Ministério do Desenvolvimento,
Indústria e Comércio Exterior
ASSESSORIA ECONÔMICA
PAINEL
PRINCIPAIS INDICADORES ECONÔMICOS DA QUINZENA
Número 3 – 1 a 15 de abril de 2008
PRODUÇÃO FÍSICA POR INTENSIDADE TECNOLÓGICA (FEVEREIRO / 2008)
O IBGE divulgou, na segunda semana deste mês, os indicadores referentes à produção industrial em fevereiro. Nesse boletim,
analisamos o crescimento da produção industrial por intensidade tecnológica. Para isso, os setores de atividade foram agregados,
segundo a metodologia proposta pela OCDE, em setores de baixa tecnologia; média-baixa; média-alta e alta tecnologia. A taxa de
crescimento de cada um desses grupos foi
obtida pela média das taxas de crescimento
Crescimento da produção industrial Brasileira por intensidade
dos setores que os compõem, ponderada pela
tecnológica - fevereiro / 2008.
participação percentual de cada setor no seu
Crescimento (%)
respectivo grupo. Para aferir a participação
Grupo de setores
Anualizado 24
Fev-2008 /
Anualizado 12
percentual dos setores em seus grupos,
meses**
Fev-2007
meses*
utilizamos o último indicador disponível sobre Baixa Tecnologia
5,3%
2,3%
4,1%
9,7%
6,3%
8,2%
Média-Baixa
Tecnologia
o valor bruto da produção industrial que é o da
18,6%
13,7%
16,4%
Média-Alta Tecnologia
Pesquisa Industrial Anual de 2005.
6,1%
Alta Tecnologia
4,5%
10,1%
Podemos observar que, nos últimos dois anos,
Fonte:IBGE e metodologia da OCDE. Elaboração: Assessoria Econômica (MDIC).(*) média dos
os grupos de alta e média-alta tecnologia últimos 12 meses em relação aos 12 meses anteriores. (**) média dos últimos doze meses em
foram os que mais cresceram. Os setores relação aos mesmos 12 meses de 2005/06.
classificados como de média-alta tecnologia
cresceram 16,4% nos últimos 2 anos e os setores de alta tecnologia, 10,1%. Esse indicador é interessante pois mostra que a
indústria brasileira não está se especializando em setores relacionados às commodities ou em setores de baixa tecnologia, ao
contrário do que alguns analistas têm argumentado recentemente. Esse crescimento tem sido impulsionado pelo desempenho dos
setores automotivo e de máquinas e equipamentos, no caso do grupo de média-alta tecnologia, e, no caso do grupo de alta
tecnologia, pelos setores de equipamentos de informática e comunicações.
Nos últimos doze meses, o crescimento dos setores de alta tecnologia perdeu força, ao contrário do grupo de média alta
tecnologia. Comparando o mês de fevereiro deste ano com o do ano passado, verifica-se que a indústria de média-alta tecnologia
foi a que apresentou a maior taxa de crescimento: 18,6%. A mesma indústria foi a que também registrou a maior taxa de
crescimento dos últimos 12 meses: 13,7%. A indústria de média-baixa tecnologia registrou aumento de 9,7% na comparação de
fevereiro de 2008 com fevereiro de 2007 e 6,3% em dados anualizados. A indústria de alta tecnologia, na comparação entre os
meses de fevereiro deste ano e do ano passado, cresceu 4,5% e nos últimos 12 meses, 6,1%.
BAIXA TECNOLOGIA: alimentos, bebidas, têxteis, vestuário, couro e calçados, papel e celulose, madeira e móveis.
MÉDIA BAIXA TECNOLOGIA: petróleo e combustíveis, borracha e plástico, minerais não-metálicos, metalurgia
básica, produtos de metal, construção de embarcações. MÉDIA ALTA TECNOLOGIA: produtos químicos (exceto
fármacos); automóveis, máquinas e equipamentos, equipamentos de transporte (exceto aviões), máquinas e materiais
elétricos . ALTA TECNOLOGIA: equipamentos eletrônicos, informática, comunicações, instrumentos ópticos e de
precisão, fármacos e aviões.
PROJEÇÕES PARA PIB E COMÉRCIO MUNDIAIS (ABRIL / 2008)
Alguns dias atrás, o FMI divulgou o World Economic Outlook com
as projeções atualizadas para a evolução do PIB e do comércio
mundial nos próximos anos. O FMI prevê um crescimento do PIB
mundial de 3,7%, em 2008. Essa taxa é menor do que a das duas
últimas publicações, de janeiro deste ano e de outubro de 2007, nas
quais o FMI apontava um crescimento de 4,1% e 4,4%,
respectivamente. Essa expectativa menor de crescimento já
incorpora os efeitos da recessão da economia americana que,
segundo o FMI, deverá crescer 0,5% em 2008. Para 2009, estimase um crescimento de 3,8% da economia mundial.
Projeções para o crescimento do PIB mundial (%)
2007
2008
2009
PIB mundial
4,9
3,7
3,8
Economias avançadas
2,7
1,3
1,3
Estados Unidos
2,2
0,5
0,6
Países emergentes e em
desenvolvimento
7,9
6,7
6,6
China
11,4
9,3
9,5
Brasil
5,4
4,8
3,7
Fonte: FMI.
O PAINEL É UMA PUBLICAÇÃO QUINZENAL DA ASSESSORIA ECONÔMICA DO MDIC
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PAINEL – PRINCIPAIS INDICADORES ECONÔMICOS DA QUINZENA
As previsões para o comércio de bens para 2008 apontam
crescimento de 5,9% em volume e 8,7% em preços. A taxa
de crescimento estimada para comércio no ano, em volume,
é a menor desde 2002 (3,6%) e, em preços, é a maior desde
2004 (9,9%). Para 2009, estima-se crescimento de 6,0% no
volume do comércio de bens e 1,0% nos preços,
evidenciando uma desaceleração no crescimento dos preços
das exportações mundiais.
Número 3 – 1 a 15 de abril de 2008
Projeções para o crescimento do comércio de bens (%)
2007
2008
2009
Volume
6,4
5,9
6,0
Preços (em US$)
8,4
8,7
1,0
Manufaturas
9,7
6,4
1,4
Petróleo
10,7
34,3
-1,0
Commodities primárias
14,0
7,0
-4,9
Valor (US$ bilhões)
13.729
15.836
16.923
Essa desaceleração de preços afetará de forma mais intensa Fonte: FMI.
os países em desenvolvimento, já que expressa uma queda, já em 2009, nos preços do petróleo( -1%) e das commodities
primárias (- 4,9%). Entre as commodities, a maior redução de preços é estimada para os metais, cujos preços deverão cair mais de
12% em 2009, segundo as projeções da instituição. Já em 2008, o preço dos metais deve cair 1,3% e o das matérias-primas
agrícolas 2,3%, o que pode afetar o desempenho comercial brasileiro. Essa redução dos preços das commodities seria, segundo o
FMI, um dos impactos da desaceleração da economia mundial nos próximos anos em virtude da crise americana.
PRODUTIVIDADE POR SETOR (FEVEREIRO / 2008)
Em
fevereiro,
a
produtividade da indústria
brasileira,
em
dados
anualizados, cresceu na
maioria dos setores. A
exceção ficou por conta dos
setores de produtos de
metal (-0,7%), metalurgia (0,7%) e petróleo e
combustível (-5,8%).
Os setores que mais
ganharam produtividade nos
últimos 12 meses foram os
setores de equipamentos de
transporte (8,1%); máquinas
e equipamentos (8,3%),
couro e calçados (10,7) e
vestuário (11,6%).
Var.(%) das horas pagas
Variação (% ) da produtividade por setor
(Dados anualizados)
Transporte
Eletro-eletrônicos
1,0%
-4,2%
Máquinas e equipamentos
-0,7%
Metalurgia
-0,7%
-15,0%
-10,0%
-5,0%
0,0%
Var.(%) da produção
Minerais não-metálicos
7,2%
Borracha e plástico
6,6%
Produtos químicos
3,1%
Calçados
e couro
-0,9%
7,0%
Vestuário
-5,8%
Papel e gráfica
4,0%
Madeira
-5,0%
0,0%
5,0%
10,0%
4,3%
Calçados e couro
10,7%
Vestuário
11,6%
Têxtil
1,9%
Fumo
Alimentos e bebidas
Vestuário
8,3%
Produtos de metal
Petróleo e combustíveis
Calçados
e couro
-10,1%
8,1%
9,0%
0,1%
Fonte: IBGE. Elaboração: Assessoria Econômica (MDIC).
Entretanto,
existem
diferenças importantes entre eles. Nos setores de transporte e máquinas e equipamentos, os ganhos de produtividade foram
resultado de um expressivo crescimento da produção juntamente com um crescimento menor do emprego. Nos setores de couro,
calçados e vestuário, por sua vez, houve redução no volume de emprego. O setor de calçados, inclusive, teve queda de produção
nos últimos 12 meses ( -0,9%), só ganhando produtividade em virtude do decréscimo maior no número de horas pagas (-10,1%). O
setor de vestuário, embora tenha reduzido o número de horas pagas em 4,2%, teve um aumento de 7% na produção.
ACOMPANHAMENTO DA META DE EXPORTAÇÃO DA PITCE ( 2007)
Neste mês foram consolidados, pelo FMI, os indicadores sobre as exportações mundiais para todo ano de 2007.
A participação brasileira nas exportações mundiais teve leve recuo entre outubro (1,167%) e dezembro de 2007 (1,164%), em
dados anualizados. A redução se deve a movimentos sazonais das exportações brasileiras: normalmente retrai nos meses de
novembro e dezembro em relação aos meses anteriores por conta da diminuição dos embarques de produtos agrícolas. Contribuiu
também para essa redução o aumento acentuado das exportações mundiais no mês de novembro, quando alcançaram o maior
valor registrado na série histórica: US$ 1,3 trilhão ante uma média mensal de US$ 1,15 trilhão no ano de 2007.
MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR – ASSESSORIA ECONÔMICA
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PAINEL – PRINCIPAIS INDICADORES ECONÔMICOS DA QUINZENA
Número 3 – 1 a 15 de abril de 2008
PARTICIPAÇÃO BRASILEIRA NAS EXPORTAÇÕES MUNDIAIS
Situação nos últim os 12 m e s e s
2006
1,15%
D EZ / 07
1,16%
Assim, ainda não se pode concluir que se
trata de alteração na tendência verificada nos
últimos anos de aumento da participação
brasileira nas exportações mundiais. Além
disso, historicamente as exportações
brasileiras são maiores no período de julho a
outubro em virtude da safra agrícola.
O UT / 0 7
1,17%
1,18%
1,19%
1,20%
1,21%
Fonte: SECEX/MDIC e FMI.
Elaboração: Assessoria Econômica (MDIC).
1,22%
1,23%
1,24% 1,25%
META PARA 2010
PITCE
SÍNTESE DOS PRINCIPAIS INDICADORES ECONÔMICOS DA QUINZENA
Principais indicadores da quinzena
Exportações (março) pela média diária
Exportações (março)
Produção industrial – indústria geral (fevereiro)
Bens de capital
Bens intermediários
Bens de consumo
Duráveis
Semiduráveis e não duráveis
Horas pagas (fevereiro)
Produtividade (fevereiro)
Produção de automóveis – Anfavea (fevereiro)
Vendas no varejo (fevereiro)
Expectativas de Mercado para 2008 (FOCUS- BACEN)
Mês / mês anterior*
-6,4
-1,5
-0,5
3,1
-0,2
-2,3
0,9
-3,9
1,7
-2,2
-0,7
-1,5
Há 4 semanas
Variação (%)
Mês / mesmo mês
Acumulado no ano /
do ano anterior
acumulado no ano
anterior
7,6
15,6
-2,1
13,8
9,7
9,2
25,0
19,9
10,4
9,2
5,4
6,8
20,7
18,1
1,0
3,5
3,7
2,9
5,8
6,1
23,6
23,6
12,2
12,0
Há 1 semana
Hoje
Acumulado em 12
meses
15,7
16,1
6,9
20,0
5,8
5,5
11,7
3,6
2,1
4,6
17,1
10,2
Comportamento
semanal
Balança comercial (US$ bilhões)
US$ 29,00
US$ 26,05
US$ 25,30
(4)
Investimento estrangeiro direto (US$ bilhões)
US$ 29,00
US$ 30,00
US$ 30,00
= (3)
Taxa de câmbio – fim de período (R$/US$)
1,75
1,75
1,75
= (4)
Produção industrial (% de crescimento)
5,06
5,29
5,40
(6)
PIB (% de crescimento)
4,50
4,60
4,70
(1)
Previsão de crescimento do PIB para 2008 - % (BACEN)
Anterior (Dez/2007)
Atual (Mar/2008)
PIB a preços de mercado
4,5
4,8
Agropecuária
4,4
4,9
Indústria
4,8
5,2
Serviços
4,2
4,4
Fonte: IBGE, SECEX/MDIC, ANFAVEA e BACEN. Elaboração: Assessoria Econômica / MDIC. * Dados dessazonalizados exceto para exportação.
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