática os procedimentos que deverão seguir os exportadores são: escolher qual tratamento será utilizado (químico – brometo de metila, ou térmico). Ao optar, o exportador deve estar atento ao tipo de produto que estará em contato com a embalagem, pois para alimentícios, remédios, produto in natura o tratamento químico pode não ser o recomendável; escolher a empresa credenciada pelo Ministério da Agricultura para realizar os trabalhos. Através do endereço eletrônico do Ministério da Agricultura (http:// www.agricultura.gov.br) pode-se verificar quais empresas estão cadastradas. Para pesquisar, siga os seguintes links: Serviços > Credenciamento > Tratamento Fitossanitário e Quarentenário > escolha o Estado; determinar o local onde será realizado o tratamento, que poderá ser nas dependências da empresa credenciada, na empresa exportadora ou ainda dentro da zona primária (ou secundária). Veja no quadro a seguir a atual situação e exigências dos países que já internalizaram (ou estão em fase de internalização) a NIMF 15. 180 logistica_internacional.indb 180 18/6/2007 09:23:33 Logística Internacional Quadro 5.1 – Paises que internalizaram (ou estão de fase de) a NIMF 15 NOTIFICAÇÃO - OMC Requisitos na Importação (Fonte: CFIA) Vigência MB ou HT (1) MARCA INT. OUTROS Sim Sim País Observação 1/1/2005 -Implementação África do Sul 1/3/2005 - Em vigor Argentina 01/06/2005 Sim Sim Austrália 01/09/2004 Sim Sim Bolívia 04/09/2005 (60 Dias após a Sim divulgação). Sim Brasil 06/01/2004 Sim Sim Canadá 1/6/2004 Alterada posteriormente em Sim conformidade com a NAPPO Sim Chile 01/06/2005 Sim China Membro do COSAVE* (segundo acordado no COSAVE, a partir de 15/08/2005 entra em vigor a NIMF 15 nos países integrantes daquele comitê) Sim 01/01/2006 Sim Sim 15/09/2005 Sim Sim O Tratamento HT deverá ser certificado pelo país de origem. Serão aceitos outros tratamentos. O adendo à notificaçao original traz alterações oriundas dos comentários recebidos. A notificação G/SPS/N/BRA/101, de 06/06/2005, apresentou para consulta pública, por meio da Portaria SDA Nº 10, projeto de IN, não publicado ainda, que revogará a IN 4 de 06/01/2004. Membro do COSAVE*. Não De acordo com a NAPPO, México, EUA e Canadá adotarão o mesmo prazo para vigência 16/09/2005. Resolução Nº 133 de 26/01/05. Membro do COSAVE*. Para países com nematóide de pinho, somente HT para embalagens de madeira “softwood”. G/SPS/N/CHN/42/ADD1 de 28/02/2005 anuncia que a implementação dar-se-á a partir de 01/01/2006 Cingapura Colômbia Unidade 5 logistica_internacional.indb 181 Data de vigência alterada pela notificação G/SPS/N/COL/85/ Add.1 de 06/01/2005. 181 18/6/2007 09:23:33 Universidade do Sul de Santa Catarina Coréia do Sul 01/06/2005 Sim Sim Costa Rica A determinar Sim Sim Egito 01/10/2005 Prazo para comentários alterado pela notificação G/SPS/N/CRI/35/ Add.1 Estabelece medidas fitossanitárias relacionadas à NIMF-15 24/01/2005 Equador Para Canadá, EUA, México, EUA, Japão, China, Taiwan Data de vigência alterada pela e Portugal, notificação G/SPS/N/KOR/138/ somente HT para Add.1 de 28/04/2005 embalagens de madeira mole “softwood” . Sim Sim 30/09/2005 Estabelece as medidas fitossanitárias na importação e trânsito internacional de embalagem de madeira e uso da marca internacional. EUA 16/09/2005 De acordo com a NAPPO, México, EUA e Canadá adotarão o mesmo prazo para vigência 16/09/2005. A Notificação com ADD.1 fixa o prazo de vigência. Filipinas 1/6/2005 De forma completa Sim Sim, somente após 01/06/2005 Guatemala 26/01/2005 Sim Sim 01/11/2004 Sim Sim http://agricoop.nic.in Sim De acordo com a NAPPO, México, EUA e Canadá adotarão o mesmo prazo para vigência 16/09/2005. No México referência a NOM144-SEMARNAT-2004, Notificada com medida de urgência, o que foi revisto. Hong Kong Índia Indonésia Islândia Israel Jamaica Japão Malásia México 16/09/2005 Sim Nigéria 182 logistica_internacional.indb 182 18/6/2007 09:23:33 Logística Internacional Nova Zelândia 16/04/2003 Sim Sim Panamá 17/02/2005 Sim Sim Paraguai 15/08/2005 Peru 01/03/2005 01/09/2005 Suiça 01/03/2005 Taiwan A determinar Turquia Membro do COSAVE* Sim Sim Sim Sim Descascado Não é clara a adoção da NIMF-15 (Site: www.baphiq.gov.tw) 01/01/2006 A data da implementação na notificação era 01/01/2005, mas no site consta 01/01/2006, alterado em 30/12/2004. 01/03/2006 Prorrogação da data de entrada em vigor das medidas para embalagem de madeira e debarking/descortezado. Implementação da NIMF 15 a partir de 01/03/2005. Novos requerimentos para importação de embalagens de madeira e “dunnage”. A UE decidiu adiar o prazo do requerimento para “debarking” por 01 ano, até março de 2006.Informa quanto aos novos requerimentos para importação pela União Européia de embalagens de madeira e “dunnage” a partir de 01/03/2005. A UE enfatiza que o sistema adotado não utiliza papel, a conformidade deve ser atestada em todos os casos (fumigação ou tratamento térmico) somente pela marca na madeira.10. Como medida de transição, “dunnage” feita de madeira descascada livre de peste será aceita até 31/12/2007. União Européia Unidade 5 logistica_internacional.indb 183 Aceita outros tratamentos mas requer certificados especifícos. 183 18/6/2007 09:23:34 Universidade do Sul de Santa Catarina Uruguai 15/08/2005 Venezuela 02/05/2005 Informa que segundo acordado no COSAVE, a partir de 15/08/2005 entra em vigor a NIMF 15 nos países integrantes daquele comitê. O site da DGSA informa que se encontra em vias de aprovação e implementação a norma nacional que regulará o ingresso de embalagens no país. Membro do COSAVE. Vietnã Fonte: Ministério da Agricultura. Disponível em: <http://www.agricultura.gov.br. Seção 3 – Siscarga A Receita Federal está em fase de implantação de um novo sistema eletrônico de fiscalização de mercadorias importadas pela via marítima, o Siscomex Carga ou Siscarga, nos portos brasileiros. O programa fará a identificação on-line das mercadorias ainda a bordo das embarcações, antes mesmo que elas cheguem ao porto de destino, agilizando os despachos aduaneiros. O Siscomex Carga, desenvolvido pelo Serpro - Serviço Federal de Processamento de Dados, propiciará a padronização dos procedimentos aduaneiros do órgão no sistema portuário nacional e integrará o sistema mercante, utilizado pelo DFMM -Departamento do Fundo de Marinha Mercante para a liberação de cargas importadas e o recolhimento do ARFMM - Adicional ao Frete para Renovação da Marinha Mercante. Com a implantação do sistema, espera-se que o tempo de desembaraço seja reduzido drasticamente, dos atuais “dias” para “horas”. Exceto em caso de suspeita sobre a regularidade da carga ou no caso de parametrização no canal vermelho. 184 logistica_internacional.indb 184 18/6/2007 09:23:34 Logística Internacional Observe a seguir os depoimentos sobre a implantação deste sistema: Conforme o superintendente regional da SRF Secretaria da Receita Federal em São Paulo, Edmundo Rondinelli Spolzino, o Siscarga permitirá que as aduanas tenham “controle total sobre as cargas antes que elas desembarquem nos portos”, ampliando a fiscalização tributária. “A Receita terá a documentação antecipada de tudo que estiver manifestado em um navio com destino a um certo porto do Brasil, até 48 horas antes, para acelerar os despachos e a verificação da carga no Brasil. É um processo de gerenciamento de risco”, avaliou. A amplitude de alcance do Siscarga é a principal ferramenta para o combate de irregularidades na movimentação de cargas, disse Spolzino. Segundo ele, o programa permitirá o acompanhamento das mercadorias porta-a-porta. “Vai ser um controle da carga desde o porto de origem até o cliente final. Todo o processo do produto será seguido. Depois que for liberada do porto, a mercadoria será rastreada para saber se a entrega será feita ao mesmo cliente”, detalhou. De acordo com o inspetor da Alfândega do Porto de Santos, José Guilherme Antunes de Vasconcelos, este acompanhamento das mercadorias em terra, após a liberação aduaneira, possibilitará uma maior segurança para todos os agentes envolvidos na operação. “Ganha o armador, que terá segurança sobre o que estará embarcado. E quanto ao importador, ele também vai ganhar porque começa o despacho com a mercadoria em bordo, antes dela chegar ao Brasil. O transportador não vai esperar tanto tempo para levar o produto. O armazenador também. A última etapa do sistema será a conclusão do frete”, argumentou. O Siscarga também terá a responsabilidade de coibir práticas irregulares na movimentação portuária de cargas. “Não adianta o fraudador fugir de Santos para Paranaguá (PR) porque o sistema estará atrapalhando a ação dele. O Siscomex Carga será de alcance nacional. Em Santos ou em qualquer porto, vai haver esse controle”, garantiu o inspetor. Fonte: Serpo. Disponível em: < http://www.serpro.gov.br/ noticiasSERPRO/20060810_03> Unidade 5 logistica_internacional.indb 185 185 18/6/2007 09:23:34 Universidade do Sul de Santa Catarina Abrangência do Siscarga: cargas a serem desembarcadas em Portos Brasileiros; cargas a serem transbordadas em Portos Brasileiros com destino final para um Porto Estrangeiro; cargas de passagem pelo Brasil a bordo de um navio que escalar portos brasileiros, que tiverem origem e destino em Portos do Exterior; cargas a serem embarcadas em Portos Brasileiros. Para que o sistema funcione a contento será exigido dos exportadores que: entreguem o Draft do BL com antecedência de 72 horas da chegada do navio; utilizem somente uma Declaração de Despacho de Exportação – DDE, por BL; informem no BL o número do CNPJ; informem no BL o volume (m³) das mercadorias; mencionem no BL todas as NCMs das mercadorias exportadas. Aos importadores será exigido que: informem no BL o número do CNPJ; informem no BL o volume (m³) das mercadorias; mencionem no BL todas as NCM´s das mercadorias exportadas. 186 logistica_internacional.indb 186 18/6/2007 09:23:34 Logística Internacional Seção 4 – Parametrização e logística Os procedimentos que importadores e exportadores deverão adotar para a retirada da carga do recinto alfandegado, dependerão do canal de parametrização da Declaração de Importação (DI) ou Declaração de Despacho de Exportação (DDE). Depois de registrada a DI ou DDE, é possível pelo próprio siscomex, identificar qual canal de parametrização foi determinado pelo sistema e tomar as medidas cabíveis para que a carga possa sair do recinto alfandegado com destino à empresa (importação) ou com destino ao exterior (exportação). No Art. 21 da Instrução Normativa SRF nº 680, de 2 de outubro de 2006, estabelece os quatro possíveis canais de parametrização: I - verde, pelo qual o sistema registrará o desembaraço automático da mercadoria, dispensados o exame documental e a verificação da mercadoria; II - amarelo, pelo qual será realizado o exame documental, e, não sendo constatada irregularidade, efetuado o desembaraço aduaneiro, dispensada a verificação da mercadoria; III - vermelho, a mercadoria somente será desembaraçada após a realização do exame documental e a verificação da mercadoria; IV - cinza, pelo qual será realizado o exame documental, a verificação da mercadoria e a aplicação de procedimento especial de controle aduaneiro, para verificar elementos indiciários de fraude, inclusive no que se refere ao preço declarado da mercadoria, conforme estabelecido em norma específica. No caso da importação, através do “Acompanhamento do Despacho” que é um dos programas integrantes do siscomex, é possível o importador verificar qual canal de parametrização foi determinado pelo sistema. Observe a seguir, a tela do siscomex com esta informação. Unidade 5 logistica_internacional.indb 187 187 18/6/2007 09:23:34 Universidade do Sul de Santa Catarina Figura 5.3 – Acompanhamento do Despacho - Siscomex Fonte: Da Vinci Comércio Exterior Ltda. Os critérios utilizados pelo sistema para estabelecer qual canal de parametrização será determinado a cada processo, está descrito no parágrafo 1º. do Art. 21 da IN 680 que estabelece: § 1o A seleção de que trata este artigo será efetuada por intermédio do Siscomex, com base em análise fiscal que levará em consideração, entre outros, os seguintes elementos: I - regularidade fiscal do importador; II - habitualidade do importador; III - natureza, volume ou valor da importação; IV - valor dos impostos incidentes ou que incidiriam na importação; 188 logistica_internacional.indb 188 18/6/2007 09:23:34 Logística Internacional V - origem, procedência e destinação da mercadoria; VI - tratamento tributário; VII - características da mercadoria; VIII - capacidade operacional e econômico-financeira do importador; e IX - ocorrências verificadas em outras operações realizadas pelo importador. – Você deve estar se perguntando, qual a relação entre a parametrização e a logística não é mesmo? A partir da parametrização, importadores e exportadores tomarão medidas intimamente relacionadas à logística do transporte para a movimentação da carga. No canal verde, como a carga está liberada automaticamente pela Receita Federal, deverá a empresa providenciar a retirada da carga do recinto alfandegado. Nesse caso, (como mencionado anteriormente, poderá haver procedimentos diferentes a serem adotados em cada zona primária ou secundária) a empresa importadora ou exportadora deverá providenciar os pagamentos de armazenagem e demais despesas junto ao depositário da carga e retirar a mercadoria, sem apresentação de qualquer documento para a Receita Federal. No canal amarelo, a empresa importadora ou exportadora deverá apresentar a documentação para análise da Receita Federal e aguardar que a mesma libere a mercadoria. O tempo para análise varia para cada zona primária ou secundária, em média algumas horas em pontos de fronteira e alguns dias em portos e aeroportos. Somente após a confirmação da liberação da carga, deverá o importador ou exportador acionar a empresa de transporte para que proceda com a movimentação da carga. No canal vermelho, além da análise documental, a fiscalização irá realizar a inspeção física da carga, para tanto será necessário que o representante da empresa esteja presente durante a verificação. Unidade 5 logistica_internacional.indb 189 189 18/6/2007 09:23:35 Universidade do Sul de Santa Catarina A inspeção física poderá ser realizada por amostragem, como determina a Instrução Normativa SRF Nº 205 (25/09/02) ou a critério da fiscalização, em toda a carga. A possibilidade do canal vermelho deve ser analisada com muito critério pelas empresas, especialmente no que diz respeito à embalagem utilizada no transporte da carga, pois a mesma deve estar preparada para ser totalmente aberta e posteriormente fechada, sem prejudicar o produto até a entrega no destino final. Os prazos para inspeção e liberação da carga, no canal vermelho, levam em média alguns dias nos pontos de fronteira e aeroportos e chegam a levar algumas semanas nos portos. No canal cinza, além dos mesmos procedimentos do canal vermelho, a empresa deverá comprovar que o valor declarado é o valor de mercado da mercadoria. É essencial que as empresas tenham em seu plano de logística a clara noção dos prazos envolvidos na liberação da carga, que como visto estão relacionados ao canal de parametrização. Maior ainda deverá ser a atenção das empresas exportadoras que negociaram a venda por meio de carta de crédito, pois não raras vezes perde-se a data de embarque estipulada pela carta de crédito em decorrência de atrasos na liberação alfandegária (no caso de canal que não seja o verde). Você sabia? A grande maioria dos desembaraços aduaneiros no Brasil são processados por intremédio do canal verde, pois a Receita Federal vem gradativamente ampliando e agilizando a liberação na zona primária e se concentrando na fiscalização das empresas na zona secundária. Dentro das empresas conseguese fiscalizar um universo muito maior de processos, que podem ser auditados pela RF num prazo de até 5 anos. Para tanto as empresas deverão manter os processos de importação e exportação em “boa ordem e guarda” como estabelece o Art. 70 da Lei Nº 10.833 de 2003. 190 logistica_internacional.indb 190 18/6/2007 09:23:35 Logística Internacional Sendo assim, você pôde compreender que a logística internacional envolve uma série de elementos que visam viabilizar os processos de troca internacional. Você verificou também que a logística é mais abrangente do que somente questões relativas ao frete internacional e procedimentos portuários. Lembre-se que a cada dia surgem novas normas e procedimentos que somente o profissional que se mantém atualizado poderá com sucesso desempenhar seu papel. Unidade 5 logistica_internacional.indb 191 191 18/6/2007 09:23:36 Universidade do Sul de Santa Catarina Síntese Nesta unidade, você conheceu os detalhes do projeto da Apex para a criação de centros de distribuição pelo mundo e quais as vantagens e possibilidades que estes podem proporcionar às empresas brasileiras, facilitando a internacionalização destas e por conseqüência, trazendo mais uma fonte para o desenvolvimento das exportações brasileiras. Com isso, você pôde compreender a necessidade da criação e implementação de uma legislação que trate dos procedimentos a serem seguidos nas trocas internacionais que utilizem embalagens de madeira, protegendo a economia, fauna e flora de cada país. Verificou também, como devem proceder exportadores e importadores para que as embalagens dos produtos possam circular livremente no mercado internacional após o cumprimento das exigências estabelecidas pela NIMF 15. Você pôde observar ainda que o Siscomex, que já é um dos sistemas mais avançados no controle das importações e exportações, continua sendo ampliado com outros sistemas de controle, atualmente relacionado às cargas que entram ou deixam o país pela via marítima. Quando em total funcionamento, o Siscarga deverá reduzir o tempo de desembaraço aduaneiro, diminuindo consideravelmente os custos operacionais e de armazenagem das cargas nos portos e aeroportos nacionais. Para finalizar, você pôde compreender também a função dos canais de parametrização do Siscomex e qual a relação destes com a logística e custos dentro das zonas primárias ou secundárias. 192 logistica_internacional.indb 192 18/6/2007 09:23:36 Logística Internacional Atividades de auto-avaliação 1) Além dos custos com taxa de adesão e mensalidade, os exportadores brasileiros devem arcar ainda com custos de armazenagem nos Centros de Distribuição. Considerando os dados da unidade 1 e que a carga tem 25 T e 40 m³, qual tipo de contrato de armazenagem será mais vantajoso ao exportador? 2) A Apex vem buscando fontes para promoção e abertura do mercado internacional para as empresas brasileiras, onde um dos projetos mais recentes são os Centros de Distribuição. Pesquise no endereço eletrônico da Apex outras formas de divulgação ou auxilio às empresas nacionais. Unidade 5 logistica_internacional.indb 193 193 18/6/2007 09:23:36 Universidade do Sul de Santa Catarina 3) Identifique 3 empresas no seu Estado, credenciadas pelo Ministério da Agricultura a realizar os tratamentos na madeira utilizada como embalagem da carga exportada. 4) Considerando que o canal de parametrização de uma declaração de importação foi verde, é possível a Receita Federal multar a empresa importadora se em uma auditoria do processo dentro da empresa, 2 anos após a retirada da carga, for encontrado alguma irregularidade? 194 logistica_internacional.indb 194 18/6/2007 09:23:36 Logística Internacional Saiba mais Para complementar o seu estudo acesse os sites: Apex – Brasil: http://www.apexbrasil.com.br Food And Agriculture Organization Of The United Nations: http://www.fao.org Instrução Normativa SRF nº 680 - Disciplina o despacho aduaneiro de importação: http://www.receita.fazenda.gov.br/ Legislacao/ins/2006/in6802006.htm Unidade 5 logistica_internacional.indb 195 195 18/6/2007 09:23:36 logistica_internacional.indb 196 18/6/2007 09:23:36 Para concluir o estudo Primeiramente, a você caro estudante, que conseguiu empenhar-se no estudo destas unidades, meus parabéns! Você adquiriu os conhecimentos essenciais para a viabilização dos processos relacionados à logística internacional, bem como conheceu a atual infra-estrutura brasileira de portos, aeroportos e rodovias. Somente com o entendimento da real infra-estrutura nacional, poderemos exigir dos governantes, ações concretas para o desenvolvimento social e econômico do Brasil, bem como minimizar os custos inerentes aos processos de exportação e importação. Você pôde compreender as características dos principais meios de transporte e quais os custos e procedimentos envolvidos em cada um deles. Verificou também, que o planejamento e aplicação de estratégias de logística são essenciais para a redução de custos e viabilização das trocas internacionais. Aliado as outras disciplinas do curso, você já pôde perceber que os processos de importação e exportação exigem planejamentos e conhecimentos específicos apurados, pois estes funcionam como uma série de engrenagens que se inter-relacionam. Se uma destas engrenagens não funcionar corretamente, todo o processo será prejudicado. É nesse mercado que você irá desempenhar suas funções no Comércio Exterior, e somente os capacitados conseguirão sucesso pleno, tanto financeiramente como pessoalmente. Por isso, invista sempre naquilo no conhecimento, pois ele é um bem que você nunca perderá. Sucesso a todos nesta jornada! logistica_internacional.indb 197 18/6/2007 09:23:36 logistica_internacional.indb 198 18/6/2007 09:23:37 Referências APEX BRASIL. Disponível em <http://www.apexbrasil.com.br/>. Acesso em: 20 nov. 2006. AGÊNCIA NACIONAL DE TRANSPORTES AQUAVIÁRIOS. Disponível em: <http://www.antaq.gov.br>. Acesso em 14 set. 2006. AGÊNCIA NACIONAL DE TRANSPORTES TERRESTRES. Disponível em: <http://www.antt.gov.br>. Acesso em 11 nov. 2006. ASSOCIAÇÃO LATINO-AMERICANA DE INTEGRAÇÃO. Aladi. Disponível em: <http://www.aladi.org>. Acesso em 14 ago. 2006. BANRISUL ARMAZÉNS GERAIS. Disponível em: <http://www. bagergs.com.br/>. Acesso em 15 nov. 2006. CENTRAL DO EXPORTADOR. Apoio ao exportador. Disponível em: <http://www.centraldoexportador.com.br>. Acesso em 18 out. 2006. COMPAÑÍA SUDAMERICANA DE VAPORES (CSAV). Disponível em: < http://www.csav.com> . Acesso em: 07 out. 2006 CONFEDERAÇÃO NACIONAL DE TRANSPORTE. Disponível em: <http://www.cnt.org.br>. Acesso: 08 set. 2006 DA VINCI COMÉRCIO EXTERIOR. Disponível em: < http://www. davincibrasil.com.br>. Acesso em: 30 ago. 2006. DE PAULA, Paulo Ricardo Guimarães. Comércio Exterior. Disponível em: <http://www.despacho.com.br/paulo>. Acesso em 19 set. 2006. EMBRAER. Disponível em: <http://www.embraer.com.br> . Acesso em: 29 out. 2006. FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION OF THE UNITED NATIONS. Disponível em: <http://www.fao.org> . Acesso em: 17 out. 2006. INFRAERO AEROPORTOS BRASILEIROS. Disponível em: <http:// www.infraero.gov.br>. Acesso em: 08 set. 2006. INTERNATIONAL AIR TRANSPORT ASSOCIATION. Disponível em: <http://www.iata.org>. Acesso em: 15 nov. 2006. logistica_internacional.indb 199 18/6/2007 09:23:37 MERCEDES-BENZ. Disponível em: < http://www.mercedes-benz.com.br > . Acesso em: 03 nov. 2006. MINISTÉRIO DA AGRICULTURA. Disponível em: <http://www.agricultura. gov.br>. Acesso em: 06 nov. 2006. MINISTÉRIO DAS RELAÇÕES EXTERIORES. BrazilTradeNet. Disponível em: <http://www.braziltradenet.gov.br>. Acesso em: 22 ago. 2006. MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR. Aliceweb. Disponível em: <http://aliceweb.desenvolvimento.gov.br >. Acesso em: 30 out. 2006. MINISTÉRIO DOS TRANSPORTES. Disponível em: <http://www.transportes. gov.br>. Acesso em: 25 ago. 2006. Organização Marítima Internacional – IMO. Disponível em: <http://www. imo.org>. Acesso em: 20 ago. 2006. PORTO DE ITAJAÍ. Disponível em: <http://www.portodeitajai.com.br>. Acesso em: 28 ago. 2006 PORTO DE RIO GRANDE. Disponível em: <http://www.portoriogrande. com>. Acesso em: 29 ago. 2006 PORTO DE SANTOS. Disponível em: <http://www.portodesantos.com>. Acesso em: 27 ago. 2006 PORTO DE SINGAPURA. Disponível em: <http://www. singaporemaritimeportal.com/>. Acesso em: 29 ago. 2006 PORTO DE VITÓRIA. Disponível em: <http://www.portodevitoria.com.br>. Acesso em: 28 ago. 2006 PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL. Disponível em: <https://www.presidencia.gov.br>. Acesso em: 30 ago. 2006. SECRETARIA DA RECEITA FEDERAL. Disponível em: <http://www.receita. fazenda.gov.br>. Acesso em: 20 nov. 2006. SCANIA NO BRASIL. Disponível em: < http://www.scania.com.br > . Acesso em: 03 nov. 2006. SISCOBRAS. Siscobras - Software para Comércio Exterior. Disponível em: <http://www.siscobras.com.br> . Acesso em: 20 out. 2006. logistica_internacional.indb 200 18/6/2007 09:23:38 Sobre o professor conteudista Paulo Ricardo Guimarães de Paula Graduado em Engenharia Elétrica e Especialista em Engenharia de Segurança do Trabalho ambos pela UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina. Iniciou sua carreira em Comércio Exterior como analista técnico na importação de equipamentos elétricos de grande porte para as Centrais Elétricas no Brasil. Professor das disciplinas de Laboratório de Comércio Exterior (Exportação e Importação) para o curso de Relações Internacionais da UNISUL nos campi de Tubarão e Florianópolis e disciplinas de Laboratório de Comércio Exterior I, II e III do curso de Administração com Habilitação em Comércio Exterior da UNISUL no campus de Imbituba. Também leciona as disciplinas de Análise de Projetos de Exportação, Análise de Projetos de Importação e Tópicos Avançados em Administração de Comércio Exterior para o curso de Administração com Habilitação em Comércio Exterior na faculdade Estácio de Sá, em Florianópolis. Com experiência prática de 15 anos na área, além das atividades docentes é sócio-proprietário da empresa Da Vinci Comércio Exterior, empresa que há 8 anos atua como importadora e exportadora, além de prestar assessoria, consultoria e auditoria às empresas nacionais nos processos de exportação e importação. logistica_internacional.indb 201 18/6/2007 09:23:38 logistica_internacional.indb 202 18/6/2007 09:23:38 Respostas e comentários das atividades de auto-avaliação Unidade 1 1) Marítima – menor custo de transporte, capacidade de transporte de grandes volumes, depende de outras vias de transporte para as operações de carregamento e descarregamento, como a rodoviária e ferroviária. Aérea – rapidez na entrega, custo elevado de transporte, mais indicado para cargas de pequeno volume e peso. Rodoviária – caminhões têm acesso a locais (produtores) remotos, agilidade no carregamento e descarregamento, as malhas rodoviárias não necessitam de padronização (como as ferrovias) entre os países, facilitando a integração. Ferroviária – capacidade de movimentação de cargas em grande quantidade, investimentos no transporte internacional, necessitam de ações tomadas em conjunto entre os países (mesma bitola de trilhos), custos de transporte e poluição muito menores que o rodoviário pois uma locomotiva “puxa” dezenas de vagões. 2) Para realizar esta pesquisa acesse as seguintes páginas: http://www.portodesantos.com http://www.portoitajai.com.br http://www.portosdoparana.com.br logistica_internacional.indb 203 18/6/2007 09:23:38 Universidade do Sul de Santa Catarina 3) Embora todas mereçam atenção, as vias rodoviária e portuária se destacam. O Brasil vem se destacando mundialmente como grande produtor e exportador de produtos da área agrícola e pecuária. Com isso, os investimentos na malha rodoviária são essenciais para o escoamento da produção, diminuindo as perdas, disponibilizando os produtos em tempo hábil e reduzindo custos com o transporte. Como a grande maioria das operações no comércio exterior é realizada através da via marítima, inclusive em associação com o transporte rodoviário, os investimentos no setor portuário são emergenciais, sob pena de em poucos anos haver um total colapso das operações de importação e exportação. Unidade 2 1) Embora os dois tipos de contêineres possam carregar a mesma capacidade em peso, o volume do contêiner de 40´é o dobro do de 20’. Com isso, o uso mais viável do contêiner de 20’ está em cargas de pequeno volume e grande peso, já os de 40’ são mais indicados para cargas de grande volume e pequeno peso. 2) Com estes dimensões o contêiner mais recomendado é do tipo Open Top. Peças de grande comprimento são de difícil carregamento pela porta do contêiner, pois seria necessária uma empilhadeira especial para poder erguer a carga e entrar no contêiner. Nesse caso, o carregamento por cima é muito mais fácil. Embora o contêiner do tipo Flat Rack também possa ser utilizado, sempre é preferível utilizar nesse caso o Open Top, pois a proteção da carga durante a viagem é muito maior. 3) Considerando-se o volume total da carga como 12 m³ (3*2*2), tem-se: Total pelo peso (USD) Total pelo volume (USD) ISPS 20,00 48,00 Frete 340,00 816,00 Bunker 95,20 228,48 B/L 50,00 50,00 Capatazia 60,00 144,00 Total 565,20 1.286,48 204 logistica_internacional.indb 204 18/6/2007 09:23:38 Logística Internacional Nesse caso, como o valor pelo volume da carga é maior que o valor pelo peso, sua empresa pagará de frete e demais despesas o total de USD 1.286,48. O Afrmm será calculado então da seguinte forma (sobre o frete all in): Afrmm = 25% * (ISPS + frete + bunker + capatazia) Afrmm = 25%* (48,00 + 816,00 + 228,48 + 144,00) Afrmm = USD 309,12 4) Através do link (http://www.receita.fazenda.gov.br/Publico/Aduana/ Siscomex/PresencaCargaCompleto.zip), identificam-se facilmente os respectivos códigos. Armadores: CSAV CIA. SUD AMERICANA VAPORES - 1145 MAERSK SEALAND - 1818 NEDLLOYD LINES-LINJNEN BV - 3519 Navios: CLIPPER CONWAY - 9169823 EMMA OLDENDORFF - 8300925 ROSA TUCANO - 8315205 Porto de origem: HAMBURG HAM HONG KONG HKG VALPARAISO VAP Porto de destino: SUAPE SUA SEPETIBA SPB VITORIA VIX 205 logistica_internacional.indb 205 18/6/2007 09:23:38 Universidade do Sul de Santa Catarina Unidade 3 1) Aeroporto de embarque: Miami Moeda do frete: USD Aeroporto de destino: Florianópolis Quantidade de volumes: 02 Peso bruto da carga: 326 Kg Peso taxável: 382 Kg Tarifa de frete: USD 2,50 / Kg Valor total do frete: USD 1.489,50 Data de embarque: 03 de outubro de 2006 2) Frete (peso da carga) Frete (peso taxável) Frete = 200 x 4,0 = USD 800,00 Peso taxável = 200 x 120 x 100 / 6.000 = 400,00 Frete = 400 x 4,0 = USD 1.600,00 Conclui-se então que o valor do frete a pagar será de USD 1.600,00. 3) data de embarque: 27/10/2006 Aeroporto de embarque e destino: New York / Florianópolis Nr. do Awb: 020 1211 0770 Nr. do Hawb: 042 2546 2587 Quantidade de volumes: 03 Valor e moeda do frete internacional: USD 590,00 Termo de entrada: 01001156-0 Tipo de embalagem: BAÚ DE METAL Tipo de avaria: 206 logistica_internacional.indb 206 18/6/2007 09:23:39 Logística Internacional D VAZAMENTO F RASGADO G REFITADO J MOLHADO 4) USD Armazenagem (3% do CIP) Capatazia (600 x 0,015) 600,00 9,00 Ataero (Arm. + Cap) x 50% 304,50 Total 913,50 Unidade 4 1) Através da página < https://appweb.antt.gov.br/scff/conCadastro.asp >, se obtém o seguinte resultado (acesso em: 15 nov. 2006): AÇÃO LOGÍSTICA S/A. – Canoas – RS AD SUMUS TRANSPORTE E COMÉRCIO LTDA – Canoas – RS ADEMIR LINDEMANN – Bagé – RS ALBANO G. OLIVEIRA FILHO – Rio Grande – RS ALECRIM TRANSPORTES E LOGÍSTICA LTDA – Uruguaiana - RS 2) Frete considerando-se o peso Frete considerando-se o volume Peso bruto total = 60 cx. x 50 kg Peso bruto total = 3.00,00 kg = 3,0 ton Frete = 240,00 x 3,0 = USD 720,00 Volume unitário = 0,2 x 0,3 x 0,5 = 0,03 m³ Volume total = 60 x 0,03 = 1,80 m³ Frete = 240,00 x 1,80 = USD 432,00 Como o valor do frete considerando-se o peso é maior que o equivalente em volume, o frete a pagar será de USD 720,00. 207 logistica_internacional.indb 207 18/6/2007 09:23:39 Universidade do Sul de Santa Catarina 3) Ano Código ISO Nr. Certificado Nr. Conhecimento 2006 UR 09632 14589 4) Flexibilidade do serviço Grande cobertura geográfica Manuseio de pequenos lotes Competitivo para distâncias curtas e médias Adaptabilidade elevada Baixo investimento para o operador Serviço ponto a ponto Manuseamento mais fácil Menores custos de embalagem Fonte: <http://www.pmelink.pt/pmelink_public/EC/0,1655,1005_50523_41104--View_429,00.html> Unidade 5 1) Por peso Por volume Armazenagem = € 0,06 / Kg Peso total: 25 T = 25.000 Kg Armazenagem = 0,06 x 25.000 Armazenagem = € 1.500,00 Armazenagem = € 8,00 / m³ Volume total = 40 m³ Armazenagem = 8,00 x 40 Armazenagem = € 320,00 Nesse caso, a contratação de armazenagem pelo volume representa uma economia de aproximadamente 79%. 3) No endereço eletrônico da Apex, é possível verificar os eventos internacionais que auxiliam as empresas nacionais na abertura de mercado. Entre eles pode-se citar: 208 logistica_internacional.indb 208 18/6/2007 09:23:39 Logística Internacional Feiras Internacionais: eventos periódicos, setoriais ou multissetoriais, que visam levar empresas a expor e comercializar produtos e serviços em espaço apropriado, em que se pode realizar outras atividades promocionais em paralelo. Missões Comerciais: atividades de prospecção e desenvolvimento e realização de negócios, por meio do encontro de empresas brasileiras exportadoras com potenciais importadores. Compreendem visitas técnicas, rodadas de negócios, seminários em mercados cujo potencial de exportação foi anteriormente analisado pela Agência. Eventos Especiais: organizados em parceira com instituições sediadas no Brasil ou no exterior, esta atividade visa promover a imagem do país e a geração de oportunidades de negócios, abrangendo as seguintes ações: desfiles, degustações, shows, seminários, exposições de produtos e outras que valorizem a cultura brasileira. Fonte: Apex-Brasil. Disponível em: <http://www.apexbrasil.com.br/ interna.aspx?id=24> . Acesso em: 25 nov. 2006 3) No endereço <http://www.agricultura.gov.br> , seguindo os links - Serviços > Credenciamento > Tratamento Fitossanitário e Quarentenário > SC, se obtém: TRIUMPH FUMIGAÇÕES E INSP AGRÍCOLAS LTDA G PORT SERVIÇOS EM COMÉRCIO EXTERIOR LTDA RICO DESINSETIZADORA TÉCNICA LTDA 4) Sim, é passível de multa. O prazo decadencial estabelecido na legislação brasileira é de 5 anos após o fato gerador. Nesse caso, se encontrada alguma irregularidade no processo de importação, a declaração de importação deverá ser retificada e o importador arcar com as multas devidas. 209 logistica_internacional.indb 209 18/6/2007 09:23:39 logistica_internacional.indb 210 18/6/2007 09:23:39 logistica_internacional.indb 211 18/6/2007 09:23:39 logistica_internacional.indb 212 18/6/2007 09:23:39