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Segunda-feira, 23 de agosto de 2010
Jornal do Comércio - Porto Alegre
JCEmpresas
& Negócios
RESPONSABILIDADE SOCIAL
Justiça
A Justiça está cada vez
mais democrática. Pessoas que
antes tinham dificuldades em
arcar com os custos financeiros
de um processo judicial podem
ter acesso a advogados sem
um real sequer. Criado no ano
de 1950, a partir de um grupo
de estudantes da Faculdade
de Direito da Ufrgs, o Serviço
de Assessoria Jurídica
Universitária (Saju) é um
programa de extensão gerido
pelos próprios alunos, que
presta auxílio judicial gratuito.
O grupo é formado por 130
voluntários, entre advogados,
psicólogos e estudantes
de Direito, Psicologia e
Arquitetura, e o Saju atende a
aproximadamente 80 casos por
mês. Para melhor atender aos
clientes, como são chamadas
as pessoas assistidas, a
entidade é dividida em várias
áreas de atuação. A procura
se dá em todas as áreas:
cível, trabalhista, familiar, do
consumidor, penal e projetos
sociais.
Dentro de cada grupo, os
voluntários prestam serviços
de assessoria jurídica - em que
são acompanhados conflitos
extrajudiciais e processos
judiciais - e de assessoramento
- os grupos se deslocam às
comunidades carentes e
ensinam sobre educação
popular e emancipação social.
Em todas as situações, os
estudantes são acompanhados
por um advogado, que indica e
dirige os processos.
Para o coordenadorgeral dos discentes do Saju,
Guilherme Jantsch, serviços
voltados à comunidade são
uma forma de integração com
a sociedade. “O Saju é uma das
maneiras que a universidade
encontra para se relacionar
com os cidadãos de Porto
Alegre”, diz ele, que cursa
Direito na Ufrgs. De acordo
com Jantsch, a integração com
a sociedade é importante
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para
todos os segmentos. “É um
serviço bom para os cidadãos
e também para os alunos,
que usam seu conhecimento
de sala de aula para ajudar
na resolução de algum caso”,
observa ele.
E foi para tentar resolver
um problema de regularização
da luz elétrica no bairro em
que mora que Jair Dias, de
33 anos, procurou o Saju.
Morador da comunidade
Jardim Vila Verde, na zona
Sul de Porto Alegre, ele foi
em busca de auxílio. “Não
tínhamos energia regular e
eu tentei conversar com a
concessionária, mas nunca
obtive resultado”, diz ele.
Depois de esperar por dois
anos o auxílio público sem
sucesso, buscou apoio no
serviço disponibilizado pela
Ufrgs.
Dias, que é presidente da
Cooperativa Habitacional
Jardim Vila Verde, conta que
rapidamente foi atendido pelo
Saju, entrou com uma ação
judicial e, depois de um ano e
meio, conseguiu regularizar a
situação da localidade. “Tudo
aconteceu dentro do prazo e
da forma correta. Na prática,
eles resolveram o problemal”,
diz ele.
É dessa forma que Pedro
Longhi Cechet, de 19 anos,
busca atender a seus clientes.
O jovem, que está no sexto
semestre da faculdade de
Direito e é voluntário há
mais de um ano, diz que se
sente gratificado ao resolver
um caso. “Para mim, é muito
gratificante trabalhar aqui,
pois a relação com o cliente
vai além do papel e acabamos
entendendo a importância
da profissão”, explica ele,
que atua nas áreas cível e
trabalhista.
FOTOS ANDRÉ NETTO/JC
ao alcance de todos
Saju atende de forma gratuita a
aproxidamente 80 casos por mês
Cechet não esconde a sa!sfação
que tem quando resolve um caso
Jantsch destaca a integração da
universidade com os cidadãos
Outros projetos estão em pauta
Prestes a completar 60
anos, o Serviço de Assessoria Jurídica Universitária
(Saju) da Ufrgs já tem
novos planos com foco na
comunidade carente. Além
de eventos comemorativos
à data, a entidade quer colocar novos projetos em ação.
Segundo o coordenadorgeral dos discentes do Saju,
Guilherme Jantsch, já estão
previstos projetos ligados a
menores infratores.“Temos
um grupo que implementou um projeto de auxílio
judicial e psicológico a esses
jovens”, diz Jantsch. Ele
também salienta a criação
de um grupo que procura
resolver os conflitos fora do
judiciário. “É uma forma
que encontramos de tentar ganhar tempo, evitar
desgastes e resolver aqui
mesmo”, explica.
Jantsch diz que, além
da assessoria jurídica, a
assistência prestada pelos
profissionais da Psicologia
é muito importante para
a realização do trabalho.
“Na grande maioria dos
casos, as pessoas vêm muito
abaladas emocionalmente,
e os psicólogos fazem um
acompanhamento para
acolher os clientes”, diz o
coordenador.
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