Governo do Estado do Rio de Janeiro Secretaria Estadual de Assistência Social e Direitos Humanos Rio de Janeiro, 2012 Governador do Estado do Rio de Janeiro Sergio Cabral Secretário de Estado de Assistência Social e Direitos Humanos Antonio Claret Campos Filho Subsecretária de Assistência Social e Descentralização da Gestão Nelma de Azeredo Superintendente de Gestão do SUAS Helena Ferreira de Lima Superintendente de Proteção Social Básica Simone de Almeida Pinto Superintendente de Proteção Social Especial Heloisa Helena Mesquita Consultoria em planejamento e elaboração do texto Regina Teixeira (coord.) Cecília Paiva Neto Cavalcanti Colaboração na construção do Plano Equipe de Proteção Social Básica Equipe de Proteção Social Especial Equipe de Gestão do SUAS Expediente Esta é uma publicação técnica da Secretaria de Estado de Assistência Social e Direitos Humanos/ Subsecretaria de Assistência Social e Descentralização da Gestão. PLANO ESTADUAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO (2011-2014) INTRODUÇÃO Este documento apresenta o Plano Estadual de Assistência Social do Estado do Rio de Janeiro, matriz norteadora das ações da Secretaria Estadual de Assistência Social e Direitos Humanos (SEASDH) na implementação da política de assistência social em seu território, no período 2011-2014. Embora essencial como elemento orientador, é preciso esclarecer que um plano, seja de assistência social – como é o caso – seja de qualquer outra política pública, não deve ser entendido como um documento rígido, a ser preservado em sua formulação inicial a qualquer custo, avesso a ajustes e mudanças. Ao contrário, o contraste com a realidade e as condições objetivas de realização pressupõe tais iniciativas, agregando avaliações periódicas sobre êxitos e dificuldades que se apresentam no processo de concretização das propostas formuladas e – sempre que necessário – atualizações. O Plano constitui o documento mais abrangente e geral, que – a partir de estudos, pesquisas, levantamentos e diagnósticos – identifica necessidades e, em função delas, define metas e decisões, objetivos, estratégias e ações para atendê-las. Posteriormente, ele vai se materializar em ações para realização do planejado. (TEIXEIRA: 2009). Atendendo os objetivos constitucionais de descentralização política e administrativa, e de participação social, o planejamento da política de assistência social, no âmbito estadual, incorpora os compromissos firmados nas suas instâncias deliberativas e de pacto, a saber: o Conselho Estadual da Assistência Social (CEAS), as conferências estaduais e a Comissão Intergestores Bipartite (CIB). Sendo assim, a elaboração deste Plano tem como base o Pacto de Aprimoramento da Gestão da Política de Assistência Social no Estado do Rio de Janeiro, estabelecido na Resolução CIB Nº 17 de 20 de 1 outubro de 2011 e aprovado na Resolução CEAS No 23, de 20/10/2011, assim como as deliberações da VIII Conferência Estadual da Assistência Social, também realizada em 2011. Em julho de 2007 o MDS apresentou, para apreciação de todas as esferas e níveis de gestão do SUAS, um termo de referência – denominado texto-subsídio – para inspirar a elaboração de Planos de Assistência Social de mais longo prazo do que os planos de ação anuais, além de apresentar as metas do gestor nacional para expandir e consolidar o padrão de gestão SUAS em todo o Brasil. O documento também atendia ao deliberado na V Conferência de Assistência Social de 2005, que definiu eixos de intervenção, objetivos e metas do Sistema . A partir daí, caberia a cada gestor estadual elaborar um plano similar, adequado a sua realidade. Tal Plano Estadual tem como base os Planos Plurianuais de Ação ou PPA(s), exigidos pelo artigo 65 da Constituição Federal a cada início de gestão governamental, na medida em que se refere a compromissos – com prioridades, metas e resultados – a serem assumidos pelo gestor estadual, no âmbito de suas competências, com o gestor nacional e, principalmente, com os gestores municipais de seu território de referência. Também neste sentido, ele se diferencia dos planos anuais que incorporam as demandas e propostas do conjunto de municípios que formam o estado, enquanto unidade federativa, para o período de um ano. As ações de reordenamento institucional que propõe dizem respeito à estruturação – em termos de recursos organizacionais, técnicos, humanos e materiais – do ente estadual para operar de acordo com os preceitos legais, diretrizes e modelo de gestão propostos pela PNAS/SUAS, apoiando política, técnica e materialmente os municípios que formam o estado para que possam operar do mesmo modo. 1 Inicialmente, os planos estaduais deveriam ter caráter decenal, período alterado posteriormente para quatro anos. 2 A Conferência teve como tema “SUAS-Plano 10: Estratégias e Metas para a Implementação da Política Nacional de Assistência Social”. 2 O processo de construção do presente Plano teve início ainda em 2010, através de uma parceria, envolvendo a Secretaria Estadual de Assistência Social e Direitos Humanos do Rio de Janeiro (SEASDH) e um grupo de profissionais atuantes na área de assistência social pela docência e pesquisa. A função da consultoria foi dar suporte especializado ao processo de reflexão e formulação de orientações práticas para aprimorar a implementação da política de assistência social na perspectiva do SUAS e da seguridade social, incentivando os técnicos estaduais a acompanhar ativamente os avanços na defesa dos direitos humanos em sua mais ampla acepção. De modo simultâneo e complementar ao Plano, elaborou-se o Guia para Operacionalização de Princípios e Conceitos da Política Nacional da Assistência Social e do Sistema Único da Assistência Social (PNAS/SUAS), publicado em maio de 2012. Entre julho de 2010 e maio de 2011, realizaram-se 17 Oficinas, com a participação de técnicos e gestores da SEASDH, sendo que duas dedicadas especificamente à construção do Plano, com o tema das competências do órgão gestor estadual da assistência social. Também em reuniões com a equipe gestora da SEASDH procedeu-se ao levantamento de informações e estabelecimento de metas, ações e objetivos. A dinâmica usada nas Oficinas e reuniões privilegiou métodos participativos, aproveitando a experiência e o conhecimento acumulado pela equipe da Subsecretaria de Assistência Social e Descentralização da Gestão (SSASDG/SEASDH). Portanto, o documento aqui apresentado é fruto de um planejamento compartilhado que considerou os conteúdos consolidados em diferentes espaços de participação popular e de pacto, especialmente as conferências municipais de assistência social, realizadas em 2011, cuja referência documental é o relatório de deliberações da VIII Conferência Estadual. Ele se articula ao Pacto de Aprimoramento da Gestão da Política de Assistência Social no Estado do Rio de Janeiro como expressão da adesão do estado às prioridades de gestão estabelecidas nacionalmente, em atendimento às já citadas Resolução CIT Nº 17/10 e à Matriz Orientadora para Elaboração do Pacto de Aprimoramento da Gestão dos Estados e do Distrito Federal (MDS: 2011). No diagnóstico situacional foram utilizados dados próprios e os produzidos pelo Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), como os censos SUAS; os disponíveis nos institutos de pesquisas oficiais, como o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA); e os obtidos em fontes internacionais, como os elaborados pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), entre outros; além de estudos realizados por especialistas da área. 3 Três princípios guiam o Plano: • Ampliação dos serviços sociais como direito de cidadania; • Fomento à participação e controle da população; • Articulação / intersetorialidade entre as políticas públicas. São princípios que convergem – antes de tudo – para a lógica do direito e para os objetivos de universalização do acesso a bens e serviços públicos. Também atendem ao caráter democrático e descentralizado da gestão administrativa estabelecido pela Constituição Federal de 1988, e ao papel agregador que o conceito de seguridade social atribui à assistência social na sua relação com as demais políticas sociais. Papel ratificado pela Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS) de 1993, quando determina que a assistência social deve-se realizar de forma integrada às políticas setoriais, visando, entre outros objetivos, à integralidade e universalização dos direitos sociais. A PNAS/SUAS, por sua vez, contribui para a materialização da função articuladora, através da organização de ações a partir da lógica sistêmica. 4 DIAGNÓSTICO SOCIOECONÔMICO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO Para integrar as informações acerca das realidades dos diferentes estados e municípios, e com a intenção de definir as prioridades nacionais para a política de assistência social nos quatro anos (2011-2014), o Governo Federal formulou uma Matriz que originou o Pacto de Aprimoramento da Gestão da Política de Assistência Social no estado do Rio de Janeiro, anteriormente mencionado. Em atenção às solicitações presentes nesse documento e às prioridades nacionais referendadas no Fórum Nacional de Secretários(as) de Estado de Assistência Social (FONSEAS), assim como às deliberações da VIII Conferência Estadual de Assistência Social, e tomando por base as informações obtidas no conjunto de documentos de análise, censos e pesquisas desenvolvidas nos últimos anos pelos governos federal e estadual, foi elaborado o diagnóstico situacional, ponto de partida do planejamento das ações de gestão e execução a serem desenvolvidas. É importante mencionar que algumas das prioridades do documento Matriz não são completamente novas. Mas sim questões ainda pendentes, embora destacadas como centrais há muito tempo nos espaços de controle, articulação e pacto, seja pelos trabalhadores da área, seja pelos usuários. Outras prioridades e ações elencadas pelo governo federal (como necessárias para efetivar a assistência social enquanto política pública) já se consolidaram como realidade no estado e em diversos de seus municípios. 1- Caracterização geral O Rio de Janeiro, segundo dados de 2010 do IBGE, é o segundo estado brasileiro de maior densidade demográfica. Conta com 15.993.583 habitantes, ocupando uma extensão de 43.696.054 Km2, dividida em 92 municípios, cujos portes variam entre pequeno, médio, grande e metrópole. Na Região Metropolitana vivem cerca de 3/4 da população, o equivalente a cerca de 11 milhões dos quase 16 milhões de residentes no estado, enquanto na cidade do Rio de Janeiro vivem seis milhões de pessoas e se concentram 40% dos trabalhadores fluminenses. 5 A alta densidade demográfica, conjugada a um elevado grau de urbanização desordenada e excludente, constitui fator de ampliação e agravamento do quadro de necessidades não atendidas da população. Trabalhando com dados do Censo 2000, Burgos (s/d) observa que, a partir dos anos 1990, o fluxo migratório para os grandes centros urbanos – diferentemente do ocorrido nos anos de crescimento e industrialização acelerada – não se conjugou a uma expansão da oferta de trabalho, pois se deu em um período de quase estagnação econômica. Assim, a concentração de pessoas nas cidades grandes acirra a disputa por trabalho e renda, inclusive a propiciada pela economia informal; amplia a precariedade laboral, em todas as suas dimensões; aprofunda desequilíbrios socioeconômicos; e – o mais importante em nossa área de interesse – exige dos governos iniciativas que deem conta dos graves problemas gerados (aumento da população em situação de rua, ocupação desordenada de terrenos impróprios à construção de moradias, crianças em situação de trabalho, criminalidade, dentre outras expressões da questão social). As grandes cidades do estado do Rio sofrem com o passivo acumulado. E hoje, com a relativa recuperação do crescimento econômico e expansão dos setores de construção civil e turismo – parte devido a investimentos em rede hoteleira e centros desportivos para atender a eventos, como a Copa do Mundo e as Olimpíadas –, um novo e expressivo contingente de trabalhadores é atraído para o estado, muitos com famílias – crianças, idosos –, a demandar saúde, educação, moradia, saneamento. Só no Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), atuam 15 mil trabalhadores e há que se pensar no futuro próximo, quando finalizarem as obras3. O típico perfil profissional atuante na construção civil não atende aos requisitos de média e alta qualificação técnica exigidos pelos empregos a serem criados na produção de derivados do petróleo. Estes trabalhadores tendem a ser aproveitados apenas na etapa de obras e depois dispensados, até porque se reduz, em muito, o número de vagas oferecidas. Isto significa que governo e sociedade precisarão de estratégia e atuação coordenadas para reduzir impactos negativos em oportunidades de desenvolvimento social, para além do crescimento econômico. Ainda de acordo com o IBGE (2010), o Rio de Janeiro é a segunda maior economia do país, assentada, principalmente, na exploração do petróleo e gás (indústria petroquímica, exploração do pré-sal etc.). Entretanto, de forma semelhante ao restante do território nacional, o produto dessa riqueza natural não é usufruído de forma igualitária, nem pelos As obras tiveram início em 2008 e estão previstas para durar cinco anos (ver em http://www.comperj.com.br/Apresentacao.aspx; acesso em 07/08/2012). 3 6 92 municípios, nem por todos os cidadãos fluminenses. Apesar do avanço da discussão sobre redistribuição dos chamados royalties do petróleo4, os municípios não produtores recebem hoje apenas 8,75% do valor produzido. Para além das desigualdades inerentes a nossa formação social, a heterogeneidade entre os municípios é um dado importante a ser levado em consideração. As diferenças expressam-se – de forma clara – em indicadores socioeconômicos, como: renda; acesso a serviços básicos de saúde, educação, transporte, infraestrutura básica; acesso ao mercado de trabalho e condições de emprego; moradia, dentre outros. Por outro lado, realidades tão diferentes colocam entraves objetivos ao atendimento às necessidades sociais da população por parte dos gestores das políticas locais, e não só da assistência social, uma vez que os gastos e investimentos encontram-se condicionados à capacidade de arrecadar tributos na esfera municipal, que tampouco é igual. O Rio de Janeiro é um estado que, pelas suas características geográficas e riquezas naturais e culturais, se destaca no contexto nacional e internacional. Além da capital, municípios – como Búzios, Angra dos Reis, Paraty, cidades da Região Serrana, entre outros – atraem diversas modalidades de turismo com seus cenários de lazer e eventos. Notoriedade hoje mais expressiva, devido à iminente realização da Copa do Mundo (2014) no Brasil e ao fato da cidade do Rio sediar os próximos Jogos Olímpicos (2016), além de eventos como o Rio+20 (já realizado). Nesse contexto, o governo federal e o estadual assumem o compromisso de desenvolver ações concretas para atingir, até 2015, as metas da Cúpula do Milênio (ONU, 2000) relativas à erradicação da fome e miséria, tendo os programas de transferência de renda como principal estratégia. Além de outras, como: universalização do ensino básico; promoção de igualdade entre os sexos e autonomia das mulheres; redução da mortalidade infantil; melhoria da saúde materna; combate ao HIV/AIDS, à malária e outras doenças; garantia da sustentabilidade ambiental; estabelecimento de parceria mundial para o desenvolvimento. 4 Genericamente, trata-se da compensação financeira paga aos governos dos territórios em que ocorre a extração de recursos naturais. 7 2 - Emprego e renda Não são poucos os documentos e estatísticas oficiais que apontam nos últimos anos uma melhora nos índices de desemprego, pobreza e indigência no país, em conjunto, e também no estado do Rio de Janeiro. Em relação à taxa de desemprego, o IBGE assinala um percentual de 8,9% quando foi realizado o Censo 2010, enquanto em 2005 atingia 13%. Entre as regiões do estado, a Baixada Fluminense é a que apresenta a maior taxa (11,0%), seguida pela Baixada Litorânea (10,4%). Também o Leste e o Norte têm índices próximos a 10%. A incidência do problema é menor na capital e na Região Serrana, com taxas inferiores a 8% (Sebrae: 2012). Segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), de junho de 2011, o estado foi o que mais expandiu a geração de empregos no país no período, com aumento de 0,57%. O crescimento deveu-se exatamente à expansão dos setores de serviços, construção civil e comércio5. Entretanto, isso não significa que as questões problemáticas, matrizes da vulnerabilidade social, estejam superadas. Um problema persistente é a taxa de desemprego entre jovens de 15 a 24 anos, que, no Brasil, é de 17,8%, valor 3,2 vezes superior ao registrado entre adultos (5,6%). Mas, a maior taxa de desocupação juvenil está na região Sudeste (20,3%), e nela, a mais elevada é a do estado do Rio de Janeiro (26%), segundo o relatório "Trabalho Decente e Juventude no Brasil" (2009), produzido pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) em parceria com o Conselho Nacional de Juventude (Conjuve), com base em dados de 2008 do IBGE. Situação que é confirmada pelas contínuas Pesquisas Mensais de Emprego (PMEs), do IBGE. Além da maior incidência de desemprego, quase 1/3 dos trabalhadores jovens não têm carteira de trabalho assinada e estão mais sujeitos a demissão. A maioria não concluiu o ensino fundamental e se encontra fora da escola, de acordo com todas as Pesquisas Nacionais por Amostra de Domicílio, as PNAD(s), desde que começaram a ser feitas. Daí a importância de se promoverem ações integradas específicas para esta faixa etária, envolvendo elevação da escolaridade, qualificação social e profissional, esporte, lazer, cultura. Os programas de transferência de renda, tanto no nível federal quanto do estado, ao priorizarem a faixa etária até 18 anos de idade, também contribuem para melhorar a situação de escolaridade dos jovens, embora seja necessária a qualificação da escola para atrair, manter e fazer progredir os alunos. 5 Ver http://www.rj.gov.br/web/setrab/exibeconteudo?article-id=547802. Acesso em 15/05/2012. 8 Por outro lado, cabe chamar atenção para o fato de que os números das pesquisas mais usadas no Brasil estão subestimados, porque são apurados através de metodologias que não abarcam todo o universo do desemprego. Também há contradições entre pesquisas de um mesmo instituto. Na PNAD/2009 a taxa de desocupação é de 8,4%, enquanto no Censo 2010 (que abarca 2009) é de 7,6%, sendo que ambas adotam o conceito restrito de desemprego. A PNAD/IBGE faz o cálculo do desemprego tomando por base dados de seis regiões metropolitanas e não a totalidade do país, mesma metodologia da PME. Além disso, nele só entram as pessoas que procuraram, mas não encontraram ocupação profissional remunerada na semana de referência6. Não é levado em conta o denominado desemprego oculto, referente a trabalhadores que, por desalento, pararam de procurar emprego, os que exercem atividades precárias e os que receberam alguma remuneração na semana de referência . Tampouco o nível de atividade de cada município e região7. Assim, é razoável deduzir-se que o desemprego total supera largamente a percentagem anunciada. Outro grave problema relacionado ao emprego são as baixas remunerações praticadas no país. Enquanto nos países centrais a renda do trabalho representa mais de 60% do Produto Interno Bruto (PIB), no Brasil há uma regressão da participação deste tipo de renda de 1980 para cá. O Censo 2010 registrou a renda média nacional do trabalho em R$ 1.344,70 (IBGE: 2012). No estado do Rio de Janeiro, o valor sobe para R$ 1.576,33. 3 - Desigualdades A questão do trabalho e da renda está profundamente relacionada ao grau de desigualdade no país e no estado. Dados do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) de 2010 mostram que a desigualdade de renda é muito elevada. O índice de Gini nacional é de 0,56, o que nos coloca dentro do grupo de países mais desiguais do mundo. O mesmo Programa também indica que, dos 15 países mais desiguais do mundo, 10 deles se encontram na América Latina e no Caribe. Sendo que é importante assinalar que o índice só é apurado entre as pessoas que têm renda. Se considerados desempregados e os que trabalham sem remuneração, o nível de desigualdade aumenta em pelo menos 50%. 6 Sobre desemprego aberto – conceito mais amplo e pouco adotado –, ver http://www.seade.gov.br/produtos/ped/pedmv98/conceito.html. 7 Trata-se de variável relevante, dado que, se um município não possui indústrias e setor econômico de serviços de porte, não há oportunidades de emprego de sua população em idade ativa, o que leva ao desalento. As pessoas não buscam emprego, logo, não são consideradas como desempregadas nas pesquisas. 9 Por sua vez, levantamento do Instituto de Pesquisas Econômicas e Aplicadas / IPEA (2010) mostra que o Rio de Janeiro está próximo à média nacional, com índice de 0,54, mas é o estado mais desigual da Região Sudeste (SSASDG/SEASDH: 2011). Além disso, análise da evolução do índice, no período entre 1992 e 2009, indica resistência à queda, fazendo com que o estado apareça em situação mais desfavorável do que a de estados historicamente conhecidos pela alta concentração de renda das Regiões Norte e Nordeste, como Pará, Amapá e Ceará (Idem, tomando como base estudo de Paes e Barros, R e Pero, V. [2011]). Mas, apesar da forte desigualdade de renda, os índices de pobreza e indigência vêm-se reduzindo. Um estudo de 2010 do IPEA8 sobre pobreza e miséria nos estados brasileiros, entre 1995 e 2008, mostra que, no Rio de Janeiro, a taxa de pobreza absoluta (indivíduos que não têm renda para aquisição dos bens essenciais) caiu de 28,8% para 18,2% no período. E a de pobreza extrema (indivíduos com renda inferior a US$ 1,25 por dia), de 9,9% para 6,1%. Neste estudo, o IPEA usou dados da PNAD/IBGE, que mede a desigualdade de renda a partir de uma base restrita a uma parte dos estratos sociais, deixando de fora os números dos mais pobres e dos mais ricos. Trata-se de uma amostragem que tem como referência mais forte a renda do trabalho, e não a de capital, juros, lucro, terra, aluguel de imóveis etc. Logo, é pertinente inferir-se que a redução da desigualdade anunciada deve-se a perdas dos trabalhadores de maior remuneração. Ou seja, houve uma redistribuição horizontal da renda entre os trabalhadores e não uma melhora generalizada (POCHMANN: s/d). Dados extraídos do Pacto de Aprimoramento da Gestão (SSASDG/SEASDH: 2011) revelam que os índices de pobreza e indigência afetam de forma diferenciada os municípios e as regiões do estado. São Francisco de Itabapoana, no Norte Fluminense, tem o maior percentual de pessoas em situação de extrema pobreza: 14,8%. Em seguida, vêm Porciúncula (10,7%), Silva Jardim (9,1%), Sumidouro (8,6%) e Tanguá (7,4%). As regiões que apresentam melhores índices são o Norte Fluminense (6%), a Metropolitana (5%) e a Baixada Litorânea e a Costa Verde, ambas com 4,4%. A Região do Médio Paraíba tem o menor percentual de pessoas em situação de extrema pobreza: 2,7%. Na capital do estado, 2,6% dos habitantes se encontram em situação de indigência. 8 A íntegra do documento pode ser acessada através do endereço eletrônico http://www.ipea.gov.br/portal/images/stories/PDFs/100713_comunicado58.pdf. E os gráficos correspondentes em http://www.ipea.gov.br/portal/images/stories/PDFs/100713_comuni58pobreza.pdf. 10 O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do estado é de 0,807, valor alto, abaixo apenas de São Paulo na Região Sudeste e acima do nacional, que é 0,766. O estado do Rio ocupa a quinta posição no ranking nacional no IDH. E entre os municípios brasileiros, conta com um dos maiores IDH do país, pertencente a Niterói (0,886). Já o menor do estado é de Varre-Sai: 0,679 (Idem). 4 - Saúde, educação, habitação e saneamento básico Dos índices que compõem o IDH, a cidade do Rio de Janeiro vem apresentando queda progressiva na taxa de mortalidade infantil, dado importante já que nela se concentra percentual alto da população. No período 1996-2001, houve um movimento de queda constante, com redução de 25,7% no coeficiente. Nota-se que a queda vem sendo verificada em todos os componentes da mortalidade infantil, sendo as maiores nas taxas referentes ao período pós-neonatal (-33,3%), seguido pelo período neonatal precoce (-24,7%) e o período neonatal tardio (-18,7%). De 2002 até 2004, observamos uma estabilidade da taxa de mortalidade infantil em torno de 15 bebês para cada mil que nasceram vivos. Outro dado positivo da saúde está relacionado à vacinação, pois o Rio de Janeiro tem a maior cobertura do país, com 96% de abrangência. A escolaridade média da população do estado é de 8,52 anos de estudo, sendo que nas áreas urbanas é de 8,62 e nas rurais 5,53 (LEMOS: s/d). O índice acima de oito anos, a princípio, corresponde ao ensino fundamental completo. Mas é preciso ter em conta que se trata de uma média entre os que passaram mais tempo na escola e os que passaram menos (tampouco significa que as pessoas completaram o nível de escolaridade). Logo, pode não ser um bom indicador de como a variável está distribuída. Por isso é importante saber o percentual da população com valor abaixo da média, que no Rio de Janeiro chega a 55,66% (Idem). De qualquer modo, trata-se da segunda melhor média de escolaridade do Brasil. Retomando dados do Pacto, tendo como fonte a PNAD/IBGE (2009), houve uma melhora substancial da situação nos últimos anos, já que, em 1991, a média era de 5,7 anos. A taxa de analfabetismo é a terceira menor do país (4%), estando muito abaixo da média nacional (10%) e acima somente do Amapá (2,8%) e do Distrito Federal (3,4%). Porém, quando tratamos do analfabetismo funcional, a taxa sobe de 4% para 14% no Rio de Janeiro no período. Pode-se 11 especular que índice tão negativo esteja relacionado a problemas de aproveitamento na aprendizagem, indicando a necessidade de uma atenção especial à qualidade do ensino em nossas escolas. O analfabetismo funcional, assim como as taxas de evasão e níveis de aproveitamento, são importantes indicadores para uma avaliação mais ampla do sistema educacional. Mas, taxas de matrícula e de frequência escolar, por si só, não produzirão impactos na educação das crianças e adolescentes. É preciso que se façam investimentos na área, garantindo um ensino de qualidade. Esses são objetivos complementares no processo de romper o ciclo da pobreza entre gerações pela elevação da escolaridade e inclusão no mercado de trabalho mais qualificado. Para isso, não se pode contar apenas com os empregos de até dois salários mínimos que compõem 72% das ocupações em 2010 no país, segundo o Censo 2010 do IBGE. É possível observar que os municípios com o maior índice de extrema pobreza estão entre os piores IDH, o que ressalta a importância de pensar a pobreza para além da falta de renda. A abordagem mais adequada é vê-la como um problema multidimensional e relacionado à desigualdade igualmente apresentada em suas múltiplas dimensões. Portanto, analisada a partir de um amplo conjunto de indicadores socioeconômicos. Entre eles destacam-se: o acesso a serviços coletivos como saneamento básico, educação, saúde, transporte; a participação no mercado de trabalho e nas redes de sociabilidade; as condições de moradia; a oferta e o acesso a serviços e benefícios sociais. Trata-se aqui de pensar a ausência, insuficiência e desigualdade presentes na distribuição do que é necessário à vida, não em termos absolutos, mas relativos ao avanço na produção de bens comuns (e não mercantis), alcançado pela sociedade brasileira até os nossos dias. Quando confrontamos a magnitude dos problemas sociais com os investimentos governamentais nas áreas correlatas, confirma-se a necessidade – já apontada pelos gestores em todas as esferas da administração pública – de incrementá-los, em especial, na provisão de serviços de cunho universal para atender as necessidades humanas básicas, caso de saúde, educação, habitação e saneamento. Uma iniciativa positiva neste sentido é o Programa Nacional de Habitação – modalidade urbana e rural – do governo federal (conhecido como “Minha casa, minha vida”), lançado pela Presidência da República em março de 2009 e instituído pela Lei Nº 11.977 do mesmo ano. Consiste no financiamento de um milhão de moradias para famílias com renda de até R$ 4.650 mensais. Espera-se, com ele, atingir famílias pobres, já que a parcela mínima de financiamento é de R$ 50. 12 Também é preciso investir em infraestrutura básica nas comunidades mais pobres. De acordo com a PNAD de 2006 (ano em que foi feita uma pesquisa específica com o Suplemento Transferência de Renda), mais de 60% dos municípios mais pobres não tinham coleta de esgoto. Dos domicílios que recebem bolsas e transferência de renda, apenas 71% tinham água encanada, 46% esgoto e 70% coleta regular de lixo. A mesma pesquisa indica que menos de 70% das crianças das famílias com renda até um 1/4 do salário mínimo frequentavam a escola. Estas são as famílias que os governos federal e do estado do Rio de Janeiro buscam alcançar com ações destinadas especificamente à superação da extrema pobreza, os cerca de 16,2 milhões de brasileiros que vivem com renda familiar per capita inferior a R$ 70 mensais, segundo o Censo IBGE-2010 (ver também http://www.brasilsemmiseria.gov.br/). 5 - Estratégias de combate à miséria em desenvolvimento Um exemplo de estratégia neste sentido são as recomposições de valor dos benefícios do Programa Bolsa Família (PBF): quatro em sete anos. A última – conforme decreto presidencial assinado em 2011 – representa um aumento real de 8,7% acima da inflação e beneficia 12,9 milhões de famílias, ou cerca de 50 milhões de pessoas com renda mensal per capita de até R$ 140. O maior índice de aumento (45,5%) atende a faixa etária de zero a 15 anos, a mais penalizada pela pobreza. Outra – e esta no nível estadual – é a adoção pelo governo do Rio de Janeiro de um Plano Estadual de Superação da Pobreza Extrema, o Programa Rio sem Miséria, formulado pela SEASDH e articulado ao Plano Brasil Sem Miséria, do governo federal, com o objetivo de ampliar as políticas de renda de caráter redistributivo. O Programa se divide em três eixos: a Renda Melhor, a Renda Melhor Jovem e a Gestão de Oportunidades Econômicas e Sociais, além do acompanhamento familiar dos usuários pelo Sistema Único de Assistência Social (SUAS). O primeiro oferece um benefício financeiro, de caráter complementar, às famílias extremamente pobres (renda per capita presumida inferior a R$ 1009 ), beneficiárias do PBF, com crianças, jovens e idosos. A identificação é pelo Cadastro 9 Calculada a partir de uma matriz de dados e indicadores com base no Cadastro Único. 13 Único Nacional e o valor médio do benefício é de R$ 86,20. O segundo caracteriza uma poupança-escola anual, voltada aos jovens abaixo de 18 anos e matriculados na Rede Regular de Ensino Médio Estadual, e que busca incentivar a permanência e a conclusão do ensino médio. Já a Gestão de Oportunidades Econômicas e Sociais tem por finalidade promover a inclusão social e econômica, através de parcerias com o poder público, fundações públicas e privadas, empresas, ONGs e organismos internacionais, ofertando cursos profissionalizantes e microcrédito, entre outras ações. A iniciativa já formou quase duas mil pessoas e mais de 400 conseguiram trabalho, conforme informação disponível em http://mostra.cfp.org.br/rio-sem-miseria-sera-apresentado-em-mostra-nacional-de-psicologia/ (acesso em 10/08/2012). A implantação do Rio Sem Miséria tem se dado de forma progressiva, pelo critério de incidência de extrema pobreza. Iniciou-se em 2011 em três municípios: Japeri, Belford Roxo e São Gonçalo. Atualmente, alcança 52 municípios, atendendo mais de um milhão de pessoas. Para 2013 a meta é estender as ações a todos os municípios do estado. Mas – como dito anteriormente – a pobreza não se reduz à insuficiência de renda, embora esta seja essencial à autonomia das pessoas em uma sociedade mercantil. Também inclui o acesso a serviços públicos (educação, saúde, assistência social, saneamento etc.) e ao mercado de trabalho mais qualificado e protegido por legislação própria. De acordo com a LOAS, a assistência social visa ao enfrentamento da pobreza e à garantia do que denomina mínimos sociais, conceito que, hoje, vem sendo ampliado para o de necessidades humanas básicas, comuns a todos os seres humanos, devendo ser atendidas para evitar agravos a suas vidas (Pereira: 2000). E cabe aos Centros de Referência de Assistência Social (CRAS e CREAS) e Centros Pop – as funções de atendimento e acompanhamento dos segmentos mais vulneráveis. Implantá-los e efetivar seu funcionamento de acordo com os princípios da PNAS/SUAS soma-se às demais responsabilidades e competências, não menos importantes, que a política de assistência vem incorporando. Porém, o fortalecimento da assistência social como política de proteção social requer, além de articulação com as demais políticas públicas, um forte investimento estatal para expandir os equipamentos públicos, ter quadros de servidores permanentes e qualificados, implantar / aprimorar sistemas de informações etc. Trata-se de criar as condições objetivas para a efetivação de princípios e diretrizes, assegurando recursos financeiros, humanos, infraestruturais, dentre outros, no enfrentamento, dentro do que cabe à assistência social, aos problemas econômicos e sociais. 14 Atendendo a esta orientação, o Plano aqui apresentado destacou prioridades para os próximos anos, entendidas como primeiros passos na direção da consolidação e do aperfeiçoamento do SUAS no nosso estado. Estas prioridades respondem a fragilidades identificadas, nos últimos anos, pelos gestores, conselheiros, usuários e trabalhadores da área de assistência social, e se articulam às proposições do Pacto de Aprimoramento da Gestão da Assistência Social no estado do Rio de Janeiro, elaborado, em 2011, pela SSASDG/SEASDH. DIAGNÓSTICO DA GESTÃO ESTADUAL DA POLÍTICA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL Desde a promulgação da Constituição Federal de 1988 e, posteriormente, da LOAS, a assistência social tem por desafio superar as práticas dispersas, residuais e assistemáticas que a caracterizaram historicamente no Brasil, visando ao (re)ordenamento de suas ações dentro da lógica da seguridade social. O SUAS traz um grande avanço neste sentido, ao possibilitar a padronização e a unicidade da atenção e dos procedimentos de gestão em todo o território nacional, definindo, ainda, uma “porta de entrada” para a assistência. De 2004 para cá, o desafio consiste na materialização da assistência dentro da lógica sistêmica, o que implica não só um novo ordenamento das ações – que, por sua vez, repercute na organização e nos processos de trabalho, nos fluxos de atendimentos e encaminhamentos – como também na adequação e qualificação de equipamentos e equipes. 15 1- Estrutura institucional da gestão estadual do SUAS O estado do Rio de Janeiro vem avançando de forma significativa nesta direção, quando comparado com a realidade de outras unidades federativas. Atualmente, todos os seus 92 municípios estão habilitados na Gestão do SUAS, sendo que 60 deles encontram-se habilitados à Gestão Básica e 32 municípios à Gestão Plena. Até o momento, são 385 CRAS distribuídos pelos 92 municípios, referenciando 1.486.000 famílias. Todos os CRAS são cofinanciados pelo estado, sendo 116 financiados integralmente por este ente. A SEASDH tem investido na ampliação e qualificação do SUAS por meio do apoio à estruturação dos equipamentos de Proteção Social Básica, conforme demonstram dados do Pacto de Aprimoramento da Gestão (SSASDG/SEASDH, 2011). O planejamento aqui disposto propõe significativa expansão dos mesmos para o período de 2011 a 2014. Já no exercício de 2011, o estado expandiu seu cofinanciamento dos serviços de proteção social básica de 350 para 385 CRAS. O estado do Rio conta, também, com 1834 coletivos do PROJOVEM, 690.510 famílias atendidas pelo Programa Bolsa Família, 87.956 pessoas com deficiência beneficiárias do BPC, 147.522 idosos beneficiários do BPC e 48 municípios que aderiram ao BPC na Escola, em 2008. No âmbito da Proteção Social Especial, os números são os seguintes: 90 CREAS, sendo 88 cofinanciados pelo estado em 69 municípios; 11 Centros de População em Situação de Rua (Centros Pop) em nove municípios; 17.023 crianças no Cadastro Único por motivo de trabalho infantil; 1.637 adolescentes em cumprimento de medidas socioeducativas de liberdade assistida ou prestação de serviço à comunidade. A previsão de expansão é que, já em 2013, todos os municípios contem com CREAS cofinanciados pelo governo do estado. No que se refere à Proteção Social de Alta Complexidade, o estado gerencia o Abrigo Cristo Redentor, cofinanciado pelo MDS, voltado para idosos com mais de 60 anos, sem referências e/ou suporte familiares. O equipamento oferece três modalidades de atendimento: Integral, Centro Dia e Centro de Convivência. O órgão gestor estadual responsável pela política de assistência é a SEASDH e, na sua estrutura administrativa, a Subsecretaria de Assistência Social e Descentralização da Gestão (SSASDG). Nesta, propõe-se consolidar a organização em três superintendências: de Gestão do SUAS, de Proteção Social Básica e Proteção Social Especial. Trata-se de 16 uma medida necessária ao exercício do conjunto de ações e responsabilidades que se encontram sob sua competência: formular a política; organizar, coordenar e monitorar o Sistema no âmbito estadual; apoiar técnica, operacional e financeiramente os municípios na prestação de serviços socioassistenciais de Proteção Social Básica e Especial, dos programas de transferência de renda e dos demais benefícios; promover a capacitação de gestores, profissionais e conselheiros da assistência social. No mesmo sentido, é fundamental a elaboração do Regimento Interno da Subsecretaria, de modo a definir, de forma clara, suas finalidades e de cada uma das Superintendências que a integram; um novo organograma da estrutura interna; e os cargos e competências, atendendo as definições das normas operacionais NOB/SUAS e NOB/RH. 2 - Gestão de pessoal da SSASDG A adequação organizacional e programática deve convergir à consolidação de um quadro próprio e permanente de pessoal, através da previsão sistemática de concursos públicos para provimento de vagas, definidas quantitativa e qualitativamente a partir das necessidades de cada setor, das funções exercidas (em suas atribuições, competências e requisitos de qualificação técnica), do número de municípios atendidos, dos planos de apoio existentes etc. Ou seja: de um diagnóstico e consequente planejamento orientado por objetivos e baseado em análise situacional. Hoje, grande parte dos trabalhadores da Subsecretaria em questão são contratados através de cargos comissionados e convênios, sem vínculos permanentes. Tal situação não é exclusiva da SEASDH, nem uma realidade específica das secretarias de assistência social nos municípios do estado do Rio de Janeiro. Trata-se de um traço recorrente em todo o território nacional. O Suplemento da Assistência Social do IBGE (Munic: 2009) confirma-o. Nesse documento o número de estatutários se iguala no país e no nosso estado, não chegando a 40% do efetivo. Um dos maiores desafios da política de assistência social no estado do Rio de Janeiro está justamente nas relações de trabalho vigentes entre os profissionais do SUAS, em sua grande maioria sujeitos a contratos precários. As tabelas e gráficos a seguir apresentam, de forma consolidada, como se encontram distribuídos os trabalhadores que ocupam funções na área de assistência social, tanto no âmbito estadual quanto no municipal, aqui incluídos CRAS e CREAS, 17 segundo vínculo e escolaridade. É importante sinalizar que a fonte de dados da SSASDG/SEASDH (2011), trabalho no qual nos fundamentamos, corresponde ao preenchimento do Censo SUAS 2010 e não incorpora os trabalhadores contratados a partir da expansão do cofinanciamento estadual de 2011. DISTRIBUIÇÃO PERCENTUAL DE TRABALHADORES NA ÁREA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL NO ÂMBITO DO ESTADO E MUNICÍPIOS, SEGUNDO TIPO DE VÍNCULO VINCULO QUANTIDADE PERCENTUAL 1.375 11,46% 3. 829 31,92% 2.537 21,15% OUTROS VÍNCULOS 4. 255 35,47% TOTAL 11.996 100,00% CELETISTA ESTATUTÁRIO COMISSIONADOS Fonte: Censo SUAS 2010 Devemos observar que o item OUTROS VÍNCULOS (correspondente a 35,4% do efetivo) inclui o contrato temporário, terceirizado de empresas, cooperativas e ONGs, além de outros não permanentes, todos passíveis de classificação como modalidade de vínculo empregatício precário. Os dados apontam para uma realidade ainda distante do que preconiza a NOB/RH, que estabelece, para os trabalhadores da assistência social, a condição de estatutários ou comissionados. Mas, a soma dos contratados com os que possuem outros vínculos resulta em quase metade do efetivo. No âmbito da gestão estadual, o quadro não é diferente. Nota-se uma concentração de cargos comissionados e outros vínculos e a ausência completa de estatutários próprios. 18 DISTRIBUIÇÃO PERCENTUAL DE TRABALHADORES NA SEASDH, SEGUNDO TIPO DE VÍNCULO VINCULO QUANTIDADE PERCENTUAL CELETISTA 0 0,0% ESTATUTÁRIO 0 0,0% 334 80,3% 82 19,7% 416 100,0% COMISSIONADOS OUTROS VÍNCULOS TOTAL Fonte: Censo SUAS 2010 Esse quadro aponta para a urgência da realização de concursos públicos para o preenchimento de vagas que dotem o órgão gestor estadual de quadro próprio, permanente, estável, com melhores condições de trabalho e de remuneração, incentivo à qualificação e ao aperfeiçoamento através de planos de carreira, visando ao atendimento da NOB/RH, e, consequentemente, à melhora da qualidade dos serviços prestados. Outra questão importante vinculada aos trabalhadores ocupados na assistência social diz respeito a seu perfil de educação formal. Segundo dados do IBGE (Munic: 2009), no estado do Rio de Janeiro a escolaridade de 28% dos trabalhadores da área da assistência social não ultrapassa o ensino fundamental, apresentando ainda situações de trabalhadores sem qualquer instrução. 19 Num total de 11.996 trabalhadores, apenas 36,2% (4.347) possuem nível superior10 , enquanto os de nível médio e/ou fundamental, juntos, correspondem a 63,77% do total. Dentro da categoria “cursos incompletos” (20,72%) estão o ensino fundamental, médio e superior. Embora nos CREAS a situação da escolaridade seja melhor, com 62% dos profissionais com nível superior, o que esses dados revelam é que o SUAS está operando com um número muito reduzido de profissionais com a formação exigida para operar a política de assistência social dentro do que lhe compete. DISTRIBUIÇÃO PERCENTUAL DE TRABALHADORES NA ÁREA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL NO ÂMBITO DO ESTADO E MUNICÍPIOS, SEGUNDO ESCOLARIDADE NÍVEL DE ESCOLARIDADE QUANTIDADE PERCENTUAL ENSINO FUNDAMENTAL 2. 400 20,01% ENSINO MÉDIO 2. 764 23,04% ENSINO SUPERIOR 4. 347 36,24% CURSOS INCOMPLETOS 2. 485 20,72% TOTAL 11.996 100% Fonte: Censo SUAS 2010 10 A formação da maioria é em Serviço Social, Psicologia e Pedagogia. 20 3 - Financiamento A insuficiência de recursos financeiros é outro impedimento concreto para materializar plenamente a política de assistência social em todo o território nacional. É verdade que, pelo menos desde 2004, os orçamentos destinados à área vêm aumentando. Entretanto, ainda se encontram estão distantes de atender a necessidade e distribuídos desigualmente entre benefícios e serviços socioassistenciais. De acordo com o SUAS-Plano 10 (MDS: 2007), a disparidade na cobertura entre os mesmos era de 2,5 vezes em 2006. Considerando apenas o orçamento do estado do Rio de Janeiro, percebe-se que somente 0,4% do montante total de recursos destinam-se à SEASDH. Esse dado indica o desafio que enfrenta esta Secretaria para poder levar adiante seus objetivos de ampliação e qualificação do SUAS. Com o Plano Brasil Sem Miséria, a preocupação com a erradicação da pobreza extrema se tornou prioridade também para o governo do estado do Rio de Janeiro, fazendo com que a política de assistência social ganhasse destaque e, em consequência, aumentasse também a provisão orçamentária. Prevê-se que o orçamento da SEASDH, para o exercício de 2012, alcance 1,2% do total do orçamento do estado (SSASDG/ SEASDH: 2011). Porém, permanece o desafio de fazer com que a cobertura de serviços alcance todos os usuários que recebem benefícios de renda, embora o estado tenha aumentado seu percentual no cofinanciamento destas ações e implantado o repasse de recursos fundo a fundo, superando a prática convenial. 4 - Infraestrutura de informação Com relação a recursos de infraestrutura, o Suplemento de Assistência Social – Munic (IBGE: 2010) mostra que em apenas 39 municípios brasileiros os órgãos responsáveis pela política de assistência social não possuíam nenhum computador em funcionamento no ano de 2009, o que revela um cenário positivo. O Censo SUAS 2009, por sua vez, também apresentava um quadro favorável ao constatar que de 2008 para 2009 houve um aumento no acesso a internet de 68,4% para 77%. O Censo de 2010 não atualiza este dado específico, mas, considerando apenas a Região Sudeste, mostra que, dos 3,8% dos CRAS que contam com computadores, apenas 2,8% têm acesso à internet, enquanto apenas 18,3% dos CREAS não estão conectados à internet, considerando o universo nacional. Entretanto, apenas 0,7% dos municípios contavam com mais de dez computadores (Munic/IBGE 2010). Percentual tão baixo que, se pensarmos o número de CRAS 21 e CREAS existentes, e, mais ainda, os necessários, chega-se à conclusão de que nem todos têm acesso suficiente ao recurso da informatização. O que nos leva a presumir que há déficit deste tipo de equipamento em todo o país, incluindo o estado do Rio. Trata-se de um instrumento fundamental à gestão da política no que se refere a armazenamento, troca, processamento de dados e informações, assim como análises e emissão de relatórios consolidados. O Censo SUAS 2010 informa que 45,7% dos municípios da região Sudeste utilizam sistemas de informação para gerir a política de assistência social. De acordo com o Censo SUAS 2009, somente 10% dos CRAS e 30% dos CREAS registram os prontuários de atendimento em meio eletrônico, embora 67% dos CREAS possuam sistemas informatizados. Explicações possíveis para tal defasagem seriam: a inadequação dos sistemas em relação às necessidades de trabalho, uma percepção negativa dos usuários de sua funcionalidade e a insuficiência de treinamento para operá-los. Não basta ter o equipamento físico; é necessário ter também aplicativos ou softwares úteis e gente apta a manejá-los. De acordo com o Censo Suas 2009, 30% dos CRAS declararam não ter efetuado levantamento das especificidades sociais e geográficas dos seus territórios de abrangência, ou seja, não possuem um diagnóstico socioterritorial. Quando analisado por região, o número sobe para 34,3% na Região Sudeste. Esses sistemas, além de facilitar a produção de diagnósticos, servem à consecução do monitoramento e avaliação dos benefícios e serviços prestados, fortalecendo o processo de gestão, a articulação de ações de proteção social e a descentralização política e administrativa. Esses dados indicam a necessidade de equipar todas as unidades físicas de assistência social, e mais ainda os CRAS e CREAS, responsáveis pelo atendimento direto a usuários da política e pela gestão local e descentralizada por comunidade. Inclusive, essa é condição essencial para o funcionamento de sistemas informatizados e integrados – intra e interpolíticas sociais, inclusive, como ferramenta para fomentar e propiciar a artculação intersetorial. A articulação é palavra de ordem para a operacionalização da assistência, que se define pelo seu caráter transversal. Entretanto, seu alcance ainda é um desafio, pois implica romper com a lógica tradicional do planejamento governamental com base em estruturas burocráticas. Estas tendem a reforçar a tendência a segmentar as intervenções públicas do ponto de vista institucional, funcional e orçamentário, fazendo com que as políticas dialoguem com enormes dificuldades, decorrentes de suas estruturas administrativas, lógicas institucionais específicas, linguagens próprias e entraves políticos que alimentam o isolamento e a fragmentação. 22 5 - Articulação O Censo SUAS 2009 constatava a presença de uma interação frequente dos CRAS com os serviços públicos de educação e saúde, com taxas de encaminhamento mútuo de usuários acima de 80% e atividades em parceria em torno de 60%. E cabe aqui destacar a importância deste tipo de atividade, que caracteriza um acompanhamento dos usuários mais orientado pelo princípio da integralidade. Mas, com relação aos serviços de segurança alimentar, iniciativas de promoção de trabalho e emprego, e projetos de inclusão digital, os percentuais de articulação nula ou insatisfatória com os CRAS superavam 40% em 2008. Em 2009 estas ações persistiam como as de menor articulação interpolíticas. Com relação aos CREAS, a articulação com as demais unidades públicas da rede de Proteção Social Especial, assim como com a Básica e conselhos tutelares, é constante, sendo que mais de 50% dos respondentes (pertencentes a estas instituições) declaram realizar reuniões periódicas interinstitucionais. Com os serviços de saúde e educação, os CREAS mantêm os mesmos percentuais de articulação apresentados pelos CRAS. Contudo, com relação às demais instâncias da assistência social e com alguns órgãos de defesa de direitos se percebe uma fraca articulação (Censo SUAS 2009). O que, no caso dos CREAS, constitui um agravante, considerando as situações que atendem e que requerem articulação com as redes de defesa e garantia dos direitos violados. Com o objetivo de potenciar a articulação intra e interinstitucional, e a intersetorial, a SSASGD/SEASDH elege este elemento de gestão como um dos eixos do presente Plano. Além disso, coloca-o no planejamento das metas e ações dos demais eixos, reconhecendo seu caráter transversal e buscando criar mecanismos concretos para a sua materialização. Desse modo, espera contribuir para que a assistência exerça sua função articuladora e agregadora das demais políticas sociais. 23 6 - Controle social Em 2010, o MDS realizou o primeiro mapeamento dos conselhos estaduais e municipais no âmbito do Censo Suas. De acordo com os dados levantados, a maioria dos municípios brasileiros já constituiu seu conselho de assistência social, sendo que a Região Sudeste é a que apresenta – depois da Região Nordeste – o menor percentual, correspondente a 93,9%. Mas, o estado do Rio de Janeiro foge a esta avaliação, pois todos os seus municípios contam com Conselho Municipal de Assistência Social (CMAS). Com relação às condições para operar, os conselhos contam com uma estrutura precária de apoio administrativo, sendo que em 3/4 dos municípios brasileiros com até 100 mil habitantes, há somente um funcionário para auxiliar os conselhos no desempenho de suas funções, sendo que 24% dos municípios não contam com nenhum. Mesmo nos de grande porte, mais da metade dos conselhos possui um ou nenhum funcionário para o desenvolvimento das atividades administrativas. Tal quadro tem grande impacto no desempenho das funções dos conselhos, o que pode ser observado em dados disponíveis também no Censo Suas 2010. Com exceção das visitas às unidades da rede socioassistencial, 2/3 dos CMAS nunca ou raramente exercem as demais ações constantes do questionário do MDS, a saber: recebimento de denúncias; reuniões ampliadas; reuniões descentralizadas; ações de mobilização social; produção de relatórios com resultados referentes à rede socioassistencial. O recebimento de denúncias e as ações de mobilização social são realizados sistematicamente por apenas 10% dos conselhos, a primeira, e 24% a segunda. Desde 2006 o Conselho Estadual de Assistência Social do Rio de Janeiro conta com uma Secretaria Executiva, instituída através do Decreto 39.717 de 15 de agosto do mesmo ano. Esta funciona com uma estrutura de pessoal composta por um assistente administrativo, uma assessora técnica e uma assistente social, a última na condição de Secretária Executiva, atendendo à NOB-SUAS. Contudo, se considerarmos que os conselhos estaduais dispõem em média de quatro funcionários nas secretarias executivas para o desempenho de suas funções (Censo SUAS 2010), sendo que na região sudeste essa média dobra para oito, o quantitativo fluminense ainda é insuficiente. 24 Em termos de infraestrutura material, a Secretaria Executiva do CEAS-RJ dispõe de salas para a Secretária Executiva, o Presidente do Conselho e o setor administrativo, biblioteca, auditório com 26 cadeiras e quatro computadores com acesso a internet. Entendemos que tal equipamento físico é suficiente face à carência de pessoal, embora, posteriormente à resolução deste problema, que se apresenta agora como o principal, possa ser analisado e revisto em sua adequação. 7 - Síntese dos compromissos da gestão estadual para o período 2011-2014 Tomando como referência os dados até então apresentados, reveladores das inadequadas e insuficientes condições de infraestrutura e orçamentárias, e as precárias condições de trabalho dos profissionais responsáveis pelas ações de assistência social, percebe-se que a realidade da estrutura operacional da assistência social ainda está aquém do estabelecido pelas normativas desta política e do necessário para a prestação dos serviços socioassistenciais com qualidade. Para enfrentar esse quadro dentro do que lhe compete como gestor estadual da política da assistência, a SSASGD/SEASDH estabelece como meta potenciar a efetivação de suas funções de assessoria técnica e operacional prestada à gestão dos municípios, se comprometendo a investir na capacitação permanente, não só da sua própria equipe, como também dos técnicos, gestores, trabalhadores e conselheiros da assistência social, nos 92 municípios, visando a qualificar a gestão e a prestação das ações ofertadas através do SUAS. Assim como propõe investir no desenvolvimento, aperfeiçoamento e manutenção de sistemas informatizados e integrados – intra e interpolíticas sociais – sobre demandas, ações, projetos e dados diversos, com o objetivo de mapear e consolidar informações sobre as realidades específicas de cada município. Tais sistemas constituem um instrumento essencial à obtenção de diagnósticos e análises situacionais orientadores de planos de ações municipais e consolidados no nível estadual. Além da capacitação, assessoria e desenvolvimento de sistemas de gestão, o órgão gestor estadual também pretende enfrentar o quadro exposto através da expansão, manutenção e execução do cofinanciamento nos 92 municípios por meio do repasse Fundo a Fundo, regulamentado pelo Decreto Estadual nº 42.725, de 29 de novembro de 2010, e efetivado na prática em 2011. Essa modalidade de repasse representa um grande avanço para a política, pois materializa – 25 em uma de suas dimensões mais importantes – o caráter de continuidade das ações da política de assistência social e a transparência em todas suas etapas. (SSASDG/SEASDH: 2011) Como o repasse Fundo a Fundo é recente, a SSASGD/SEASDH precisa estruturar mecanismos regulatórios e de controle dos repasses, garantindo a sua execução e a transparência do processo, o que constitui uma das metas propostas no Plano aqui apresentado. Além disso, o órgão gestor estadual se compromete a cofinanciar a efetivação dos benefícios eventuais, desde que regulamentados em âmbito municipal. A SSASGD/SEASDH elege como um dos eixos de seu Plano o controle social, visando a fortalecer e ampliar seu exercício. E, para tanto, propõe contribuir para reverter a insuficiência quantitativa de recursos humanos do CEAS, apoiando técnica e financeiramente o suprimento de pessoal em número adequado às necessidades de funcionamento do órgão. Outra estratégia é o compromisso com o assessoramento aos conselhos de assistência social, dando-lhes condições para desempenhar suas funções, e a capacitação de seus membros para uma participação mais qualificada. E a terceira é a definição de mecanismos e instrumentos (de informação, acompanhamento e prestação de contas) que contribuam para que os usuários acessem e utilizem os serviços de forma esclarecida sobre seus direitos e sobre os deveres do Estado com seu bem-estar. Busca também ampliar a participação destes que são os interessados mais diretos no controle da operacionalização das ações para além dos espaços formais constituídos, estendendo-o à avaliação do processo de atendimento numa perspectiva de coletividade. Da mesma forma que busca garantir que as ações da assistência social prestadas pela rede pública e credenciada sejam pautadas pela qualidade. A partir do diagnóstico situacional aqui exposto, foram definidas as metas e ações para o seu alcance, sempre tendo em vista o imperativo de reforçar a operacionalização da política da assistência social, atendendo as necessidades básicas das pessoas, de forma a alçá-la a um papel estratégico para conformar um verdadeiro sistema de proteção social, tendo como princípios a universalidade e a realização dos direitos humanos. 26 EIXO GESTÃO I) ORGANIZAÇÃO DO ÓRGÃO GESTOR ESTADUAL METAS Reorganização da Subsecretaria de Assistência Social e Descentralização da Gestão (SSASDG/SEASDH). AÇÕES RESULTADOS Implantar a nova estrutura da SSASDG/SEASDH, reorganizando as responsabilidades a partir das seguintes áreas: • Superintendência de Gestão do SUAS; • Superintendência de Proteção Social Básica; • Superintendência de Proteção Especial. As três Superintendências funcionando de acordo com suas respectivas responsabilidades e competências e de forma integrada. Elaborar o Regimento Interno da SSASDG/ SEASDH. Adequar o espaço físico e o mobiliário da SSASDG/SEASDH às atividades desenvolvidas. Regimento definindo parâmetros administrativos e técnicos, finalidades, funções e atribuições de cada setor da Subsecretaria, coerentes ao papel do gestor estadual. Garantir o suprimento regular de material de consumo, equipamentos em número adequado e sob manutenção permanente, e veículos. Infraestrutura e logística adequadas às necessidades de cada setor da SSASDG/SEASDH para o pleno exercício da gestão da Política Estadual de Assistência Social. 27 PRAZOS 2012 2012 2012/2013 I) ORGANIZAÇÃO DO ÓRGÃO GESTOR ESTADUAL METAS Reorganização institucional, programática e funcional das Fundações Vinculadas (Fundação Estadual Leão XIII e Fundação para a Infância e Adolescência – FIA). AÇÕES RESULTADOS Elaboração de propostas de reordenamento das duas Fundações, especificando: missão institucional, estrutura de recursos humanos, atribuições etc. Plano de reordenamento das Fundações, obedecendo ao princípio da descentralização política e administrativa, e da lógica do SUAS. Elaborar e executar plano de municipalização das ações de proteção social especial de alta complexidade executadas pela FIA, com especificação das responsabilidades dos órgãos envolvidos, do cronograma de execução e da forma de cofinanciamento. Plano elaborado, aprovado e divulgado pelos órgãos de competência das ações. 2013/2014 Assunção de responsabilidades. Padrão de cofinanciamento em execução. Municipalização das ações de proteção social especial de alta complexidade, voltadas para a proteção da infância e adolescência. 28 PRAZOS II) ORGANIZAÇÃO DA POLÍTICA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL NO TERRITÓRIO ESTADUAL METAS Estruturação da Vigilância Socioassistencial. AÇÕES RESULTADOS Levantar e divulgar fontes de dados (micros e macros) socioeconômicos sobre os municípios fluminenses. Pesquisas identificadas, divulgadas para os gestores municipais e em uso. Disseminar, através de documentos, capacitações e assessoramento técnico aos municípios, a estruturação e o uso de registros de informações no nível local (notificação de vulnerabilidades e riscos mais presentes). Municípios capacitados e dotados de sistemas de registro de vulnerabilidades e riscos sociais presentes em seus territórios. PRAZOS 2012/2013 Ampliação da cobertura da rede de proteção social especial em todo o estado do Rio de Janeiro. Implantar a área de Vigilância Socioassistencial na Superintendência de Gestão do SUAS/ SSASDG para: fomentar estudos e pesquisas; diagnósticos e análises; e monitorar/avaliar quantitativa e qualitativamente os serviços socioassistenciais ofertados e prestados. Vigilância Socioassistencial em funcionamento, dotada de pessoal próprio e qualificado, equipamentos e sistemas de monitoramento e avaliação. Cofinanciar a criação de CREAS nos municípios que não possuem o equipamento. 100% dos municípios com CREAS. Ampliar a disponibilidade de Centro Pop todos os municípios da região metropolitana Centro Pop em todos os municípios da região metropolitana. 2013 29 II) ORGANIZAÇÃO DA POLÍTICA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL NO TERRITÓRIO ESTADUAL METAS Reordenamento da rede pública de serviços socioassistenciais no estado do Rio de Janeiro, visando a sua adequação à lógica do SUAS e do PNCFC. Construção e coordenação de um sistema de informações de acesso público, relacionadas às ações, normas, legislação, deliberações etc. da assistência social no estado, garantindo transparência da gestão e execução da política e contribuindo para ampliar o controle da sociedade. AÇÕES RESULTADOS Elaborar plano de reordenamento da rede estadual de assistência social. Plano de reordenamento dos serviços socioassistenciais ofertados pela rede privada. Implantação das normas de atendimento propostas pelo SUAS e pelo PNCFC no âmbito da rede privada cofinanciada pelo estado. Definir critérios de partilha e cofinanciar os serviços de alta complexidade. Critérios definidos e pactuados. Capacitar e assessorar as secretarias municipais de assistência social e as entidades socioassistenciais na construção e atualização das respectivas páginas de internet. Capacitação e assessoramento realizados. Informações relativas à política de assistência social no estado do RJ (oferta de serviços, programas, reuniões, eventos etc.) disponíveis na internet. Alimentar o sistema de informações da Rede SUAS. Sistema atualizado e disponível a todos os municípios. Socializar informações de interesses dos usuários, trabalhadores e conselheiros da assistência social, a partir da articulação com instituições de ensino e pesquisa, com movimentos sociais e demais grupos organizados. Informações públicas disponíveis à sociedade: planos de assistência social, ações em execução, avaliações, documentos de referência, legislação, pautas das assembleias dos conselhos e suas deliberações etc. 30 PRAZOS 2013/2014 2012/2013 2013 II) ORGANIZAÇÃO DA POLÍTICA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL NO TERRITÓRIO ESTADUAL METAS Criação de um sistema estadual de monitoramento das ações da assistência social nos municípios. AÇÕES RESULTADOS Desenvolver e implantar gradativamente um sistema informatizado estadual de monitoramento e avaliação das ações da assistência social implementadas nos municípios, através das seguintes atividades: • construção de uma metodologia validada de monitoramento; • definição gradual de indicadores e dimensões; • execução de análises e divulgação de resultados. Sistema em funcionamento, com informações e análises sobre o modo de operação, e aferição de desempenho e resultados das ações de assistência social executadas nos municípios do estado. 31 PRAZOS 2013/2014 III) APOIO À DESCENTRALIZAÇÃO DA POLÍTICA DE ASSISTÊNCIA METAS Ampliar e qualificar as ações de assessoramento e apoio técnico sistemático e contínuo aos municípios para aprimorar a gestão e operacionalização do SUAS. AÇÕES RESULTADOS PRAZOS Estruturar e qualificar equipes para assessorar os municípios. Equipes SSASG dimensionadas de acordo com o número de municípios e qualificadas para assessorá-los de acordo com diretrizes e normas do SUAS. Definir periodicidade e protocolos de assessoramento. Agenda de visitas técnicas em execução e instrumentos padronizados. Formular e firmar pacto sobre diretrizes e protocolo padrão mínimo para a construção de sistemas municipais de informação. Modelo de sistemas municipais de informação com capacidade de interação com os sistemas estadual e federal. 2013 Prestar apoio técnico e financeiro aos municípios para a organização dos serviços com base em diagnósticos. Serviços socioassistenciais organizados e ofertados conforme necessidade de cada território. 2014 Apoiar técnica e financeiramente os municípios para criarem sistemas de monitoramento e informações municipais compatíveis e articulados ao sistema estadual. Municípios qualificados para o acesso e uso de sistemas de dados e gestão de informações. Sistemas de comunicação, diálogo e negociação com os municípios reforçados. Informações integradas e compartilhadas. 2011-2014 32 2014 2011-2014 (contínuo) III) APOIO À DESCENTRALIZAÇÃO DA POLÍTICA DE ASSISTÊNCIA METAS Monitorar e avaliar sistematicamente a política estadual de assistência social, de modo a aprimorar sua operacionalização. AÇÕES RESULTADOS Elaborar notas técnicas e instrumentos de orientação para as ações no âmbito municipal, visando a estabelecer padrões mínimos para fluxos e processos de trabalho. Municípios dotados de orientação sobre: • processo de acompanhamento familiar; • organização das redes locais de atendimento; • estruturação de equipes técnicas. Assessorar os municípios na elaboração dos planos municipais. Municípios capacitados para a elaboração de seus respectivos planos de ação. Realizar visitas técnicas de assessoramento e monitoramento dos serviços implantados nos municípios e de acompanhamento do cumprimento dos planos de providências. Municípios visitados regularmente pelos técnicos estaduais; serviços monitorados; e planos de providência em execução. Elaborar, aprovar e executar o Plano Estadual de Monitoramento e Avaliação do SUAS. A política estadual de assistência de assistência social monitorada e avaliada através de ações planejadas. A gestão e operacionalização da política da assistência social e dos serviços socioassistenciais ofertados qualificadas à luz do SUAS. Assessoria prestada pelos técnicos da SSASDG/SEASDH qualificada. Desenvolver instrumentos/sistemas de informações que possibilitem o monitoramento e a avaliação das ações da rede socioassistencial do estado e dos 92 municípios. 33 Participação e controle social fortalecidos através do acesso a dados e informações sobre as ações de assistência social. PRAZOS 2011-2014 (contínuo) 2011-2014 (contínuo) 2011-2014 (contínuo) 2013-2014 IV. GESTÃO DO TRABALHO METAS Reestruturação do quadro de pessoal próprio e permanente da SSASDG/SEASDH. AÇÕES RESULTADOS Definir a composição adequada de equipes multiprofissionais, sua formação, perfil, habilidades, qualificação etc., assim como os níveis de remuneração. Ingresso planejado de servidores (com previsão de quantitativos anuais de vagas a serem preenchidas) através de concurso público. SSASDG/SEASDH com quadro de servidores próprio e permanente, adequado às competências e responsabilidades de cada superintendência, cumprindo o estabelecido pela NOB-RH. Realizar concursos públicos para compor os quadros permanentes das equipes de profissionais de nível superior e de técnicos administrativos. Capacitação permanente das equipes da SSASDG. Criar planos de carreira, cargos e salários para os servidores da SSASDG/SEASDH, respeitando a carga horária das diferentes categorias profissionais, competências e os pisos salariais estabelecidos, com a participação dos trabalhadores e suas entidades representativas de classe. Melhoria das condições de trabalho e remunerações adequadas e compatíveis com funções, isonomia salarial, benefícios definidos, com vínculo estável, contribuindo para a qualificação e incentivo das equipes profissionais e dos técnicos administrativos. Garantir recursos para a implantação da estrutura de gestão do Plano Estadual de Capacitação Permanente e dos polos regionalizados de coordenação da execução do Plano. Técnicos e gestores estaduais profissionalizados, capacitados e valorizados. Formalizar parcerias com instituições de ensino superior para apoiar e/ou executar as capacitações. 34 Qualificação dos serviços prestados pela gestão estadual a partir do aprimoramento das equipes profissionais e dos técnicos administrativos, para o pleno desenvolvimento das suas responsabilidades e competências. PRAZOS 2012-2014 2013-2014 2013-2014 IV. GESTÃO DO TRABALHO METAS AÇÕES RESULTADOS PRAZOS Capacitar os servidores das três superintendências. Estimular os profissionais e técnicos administrativos da SSASDG ao seu aperfeiçoamento e qualificação, através de cursos de especialização e pósgraduação. Capacitação permanente dos técnicos e gestores municipais e conselheiros da política de assistência social Executar e/ou apoiar técnica e financeiramente cursos (de curta, média e longa duração), encontros, seminários, oficinas e outras modalidades de capacitação dos profissionais e técnicos administrativos vinculados ao SUAS nos 92 municípios. Formalizar parcerias com instituições de ensino superior para apoiar e/ou executar as capacitações, e para a inclusão de conteúdos específicos da assistência social, em seus cursos de graduação e pós-graduação na área social. Executar e/ou apoiar técnica e financeiramente a capacitação continuada de conselheiros e demais trabalhadores vinculados à rede socioassistencial. Qualificação da execução das ações a cargo dos gestores municipais, a partir do aprimoramento das equipes profissionais e dos técnicos administrativos para o pleno desenvolvimento das suas responsabilidades e competências. 2011-2014 Conselheiros aptos a exercer o controle social na esfera estadual e municipal de forma plena. Fortalecimento da participação social. Entidades de assistência social em condições técnicas de operar de acordo com os princípios, diretrizes e normativas da área. 35 EIXO CONTROLE SOCIAL METAS Fortalecimento das funções normativas do Conselho Estadual de Assistência Social e do controle social do SUAS. AÇÕES RESULTADOS Apoiar técnica e financeiramente a estruturação física e financeira do CEAS. Conselho Estadual com instalações físicas, estrutura administrativa, financeira e de recursos humanos adequados ao melhor exercício de sua autonomia e eficiência. PRAZOS 2011-2014 Coerência entre as ações da Incorporar as deliberações das conferências SSASDG e as deliberações das estaduais no planejamento das ações da SSASDG. conferências de assistência social. Efetivação das deliberações das conferências na prática da assistência social no estado. 2011-2014 Aprimoramento do CEAS como instância de democratização e controle social da política da assistência social. Tornar públicos os orçamentos, a alocação dos recursos do Fundo de Assistência Social e sua execução financeira. Ampliação da gestão participativa e democrática sobre a definição e execução financeira da política de assistência. 2011-2014 Divulgar amplamente os calendários de reuniões dos conselhos e as datas das conferências, assim como pautas e deliberações para a população, por meio de cartilhas sobre direitos e deveres dos usuários, outdoors, folders, rádios, jornais, sites e outros meios disponíveis. Ampliação do conhecimento da sociedade sobre as ações da área. 36 2011-2014 Incremento da comunicação dos entes estadual e municipais com os usuários da política. EIXO CONTROLE SOCIAL METAS Promoção e ampliação do controle social e da participação dos usuários na operacionalização da política da assistência social. AÇÕES RESULTADOS Planejar as conferências em parceria com o CEAS, garantindo apoio técnico e financeiro à conferência estadual e técnico às municipais. Conferências estadual e municipais dotadas de condições para sua plena e eficiente realização. Executar o Plano de Capacitação para conselheiros e secretários executivos, conforme o Plano Estadual de Capacitação. Participação social qualificada no acompanhamento das ações da política no estado. Apoiar o município na constituição de mecanismos que garantam o protagonismo da população usuária nos espaços de deliberação e controle: • criação de grupos de usuários que acompanhem o desenvolvimento da assistência na área de abrangência dos CRAS/CREAS; • realização de cursos, ciclos de debates e palestras sistemáticas para discussão dos temas pertinentes aos direitos sociais; • elaboração e confecção de cartilhas para divulgar políticas públicas de direitos socioassistenciais e socializar informações relativas à política de assistência social; • estímulo à participação da sociedade civil no processo de eleição de conselheiros. Ampliação e qualificação da participação da população demandante dos serviços da assistência social. Coordenar a oferta de condições de funcionamento da Comissão Intergestores Bipartite – CIB. Avanço da interlocução entre entes federados e fortalecimento dos gestores municipais. 2011-2014 2013-2014 2012-2014 Efetivação do processo de descentralização política e administrativa, e ampliação do exercício do controle social. 37 PRAZOS 2011-2014 EIXO CONTROLE SOCIAL METAS Promoção da fiscalização das entidades que executam ações de assistência social no estado e nos municípios. AÇÕES RESULTADOS Assessorar o município para que os CRAS e CREAS atuem como instâncias de mobilização e participação da população, contribuindo com a criação de espaços como fóruns, comitês etc., assim como para a realização de reuniões de grupos/associações aos quais os usuários se vinculam, visando a reforçar a concepção da assistência social como uma política garantidora de direitos. CRAS/CREAS/Centros Pop funcionando como espaços dinamizadores da promoção e garantia dos direitos e fomentadores da participação social, contribuindo para que os usuários acessem e utilizem os serviços de forma esclarecida, a partir da noção de seus direitos. Orientar a constituição de ouvidorias municipais, com objetivo de atender as demandas, denúncias e sugestões da população em geral, preservando a identidade do denunciante. Assessorar as equipes municipais e os CMAS(s) para que acompanhem e fiscalizem as entidades. Criar mecanismos de avaliação, pela população, dos serviços prestados pelas entidades. 38 PRAZOS 2011-2014 2011-2014 Ações da assistência social prestadas pela rede de instituições credenciadas pautadas pela lógica do direito e em conformidade com os princípios da política de assistência, assim como de legislações específicas (ECA, Estatuto do Idoso etc.). 2013-2014 EIXO FINANCIAMENTO METAS AÇÕES RESULTADOS PRAZOS Instituição, expansão, manutenção e execução do cofinanciamento dos serviços socioassistenciais nos 92 municípios. Manter a transferência do cofinanciamento estadual Fundo a Fundo para a proteção social básica e a proteção social especial (Decreto nº 42.725 de 29 de novembro de 2010 e Resolução SEASDH nº 340 de 02 de maio de 2011). CRAS, CREAS e Centros Pop cofinanciados pelo estado. 2011/2014 Cofinanciamento dos benefícios eventuais. Assessorar os municípios na regulamentação dos benefícios eventuais. Regulamentação e efetivação dos Benefícios Eventuais em todos os municípios do estado. Serviços de alta complexidade cofinanciados pelo estado. (contínuo) 2013 (contínuo) 2013 (contínuo) Cofinanciar, no âmbito estadual, o pagamento dos benefícios eventuais. Implantação de ferramenta informacional para operacionalização do repasse Fundo a Fundo. Desenvolver ferramenta informacional de operacionalização das transferências financeiras Fundo a Fundo. 39 Realização do repasse, controle e prestação de contas dos recursos estaduais através da organização, sistematização e disponibilização de informações num banco de dados sobre o Plano de Ação para Cofinanciamento da Assistência Social, Demonstrativo Sintético Anual da Execução Físico Financeiro e outros meios referentes aos repasses. 2013-2014 EIXO ARTICULAÇÃO METAS AÇÕES RESULTADOS Adequação programática e operacional da SSASDG/SEASDH para a gestão articulada da política de assistência social com as demais políticas setoriais no estado do Rio de Janeiro, visando a garantir e ampliar o acesso a direitos sociais. Propor a organização de uma agenda de trabalho conjunta entre a SSASDG e demais Subsecretarias da SEASDH. Coordenação e fomento do trabalho intersetorial no âmbito dos municípios. Assessorar os municípios no processo de criação de instâncias e mecanismos de articulação entre políticas públicas. Fortalecer a gestão colegiada da política através da Comissão Intergestores Bipartite (CIB). Estabelecer mecanismos concretos de integração do SUAS com os demais sistemas de políticas. Compatibilização de ações e conjugação de esforços e recursos intersetoriais no atendimento às múltiplas necessidades da população do estado do Rio de Janeiro. PRAZOS 2011-2014 (contínuo) Compartilhamento de decisões e divisão de responsabilidades, afirmando as competências de cada ente público. Rede de proteção social funcionando a partir da lógica da intersetorialidade. 2011-2014 Criar protocolos de referência e contrarreferência para os serviços ofertados, buscando estabelecer padrões mínimos para os processos e fluxos de trabalho intersetoriais, qualificando o atendimento e acompanhamento dos usuários. Desenvolvimento de projetos intersetoriais de enfrentamento da pobreza e de desenvolvimento local, com prioridade para os territórios diagnosticados como vulneráveis. Investir em estratégias de incremento das transferências de renda articuladas a serviços sociais integrais, projetos de construção, reforma e posse de moradias, saneamento básico, locomoção/ transportes públicos, e outros. Estabelecer compromissos mútuos e desenhar ações intersetoriais para superação da pobreza. 40 Superação da fragmentação das políticas sociais para alcançar as diversas dimensões da pobreza e das vulnerabilidades sociais. 2011-2014 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1 - TEXTOS BURGOS, Marcelo Baumann. “A questão urbana brasileira”. Disponível em http://www.jauregui.arq.br/forum/baumann_questao.html. Acesso em 19/08/2010. LEMOS, José de Jesus Sousa. “Escolaridade Como Fator de Desigualdades na Distribuição da Renda no Brasil”. Disponível em http://www.lemos.pro.br/admin/artcientifico/12654668834b6d7e041151a.pdf. Acesso 24/03/2012. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Suplemento de Assistência Social da Pesquisa de Informações Básicas Municipais – MUNIC/2005. IBGE: 2006. _________; MDS; e Ministério do Planejamento. Perfil dos municípios brasileiros: assistência social. Rio de Janeiro: IBGE, 2010. Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Comunicado Nº 58: Dimensão, Evolução e Projeção da Pobreza por Região e por Estado no Brasil. Brasília: 13/07/2010. Organização Internacional do Trabalho (OIT) e Conselho Nacional de Juventude (Conjuve). “Trabalho Decente e Juventude no Brasil”. Brasília: 2009. PEREIRA, Potyara A.P. Necessidades Humanas: subsídios à crítica dos mínimos sociais. São Paulo: Cortez, 2000. POCHMANN, Márcio. “País é prisioneiro da elite nacional.” Entrevista à Revista Sem Terra. Disponível em http://www.mst.org.br/revista/34/destaque. Acesso em 07/06/2007. Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequena Empresa (Sebrae). “Ocupação e empreendedorismo nas regiões do estado do Rio de Janeiro: uma análise a partir do Censo 2010”. Nota Conjuntural do Observatório das Micro e Pequenas Empresas no Estado do Rio de Janeiro: maio de 2012. TEIXEIRA, JOAQUINA BARATA. “Formulação, Administração e Execução de Políticas Públicas” In: CFESS e ABEPSS (Orgs.) Serviço Social: direitos sociais e competências profissionais. Brasília, CFESS/ ABEPSS, 2009. 41 2 - DOCUMENTOS, PESQUISAS, LEGISLAÇÃO E NORMAS Censos SUAS 2009 e 2010. Constituição Federal de 1988. Deliberações do Conselho Nacional de Assistência Social para serem incorporadas ao Plano Decenal de Assistência Social. Brasília: janeiro e março de 2008. Governo do Estado do Rio de Janeiro. SSASDG/SEASDH. Pacto de Aprimoramento da Gestão. Rio de Janeiro: 2007. __________. Pacto de Aprimoramento da Gestão. Rio de Janeiro: 2011. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Pesquisa Mensal de Emprego (PME). ________. Censo 2010. Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS). 1993. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Texto Subsídio ao Plano Decenal SUAS Plano 10: Metas do Governo Federal. Brasília: julho de 2007. Ministério do Trabalho e Renda. Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Normas Operacionais Básicas (NOBs). Política Nacional de Assistência Social (PNAS/SUAS), 2004. Relatório Final da VI Conferência de Assistência Social do Estado do Rio de Janeiro (dezembro de 2007). 42