XII CONGRESSO
SOCIEDADE PAULISTA DE ZOOLÓGICOS
HANTAVIROSE: UMA NOVA AMEAÇA DOS ROEDORES AOS
BRASILEIROS.
Autores
Ana Helena Macedo Gouvea1
Renata Maria Consentino Conti1
Rosana Ferrari1
Instituição
1. Prof. Ms. do Centro Universitário Anhangüera UNIFIAN Leme.
Introdução e Conceitos
No Brasil a infecção por Hantavírus é uma novidade,
havendo pouca pesquisa na área e representa uma série ameaça a
Saúde Pública. A Hantavirose é uma doença aguda, que
apresenta-se sob a forma de Febre Hemorrágica com Síndrome
Renal (FHSR) e Síndrome Pulmonar por Hantavírus (SPH), mas
até hoje, na América só foi descrita a forma pulmonar.
Hantavírus: Família:
Gênero:
Banyaviridae
Hantavírus
Existem 32 tipos de Hantavirus, distribuidos amplamente
pelo mundo (Ásia, Europa e Américas). No Brasil identificam-se
três tipos de Hantavírus, e geneticamente distintos, até 2000
(PEREIRA, 1999).
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Epidemiologia e Ecoepidemiologia
Os principais reservatórios do Hantavírus são os roedores
silvestres, domésticos e/ou de laboratórios.
Nos roedores a infecção aparentemente não é letal e pode
levá-lo ao estado de reservatório do vírus por toda a vida (Ministério
do Saúde, 1998), mas apresentando-se sinais clínicos e
eliminando o agente para o meio ambiente pela urina, fezes e pela
saliva (MENDONÇA; LANGONI, 2000) por períodos de 120 meses
pela urina, um mês pela saliva e fezes (VERONESI; FOCACCIA,
1996)
A enfermidade é mais comum na primavera e sua incidência
em humanos está relacionado à alterações no ambiente, como
desmatamentos e construções de galpões para produtos
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agropecuários (grãos). A substituição da mata nativa e espécies
vegetais exóticas, implica em alterações ambientais, eliminando
ou diminuindo a diversividade de espécies, que são predadores
naturais dos roedores (Ministério do Saúde, 1998).
Pode-se verificar três tipos de padrões epidemiológicos
(VERONESI; FACACCIA, 1996):
a) Rurais: principal fonte de infecção.
b) Urbanos
c) Animais de laboratórios
A maioria dos autores não acredita que animais domésticos
tenham alguma importância na manutenção do agente e muito
menos na transmissão para seres humanos.
Modo de Transmissão
A transmissão para o ser humano geralmente ocorre pelo
inalação de poeiras contaminadas com fezes, urina e saliva de
ratos infectados. O vírus pode sobreviver por várias horas no ar.
Outra forma de infecção seria através do contato de ferimentos na
pele, olhos, nariz e boca com as fezes e urina de ratos
contaminados.
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Existem poucos relatos de transmissão de pessoa a pessoa
(Transmissão Horizontal). Em 1996, na Argentina, houve uma
relato de surto de Hantavírus com Transmissão Horizontal
(CANTONI, et al., 1997)
O período de incubação é de 12 a 16 dias, com uma
variação de 5 a 42 dias.
Sintomatologia Clínica e Tratamento
A Síndrome Pulmonar por Hantavírus (SPH), atinge
principalmente jovens e adultos mesmo saudáveis, podendo
manisfestar-se de forma clínica ou sub-clínica (10% dos casos).
Em relação aos sinais clínicos pode-se observar duas fases:
a)fase inicial: febre, dor nos músculos,
alergia, tosse,
nauseas, vômitos, calafrios, malestar e diarréia com duração de 3 a
10 dias.
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b) segunda fase: taquipnéia, taquicardia, hipotensão.
Não existe tratamento específico, porém quanto
mais
rápido for diagnósticado, maior a possibilidade de cura, com um
tratamento sintomático e de suprimento em Unidade de Terapia
Intensiva (UTI).
Medidas de Controle
Baseia-se essencialmente em evitar contato com roedores
ou com suas excretas e a adoção de práticas de higiene ambiental
que impeçam o roedor de se instalar no ambiente domiciliar ou de
trabalho.
Como exemplo de controle mecânico pode-se citar evitar:
entulhos e objetos inúteis no interior e ao redor do domicílio através
de limpeza diária; armazenar produtos agrícolas em silos ou tulhas
situadas a uma distância mínima de 30 metros do domicílio, sobre
estrados com 40 cm de altura do piso; remover diariamente as
sobras dos alimentos de animais domésticos.
O controle químico não é recomendado em áreas rurais,
tendo em vista que as medidas de antirratização geralmente são
suficientes. No âmbito urbano, entretanto, a desrtratização está
indicada sempre que ocorrer alta infestação ou a presença de
casos diagnosticados em humanos.
Em relação as medidas de desinfecção, utiliza-se por
exemplo hipoclorito de sódio a 3% . Em habitações fechadas
realizar a limpeza do piso com pano umedecido em detergentes ou
desinfetante, ou qual evitará a formação de aerossóis.
Os grupos de risco são os trabalhadores rurais,
laboratoristas, bioteristas, agentes de saúde, proprietários e
campistas ao ar livre.
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Referências Bibliográficas
CANTONI, G.; LAZARO, M.; RESA. A.; et al. Hantavírusa
pulmonary syndrome in the Province of Rio Negrom Argentina,
1993-1996. Revista do Instituto de Medicina Tropical de São
Paulo, v. 39, nº 4, 1997. p. 191-6.
FUNDAÇÃO NACIONAL DA SAÚDE. Guia Brasileiro de Vigilância
Epidemiológia, 1998.
MENDONÇA, A. O.; LANGONI, H. Hantavirose: uma zoonose
emergente. Clínica Veterinária, ano V, nº 26, 2000. P. 34-40.
PEREIRA, L.E. Sindrome pulmonar por Hantavírus. In : Terceiro
Encontro do Instituto Aldolfo Lutz, anais, p. 39, São Paulo, 1999.
VERONESI, R.; FOCACCIA, R. Tratado de Infectologia. 1ª ed.
São Paulo: Editora Atheneu, 1996. P. 219-28.
Sites
http://www.cati.sp.gov.br
http://www.cdc.gov
http://www.saude.pr.gov.br
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hantavirose: uma nova ameaça dos roedores aos brasileiros.