Daniel Mesquita
O médico grego Hipócrates (460-377 a.C) foi o primeiro a olhar
para um homem que sofria um ataque epiléptico _consequência da
doença que faz com que as pessoas caiam ao solo, comportando-se
como se já não mais tivessem o controle de seu corpo_ e dizer: "Não
há nenhum deus aí dentro; é um fenômeno do corpo desse indivíduo".
Todos os outros povos da Antiguidade davam uma explicação
religiosa para esse fenômeno. Viam deuses e demônios na epilepsia,
que era chamada de "doença sagrada".
O médico Hipócrates, porém, afirmava que todas as doenças
possuem uma causa natural, não devendo ser encaradas como uma
punição divina.
A explicação de Hipócrates para a epilepsia ilustra o que a
Grécia Antiga nos proporcionou: a ideia da investigação sistemática, de
que o mundo é regido por leis da natureza, e não por deuses cheios de
caprichos.
Matemáticos indianos inventaram o zero, chave da aritmética. A
civilização chinesa inventou a pólvora e a bússola.
Nenhuma
dessas
civilizações,
entretanto,
conseguiu
desenvolver um método científico que duvidasse de tudo, investigador e
experimental. Esse método veio dos gregos antigos.
Uma civilização que desenvolveu uma assembléia, onde os
homens aprenderam a persuadir uns aos outros por meio do debate, da
polêmica; uma economia marítima que impedia o isolamento e, ao
mesmo tempo, desenvolvia uma classe mercantil independente, que
podia contratar seus próprios professores; que escreveu as obras
"Ilíada" e "Odisséia" e que construiu uma religião que não era dominada
por sacerdotes.
E, o fundamental, uma civilização que persistiu em conjugar
esses fatores durante mil anos. Como dizia o pensador romano
Lucrécio, os gregos viam "a natureza livre e desembaraçada de seus
senhores arrogantes, agindo espontaneamente por si mesma, sem a
interferência dos deuses".
Mas isso não representou o fim da religiosidade entre os gregos
antigos. O próprio juramento dos médicos, atribuído a Hipócrates,
começa com uma invocação aos deuses Apolo, Esculápio, Higiéia e
Panacéia.
Claro que libertar-se da superstição é uma condição necessária,
mas não suficiente, para a ciência. Então, interessa ao estudante observar
que percurso histórico explicaria o aumento do racionalismo. O que teria
levado os gregos a se diferenciarem dos outros povos da Antiguidade?
LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA
• Concentrou-se ao sul da Península Balcânica, nas
ilhas do Mar Egeu e no litoral da Ásia Menor.
Resumo da Trajetória Grega
Pré-Homérico
Homérico
Chegada dos
Povos
Formadores
Dominação
Dórica
Diásporas
Ilíada
Odisséia
Arcaico
Clássico
Pólis
Colonização
Auge
G.Médicas
G.Peloponeso
Macedônicos
XX aC XII aC XII aC VIII aC VIII aC VI aC V aC IV aC
2000 aC
Helenismo
IV aC I aC
30 aC
PERÍODO HOMÉRICO
•
Fontes: Ilíada (Guerra de Tróia) e Odisséia (retorno de Ulisses ao reino
de Ítaca). Poemas atribuídos ao poeta Homero.
Os refugiados da primeira diáspora grega fundaram pequenas unidades
auto-suficientes baseadas no coletivismo – os genos, ou comunidades
gentílicas.
Por volta do ano 800 a.C., as disputas por terras cultiváveis e o crescimento
populacional acabaram com o sistema gentílico.
Período Arcaico (séc.VIII a.C. ao séc. VI a.C.):
Genos – Tribos – Fratrias – Pólis
Geno
1
Geno
2
Frátria
1
Geno
1
Geno
2
Geno
2
Frátria
1
Frátria
2
Tribo
1
Geno
1
PÓLIS
Geno
1
Geno
2
Frátria
2
Tribo
1
Características das cidades-estado:
- Governos independentes e representativos
(assembléias de cidadãos).
- Dimensões e populações pequenas.
- Área fortificada.
“Os problemas da comunidade são provocados
pelos seres humanos e exigem soluções humanas.”
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1° ano - Professor D..