CICLO NACIONAL DE WORSKHOPS EM BEM-ESTAR ANIMAL: A BUSCA DAS
MELHORES PRÁTICAS DE MANEJO EM ZOOLÓGICOS E AQUÁRIOS
BRASILEIROS
Paloma Lucin Bosso1, Yara de Melo Barros2
: Coordenadora técnica da Eto – Consultoria Comportamental & Bem-estar de Animais
Silvestres e Coordenadora do Comitê de Bem-estar Animal da Sociedade de Zoológicos e
Aquários do Brasil – [email protected]
2
: Diretora Técnica do Parque da Aves e Presidente da Sociedade de Zoológicos e Aquários
do Brasil
1
Palavras-chave: bem-estar animal, enriquecimento ambiental, nacional
Introdução Ciente da importância das atividades de enriquecimento ambiental (EA) na
rotina de zoológicos e aquários (1), a Sociedade de Zoológicos e Aquários do Brasil (SZB)
promoveu um Ciclo Nacional de Workshops sobre bem-estar animal (BEA) para capacitar o
corpo técnico destas instituições sobre a importância do BEA, bem como apresentar
inúmeras benfeitorias obtidas com a realização frequente destas atividades. Métodos
Denominado “A Promoção do Bem-estar para Animais Silvestres Cativos e seus Benefícios
para Parques Zoológicos e Aquários”, o evento foi composto de quatro módulos, nas regiões
Centro-Oeste, Sudeste, Sul e Nordeste. Cada edição composta de 28horas (16horas de
atividades teóricas e 12horas de práticas) abordou assuntos como: introdução a etologia;
fisiologia do estresse; comportamentos anormais e estereotipados; as cinco liberdades;
definição de EA, objetivos, tipos, exemplos, importância e aplicações. Resultados e
discussões A participação das instituições no curso deu-se da seguinte maneira: 33,33%
dos zoológicos no Centro-Oeste, 7% dos zoológicos e 13% dos aquários na região Sudeste;
27,27% dos zoológicos no Sul e 30% dos zoológicos na região Nordeste. Ao longo das
edições, 133 animais, de 45 espécies (sendo 14 de aves, 26 de mamíferos e 05 de répteis)
tiveram dados comportamentais coletados em fichas de campo, utilizando métodos de
amostragem animal focal ou scan, com registros instantâneos. Durante o curso, que
capacitou 94 inscritos - entre profissionais e estudantes, etogramas espécie-específicos
foram elaborados para monitoramento dos animais em duas condições: inicias e
enriquecidas, gerando análises percentuais a cada apresentação de EA. Em todas as
ocasiões, os enriquecimentos foram oferecidos aos animais quando os parques estavam
abertos a visitação, o que atraiu muitos visitantes, enfatizando a importância do EA como
ferramenta de educação ambiental. Relatos pessoais de participantes, bem como as
respostas ao questionário entregues ao final do evento na região Sul mostraram a satisfação
de 100% dos 83% dos participantes que concordaram em responder o questionário
avaliando o evento. Conclusão Embora a participação no Ciclo tenha sido aquém do
almejado, os resultados obtidos foram satisfatórios para a continuidade deste e demais
projetos que visem capacitar técnicos para a manutenção de comportamentos naturais em
cativeiro e a constante melhora na qualidade de vida animal. É, portanto, fundamental que
esta prática seja incorporada na rotina diária das instituições-membro da SZB. Afinal,
mensagens credíveis de conservação só serão perceptíveis ao público quando o ambiente
em que estas forem transmitidas não for incoerente com o conteúdo que elas sugerem (2,
3).
1.YOUNG, R. J. (2003) Environmental enrichment for captive animals. Blackwell Publishing,
1st ed, United Kingdom.
2. BOSTOCK, S. St. C. (2002) Zoos and animal rights: the ethics of keeping animals.
Routledge, 3rd ed, New York.
3. READING, R P.; MILLER, B. J. (2009) Attitudes and attitude change among zoo visitors.
In: ZIMMERMANN, A. et al (Ed.). Zoos in the 21st century: catalysts for conservation?
Cambridge University Press, 2nd ed, Cambridge, p. 63-91.
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