VALADARES, S.N.S.; QUEIROZ, L.P.; CARDOSO, D.B.O.S.; PERALTA, E.D.; LUCCHESE, A.M. Comparação da atividade antioxidante, teor de fenólicos e flavonoides de caule e folhas de Vatairea macrocarpa (Benth.) Ducke.. In: II Simpósio da Rede de Recursos Genéticos Vegetais do Nordeste, 2015, Fortaleza. Anais do II Simpósio da RGV Nordeste. Fortaleza, Embrapa Agroindústria Tropical, 2015 (R 40). Comparação da atividade antioxidante, teor de fenólicos e flavonoides de caule e folhas de Vatairea macrocarpa (Benth.) Ducke. Sammya Nayara Silva Valadares1;Luciano Paganucci de Queiroz2, Domingos Benício Oliveira Silva Cardoso2, Edna Dória Peralta3; Angélica Maria Lucchese4 1 Mestranda em Recursos Genéticos Vegetais pela Universidade Estadual de Feira de Santana da Bahia - UEFS. Avenida Transnordestina, s/n - Novo Horizonte, Feira de Santana - BA, 44036-900. [email protected]; 2 3 Departamento de Ciências Biológicas – Universidade Estadual de Feira de Santana; Departamento de Exatas, 4 Universidade Estadual de Feira de Santana; Profª. Dra./Orientadora DEXA – Universidade Estadual de Feira de Santana. Palavras-chave:Vatairea macrocarpa; flavonoides; atividade antioxidante; caule; folhas. Introdução Vatairea macrocarpa (Benth.) Ducke é uma espécie típica do cerrado, campo cerrado e cerradões do Brasil conhecida popularmente como maleiteira, angelim-do-cerrado e amargoso. A entrecasca dessa espécie é utilizada na medicina popular como antidiabética (BAVILONI et al, 2010; OLIVEIRA et al, 2008), possuindo também atividade leishmanicida, antifúngica (SANTANA, 2013) e anti-inflamatória (ALENCAR et al, 2004). O estudo de espécies da região Nordeste do Brasil tem sido foco de programas de coleta e conservação de recursos genéticos por apresentar diversas espécies pouco estudadas e que vem sendo alvo da devastação antrópica, como é o caso da V. macrocarpa. Considerando o potencial medicinal desta espécie, o presente estudo teve como objetivo comparar o teor de compostos fenólicos e flavonoides e a atividade antioxidante das folhas e do caule dessa espécie. Materiais e Métodos O material vegetal foi coletado em Caetité, Bahia, no dia 27/03/2015 e depositado no Herbário da Universidade Estadual de Feira de Santana (HUEFS). Os extratos metanólicos das folhas e do caule foram preparados por maceração estática em metanol. O conteúdo fenólico foi determinado através do método espectrofotométrico de Folin-Ciocalteau empregando o ácido gálico como padrão, conforme Peres et al (2009). Para a determinação do teor de flavonoides totais foi utilizado a espectrofotometria no UV-VIS, utilizando o cloreto de alumínio (AlCl3), conforme Banov et al (2006), com quercetina como padrão. A atividade antioxidante foi avaliada pelo método de sequestro de radical difenilpicrilhidrazila (DPPH) e utilizou como padrões o ácido ascórbico e o trolox (SOUSA et al, 2007). Todos os procedimentos foram realizados em triplicatas. Resultados e Discussão O teor de fenólicos e flavonoides encontrado nos extratos de caule e folhas estão representados na tabela a seguir (tabela 1), assim como a concentração de extrato necessária para inibir 50% do radical DPPH. Tabela 1: Conteúdo de compostos fenólicos e flavonoides e atividade antioxidante do extrato metanólico de folhas e caule de V. macrocarpa. Extrato Folhas Extrato Caule Fenólicos Totais 211,75 mgEAG/g ± 9,46 301,64 mgEAG/g ± 7,05 Flavonoides Totais 58,13 mgEQ/g ± 1,85 15,76 mgEQ/g ± 0,39 Atividade Antioxidante (CE50) 39,66 µg/mL± 2,62 14,31 µg/mL± 0,26 De acordo com os dados obtidos observou-se que no extrato do caule há uma maior quantidade de compostos fenólicos em relação ao extrato das folhas, porém quanto ao teor de flavonóides as folhas foi que apresentou uma maior quantidade desses compostos (Figura 1). Quanto à avaliação antioxidante o extrato que apresentou uma melhor atividade, ou seja, que melhor conseguiu inibir o radical DPPH, foi o extrato do caule apresentando um valor do CE50= 14,31 µg/mL, próximo ao dos controles utilizados ácido ascórbico (CE50=7,12 ± 0,66 µg/mL) e trolox (CE50= 9,49 ± 0,82 µg/mL). II Simpósio da Rede de Recursos Genéticos Vegetais do Nordeste Fortaleza, 10-13 de novembro de 2015 Valorização e Uso das Plantas da Caatinga Conclusão A espécie apresenta potencial antioxidante com destaque para os extratos do caule, indicando que estudos posteriores devem ser conduzidos para isolamento dos metabólitos ativos, demonstrando assim a importância dos estudos dos recursos genéticos vegetais no fornecimento de informações sobre o potencial terapêutico de espécies ameaçadas pelo homem. Referências ALENCAR, N. M. N. et al. Vatairea macrocarpa lectin induces paw edema with leukocyte infiltration. Protein and Peptide Letters. v. 11, n. 2, p. 195-200, 2004. BANOV, D. et al. Caracterização do extrato seco de Ginkgobiloba L. em formulações de uso tópico. Acta Farm. Bonaerense v. 25, n. 2, p. 219-224, 2006 BAVILONI, P. D. et al. Mechanism of anti-hyperglycemic action of Vatairea macrocarpa (Leguminosae): investigation in peripheral tissues. Journal of Ethnopharmacology. v. 131, p. 135-139, 2010. OLIVEIRA, H. C. Antidiabetic activity of Vatairea Ethnopharmacology. v. 115, p. 515–519, 2008. macrocarpa extract in rats. Journal of PERES, M. T. L. P. et al. Estudos químicos e biológicos de Microgrammavacciniifolia (LANGSD. e FISCH.) COPEL (Polypodiaceae). Quim. Nova v. 32, n.4, p. 897-901, 2009. SANTANA, Dandara Braga. Atividade leishmanicida e antifúngica de extratos de plantas do Cerrado e isolamento do pterocarpano vatacarpina em Vatairea macrocarpa. 2013. 111 f. Dissertação (Mestrado em Ciências da Saúde) – Universidade de Brasília, Brasília, 2013. SOUSA, C. M. M. et al. Fenóis totais e atividade antioxidante de cinco plantas medicinais. Química Nova, v. 30, n. 2, p. 351-355, 2007. II Simpósio da Rede de Recursos Genéticos Vegetais do Nordeste Fortaleza, 10-13 de novembro de 2015