1 COMISSÃO DE CONTROLE DE INFECÇÃO HOSPITALAR SERVIÇO DE CONTROLE DE INFECÇÃO HOSPITALAR - ARTIGOS, ROUPAS E AMBIENTES RECOMENDAÇÕES PARA EQUIPE ASSISTENTE Flávia Valério de Lima Gomes – Enfermeira do SCIH / CCIH Agosto de 2008 ___________________________________________________________________________________ I. INTRODUÇÃO: Os mecanismos de controle de infecção foram evoluindo ao longo da história e os processos de limpeza foram aperfeiçoando-se, adquirindo critérios técnicos fundamentados no modo de transmissão das doenças e nos princípios de assepsia. A Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) interage com a Central de Material e Esterilização (CME), Serviço de Higienização e Limpeza (SHL) e Serviço de Processamento de Roupas (Lavanderia) quanto à: • Indicação e Avaliação dos produtos que serão utilizados nas atividades destes serviços, em função da eficiência e eficácia, considerando a documentação exigida pela ANVISA; • Participação no processo de elaboração e atualização dos Manuais Operacionais Padrão para estes setores, visando assegurar o cumprimento das normas de controle de infecção hospitalar; • Orientação técnico-científica dos supervisores, de forma a garantir a implantação das normas e rotinas elaboradas para estes setores; • Participação do programa de treinamento destas equipes de forma a garantindo o cumprimento das normas e rotinas da CCIH. 01. Conceitos Aplicados: 1.1. Assepsia: É o conjunto de medidas que permitam manter um ser vivo ou meio inerte, isento de bactérias. 2 * Procedimento Asséptico: procedimento realizado com o emprego de um conjunto de medidas utilizadas para impedir a penetração de microorganismos (contaminação) em local que não os contenha. 1.2. Anti-sepsia: É o processo de eliminação ou inibição do crescimento dos microrganismos na pele e mucosas. Realizada através de anti-sépticos bactericidas (destrói as bactérias nas formas vegetativas) ou bacteriostáticos (inibem o crescimento das bactérias). * Refere-se à desinfecção de tecidos vivos com anti-sépticos. a) Anti-sepsia cirúrgica das mãos: é o processo que remove e destrói microrganismos transitórios, e reduz a flora residente das mãos dos profissionais que atuarão no campo operatório; b) Degermação: remoção ou redução de bactérias da pele por limpeza mecânicas e agentes químico (anti-séptico com sabão); c) Cuidados na Conservação dos anti-sépticos: proteger as soluções da exposição à luz sólar direta ou à temperaturas elevadas; fracionar as soluções em pequenos frascos, possibilitando individualização do uso e consumo rápido do produto; estabelecer rotinas de troca (esvaziamento, limpeza e desinfecção) de almotolias reenvasáveis, identificando-as com tipo de anti-séptico e data do envase (ver Rotina de Desinfecção de Almotolias e Saboneteiras). II. LIMPEZA, DESINFECÇÃO E ESTERILIZAÇÃO DE ARTIGOS: Na Santa Casa a Central de Material e Esterilização - CME é a única responsável pelo processamento e validação de esterilização dos instrumentais cirúrgicos. Portanto, todos os instrumentais cirúrgicos a serem utilizados nos procedimentos realizados na instituição, deverão ser esterilizados por este setor. 01. Dinâmica e Fluxo na Central de Material e Esterilização: A dinâmica de trabalho na CME deve possuir um fluxo contínuo e unidirecional de artigos, evitando o cruzamento de artigos sujos, com os limpos e esterilizados, como também impedir que o funcionário escalado para a área contaminada transite pelas áreas limpas e vice-versa. Para tanto, é necessário existir barreiras físicas entre as áreas suja, limpa e estéril, conforme fluxogramas 01 e 02: 3 Fluxograma 01: Fluxo unidirecional da CME Expurgo ÁREA SUJA Preparo de material e carga da autoclave ÁREA LIMPA Retirada de material da autoclave e guarda do material estéril ÁREA ESTÉRIL Fluxo unidirecional com barreira física entre as áreas Fluxograma 02: Fluxo unidirecional dos artigos na CME: Unidades Consumidoras Unidades Fornecedoras CENTRAL DE MATERIAL E ESTERILIZAÇÃO Recepção de artigos sujos Recepção de Roupas Recepção de Artigos Limpos Limpeza e Secagem dos Artigos Preparo e Acondicionamento Esterilização ou Desinfecção Armazenamento de Artigos Processados Distribuição de Artigos Desinfetados ou Esterilizados 4 02. Limpeza: É o processo de remoção de sujeiras e/ou matéria orgânica de artigos e/ou superfícies, devendo ser realizada imediatamente antes da desinfecção ou esterilização. Produtos: • Sabão Neutro: facilita a retirada da sujidade seca, sendo necessária ação mecânica para remover a sujidade incrustada; utilizado na primeira etapa do processo de limpeza. • Sabão Enzimático: remoção de sujidade sem ação mecânica; etapa obrigatória na limpeza de instrumentais cirúrgicos; • Desincrustante: proporciona rápida e eficiente limpeza por oxidação (usado 01 vez por mês, na manutenção dos instrumentais); usado também para limpeza das autoclaves. 03. Desinfecção: É o processo físico ou químico que destrói todos os microrganismos patogênicos ou não, na forma vegetativa, presente nos artigos (exceto os microorganismos esporulados). 3.1. Tipo de Desinfecção: • Baixo Nível: é capaz de eliminar todas as bactérias na forma vegetativa, mas não tem ação contra esporos, vírus não-lipídico nem contra o bacilo da tuberculose (não inativa microrganismos resistentes). Tem ação apenas relativa sobre os fungos; * Álcool 70%: desinfecção por fricção manual por 30 segundos – Baixo Nível. • Médio Nível (Intermediário): tem ação virucida, bactericida para forma vegetativa, inclusive contra o bacilo da tuberculose, não tendo ação contra os esporos; * Hipoclorito de sódio a 1%: desinfecção em 30 minutos de imersão – Médio Nível; • Alto Nível: destrói todas as bactérias vegetativas, micobactérias, fungos, vírus e parte dos esporos. * Glutaraldeído: desinfecção em 30 minutos de imersão – Alto Nível; * Ácido Peracético: desinfecção em 10 minutos de imersão – Alto Nível; 3.2. Critérios de indicação para Desinfecção de Artigos: baseada na classificação de artigos, segundo Spaulding, 1968: • Artigos críticos: penetram tecidos estéreis ou sistema vascular, devem ser esterilizados; 5 • Artigos semicríticos: destinados ao contato com a pele não intacta ou com mucosas íntegras. Requerem desinfecção de alto nível ou esterilização (ex: endoscópios, equipamentos respiratórios e de anestesia); • Artigos não críticos: artigos destinados ao contato com a pele íntegra do paciente. Requerem limpeza ou desinfecção de baixo ou médio nível (ex: comadres, compadres, cubas, aparelhos de pressão, etc). 04. Esterilização: É o processo que promove completa eliminação ou destruição de todas as formas de microorganismos presentes. 4.1 Reprocessamento: É o método aplicado em artigos médico-hospitalares com a finalidade de permitir a sua reutilização, o que inclui limpeza, desinfecção, esterilização; Obs: Caso se decida pelo re-processamento devem ser observados os seguintes itens: manutenção das propriedades físico-químicas do artigo em questão; compatibilidade entre o processo e o artigo; identificação do artigo que foi re-processado; adoção de um sistema de registro quanto ao número de reprocessamentos; 4.2 Reesterilização: É o processo de artigos já esterilizados, mas não utilizados em razão de vencimento do prazo de validade da esterilização ou de outra situação na qual a segurança quanto ao processo ou aos resultados da esterilização inicial esteja comprometida; 4.3. Tipos de Esterilização: • Esterilização Física / Autoclave: Processo de esterilização que utiliza altas temperatura de vapor úmido. É o processo que oferece maior segurança e economia. Devem ser esterilizados por este processo todos os artigos que suportam altas temperaturas, em calor úmido (ex: artigos de borracha, tecidos, metais e vidros); • Esterilização Química: É o processo de esterilização por meio de imersão dos artigos em germicida químico. É usada para equipamentos termossensíveis. Produtos: Ácido Peracético (1 hora) e Glutaraldeído (8 a 10 horas); 6 • Esterilização Físico-Química / Óxido e Etileno: é um processo físico químico de esterilização, onde o agente utilizado é o gás óxido de etileno, sendo realizado em autoclave à temperatura entre 50 a 60ºC (ex: materiais termossensíveis que não podem passar por esterilização química). 4.4. Validade da Esterilização: • Papel Crepado: 30 dias; • Papel grau cirúrgico: 02 anos (ou de acordo com a validação do fabricante); • Tecido: 07 dias (em autoclave); • Saco plástico / tecido: 24 horas (esterilização química de material de uso ambulatorial); • Tecido: imediato (esterilização química de material cirúrgico). 05. Reprocessamento de Artigos de Uso Único: Artigo médico-hospitalar de uso único é o produto que, após ser usado, perde suas características originais ou que, em função de outros riscos reais e/ou potenciais à saúde do usuário, não deve ser reutilizado (são normalmente fabricados a partir de materiais plásticos ou elastoméricos). Os artigos de uso único não são passíveis de reeterilização e portanto sua reutilização é proibida (Resolução RDC nº 156/2006 e Resolução RE nº 2605/2006 ANVISA/MS). 5.1. Problemas Decorrentes ou Associados ao Reuso: • As matérias-primas originais podem não apresentar a resistência necessária para mais de uma utilização, segura e eficaz; • O processo de limpeza e esterilização subseqüente não foi previsto quando da confecção do artigo; • Risco de infecção por probabilidades de falha no processo de reesterilização; • Risco de Toxicidade por remoção incompleta de agentes germicidas, detergentes, e outras soluções ou gases com toxicidade potencial; 5.2. Lista de Produtos Médicos de Uso Único: (Resolução RE nº 2605/2006 ANVISA/MS). 1. Agulhas com componentes, plásticos não desmontáveis; 2. Aventais descartáveis; 3. Bisturi para laparoscopia com fonte geradora de energia, para corte ou coagulação com aspiração e irrigação; 4. Bisturis descartáveis com lâmina fixa ao cabo; (funcionalidade); 5. Bolsa coletora de espécimes cirúrgicos; 6. Bolsas de sangue; 7. Bomba centrífuga de sangue; 7 8. Bomba de infusão implantável; 9. Campos cirúrgicos descartáveis; 10. Cânulas para perfusão, exceto as cânulas aramadas; 11. Cateter de Balão Intra-aórtico; 12. Cateter epidural; 13. Cateter para embolectomia, tipo Fogart; 14. Cateter para oxigênio; 15. Cateter para medida de débito por termodiluição; 16. Cateter duplo J, para ureter; 17. Cateteres de diálise peritoneal de curta e longa permanência; 18. Cateteres e válvulas para derivação ventricular; 19. Cateteres para infusão venosa com lume único, duplo ou triplo; 20. Cobertura descartável para mesa de instrumental cirúrgico; 21. Coletores de urina de drenagens, aberta ou fechada; 22. Compressas cirúrgicas descartáveis; 23. Conjuntos de tubos para uso em circulação extracorpórea; 24. Dique de borracha para uso odontológico; 25. Dispositivo para infusão vascular periférica ou aspiração venosa; 26. Dispositivo linear ou circular, não desmontável, para sutura mecânica; 27. Drenos em geral; 28. Embalagens descartáveis para esterilização de qualquer natureza; 29. Equipos descartáveis de qualquer natureza exceto as linhas de diálise, de irrigação e aspiração oftalmológicas; 30. Esponjas Oftalmológicas; 31. Expansores de pele com válvula; 32. Extensões para eletrodos implantáveis; 33. Equipos para bombas de infusão peristálticas e de seringas; 34 Extensores para equipos com ou sem dispositivo para administração de medicamentos; 35. Filtros de linha para sangue arterial; 36. Filtros para cardioplegia; 37. Filtros endovasculares; 38. Fios de sutura cirúrgica: fibra, natural, sintético ou colágeno, com ou sem agulha; 39. Geradores de pulso implantáveis; 40. Hemoconcentradores; 41. Injetores valvulados (para injeção de medicamentos, sem agulha metálica); 42. Lâmina de Shaiver com diâmetro interno menor que 3mm; 43. Lâminas descartáveis de bisturi, exceto as de uso oftalmológico; 44. Lancetas de hemoglicoteste; 45. Lentes de contato descartáveis; 46. Luvas cirúrgicas; 47. Luvas de procedimento; 48. Óleos de silicone Oftalmológico e soluções viscoelásticas oftalmológicas; 49. Oxigenador de bolhas; 50. Oxigenador de membrana; 51. Pinças e tesouras não desmontáveis de qualquer diâmetro para cirurgias vídeo assistida laparoscópica; 52. Produtos implantáveis de qualquer natureza como: cardíaca, digestiva, neurológica, odontológica, oftalmológica, ortopédica, otorrinolaringológica, pulmonar, urológica e vascular. 53. Punch cardíaco plástico; 54. Reservatórios venosos para cirurgia cardíaca de cardioplegia e de cardiotomia; 55. Sensor débito cardíaco; 56. Sensores de Pressão Intra-Craniana; 57. Seringas plásticas exceto de bomba injetora de contraste radiológico. 8 58 Sondas de aspiração; 59. Sondas gástricas e nasogástricas, exceto as do tipo fouché; 60 Sondas retais; 61 Sondas uretrais e vesicais, exceto uso em urodinâmica; 62. Sugador cirúrgico plástico para uso em odontologia; 63. Registro multivias de plástico, exceto os múltiplos, tipo manifold; 64.Cúpula isoladas para transdutores de pressão sangüínea; 65.Trocater não desmontável com válvula de qualquer diâmetro; 66.Tubo de coleta de sangue; 06. Responsabilidades da Equipe de Enfermagem no Processamento de Artigos: • Verificar o adequado armazenamento dos materiais estéreis, evitando misturá-los com outros objetos ou produtos, não danificar as embalagens, não armazená-los em baixo da pia e/ou locais úmidos; • Evitar estocar material que não tem uso de rotina (ex: bandeja de cateterismo), exceto material de emergência; • Verificar o prazo de validade dos materiais antes do uso, priorizando o uso dos que irão vencer primeiro; • Verificar rotineiramente o prazo de validade dos materiais estéreis do carrinho de emergência; • Verificar a integridade da embalagem do material estéril antes do uso (observar presença de sujidade, umidade, aberturas, etc); • Não utilizar material estéril que foi aberto, ou caírem no chão, considerar como contaminados, encaminhá-los para reesterilização (materiais descartáveis não são reesterilizados); • Gazes estéreis que foram abertas não poderão ser reesterilizadas, podendo ser reaproveitadas para desinfecção de ambiente; • Materiais de uso ambulatorial, submetidos à esterilização química deverão ser utilizados em no máximo 24 horas (ex: kit de aerossol, kit de aspiração, umidificadores, máscara de O2); • Materiais críticos submetidos à esterilização química deverão ser utilizados em no máximo 1 hora; • Todo e qualquer material estéril é de uso único e deverão ser encaminhados ao expurgo imediatamente após o uso (ex: Kit de aerossol); • Evitar contaminação dos materiais estéreis durante a abertura das embalagens; Se contaminados deverão ser desprezados; • Os materiais estéreis envoltos em campos cirúrgicos deverão ser abertos seguindo as seguintes recomendações: * Abrir o 1º campo momentos antes da realização dos procedimentos (técnico de enfermagem); 9 * Abrir o 2º campo no momento da realização do procedimento com luva estéril (enfermeiro ou médico); • Evitar cruzamento do material estéril com material contaminado; armazenar adequadamente o material estéril antes de deixar o contaminado no expurgo; evitar trânsito de material estéril pelo hospital, quando buscá-los na CME; • Encaminhar material usado, contaminado para reprocessamento na CME o mais precocemente possível (o endurecimento das secreções dificulta a limpeza; evitar falta de material pronto para uso): * Horário de Funcionamento do Expurgo: 10h – 11:30h; 13h – 14h; 16h – 18h; 24h – 1h; 05:30h – 06:40h. * Coleta de Material: - Unidades de Internação (comadres, compadres e bacias): 10h e 17h; - Centro Cirúrgico: 10h, 13h, 16h e 17h. Tabela 01: Orientação para o manuseio e processamento de artigos para assistência ventilatória: ARTIGO Aparelhos de teste de função pulmonar (“pulmãozinho”) Ambús OBSERVAÇÃO INTERVALO DE TROCA Quando houver risco de contato com secreção Lavar com água e sabão, enxaguar e secar; Proceder fricção com álcool a 70% (3 vezes) Após cada procedimento e a Lavar com água e sabão, enxaguar e cada 24h para o mesmo secar; Desinfecção por 10 min. de imersão paciente. Umidificadores de O2 (de Após cada paciente e a cada parede) 24h em Ácido Peracético. Lavar com água e sabão, enxaguar e secar; Desinfecção por 10 min. de imersão em Ácido Peracético. Lavar com água e sabão, enxaguar e Kits para aerossóis A cada procedimento secar; Desinfecção por 10 min. de imersão em Ácido Peracético. Cateter nasal e Sonda de Aspiração Descartável - Cânula de intubação Máscara de 02 Após cada paciente e a cada (macronebulização) 24h Lavar com água e sabão, enxaguar e secar; Desinfecção por 10 min. de imersão em Ácido Peracético. 10 ARTIGO Látex Hood Frascos de aspiração INTERVALO DE TROCA Após cada paciente e a cada 24h Após cada paciente e a cada 24h Após cada paciente e a cada 24h OBSERVAÇÃO Lavar com água, água oxigenada, sabão, enxaguar e secar; Proceder à esterilização em autoclave. Lavar com água e sabão, enxaguar e secar; Desinfecção por 10 min. de imersão Ácido Peracético. Lavar com água e sabão, enxaguar e secar; Desinfecção por 30 min. de imersão em Gluteraldeido 2%. Lavar com água e sabão, enxaguar e Circuitos de respiradores Após extubação ou na presença secar; Esterilização por 1h de imersão em de sujidade Ácido Peracético ou autoclave para traquéias de silicone. Circuitos de carrinhos de anestesia Lavar com água e sabão, enxaguar e A cada procedimento secar; Esterilização por 1h de imersão em Ácido Peracético. Lavar com água e sabão, enxaguar e Lâmina de laringoscópio A cada procedimento secar; Desinfecção por 30 min. de imersão em glutaraldeído 2%. Lavar com água e sabão, enxaguar e Cabo de Laringoscópio A cada procedimento secar; Proceder fricção com Álcool 70% (3 vezes) Fio Guia A cada procedimento Cânula de Traqueostomia Sempre que apresentar Metálica obstrução Cânula de Traqueostomia Plástica Descartável Lavar com água, sabão, enxaguar e secar; Proceder à esterilização em autoclave. Lavar com água e sabão, enxaguar e secar; Proceder à esterilização em autoclave. - 11 Tabela 02: Rotina de Troca de Cateteres Vasculares: TIPO DE CATETER TEMPO DE PERMANÊNCIA OBSERVAÇÃO Sem troca programada ou quando Se inserido em emergência, com com sinais de infecção do local de quebra de técnica asséptica, remover Intracath inserção Percutâneo (PICC – Cateter central de inserção percutânea periférica) Sem troca programada. Adultos 04 a 05 dias. Crianças, na Flebotomia suspeita de complicações. Hemodiálise ___ (estima-se de 06 a 08 semanas) Intracath com acesso por Cateter venoso central para em até 48 horas. Passar outro. Sem troca programa (03 semanas para FAV) Freqüentes complicações, devendo ser evitado. Colocado para aguardar a Fístula Arterio-Venosa / FAV. Cateter venoso central de Implante Cirúrgico ___ Sem troca programada Cateter de Swan Ganz O risco de infecção aumenta a partir (monitorização 07 dias do 5º dia hemodinâmica) Cateter Arterial Periférico 96 horas (04 dias) Cateter venoso periférico em 72 horas (03 dias) adultos (jelco, abocath) Rodízio da punção Cateter venoso periférico em Trocar o cateter apenas se ocorrer crianças complicação, como flebite. Trocar também transdutor. Não colher sangue por esse acesso. Quando inserido em situação de emergência, com quebra de técnica asséptica, remover em até 48 horas. ___ Tabela 03: Rotina de Troca de Equipos: MATERIAL INTERVALO DE TROCA Equipo (macrogotas, microgotas) Polifix, torneirinha OBSERVAÇÃO Trocar em intervalo menor se houver 72 horas sujeira visível (three-way). Utilizar máscara e luva estéril para Equipo PVC. 72 horas manipular o sistema. Manter a ponta protegida 12 MATERIAL Equipo para bomba de infusão e/ou para dieta enteral. INTERVALO DE TROCA Intervalo recomendado pelo fabricante, 72 horas devido desgaste do látex. Equipo para administração de soluções lipídicas, NPP ou OBSERVAÇÃO Infundir emulsões em até 12 horas, e A cada infusão NPP em até 24 horas a partir da hemoderivados. instalação. É questão não resolvida na literatura. Equipo para administração intermitente de medicamentos (ex. antibióticos) Trocar a cada dose, ou a cada 24 horas ou menos. Se for manter o equipo deixar o frasco vazio da medicação anterior para proteger o sistema até a próxima medicação Tabela 04: Rotina de Materiais e Equipamentos Utilizados na Assistência: Material ou Equipamento Tempo de Troca Observação Trocar todo o sistema se obstrução do sistema ou tubo coletor, violação ou contaminação do Sonda Vesical de Demora Sem troca programada sistema, mau funcionamento do cateter, sinais de infecção urinária, febre sem outro foco, sondagem em outro hospital sem rótulo e/ou sinais de infecção. Interromper a nutrição enteral o mais Sonda Nasoentérica Sem troca programada precocemente possível. A sonda pode ser desinfetada para o mesmo paciente (desprezar se observado incrustamento de sujidade). Sonda Nasogástrica Comadres e Compadres Sem troca programada A cada 24h Uso breve (esvaziamento ou lavagem gástrica). Para dieta preferencialmente SNE. Se presença de fezes ou secreções nas comadres, encaminhar ao expurgo, fornecendo outra estéril para o paciente. Jontex Vidro de Diurese A cada higiene corporal e sempre que necessário A cada paciente ou a cada 24h Atentar para a fixação do jontex, evitando garroteamento do pênis. Colocar data no vidro antes de entregá-lo ao paciente. 13 Material ou Equipamento Bandejas e Cubas Tempo de Troca A cada 24h e sempre que Observação Durante o serviço diurno necessário Para cuidados com RN trocar a cada uso. Se Bacias A cada 24h presença de secreção encaminhar ao expurgo, fornecendo outra estéril ao paciente. Trocar Seringas Descartáveis A cada uso a seringa a cada: preparo e administração de medicamentos; limpeza de SNG ou SNE. Obs: Os materiais com rotina de troca a cada 24h, serão trocados pelo plantão diurno no período vespertino, às 16 horas. III. LIMPEZA, DESINFECÇÃO DE AMBIENTES: 01. Classificação das Áreas Hospitalares: Para facilitar o discernimento entre a necessidade de limpeza ou desinfecção, o ambiente hospitalar foi classificado de acordo com o risco de contaminação em áreas: Críticas, Semicríticas e Não-Críticas. 1.1. Áreas Críticas: São aquelas onde há maior reunião de pacientes graves (baixa resistência), maior número de procedimentos invasivos e, portanto, maior número de infecções: • Centro Cirúrgico; • Hemodiálise; • Unidade de Tratamento Intensivo (UTI); • Laboratórios; • Unidade de Transplante; • Banco de Sangue; • Berçário; • Lavanderia (área suja). 1.2. Áreas Semicríticas: São aquelas onde os pacientes se encontram internados, mas com risco de transmissão de infecção menor: • Enfermarias em geral; • Ambulatórios; • Isolamentos • Pronto Atendimento; 14 • Salas de pequenas cirurgias; • Sala de procedimentos e/ou exames; • Sala de Curativos; • Banheiros; 1.3. Áreas não Críticas: São todas as áreas hospitalares onde não há risco de transmissão de infecção, não ocupadas por pacientes, ou destinadas a exames clínicos: • Almoxarifado; • Salas de aula; • Diretoria; • Serviços de apoio: Rx, CCIH, Comissão de • Coordenação de Ensino e Pesquisa; Prontuário, etc; • Departamento Pessoal; • • Recepções; Setores Administrativos em geral; 1.4. Freqüência da Limpeza: • Em áreas críticas, duas vezes ao dia (ao iniciar os plantões) e quando necessário; • Em áreas semicríticas uma vez ao dia e quando necessário; • Em áreas não-críticas uma vez ao dia e quando necessário; 02. Limpeza e Desinfecção de Ambiente: É importante diferenciar os termos limpeza e desinfecção, para evitar confusões que possam comprometer o processo de desinfecção. • Limpeza/lavagem: é a remoção de sujidade do piso, de paredes, teto, mobiliário e equipamentos, utilizando-se água e detergente. Esse processo é fundamental para que a desinfecção se processe adequadamente. A limpeza mecânica com detergente elimina 80% dos microrganismos e os desinfetantes químicos eliminam cerca de 90% a 95% destes. • Desinfecção: é o processo de destruição de microrganismos patogênicos na forma vegetativa existente em superfícies inertes, mediante a aplicação de agentes químicos ou físicos. 2.2. Tipos de Limpeza: • Limpeza Concorrente: é realizada diariamente, ou quando necessário, em todas as unidades, inclusive na presença de pacientes. 15 • Limpeza Terminal: é realizada após alta, óbito ou transferência do paciente. Tem por finalidade a redução da contaminação do ambiente, bem como a preparação segura e adequada para receber um novo paciente. 2.3. Tipos de Desinfecção: • Desinfecção Concorrente: é realizada após contaminação com material orgânico (fezes, urina, vomito, sangue, secreções), antecedendo a limpeza das superfícies. • Desinfecção Terminal: é realizada após limpeza terminal quando da alta, óbito ou transferência do paciente. 2.4. Soluções para Desinfecção de Superfície Álcool a 70% (Usado pela Equipe de Enfermagem). • O álcool a 70% é utilizado na Desinfecção Concorrente ou Terminal da unidade do paciente, devendo ser realizada pelo pessoal da enfermagem; • Na desinfecção terminal da unidade do paciente o álcool a 70% deverá ser usado após limpeza terminal realizada pelos funcionários do SHL; • O álcool a 70% é utilizado para desinfecção de equipamentos, bancadas, macas, superfícies metálicas e etc. Hipoclorito de sódio a 1% • É utilizado na desinfecção terminal e Concorrente de pisos, paredes e banheiros, não devendo ser utilizado em artigos metálicos; • É utilizado na desinfecção terminal após a limpeza terminal; • O Hipoclorito é utilizado na Desinfecção Concorrente ou Terminal das Áreas Críticas o Semicríticas, devendo ser realizada pelo pessoal do SHL após limpeza; 16 2.5. Fluxograma com passos seqüenciais da higienização de superfícies: Superfícies com presença de matéria orgânica Desinfecção Retirar matéria orgânica com pano ou papel Limpar com água e sabão o restante da área Secar as superfícies Aplicar desinfetante em todo ambiente e deixar secar espontaneamente. 03. Responsabilidades da Equipe de Enfermagem na Limpeza do Ambiente Hospitalar: • Colaborar com o funcionário do Serviço de Higienização e Limpeza, quando o mesmo estiver realizando a limpeza do ambiente; • Comunicar ao funcionário do Serviço de Higienização e Limpeza o momento certo de realizar a limpeza da unidade do paciente; * Quando alta, transferência ou óbito; * Quando internação prolongada (de 15/15 dias). • A enfermagem deverá desocupar o leito e solicitar a limpeza do mesmo nos casos de internação prolongada (15/15 dias); • Solicitar a limpeza terminal da unidade do paciente sempre que necessário; • Não utilizar sabonetes líquidos, de lavagem das mãos, para limpeza de equipamentos e superfícies; Utilizar sabão específico entregue pelo Supervisor de higienização e limpeza; 17 • Semanalmente desocupar armários, gavetas e ambientes dos postos de enfermagem, para limpeza terminal a ser realizada pelos SHL; • Esvaziar a geladeira para limpeza quinzenal e sempre que necessário. Fazer a desinfecção com álcool a 70% da geladeira após limpeza; • Realizar a desinfecção de materiais, equipamentos, bancadas, armários, macas e da unidade do paciente com álcool à 70%; * Embeber o pano no álcool e fazer 03 fricções locais por 30 segundos, deixando a superfície secar espontaneamente; * Manter o frasco rotulado com nome da solução, validade, data da abertura e assinatura; * O prazo máximo para uso da solução, após a abertura, é de 07 dias; * Proceder a limpeza do local a ser limpo, com água e sabão, antes da desinfecção se o mesmo tiver presença de matéria orgânica (no caso de ser a unidade do paciente solicitar a limpeza ao funcionário do SHL); • Recolher roupas, comadres, compadres e qualquer outro material utilizado na assistência ao paciente, para que o funcionário do SHL proceda a limpeza da enfermaria e da unidade do paciente: * No que diz respeito à unidade do paciente estão incluídos: a cama, o suporte de soro, a escadinha, a mesinha de cabeceira, a mesa de refeição, o cesto de lixo e demais mobiliários utilizados durante a assistência ao paciente. • Na Hemodiálise a limpeza da unidade do paciente é responsabilidade da equipe de enfermagem: cadeira, máquina de diálise e outros equipamentos utilizados durante a seção; • Estabelecer uma rigorosa rotina de limpeza e desinfecção do ambiente, entre cada procedimento; para locais destinados a realização de procedimentos limpos e contaminados; • Ao realizar um procedimento contaminado, realizar limpeza e desinfecção do ambiente, antes da realização de outro procedimento; • Em consultórios e/ou salas de procedimentos estabelecer desinfecção das macas com água, sabão e álcool a 70% e troca de lençóis a cada paciente; • Não realizar ao mesmo tempo procedimento limpo e contaminado, no mesmo ambiente. • Priorizar a realização de todos os procedimentos limpos antes dos contaminados, quando utilizar o mesmo ambiente para ambos; 18 IV. PROCESSAMENTO DE ROUPAS: A Unidade de Processamento de Roupa ou Lavanderia é considerada um setor de apoio que tem como finalidade coletar, pesar, separar, processar, confeccionar, reparar e distribuir roupas em condições de uso, higiene, qualidade e conservação a todas as unidades do hospital, devendo garantir o atendimento à demanda e a continuidade da assistência. As roupas utilizadas no hospital incluem lençóis, cobertores, toalhas, roupas de pacientes, compressas, campos cirúrgicos, máscaras, propés, capotes, gorros, dentre outros. O Processamento de Roupas dentro da unidade hospitalar é de fundamental importância, pois envolve os seguintes aspectos: • Controle das infecções; • Recuperação, conforto e segurança do paciente; • Eficiência na assistência prestada por parte dos profissionais de saúde. 01. Processamento Geral das Roupas: O processamento da roupa consiste em todos os passos requeridos para a coleta, transporte e separação da roupa suja, bem como aqueles relacionados ao processo de lavagem, secagem, calandragem, armazenamento e distribuição. 1.1. Acondicionamento e Remoção da Roupa Suja da Unidade Geradora: O Acondicionamento da roupa suja na unidade geradora tem como objetivo guardar a roupa em local adequado, imediatamente após o uso, até o recolhimento e transporte para a lavanderia visando à proteção da equipe de saúde e dos pacientes. Os sacos plásticos dos hampers são transparentes e de uso único, com cor diferente dos sacos de resíduos para evitar destinos errados de ambos; A retirada da roupa suja da unidade geradora (onde foram utilizadas), deve haver o mínimo de agitação e manuseio, observando-se as precauções padrão independente da sua origem ou do paciente que a usou. Isso ajuda a prevenir acidentes e dispersão de microrganismos para o ambiente, trabalhadores e pacientes. 1.2. Coleta e Transporte da Roupa Suja; 19 A coleta da roupa suja deve ser realizada em horários preestabelecidos, devendo permanecer o menor tempo possível na unidade geradora. O funcionário que realiza a coleta e o transporte da roupa suja deve estar devidamente paramentado com todos os EPI indicados para tal atividade (capote, bota, gorro, máscara, óculos e luvas). A roupa suja deve ser transportada de tal forma que seu conteúdo não contamine o ambiente ou o trabalhador que a manuseia. Deverá ser coletada no próprio saco plástico do hamper, fechando-o adequadamente para impedir abertura durante o transporte (deixar um saco novo no lugar); O Carro de transporte deve ser exclusivo para esse fim, identificado e com tampa, não excedendo a capacidade do mesmo, permitindo assim o fechamento total da tampa. Obs: Como o carro de coleta do hospital não possui tampa, deve-se observar o fechamento adequado dos sacos plásticos, e respeitar a capacidade dos carros de coleta rigorosamente. 1.3. Processamento da Roupa na Área Suja (Pesagem, Separação e Classificação): Na área suja da Lavanderia, a roupa é classificada e pesada antes de iniciar o processo de lavagem, mantendo a recomendação de realizar o mínimo de agitação e manuseio das roupas. O trabalhador da área suja deve tomar banho e trocar de roupa ao término do trabalho. • Pesagem: etapa não realizada no hospital por falta de balança (etapa importante para dados de controle de custo e para dimensionar a carga de acordo com a capacidade da lavadora). • Separação e Classificação: A separação é realizada para retirar os objetos que possa interferir nos processos de lavagem e que acompanham as roupas nos sacos de hampers (objetos sólidos, instrumentais, etc), bem como proceder a Classificação, agrupando as roupas que podem ser lavadas em conjunto. Na separação, as peças de roupa devem ser cuidadosamente abertas, puxando-as pelas pontas sem apertar, para a verificação e retirada de objetos estranhos, como instrumentais, artigos perfurocortantes, outros resíduos sólidos, etc. A roupa é classificada de acordo com o grau de sujidade, tipo de tecido e cor. A roupa é classificada em dois grupos de acordo com Grau de sujidade (Sujidade Pesada: roupa com sangue, fezes, vômitos e outras sujidades; Sujidade leve: roupas sem presença de fluídos corpóreos, sangue e/ou produtos químicos). 20 1.4. Processo de Lavagem (Umectação, Pré-lavagem, Alvejamento, Acidulação, Amaciamento): O processo de Lavagem consiste na eliminação da sujeira, deixando-a com aspecto e cheiro agradáveis, além do nível bacteriológico reduzido ao mínimo. A roupa é desinfetada durante esta etapa, tornando-se livre de patógenos vegetativos, mas não se torna estéril. A roupa é colocada dentro da lavadora na área suja e no final do processo de lavagem, é retirada por meio da abertura voltada para a área limpa. A descontaminação de qualquer tipo de roupa antes do processo de lavagem é desnecessária. 1.5. Processamento da Roupa na Área Limpa (Centrifugação, Secagem, Calandragem, Prensagem, Embalagem, Estoque e Armazenamento): Após a operação de lavagem, a roupa passa por processos de centrifugação, secagem e/ou calandragem e/ou prensagem, que são efetuados na área limpa da unidade. Ao retirar a roupa limpa da lavadora, deve-se evitar que as peças caiam no chão e sejam contaminadas. Após a etapa de secagem, a roupa limpa é dobrada e acondicionada nas prateleiras da rouparia. O manuseio da roupa limpa deve ocorrer somente quando necessário e com prévia lavagem das mãos. Obs: A circulação do trabalhador entre a área limpa e a área suja deve ser evitada, quando necessária deverá ser precedida de banho. 1.6. Transporte e Distribuição da Roupa Limpa; A distribuição da roupa limpa é feita de acordo com as requisições emitidas pela chefia de cada unidade. O transporte é realizado em carrinhos limpos, desinfetados e com tampa, evitando o risco de recontaminação da roupa antes de chegar aos locais de destino. 1.7. Particularidades: • Serviço de Quimioterapia: Não há recomendação específica para o processo de lavagem de roupas contaminadas com antineoplásicos, no entanto, é fundamental a adoção de precauções padrão ao manipular roupa contaminada com esses medicamentos. * As roupas contaminadas com excretas e fluidos corporais de pacientes em quimioterapia precisam ser acondicionadas e identificadas (Símbolos de Risco e Manuseio para o Transporte e Armazenamento de Material) para encaminhamento à Lavanderia; 21 * O recolhimento das roupas dos pacientes e a manipulação antes de introduzir na lavadora, deve ser feito com o mínimo de agitação evitando a dispersão dos quimioterápicos no ar; * O uso de máscara de carvão ativado para a manipulação destas roupas é obrigatório e definido pelo SESMT. • Roupas provenientes de pacientes em isolamento: Não é preciso adotar um ciclo de lavagem especial para as roupas provenientes desses pacientes, podendo ser seguido o mesmo processo estabelecido para as roupas em geral. Se as precauções padrão forem adequadamente adotadas, não há necessidade de adoção de cuidados adicionais no manuseio de roupas de pacientes em isolamento • Roupas provenientes de serviço de nutrição e dietética e panos para limpeza: Também não é preciso adotar um ciclo de lavagem especial para as roupas provenientes dessas áreas, podendo ser seguido o mesmo processo estabelecido para as roupas em geral. 02. Esterilização das Roupas: O processamento normal da roupa não resulta em eliminação total dos microrganismos, especialmente em suas formas esporuladas, conseqüentemente, as roupas que serão utilizadas em procedimentos cirúrgicos ou procedimentos que exijam técnica asséptica devem ser submetidas à esterilização após a sua lavagem. Não há necessidade de esterilização das roupas utilizadas por recém-nascidos. Roupas que serão submetidas à esterilização não poderão ser submetidos à calandragem ou passadoria a ferro. 03. Responsabilidades da Equipe de Enfermagem com o Enxoval do Hospital: • Colocar roupas sujas no hamper usando até 80% da capacidade do mesmo, possibilitando que o saco seja amarrado para o transporte. Isso evitará a contaminação do ambiente, já que não possuímos carros com tampa; • Colocar dois hampers em locais que a produção de roupa suja é muito grande, evitando ultrapassar a capacidade de acondicionamento do hamper; • Não deixar roupa suja no chão, colocando-as imediatamente no hamper após o uso; 22 • Não é necessário acondicionamento diferente para roupas sujas de enfermarias de isolamentos (não existe diferença entre o nível de contaminação de roupas provenientes de pacientes de isolamento ou de enfermarias comum); • A manipulação das roupas contaminadas com excretas e fluidos corporais de pacientes em quimioterapia, deve ser feito com o mínimo de agitação evitando a dispersão dos quimioterápicos no ar: acondicioná-las em hampers, protegidas com lençol não contaminado até o recolhimento pela lavanderia (envolver toda a roupa do paciente no lençol do leito fazendo uma “troxinha”); • Evitar que objetos perfurocortantes, instrumentais ou outros artigos sejam deixados juntamente com a roupa suja nos hampers (aumenta risco de acidentes para os funcionários da lavanderia); • O recolhimento das roupas nas enfermarias é feito pelo funcionário da lavanderia: a coleta é realizada de hora em hora ou solicitar sempre que necessário; • O funcionário da lavanderia identifica os sacos plásticos dos hamper com o objetivo de identificar problemas setoriais com o manejo das roupas, devolver objetos de valor quando encontrado, verificar a quantidade de roupa necessária para aquele setor; * A rotina de identificação dos hampers de acordo com a unidade geradora objetiva levantar os problemas relacionados ao acondicionamento, e não ao controle de infecção hospitalar. • Roupas com contaminação excessiva de conteúdo que pode vazar , devem ser colocadas em sacos plásticos antes de serem desprezadas nos hampers, para evitar contaminação do ambiente (solicitar sacos brancos leitosos ao SHL); • A distribuição das roupas é feita de acordo com a disponibilidade de enxoval e necessidade do setor a partir do levantamento da quantidade de pacientes internados; Não ocorre em horário fixo e sim a partir da disponibilidade de roupas limpas, portanto deverá ser solicitado sempre que necessário; • A roupa limpa não deve ser transportada manualmente, pois poderá ser contaminada com microrganismos presente nas mãos ou roupas dos profissionais. • Não usar lençol e/ou campos como forro de mesas e/ou bancadas, devido ao número reduzido de enxoval e a necessidade de desinfecção freqüente destes locais. • O controle das roupas é realizado através da conferência rigorosa da quantidade distribuída e coletadas nas unidades do hospital; É necessário anotar em uma planilha a quantidade de peças deixadas em cada unidade, para possibilitar o controle de estoque; • A estocagem de grande quantidade de roupa limpa nas unidades de serviço aumenta o risco de contaminação, demanda maior de estoque e dificulta o controle da roupa; 23 • Roupa limpa deverá ser armazenada em local próprio e adequado em cada setor, a fim de evitar contaminação das mesmas; • No momento da alta um funcionário da enfermagem deverá recolher e conferir as roupas que o paciente estava usando. Obs: A adesão às precauções padrão e adequado descarte de perfurocortantes são essenciais para garantir a prevenção e a disseminação de patógenos entre os trabalhadores, além da recontaminação da roupa. As infecções adquiridas pelos trabalhadores na unidade de processamento de roupas estão relacionadas principalmente à não adesão das precauções padrão. 24 VII. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA: 01. ANVISA –. Processamento de Roupas de Serviços de Saúde: Prevenção e Controle de Riscos. Agência Nacional de Viglância Sanitária, 3º Ed. 120p, 2007. 02. ANVISA – Resolução RDC nº 156 de 11 de Agosto de 2006: Dispõe sobre o registro, rotulagem e re-processamento de produtos médicos, e dá outras providencias. 03. ANVISA – Resolução RE nº 2605 de 11 de Agosto de 2006: Estabelece a lista de produtos médicos enquadrados como de uso único proibidos de ser reprocessados; 04. APECIH - Esterilização de Artigo em Unidade de Saúde. Associação Paulista de Estudos e Controle de Infecção Hospitalar, 2º Ed. 159 p, 2003. 05. CCIH / HC – Unicamp: Normas para Utilização de Anti-Sépticos. Universidade Estadual de Campinas, Hospital das Clínicas, 2000. 06. CGRSS / SCIH / CCIH –: Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde. Comissão de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde / Santa Casa de Misericórdia de Goiânia. Fevereiro / 2005. 07. SCIH / CCIH – Rotina de Prevenção de Infecção de Corrente Sanguínea. Serviço de Controle de Infecção Hospitalar / Santa Casa de Misericórdia de Goiânia, Fevereiro / 2006. 08. SCIH / CCIH – Rotina de Prevenção de Pneumonias Hospitalares. Serviço de Controle de Infecção Hospitalar / Santa Casa de Misericórdia de Goiânia, Fevereiro / 2006. 09. SCIH / CCIH – Manual de Curativos. Serviço de Controle de Infecção Hospitalar / Santa Casa de Misericórdia de Goiânia, Revisão / Agosto 2005. 10. SCIH / CCIH – Rotina de Higienização e Limpeza do Ambiente Hospitalar. Serviço de Controle de Infecção Hospitalar / Santa Casa de Misericórdia de Goiânia, Revisão / Março 2005. 25 11. SCIH / CCIH –. Manual de Coleta Microbiológica. Serviço de Controle de Infecção Hospitalar / Santa Casa de Misericórdia de Goiânia, Revisão / 2004. 12. SCIH / CCIH – Rotina de Biossegurança e Precauções. Serviço de Controle de Infecção Hospitalar / Santa Casa de Misericórdia de Goiânia, Junho / 2006. 13. SHL/ SCIH / CCIH – Rotina de Higienização e Limpeza do Ambiente Hospitalar. Serviço de Higienização e Limpeza / Serviço de Controle de Infecção Hospitalar / Santa Casa de Misericórdia de Goiânia, Março / 2006. 14. MARTINS, M.A. Manual de Infecção Hospitalar e Epidemiologia: Prevenção e Controle, 2º edição 2001. 15. UFSP – Diretrizes para a Prevenção e o Controle de Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde. Comissão de Epidemiologia Hospitalar / Hospital São Paulo / Universidade Federal de São Paulo. 2005, 120p. _______________________________ Dra. Flávia Valério de L. Gomes Núcleo Hospitalar de Epidemiologia Enfermeira / Coordenadora SCIH ______________________________ Dra. Luciana Augusta Alves Mariano Núcleo Hospitalar de Epidemiologia Enfermeira / Coordenadora SISRHC ______________________________ Dra. Mônica Ribeiro Costa Núcleo Hospitalar de Epidemiologia Infectologista / Coordenadora SVE