TÍTULO: TEMPO DE MANUTENÇÃO DOS ARTIGOS MÉDICO-HOSPITALARES DE UM HOSPITAL DO INTERIOR PAULISTA CATEGORIA: EM ANDAMENTO ÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SAÚDE SUBÁREA: ENFERMAGEM INSTITUIÇÃO: CENTRO UNIVERSITÁRIO CATÓLICO SALESIANO AUXILIUM AUTOR(ES): JESSICA PATRICIA VIEIRA, ELIZANGELA DE PAULA PAULINO, KESIA MARIA DE OLIVEIRA ORIENTADOR(ES): TAIS FERNANDA MAIMONI CONTIERI SANTANA 1. RESUMO A esterilização de artigos médicos-hospitalares é fundamental no controle de infecções devido à elevada possibilidade de contaminação, ocorrência de infecções cruzadas e à proliferação de doenças. Esses artigos podem se tornar veículos de agentes infecciosos se não sofrerem correto processo de esterilização após cada uso. É sabido que um dos processos mais eficazes que podem interromper a cadeia de contaminação e posterior infecção é a esterilização por meio da autoclavagem. A literatura relata que a manutenção da esterilidade de instrumentais está diretamente ligada ao seu acondicionamento e estocagem e, tendo em vista a importância do tema, o presente estudo tem por objetivo verificar, através de pesquisa microbiológica, o tempo de manutenção de esterilidade destes materiais em um hospital geral do interior paulista. 2. INTRODUÇÃO Muitas condições devem ser respeitadas para garantir a esterilidade dos materiais críticos usados na área da saúde, tais como a limpeza, a utilização de embalagens com propriedades de barreira microbiana, a selagem hermética, a esterilização e a sua manutenção durante o transporte e armazenamento (MORIYA, apud RUTALA e WEBER, 2008). Já se tornou uma prática comum que as Centrais de Materiais Esterilizados (CME) brasileiras definam prazos de validade para os materiais estéreis – que, em sua maioria é de sete dias. Esta prática se baseia em intervalos de tempo de armazenamento e, normalmente, não consideram as condições de embalagem do material. Em geral, aconselha-se que devem ser rejeitados para o uso todos aqueles invólucros que estiverem danificadas por peso, dobra, fricção em superfícies, fechadas por elástico, com manchas ou umidade externa. Problemas estes conhecidos como eventos relacionados ou adversos, uma vez que não deveriam ter ocorrido com este tipo de material. Estes eventos colocam em dúvida a integridade da embalagem e, consequentemente, a manutenção da esterilidade do conteúdo. Esta consideração pode ser expressa pela Association of Peri Operative Registred Nurses (AORN) que, no ano 2000, já afirmava que o prazo de validade dos produtos esterilizados está relacionado aos eventos adversos e não ao tempo de validade da esterilização. 1 Estudos já realizados têm constatado a manutenção da esterilidade do material durante o transporte e armazenamento por longos intervalos de tempo. Jevitt (1984) confirmou a esterilidade de materiais armazenados por 34 anos. Barrett, Stevens e Taranter (2003) mantiveram pacotes por dois anos no centro de material de um hospital e também constataram a manutenção da esterilidade. Esses mesmos autores, em 2005, realizaram outro estudo objetivando comparar a efetividade de biobarreira de dois tipos de invólucros para esterilização, deixando pacotes distribuídos em quatro áreas de um hospital e, mesmo após 5 meses de armazenamento, não detectaram contaminação do material (MORIYA, 2012). Desta forma, tanto o tempo dos funcionários incumbidos desta tarefa quanto às despesas da instituição poderão ser diminuídas. 3. OBJETIVOS Avaliar o tempo de validade da esterilização de instrumentais cirúrgicos específicos de curativo de um hospital geral, auxiliando, assim, na eliminação de fatores que prejudiquem a manutenção da esterilização; Verificar o tempo de esterilidade de materiais médico-hospitalares em diferentes condições de armazenamento; Verificar o tempo e em quais condições os artigos perde sua esterilidade; Verificar o tipo de microrganismos contaminantes do material. 4. METODOLOGIA O processo de esterilização dos artigos será realizado em um Centro de Materiais e Esterilização (CME) de um hospital do interior paulista, respeitando todas as etapas do processo. As análises microbiológicas serão desenvolvidas no Laboratório de Microbiologia do Unisalesiano – Lins – SP. 5. DESENVOLVIMENTO Inicialmente estão sendo levantados os dados referentes ao consumo médio mensal de material cirúrgico para procedimentos de curativos e o custo da esterilização autoclavada. Após esta etapa será realizada a análise microbiológica dos referido materiais. 2 6. RESULTADOS PRELIMINARES O presente projeto encontra-se em fase de desenvolvimento, entretanto, está sendo feito um levantamento bibliográfico sobre o tema, sendo encontrado um estudo similar de Serratine et al (2007) desenvolvido com instrumentais odontológicos na Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL) mostrou que todos os espécimes que foram embalados em diversos tipos de materiais de esterilização e acondicionados de maneiras diferentes, não apresentaram crescimento bacteriano por até 148 dias, desde que se mantivesse a integridade dos mesmos. 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANVISA - Agência Nacional de Vigilância Sanitária, 2004. BRASIL, Ministério da Saúde. Secretaria de assistência à saúde. Processamento de artigos e superfícies em estabelecimentos de saúde. Brasília, DF, 1994. CREPALDI, Vanessa et al. Validação do prazo de esterilização de materiais embalados em tecido, papel crepado, grau cirúrgico e filme plástico. São Paulo, 2002. DUARTE, Felipe. Prazo de validade dos artigos esterilizados por autoclave. Disponível em: <http://www.cristofoli.com/biosseguranca/prazo-de-validade-dos- artigos-esterilizados-por-autoclave/> Acesso em 18 mar. 2014. MORIYA, Giovana Abrahão de Araújo. Prazo de Validade de materiais utilizados na assistência à saúde: um estudo experimental. Disponível em: <http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/7/7139/tde-23082012-154144/en.php>. Acesso em 18 mar. 2014 SERRATINE, A.C.P, et al. manutenção da Influência do armazenamento e da embalagem na esterilidade do instrumental odontológico. Disponível em:<https://www.fen.ufg.br/fen_revista/v11/n1/pdf/v11n1a20.pdf> Acesso em 21 de Ago de 2015. 3